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Gestão escolar e os oito papéis do gestor

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Academic year: 2022

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PROF. RENATO CASAGRANDE

Gestão escolar e os oito papéis do gestor

GESTÃO DA SALA DE AULA

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FICHA LIVRO

Disciplina: Gestão escolar e os oito papéis do gestor.

Professor Autor: Renato Casagrande

Ementa: Os oito papéis do gestor educacional, o mundo globalizado e sua

influência na gestão, as diferenças entre líder e gestor, as dimensões na gestão

educacional, o líder educacional e o processo de coaching como apoio a liderança.

FICHA CATALOGRÁFICA

Presidente:

Renato Casagrande Diretor Executivo:

Ronaldo Casagrande

Diretora Pedagógica:

Josemary Morastoni

Coordenador de EaD:

Everaldo Moreira de Andrade Designer Instrucional:

Iara Aparecida Pereira Penkal

Revisora:

Eryka Kalana Torisco da Silva Designer Gráfico:

Bruna Aparecida de Andrade Diagramadora:

Bruna Aparecida de Andrade Foto de capa: © Freepik

Ícones: © Flaticon

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Clique nos títulos para ir

até a página.

APRESENTAÇÃO 4

1. OS OITO PAPÉIS DO GESTOR EDUCACIONAL 5

1.1 O LÍDER EDUCACIONAL 7

BIBLIOGRAFIA

SUMÁRIO

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Gestão escolar e os oito papéis do gestor

O mundo atravessa um momento de grandes transformações e as instituições de ensino precisam dar respostas e serem protagonistas nesse processo de transição. Conduzir as instituições educacionais nesse mar de incertezas traz inúmeros desafios a quem está à frente desse processo. Nessa disciplina, vamos entender melhor qual o papel do gestor escolar frente a esses desafios.

APRESENTAÇÃO

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Gestão escolar e os oito papéis do gestor

01 OS OITO PAPÉIS DO GESTOR

EDUCACIONAL

A gestão escolar se tornou muito complexa, onde a simples divisão entre gestão pedagógica e administrativa não dá conta de responder a todas as demandas impostas a elas. O gestor que está no comando desse processo dentro das orga- nizações sofre pressões de todos os lados para dar respostas a esses movimentos.

E essa tarefa não é nada simples. Assim, surgem vários questionamentos a serem respondidos.

Você já parou para pensar sobre qual o perfil e o papel do profissional que deve estar à frente das instituições? Que competências ele deve possuir?

A liderança desse profissional é fundamental?

Para que essa reflexão seja efetiva, são necessáriascompreensõesacercado enten- dimento dos termos: gestão e liderança, por isso é importante,antes de qual- quer coisa, apresentarmos alguns fundamentos que nos ajudam a elucidar e compreender melhor esses conceitos.

Na literatura, há várias tentativas de separar o conceito de gerenciamento do de liderança. Vários autores e estudiosos apresentam exemplos do século passado que atestam que o foco apenas na gestão, sem a presença do perfil de liderança, tende a não obter sucesso. Nesse campo de reflexão, importantes contribuições trazidas por diferentes autores nos mostram que a liderança e a gestão apre- sentam naturezas distintas.

Acesse o vídeo “Liderança Educacional”. Nele, o professor Renato Casagrande apresenta uma breve discussão sobre a importância e as diferenças entre líder e gestor.

Tanto os aspectos de gestão como os de liderança são fundamentais para a condução das instituições. Muitas são as competências requeridas desse profis-

Amplie seus

conhecimentos lendo a obra

“Liderança em Gestão Escolar”.

Autora: Heloisa LückEditora: Editora Vozes.

O livro destaca que há uma

relação direta

entre a qualidade de liderança

dos gestores e a qualidade do ensino e de

desempenho dos alunos (ncls, 2002).

Os cargos que têm por obrigação a

liderança devem se dedicar ao estudo e observação e a reflexão sobre a mesma para que possam exercê-la de forma completa.

SAIBA +

Portal Educão

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Gestão escolar e os oito papéis do gestor

sional para que atue com eficácia em todas as frentes que a gestão educacional demanda.

