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LABORATÓRIO DE ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO (SIN-200)

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LABORATÓRIO DE ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO (SIN-200)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ Setor de Ciências Sociais Aplicadas DECIGI/Curso de Gestão da Informação

Profa. Edmeire C. Pereira/ 2017/1

(2)

EMENTA

• Aplicação de princípios de: análise, condensação, indexação, metadados, ontologias e taxonomias na estruturação e representação de domínios, com vistas à formalização do conhecimento.

(3)

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL: Conhecer a base teórica da Organização e Representação do Conhecimento (ORC), enquanto área de pesquisa e de prática profissional em Ciência da Informação, para desenvolver processos de organização/representação e recuperação da informação aos usuários de sistemas/serviços de informação.

(4)

OBJETIVOS

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

- Conhecer os conceitos e princípios fundamentais da ORC, para melhor representá-los e fazer uma recuperação eficiente e eficaz das informações;

- Aplicar os fundamentos teórico-empíricos da ORC, no tratamento analítico de diferentes registros/objetos do conhecimento (textuais e não-textuais), com os fins de aplicar uma possível metodologia ou ferramenta de apoio a tal situação, nos diversos ambientes (físicos ou virtuais).

(5)

CONTEÚDOS:

UNIDADES DIDÁTICAS:

UNIDADE I: FUNDAMENTOS TEÓRICOS E DIMENSÕES INTERDISCIPLINARES DE ORC:

-Fundamentos teóricos: epistemologia;

-Dimensões interdisciplinares.

UNIDADE II: ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO (OC):

-OC na construção, estrutura e avaliação de instrumentos;

-OC nos processos documentários.

UNIDADE III: REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO(RC):

-Linguagens documentais (sistemas de classificação, listas de cabeçalhos de assuntos, tesauros);

-Produtos documentários (resumos, índices, catálogos Web, taxonomias e ontologias).

UNIDADE IV: APLICAÇÕES PRÁTICAS DA ORC:

(6)

U I: FUNDAMENTOS TEÓRICOS E

DIMENSÕES INTERDISCIPLINARES DE ORC:

1 OS GTs DA ANCIB (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO/BRASIL):

Pelo trabalho de Marteleto e Lara (2008, p.8), podemos observar 7 GTs de pesquisa na grande área de Ciência da Informação, a saber:

GT 1 Estudos Históricos e Epistemológicos da Informação;

GT2 Organização e Representação do Conhecimento;

GT 3 Mediação, Circulação e Uso da Informação;

GT 4 Gestão da Informação e do Conhecimento nas Organizações;

GT 5 Política e Economia da Informação;

GT 6 Informação, Educação e Trabalho;

GT 7 Produção e Comunicação da Informação em CT&I.

(7)

1.1 GT 2 Organização e Representação do Conhecimento

A ementa deste GT 2 é a seguinte, pelo texto de Marteleto e Lara (2008, p.8):

Teorias, metodologias e práticas relacionadas à organização e preservação de documentos e da informação, enquanto conhecimento registrado e socializado, em ambiências informacionais, tais como: arquivos, museus, bibliotecas e congêneres. Compreende, também, os estudos relacionados aos processos, produtos e instrumentos de representação do conhecimento(aqui incluindo o uso das tecnologias da informação) e as relações inter e trans disciplinares neles verificadas, além de aspectos relacionados às políticas de organização e preservação da memória institucional.

(8)

1.3 International Society for Knowledge Organization (ISKO)

Pelo artigo de Fujita (s/d?), há menção à ISKO como a principal sociedade científica formada por capítulos nacionais de diversos países que agregam seus pesquisadores como associados, da área de ORC.

Fundada em 22/07/89, por Ingetraut Dahlberg (cientista da informação alemã), que a presidiu de 1989 a 1996.

A ISKO-Brasil foi fundada em 2007, pelo GT-2 da ANCIB.

Essas iniciativas vêm corroborar os avanços teóricos, de pesquisa, processos, produtos e métodos da área de ORC.

(9)

1.4 Principais Fundamentações Teóricas da ORC para Dahlberg:

Fujita (s/d), nos diz que na perspectiva dos aspectos essenciais da ciência (teorias, modelos e hipóteses), Dahlberg considera que suas principais fundamentações teóricas foram intuitivas, e são elas:

a) o trabalho de Ranganathan referente à análise em facetas para a categorização e às regras de combinação de conceitos, parcialmente antecipadas pela invenção dos auxiliares de Otlet e La Fontaine, que propiciaram a revisão e expansão do Dewey Decimal Classification;

b) o trabalho de Wuster, referente à formação do sistema com base nas duas formas hierárquicas de sistemas de conceitos, usando a lógica de Port Royal.

(10)

1.5 Domínio da ORC:

Para Fujita (s/d), o domínio científico da ORC é composto por dois conceitos fundamentais:

- Organização do Conhecimento;

- Representação do Conhecimento.

Desse entendimento, tem-se como objeto de pesquisa da área de ORC o Conhecimento.

Portanto, o nome Organização do Conhecimento refere-se ao objeto e à atividade da área.

(11)

1.6 Entendimentos de Dahlberg:

Organização do Conhecimento:

“(...) os objetos e atividades da teoria do conceito, classificação e indexação e representação do conhecimento (...)”.

Representação do Conhecimento:

“É entendida por Dahlberg como a estrutura lógica da representação conceitual e, também, o resultado da identificação de conceitos por termos determinados em função da terminologia utilizada.”

