• Nenhum resultado encontrado

BRASILALEMANHA. feiert 20 Jahre. comemora 20 anos MATÉRIAS-PRIMAS RENOVÁVEIS NO LUGAR DE INSUMOS FÓSSEIS BIOMASSA APOSTA EFICIENTE, LIMPA E BARATA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "BRASILALEMANHA. feiert 20 Jahre. comemora 20 anos MATÉRIAS-PRIMAS RENOVÁVEIS NO LUGAR DE INSUMOS FÓSSEIS BIOMASSA APOSTA EFICIENTE, LIMPA E BARATA"

Copied!
64
0
0

Texto

(1)

Novembro/Dezembro 2012

Ano 20 Edição 3

ENERGIA

PROJETOS PRECISAM SAIR DO PAPEL

ENERGIE

GEPLANTE PROJEKTE MÜSSEN UMGESETZT WERDEN

MATÉRIAS-PRIMAS

RENOVÁVEIS NO LUGAR DE INSUMOS FÓSSEIS

NACHWACHSENDE ROHSTOFFE

ERSETZEN FOSSILE RESSOURCEN

BIOMASSA

APOSTA EFICIENTE, LIMPA E BARATA

BIOMASSE

EFFIZIENT, SAUBER UND GÜNSTIG

BRASILALEMANHA

comemora 20 anos

feiert 20 Jahre

(2)

2 BRASILALEMANHA Novembro/Dezembro 2012

Energia Energie

(3)

São Paulo: Rua Verbo Divino 1488 04719-904 São Paulo - SP Tel.: (+55 11) 5187-5100 Fax: (+55 11) 5181-7013 E-mail: revista@ahkbrasil.com Rio de Janeiro: Av. Graça Aranha 1 20030-002 Rio de Janeiro - RJ Tel.: (+55 21) 2224-2123 Fax: (+55 21) 2252-7758 E-mail: info@ahk.com.br

Rio Grande do Sul: Rua Castro Alves, 600 90430-130 Porto Alegre - RS Tel.: (+55 51) 3222-5766 Fax: (+55 51) 3222-5556 E-mail: ahkpoa@ahkpoa.com.br Paraná: Rua Duque de Caxias 150 80510-200 Curitiba - PR Tel.: (+55 41) 3323-5958 Fax: (+55 41) 3222-0322 E-mail: ahkcuritiba@ahkbrasil.com

Santa Catarina: Rua Hermann Hering 1 89010-600 Blumenau - SC Tel.: (+55 47) 3336-4515 Fax: (+55 47) 3336-4784 E-mail: ahkblumenau@ahkbrasil.com Brasília: Quadra 6, Conjunto A, Bloco E, SHS BR 70322-915 Brasília-DF

Tel.: (+55 61) 3039-8282/8383 Fax: (+55 61) 3039-8070

E-mail: consultoria@wernerwanderer.com.br Alemanha/Deutschland: DIHK - Deutscher Industrie- und Handelskammertag Breite Straße 29

10178 Berlin

Tel. (+ 0049) 30 20 308-1000

Distribuição gratuita a todos os associados das Câ- maras de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha. Os conceitos emitidos nas matérias não representam necessariamente a opinião oficial das Câmaras de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha.

BRASIL-ALEMANHA é uma publicação da Câmara de Comércio e Indústria Bra- sil-Alemanha produzida e editada pelo Departamento de Comunicação Social / Veröffentlichung der Deutsch-Brasilianischen Industrie- und Handelskammern, die von der Abteilung Öffentlichkeitsarbeit erstellt und herausgegeben wird

CONSELHO EDITORIAL / HERAUSGEBER Thomas Timm (Vice-Presidente-Executivo Câ- mara São Paulo / Hauptgeschäftsführer der AHK São Paulo), Hanno Erwes (Diretor-Execu- tivo Câmara Rio de Janeiro / Hauptgeschäfts- führer der AHK Rio de Janeiro), Valmor Kerber (Gerente Geral AHK Porto Alegre / Leiter der AHK Porto Alegre)

DIRETOR DE COMUNICAÇÃO SOCIAL MERCOSUL / LEITER ÖFFENTLICHKEITSARBEIT MERCOSUR

EDITORA E JORNALISTA RESPONSÁVEL Cecília Degen - MTB 27.114 (SP) REDAÇÃO / REDAKTION

Raquel Sander e Marco Túlio Pereira Silva (re- portagens e textos / Reportagen und Texte);

Luciana Riccó e Vladimir Goitia (colaboração / Freie Mitarbeiter); Wiebke Herbig e \ (tradução / Übersetzungen); Regina Helena Caetano, Thomas Tünnemann (revisão / Lektorat) FOTO DE CAPA / TITELBILD Shutterstock

PRODUÇÃO GRÁFICA / GRAFISCHE UMSETZUNG Nobreart Comunicação Ltda.

Rua Deputado João Sussumu Hirata, 940 - cj 43 Tel.: (+55 11) 3739-4947

FORNECEDORES / DRUCK Gráfica Bandeirantes (Impressão)

Câmaras de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha / Deutsch-Brasilianische Industrie- und Handelskammern:

18 Energia solar aguarda definições / Solarenergiebranche wartet auf Definition

Nova legislação, aprovada em abril, deverá entrar em vigor até o final do ano / Rekordinvestitionen kurbeln die Wirtschaft des Bundesstaats an.

34 Terras-raras: o mercado vai dobrar até 2020 / Seltene Erden: Markt verdoppelt sich bis 2020

As terras-raras são um importante grupo de metais necessários para a produção de itens de alta tecnologia / Die Seltenen Erden sind eine wichtige Gruppe von Metallen, die zur Herstellung hochtechnologischer Produkte benötigt werden.

42 O Brasil também quer o seu espaço / Brasilien will sich Marktanteile sichern

Estudos indicam que o Brasil também dispõe de reservas de terras-raras / Studien haben ergeben, dass auch Brasilien über Vorkommen an Seltenen Erden verfügt 48 De plásticos e sonhos / Nachwachsender Kunststoff

A substituição de insumos fósseis tradicionais por matérias primas renováveis é uma tendência cada vez mais forte na indústria / Die traditionellen fossilen Rohstoffe werden zunehmend durch nachwachsende Rohstoffe ersetzt.

56 O bom destino para o imposto das empresas /

Gute Verwendungsmöglichkeiten für Unternehmenssteuern

Instituto Sócio Cultura Brasil-Alemanha promove o uso das leis de incentivo fiscal / Das Deutsch-Brasilianische Institut für Kultur und Soziales fördert das Engagement von Unternehmen und zeigt Steuervergünstigungen auf

60 Comentário Econômico / Wirtschaftskommentar

A queda dos juros e o financiamento de longo prazo no Brasil / Brasilien und die internationale Krise

Biomassa aposta limpa, barata e eficiente

A bioeletricidade tem potencial para ampliar, em muito, a sua participação na matriz energética brasileira.

Biomasse: sauber, günstig und effizient Der Anteil der Biomasse am brasilianischen Energiemix könnte erheblich steigen

Alf Ribeiro - AE

Brasil: energia para garantir o desenvolvimento

Para atender a demanda doméstica de eletricidade dos próximos anos, o cronograma de projetos do governo federal precisa sair do papel

Brasilien: Energie für die Entwicklung Um die Binnennachfrage nach Energie in den nächsten Jahren zu decken, müssen die Projekte der Bundesregierung in die Tat umgesetzt werden

20 ANOS – Revista BRASILALEMANHA

Veículo registrou os mais importantes acontecimentos no âmbito das relações entre os dois países

20 Jahre

BRASILALEMANHA

Seit 1992 berichtet die Kammerzeitschrift über die

wichtigsten Ereignisse im Rahmen der bilateralen Beziehungen

26

Sumário / Inhalt 4

Unica - Niels Andreas

10

(4)

4 BRASILALEMANHA Novembro/Dezembro 2012

Energia Energie

Brasil - energia para garantir o desenvolvimento

Cronograma de projetos do governo federal precisa ser colocado em prática

Vladimir Goitia

O Brasil, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), organização que atua como uma espécie de orientadora política sobre energia para 26 países membros, é o décimo maior consumidor mundial de energia e, entre 2010 e 2035, a demanda no País deve crescer 78%. Ou seja, o planejamento energético que o governo faz anualmente, traçando o cenário para os dez anos seguintes, precisará mesmo sair do papel para não correr riscos de falta de eletricidade, como os que já se viu este ano em algumas regiões brasileiras.

A desaceleração do crescimento econômico nos últimos anos fez o Brasil ganhar “certo fôlego” para a velocidade de concretização de investimentos no segmento de energia elétrica, razão pela qual a pressão para tirar projetos do papel deve diminuir, avalia a indústria do setor. É bom lembrar que o con- sumo de eletricidade está atrelado à expansão do Produto Interno Bruto (PIB).

