• Nenhum resultado encontrado

Revista Diálogos & Ciência ISSN Artigo

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Revista Diálogos & Ciência ISSN Artigo"

Copied!
15
0
0

Texto

(1)

Revista Diálogos & Ciência

http://periodicos.ftc.br/index.php/dialogos ISSN 1678-0493 Artigo

Revista Diálogos & Ciência (D&C), v. 2, n. 40 (17), p.14-28. , 2017. ©IMES

CONHECIMENTO E PREVALÊNCIA DO CONSUMO DE PRODUTOS DIET E LIGHT POR DIABÉTICOS TIPO 1 ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO PEDIÁTRICO DO CENTRO DE

DIABETES E ENDOCRINOLOGIA DO ESTADO DA BAHIA

Rafaella C. S. Cruz1*, Emerson dos S. de Oliveira2, Marta Mirella M. de B. Jacinto2, & Natanael M.T

Jesus1

1Docente da Faculdade de Tecnologia e Ciências, Salvador, Bahia. 2Graduando em Nutrição pela Faculdade de Tecnologia e Ciências, Salvador-Bahia

*E-mail: rafacajaiba@gmail.com

Abstract. This study assessed the knowledge and prevalence of diet and light products for type 1 diabetics treated at the pediatric outpatient clinic of the Center for Diabetes and Endocrinology of Bahia. By applying a structured questionnaire, data from 70 diabetic volunteers were collected between August and October 2014. The results indicated that about 30.00% of the respondents make use only of products of type diet, 14.29% use only light type products while 55.71% use both types simultaneously. 94.29% believe that these products help to live better with diabetes. 60.00% could not identify the difference between diet and ligth products. 52.85% think the level of knowledge on the subject still insufficient and 30.00% did not usually perform the reading of the labels of the products consumed. It was found that the use of herbal products is frequent in the population studied, and it was also possible to identify that 100.00% of respondents now use these products only after the diagnosis of the disease. Among the other products mentioned, the refrigerant has the highest prevalence, followed by cereal bars, chocolate bars, chocolate milk, ice cream, yogurt, jelly, biscuit and margarine, respectively. It was evident that inadequate consumption can be harmful to the health of diabetics and it is necessary to offer further clarification regarding the appropriate use of these dietary products by healthcare professionals, as well as inclusion of more comprehensive and comprehensible nutritional information on the labels of these products.

Keywords: Diabetes; Consumption, Diet.

Resumo. O presente trabalho avaliou o conhecimento e prevalência do consumo de produtos diet e light por diabéticos tipo 1 atendidos no ambulatório pediátrico do Centro de Diabetes e Endocrinologia do estado da Bahia (CEDEBA). Através da aplicação de um questionário estruturado, os dados de 70 voluntários diabéticos foram coletados entre agosto e outubro de 2014. Os resultados indicaram que cerca de 30,00% dos entrevistados fazem uso apenas de produtos do tipo diet, 14,29% usam apenas produtos do tipo light enquanto 55,71% usam concomitantemente os dois tipos. 94,29% acreditam que esses produtos ajudam a conviver melhor com a diabetes. 60,00% não sabiam identificar a diferença entre produtos diet e

light. 52,85% consideram o nível de conhecimento sobre o assunto ainda insuficiente e 30,00% não

costumavam realizar a leitura dos rótulos dos produtos consumidos. Verificou-se que o uso de produtos dietéticos é frequente na população estudada e, também, foi possível identificar que 100,00% dos entrevistados passaram a utilizar esses produtos somente após o diagnóstico da doença. Dentre os produtos citados, o refrigerante tem maior prevalência, seguido por barras de cereais, chocolates em barra, achocolatados, iogurtes, sorvetes, gelatina, biscoito e margarina, respectivamente. Evidenciou-se que o consumo inadequado pode ser prejudicial para a saúde dos indivíduos diabéticos e que é necessário ofertar maiores esclarecimentos quanto ao uso adequado desses produtos dietéticos pelos profissionais de saúde, além da inclusão de informações nutricionais mais completas e compreensíveis nos rótulos destes. Palavras-chave: Paralisia Cerebral, Cuidadores, Conhecimento.

