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P.º n.º R.P. 92/2012 SJC-CT

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P.º n.º R.P. 92/2012 SJC-CT Registo de aquisição de parte de prédio rústico baseado em escritura pública de justificação em que se invoca a usucapião fundada em composse. Suficiência do título. Qualificação do pedido.

PARECER

1 – O presente recurso hierárquico vem interposto contra a decisão da senhora conservadora do registo predial de …, que procedeu à qualificação do registo pedido via online e anotado no diário a coberto da ap. n.º … de 27 de Junho de 2012, como provisório por dúvidas, o qual respeita à aquisição de um sexto do prédio rústico ora descrito sob o n.º … da freguesia de …, concelho de … que foi titulado por escritura pública de justificação em que se invoca como causa aquisitiva a usucapião fundada em composse.

2 – O despacho de provisoriedade por dúvidas que recaiu sobre o registo peticionado tem por base a fundamentação a seguir sintetizada:

Está em causa a justificação de um direito indiviso de um prédio omisso e não foi feita a justificação simultânea ou cumulativa dos restantes direitos.

Ora, tratando-se de uma situação de composse, tem de partir da composse verificada não podendo ser isoladamente invocada, o que não impede, contudo, que os restantes compossuidores venham ainda invocar esse direito no seu todo e se possa proceder ao registo do direito.

Sendo embora certo que na escritura se invoca a atuação material dos justificantes na conjugação e no respeito da utilização da coisa que todos em comum possuem, a delimitação da coisa única que a todos pertence não se compadece com a sua justificação independente por parte de um só dos seus possuidores.

3 – É contra a referida decisão que a requerente do registo, inconformada, vem interpor o presente recurso produzindo as alegações que aqui damos por integralmente reproduzidas, sem prejuízo de se sublinhar que a sua discordância assenta, essencialmente, no que considera errada interpretação da doutrina firmada nos pareceres do IRN, por parte da recorrida.

Solicita, a final, que o registo peticionado seja efetuado em termos definitivos.

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4 – A Senhora Conservadora profere despacho de sustentação da decisão prolatada nos termos e com os fundamentos que aqui damos, de igual modo, por reproduzidos na íntegra, dos quais salientamos, muito sucintamente, os seguintes:

4.1 – Não obstante se aceite a aquisição por usucapião de uma quota ideal de um prédio, o registo foi qualificado como provisório por dúvidas porque a posse exercida de forma conjunta por várias pessoas sobre um único objeto não pode alhear-se da situação de composse.

4.2 – Não se encontra esclarecido na escritura pública, mas pode até acontecer que o direito dos demais compossuidores radique na mesma doação e a invocação separada da usucapião possa conduzir a versões contraditórias entre si.

Por outro lado, parece-lhe, também, insuficiente a indicação unilateral feita pelos justificantes relativamente aos demais compossuidores e respetivas quotas partes, reduzindo-se, neste caso, a publicidade da justificação à mera publicação do extrato da mencionada escritura.

4.3 – Ora, analisando a posição do IRN (mais exigente no parecer proferido no proc.º n.º 52/88 R.P.3 e mais atenuada nos subsequentes, embora estes sejam respeitantes, em regra, a situações de reconversão urbanística) conclui que os requisitos substanciais exigíveis nestas situações ainda não se encontram totalmente clarificados, pelo que considera ser de manter o entendimento que exprimiu no despacho de qualificação.

II – Saneamento

Descrita sumariamente a factualidade dos autos e a controvérsia que opõe recorrente e recorrida, verificamos que o processo é o próprio, as partes têm legitimidade, o recurso foi interposto tempestivamente, e que inexistem questões prévias ou prejudiciais que obstem ao conhecimento do seu mérito.

III – Pronúncia

1 – O exame da problemática suscitada nos autos demanda um breve olhar sobre o instituto possessório, com particular incidência sobre a composse, comunhão de posses ou contitularidade da posse, visto ser a esta que corresponde a situação configurada nos autos.