Osvaldo San Martin, presidente e CEO da Voith Hydro, alerta, porém, que “é importan- te que o cronograma de projetos planejados pelo governo federal seja colocado em prática o quanto antes para, justamente, garantir que não ocorram problemas com a oferta de ener- gia [elétrica] e com possíveis futuros apagões”.

San Martin não deixa de ter razão. Até porque estimativas recentes da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), órgão estatal de planejamento, mostram que a demanda doméstica de eletricidade deve crescer, em média, 4,7% ao ano nos próximos dez anos e a AIE confirma essas previsões.

“Cremos que dois grandes passos já foram dados”, ressalta Marcos Costa, presidente da Alstom Brasil. Primeiro, explica ele, “o investimento de empresas [multinacionais]

que estão trazendo suas instalações para o Brasil e reforçando a formação de mão de obra local especializada”. Depois, acrescenta, “a organização do setor por meio de leilões [de energia com antecedência de três e cinco anos da data de suprimento], com a participação de empresas públicas e privadas”.

Para atender a demanda de energia elétri- ca, o Brasil conta com um Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE), coordenado pelo Ministério de Minas e Energia. Já para viabi- lizar a expansão planejada no PDE, são reali- zados leilões de energia com antecedência da data de suprimento. No momento, há várias usinas contratadas que entrarão em operação até 2016. Em dezembro, por exemplo, serão realizados dois leilões para início de entrega de energia em 2015 e 2017.

Energia Energie

(5)

Brasilien - Energie für die Entwicklung

Vladimir Goitia

Nach Angaben der Internationalen Energieagentur (IEA), die für ihre 28 Mitgliedsländer eine Art Orientie- rungshilfe für die Energiepolitik gibt, hat Brasilien den weltweit zehnthöchsten Energieverbrauch. Die IEA geht außerdem davon aus, dass der Verbrauch in Brasilien von 2010 bis 2035 um 78% steigen wird. Das heißt, die Ener- giepläne, die die Regierung jedes Jahr für die nächsten zehn Jahre erstellt, müssen auch tatsächlich umgesetzt werden; sonst drohen Stromausfälle, wie sie in diesem Jahr in einigen Regionen des Landes bereits vorgekommen sind.

Durch die Verlangsamung des Wirtschaftswachstums in den letzten Jahren hat Brasilien sozusagen „wieder Luft bekommen“ für die Umsetzung von Investitionen in den Energiesektor. Die Unternehmen der Branche gehen davon aus, dass der Druck auf die Verantwortlichen, geplante Projekte tatsächlich umzusetzen, nachlassen wird. Der Stromverbrauch steht in engem Zusammenhang mit dem Wachstum des Bruttoinlandsprodukts.

Osvaldo San Martin, Präsident und CEO von Voith Hydro, warnt jedoch: „Es ist wichtig, dass die von der Bundesregierung geplanten Projekte möglichst bald durchgeführt werden, um sicherzustellen, dass es keine Probleme in der Energieversorgung und mit eventuellen Stromausfällen gibt.“

Und er hat recht. Nach einer kürzlich durchgeführten Erhebung des staatlichen Unternehmens für Energiefor- schung (EPE), das Grundlagen für die Energieplanung

liefern soll, wird die Binnennachfrage nach Elektrizität in den nächsten Jahren um durchschnittlich 4,7% im Jahr wachsen, und die IEA bestätigt diese Zahlen.

„Zwei wichtige Maßnahmen sind schon getroffen wor- den“, betont Marcos Costa, Präsident von Alstom Brasil. Da seien zum einen die Investitionen von [multinationalen] Un- ternehmen, die Niederlassungen in Brasilien einrichten und mit zur Ausbildung spezialisierter Arbeitskräfte beitragen.

Und zum anderen nennt er die Organisation des Sektors über Auktionen [bei denen Verträge über Stromlieferungen drei bis fünf Jahre im Voraus abgeschlossen werden], an denen öffentliche und private Unternehmen teilnehmen.

Um die Nachfrage zu decken, hat Brasilien einen Zehn- jahresplan zum Ausbau der Energiewirtschaft (PDE) ausge- arbeitet, dessen Umsetzung vom Ministerium für Bergbau und Energie koordiniert wird. Um den im PDE vorgesehen Ausbau zu ermöglichen, werden Energieauktionen lange Zeit im Voraus durchgeführt. Es wurden bereits Verträge mit einigen Kraftwerken abgeschlossen, die bis 2016 in Betrieb gehen sollen. Im Dezember werden zwei Auktionen über Stromlieferungen ab 2015 und 2017 stattfinden.

„Die laufenden Projekte in der Energieerzeugung und –übertragung sind sehr wichtig, um gegen das Risiko von Lie- ferengpässen vorzubeugen, und genau das ist auch ihr Ziel“, erklärt Elbia Melo, geschäftsführende Präsidentin des Verban- des der Windkraftunternehmen (ABEEólica). „Stromausfälle stehen nicht notwendigerweise mit der langfristigen Planung in Zusammenhang“, so Melo. Ein Fehler im System könne jederzeit zu einem vorübergehenden Stromausfall führen.

Die Projekte der Bundesregierung müssen in die Tat umgesetzt werden

Divulgação – Voith AG

As pás de uma turbina hidráulica vistas de forma criativa. Mais de 70%

da matriz energética brasileira corresponde à energia gerada pela forca das aguas dos rios / Die Blätter einer Turbine aus kreativer Perspektive. Über 70%

des brasilianischen Energiemix kommen aus Flusswasserkraftwerken

(6)

6 BRASILALEMANHA Novembro/Dezembro 2012

Energia Energie

chegar a 16 mil MW, ultrapassando a capacidade da geração a biomassa, que terá 13 mil MW, e as PCHs, 7 mil MW.

Para a ABEEólica, por ser uma fonte complementar à fonte hidrelétrica, a eletricidade gerada com a força dos ventos consegue proporcionar maior segurança no suprimento, principal- mente nos momentos em que não ocor- rem chuvas. A presidente da entidade lembra que, em função dos leilões já realizados desde 2009, mais de R$ 25 bilhões serão investidos no setor.

com certa mobilidade. Por exemplo, nos próximos quatro anos, a demanda do mercado deve se concentrar em três fontes. As hidrelétricas devem responder por 50% a 60%; as eólicas, por 30%; e o restante ficará com as térmicas. Isso quer dizer que a energia eólica deve mesmo se consolidar como a segunda fonte mais importante e competitiva. “Vivemos um momento de ampla expansão industrial e, cada vez mais, vemos investimentos nesse setor”, avalia o executivo da Alstom.

Investimentos bilionários

Até 2021, estima-se que o setor de energia elétrica no Brasil receberá quase R$ 269 bilhões para investi- mentos (R$ 213 bilhões em geração e R$ 56 bilhões em transmissão). Com isso, a capacidade de geração do País deve aumentar 56% e saltar dos atuais 116,5 mil MW para 182,4 mil MW, com destaque significativo para as fontes renováveis (inclui hidrelétricas), que, de acordo com projeções do PDE, crescerão a uma taxa média de 5,1%

ao ano, passando de uma participação total de 43,1% na matriz energética para 45% daqui a nove anos.

Especificamente sobre as fontes renováveis, a EPE destaca a energia eólica, cuja capacidade instalada pode

“Os projetos em andamento, tanto em geração quanto em transmissão, são muito importantes para prevenir o risco de não suprimento de ener- gia elétrica, e [eles] são feitos para isso”, lembra Elbia Melo, presidente- -executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica). “Um apagão (blecaute) não necessariamen- te está relacionado ao planejamento de longo prazo”, afirma. Para ela, a qualquer momento o Brasil pode ter uma ocorrência no sistema, que pode provocar a falta temporária de energia.

Embora a demanda esteja realmente crescendo, Costa, da Alstom Brasil, lembra que a oferta de energia elétrica está acompanhando a expansão, e

Sérgio Castro / Agência Estado

Situação atual dos empreendimentos para geração de energia no Brasil Neue Kraftwerke in Brasilien

No de Empreendimentos Fonte de Energia Situação Potência Associada (MkV) Zahl der geplanten Kraftwerke Energiequelle derzeitiger Stand Leistung (in MkW)

213 eólica / Windkraft outorgada / vergeben 5.753

76 eólica / Windkraft em construção / im Bau 1.874

82 eólica / Windkraft em operação / in Betrieb 1.762

10 fotovoltaica / Photovoltaik em operação / in Betrieb 2,5

204 hidrelétrica / Wasserkraft outorgada / vergeben 5.046

59 hidrelétrica / Wasserkraft em construção / im Bau 18.819

1.023 hidrelétrica / Wasserkraft em operação / in Betrieb 83.449

1 maré / Gezeitenkraft outorgada / vergeben 0,05

138 termelétrica / Wärmekraft outorgada / vergeben 9.451

41 termelétrica / Wärmekraft em construção / im Bau 7.355

1.594 termelétrica / Wärmekraft em operação / in Betrieb 34.485

Total: 168.002

Fonte: Aneel – Dados atualizados em nov/2012 / Quelle: Energiebehörde ANEEL - Stand: November 2012

O Brasil possui um total de 2.709 empreendimentos em operação, que geram 119.700.086 kW de potência In Brasilien sind 2.709 Kraftwerke in Betrieb, die insgesamt

119.700.086 kW erzeugen

No futuro, o Brasil aumentará a utilização de fontes renováveis como vento, sol e biomassa para a geração de energia / In Brasilien wird immer mehr Energie aus Wind, Sonne und Biomasse erzeugt

(7)

Eine besondere Rolle wird dabei die Energieerzeugung aus erneuerbaren Quellen (einschließlich Wasserkraft) spielen, die nach Prognosen des PDE um durchschnittlich 5,1% im Jahr wachsen wird und in neun Jahren einen Anteil von 45% am Energiemix (heute: 43,1%) haben sollte.