(2)

Revista Diálogos & Ciência

http://periodicos.ftc.br/index.php/dialogos ISSN 1678-0493 Artigo

Revista Diálogos & Ciência (D&C), v. 2, n. 40 (17), p.14-28. , 2017. ©IMES

1 INTRODUÇÃO

Diabetes mellitus é o nome dado a uma doença crônica de tratamento longo para a qual

ainda não se descobriu a cura, apesar dos grandes avanços da ciência. Essa patologia se caracteriza por um distúrbio do pâncreas na produção de insulina que pode ser parcial ou total, dependendo do tipo de diabetes. Se não for adequadamente controlada e tratada, é uma doença que pode levar a muitas alterações do metabolismo e consequentes complicações no futuro, por isso exige tanto cuidado em seu diagnóstico, além de tratamento rigoroso. No momento, é possível considerá-la, por exemplo, como a endocrinopatia mais comum entre crianças e adolescentes que vivem nos países desenvolvidos e naqueles que estão em desenvolvimento (NEGRATO, 2001).

As duas formas mais comuns de manifestação da diabetes são conhecidas como tipo 1 (DM1) e tipo 2 (DM2). A diabetes tipo 1 afeta cerca de um em cada dez diabéticos, e tende a ser diagnóstica antes dos 40 anos, e mais comumente entre 10 e 15 anos. No diabetes tipo 1 há uma ausência da produção de insulina. Isso ocorre quando a maioria, senão todas, as células betaprodutoras de insulina do pâncreas foram destruídas. A destruição se dá quando o sistema imunológico trata as células betas como invasoras, e as ataca. Dessa forma, a diabetes tipo 1 é classificado como uma “doença autoimune” (BREWER, 2009).

A existência de doenças como a Diabetes mellitus e hipertensão arterial as quais são consideradas Doenças Crônicas Não Transmissíveis - DCNT e, doenças que com frequência levam à invalidez parcial ou total do indivíduo, com graves repercussões para o paciente, sua família e a sociedade, despertaram o investimento da indústria alimentícia em pesquisas que resultaram na criação de vários produtos com características especiais, como é o caso dos alimentos diet e light (HALL e FILHO, 2006).

O uso de adoçantes e alimentos dietéticos é importante para as pessoas com DM, apesar de serem dispensáveis na alimentação (OLIVEIRA, 2009). Este setor cresceu nos últimos anos e, no Brasil, são escassas as informações sobre a prevalência de utilização desses produtos pela população em geral, especialmente entre os diabéticos. Atualmente, sabe-se apenas que existe um forte crescimento desses produtos no mercado brasileiro (ABIAD, 2005). Pessoas com DM que restringem o consumo do açúcar branco (sacarose) normalmente fazem uso de adoçantes e produtos dietéticos, que têm um papel significativo no convívio social e no aspecto psicológico destes indivíduos e proporcionam a palatabilidade e o prazer do sabor doce (CASTRO, 2005).

É importante destacar que o uso consciente e adequado desses produtos pode facilitar a adesão ao tratamento da Diabetes Mellitus e consequentemente melhorar a qualidade de vida destes pacientes, porém é importante observar o objetivo a que se propõem, tanto um produto

(3)

Revista Diálogos & Ciência

http://periodicos.ftc.br/index.php/dialogos ISSN 1678-0493 Artigo

Revista Diálogos & Ciência (D&C), v. 2, n. 40 (17), p.14-28. , 2017. ©IMES

com designação diet quanto um produto com designação light, especialmente quando se tem diabetes.

Segundo Ministério da Saúde, os produtos diet são definidos como: Alimentos para Fins Especiais, especialmente formulados e/ou produzidos de forma que sua composição atenda às necessidades dietoterápicas específicas de pessoas com exigências físicas, metabólicas, fisiológicas e/ou patológicas particulares. Embora os alimentos diet possam ter a isenção de qualquer nutriente, o mais comum são os diet sem açúcares (BRASIL, 1998a).

Para os alimentos destinados a dietas de ingestão controlada de açúcares, também recomendado às pessoas com distúrbios do metabolismo de açúcares, não devem ser adicionados de açúcares, porém, é permitida caso o nutriente seja naturalmente existente da matéria-prima (BRASIL, 1998a).

É importante lembrar que esses alimentos com alegação diet para açúcares poderá ter um alto teor de gorduras e calorias, como os chocolates diet que geralmente são isentos de açúcares, mas rico em gorduras contendo muito mais calorias do que os tradicionais. Com a substituição do açúcar por adoçantes, no momento de sua fabricação, a textura do alimento se modifica. Para conseguir a textura habitual, os fabricantes acabam adicionando mais gordura, o que faz com que o total de calorias do chocolate diet fique semelhante ou até maior do que o chocolate tradicional, inadequado para pessoas que estão dispostas a fazer dietas (FREITAS, 2005).

Os produtos light são definidos como aqueles que, em relação ao produto convencional, apresentam uma redução mínima de 25% de determinado ingrediente ou do VET (Valor Energético Total) (BRASIL, 1998b).

