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XI Encontro de Iniciação à Docência

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Academic year: 2021

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O ENSINO DA HOMEOPATIA COMO INSTRUMENTO DE CONSOLIDAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NO SUS

Tattiane Ribeiro de Sousa(2). Euler Albuquerque(1), Flávia Pessoa de Belmont Fonseca(2),, Climério Avelino de Figueredo(3), Berta Lúcia Pinheiro Kluppel(3), ), Maria do Socorro Sousa(3

Centro de Ciências da Saúde/Departamento de Fisiologia e Patologia/Núcleo de Estudos e Pesquisas Homeopáticas e Fitoterápicas-NEPHF/MONITORIA

RESUMO

A Homeopatia é uma racionalidade e uma terapêutica médicas que foi criada por Samuel Hahnemann, no ano de 1796 e chegou ao Brasil em 1840. A Homeopatia tem uma visão holística sobre o processo saúde doença e sempre busca curas integrais e profundas, com base no equilíbrio psíquico e orgânico. Embora reconhecida legal e cientificamente no Brasil, a Homeopatia ainda é pouco ensinada nas universidades e sua inserção no Sistema Único de Saúde (SUS) ainda é pequena, embora estas duas estratégias, o ensino nos cursos de graduação e a inserção nos serviços públicos de saúde sempre foram arduamente buscadas pelos homeopatas brasileiros. Por conta disto, a Homeopatia ainda é pouco acessível aos profissionais de saúde, no que tange ao seu conhecimento, e aos usuários do SUS, no que diz respeito ao atendimento nos serviços de saúde do SUS. Um passo importante neste sentido foi dado, em 2006, com a publicação da Política Nacional de Práticas Integrativas e complementares (PNPIC) no SUS, na qual se inclui a Homeopatia. Este trabalho tem como objetivo discutir a importância do ensino na consolidação da PNIPC, visto que algumas das dificuldades que são apontadas para esta consolidação podem ser superadas na medida em que as universidades abram as portas para esta terapêutica nas diversas formas de ensino, extensão e pesquisa. Esta discussão foi feita tendo como base as discussões que ocorreram nos fóruns das entidades homeopáticas que têm se ocupado deste problema e nos diversos eventos que resultaram na formulação da PNPIC, bem como no texto que acompanha a Portaria 971, do Ministério da Saúde, que cria a política para este setor. Da análise da questão, fica evidente que a Homeopatia precisa se inserir nas universidades e nos serviços de saúde para que ocorra a sua massificação, pois da forma como estes dois aspectos (ensino e assistência) são vivenciados, a Homeopatia, embora sendo uma terapêutica eficaz, segura e humanitária, só é acessível àquelas pessoas com melhor poder aquisitivo. Por isto, a grande maioria dos brasileiros, exclusivos usuários do SUS, não tem acesso ao tratamento com esta terapêutica, o que é algo ruim do ponto de vista do exercício pleno dos direitos de cidadão e também pelo aspecto da não resolução dos problemas de saúde com uma terapêutica que pode ser mais adequada, tendo em vista o adoecimento e as preferências de muitos usuários. Palavras-chave: Homeopatia, Ensino, Assistência.

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Bolsista, (2) Voluntário/colaborador, (3) Orientador/Coordenador, (4) Prof. colaborador, (5) Técnico colaborador.

INTRODUÇÃO

A Homeopatia é uma terapêutica que valoriza a integralidade do ser e que busca curas profundas e duradouras (WHO, 2002). Não obstante estas vantagens, o acesso a este tratamento é muito restrito e elitizado. O atendimento homeopático no SUS ainda é pequeno, apesar dos históricos esforços dos homeopatas para dotar os serviços públicos de saúde deste atendimento (FIGUEREDO, 2007).