Unter den erneuerbaren Quellen misst EPE der Windkraft besondere Bedeutung bei, die auf eine Kapazität von 16.000 MW kommen kann und damit die Biomassekraftwerke und die kleinen Wasserkraftwerke (PCHs, Kraftwerke mit einer Kapazität von bis zu 30 MW) mit voraussichtlich 13.000 MW bzw. 7.000 MW überholen würde. Nach Ansicht der ABEEólica erhöht die Windkraft als Ergänzung zur Was- serkraft die Energiesicherheit, insbesondere in regenarmen Zeiten. Der Präsident des Verbandes erinnert daran, dass infolge der seit 2009 durchgeführten Auktionen über R$

25 Mrd. in die Windkraft investiert werden.

San Martin von Voith Hydro ist zwar auch der Ansicht, die Windkraft sei eine wettbewerbsfähige Energiequelle mit relativ geringen sozialen und ökologischen Auswir- kungen. Er äußert jedoch Zweifel an der Zuverlässigkeit und der Nachhaltigkeit. Windkraft sei keine zuverlässige Energiequelle, mit der sich die Versorgung auch zu Spit- zenverbrauchszeiten gewährleisten ließe, und die Energie könne auch nicht ununterbrochen und in ausreichender Menge erzeugt werden, um Stromausfälle zu verhindern.

„Und ob die Windkraft eine nachhaltige Energiequelle ist, ob also eine Energieerzeugung in großem Maßstab ohne permanente Schädigung von Landschaft und Fauna möglich ist, ist ebenfalls noch nicht geklärt. Es steht zu hoffen, dass diese und andere Fragen in der Öffentlichkeit debattiert werden, je mehr Bedeutung die Windkraft ge- winnt“, so San Martin.

Kein Land der Welt würde sein Energiepotential ver- schwenden, und bei der Wahl der Energiequelle seien drei rationale Kriterien zu beachten: Preis, Zuverlässigkeit und Nachhaltigkeit.

„Danach sind Wasserkraftwerke praktisch unschlagbar.

Sie haben die geringsten Produktionskosten pro MW, ar- beiten mit Technologien, die seit Jahren weiterentwickelt Zwar steigt die Nachfrage, aber Costa von Alstom

Brasil weist darauf hin, dass das Stromangebot parallel dazu steigt und eine gewisse Flexibilität aufweist. In den nächsten vier Jahren wird die Nachfrage voraussichtlich aus drei Quellen gedeckt: Die Wasserkraftwerke machen 50% bis 60% aus, die Windkraftwerke 30%, und der Rest der Energie kommt aus Wärmekraftwerken. Es sieht also tatsächlich so aus, als könne sich die Windenergie als zweitwichtigste und wettbewerbsfähige Energiequelle etablieren. „Die Industrie expandiert im Moment stark, und es wird immer mehr in den Sektor investiert“, so Costa.

Milliardenschwere Investitionen

Bis 2021 sollen in der brasilianischen Energiewirtschaft schätzungsweise R$ 269 Mrd. investiert werden (R$ 213 Mrd. in die Energieerzeugung und R$ 56 Mrd. in die Energieübertragung). Damit sollte die Kapazität um 56%

ansteigen, von den heutigen 116.500 MW auf 182.400 MW.

Alf Ribeiro - AE

Os novos projetos hidrelétricos do País se concentram na região Amazônica, já que o potencial de aproveitamento hídrico do Sul e Sudeste está esgotado

/ Die neuen geplanten Wasserkraftwerke liegen größtenteils im Amazonasgebiet, da das Potential im Süden und Südosten des Landes bereits erschöpft ist

Dida Sampaio - AE

(8)

8 BRASILALEMANHA Novembro/Dezembro 2012

Energia Energie

os grandes projetos hidrelétricos pre- cisam ser estudados cuidadosamente para que os impactos socioambientais durante a construção sejam minimiza- dos e os interesses legítimos da socie- dade sejam preservados e atendidos.”

Estimativas mostram que a partici- pação das hidrelétricas na matriz ener- gética do Brasil cairá de 76% hoje para 67%. Já a geração de fontes alternativas, como a de térmicas movidas a biomas- sa, usinas eólicas e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), vai dobrar em apenas dez anos, de 8% para 16%. Ao longo dos próximos dez anos, o consu- mo final energético aumentará em linha com o crescimento econômico: 4,7% ao ano em média. Com isso, a demanda por energia entre 2011 e 2021 deve avançar de 472 mil GWh por ano para 736 mil GWh por ano. Ou seja, 56% a mais. O consumo per capita, de 2,4 mil kWh por ano, também deve aumentar, aproximando-se do verificado em países como Chile e Argentina, mas ficará ain- da abaixo do dos Estados Unidos, onde é de mais de 12 mil kWh por habitante.

Visão de futuro

Diante disso e de olho na demanda futura, as grandes indústrias estão se preparando para atender da melhor forma possível. A Alstom, por exemplo, tem boas perspectivas em todos os seg- mentos de atuação. “Não privilegiamos um setor. Mas podemos afirmar que o de geração está em uma fase de grande crescimento, e temos muitos projetos em vista neste momento”, explica Costa.

A Alstom avalia que, além da hi- droeletricidade, que demandará novas usinas, principalmente na região Norte do Brasil, o mercado eólico também passa por forte expansão. “Tendo isso em vista, só podemos investir e apostar nossas fichas no mercado de geração”, diz o executivo da Alstom, que tem uma fábrica de produção de naceles para aerogeradores na Bahia, com 600 MW de capacidade anual. “Anunciamos recentemente que vamos instalar nossa primeira fábrica de torres eólicas na América Latina, no Rio Grande do Sul.

Esses investimentos, e estudos de nossa equipe, reforçam nosso compromisso com a demanda atual do país”, afirma.

A Voith Hydro também está com seus planos de longo prazo em execu- ção. “Da mesma forma que em 1964 a Voith se estabeleceu no Brasil buscando atender o que viria a ser conhecido como ‘milagre econômico’, marcado por investimentos consideráveis em infraestrutura, a companhia acredita no bom momento do país, que emergiu para um novo patamar de desenvolvi- mento”, afirma San Martin.

No Brasil, a múlti modernizou-se com dois laboratórios de P&D. Um para geradores e outro para automação.

“A nova fábrica da Voith, estabelecida em Manaus, é o exemplo vivo de como a empresa busca estar sempre à frente do nosso tempo. Acreditamos estar preparados para continuar a ser um parceiro competente e confiável para nossos clientes.”

San Martin, da Voith Hydro, con- corda que a energia eólica é de fato uma fonte de energia com custo de geração competitivo e seu impacto so- cioambiental é relativamente pequeno.

Entretanto, alerta o executivo da múlti alemã, “restam questões de confiabi- lidade e sustentabilidade”. Para ele, a energia eólica “não é uma fonte con- fiável” para poder garantir suprimento nos momentos de pico, tampouco para assegurar energia suficiente e ininter- rupta para evitar apagões e blecautes.

“Se é mesmo sustentável, no sentido de ser viável em larga escala e sem im- pactos permanentes na paisagem e na fauna local, são questões igualmente em aberto. É de se esperar que, à me- dida que essa fonte de energia venha ganhando importância, estas e outras questões começarão a ser debatidas pela sociedade”, argumenta.

Para o executivo da Voith Hydro, nenhum país do mundo desperdiça seu potencial energético e, pensando em critérios racionais para a escolha de uma fonte, três fatores precisam ser levados em conta: preço, confiabilidade e sustentabilidade.