Os alimentos light são os produtos mais indicados para dietas de emagrecimento ou de manutenção do peso. Nestes casos devem ser consumidos com bom senso, avaliando-se principalmente o valor calórico, pois mesmo os alimentos light quando consumidos de forma exagerada podem contribuir para o ganho de peso (ARAÚJO; ARAÚJO, 2001).

Os alimentos diet e light, muito antes de serem considerados alimentos para doença, são alimentos para saúde e se posicionam como uma possível solução para muitas necessidades. Dessa forma, a demanda por esses produtos têm crescido muito e tende a crescer ainda mais. Nos últimos dez anos, o mercado de produtos diet e light subiu 870%, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos Dietéticos e para Fins Especiais (ABIAD). Só em 2004, o crescimento foi de cerca de 25% (DOMENICH, 2005).

Em virtude de a literatura científica oferecer informações escassas sobre esse assunto, os poucos trabalhos revisados sobre esse tema delatam que a maioria dos diabéticos que

(4)

Revista Diálogos & Ciência

http://periodicos.ftc.br/index.php/dialogos ISSN 1678-0493 Artigo

Revista Diálogos & Ciência (D&C), v. 2, n. 40 (17), p.14-28. , 2017. ©IMES

utilizam produtos diet e/ou light não recebeu recomendação de um profissional da saúde para utilizá-los. Além disso, a grande maioria das pessoas com diabetes não sabem diferenciar os produtos light dos diet e, ainda, em algum momento, acreditam que são sinônimos. Quanto à prevalência de consumo desses produtos, acredita-se ser elevada.

Nesse sentido, o presente estudo teve o objetivo de avaliar o conhecimento de adolescentes diabéticos acerca das distinções bem como a prevalência de consumo de produtos

diet e light que, por sua vez, ainda que esporadicamente, quando consumidos erroneamente

exercem influência no controle dos níveis glicêmicos, podendo inclusive provocar quadros de hiperglicemia e suscitar precocemente complicações decorrentes de um mau controle da doença. Ademais, procurou-se averiguar os produtos diet e/ou light mais utilizados; a frequência de utilização; a gênese de obtenção de informações para uso desses produtos; há quanto tempo esses pacientes utilizam esses produtos; e se os pacientes leem o rótulo nutricional dos produtos que consomem.

2 MATERIAL & MÉTODOS

Trata-se de um estudo do tipo transversal, com amostra por conveniência, contemplando 70 pacientes com diagnóstico de diabetes tipo 1, acompanhadas nos ambulatórios de Nutrição e Endocrinologia Pediátrica do Centro de Diabetes e Endocrinologia do Estado da Bahia (CEDEBA), no período de agosto a outubro de 2014. Foram incluídos pacientes de ambos os sexos, acompanhados regularmente no referido hospital. Para a seleção da população participante do estudo foram aplicados os seguintes critérios de inclusão: a) adolescentes entre 10 e 19 anos; b) tempo de diagnóstico de Diabetes mellitus superior a um ano. Exigiu-se ainda a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para todos aqueles que concordaram em participar da pesquisa depois da apresentação dos objetivos. Foram excluídos da população de estudo gestantes e lactentes, pacientes com comorbidades associadas ao diabetes (retinopatia e nefropatia), pacientes com incapacidades mentais que impossibilitassem de responder o questionário, pacientes que não completaram todas as perguntas do questionário proposto, pacientes que logo após a apresentação dos objetivos da pesquisa relataram não ter interesse em participar, e não assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido pelo paciente e pelo responsável no acompanhamento da consulta.

Elaborou-se um questionário estruturado para obtenção das características socioeconômica dos participantes. As variáveis analisadas foram: sexo; idade; perfil socioeconômico; nível de escolaridade e perguntas relacionadas ao consumo e conhecimento

(5)

Revista Diálogos & Ciência

http://periodicos.ftc.br/index.php/dialogos ISSN 1678-0493 Artigo

Revista Diálogos & Ciência (D&C), v. 2, n. 40 (17), p.14-28. , 2017. ©IMES

dos produtos diet e light (hábito de leitura dos rótulos, frequência de uso, profissional citado na orientação, etc).

Os dados coletados foram tabulados e processados no programa Excel. Foi utilizada ainda a estatística descritiva. As características da população de estudo foram descritas tanto pela frequência absoluta (n) quanto pela frequência relativa (%).

Este estudo foi enviado ao Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) e aprovado sob (nº 753.053). Os pacientes tiveram a oportunidade de fazer perguntas e levantar dúvidas referentes à pesquisa e foram informados que a participação seria voluntária, e que a recusa não causaria nenhuma penalidade ou perda. Neste trabalho está protegida a privacidade dos participantes envolvidos conforme a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) - Ministério da Saúde – Brasília – DF.