Ora, precisa atuar no ambiente externo, identificando oportunidades e ameaças à insti- tuição. Ora, precisa se voltar para o ambiente interno da instituição e dar conta de todas as demandas diárias que lhe são impostas. Tanto no ambiente interno quanto no externo, o líder-gestor precisa ter “jogo de cintura”. Às vezes precisa ser austero e agir com total controle, outras vezes precisa ser maleável e agir com flexibilidade.

O importante é saber como agir em cada momento e em cada situação. O cruzamento desses diferentes perfis remetem a quatro dimensões de atuação do gestor educacional.

Acesse o vídeo “As dimensões da Gestão Educacional” para se aprofundar a respeito, com o professor Renato Casagrande.

Em cada dimensão, o gestor deve desempenhar diferentes papéis.

Agora que você obteve uma visão geral sobre as dimensões de atuação do líder educacional e os papéis que deve desempenhar, é hora de você aprofundar seus estudos em cada papel ou naqueles papéis que você tem mais interesse ou neces-

sidade de desenvolver. Mas que papéis são esses?

Para fins didáticos, consideramos que as principais competências de um gestor educa- cional podem ser agrupadas em oito diferentes papéis, os quais são ilustrados a seguir.

Fonte: Autoral

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Gestão escolar e os oito papéis do gestor

Quadro - Oito diferentes papéis do Gestor Educacional

Empreendedor Compreende cenários e identifica as oportunidades e necessi- dades de mudança no ambiente educacional.

Negociador Estabelece relacionamentos, parcerias e acordos com a comu- nidade e a sociedade organizada.

Planejador Define diretrizes, objetivos, estratégias e metas alinhados com a visão, missão e valores institucionais.

Organizador Organiza a estrutura, processos e recursos para implementar a estratégia concebida quando no papel de planejador.

Orientador Coordena e orienta a implantação de projetos, a execução de ações e rotinas da instituição.

Monitor

Avalia o desempenho das equipes de trabalho e dos planos e ações educacionais, utilizando indicadores baseados em fatos e dados

Facilitador Promove a gestão participativa, a gestão de equipes de trabalho e media conflitos, quando necessário.

Mentor Sensibiliza, engaja e mobiliza as pessoas para conduzir a organi- zação na busca deseus objetivos.

Fonte: Autoral

Acesse o vídeo “ Os oito papéis do gestor educacional” para se aprofundar a respeito, com o professor Renato Casagrande.

1.1 O LÍDER EDUCACIONAL

As transformações da sociedade nas últimas décadas vêm determinando mudanças estru- turais profundas, cujos efeitos se manifestam nas áreas política, econômica, social, cultural e ambiental.

O acelerado avanço das mudanças científicas e tecnológicas, a geração de novos padrões de produção e organização do trabalho e a constante internacionalização das economias são algumas das dimensões que têm afetado de forma inconteste a configuração social da atualidade.

Segundo Kuenzer (2000), as modificações ocorridas no mundo do trabalho, o novo padrão de acumulação do capitalismo decorrente de todas essas mudanças da economia e da reestruturação da produção passam a exigir novas formas de organização e de relações sociais. Na educação, surge a necessidade de um projeto capaz de atender a essas novas demandas da sociedade que exigem mudança de postura e práticas sociais.

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Para Lima(2002), as mudanças na economia, provocadas principalmente pela revolução tecnológica dos últimos anos, fazem com que o cenário da economia tenha sua maior expressão na globalização, associada à revo- lução microeletrônica, que originou a chamada “sociedade da informação”. A nova economia da sociedade global tem como base o acesso ao conhecimento e sua eficiente utilização. Trava-se, assim, uma luta de poder internacional pelo direito e acesso ao conhecimento científico e tecnológico e pelo direcionamento da sociedade global.

Assim é que as crescentes exigências de adequação a um cenário social estruturalmente em transformação vêm exigindo o estabelecimento de novos conceitos e resultados educa- cionais, a fim de auxiliar na formação de pessoas mais conscientes, críticas e capazes de atuar com competência nesse novo cenário, o que, por sua vez, vem determinar a urgência de reflexões sobre novas formas de intervenção na situação educacional e pensar na construção de conhecimentos que habilitem o sujeito social para o enfrentamento destes desafios, uma tarefa e um compromisso que se impõem principalmente aos gestores da Educação.