“Nesse sentido, as hidrelétricas são praticamente imbatíveis. Têm o menor custo de geração por MW, utilizam tec- nologia que vem sendo desenvolvida há anos e ainda se valem de um fluido não poluente e renovável”, diz. “É claro que

Parques eólicos no Interior da Bahia – no município de Caetité. Lá a empresa Renova Energia já construiu 184 aerogeradores / Windparks im Landesinneren von Bahia - in Caetité hat Renova Energia bereits 184 Anlagen gebaut

“Os grande projetos hidrelétricos precisam ser estudados para que os impactos socioambientais sejam minimizados”, afirma Osvaldo San Martin, presidente e CEO da Voith Hydro no Brasil / „Bei den geplanten großen Wasserkraftwerken müssen die sozialen und ökologischen Auswirkungen minimiert werden“, erklärt Osvaldo San Martin, Präsident und CEO von Voith Hydro in Brasilien

Helvio Romero - AE

(9)

werden, und nutzen eine Flüssigkeit, die erneuerbar und nicht umweltschädlich ist. Natürlich müssen die geplanten großen Wasserkraftwerke sorgfältig geprüft werden, damit die sozialen und ökologischen Folgen minimiert und die legitimen Interessen der Gesellschaft beachtet und respek- tiert werden.“

Schätzungen zufolge wird der Anteil der Wasserkraft am brasilianischen Energiemix von heute 76% auf 67% zurück- gehen. Die Erzeugung aus alternativen Energiequellen wie z.B. Biomassekraftwerken, Windkraftwerken und kleinen Wasserkraftwerken (PCHs) wird sich in nur zehn Jahren voraussichtlich von 8% auf 16% verdoppeln. In den nächs- ten zehn Jahren wird der Energieendverbrauch parallel zum Wirtschaftswachstum steigen, und zwar durchschnittlich um 4,7% im Jahr. Damit würde die Energienachfrage von 2011 bis 2021 von 472.000 GWh im Jahr auf 736.000 GWh pro Jahr steigen. Das ist ein Plus von 56%. Der Pro- Kopf-Verbrauch, der derzeit bei 2.400 kWh im Jahr liegt, wird sich voraussichtlich ebenfalls erhöhen und ungefähr den Wert erreichen, der in Ländern wie Chile und Argen- tinien verzeichnet wird, allerdings hinter den in den USA verzeichneten 12.000 kWh zurückbleiben.

Blick in die Zukunft

Angesichts der geschilderten Sachlage und im Hinblick auf die künftige Nachfrage treffen die entsprechenden Unternehmen ihre Vorbereitungen. Alstom beispielsweise hat gute Aussichten in allen Geschäftsbereichen. „Wir prio- risieren hier nicht. Aber die Energieerzeugung ist ein stark

wachsendes Geschäftsfeld, und wir planen hier momentan viele Projekte“, erklärt Costa.

Alstom geht davon aus, dass neben der Wasserkraft, für deren Nutzung neue Kraftwerke v.a. im Norden Brasiliens gebaut werden müssen, auch der Windkraft- markt stark expandieren wird. „Also müssen wir in diese Form der Energieerzeugung investieren“, so Costa.

Alstom baut im Bundesstaat Bahia Maschinenhäuser für Windkraftanlagen mit einer Kapazität von 600 MW pro Jahr. „Wir haben kürzlich bekanntgegeben, dass wir in Rio Grande do Sul die erste Fabrik für Windkrafttürme bauen werden. Mit diesen Investitionen und den Studien, die unser Team durchführt, kommen wir der Nachfrage in Brasilien entgegen.“

Auch bei Voith Hydro sind bereits langfristige Projekte angelaufen. „Schon 1964 ist Voith nach Brasilien bekom- men, um die Nachfrage zu bedienen, die durch das soge- nannte ‚Wirtschaftswunder‘ entstand. Damals wurden erhebliche Investitionen in die Infrastruktur getätigt. Auch heute sind wir überzeugt, dass es der brasilianischen Wirt- schaft gut geht. Das Land hat eine neue Entwicklungsstufe erreicht“, so San Martin.

Das deutsche multinationale Unternehmen unterhält in Brasilien zwei Forschungslabors. In einem Labor werden Ge- neratoren, im anderen Automatisierungssysteme entwickelt.

„Die neue Fabrik von Voith in Manaus ist ein anschauliches Beispiel dafür, dass das Unternehmen stets versucht, seiner Zeit voraus zu sein. Wir werden unseren Kunden auch weiterhin ein kompetenter und zuverlässiger Partner sein.“

Helvio Romero - AE

Total de usinas de geração de energia em operação no Brasil Bestehende Kraftwerke in Brasilien

Hidrelétricas / Wasserkraftwerke 1.019

Térmicas a óleo / Ölkraftwerke 983

Térmicas a gás / Gaskraftwerke 145

Térmicas a carvão / Kohlekraftwerke 10

Biomassa / Biomassekraftwerke 445

Nucleares / Kernkraftwerke 2

Eólicas / Windkraftwerke 81

Total / Insgesamt 2.685

Aneel/ EPE Base de dados: 2011 /

Quelle: Energiebehörde ANEEL / Unternehmen für Energieforschung (EPE), Stand: 2011

(10)

10 BRASILALEMANHA Novembro/Dezembro 2012

Energia Energie

Biomassa, aposta limpa, barata e eficiente

Bagaço de cana- de-açúcar, casca de arroz, resíduos agrícolas. Tudo pode ser usado para gerar energia

Vladimir Goitia

Por ser considerada uma das fontes mais renováveis de todas, capaz de gerar energia elétrica 24 horas por dia, já que não depende do sol, do vento ou da água, a biomassa é, de acordo com especialistas, a aposta mais lim- pa, mais barata e mais eficiente. Além disso, é possível ainda comercializar créditos no mercado de carbono e os valores necessários para investimento são reduzidos, em com- paração a outros tipos de energia limpa. Daí as estimativas otimistas de, em um período de 20 anos, a bioeletricidade ampliar signi- ficativamente a sua participação na matriz energética do Brasil.

De acordo com dados mais recentes da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ór- gão estatal de planejamento, a capacidade instalada da produção de energia por meio de biomassa somou no ano passado 4,5 mil MW, montante 21% a mais do que no período anterior. Mesmo apresentando essa forte ex- pansão de um ano para outro, a produção de bioeletricidade não chega nem mesmo a 4% de toda a matriz energética nacional, atualmente em 116 mil MW.

“A participação da biomassa na matriz energética brasileira é ainda muito reduzida, menos de 5%. Mas, com as boas perspecti- vas de crescimento nos próximos anos, essa fatia, principalmente no período entre 2020 e 2030, pode atingir 10%”, avalia Suani Coelho, professora do programa de Pós-Graduação em Energia da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora do Centro Nacional de Referência em Biomassa (Cenbio/IEE/USP).

A EEP acredita que a capacidade instalada da produção de eletricidade com bagaço de cana, casca de arroz, licor negro, resíduos de madeira e com biogás suba para 9.163 MW em 2020 e salte para 22.300 MW em 2030.

A União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica), entretanto, é um pouco mais oti- mista, e prevê que, em 2020, a produção de bioeletricidade possa superar os 13 mil MW, montante acima do que é produzido hoje na usina hidrelétrica de Itaipu.

Suani ressalta uma série de vantagens econômicas para quem produz energia por meio de biomassa. Entre elas, a utilização de equipamentos e matéria-prima nacionais e o aproveitamento de resíduos ambientalmente corretos, além, claro, da geração de empregos Analistas acreditam que até

2030 , a biomassa responda por 10% da matriz energética brasileira / Fachleute gehen davon aus, dass die Biomasse im Jahr 2030 einen Anteil von 10% am brasilianischen Energiemix haben wird

10 BRASILALEMANHA Novembro/Dezembro 2012

Energia Energie

Única – Tadeu Fessel

(11)

Biomasse: sauber, günstig und effizient

Vladimir Goitia

Biomasse ist eine der erneuerbarsten Energiequellen. Aus Biomasse lässt sich 24 Stunden am Tag Strom erzeugen, unabhängig von Sonne, Wasser oder Wind. Fachleuten zufolge ist Biomasse die sauberste, günstigste und effizi- enteste Energiequelle. Außerdem können CO2-Zertifikate verkauft werden, und die notwendigen Investitionen sind im Vergleich zu anderen sauberen Energien gering. Das erklärt die optimistische Einschätzung, dass sich der An- teil der Biomasse am brasilianischen Energiemix in den nächsten 20 Jahren beträchtlich erhöhen wird.

Nach einer kürzlich durchgeführten Erhebung des staatlichen Unternehmens für Energieforschung (EPE), das Grundlagen für die Energieplanung liefern soll, belief sich die installierte Kapazität der Biomassekraftwerke im vergangenen Jahr auf 4.500 MW, 21% mehr als im Jahr 2010. Aber trotz dieses starken Anstiegs in nur einem Jahr macht Strom aus Biomasse keine 4% der in Brasilien insgesamt erzeugten Energie (116.000 MW) aus.

„Der Anteil der Biomasse am brasilianischen Energiemix ist noch sehr gering und liegt bei unter 5%. Aber angesichts der guten Wachstumsaussichten für die nächsten Jahre könnte der Anteil steigen, besonders in den Jahren 2020 bis 2030, und bis zu 10% erreichen“, so die Einschätzung von Suani Coelho, Dozentin im Postgraduiertenstudiengang Energie an der Universität São Paulo (USP) und Koordi- natorin des brasilianischen Biomasseforschungszentrums am Institut für Elektrotechnik und Energie (CENBIO/

IEE/USP).