3 RESULTADOS

Dos 70 (100,00%) pacientes entrevistados, observa-se uma prevalência do sexo feminino 41 (58,57%) contra 29 (41,43%) do sexo masculino. Quanto à idade, registraram-se valores entre os 10 anos e os 19 anos e uma média de 15,07 ± 2,528 anos (média ± desvio padrão). A maioria dos entrevistados estão cursando ainda o ensino fundamental 33 (47,14%). Com relação à renda, pôde-se observar que houve uma maior frequência 49 (70,00%) dos entrevistados com renda familiar entre dois até três salários mínimos (Tabela 1).

Quando inquiridos acerca do tipo de produto consumido 21 (30,00%) afirmaram consumir somente produtos do tipo diet, 10 (14,29%) consomem somente produtos do tipo light e 39 (55,71%) consomem simultaneamente os dois tipos diet e light, acreditando, amiúde, trata-se de sinônimos (Figura 1).

Quanto ao tempo de consumo dos produtos diet e light, observa-se, pela figura 2, que dos 70 entrevistados no estudo, 60 (85,71%) mencionaram consumir tais produtos há mais de um ano, com uma média de consumo de ± 6,01 anos. Notou-se que o uso desses produtos iniciou-se imediatamente após a descoberta da doença, o que é comum, uma vez que a procura por produtos que se destinem a grupos com necessidades específicas, como a diabetes, por exemplo, acontece logo após o diagnóstico.

A importância desses produtos no tratamento da diabetes esteve em evidência (Figura 3). Dos 70 entrevistados, 66 (94,29%) acreditam que esses produtos ajudam a conviver melhor com a diabetes enquanto 04 (5,71%) acreditam que esses produtos são indispensáveis para o tratamento, levando-nos a inferir assim a importância que esses produtos têm no manejo da

(6)

Revista Diálogos & Ciência

http://periodicos.ftc.br/index.php/dialogos ISSN 1678-0493 Artigo

Revista Diálogos & Ciência (D&C), v. 2, n. 40 (17), p.14-28. , 2017. ©IMES

doença, na medida em que possibilita melhor qualidade de vida já que a alimentação não é apenas um fenômeno biológico, mas também sofre influência de aspectos emocionais, sociais e culturais.

Quanto ao conhecimento acerca dos produtos diet e light, foi observado que 42 (60,00%) dos entrevistados não sabem diferenciar um produto diet de um produto light, e apenas 28 (40,00%) dos entrevistados disseram saber a distinção entre eles. Com resposta espontânea 16 (57,14%) entrevistados citaram que o produto diet possui isenção de um ou mais ingredientes na sua composição (geralmente açúcar), e a resposta errônea aduzida foi de que o produto light é indicado para diabéticos 12 (42,86%). Observa-se, portanto, que existe uma confusão sobre o assunto, como mostram as respostas fornecidas pelos 28 entrevistados que alegaram saber a real diferença entre esses produtos (Tabela 2). Dessa forma, podemos afirmar talvez que a rotulagem nutricional não conseguiu cumprir seu objetivo, que segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos Dietéticos e para Fins Especiais seria o de favorecer a escolha e o consumo adequado dos produtos alimentícios. Uma sugestão, nesse sentido, seria que as empresas fabricantes desses produtos modificassem seus rótulos e desse um leiaute capaz de tornar a linguagem mais simplificada, de forma a evitar o desenvolvimento de conceitos errôneos e um consumo inadequado de tais produtos, sobretudo pela a população diabética infanto-juvenil.

Entre os entrevistados, no geral, a maioria tem o costume de fazer a leitura dos rótulos dos produtos 49 (70,00%), e entre as informações mais procuradas predominou a quantidade de carboidratos 21 (42,86%), o prazo de validade 18 (36,74%), a quantidade de fibras 05 (10,20%), a presença de glúten 04 (8,16%) e, por fim, a quantidade de sódio 01 (2,04%) (Tabela 3). 21 (30,00%) dos entrevistados não têm hábito de realizar a leitura dos rótulos, e os motivos para essa falta de leitura são distintos, mas preponderou a falta de entendimento sobre as nomenclaturas dos rótulos 16 (76,19%) e a falta de interesse 4 (19,05%).