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1.1 – A noção da posse1 é facultada pelo artigo 1251.º do Código Civil, nos

seguintes termos:

«Posse é o poder que se manifesta quando alguém atua por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade ou de outro direito real».

Nesta definição encontram-se, assim, presentes dois elementos da posse: o corpus e o animus2.

O primeiro elemento, material, corresponde aos atos materiais praticados sobre a coisa como exercício de certos poderes sobre essa mesma coisa de modo que por todos possa ser conhecido («quando alguém atua»), enquanto que o segundo, psicológico, equivale à intenção de agir como titular do direito a que o exercício do poder de facto se refere («por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade …»).

Segundo nota Orlando de Carvalho3, não há corpus sem animus nem animus sem

corpus, existindo entre estes elementos uma relação biúnivoca. O corpus corresponde ao exercício de poderes de facto que intende uma vontade de domínio, de poder jurídico-real; o animus é a intenção jurídico-real, a vontade de agir como titular de um direito real, que se exprime (e hoc sensu emerge ou é inferível) em certa atuação de facto.

A posse é reconhecida pelo direito como um caminho para a autêntica dominialidade, reconstituindo-se, através dela, a própria ordenação definitiva. É o fenómeno da usucapião4, que se encontra prevista no artigo 1287.º do Código Civil, nos

seguintes termos:

«A posse do direito de propriedade ou de outros direitos reais de gozo, mantida por certo lapso de tempo, faculta ao possuidor, salvo disposição em contrário, a aquisição do direito a cujo exercício corresponde a sua atuação: é o que se chama usucapião».

Assim, a usucapião (que se traduz num modo de aquisição da propriedade a título originário – artigo 1316.º do Código Civil) requer que a posse tenha certas caraterísticas,

1 No que respeita às caraterísticas da posse – conceitos e efeitos, veja-se FERNANDO PEREIRA RODRIGUES, in Usucapião – Constituição Originária de Direitos através da Posse, 2008, págs. 26 e segs.

2 A propósito do animus MANUEL RODRIGUES, in A Posse – Estudo de Direito Civil Português, 1981, págs.

181 e segs., salienta que pode revestir várias modalidades, havendo um animus domini, isto é, a intenção de exercer o direito de propriedade; um animus possidendi, intenção de exercer um direito real sobre coisa alheia; e pode finalmente haver o animus de exercer sobre a coisa um direito pessoal.

3 In Introdução à posse, publicada na RLJ, Ano 122, n.º 3 780, págs. 68 e 69.

4 A usucapião, assente na excelência duma posse qualificada e com prazos longos, surge como fonte

legitimadora do domínio, realizando a velha aspiração histórico-social de reconhecer o domínio a quem, de facto, trabalhe os bens disponíveis e lhes dê utilidade pessoal e social – cfr., neste sentido, MENEZES CORDEIRO,

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isto é, que seja, de algum modo, «digna» do direito a que conduz. Donde a exigência, em qualquer sistema possessório, de uma posse em nome próprio, de uma intenção de domínio – e uma intenção que não deixe quaisquer dúvidas sobre a sua autenticidade5.

É que a usucapião tem na sua base ponderosas razões de ordem económico-social, nomeadamente a necessidade de tornar certa e estável a propriedade, e a utilidade de transformar uma situação de facto numa verdadeira situação de direito, a favor de quem mantém e exerce, ininterruptamente, a gestão económica da coisa, face à incúria do seu proprietário6.

2 – Pois bem, nos casos em que esta posse é exercida por vários titulares com base num direito ou num acordo comum, fala-se então em comunhão de posses ou composse, ficando todos eles na situação de compossuidores (concorrentes de posses à mesma coisa), sendo a existência das várias posses perfeitamente compatíveis entre si7.

É que na composse, a posse de cada um não exclui nem prejudica a dos demais, isto é, deixa incólume a dos restantes compossuidores, sendo exercida na globalidade sobre determinado prédio (não sobre uma parte especificada) ainda que cada um dos compossuidores possa exercer a posse exclusivamente para si na proporção da sua quota no direito que é, assim, adquirida com base na verificação da composse.