A Homeopatia é uma terapêutica eficaz e segura na cura das doenças, dos sintomas orgânicos e no restabelecimento do equilíbrio do indivíduo, na sua totalidade, aí incluindo os aspectos psíquicos, levando a curas profundas e duradouras. Baseados nisto, os homeopatas acham inconcebível que os usuários do SUS não tenham acesso a esta terapêutica.

Desde a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), os homeopatas lutam para que ele encampe, de forma ampla, o atendimento com a Homeopatia (BRASIL, 2006). Após 17 anos, podemos afirmar que este objetivo foi alcançado apenas parcialmente.

Muitos municípios implantaram serviços de atendimento com a Homeopatia e eles têm sido bem avaliados pelos usuários (BRASIL, 2006). A consulta homeopática, pela sua longa duração é um fator muito importante para a boa aceitação do tratamento homeopático e para a satisfação dos pacientes, pois ela resgata a importância de uma boa relação médico-paciente já que o homeopata vai além da indagação sobre as queixas orgânicas ( FIGUEREDO, 2007).

Para a Homeopatia, é necessário que o médico conheça o psiquismo do paciente, que saiba como ele interage com as pessoas e com o meio que o circundam, como ele elabora e vivencia seus sentimentos, negativos ou positivos (DEMARQUE, 1978).

Uma grande vantagem da Homeopatia, que é apontada freqüentemente quando se discute sua implementação no SUS, é o menor custo do tratamento homeopático. Isto se deve ao menor custo dos medicamentos homeopáticos e à menor necessidade de exames complementares para o diagnóstico e o acompanhamento do paciente.

O medicamento homeopático é mais barato porque o processo envolvido na sua descoberta e na sua fabricação é muito simples (BRASIL, sd). A menor necessidade de exames ocorre porque, diferentemente da Alopatia, o médico homeopata não busca a individualidade da doença, mas a individualidade do doente (LUZ, 1996) para a qual muito mais importante é a sua história de vida.

O menor custo do tratamento aliado à forma mais humana como o médico homeopata se relaciona com os pacientes (MINISTÉRIO DA SAUDE, 2003) são justificativas muito importantes para a implementação da Homeopatia no SUS. Todavia, há outras coisas a considerar. Uma delas é que o tratamento homeopático busca curas duradouras e não traz efeitos adversos.

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por não terem obtido êxito com o tratamento alopático. O atendimento com a Homeopatia, no SUS, implica a possibilidade de cura de situações de adoecimento que não seriam curadas pela Alopatia. Além disto, há pessoas que, por convicção, preferem ser tratadas com a Homeopatia e neste caso poder fazê-lo no âmbito do SUS, é uma questão de cidadania, já que a Constituição Federal reza que a saúde é um direito de todos e um dever do estado (FIGUEREDO, 2007).

Após explicitar todas estas vantagens pode parecer estranho que ela não esteja no SUS de forma ampla. O SUS tem experiências bem sucedidas de atendimento com a Homeopatia. Todavia, estas experiências são frutos muito mais do esforço dos homeopatas e da boa vontade de alguns gestores do que de uma política nacional. Quando muda os gestores, muitas vezes há o desmonte dos serviços.

A Homeopatia sempre se ressentiu de uma política de governo e de estado, que viesse a atender à demanda dos usuários, que contasse com o apoio dos gestores e dos profissionais de saúde, homeopatas ou não.

Para a construção desta política, diversas entidades nacionais representativas das práticas integrativas e complementares, em maio de 2003, reuniram-se com o ministro de estado da saúde com a finalidade de discutir a inserção destas práticas no Sistema Único de Saúde (SUS). Na ocasião, o ministro se comprometeu a realizar esforços neste sentido e criou um grupo de trabalho no ministério para estudar esta questão (BRASIL, 2006).

Este grupo se dividiu em subgrupos para estudar cada uma destas áreas e cada subgrupo realizou um rico processo de discussão com as entidades representativas e com as pessoas ligadas aos serviços de saúde e às universidades, com a finalidade de formular um documento que servisse de subsídio à proposta do ministério de criação de uma política nacional para o setor (BRASIL, 2006).