Conhecimento:

“(...) é a certeza subjetiva ou objetivamente conclusiva da existência de um fato ou do estado de um caso, não sendo transferível e somente podendo ser adquirido por meio da reflexão.”

(Fonte: Fujita; s/d)

(12)

1.7 Diferentes Graus de Complexidade do Conhecimento (Dahlberg):

-Elementos do conhecimento: características sobre os conceitos que podem ser adquiridas por atribuição de propriedades ou determinação sobre referentes que não devem ser confundidos com relações entre conceitos, como genérico, específico, associado, etc;

-Unidades do Conhecimento: são sínteses das características de conceitos, obtidas a partir de enunciados sobre referentes e representados por um signo (palavra, nome, termo, código);

(13)

1.7 continuação...

-Unidades abrangentes do conhecimento: são combinações de conceitos em enunciados, ou em definições, ou em caso de textos;

-Sistemas de conhecimento: são entidades compostas de unidades de conhecimento arranjadas em um plano adequado com estrutura coesiva.

Assim, as aplicações da Organização do Conhecimento, segundo Dahlberg (2006), se referem à: a) construção de sistemas de conceitos; b) correlação para, ou mapeamento de unidades de sistemas conceituais com objetos da realidade.

(14)

1.8 Esquema de Classificação (Dahlberg, 1993):

• Utilizado para a elaboração da lista de conteúdo da bibliografia da literatura publicada sobre Organização do Conhecimento no final de cada fascículo do periódico Knowledge Organization. Sua divisão é:

Grupo 0 – Divisão de forma – Tipos de documentos da área. Conteúdos: revisões de literatura, relatórios e proceedings de eventos, livros-textos, bibliografia, etc.

(15)

1.8 continuação...

Grupo 1 – Considerações teóricas e gerais – Fundamentos teóricos e problemas gerais de Organização do Conhecimento.

Grupo 2 – Conceitos e classes de conceitos (Tipos e sistemas) e sua elaboração.

Grupo 3 – Metodologia de Classificação e Indexação.

Grupo 4 – Sistemas de Classificação Universais (Sistemas de Classificação e Tesauros)

(16)

1.8 continuação...

Grupo 5 – Sistemas de Classificação Orientados a Objetos (Taxonomias) nas diferentes área do conhecimento.

Grupo 6 – Sistemas de Classificação de Assuntos Específicos. Classificações e Tesauros de Assuntos Específicos.

Grupo 7 – Conceitos de outros campos relacionados externamente com a área. Representação do Conhecimento por Linguagens e Terminologia.

(17)

1.8 continuação...

Grupo 8 – Métodos da área aplicados à forma de documentos e conteúdos de assunto – Indexação e Classificação aplicadas.

Grupo 9 – Ambiente da Organização do Conhecimento.

O princípio utilizado para essa sequência é o Systematifier (divisões 3X3) grupos de 1 a 9, sem considerar o Grupo 0, em três sub-divisões: Grupos de 1-3: representam as divisões componentes/constituintes da área; Grupos de 4-6:

representam as aplicações das divisões componentes/constituintes da área; Grupos 7-9: representam a influência, aplicação e ambientes da área.

(18)

1.9 Proposta de Guimarães(2001):

Esta proposta de Guimarães (2001) apud Fujita (s/d), é para a estrutura de conteúdos didáticos da área de Organização e Representação do Conhecimento no Brasil com base na proposta de Garcia Marco (1995):

1 Fundamentos de Organização e Representação do Conhecimento: estudo da inserção da área no universo do conhecimento, com ênfase nas disciplinas que lhe são de interface;

(19)

1.9 continuação...

2 Organização do Conhecimento: estudo da base científica da área (princípios teóricos e metodologias);

3 Representação do Conhecimento: estudo dos instrumentos (ferramentas) ou produtos da área.

(20)

Detalhando a proposta de Guimarães (2001):

1 Fundamentos de organização e representação do conhecimento:

1.1 Teoria da Comunicação (processos comunicativos)

1.2 Bases cognitivas do comportamento humano (processos de aquisição do conhecimento)

1.3 Fundamentos da Linguistica e Terminologia (relação pensamento/linguagem, questões semânticas, sintáticas conceituais da área)

1.4 Conhecimento social e epistemologia do conhecimento (aspectos culturais envolvidos no processo)

1.5 Ciência e método científico

1.6 Fundamentos de Lógica

1.7 Fundamentos de Inteligência Artificial

(21)

2 Organização do Conhecimento

2.1 Teoria da Classificação

2.2 Teoria da Recuperação da Informação (ciclo informacional)

2.3 Processos documentários

2.3.1 Análise documental (leitura documental e identificação de conceitos)

2.3.2 Síntese documental (seleção de conceitos, condensação documental e representação documental)

(22)

3 Representação do Conhecimento

• 3.1 Linguagens documentais (sistemas de classificação, listas de cabeçalhos de assuntos, tesauros)

• 3.2 Produtos documentários (resumos, índices, catálogos Web) (GUIMARÃES, 2001, p.68-69)

(23)

1.10 Estrutura de Organização das Comunicações Orais de Trabalhos Apresentados no GT-2:

Pelos esquemas de Fujita (s/d) sobre as pesquisas de ORC no país, observou-se os trabalhos do GT-2 apresentados nos ENANCIBs (Encontros da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciência da Informação) nos anos de 2005, 2006 e 2007, categorizados, assim:

1 Fundamentos teóricos e dimensões interdisciplinares da organização e representação do conhecimento.

2 Linguagens e perspectivas de organização da informação; ontologias;

taxonomias; e aplicações tecnológicas.