Entre os produtos mais consumidos, desponta o refrigerante, citado por 21 (30,00%) dos entrevistados. A barra de cereal é o segundo mais consumido 11 (15,71%), seguido pelo chocolate em barras 09 (12,86%), o achocolatado 08 (11,42%), o Iogurte 06 (8,57%), o Sorvete 05 (7,14%), a Gelatina 03 (4,29%), Biscoitos 03 (4,29%), Margarina 02 (2,86%) e na opção “outros” 02 (2,86%) os produtos citados foram: pipoca e goiabada (Figura 4). Com relação à frequência de utilização, o consumo acontece esporadicamente para 19 (27,15%), 01 vez por semana para 08 (11,43%), 02 vezes por semana para 11 (15,71%), 03 vezes por semana para 13 (18,57%) e mais que três vezes por semana para 19 (27,15%).

(7)

Revista Diálogos & Ciência

http://periodicos.ftc.br/index.php/dialogos ISSN 1678-0493 Artigo

Revista Diálogos & Ciência (D&C), v. 2, n. 40 (17), p.14-28. , 2017. ©IMES

Ao serem inquiridos onde obtiveram informações sobre esses produtos (Figura 5), o profissional de nutrição é o mais citado 26 (37,14%), seguido pelo médico 14 (20,00%), amigos e familiares representam 12 (17,14%), buscas na internet 09 (12,86%), procura nas gôndolas dos supermercados 06 (8,57%), e anúncios de revista 03 (4,29%).

Quando questionados acerca do nível de conhecimento sobre o assunto, 37 (52,85%) delataram ainda ter conhecimento “insuficiente” sobre o assunto, 24 (34,29%) admitiram conhecimento “pouco suficiente”, e apenas 09 (12,86%) responderam ter conhecimento “suficiente” em relação ao assunto (Figura 6).

4 DISCUSSÃO

Quando não tratada de maneira adequada a diabetes pode suscitar complicações gravíssimas. Sabe-se que pacientes com o devido conhecimento sobre a doença e um plano alimentar adequado, o que inclui os produtos dietéticos, teoricamente adotam comportamentos e escolhas que diminuem episódios de hiperglicemia e retardam suas complicações a longo prazo, enquanto que diabéticos que não possuem conhecimento, executam comportamentos e escolhas prejudiciais ao controle da diabetes, estando diretamente correlacionado a um pior controle da glicose sanguínea.

Neste estudo, verificou-se que a maioria dos entrevistados possuíam um nível de conhecimento “insuficiente” sobre os produtos dietéticos do tipo diet e light. Observou-se também indubitável equívoco quanto ao real significado dos termos entre os entrevistados, uma vez que a maioria dos que responderam ao questionamento não os conceituou da forma apropriada, o que pode contribuir para agravar o quadro da doença já que existe consumo majoritariamente inadequado desses produtos. É imperioso destacar, porém, que o baixo perfil escolar dos entrevistados pode ter uma relação com essa realidade. Embora o diagnóstico da diabetes tenha sido o precursor para início do uso desses produtos, verifica-se no uso inadequado entre os entrevistados que esses produtos acabam não cumprindo o objetivo a que se propõem.

Não obstante tenha sido alto o número de consumidores que afirmaram ter o hábito de ler os rótulos nutricionais dos alimentos que consomem, é ainda grande, entre os entrevistados, o percentual que admitem ter dificuldade em interpretar as informações destes rótulos.

Segundo estudos de Vieira e Cornélio (2004) é importante que o consumidor entenda a diferença entre esses produtos para que possa adquirir de acordo com as suas necessidades.

(8)

Revista Diálogos & Ciência

http://periodicos.ftc.br/index.php/dialogos ISSN 1678-0493 Artigo

Revista Diálogos & Ciência (D&C), v. 2, n. 40 (17), p.14-28. , 2017. ©IMES

Para Abiad (2005) os rótulos são a maior fonte de informação quanto à composição, qualidade e características dos alimentos e auxiliam para uma escolha certa e adequada na hora da compra.

Foi observado também que a falta de leitura nos rótulo pode ser um grande problema e que vários fatores se relacionam com a falta de interesse pela leitura, entre eles prevaleceu o não entendimento das informações ali contidas, o que também pode ser parcialmente explicado devido à baixa escolaridade dos entrevistados, o que, por sua vez, dificulta a observância para a contagem de carboidratos e, portanto, o controle dos níveis glicêmicos estabelecidos através do plano alimentar prescrito pela nutrição. O desinteresse e a incompreensão foram acentuados entre entrevistados em relação às informações dos rótulos nutricionais, o que amiúde, são fatores que podem, por exemplo, contribuir para prejuízos à saúde visto que informações não claras e de difícil compreensão nos rótulos nutricionais podem direcionar esse grupo de pacientes à escolha errônea.