Em 2005, o Ministério da Saúde enviou ao Conselho Nacional de Saúde (CNS) uma proposta de política nacional para as práticas integrativas e complementares no SUS. No âmbito deste conselho, travou-se uma acirrada disputas entre as entidades representativas das diversas profissões da área da saúde, tendo em vista a definição de quem, e em que nível, poderia realizar estas práticas no SUS.

Após longa discussão no CNS, a proposta foi aprovada e, em 03 de maio de 2006, através da Portaria 971, foi oficializada como a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) contemplando a Homeopatia, a Fitoterapia, a Acupuntura e o Termalismo. Outras práticas estão sendo acompanhadas para posterior inserção na PNPIC

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ou o seu conhecimento deturpado, o número menor de pacientes que cada homeopata atende, em função do menor tempo gasto na consulta, etc. (FIGUEREDO, 2007).

O ENSINO DA HOMEOPATIA NO BRASIL

A Portaria 971 estabelece 07 diretrizes para a Homeopatia. Destas, duas estão ligadas diretamente à questão do ensino da Homeopatia nas instituições de ensino superior. São elas: Apoio a projetos de formação e de educação permanente, promovendo a qualidade técnica dos profissionais, consoante com os princípios da Política Nacional de Educação Permanente e promoção da inclusão da racionalidade homeopática nos cursos de graduação e pós-graduação strictu e lato sensu para profissionais da área de saúde.

Apesar do crescente reconhecimento e legitimação da Homeopatia, gerando uma demanda por profissionais com habilitação nesta terapêutica, as universidades têm se mantido fechadas à introdução do seu ensino, na graduação e na pós-graduação lato sensu

e stricto sensu.

A formação de especialistas em Homeopatia ocorre em cursos de especialização das entidades homeopáticas. Sua clientela é formada principalmente por médicos já inseridos no mercado de trabalho, graduados há algum tempo e já com uma especialidade, geralmente obtida em residências médicas.

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d e p o i s d e s u a c o n s o l i d a ç ã o , p o d e m p r o p i c i a r a c r i a ç ã o d e c u r s o s d e m e s t r a d o s e d o u t o r a d o s . A c r i a ç ã o d e c u r s o s d e e s p e c i a l i z a ç ã o n a s u n i v e r s i d a d e s , a l é m d a s v a n t a g e n s a c i m a c o m e n t a d a s , s e r e v e s t e d e u m c a r á t e r d e m a i o r s i g n i f i c a ç ã o n a s r e g i õ e s e c e n t r o s m e n o s d e s e n v o l v i d o s , o n d e a s e n t i d a d e s h o m e o p á t i c a s s ã o m a i s f r á g e i s e m e n o s o r g a n i z a d a s , i n c a p a z e s d e m a n t e r e m c u r s o s d e e s p e c i a l i z a ç ã o .