3 Questões contextuais e dimensão social da área: memória e patrimônio.

Fujita (s/d), ao efetuar a sua análise comparada dos assuntos de ORC, provenientes de Dahlberg(1993) + Guimarães (2001) + GT2 ANCIB, apresentou uma somatória mais completa dessas três divisões dos autores citados e com isso, foi possível para a autora a análise temática e classificação dos trabalhos apresentados nas três últimas edições do ENANCIB.

(24)

Referência

• FUJITA, M. S. L. Organização e representação do conhecimento no Brasil: análise de

aspectos conceituais e da produção científica do Enancib no período de 2005 a 2007. 32fls.

(retirado da Internet, em 2017).

(25)

1.11 Revisão da Literatura de ORC (Alvarenga e Silva, 2010)

Esta revisão da literatura sobre ORC, feita pelas autoras da UFMG, foi elaborada a partir dos trabalhos apresentados no ENANCIB de 2008 e 2009.

Realizaram análises: bibliométricas(cienciométrica); de citações e de conteúdos.

Os seus resultados indicam avanços e inovações na área, tais como: novas soluções para a comunicação científica, que podem contribuir para o desenvolvimento de outros artigos de revisão;

ferramentas que recuperam automaticamente plantas detentoras de determinados ícones; reflexões que contribuem para maior e melhor consistência terminológica da área de ORC; resgate e aprofundamento de teorias.

(26)

1.11.1 Resultados:

1 Da análise bibliométrica (cienciométrica):

As categorias de assuntos mais debatidos foram: Teorias, teóricos, fenômenos

relacionados, princípios, métodos, técnicas e ferramentas de CI (27,68%) e Processos em CI (27,68%).

O assunto ontologias foi o mais frequente (11 trabalhos), somando-se a este o assunto construção de ontologias (três) e ontologias de domínio (dois),, perfazendo um total de 16 ocorrências. Na sequência, vem os assuntos: representação do conhecimento (sete),

organização da informação e representação da informação (ambos, com seis ocorrências).

2 Da análise de citações:

Houve predominância de co-autoria (85%).

As instituições brasileiras que mais contribuiram com artigos foram: UFMG, UNESP, UFF, USP, UFPB, UnB, UEL e outras...

Os autores mais citados (Brasil): Maria Luiza de Almeida CAMPOS (UFF) e Mariangela Spoti Lopes FUJITA (UNESP,Marília,SP) – E, os autores estrangeiros mais citados foram:

Birger HJORLAND e Ingetraut DAHLBERG.

(27)

As referências bibliográficas se apresentaram de forma dispersa, dentro do padrão de comportamento bibliométrico, no qual 887 (89,6%) das 990referências foram citadas apenas uma única vez.

Não foi evidenciado um núcleo básico significativo de trabalhos que contribuiram para a produção de conhecimento.

3 Da análise de conteúdo:

-Processos em CI

-Linguagens documentárias

-Espaços, ambientes e outros contextos focalizados na CI

Há evolução da ORC em seu aprofundamento e à consistência de suas bases epistemológicas e à criação de soluções inovadoras para a pesquisa brasileira. Enfim , a área de ORC está acompanhando os avanços das TIC e ainda propõe inovações significativas.

(28)

Referência

• ALVARENGA, L.; SILVA, D. L. da. Organização e representação do conhecimento na ciência da informação: revisão da literatura. Pesq. Bras.

Ci. Inf., Brasília, v.3, n.1, p.47-84, jan./dez.

2010.

(29)

1.12 A Institucionalização da ORC no âmbito da CI (Martins e Moraes, 2015):

O processo de organização e representação está presente na Humanidade, desde a sua gênese.

As populações pré-históricas já faziam uso de expressões simbólicas, representando suas tradições por gravuras nas paredes das rochas.

Para Kant (1980), o conhecimento é formado por um sistema compreensível e determinável, e só sob a totalidade e organização provarão a legitimidade e valor de todos os elementos constitutivos do conhecimento (a percepção humana capta as coisas através dos órgãos dos sentidos e o pensamento é o responsável por ordená-las).

(30)

A organização apresenta-se na representação ordenada da realidade.

O alfabeto (avanço da Humanidade): representa os seres, as coisas, as ideias, e os fenômenos.

A Filosofia: historicamente, a primeira área de discussão, investigação e apresentação dos sistemas de ORC.

Para representar é necessário, antes de qualquer execução, organizar.

Aristóteles e sua obra Órganon (descreve a lógica formal das operações mentais, organizando-as em: conceito (ideia), juízo e raciocínio.

(31)

Para Maturana e Varela (2001), organizar objetos é algo cotidiano e não único. (...) Esse processo consiste em classificar e relacionar num ato cognitivo básico, na qual, a associação de ideias é um processo de auto- organização.

As construções lógicas e de categorização refletem a estrutura do conhecimento (...) desenvolvendo sistemas de organização do conhecimento. – Categorizar = expor ideias em uma configuração lógica e organizada, sob a distribuição da forma que melhor compreendemos o mundo e seus elementos.

(32)

Na evolução científica: três grandes orientações metodológicas, para explicar a obtenção dos

conhecimentos:

1 RACIONALISMO, de René Descartes (uso da matemática para validar todo o conhecimento);

2 EMPIRISMO, de John Locke (o conhecimento tinha como única fonte a experiência obtida pelos órgãos do sentido);

3 IDEALISMO, de Emmanuel Kant (o conhecimento humano se limitava à experiência do fenômeno)

(33)

• Além das três grandes orientações metodológicas acima, AUGUSTO COMTE e sua FILOSOFIA POSITIVISTA, constituiu as Ciências Humanas e influenciou o pensamento ocidental, até hoje.