Câmara et al. (2008) revela que 100% dos rótulos dos produtos diet e light não estão em conformidade com o que preconizam as normas sanitárias vigentes. A inadequação mais frequente foi a informação nutricional incompleta e ilegível, faltando dados na tabela nutricional. Outro dado igualmente comum foi que, a maioria dos rótulos utilizava letras muito pequenas, quase ilegíveis, além da ausência de justificativa para o uso dos termos diet e light.

Observou-se ainda nesta pesquisa que o profissional de nutrição foi o mais citado entre os entrevistados quando foram inquiridos acerca da gênese de informações para utilização desses produtos. É exigência da ANVISA que todo produto diet contenha no rótulo a frase "Consumir preferencialmente sob orientação de nutricionista ou médico".

É inequívoco afirmar que o nutricionista na equipe de atendimento do centro de referência objeto desta pesquisa, cujo escopo é o de auxiliar o paciente junto com toda equipe multiprofissional no manejo da diabetes e na prevenção dos agravos denota-se imprescindível, tanto na formação de uma maior conscientização dos pacientes infanto-juvenil com DM quanto na promoção de hábitos alimentares saudáveis.

É sabido que pacientes com o devido conhecimento sobre a diabetes e com obediência a um plano alimentar adequado com a contagem de carboidratos, onde também pode estar incluído os produtos dietéticos, teoricamente adotam comportamentos e escolhas que diminuem episódios de hiperglicemia e retardam suas complicações a longo prazo, enquanto que diabéticos que não possuem tal conhecimento, executam comportamentos e escolhas prejudiciais ao controle da doença, estando diretamente correlacionado a um pior controle glicêmico.

(9)

Revista Diálogos & Ciência

http://periodicos.ftc.br/index.php/dialogos ISSN 1678-0493 Artigo

Revista Diálogos & Ciência (D&C), v. 2, n. 40 (17), p.14-28. , 2017. ©IMES

É importante destacar que o interesse dos entrevistados em saber a quantidade de carboidratos dos produtos que irão consumir se dá pela necessidade de controlar a taxa glicêmica e, para isso, a terapia de contagem de carboidratos tem se revelado eficaz, especialmente no DM1. Depreende-se também que além das informações nutricionais, os entrevistados buscam obter no rótulo informação relacionada à segurança do alimento como, por exemplo, a validade do produto.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Mesmo que a literatura seja abundante no tratamento da diabetes mellitus, estudos populacionais sobre o consumo de produtos dietéticos entre diabéticos, especialmente na adolescência, são relativamente escassos na literatura científica, dificultando a comparação de resultados. No entanto, este estudo pode sugerir a implementação de mais ações de educação nutricional que visem orientar os pacientes com diabetes em relação ao consumo e escolha adequada dos produtos dietéticos, especialmente os produtos do tipo diet e light. O objetivo dessas ações é, a priori e a posteriori, possibilitar que pacientes com DM selecionem produtos que possam atender as suas necessidades, sem equívocos ou prejuízos para a manutenção da sua saúde, preterindo as complicações da doença e melhorando a sua qualidade de vida.

REFERÊNCIAS

ABIAD. Associação Brasileira da Indústria de Alimentos Dietéticos e Para Fins Especiais e

Congênese. Diet, Light e Alternativos, Ago. 2005. Disponível

em:<http://www.abiad.org.br/pdf/diet_light_alternativos.pdf.> Acesso em: 29 set 2013.

ARAÚJO, A. C. M. F.; ARAÚJO, W. M. C. Adequação à legislação Vigente da Rotulagem de Produtos Lácteos Enriquecidos com Cálcio e Ferro. Higiene Alimentar, São Paulo. v. 15, n. 88, p. 34-49, 2001.

BRASIL, Ministério da Saúde. Aprova o Regulamento Técnico referente à Alimentos para Fins Especiais. Portaria n.º 29, 13 de Janeiro de 1998. Diário Oficial da União (DOU), Brasília, 1998a.

BRASIL, Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria n.º 27, 13 de Janeiro de 1998. Aprova o Regulamento Técnico referente à Informação Nutricional Complementar. Diário Oficial da União (DOU), Brasília, 1998b.

BREWER, Sarah. Como conviver com o Diabetes. São Paulo: Publicafolha, 2009.

(10)

Revista Diálogos & Ciência

http://periodicos.ftc.br/index.php/dialogos ISSN 1678-0493 Artigo

Revista Diálogos & Ciência (D&C), v. 2, n. 40 (17), p.14-28. , 2017. ©IMES

CÂMARA, M. C. C.; MARINHO, C. L. C.; GUILIAM, M. C. R. Análise crítica da rotulagem de alimentos diet e light no Brasil. Cad. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 16, n. 1, p. 35 – 52, 2008.