A atuação do gestor educacional, até pouco tempo, estava relacionada apenas à sua “visão”

ou “competência”. Porém, neste contexto, seu trabalho não pode ser visto somente como o de um profissional exclusivamente preocupado com a ordem, a disciplina, os horários, os formulários e as exigências burocráticas.

O gestor educacional “é um líder intelectual responsável pela coordenação do projeto pedagógico da escola, facilitando o processo coletivo de aprendizagem”(SANDER,2002 p.64). Ou seja, hoje, o gestor - na figura do diretor - é um dos componentes do processo de gestão da escola e, como “líder intelectual”, é responsável pela condução desse processo.

Mundo globalizado e tecnológico.

©Freepik

[...] Vive-se um tempo histórico que se caracteriza como sociedade do conhe- cimento, dado o papel central que o conhecimento detém na estrutura social e, consequentemente, na área de Educação. A Sociedade do Conhecimento está em construção e obriga, inequivocamente, a melhoria da qualidade da educação fundamental, no que diz respeito à criação, iniciativa, respon- sabilidade social e exercício da cidadania. O sistema educacional assim, se vê confrontado com requisitos cada vez mais elevados – seja na aplicação e disseminação da informação, seja na transferência e adaptação de conheci-

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Conferência de Abertura, Universidade do Sagrado Coração, out/2002.

Conforme ressaltado no texto de Belluzzo (2002), essas mudanças sociais atingem dire- tamente a escola, instituição inserida em um contexto político, econômico e social, mas aparentemente isolada por uma “muralha” do conjunto das demais práticas sociais, às vezes transmitindo saberes de certa forma vagos, abstratos, assumindo a aparência de independência ante os condicionantes sociais.

A escola é parte integrante e inseparável dos fenômenos que compõem a totalidade social, não podendo, portanto, ser pensada como autônoma e independente da realidade histó- rico-social da qual é parte.

A função social da escola tem se modificado ao longo dos anos, conforme as necessidades de cada época, sociedade e cultura, a partir das quais são criadas formas diferenciadas de educação e de escolarização, e o conhecimento que vai sendo transmitido muitas vezes expressa essas necessidades. Se antes era necessário educar, instruir e socializar, hoje se faz necessário ampliar essa educação, moderar essa instrução e socializar informação e conhecimento.

Conforme apontado por Sousa e Alves (2016), vivemos em uma era digital, entretanto, a escola tem sido retrógrada na incorporação de tecnologias nessa área, tanto no que tange à gestão, como à sala de aula. Muitos jovens já entram na escola totalmente intei- rados com tais tecnologias e tanto a escola quanto os professores devem se adequar a isso. O mesmo raciocínio vale para a gestão educacional. Estar antenado a essas mudanças é fundamental para que a escola não fique à margem das transformações da sociedade.

mentos a novas situações socialmente relevantes e/ou urgentes. Portanto, a preparação para responder a tais demandas atribui à educação, em todos os níveis, um desafio importante: o desenvolvimento de um intelecto habituado ao pensamento crítico, à aprendizagem autônoma, em síntese, ao processa- mento, elaboração e estruturação da informação para a geração do conheci- mento[...].

Fragmento do texto “A educação na sociedade do Conhecimento”.

BELLUZZO, R. C. B. In: I Simpósio de Educação em Pedagogia, Bauru/SP.

Era digital.

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A escola torna-se, também, responsável pela promoção do desenvolvimento do cidadão, no sentido pleno da palavra. Então, cabe a ela definir o tipo de cidadão que deseja formar, de acordo com a sua visão de sociedade. Cabe-lhe também a incumbência de definir as mudanças que julga necessário realizar na sociedade, por meio das mãos do cidadão que irá formar.

Porém, a escola não vem acompanhando as mudanças da sociedade. Emdeterminados momentos históricos, as mudanças nas relações que os homens estabelecem com a natureza e os objetos são de tal ordem que à escola é praticamente impossível antecipar possibilidades, conforme citado em Vieira (2002).

Isto vem ocorrendo tanto na escola como nos demais setores, pois a sociedade vem impondo um ritmo muito rápido de mudanças e espera da escola algo diferente, uma nova forma de ensinar e de aprender; a cobrança passou a ser não apenas pelo diploma ou pelo domínio de algumas tecnologias, mas também pela real incorporação deste conheci- mento. Com isto, cresce a importância social da escola, a responsável pela “disseminação”

desse conhecimento.