• Por meio dessa filosofia, a verdade seria obtida apenas com o método, que consistia na observação e experimentação.

(34)

Comte elaborou uma classificação das ciências. Para ele, as ciências mais complexas e mais concretas dependem das mais abstratas, assim as ciências haviam se desenvolvido a partir da matemática, da astronomia, da física, e da química para a biologia e finalmente, à sociologia.

Foucault (2007), questiona sobre a similitude e diferença das coisas; deve-se usar de algum critério. Para ele, em toda cultura, independente de seus códigos ordenadores e reflexões sobre a ordem, há a experiência natural da ordem e de seus modos de ser.

(35)

• Para os filósofos modernos, a atividade do conhecimento baseia-se:

• na análise e síntese de representação e significação, direcionadas para a explicação, descrição e interpretação da realidade. O conhecimento refere-se às ideias universais, aos conceitos validados para todos os seres humanos, em todos os tempos e lugares.

(36)

Processo classificatório = processo representacional.

Classificar e representar incidem em organizar.

Para que haja ordenação é necessário que se represente em: classes, pré-determinadas, ou sob uma visão de organização própria, a disposição entre semelhantes e diferentes. Ex.;

classificação dos entes, dos seres, dos acontecimentos ,etc.

(37)

Na Pós-modernidade, o relativismo permite várias leituras da representação.

Não neutralidade na realidade e, consequentemente, nas representações (Moraes; Arcello; 2000, p.08)

As representações são instrumentos de ordenação e hierarquização e concebem a estrutura social que reflete a identidade do grupo ou meio que as produz e consome.

(38)

A linguagem: fenômeno multiforme, interdisciplinar e objeto indispensável para estudos em ORC.

A linguagem é investigada por várias áreas: Filosofia, Comunicação, Linguística, Sociologia, Psicologia, Ciências Cognitivas, Ciência da Informação e outras.

A linguagem (sentido genérico) constitui um sistema de signos, elementos convencionais, utilizados na comunicação humana. É uma estrutura lógica, formal e abstrata, subjacente a todas as línguas.

Para Saussure (2006, p.13), a linguagem é: um fato social, possui um lado individual e um lado social, é uma instituição atual e um produto do passado, é multiforme e heteróclita, possuidora de muitos domínios, está centrada em aspectos físicos, fisiológicos e psíquicos , pertencente aos domínios individual e social.

(39)

• Para Saussure (2006, p.17), a linguagem não se confunde com a língua. Esta é entendida por ele como um produto social da faculdade da linguagem e um conjunto de convenções necessárias, adotadas pelo corpo social para permitir o exercício dessa faculdade nos indivíduos.

Ou seja, a língua é ordenadora da linguagem.

(40)

Signo linguístico (Saussure, 2006): entidade psíquica, que apresenta duas faces: o conceito e a imagem acústica (a escrita), que ao autor nomeia de significado e significante, respectivamente.

• A língua é um sistema em que todos os termos são solidários e o valor de um resulta tão somente da presença simultânea de outros.

(41)

Na CI, o estudo dos termos, ou a Terminologia, está diretamente ligada à representação dos conteúdos dos documentos, e é aplicada no desenvolvimento de linguagens documentárias, como tesauros e vocabulários controlados.

De acordo com Cabré (1995, p.5), a concepção pertinente à CI é a da terminologia enquanto uma interdisciplina, onde os conceitos estabelecidos formam uma rede de relações lógicas que busca representar o conhecimento de uma determinada especialidade, ou domínio específico refletindo a interdisciplinaridade das teorias para uma efetiva representação e recuperação da informação.

(42)

Dessa forma, as representações sociais evidenciam as dinâmicas sociais e as práticas coletivas de comunicação e compartilhamento de conhecimentos e possuem precisamente uma das seguintes funções, como descreve Moscovici (2004, p. 34):

“Elas (representações sociais) convencionalizam os objetos, pessoas ou acontecimentos que encontram.

(...) Assim, nós passamos a afirmar que a Terra é redonda; associamos Comunismo com a cor vermelha;

inflação como decréscimo do valor do dinheiro.(...)”

(43)

• A organização do conhecimento parte, então, de uma perspectiva cognitiva individual e das representações sociais.

• Nesse contexto, a ORC, no âmbito da CI, adquire as características próprias da área por constituir seu corpo científico e compartilhar de sua natureza e tendências nas relações interdisciplinares (Saracevic, 1995).

(44)

ORGANIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO: DOS SERES AOS SABERES

De acordo com Diemer (1974 apud POMBO, 1998, p.3) a

classificação no século XX se divide em quatro grandes orientações:

1 orientação ontológica (classificação dos seres);

2 orientação gnosiológica (classificação das ciências);

3 orientação biblioteconômica (classificação dos livros);

4 orientação informacional (classificação das informações).

Todas essas classificações são reflexos da evolução científica permeada pelas representações sociais.

(45)

• Para Piedade (1977), os sistemas de

classificação se distribuem conforme sua devida finalidade, em:

• -classificações filosóficas;

• -classificações bibliográficas.