CASTRO, A.G.P. Afinal, o que é diet e light? São Paulo: Paulus, 2005.

DOMENICH, M. Diet e light engordam faturamento. SEBRAE/SC - Oportunidade de Negócios. Disponível em: <http://www.sebrae-sc.com.br>. Acesso em: 05 mai 2014.

FREITAS, M. DE L. Maria. Alimentos com Alegação Diet e Light: definições, legislação e implicações para o consumo. São Paulo: Atheneu, 2005.

HALL, R. J; FILHO, DE O. L. Dario. Perfil do Consumidor de Produtos Diet e Light no Brasil. XIII SIMPEP – Simpósio de Engenharia de Produção, Bauru – SP. Nov 2006, p. 1-10.

NEGRATO, C. A. Diabetes: educação em saúde. São Paulo: EDUSC, 2001.

OLIVEIRA, P. B. Consumo de adoçantes e produtos dietéticos por indivíduos com diabetes mellitus tipo 2, atendidos pelo Sistema Único de Saúde em Ribeirão Preto SP. 2009. 84 f. Dissertação (Mestrado em Saúde na Comunidade). Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP.

TEIXEIRA NETO, F. Nutrição clínica. Rio de Janeiro: Guanabara, 2003.

VIEIRA, A. C; CORNÉLIO, A. R. Produtos light e diet: o direito a informação ao consumidor.

2004. Acesso em: 25/08/2013. Disponível em:

http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=6066&p=1

(11)

Revista Diálogos & Ciência

http://periodicos.ftc.br/index.php/dialogos ISSN 1678-0493 Artigo

Revista Diálogos & Ciência (D&C), v. 2, n. 40 (17), p.14-28. , 2017. ©IMES

FIGURAS

Figura 1. Consumo dos produtos diet e/ou light pelos entrevistados (n=70) nos ambulatórios de Nutrição e Endocrinologia Pediátrica do Centro de Diabetes e Endocrinologia do Estado da Bahia (CEDEBA), no período de agosto a outubro de 2014

Figura 2. Tempo de uso dos produtos diet e/ou light pelos entrevistados (n=70) nos ambulatórios de Nutrição e Endocrinologia Pediátrica do Centro de Diabetes e Endocrinologia do Estado da Bahia (CEDEBA), no período de agosto a outubro de 2014

30% (21) 14,29% (10) 55,71% (39) 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% Light Diet Diet e Light

Consumo pelos entrevistados

1,43% (01) 4,29% (03) 8,57% (06) 85,71% (60) 0% 20% 40% 60% 80% 100% 1 Mês ou menos 6 meses a 1 ano 2 a 6 meses > 1 ano Tempo de uso 24

(12)

Revista Diálogos & Ciência

http://periodicos.ftc.br/index.php/dialogos ISSN 1678-0493 Artigo

Revista Diálogos & Ciência (D&C), v. 2, n. 40 (17), p.14-28. , 2017. ©IMES

Figura 3. Consideração dos produtos pelos entrevistados (n=70) nos ambulatórios de Nutrição e Endocrinologia Pediátrica do Centro de Diabetes e Endocrinologia do Estado da Bahia (CEDEBA), no período de agosto a outubro de 2014

Figura 4. Produtos comumente utilizados pelos entrevistados (n=70) nos ambulatórios de Nutrição e Endocrinologia Pediátrica do Centro de Diabetes e Endocrinologia do Estado da Bahia (CEDEBA), no período de agosto a outubro de 2014

Indispensável 5,71% (04)

Ajuda a conv iver 94,29% (66)

Considerações dos produtos no tratamento

30,0% (21) 15,71% (11) 12,86% (09) 11,42% (08) 8,57% (06) 7,14% (05) 4,29% (03) 2,86% (02) 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%

Produtos comumente utilizados

(13)

Revista Diálogos & Ciência

http://periodicos.ftc.br/index.php/dialogos ISSN 1678-0493 Artigo

Revista Diálogos & Ciência (D&C), v. 2, n. 40 (17), p.14-28. , 2017. ©IMES

Figura 5. Resposta de onde obteve informações para consumo, dada pelos entrevistados (n=70) nos ambulatórios de Nutrição e Endocrinologia Pediátrica do Centro de Diabetes e Endocrinologia do Estado da Bahia (CEDEBA), no período de agosto a outubro de 2014

Figura 6. Consideração acerca do nível de conhecimento sobre os alimentos diet e light (n=70) entre os entrevistados (n=70) nos ambulatórios de Nutrição e Endocrinologia Pediátrica do Centro de Diabetes e Endocrinologia do Estado da Bahia (CEDEBA), no período de agosto a outubro de 2014