A educação, tal como hoje a entendemos, mesmo observando um amplo espectro de objetivos, continua sendo concebida como instrumento de liberdade e para a autonomia, como edificação da personalidade e de suas capacidades por meio de assimilação de cultura. Para Sacristan (2007), o desenvolvimento dos indivíduos é construção cultural subjetivada graças à indeterminação da natureza humana.

Frente a tais circunstâncias, surge com maior ênfase a necessidade de a escola repensar sua forma de atuação, desde a organização hierárquica, até sua gestão e formade ensinar, para se adequar à sua função social que é “ensinar bem e preparar os indivíduos para exercer a cidadania e o trabalho no contexto de uma sociedade complexa, enquanto se realizam como pessoas”(VIEIRA, 2002 p. 13-45).

Estas modificações têm requerido dos educadores uma nova postura; a escola em todos os seus aspectos e setores precisa se modificar constantemente, analisando criticamente seu papel, sua importância e readequando-se com o envolvimento de todos os setores e atores com ênfase nesta nova postura.

Na realidade atual, o papel do gestor educacional é bastante complexo. Ele está constan- temente exposto em virtude das políticas públicas atuais que envolvem avaliações, metas, indicadores e até rankings.

Há muitas cobranças relacionadas ao seu desempenho técnico. É necessário que o gestor educacional conheça a área pedagógica, administrativa, de comunicação, questões legais,

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financeiras, estratégicas, entre outras. Seu posicionamento como líder deve ser a de profis- sional que saiba se relacionar com todos, com competência e clareza, sem perder o foco:

atingir resultados favoráveis. Assim, ele assume o caráter de agente integrador na escola, tendo a responsabilidade de envolver os diferentes setores e atores na organização e condução do trabalho diário de forma global, conforme ilustra o esquema a seguir.

Fonte: Autoral.

O gestor educacional precisa de monstrar liderança no desempenho de sua função. Perce- be-se que, principalmente nas escolas públicas em que o diretor é eleito pela comuni- dade, seu poder é oriundo de suas experiências e de seu conhecimento, ou seja, de suas características próprias.

A liderança, nesse sentido, é orientada para o bem comum e compromissada com a transformação individual e coletiva, capaz de criar uma visão de futuro, baseada em valores e princípios compartilhados com o grupo, bem como contribuir para a transformação destes relacionamentos baseados na reciprocidade, no compartilha- mento e no serviço mútuo. Hoje, o gestor deve, necessariamente, exercer a liderança democrática, capaz de dividir o poder de decisão sobre assuntos educacionais com os protagonistas do processo de ensino/apren- dizagem, criando e estimulando a participação de todos.

A LDB 9394-96 pressupõe a gestão democrática na escola. Deve haver um conselho formado por representantes de todos os segmentos da comunidade escolar, e por ela

Liderança.

©Freepik

Gestores Professores Sociedade Políticos Sistemas Sindicatos

Alunos Pais

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eleitos, do qual o diretor é apenas um membro que compartilha com seus pares a respon- sabilidade pela gestão.

Percebe-se que a gestão da educação tem um papel de suma importância na socie- dade, pois permeia todas as ações e pode, ou não, garantir um cidadão mais consciente e participativo. A gestão da educação não só coloca em prática as diretrizes emanadas, como também interpreta e subsidia as políticas públicas na trama conturbada das rela- ções econômicas, políticas e sociais globais refletidas no espaço escolar. A gestão assume papel fundamental na condução da educação e do ensino e na configuração darealidade em que vivemos. Ela pode garantir as possibilidades de, efetivamente,assegurar o “passa- porte” dos alunos para a cidadania e o mundo de trabalho.

Nessa perspectiva, são fundamentais na gestão da escola a comunicação e o diálogo, cabendo ao gestor assumir a liderança deste processo, com visão estratégica, habilidade e competência para trabalhar com pessoas e nas áreas consideradas fundamentais para o bom desempenho da escola. Diante dessa complexidade, é de suma importância a formação continuada desse profissional.