(46)

Classificações filosóficas: (classificações das ciências, do conhecimento, metafísica) – definições e hierarquizações do conhecimento humano e ordenação das coisas:

Aristóteles;

Francis Bacon (1561-1626) – filósofo inglês e sua

“classificação baconiana”, que serviu de base para a Enciclopédia, de d’Alembert (século XVII) e o sistema bibliográfico da Classificação Decimal de Dewey (CDD) desenvolvida por Melvil Dewey (1851-1931), em 1876, que permanece em uso até hoje.

(47)

Classificações bibliográficas: (para ordenação de livros e documentos em bibliotecas e arquivos, além da ordenação das referências nas bibliografias e/ou catálogos):

-Classificação Decimal de Dewey (CDD), Melvil Dewey (1876);

-Classificação Decimal Universal (CDU), de Paul Otlet e Henri la Fontaine ( final do século XIX);

-Classificação de Cutter, “Expansive Classification”, que consiste em uma tabela de códigos em que os assuntos eram representados por letras e possuía subdivisões de forma e geográficas e tem como marco importante sua influência sobre a Classificação da Biblioteca do Congresso , dos Estados Unidos;

Classificação de Ranganathan , “Colon Classification “(1933) ou Classificação dos Dois Pontos:

desenvolvida por matemático indiano, “é a primeira inteiramente sintética, em que os assuntos são apresentados em listas de facetas e cabe ao classificador construir os números de classificação”, a partir de fórmulas apresentadas para cada classe (PIEDADE, 1977, p.68). Este esquema influenciou de forma significativa as pesquisas modernas, o ensino e a prática, mas foi pouco adotado fora da Índia (LANGRIDGE, 2006).

(48)

Kaula (1982) esclarece que:

Os esquemas desenvolvidos pelos lógicos e filósofos eram denominados Classificação do Conhecimento, enquanto que os sistemas projetados por cientistas, bibliotecários e documentalistas, por muito tempo foram definidos como Classificação de Livros ou Classificação de Bibliotecas.

A autora defende as classificações de assunto ou temáticas.

(49)

Tanto para Dahlberg(1972) quanto para Foucault(2007), classificar é uma arte que acompanha a Humanidade.

Os esquemas classificatórios refletiram assim as relações entre Humanidade e o domínio do conhecimento, a tentativa de organização e comunicação das próprias classificações sociais e suas representações coletivas expressas pela “preocupação do homem em organizar o conhecimento, no intuito de categorizar ideias e fornecer subsídios à perpetuação da memória social” (GUIMARÃES; DODEBEI; 2012, p.12).

(50)

Shera(1957) considera que, muito além da organização de livros nas estantes das bibliotecas, a classificação bibliográfica reflete a estrutura do pensamento.

Os sistemas de organização do conhecimento evoluíram e as TIC permitiram a reprodução dos processos mentais pelas máquinas: dos metadados às ontologias, as classificações tornam-se esquemas cada vez mais elaborados, ainda mais, agora, com a Internet.

(51)

• Esse volume exponencial de informações passou à frente dos mecanismos e instrumentos que no final do século XX, de acordo com Zandonade (2003, p. 13), ofereciam um razoável “acesso ao relevante”

e, não mais suficiente, diante do problema que então se constituiu como “acesso ao excesso”.

(52)

Nesse contexto, a Ciência da Informação estabelece- se como uma ciência de organização e recuperação do relevante em meio ao excessivo, evidenciada por Jesse Hauk Shera – pioneiro norte-americano – que buscou os fundamentos da organização do conhecimento registrado, a partir da criação de uma disciplina de epistemologia social, considerada por Zandonade (2003, p.20), como (...) “uma contribuição relevante para a cientifização e o aprofundamento da Ciência da Informação [grifo do autor].

(53)

• Inicialmente, a Biblioteconomia, ao lado da Documentação, sistematizou os processos classificatórios, para com o despontar das TIC a Ciência da Informação pudesse constituir a especialidade em Organização e Representação do Conhecimento, que se tornou o cerne dessa Ciência e institucionalizou-se como uma área de pesquisa.

(54)

ORGANIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO COMO DISCIPLINA CIENTÍFICA NO ÂMBITO DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO:

A escrita: um dos fatores mais marcantes das civilizações ocidentais; esta tecnologia permitiu o aprimoramento da classificação do conhecimento registrado.

Isso, exigiu uma disciplina que contemplasse a investigação científica em um âmbito reconhecidamente interdisciplinar.

(55)

Europa e Estados Unidos são os marcos dessa história, com o cerne da Documentação e da Biblioteconomia, respectivamente.

• Desponta o processo acelerado de publicações e surgem os problemas com a catalogação de artigos de periódicos. Ex.: no século XIX já se acumulavam em torno de dez mil títulos (Zandonade, 2003).

(56)

Biblioteconomia – institucionalização “formal moderna”:

-criação da American Library Association (1876);

-Course of Library Economy, no Columbia College, proposto por Melvil Dewey (1887);

-Escola Graduada de Biblioteconomia (Graduate Library School – GLS) na Universidade de Chicago (1926).

(57)

Depois da Segunda Guerra Mundial, as técnicas de informação tornaram- se generalizadamente disponíveis para a profissão da Biblioteconomia, transformando a “recuperação da informação” a principal corrente de investigação e prática nos EUA (Zandonade, 2003).

Henry Evelyn Bliss contribuiu para a ORC, utilizando de forma notória essa expressão Organização do Conhecimento, dentro da Biblioteconomia e, depois, CI, em obras: The Organization of Knowledge and the system of sciences (1929) e The organization of knowledge in libraries

(1933) (GUIMARÃES; PINHO; FERREIRA, 2012).