EPE geht davon aus, dass die installierten Kapazitäten in der Energieerzeugung aus Zuckerrohrbagasse, Reisschalen, Schwarzlauge, Holzabfällen und Biogas bis 2020 auf 9.163 MW und bis 2030 auf 22.300 MW steigen werden. Der Verband der Zuckerrohrindustrie (UNICA) ist optimisti- scher und erwartet für 2020 bereits über 13.000 MW - das ist mehr Energie, als heute im Wasserkraftwerk Itaipu erzeugt wird.

Coelho betont die wirtschaftlichen Vorteile der Ener- gieerzeugung aus Biomasse, darunter die Nutzung von

Anlagen und Rohstoffen aus dem Inland, die ökologisch korrekte Verwendung von Abfällen und natürlich die Schaffung von Arbeitsplätzen in ländlichen Gebieten.

„Ein weiterer großer Vorteil ist die dezentrale Energie- erzeugung. Die Risiken von Lieferunterbrechungen sind geringer, und durch die verbrauchernahe Produktion ist das Angebot gesichert.“

Die CENBIO-Koordinatorin erklärt außerdem, dass beispielsweise die Zuckerrohrernte in die Trockenzeit fällt, so dass aus der Bagasse gerade dann Energie gewonnen werden kann, wenn die Wasserkraftwerke normalerweise mit niedrigen Kapazitäten arbeiten. „Dadurch ergänzen sich die verschiedenen Formen der Energieerzeugung“, so Coelho.

Trotz dieser ökologischen und ökonomischen Vorteile und des großen Potentials gibt es bei der Erzeugung von Biostrom in Brasilien noch Probleme. Eine der größten Schwierigkeiten sieht Coelho in den Kosten für effizien- tere Technologien besonders bei der Energieerzeugung aus Biogas in städtischen Regionen (Mülldeponien und Kläranlagen).

Zuckerrohrbagasse, Reisschalen, Agrarabfälle. Energie lässt sich aus allem erzeugen

Aterro Sanitário Bandeirantes em São Paulo – tecnologia sofisticada faz com que o gás da decompostagem gere energia elétrica / Die Mülldeponie Bandeirantes in São Paulo - dank moderner Technologien können die Zersetzunggase zur Energieerzeugung verwendet werden

Antonio Milena - AE

(12)

12 BRASILALEMANHA Novembro/Dezembro 2012

Energia Energie

“Se soma a esses fatores o conserva- dorismo dos produtores rurais que não se sentem incentivados a aproveitar de- jetos de animais, que, afinal de contas, têm impactos ambientais decorrentes de sua disposição inadequada”, explica a coordenadora do Cenbio. “Embora a biomassa seja considerada uma ótima fonte renovável de energia, nem sempre é utilizada de maneira sustentável”, acrescenta.

Sustentabilidade

É bom ressaltar que a biomassa é usada há séculos como fonte de energia, sem, no entanto, apoiar-se em produção sustentável. Por isso, durante muito tempo, o termo biomassa acabou associado à ideia de desmatamento.

Daí que as chamadas “biomassas tradicionais” (combustão direta de ma- deira, lenha, carvão vegetal, resíduos de animais e urbanos para cocção, secagem e produção de carvão) são consideradas hoje não sustentáveis, já que são utilizadas de maneira rústica, em geral para suprimento residencial em comunidades isoladas.

Já as chamadas “biomassas mo- dernas”, entre elas biocombustíveis (etanol e biodiesel), madeira de reflo- restamento, bagaço de cana-de-açúcar, casca de arroz, licor negro e outros re- síduos agrícolas, desde que utilizadas de maneira sustentável e em processos tecnológicos avançados e eficientes, estão se transformando na “menina dos olhos” dos investidores. Não é à toa que a parcela relacionada ao uso de biomassa tradicional no mundo como fonte renovável vem caindo ano a ano, enquanto a biomassa moderna vem aumentando significativamente.

Essa mudança e a percepção de que as fontes limpas são cada vez mais bem vistas fizeram com que a energia renovável tenha praticamente superado o status de “nicho de mercado” e hoje enfrenta sérios problemas no Brasil,

onde o potencial de geração é con- siderado significativo. Para Suani, uma das maiores dificuldades é, por exemplo, a viabilidade econômica para o uso de tecnologias mais eficientes, principalmente no setor de biogás em regiões urbanas (aterros e Estações de Tratamento de Esgoto).

Outro problema elencado pela pro- fessora da USP refere-se aos leilões de energia promovidos pelo governo fe- deral, que, de acordo com ela, não são realizados apenas para interessados em gerar bioenergia. Pela regulamentação, esse segmento precisa competir com outras fontes, como eólica. Na opinião dela, essa fonte de energia renovável

“recebe pesados incentivos e subsí- dios”, entre eles a isenção de impostos.

em zonas rurais. “Outra grande vanta- gem é a geração descentralizada, com menores riscos de interrupções e maior segurança na oferta devido à proximi- dade dos centros de carga”, afirma.

A coordenadora do Cenbio, grupo de pesquisa em bioenergia criado no Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP, lembra ainda que outro fator importante a ser considerado no caso do uso do bagaço da cana-de-açúcar, por exemplo, é que a safra brasileira ocorre no período de seca, quando as usinas hidrelétricas operam geralmen- te em baixa capacidade. “Isso permite a complementaridade das energias produzidas no país”, acrescenta.

Apesar dessas vantagens, tanto em termos ambientais como de custos, a produção de bioeletricidade ainda

No Rio Grande do Sul, a MPC Bioenergia, ligada ao grupo alemão MPC Münchmeyer Petersen, produz energia a partir da casca de arroz / In Rio Grande do Sul erzeugt MPC Bioenergia, eine Niederlassung der deutschen Gruppe MPC Münchmeyer Petersen, Energie aus Reisschalen

Epitacio Pessoa - AE

(13)
(14)

14 BRASILALEMANHA Novembro/Dezembro 2012

Energia Energie

MPC Münchemeyer Petersen & Co, que administra 18 bilhões de euros em fundos e tem investimentos nas áreas de energia, imóveis e navegação. A MPC Bioenergia do Brasil, subsidiária do grupo alemão, começou a produzir em maio deste ano 12,3 MW de energia numa usina própria movimentada com casca de arroz em São Borja, no Rio Grande do Sul.

“São quase 10 milhões de toneladas de arroz produzidas por ano no Estado, dos quais 20% são cascas. Ou seja, trata-se de 2 milhões de toneladas que, largadas em aterros, criam graves problemas ambientais”, explica Johann Albert Ramcke, diretor-executivo da MPC.

Diante desse problema, e vendo que esse resíduo agrícola poderia gerar energia, a gestora de fundos alemães investiu R$ 65 milhões para colocar em operação esse complexo energético, que consome cerca de 100 mil toneladas por ano de casca de arroz. A usina da MPC exporta para o Sistema Integrado Nacional (SIN) 10,8 MW, quantidade suficiente para abastecer uma cidade com 60 mil casas ou de 180 mil habitantes. “O restante é para consumo próprio”, diz Ramcke.

já represente uma parcela significativa e crescente no fornecimento total de energia. De acordo com o REN21’s Renewables 2012 Global Status Report, preparado pelo UNEP Collaborating Centre for Climate and Sustainable Energy Finance, em associação com a Bloomberg New Energy Finance, as energias renováveis continuaram a crescer fortemente em todos os setores de uso final de energia – eletricidade, transporte, aquecimento e refrigeração.

O relatório indica ainda que as energias renováveis contribuíram com quase metade dos estimados 208 GW de capacidade elétrica adicionada no mundo no ano passado. Globalmente, até o final de 2011, a capacidade de energia elétrica renovável excedeu 1.360 GW, um aumento de 8% sobre 2010. As fontes renováveis compreen- dem mais de 25% da capacidade global de geração de eletricidade (estimada em 5.360 GW em 2011) e forneceram um suprimento de 20,3% para a eletricida- de global naquele período.

Daí a aposta na versatilidade da biomassa por parte dos grandes in- vestidores. É o caso do grupo alemão

Mas a biomassa ainda permite outro tipo de usos. Em parceria com Oxiteno, Petrobras e Vale Soluções em Energia (VSE), o Instituto de Pes- quisas Tecnológicas (IPT) vai erguer até 2016, no Parque Tecnológico de Piracicaba, no interior de São Paulo, uma planta piloto de gaseificação de biomassa. Ela deve começar a operar por módulos no mesmo ano e inte- gralmente em 2017, de acordo com Gerhard Ett, gerente do projeto de gaseificação do IPT.