O trabalho de capacitação continuada e capacitação em serviço deve ser realizado tendo em vista tanto os desafios concretos e imediatos de gestão escolar, quanto uma visão mais abrangente de todo o processo. Também é imprescindível uma política de Educação voltada para a melhoria da gestão educacional e baseada em um modelo com definição clara de padrões e critérios de desempenho, que permitam a seleção e a capacitação de diretores; o monitoramento e avaliação de sua atuação para os contínuos ajustes e atua- lizações. O gestor educacional deve ter desenvolvido competências humanas, técnicas e políticas, em vista do que essas três dimensões de seu trabalho devam ser observadas.

Competências de liderança.

• Capacidade de resolver problemas.

Visão estratégica e de conjunto.

Competência pedagógica, administrativa e articuladora.

Capacidade de compreender os desafios que a formação e a aprendizagem apresen- tam no contexto atual da sociedade brasileira.

Assim, bom gestor é aquele que consegue combinar as competências técnicas, humanas e conceituais. A competência técnica consiste em utilizar conhecimentos, métodos, técnicas e equipamentos necessários para o desempenho de tarefas específicas, por meio da expe- riência e educação. Entende-se por competência técnica,na gestão educacional, a capa- cidade do gestor para administrar bem os processos relacionados a todas as áreas da instituição. São competências ligadas à execução do trabalho.

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Gestão escolar e os oito papéis do gestor

As competências humanas dizem respeito à capacidade de autoconhecimento e relação interpessoal, ou melhor, ao processo de gerenciar as próprias emoções para saber ouvir e dialogar com outros. Em outras palavras, as competências humanas consistem na capa- cidade e facilidade para trabalhar com pessoas, comunicar, compreender suas atitudes e motivações e liderar grupos de pessoas. Denotam flexibilidade, controle, pensamento crítico e reflexivo, planejamento, organização e gestão da qualidade, além de condição pessoal para negociar, comunicar-se e tomar decisões que exigem inovação, abertura, criatividade, poder e autoridade. São elementos imprescindíveis para o bom exercício da liderança organizacional.

E por fim, segundo Chiavenato (2003),as competências conceituais consistem na capaci- dade de compreender a complexidade da organização como um todo e o ajustamento do comportamento de suas partes. Elas permitem que a pessoa se comporte de acordo com os objetivos da organização total e não apenas de acordo com os objetivos e as necessi- dades de departamentos ou grupos imediatos.

É de suma importância que o gestor, além de desenvolver essas competências, consiga aplicá-las no exercício da sua função para definir as rotinas de trabalho, pensar as práticas da escola, tendo como base os resultados de avaliações institucionais, como a Prova Brasil e o IDEB, por exemplo, e integrar as áreas de infraestrutura, administração e finanças. Tudo isso em prol dos objetivos pedagógicos que caracterizam, fundamentalmente, a atividade fim da escola.

Para atender a todos estes requisitos, a formação do gestor deve ser continuada, não entendida como um processo finalizado. Deve compreender momentos de aprendizagem, estudo individual, atualização, participação em seminários e troca de experiências em pequenos grupos.

A formação continuada é uma necessidade para todos os profissionais e deve ser enten- dida como um mecanismo de permanente capacitação reflexiva de todos os sereshu- manos, às múltiplas exigências/desafios que a ciência tecnológica e o mundo do trabalho colocam, como afirmam Ferreirae Aguiar (2003).

Para os autores, levando em consideração as inúmeras mudanças ocorridas na socie- dade, pode-se afirmar que está surgindo um “novo cidadão do mundo”, para o qual uma formação sólida, continuada e de qualidade é primordial. Em relação ao gestor educa- cional, a formação precisa ser ampla, contribuindo para uma sólida formação humana que se relacione diretamente com sua emancipação como indivíduo social, sujeito histó- rico em nossa sociedade, conforme Ferreira e Aguiar (2000).

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A importância da formação continuada, fundamentalmente assumida pela universidade, lócus e instituição responsável pela formação profissional e cultural do indivíduo e da coletividade, compreendendo as condições de transformação da população em povo, como uma coletividade de cidadãos, como seres sociais em condições de se inserirem nas mais diversas formas de sociabilidade que o mundo globalizado dispõe e impõe.