Shera: também contribuiu para a institucionalização da Biblioteconomia e da CI.

(1950): surge a Ciência da Informação (CI) interdisciplinar com: ciência da computação, cibernética, teoria geral de sistemas, teoria da informação, lógica formal, etc. (ZANDONADE, 2003, p.36).

(58)

Definição de Biblioteconomia:

• a- “Organização prática do conhecimento para fins de fornecer respostas aos utilizadores de informação.”

• b- “Organização e administração de coleções bibliográficas”.

• Sub-áreas: Catalogação; Sistemas de classificação bibliográfica; Bibliografia.

(59)

Essas práticas biblioteconômicas receberam várias definições até à formalização da ORC:

-Documentação (OTLET, 1934);

-Controle Bibliográfico (EGAN; SHERA, 1949);

-Organização Bibliográfica (EGAN; SHERA, 1952);

-Organização da Informação (AMERICAN

DOCUMENTATION, 1950, apud ZANDONADE, 2003);

-Ciência da Documentação (LOPEZ YEPES, 1978);

-Organização do Conhecimento (DAHLBERG, 2006)

(60)

As teorias de ORC se originaram na diversidade da organização de documentos.

Suas técnicas se dividem em:

-natureza descritiva: “organização dos documentos enquanto produtos fisicamente formatados”;

-natureza temática: “organização temática dos documentos a partir do conhecimento neles contido”(GUIMARÃES, 2003; SOUZA, 1998,p.55)

(61)

Tratamento Temático da Informação (três principais momentos, para Guimarães, 2003):

1. momento: arte e intuição aos processos;

2. momento: uso de técnicas desde séc. XIX, como por exemplo, as notações decimais de Dewey, a indexação alfabética de assuntos, desenvolvida por Cutter, a classificação da Biblioteca do Congresso Americano (adotava o princípio da garantia literária e os sistemas de indexação Unitermo e KWIC;

3. momento: 1950, CI, Estados Unidos e Europa, elaboração de bases científicas visando à construção de metodologias para o desenvolvimento dos procedimentos da área (GUIMARÃES, 2008), com destaque para:

(62)

-experiências investigativas de Kaiser (EUA, 1911), ref. à composição do binômio concreto/processo para a estruturação de enunciados de assunto;

-o trabalho teórico de Ranganathan (Índia, 1933) quanto a uma análise em facetas – Personalidade, Matéria, Energia, Espaço e Tempo – do conteúdo temático dos documentos;

-experiências investigativas do Classification Research Group (Inglaterra, 1952), que ampliou para 12 as facetas de Ranganathan e de Derek Austin (Inglaterra, 1968);

-Grupo de Bangalore (índia, 1969) que, por meio dos sistemas PRECIS e POPSI, lançaram as bases para uma aplicação da análise facetada em sistemas automatizados (GUIMARÃES, 2008, p.80).

(63)

Tais correntes foram estruturadas, a partir de três principais abordagens (Guimarães, Moraes e Guarido 2007 e Guimarães, 2008):

SUBJECT CATALOGUING (norte-americanos): ênfase nos catálogos, como produto de tratamento da informação;

INDEXING (ingleses): ênfase nos índices e nas linguagens de indexação, com destaque para os tesauros, de influência dos trabalhos do Classification Research Group;

ANALYSE DOCUMENTAIRE (franceses): com influência dos espanhóis e brasileiros; tem como enfoque o processo do tratamento temático em si, mantendo acentuada interface com a Lógica, Terminologia e Linguistica.

(64)

Três aspectos que direcionam as pesquisas em ORC:

1 Processos: compreendem a análise, a condensação e a representação;

2 Produtos: a transformação dos documentos em produtos que facilitam a consulta aos originais, em áreas especializadas do conhecimento, como os índices, os resumos, os catálogos impressos e catálogos de acesso público – OPACs, por ex.;

3 Instrumentos: ferramentas de linguagem documental para a representação padronizada do conteúdo temático de documentos, fazendo uso acentuado das TIC, tais como:

classificações, cabeçalhos de assunto, tesauros, terminologias, ontologias, etc. (Guimarães, 2008, p.84)

(65)

Análise: parte da leitura de documentos, buscando as partes de maior relevância temática, exigindo assim um conjunto de estratégias metacognitivas;

Condensação: trabalha no sentido de síntese do documento por termos de recuperação;

Representação: traduz o conteúdo temático do documento a uma linguagem especializada, fazendo uso da indexação por índices, vocabulários controlados, tesauros, entre outros.

(66)

CLASSIFICATION RESEARCH GROUP:

-fundado em 1952;

-funcionou até 1968;

-contou com grandes nomes da literatura de

ORC: Derek Austin, Eric Coates, Jason Farradane, Robert Fairthorne, Douglas Foskett, Barbara

Kyle, Derek Langridge, Jack Mills, Bernard Palmer, Jack Wells e Brian Campbell Vickery.

(67)

SOCIETY FOR CLASSIFICATION:

-fundada em 1977, por Ingetraut Dahlberg;

-contava com matemáticos e estatísticos, que focavam as investigações somente em métodos de análise de dados.

INTERNATIONAL SOCIETY FOR KNOWLEDGE ORGANIZATION (ISKO):

-fundada em 1989, por Ingetraut Dahlberg, após ter deixado a Society for Classification, que fundou em 1977.

-a constituição da ISKO e o investimento científico nas suas teorias deram origem a uma área de pesquisa e, consequentemente, a uma disciplina nuclear no âmbito da CI.