O projeto do IPT é o maior do gêne- ro no Brasil e vai processar 1 tonelada de bagaço seco por hora e gerar gás de síntese ou syngas, uma mistura combustível de gases produzida a partir de processos de gaseificação, ou seja, de combustão incompleta de combustíveis sólidos. O gás de síntese

do bagaço de cana será avaliado em três aplicações: para a geração de energia elétrica, para a produção de biocom- bustível líquido e como precursor de biopolímeros, os chamados monôme- ros do plástico. Para os primeiros cinco anos do projeto está prevista a produ- ção de 500 kg/hora de gás de biomassa.

“Esse gás é como se fosse um lego, que serve para produzir, entre outros, etanol de segunda geração, querosene, diesel, acetonas, ácido acético, além de fertilizantes”, explica Ett. Para a construção dessa unidade industrial piloto de R$ 80 milhões, o IPT está próximo a fechar um financiamento de R$ 32 milhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Outros R$ 25 milhões virão da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Já o governo de São Paulo en-

trará com R$ 5 milhões e os restantes R$ 18 milhões virão do próprio IPT e de seus parceiros no projeto.

Gerhard Ett explica que a planta piloto está sendo projetada para testar algumas das possíveis soluções para a planta industrial. Caso o projeto vingue – e não tem por que não dar certo, de acordo com ele –, servirá de base para estabelecer um projeto conceitual de uma planta industrial de gaseificação com capacidade de processar 800 mil toneladas anuais de bagaço e palha de cana-de-açúcar.

Além do bagaço, outras matérias- -primas de biomassa serão inves- tigadas. Os parceiros industriais investirão conjuntamente na planta piloto e, isoladamente, nos projetos de pesquisa do aproveitamento de gás de síntese.

Planta piloto para gaseificação de biomassa será construída em Piracicaba, no interior do Estado de São Paulo

Diante do sucesso, o executivo informa que a MPC construirá outras duas usinas, uma em Itaqui, a mais ou menos 100 quilômetros de São Borja, e a outra em Pelotas. A primeira já tem a licença aprovada e deve começar a operar em meados de 2014. A se- gunda está em fase de licenciamento, com perspectivas de começar a gerar energia em 2016. Tanto uma como a outra devem receber investimentos semelhantes ao de São Borja, já que a capacidade de geração será a mesma.

Pelo fato de essas usinas servirem como mais uma solução para pro- blemas ambientais, ao dar uma des- tinação adequada e sustentável à casca de arroz, a MPC deve pleitear a obtenção de créditos de carbono.

É bom ressaltar que os fornecedores da matéria-prima para a usina são indústrias de beneficiamento de arroz da região, que estabeleceram contrato de entrega com a MPC por 12 anos.

Ramcke antecipa ainda que o MPC Münchemeyer Petersen & Co pretende investir também em usinas eólicas e em outros segmentos e projetos no Rio Grande do Sul.

(15)

Aufgrund dieser Veränderungen und der Tatsache, dass saubere Energiequellen immer mehr Akzeptanz finden, sind erneuerbare Energien fast schon keine „Marktnische“

mehr und machen heute schon einen erheblichen Anteil am wachsenden Energieangebot aus. Nach dem REN21´s Renewables 2012 Global Status Report, der vom UNEP Collaborating Centre Climate & Sustainable Energy Fi- nance gemeinsam mit dem Brancheninformationsdienst Bloomberg New Energy Finance erstellt wurde, haben die erneuerbaren Energien in allen Bereichen des Energieend- verbrauchs - Strom, Verkehr, Heizung und Kühlung - stark an Bedeutung gewonnen.

Der Bericht zeigt außerdem, dass die erneuerbaren Energien fast die Hälfte der 208 GW ausgemacht haben, um die die weltweiten Kapazitäten im letzten Jahr erhöht wurden. Ende 2011 beliefen sich die weltweiten Kapazitä- ten in der Energieerzeugung aus erneuerbaren Quellen auf 1.360 GW, 8% mehr als im Jahr 2010. Mehr als 25% der global erzeugten Energie (2011 lag die Schätzung bei 5.360 GW) kommen aus erneuerbaren Quellen, und erneuerbare Quellen machten 20,3% der Stromversorgung aus.

Deshalb setzten große Investoren auf die Vielseitigkeit von Biomasse. Das gilt z.B. für die deutsche Gruppe MPC Münchmeyer Petersen & Co., die € 18 Mrd. in Fonds verwaltet und in den Energiesektor, in Immobilien und in die Schifffahrt investiert. MPC Bioenergia do Brasil, eine Niederlassung der deutschen Gruppe, hat im Mai mit der Als weiteres Problem nennt sie die Energieauktionen,

die von der Regierung organisiert werden und die nicht ausschließlich auf Bioenergie ausgerichtet sind. Die Ener- gie aus Biomasse konkurriert z.B. mit der Windenergie.

Ihrer Ansicht nach wird Windkraft stark gefördert und subventioniert, beispielsweise durch Steuerbefreiungen.

„Hinzu kommt die konservative Einstellung der Land- wirte, denen kein Anreiz gegeben wird, Gülle wirtschaft- lich zu nutzen, obwohl eine unangemessene Entsorgung ökologisch problematisch ist“, so Coelho. „Obwohl Bio- masse als hervorragende erneuerbare Energiequelle gilt, wird sie nicht immer nachhaltig genutzt.“

Nachhaltigkeit

Biomasse wird schon seit Jahrhunderten als Energiequelle genutzt, allerdings ohne dass dabei auf eine nachhaltige Energieerzeugung geachtet wurde. So wurde der Ausdruck

„Biomasse“ lange mit Abholzung assoziiert. Deshalb gilt die Nutzung „traditioneller Biomasse“ (die direkte Verbren- nung von Holz, Holzkohle, Gülle und städtischen Abfällen für die Verkokung, Trocknung und Produktion von Kohle) heute nicht als nachhaltig; diese herkömmliche Nutzung dient im Allgemeinen der Versorgung von Haushalten in isolierten Gebieten.

Die sogenannte „moderne Biomasse“, darunter Biotreib- stoffe (Ethanol und Biodiesel), Holz aus der Wiederauf- forstung, Zuckerrohrbagasse, Reisschalen, Schwarzlauge und andere Abfälle aus der Landwirtschaft, wird hingegen zum „Liebling“ der Investoren, wenn sie nachhaltig und mit fortschrittlichen, effizienten Technologien verarbeitet wird. Nicht umsonst geht die Nutzung traditioneller Bio- masse weltweit Jahr für Jahr weiter zurück, während die moderne Biomasse immer mehr an Bedeutung gewinnt.

No período da seca (abril a novembro), a bioeletricidade economizou 5% de água dos reservatórios do Sudeste e Centro- Oeste do Brasil / In der Trockenzeit (April bis November) lassen sich durch die Energieerzeugung aus Biomasse 5% des Wassers in den Stauseen im Südosten und im Mittleren Westen einsparen

Unica - Niels Andreas

(16)

16 BRASILALEMANHA Novembro/Dezembro 2012

Energia Energie

Erzeugung von 12,3 MW in einer eigenen Anlage in São Borja (Rio Grande do Sul) begonnen, die mit Reisschalen betrieben wird.

„In dem Bundesstaat werden jedes Jahr fast 10 Mio. Tonnen Reis produziert. 20% davon sind Schalen. Das heißt, jedes Jahr werden 2 Mio.

Tonnen Reisschalen auf Mülldeponien entsorgt, wo sie große Umweltprobleme verursachen“, er- klärt Johann Albert Ramcke, geschäftsführender Direktor von MPC. Deshalb hat die deutsche Fondgesellschaft R$ 65 Mio. investiert, um diese Agrarabfälle in Energie umzuwandeln; die Anlage verbraucht jährlich etwa 100.000 Tonnen Reis- schalen. 10,8 MW werden in das brasilianische Verbundnetz (Sistema Interligado Nacional, SIN) eingespeist; damit kann eine Stadt mit 60.000 Haushalten oder 180.000 Einwohnern versorgt werden. „Der Rest ist für den Eigenverbrauch“, so Ramcke.

Aufgrund des Erfolges wird MPC zwei weitere Kraftwerke bauen, in Itaqui (ca. 100 km von São Borja entfernt) und in Pelotas (ebenfalls in Rio Grande do Sul). Der Bau des ersten Kraftwerks wurde bereits genehmigt, und die Anlage soll Mitte 2014 in Betrieb gehen. Für das zweite Kraftwerk läuft das Genehmigungsverfahren. Die Inbetriebnahme ist für 2016 geplant. Die Investiti- onen dürften für beide Anlagen etwa so hoch sein wie in São Borja, zumal die Kapazität dieselbe ist.

Aufgrund des ökologischen Nutzens durch die angemessene und nachhaltige Verwendung der Reisschalen wird MPC voraussichtlich CO2- Zertifikate beantragen. Die Rohstoffe für das Kraftwerk werden von den reisverarbeitenden Unternehmen der Region geliefert, die mit MPC einen Liefervertrag über zwölf Jahre abgeschlos- sen haben. Ramcke kündigte außerdem an, dass MPC Münchmeyer Petersen & Co. auch in Wind- kraftanlagen und in andere Projekte in Rio Grande do Sul investieren will.