Recomenda-se a adoção de metodologia diversificada na capacitação em serviço e continuada dos diretores, envolvendo coaching e mentoria por profissionais mais experientes, visitação técnica a escolas e observação de outras experiências, oficinas de desenvolvimento de competências, mediante simulação de casos, estudo de práticas de sucesso e análise de metodologias alternativas.

O coaching tem como objetivo elevar o desempenho das pessoas no âmbito profissional ou pessoal. Desde meados do século XX, o coaching passou a ser relacionado à administração como um processo para gerar resultados e para solu- cionar problemas. Nessa época, começaram a ser utilizadas as primeiras técnicas de desenvolvimento pessoal e humano.

No Brasil, o termo coach (técnico em inglês), foi utilizado originalmente na área do esporte por volta dos anos 70. O coaching e suas técnicas passaram, posterior- mente, a ser utilizados no meio empresarial, mantendo originalmente o sentido de ser uma condução da pessoa a um desempenho mais elevado.

Atualmente, o coaching é largamente utilizado nos países desenvolvidos e, também, no Brasil como metodologia para desenvolver lideranças e acelerar o alcancede objetivos institucionais e profissionais. Rapidamente se expande para diferentes áreas profissionais, inclusive na educação, sendo considerada pelos educadores como metodologia extremamente apropriada para melhorar o desempenho dos participantes no processo educacional.

O coaching (atividade) tem um período determinado para acontecer, onde existe o coach (profissional que aplica o coaching), e o coachee (pessoa que recebe o coaching), trabalhando juntos em metas específicas. O coaching utiliza a aplicação de técnicas e ferramentas na estruturação dos trabalhos, dos resul- tados e na condução da equipe de uma

Acesse o site e leia mais a respeito:

https://novaes- cola.org.br/

conteudo/146/

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no artigo 10 livros essenciais para a formação do professor, escrito por Ana Raquel Ferreira.

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Coaching.

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Gestão escolar e os oito papéis do gestor

instituição. Os líderes que conhecem e adotam o coaching tornam-se mais asser- tivos e conseguem utilizar seu potencial máximo e o da sua equipe, aprimorando e acelerando os resultados da instituição.

Os recursos do coaching auxiliam o líder a:

alinhar os objetivos institucionais com os objetivos profissionais.

identificar e aplicar sua potencialidade máxima.

estruturar um plano prático e objetivo para estabelecer e atingir metas.

desenvolver competências de comunicação e habilidades para criar sinergia no ambiente de trabalho.

elevar a autoconfiança por meio do autoconhecimento e desenvolvimento pessoal e profissional.

trabalhar com foco na solução de problemas.

criar clima de confiança por meio da construção de relacionamentos sólidos.

As Instituições que almejam atingir o máximo de eficiência têm adotado o coaching para o desenvolvimento dos líderes com o objetivo de acelerar o desen- volvimento e potencializar os resultados institucionais.

Portanto, a formação dos gestores deve levar em consideração o educador e não apenas um gestor de processos. A autoridade do gestor será legitimada não tanto pelasua habilidade em manusear técnicas de gestão, mas por seu perfil de pessoa educada e educadora, capaz de reconhecer e dar poder a outros autores, dentro do pressuposto de que o objetivo de uma política democrática não é erra- dicar o poder, mas multiplicar os espaços em que as relações de poder estarão abertas à contestação democrática, como citado em Estevão (2002).

A formação nestes moldes pressupõe um gestor consciente da possibilidade de desenvolvimento e aprimoramento contínuo de suas capacidades, seja por meio da experiência vivida na escola ou por meio da educação continuada, o que, sem dúvida, poderá se refletir em maiores e mais significativas chances de se imple- mentar nas escolas o verdadeiro processo de gestão.

Portanto, para melhorar a qualidade de educação é imprescindível uma política de educação focada na melhoria da gestão escolar, baseada em um modelo de gestão profissional.

Assista ao vídeo SBPNL - O papel do Líder Coach

Para ampliar seus conhecimentos a respeito do tema.

Clique aqui.

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Bibliografia

AGUIAR, M. Gestão da educação e a formação do profissional da educação no Brasil.

In: FERREIRA, N. S. C.; AGUIAR, M. A. S. (Org.). Gestão da educação: impasses, perspectivas e compromissos. São Paulo: Cortez, 2000. p. 193-212.

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Referências

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