(68)

A noção de domínio (LLOYD, 1995; HJORLAND;

ALBRECHTSEN, 1995):

Compreende atores que têm uma visão de mundo, estruturas individuais de conhecimento, tendências, critérios de relevância subjetivos, estilos cognitivos particulares. Há uma ação recíproca entre as estruturas do domínio, os indivíduos e o nível social.

(Obs.: consultar o Glossário de Lima/2015, para outros termos técnicos).

(69)

Referências

BUFREM, L. S. Contribuições da ciência da informação para a gestão da informação. Curitiba: UFPR/DECIGI, 04/05/2015.

LIMA, G. A. de. MHTX - modelagem hipertextual para organização de documentos: princípios e aplicação. Rio de Janeiro: Interciência, 2015. 196p.

MARTINS, G. K.; MORAES, J. B. E. de. Organização e representação do conhecimento: institucionalização como disciplina científica no âmbito da ciência da informação.

In: ENANCIB, 16. Anais... João Pessoa, de 26 a 30 out.

2015.

(70)

Exercícios da Unidade I:

1-Faça uma pesquisa detalhada dos princípios e métodos das seguintes teorias:

a- Teoria da Classificação Facetada(RANGANATHAN);

b- Teoria Geral da Terminologia(WUESTER);

c- Teoria do Conceito(DAHLBERG).

2-Referente à descrição bibliográfica(normas e padrões) de documentos e informações, pesquise a aplicabilidade em bibliotecas e/ou arquivos, das seguintes normas:

a- ISBDs;

b- AACR2;

c- ISAD(G);

d- NOBRADE.

3-Navegue no sítio da ISKO (www.isko.org) para conhecê-lo em termos de conteúdo para Organização do Conhecimento (Knowledge Organization) e:

a- selecione um termo de interesse à disciplina, e desta Unidade I, pela Enciclopédia da ISKO, descrevendo-o;

b- inscreva-se em sua Lista de Discussões, para acompanhar a evolução do seu tema de interesse;

c- selecione um artigo recente de Hjorland, do periódico Knowledge Organization, para ler e apresentar seu resumo;

d- relacione os pesquisadores brasileiros que fazem parte como membros da ISKO e suas instituições de origem;

e- levante a biografia de Ingetraut Dahlberg, dando ênfase à sua produção científica.

(71)

U2: ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO (OC)

2 .1 CONCEITOS DE OC:

Para Lima e Alvares (s/d?): “No sentido mais genérico do termo, organização do conhecimento é o modo como ele é disposto em assuntos em toda parte onde se deseja a sua sistematização ordenada para atingir determinado propósito. Pelo seu caráter interdisciplinar, a organização do conhecimento é estudada também em outras áreas, como Antropologia, Computação, Filosofia, Linguística, Psicologia, Sociologia, entre outras. Na Ciência da Informação, é a área de estudos voltada às atividades de organização, representação e recuperação da informação”.

(72)

Para Dahlberg(2006) apud Lima e Alvares (s/d?): esta autora diferencia Organização do Conhecimento(OC) de Organização da Informação(OI), assim:

OC = “significa a construção de sistemas conceituais. A ciência que estrutura e organiza sistematicamente unidades do conhecimento (conceitos) segundo seus elementos de conhecimento (características) inerentes e a aplicação desses conceitos e classes de conceitos ordenados a objetos/assuntos”.

OI = “significa o relacionamento de unidades desses sistemas conceituais com objetos de informação”.

(73)

• Para Hjorland (2008) e Anderson (2003): eles entendem a OC, respectivamente, como

“descrição, indexação e classificação”. E, também, como “método de indexação, resumo, catalogação, classificação, gerenciamento de dados, bibliografia e bases de dados para a recuperação da informação; é a descrição de documentos, de seus conteúdos, características e propósitos”.

(74)

Para Brascher e Café (2008):

“A organização da informação é, portanto, um processo que envolve a descrição física e de conteúdo dos objetos informacionais. O produto desse processo descritivo é a representação da informação, entendida como um conjunto de elementos descritivos que representam os atributos de um objeto informacional específico.(...)”

(75)

Para Brascher (2009):

A organização do conhecimento é:

“Processo de modelagem do conhecimento, que visa a construção de representações do conhecimento”.

“Envolve a análise do conceito e de suas características para o estabelecimento da posição que cada conceito ocupa num determinado domínio, bem como das suas relações com os demais conceitos que compõem um sistema conceitual”.

(76)

Para Brascher (2009):

Sistemas de Organização do Conhecimento(SOC) são:

“sistemas conceituais que representam determinado domínio por meio da sistematização dos conceitos e das relações que se estabelecem entre eles”.

“o termo Knowledge Organization Systems(KOS) foi proposto em 1998 pelo Networked Knowledge Organization Systems Working Group para englobar sistemas de classificação, tesauros, cabeçalhos de assunto, arquivos de autoridades, taxonomias, redes semânticas e ontologias”.

(77)

• Para o Grupo Temma/USP (2011):

• Segundo Lara (2011): “(...), as pesquisas que apresentam convergência com a Organização e Representação do Conhecimento, para usar o termo adotado pelo GT2, podem ser analisadas em torno dos termos a seguir:

Análise Documentária, Leitura Documentária, Informação Documentária, Linguagem Documentária e Linguística Documentária”.