2.1 – A quota-parte ou a quota ideal de um prédio é, segundo jurisprudência do Supremo firmada no acórdão de 1 de outubro de 19988, usucapível.

Aí se refere que «são suscetíveis de posse e podem conduzir à usucapião correspondente todas as figuras reguladas nos artigos 1302.º a 1575.º do Cód. Civil.

Assim como existe a compropriedade (art.ºs 1403.º e segs. do Cód. Civil) pode ocorrer composse quando a posse de uma coisa é exercida por duas ou mais pessoas».

E mais adiante é salientado que «De resto, a figura da composse está expressamente prevista no art.º 1286.º do Cód. Civil; e a usucapião por compossuidor no art.º 1291.º do mesmo Código».

2.2 – Esta tese vai de encontro à solução anteriormente proposta por Manuel Rodrigues9 para explicar a compropriedade, nos termos da qual cada consorte é titular de

5 Neste sentido, veja-se ORLANDO DE CARVALHO, in Revista cit., págs. 66 e 67. 6 Cfr. RODRIGUES BASTOS, in Direito das Coisas, I Volume, 1975, pág. 79. 7 Sobre o ponto, veja-se OLIVEIRA ASCENSÃO, in Direitos Reais, 1978, págs. 286.

8 O sumário do acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, de 1 de Outubro de 1998, proc.º n.º 98B569,

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um direito de propriedade sobre toda a coisa que, consabidamente, está condicionada no seu exercício pelos direitos dos outros consortes.

A simultaneidade de direitos da mesma natureza, sobre uma coisa ou direito dominando-o completamente (comunhão de propriedade, de usufruto, etc.) só é possível na compropriedade, porque embora esta se analise num conjunto de direitos da mesma natureza e extensão, todavia no seu exercício cada um está limitado pelo exercício dos outros, de modo que há uma realização simultânea e coordenada de todos eles.

A este estado de direito corresponde um estado de facto, a composse, que o Código expressamente admite, a qual pode ter origem numa multiplicidade de causas.

A situação do compossuidor, sublinha ainda o autor, modela-se pelos poderes dos comproprietários e a natureza da composse é dominada pela natureza da compropriedade.

A lei reconhece aos comproprietários legitimidade para exercerem, cada um por si, certas faculdades que integram o conteúdo do direito de propriedade, sendo as mais relevantes as alusivas ao uso da coisa (artigo 1406.º) e à disposição e oneração da quota.

Como resulta do preceituado no n.º 1, primeira parte, do artigo 1408.º do Código Civil, cada um dos com proprietários tem legitimidade para alienar a totalidade ou parte da sua quota na comunhão10.

Decorrentemente, sendo em função do regime da compropriedade que se deve procurar a solução para a questão da natureza jurídica da composse, parece de inferir-se que a composse pode ser exercida sobre qualquer direito real suscetível de posse, sendo o caso mais vulgar ou frequente, seguramente, o da composse do direito de propriedade. Hipótese esta que se encontra prevista genericamente no artigo 1286.º do Código Civil11.

9 In ob. cit., págs. 141 e segs.

10 Em anotação ao n.º 1 do citado artigo 1408.º, ANTUNES VARELA e PIRES DE LIMA, in Código Civil, III

Volume, 1984, pág. 364, referem que esta norma consagra abertamente a validade da disposição (ou oneração) da quota ou de parte dela.

11 Relativamente ao aludido preceito, ANTUNES VARELA e PIRES DE LIMA, in Código Civil Anotado, volume

citado, págs. 62 e 63, salientam que a figura nele regulada é a que corresponde à figura da compropriedade – à contitularidade do mesmo direito. Sobre a coisa, e em relação ao direito possuído, os compossuidores, em

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2.3 – Ora, numa situação de composse, os justificantes devem declarar na respetiva escritura quais são as quotas partes existentes e proceder à identificação dos respetivos titulares, declarações estas que acrescem, naturalmente, às devidas em qualquer outra situação em que se invoque a usucapião como causa aquisitiva do direito de propriedade.