4,29% (03) 8,57% (06) 12,86% (09) 17,14% (12) 20,00% (14) 37,14% (26) 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% Anúncios de Revista Gôndolas de supermercado Internet Amigos e Familiares Médico Nutricionista

Obtenção de informações para consumo

Suf iciente 12,86% (09) Pouco Suf iciente 34,29% (24) Insuf iciente 52,85% (37) Nível de Conhecimento 26

(14)

Revista Diálogos & Ciência

http://periodicos.ftc.br/index.php/dialogos ISSN 1678-0493 Artigo

Revista Diálogos & Ciência (D&C), v. 2, n. 40 (17), p.14-28. , 2017. ©IMES

TABELAS

Tabela 1. Caracterização dos entrevistados segundo sexo, idade, instrução e renda familiar (n=70) nos ambulatórios de Nutrição e Endocrinologia Pediátrica do Centro de Diabetes e Endocrinologia do Estado da Bahia (CEDEBA), no período de agosto a outubro de 2014

Características Frequência absoluta (n) Frequência relativa (%)

Sexo Feminino 41 58,57% Masculino 29 41,43% Idade 10-12 anos 14 20,00% 13-15 anos 31 44,29% 16-17 anos 12 17,14% 18-19 anos 13 18,57% Grau de Instrução

Ens. Fund. Incomp 33 47,14%

Ens. Médio Incomp 25 35,72%

Ens. Médio Completo 05 7,14%

Superior Incompleto 03 4,29% Nenhuma Formação 04 5,71% Renda Familiar 1 S.M. 18 25,71% 2 a 3 S.M. 49 70,00% 4 a 5 S.M. 03 4,29% 27

(15)

Revista Diálogos & Ciência

http://periodicos.ftc.br/index.php/dialogos ISSN 1678-0493 Artigo

Revista Diálogos & Ciência (D&C), v. 2, n. 40 (17), p.14-28. , 2017. ©IMES

Tabela 2. Diferenças quanto ao diet e light (n=70) entre os entrevistados nos ambulatórios de Nutrição e Endocrinologia Pediátrica do Centro de Diabetes e Endocrinologia do Estado da Bahia (CEDEBA), no período de agosto a outubro de 2014

Sabe a diferença? Frequência Absoluta (n)

Frequência Relativa (%)

Não 42 60,00%

Sim 28 40,00%

Conceito Frequência absoluta

(n=28)

Frequência relativa (%)

Certo 16 57,14%

Errado 12 42,86%

Tabela 3. Quanto ao hábito de leitura da composição dos alimentos (n=70) entre os entrevistados nos ambulatórios de Nutrição e Endocrinologia Pediátrica do Centro de Diabetes e Endocrinologia do Estado da Bahia (CEDEBA), no período de agosto a outubro de 2014

Hábito de leitura Frequência absoluta (n) Frequência relativa (%)

Sim (n=49) = 70,00% Quantidade de CHO 21 42,86% Prazo de validade 18 36,74% Fibras 05 10,20% Glúten 04 8,16% Sódio 01 2,04% Não (n=21) = 30,00% Não sabe 01 4,76% Não Entende 16 76,19% Não se importa 04 19,05% 28

Referências

Documentos relacionados

NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família)  Os NASF fazem parte da atenção básica, mas não se constituem como serviços com unidades físicas independentes ou especiais, e não

Na composição florística do banco de sementes do solo ao longo das duas avaliações realizadas durante a estação seca e chuvosa os indivíduos arbóreo-arbustivos

Sem desconsiderar as dificuldades próprias do nosso alunado – muitas vezes geradas sim por um sistema de ensino ainda deficitário – e a necessidade de trabalho com aspectos textuais

(tanto um sinal aleatório como um regular têm excesso de entropia nulo). É uma melhor medida do que vulgarmente se

A Lei 9.656/1998 define Operadora de Plano de Assistência à Saúde como sendo a pessoa jurídica constituída sob a modalidade de sociedade civil ou comercial, cooperativa,

No momento em que Beauvoir escreve O segundo sexo , meados do século XX no contexto europeu do pós-guerra, o campo intelectual francês tinha a filosofia como

Os motins na América Portuguesa tanto quanto na Espanhola derivam do colapso das formas acomodativas - como será melhor explicado à frente -, ou melhor dizendo, do rompimento

Os dados da observação poderiam ou não se adequar a um esquema conhecido do universo, mas a coisa mais importante, na opinião de Galileu, era aceitar os dados e construir a