(78)

2.2 PRINCÍPIOS DA OC (Hjorland,1994):

Este autor destaca nove princípios de organização do conhecimento, que visam a observar os problemas mais comuns de busca e recuperação da informação:

1- a percepção realístico-ingênua de estruturas do conhecimento não é possível em ciências complexas;

2- categorizações e classificações devem reunir assuntos relacionados e separar assuntos distintos;

(79)

3- para fins práticos, o conhecimento pode ser organizado de diferentes formas, para diferentes objetivos;

4- qualquer categorização deve refletir o próprio objetivo;

5- categorizações e classificações sempre podem ser questionadas;

6- observar sempre o conceito de polirrepresentação;

7- diferentes áreas do conhecimento podem ser organizadas de diferentes formas para os mesmos fenômenos;

8- a natureza das áreas é variável;

9- a qualidade da produção do conhecimento, em muitas áreas e em alguns momentos, pode ficar vulnerável.

(80)

2.3 PREMISSAS DA OC:

Barité (2001) apud Lima e Alvares (s/d) relaciona dez premissas básicas que dão razão de ser e justificativa intelectual à organização do conhecimento:

1- o conhecimento é um produto, uma necessidade e um dínamo social;

2- o conhecimento se realiza a partir da informação, e ao socializar-se é transformado novamente em informação;

3- a estrutura e a comunicação do conhecimento formam um sistema aberto;

(81)

4- o conhecimento deve ser organizado para seu melhor aproveitamento individual e social;

5- existem muitas formas possíveis de organizar o conhecimento;

6- toda organização do conhecimento é artificial;

7- o conhecimento se registra sempre em documentos, como conjunto organizado de dados disponíveis, e admite usos indiscriminados;

8- o conhecimento se expressa em conceitos e se organiza mediante sistemas de conceitos;

9- os sistemas de conceitos se organizam para fins científicos, funcionais ou de documentação;

10- as leis que regem a organização de sistemas de conceitos são uniformes e previsíveis, e se aplicam por igual a qualquer área disciplinar.

(82)

2.4 ABORDAGENS DA OC:

Para Lima e Alvares (s/d): “A organização do conhecimento fornece uma metodologia por meio de conceitos e suas relações, que podem ser ordenados de acordo com vários critérios. (...). Nessa perspectiva abrangente, Sigel (2008) sugere várias abordagens para a área, resultando os seguintes aspectos:

- é um campo interdisciplinar que reflete a prática da organização do conhecimento para fins específicos;

(83)

- aperfeiçoa o acesso conceitual, apoiando a recuperação, a criação e o compartilhamento de conhecimentos;

- está ancorado em metadados estruturados;

- é a representação conceitual adequada a diferentes estruturas de acesso para ajudar a trabalhar com o conhecimento, com redes de conhecimento ou com espaços de conhecimento;

(84)

-tem um fim social, pois ajuda as pessoas em seu trabalho por meio da organização de estruturas de acesso que permitem melhor visualizar e compreender o ambiente ao redor”.

2.5 EVOLUÇÃO DA OC (Hjorland,2006 apud Lima e Alvares, s/d):

Para este autor, a evolução da OC ocorreu a partir de cinco tecnologias, elencadas a seguir e, foi impulsionada pelos avanços da CI:

(85)

• 1- Classificação e indexação começaram em bibliotecas, por volta de 1876 e, entre os fundadores estão: Charles A. Cutter (1837- 1903); Melvil Dewey (1851-1931); Henry Bliss (1870-1955) e S. R. Ranganathan (1892-1972).

Essa fase produziu os princípios da organização do conhecimento, ainda, válidos e importantes;

(86)

2- Documentação, cujo marco do surgimento foi aproximadamente em 1892, a partir dos trabalhos de Paul Otlet (1868-1944) e Henri la Fontaine (1854-1943), por ocasião da criação do Escritório Internacional de Bibliografia, em Bruxelas, na casa de Otlet, seguido do Instituto Internacional de Bibliografia (IIB) em 1931. (...) O IIB mudou seu nome para Instituto Internacional de Documentação (IID) em 1937, e para Federação Internacional de Documentação (FID), em 1936 e Federação Internacional de Informação e Documentação em 1988. Suas atividades foram encerradas em 2002 por falta de recursos financeiros. Na perspectiva da OC, essa fase caracteriza-se pelo interesse no controle bibliográfico, na comunicação e documentação científica e em serviços de informação para a indústria.

(87)

3- Armazenamento e recuperação da informação; anos 1950;

ciência da informação sofre grandes influências da ciência da computação; os conceitos de informação e documento sofrem forte divisão conceitual; nessa fase, os novos conceitos de revocação e precisão tornam-se amplamente difundidos; na década de 1960 florescem os serviços baseados em computador, com destaque para o Chemical Abstracts e o Medline;

desenvolvimento da recuperação em texto livre; lógica booleana;

acesso a assuntos específicos; estudos de metodologia quantitativa em detrimento da pesquisa qualitativa; uma tendência não concretizada foi a tentativa de automatizar a recuperação da informação eliminando a interpretação humana;

(88)

4-Bibliometria, quarta etapa da evolução da OC, introduzida por Eugene Garfield do Science Citation Index em 1963; marca a possibilidade de recuperar documentos de acordo com as citações que recebem, representando verdadeira reforma em recuperar informações. Essa técnica trouxe consigo a inovação de evidenciar as relações semânticas entre os documentos citados.

Agregou o conceito de redes de documentos. Os autores que se destacam nesse campo com a OC são: Pao e Worthen (1989), Pao (1993), Rees-Potter (1989) e Hjorland (2003, 2006, 2008), entre outros.

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