Como se salientou no parecer do Conselho Técnico constante do proc.º n.º 260/2008 DSJ-CT12 (tirado a propósito de uma situação abrangida pela aplicação da Lei

das AUGI), «os justificantes e os declarantes não podem, assim, deixar de identificar os restantes condóminos e as respetivas quotas».

E, mais adiante, refere-se ainda que «relativamente ao animus possidendi com dificuldade se concebe a existência de intenção jurídico-real, a vontade de agir como titular de um direito de propriedade, sem que exista o exato conhecimento dos titulares dos demais direitos reais (dos restantes condóminos) que condicionam o exercício daquele direito»13.

3 – Como é sabido, os interessados, que não disponham de documento para a prova do seu direito e, consequentemente, para obtenção da primeira inscrição a seu favor, podem socorrer-se do mecanismo previsto no n.º 1 do artigo 116.º do Código do Registo Predial (doravante, CRP) suprindo essa falta mediante o recurso a escritura de justificação notarial, contemplada nos artigos 89.º e segs. do Código do Notariado, ou a decisão proferida no âmbito do processo de justificação previsto no Capítulo I, Título VI, do CRP.

3.1 – Contudo, afigura-se-nos, desde já, curial salientar que a referida justificação se traduz num meio de obtenção de um título para registo, quando inexista título formal comprovativo da titularidade desse direito, mas não configura, em si, uma causa aquisitiva.

Com efeito, a justificação para estabelecimento do trato sucessivo no registo tem em vista a titulação do correspondente registo de aquisição do prédio usucapido mas não

12 Consultável em www.irn.mj.pt (Doutrina).

13 Veja-se também o parecer constante do proc.º n.º R.P.48/2006 DSJ-CT, disponível em www.irn.mj.pt

(Doutrina), proferido a propósito do registo de um prédio omisso, designadamente a III conclusão, na qual se salienta que na escritura de justificação em que se invoque a usucapião fundada na composse, devem ser quantificados os direitos de cada um dos consortes, assim como deverá ser mencionada a situação de comunhão de mão comum em que se encontrem alguns dos justificantes (…).

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é título aquisitivo, nem essa é a sua finalidade visando, tão só, a substituição desse título para efeitos de registo e nada mais do que isso.

4 – Pois bem, decorre da escritura de justificação apresentada para titular o registo em apreço nos autos, que os outorgantes Manuel … e Maria …, casados no regime da comunhão geral, se arrogam, com exclusão de outrem, donos e legítimos possuidores de um sexto do prédio rústico omisso no respetivo registo, por terem entrado na sua posse e fruição por volta do ano de 1978, na sequência de uma doação meramente verbal do avô da justificante (António …), pelo que não dispõem de título que lhes permita efetuar o correspondente registo na conservatória do registo predial.

4.1 – Que desde a data referida, e sem qualquer interrupção, entraram na posse efetiva do bem, pessoalmente e em nome próprio, vindo, em conjunto com os restantes compossuidores, a gozar de todas as utilidades por ele proporcionadas, praticando os atos materiais de fruição e conservação correspondente ao exercício do direito de propriedade, amanhando e cultivando a terra, e colhendo os produtos semeados, tudo com ânimo de quem exerce um direito próprio, reconhecido por toda a gente, fazendo-o de boa fé, contínua e pacificamente, à vista e com conhecimento de toda a gente, e sem qualquer oposição, por um prazo superior a vinte anos.

4.2 – Declaram, ainda, quem são os demais compossuidores das quotas partes restantes e indicaram as respetivas quotas partes desses compossuidores.