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d e g r a n d e e x p a n s ã o , d e s u a c r i a ç ã o a t é o i n í c i o d e s t e s é c u l o , q u a n d o e n t r o u e m d e c l í n i o . R e s s u r g i u n a d é c a d a d e 7 0 c o m a f r u s t r a ç ã o d o s s o n h o s e n g e n d r a d o s p o r u m a c o n j u n t u r a q u e p r i o r i z a v a a t e c n o l o g i a e m d e t r i m e n t o d o s s e n t i m e n t o s h u m a n o s e a c o n s t a t a ç ã o d e q u e o s a v a n ç o s n o c a m p o d a b i o m e d i c i n a n ã o f o r a m s u f i c i e n t e s p a r a d a r a o s i n d i v í d u o s u m a v i d a m a i s s a u d á v e l . N o B r a s i l , m a i s d o q u e e m q u a l q u e r o u t r o p a í s , e s t e c r e s c i m e n t o d a H o m e o p a t i a é p e r c e p t í v e l . E l e s e m o s t r a n o n ú m e r o d e h o m e o p a t a s f o r m a d o s , m a i s d e d e z m i l s ó d e m é d i c o s , n o r e c o n h e c i m e n t o o f i c i a l e s o c i a l d e s u a p r á t i c a , n a i n s e r ç ã o n o s s e r v i ç o s p ú b l i c o s d e s a ú d e e , a g o r a , d e f o r m a a i n d a i n c i p i e n t e , n o i n g r e s s o n o m a i s p e r s e g u i d o e r e f r a t á r i o e s p a ç o i n s t i t u c i o n a l q u e s ã o a s u n i v e r s i d a d e s . N e s t a c o n s t r u ç ã o , p a p e l f u n d a m e n t a l e s t á r e s e r v a d o a o e n s i n o n a s u n i v e r s i d a d e s , n a g r a d u a ç ã o e n a p ó s - g r a d u a ç ã o . S e r á a t r a v é s d e l e q u e a H o m e o p a t i a g a n h a r á m a i o r c r e d i b i l i d a d e n a m e d i d a e m q u e c o n s e g u i r f o r m a r p r o f i s s i o n a i s q u e , c o m o d o m í n i o d e s u a t e o r i a e s u a t é c n i c a , s e j a m c a p a z e s d e e x e r c ê - l a c o r r e t a m e n t e , s e m d e s v i o s d e s e u s p r e s s u p o s t o s , c o m r e s u l t a d o s q u e s a t i s f a ç a m a q u e l e s q u e p r o c u r a m n a H o m e o p a t i a u m a t e r a p ê u t i c a m a i s e f i c a z , m e n o s a g r e s s i v a , m a i s a b r a n g e n t e e m a i s h u m a n a . U m b o m e n s i n o d e v e e s t a r u m b i l i c a l m e n t e l i g a d o à p e s q u i s a , p o s s i b i l i t a n d o a c o n s t r u ç ã o d e n o v o s c o n h e c i m e n t o s . N e s t e m o m e n t o , e m q u e a r e n o v a ç ã o d o s c o n h e c i m e n t o s s e d á n u m r i t m o f r e n é t i c o , o s h o m e o p a t a s t ê m q u e s e d e b r u ç a r s o b r e a t a r e f a d e c o n s t r u i r n o v o s c o n h e c i m e n t o s d e f o r m a c r í t i c a e m r e l a ç ã o à d o u t r i n a h o m e o p á t i c a ( B E S S A , 1 9 9 0 ) e e s t a r e m a b e r t o s a o q u e s e f a z e m o u t r a s á r e a s d o c o n h e c i m e n t o . REFERÊNCIAS

BESSA, M.A Hahnemann ao Encontro do Modelo Científico de sua Época. Revista de Homeopatia. São Paulo: APH. V. 55, n. 1, 1990.

BRASIL. Farmacopéia Homeopática Brasileira, Parte I, Métodos Gerais. Atheneu: São Paulo, sd.

_______ Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 03 de maio de 2006.

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DEMARQUE, D. Semiologia Homeopática. Buenso Aires: Merecel, 1978.

FIGUEREDO, C. A. Fundamentos de Homeopatia. João Pessoa: NEPHF, 2007.

KOSSAK-ROMANACH, A. Homeopatia em 1000 Conceitos. Elcid: São Paulo, 1984.

LUZ, J. L. A Arte de Curar Versus a Ciência da Doença - História Social da Homeopatia. Dynamis: São Paulo, 1996.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. O Papel da Medicina Natural e Práticas Complementares de Saúde na Consolidação dos Princípios e Diretrizes da Reforma Sanitária. Ministério da Saúde: Brasília, 2003.

NASSIF, M. R. G. Compêndio de Homeopatia. Robe: São Paulo, 1994.

NOVAES, R. L. O tempo e a ordem sobre a Homeopatia. São Paulo: Cortez, 1989.

Referências

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