Aber Biomasse lässt auch andere Nutzungen zu. Das Institut für Technologische Forschung (IPT) wird gemeinsam mit Oxiteno, Petrobras und Vale Soluções em Energia (VSE) bis 2016 in Piraci- caba im Landesinneren von São Paulo einen Technologiepark mit einer Pilotfabrik zur Biomassevergasung einrichten. Die Fabrik soll noch im selben Jahr teilweise und 2017 ganz in Betrieb genommen werden, wie Projektleiter Gerhard Ett vom IPT erklärt.

Das IPT-Projekt ist das größte seiner Art in Brasilien. Pro Stunde wird eine Tonne Trockenbagasse verarbeitet, um durch die unvollständige Verbrennung fester Brennstoffe brennbare Gasgemische (Synthesegas) zu erzeugen. Das Synthesegas aus Zuckerrohrbagasse soll auf drei Anwendungsmöglichkeiten hin geprüft werden: in der Stromerzeugung, in der Produktion von flüssigem Biotreibstoff und als Vorläufer von Biopolymeren (so- genannte Kunststoffmonomere). In den ersten fünf Jahren sollen pro Stunde 500 kg Biomassegas produziert werden.

„Dieses Gas ist vielseitig einsetzbar, z.B. in der Produktion von Ethanol der zweiten Generation, Kerosin, Diesel, Aceton, Essigsäu- re oder Düngemitteln“, so Ett. In den Bau der Pilotfabrik fließen R$ 80 Mio. Das IPT steht kurz vor dem Abschluss eines Vertrages über die Finanzierung von R$ 32 Mio. mit der Entwicklungsbank BNDES. Weitere R$ 25 Mio. kommen von der Finanzierungsagen- tur für Untersuchungen und Projekte (FINEP). Die Regierung des Bundesstaats São Paulo beteiligt sich mit R$ 5 Mio., und die restlichen R$ 18 Mio. tragen das IPT und seine Projektpartner.

Ett erklärt, in der Pilotanlage sollen verschiedene Alternativen für die industrielle Produktion getestet werden. Falls das Projekt erfolg- reich ist - und daran hat Ett keinen Zweifel -, dient es als Konzept für eine Industrieanlage zur Biomassevergasung mit einer Kapazität von 800.000 Tonnen Zuckerrohrbagasse und Zuckerrohrstroh pro Jahr.

Die Verwendung anderer Rohstoffe wird noch geprüft. Die beteiligten Industriebetriebe investieren gemeinsam in die Pilot- fabrik und jeweils einzeln in die Forschungsprojekte zur Nutzung von Synthesegas.

In Piracicaba im Landesinneren von São Paulo wird eine Pilotfabrik zur Biomassevergasung gebaut

Energia Energie

Helvio Romero - AE

Uma tonelada de cana produz 250 kg de bagaço e 240 de palha. Tudo é queimado para gerar energia / Eine Tonne Zuckerrohr entspricht 250 kg Bagasse und 240 kg Stroh, die zur Energieerzeugung verbrannt werden

(17)

Luiz Machado / AHK Brasil

(18)

18 BRASILALEMANHA Novembro/Dezembro 2012

Energia Energie

Energia solar aguarda definições

Setor

depende de aprimoramentos em sua

regulamentação

Vladimir Goitia

No rastro do crescimento da participação das térmicas movidas a biomassa, das usinas eólicas e das pequenas centrais hidrelétricas, a capacidade solar fotovoltaica é outra fonte alternativa que começa a despertar interesse no Brasil, a exemplo do que já vem ocorrendo em centenas de países. Segundo o relatório Global Trends in Renewable Energy Investi- ment, elaborado pelo United Nations Envi- ronment Programme (UNEP) Collaborating Centre for Climate and Sustainable Energy Finance, a geração solar ultrapassou a eólica para se tornar a preferência dos investidores globais em 2011.

“A energia solar atraiu quase o dobro do investimento em energia eólica, conduzindo o setor para mais um ano de quebra de recordes, embora envolvido em desafios existentes na indústria de renováveis”, conclui o relatório.

Para o UNEP, o investimento total em ener- gia solar aumentou 52%, atingindo US$ 147 bilhões, montante que equivale a mais da me- tade do recorde de US$ 257 bilhões investidos em energias renováveis (excluindo grandes hidrelétricas) no ano passado no mundo todo – esse valor é seis vezes maior em relação ao de 2004 e 94% mais alto do que o total de 2007, ano anterior à crise financeira mundial.

Ainda de acordo com o relatório, os desafios para a competitividade foram intensificados, provocando quedas nítidas nos preços, especialmente no mercado solar mundial.

“Os preços dos módulos fotovoltaicos caí- ram aproximadamente 50%, enquanto os de turbinas eólicas on shore, 10%”, diz o UNEP. Essas variações impulsionaram essas duas tecnologias renováveis para uma maior competitividade com os combustíveis fósseis, como carvão e gás.

A grande vantagem da energia fotovoltaica é que ela pode ser usada de forma modular. Ou seja, o sistema pode ser facilmente ajustado a qualquer demanda sem grandes restrições de localidades, desde que haja irradiação solar.

Dessa forma, os coletores fotovoltaicos podem ser instalados no telhado de residências para diminuir a conta de luz de uma família ou ainda em hotéis e no comércio para diminuir o consumo de energia do sistema de ar- -condicionado, por exemplo, durante a tarde quando a irradiação solar é maior.

Divulgação Bosch

18 BRASILALEMANHA Junho 2012

Energia Energie

Paineis solares instalados no Campo de Marte, em São Paulo / Solarpanels auf dem Campo de Marte in São Paulo

(19)

Solarenergiebranche wartet auf Definition der rechtlichen

Rahmenbedingungen

Vladimir Goitia

Neben dem wachsenden Anteil von Biomassekraftwer- ken, Windkraftanlagen und kleinen Wasserkraftwerken am brasilianischen Energiemix wächst auch das Interesse an der Photovoltaik, der Umwandlung von Sonnenlicht in elektrische Energie, die in Hunderten von Ländern bereits genutzt wird. Nach dem Bericht „Global Trends in Renewable Energy Investment“ des UNEP Collaborating Centre Climate & Sustainable Energy Finance hat die Pho- tovoltaik im Jahr 2011 die Windkraft überholt und steht jetzt bezüglich der weltweiten Investitionen an erster Stelle:

„In die Solarenergie gingen fast doppelt so viele Inves- titionen wie in die Windkraft, und die Branche hat auch in diesem Jahr wieder Rekorde gebrochen, trotz der He- rausforderungen, vor denen der Sektor der erneuerbaren Energien steht.“ Nach den Zahlen der UNEP haben sich die Investitionen in die Solarenergie um 52% auf US$ 147 Mrd.

erhöht; das ist mehr als die Hälfte der US$ 257 Mrd., die im vergangenen Jahr weltweit in erneuerbare Energien (mit Aus- nahme großer Wasserkraftwerke) investiert wurden. Diese US$ 257 Mrd. wiederum waren ein Rekordwert, sechsmal mehr als im Jahr 2004 und 94% höher als die Investitionen im Jahr 2007, dem Jahr vor der globalen Finanzkrise.

Außerdem heißt es in dem Bericht, die Herausforderun- gen bezüglich der Wettbewerbsfähigkeit hätten zugenom- men, was zu einem starken Preisrückgang gerade in der Photovoltaik geführt habe. „Die Preise für Photovoltaik- module sind um ca. 50% gefallen, die Preise für Onshore- Windkraftanlagen um 10%.“ Dadurch gewinnen diese beiden Technologien an Wettbewerbsfähigkeit gegenüber fossilen Brennstoffen wie Kohle und Gas.

Der große Vorteil der Photovoltaik sind die modularen Anlagen: Die Systeme können schnell und bei ausreichender Sonnenstrahlung fast überall an die Nachfrage angepasst werden. Die Solarmodule können auf Hausdächern ange- bracht werden, um die Stromrechnung zu senken, oder auf den Dächern von Hotels und Geschäften, um beispielsweise in den Nachmittagsstunden, wenn die Sonne am stärksten scheint, die Kosten für die Klimaanlage zu mindern.

Erwartungen

In Brasilien warten die Investoren auf bessere rechtliche Rahmenbedingungen. So müssen beispielsweise einige im April verabschiedete Gesetze noch in Kraft treten. Damit wird Ende des Jahres gerechnet. Die neuen Vorschriften der ANEEL erleichtern den Zugang zum Verteilernetz.

„Wir hoffen, dass ein sicheres, zuverlässiges Umfeld geschaffen wird, damit Investitionen in erneuerbare Energien möglich werden, in kleinem wie in großem Maß- stab. Dazu müssen günstige Konditionen für langfristige Finanzierungen geboten werden, und die Importe von Photovoltaik-Bauteilen müssen steuerlich entlastet werden, bis der brasilianische Markt die Nachfrage selbst decken kann“, betont Philipp Günther, Geschäftsführer von Bosch Solar Energy.