4.3 – Os justificantes não pretenderam justificar a aquisição em compropriedade, em benefício de todos, pretenderam sim justificar a aquisição por usucapião de uma quota parte ou quota ideal do prédio, referindo expressamente as circunstâncias em que exerceram a sua posse, o que, como vimos, é aceite pela doutrina e jurisprudência, pelo que o ato jurídico em causa não enfermará de qualquer invalidade14.

Consequentemente, terão adquirido o bem em causa por usucapião, modo aquisitivo este que não é suscetível de ser comprovado pelos meios extrajudiciais normais.

14 Do parecer proferido no proc.º n.º R.P.68/2001 DSJ-CT, publicado no BRN n.º 6/2002, II caderno,

págs. 7 e segs, transcrevemos as seguintes conclusões:

«III – A justificação notarial de um direito de compropriedade adquirido por usucapião, para ser válida, tem de referir expressamente as circunstâncias em que o justificante exerceu a sua posse.

IV – A composse por todos exercida na globalidade sobre determinado prédio não prejudica cada um dos compossuidores que, separadamente, possui exclusivamente para si na proporção da sua quota no direito que

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4.4 – Para além dos termos constantes da escritura, a lei nada mais parece exigir que não seja a publicação do extrato do conteúdo da escritura de justificação e o respetivo averbamento, o que foi feito em conformidade com o prescrito nos artigos 100.º e 131.º, n.º 1, alínea c), do Código do Notariado.

5 – Em face da exegese precedente, cremos que as dúvidas aduzidas pela recorrida no seu despacho de qualificação não revestem, in casu, pertinência bastante15, pelo que

o registo peticionado deve ser efetuado em termos definitivos.

6 – Assim, como corolário lógico de todo o exposto, a posição deste Conselho vai condensada na seguinte

Conclusão

A quota parte ou uma quota ideal de um prédio é usucapível, devendo, contudo, os justificantes declarar na escritura de justificação em que se invoque a usucapião fundada em composse, além de tudo o mais, quais são as restantes quotas partes e proceder à identificação dos respetivos titulares – cfr. o disposto nos artigos 1251.º, 1286.º, 1287.º, 1291.º e 1403.º e segs., todos do Código Civil.

15 Não podemos deixar de fazer uma breve alusão à interpretação que a senhora conservadora fez dos

pareceres do Conselho Consultivo do IRN, I.P., para salientarmos que é necessário ter sempre presente que cada caso tem por base um dado acervo documental, que dá guarida a declarações e situações diversas, revestindo especificidades próprias, pelo que, naturalmente diverso há de ser também o tratamento doutrinal dispensado a cada caso concreto, devendo a aplicação dessa doutrina ser feita tendo sempre em consideração os contornos específicos do caso concreto.

No parecer proferido no proc.º n.º 52/88 R.P.3 (que a recorrida considera mais exigente do que os posteriores) firmou-se já doutrina no sentido de admitir o registo de parte de um prédio com base em escritura de justificação. Para o efeito, isto é, para que o comproprietário usucapiente de um direito indiviso pudesse inscrever o respetivo direito a seu favor com base em escritura de justificação, devia inexistir título e ser impossível recorrer aos meios normais de titulação, os elementos caraterísticos da lei civil deviam estar verificados bem como a prova da composse.

Recorde-se que foram as deficiências reveladas na escritura ao tempo em apreço, relativas, designadamente, à ausência de indicação das circunstâncias que impossibilitaram a prova do direito de propriedade pelos meios normais, os termos em que foi exercida (materialmente) a posse, bem como a omissão da causa aquisitiva, que obstaculizaram a feitura do registo peticionado em termos definitivos.

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Nestes termos, o presente recurso hierárquico merece provimento.

Parecer aprovado em sessão do Conselho Consultivo de 22 de fevereiro de 2013. Isabel Ferreira Quelhas Geraldes, relatora, António Manuel Fernandes Lopes, Maria Madalena Rodrigues Teixeira, Luís Manuel Nunes Martins.

Este parecer foi homologado pelo Exmo. Senhor Presidente do Conselho Diretivo em 26.02.2013.

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