Die Branche hängt von einer Verbesserung der gesetzlichen Bestimmungen ab

Poste com painel solar para iluminação em teste, no centro da cidade de São Paulo / Im Zentrum von São Paulo wird die Beleuchtung durch Solarpanel getestet

Marcio Fernandes – AE

(20)

20 BRASILALEMANHA Novembro/Dezembro 2012

Energia Energie

Expectativas

No Brasil, porém, os investidores es- peram uma melhor regulamentação.

Por exemplo, falta entrar em vigor a nova legislação que foi aprovada em abril. A previsão é que estará válida a partir do final do ano. A nova regula- mentação por parte da ANEEL facilita o acesso ao sistema de distribuição.

“Esperamos que se crie um ambiente seguro e confiável para que os investi- mentos em energias renováveis, tanto em pequena como em grande escala, sejam viáveis. Para isso, é preciso oferecer condições de financiamento favoráveis de longo prazo e ter uma política de desoneração de impostos para importação de componentes fo- tovoltaicos até que o mercado nacional esteja estruturado para abastecer a demanda local”, ressalta Philipp Gün- ther, gerente da Bosch Solar Energy.

Para ele, é importante que a nova regulamentação dê certeza para pro- prietários de sistemas, e que seja possível aproveitar a conexão de rede para gerar créditos de energia quando houver sobra de energia solar na unida- de de consumo. Também é importante

Amadeu Barbosa - AE

Qualquer pessoa que tenha estado na praia ou num navio pode alguma vez ter imaginado que a força das ondas poderia ser aproveitada para produzir eletricidade, da mesma forma como é feito, por exemplo, com outros elementos da natureza.

O fato é que esse pensamento não é um sonho. Um projeto assim está sendo testado no Porto de Pecém, a 60 quilômetros de Fortaleza (CE).

Não se trata de uma ideia nova, já que a primeira patente da energia das on- das foi realizada na França em 1799.

Um protótipo desse tipo está sendo desenvolvido e financiado pela Trac- tebel Energia, através do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica

(Aneel), com o apoio do governo do Ceará. O projeto tem duração de 36 meses a um custo de aproximadamente R$ 15 milhões.

O protótipo que produz eletricidade a partir das ondas do mar é formado por dois braços mecânicos gigantescos instalados no píer do Porto de Pecém.

Os braços contam com flutuadores, que, fixados no quebra-mar, contri- buem para um conjunto de turbina, gerador e câmara hiperbárica, para gerar 50 KW de eletricidade. Para os pesquisadores, o local é um laborató- rio em escala real, que servirá de base para a produção de energia limpa e renovável.

Não custa lembrar que o litoral bra- sileiro tem cerca de 8 mil quilômetros

de extensão, com capacidade de receber usinas de ondas que produ- ziriam 87 GW, segundo os pesqui- sadores. O Ceará não foi escolhido aleatoriamente. Sua grande vanta- gem estratégica é a constância dos ventos alísios, resultado da rotação da Terra. O movimento do ar gera ondas regulares no mar brasileiro.

Não são grandes, mas estão sempre batendo. Poder contar com o movi- mento praticamente o tempo todo aumenta a eficiência da usina, a qual os especialistas evitam comparar às hidrelétricas, que, em geral, têm cus- to de produção quatro vezes menor.

No entanto, espera-se uma redução de custos com aumento da escala de produção.

A energia que vem do mar

Projeto experimental foi instalado em Pernambuco, no Porto de Pecém

(21)

Die neuen Vorschr iften müssten den Inhabern der An- lagen Rechtssicherheit gewäh- ren und es ihnen ermöglichen, den Anschluss an das Netz zu nutzen, um Stromguthaben zu erzeugen, wenn an der Abnah- mestelle ein Energieüberschuss herrscht. Außerdem müssten technische Standards definiert werden, um sicherzustellen, dass die Anlagen korrekt und von qualifizierten Fachkräften eingerichtet werden. So erhiel- te der Markt die notwendige

Energie aus dem Meer

Experimentalprojekt im Hafen von Pecém

Wer schon einmal am Strand oder auf einem Schiff war, hat sich vielleicht überlegt, ob die Kraft der Wellen nicht zur Stromerzeugung genutzt wer- den könnte. Und das ist in der Tat möglich. Ein Testprojekt läuft derzeit im Hafen von Pecém, 60 Kilometer von Fortaleza entfernt im Bundesstaat Ceará. Die Idee ist keineswegs neu: Ein erster Patentantrag wurde 1799 in Frankreich gestellt.

Ein Prototyp eines Wellenkraftwerks wird jetzt von Tractebel Energia entwickelt und finan- ziert, im Rahmen eines Forschungsprogramms der Energiebehörde ANEEL und mit Unterstüt- zung der Regierung von Ceará. Das Projekt läuft 36 Monate und kostet ca. R$ 15 Mio.

Der Prototyp erzeugt elektrische Energie aus der Wellenkraft und besteht aus zwei riesigen mechanischen Schwimmkörpern am Pier des Hafens von Pecém. Mit diesen Auftriebskörpern, die am Wellenbrecher angebracht sind, einer Turbine, einem Generator und einem Druckbe- hälter werden 50 KW Elektrizität erzeugt. Für die Forscher ist diese Anlage ein Labor in Origi- nalgröße, das als Grundlage für die Erzeugung sauberer und erneuerbarer Energie dient.

Die brasilianische Küste ist etwa 8.000 Ki- lometer lang, und die Wissenschaftler gehen davon aus, dass sich hier mit Wellenkraftwerken 87 GW erzeugen ließen. Die Wahl fiel nicht zu- fällig auf Ceará. Der große strategische Vorteil liegt in den konstanten Passatwinden, die für einen gleichmäßigen Wellengang sorgen. Die Wellen sind nicht hoch, aber regelmäßig. Die fast ständige Bewegung erhöht die Effizienz der Wel- lenkraftwerke. Fachleute meiden den Vergleich mit Wasserkraftwerken, die im Allgemeinen viermal so niedrige Produktionskosten haben.

Aber durch die Erhöhung der Produktion wird mit einer Kostensenkung gerechnet.

Unterstützung für zukünftiges Wachstum.

„Wir sehen großes Potential auf dem Markt. Die guten Vor- aussetzungen wie z.B. die Son- nenscheindauer und die hohen Stromkosten begünstigen die Photovoltaik in der dezentralen Energieerzeugung in kleinem und mittlerem Maßstab. Diese Technologie wird in anderen Regionen der Welt sehr erfolg- reich eingesetzt, wo es weniger natürliche Ressourcen als in Brasilien gibt“, so Günther.

Die Photovoltaik könne als sichere Energiequelle zum Wirtschaftswachstum in Bra- silien beitragen, zumal es noch Regionen ohne Zugang zum Stromnetz gebe, die auf Diesel- generatoren angewiesen seien.

„Diesen Menschen können wir saubere und zuverlässige Energie liefern, ohne auf fos- sile Brennstoffe angewiesen zu sein. Brasilien bietet viele Ge- schäftsmöglichkeiten, und wir sind bereits in Verhandlungen mit einigen Marktteilnehmern aus verschiedenen Branchen.

Estádio do Mineirão se prepara para a Copa de 2014 - os painéis solares colocados na cobertura captam energia capaz de abastecer 1.200 residencias / Das Fußballstadion Mineirão bereitet sich auf die WM 2014 vor - die Solarpanel auf dem Dach erzeugen genug Energie für 1.200 Haushalte

Referências

Documentos relacionados

Troeltsch, Die Soziallehren der christlichen Kirchen und Gruppen (Tübingen 1912) verwiesen, welches von eignen und sehr weit gespannten Gesichtspunkten die

“A aprendizagem da profissão docente não principia com a frequência de um curso de formação inicial, nem termina com a obtenção de uma licenciatura em ensino; é algo

Isso ocorreu devido à mudança no interesse das professoras e pela nova percepção das mesmas sobre a importância de ensinar através de projetos, tendo uma horta

Por fim, percebe-se que a Logística e a Tecnologia da Informação são ferramentas essenciais para o planejamento de um Parque de Material Aeronáutico, assim como

Tabela 2.1 - Número de juvenis de segundo estádio J2, juvenis de terceiro e quarto estádios J3 + J4, relação entre estádios de desenvolvimento e número total de nematóides

Thus, the important interface between mental health networks is represented by substitute services such as Psycho-Social Care Centers (CAPS), Family Health Support Centers

Regarding violence situations and functional capacity, it is unanimous among the studies that an increased level of dependence results in a greater chance of the elderly

Objective: Determining the impact of coronary artery bypass grafting on the Quality of Life of patients, analyzing and comparing dimensions of Quality of Life before and after