• Nenhum resultado encontrado

O VIDRO E A IMPORTÂNCIA DE SEU PROCESSO DE RECICLAGEM E LOGÍSTICA REVERSA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "O VIDRO E A IMPORTÂNCIA DE SEU PROCESSO DE RECICLAGEM E LOGÍSTICA REVERSA"

Copied!
23
0
0

Texto

(1)

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

GLASS AND THE IMPORTANCE OF YOUR REVERSE RECYCLING AND LOGISTICS PROCESS

Jordana Gabriele VettoratoI Jani Luana Rambo GiehlII Samantha ChitolinaIII Daine Rodrigues BettkerIV Nubia Cristina Weber FreitasV

Resumo: O trabalho objetivou realizar uma revisão bibliográfica com base em artigos a cerca do material reciclável, o vidro, desde seu processo de fabricação, reciclagem, logística reversa e, até mesmo, a atuação de cooperativas e a situação dos catadores frente à coleta deste material tão importante. Entre os resíduos sólidos gerados no Brasil, o vidro se destaca pelo seu volume elevado, sendo apenas 14% desse material destinado à reciclagem. A reciclagem normalmente é realizada pelas próprias empresas produtoras desses vidros, em um processo denominado de logística reversa. Assim, a logística reversa atua em parceria com a empresa e, principalmente, com o meio ambiente, não gerando tanto impacto ambiental, e otimizar matéria prima e energia, diminui os custos para a empresa desde sua produção. Além disso, a atuação de cooperativas na reciclagem possibilita que catadores tenham uma melhor qualidade de vida. Portanto, a reciclagem do vidro gera grandes benefícios para a sociedade e o meio ambiente.

Palavras-chave: Reciclagem. Qualidade de vida.

Diminuição do Impacto Ambiental

Abstract: The work aimed to carry out a bibliographic review based on articles about recyclable material, glass, since its manufacturing process, recycling, reverse logistics and even the cooperatives and the situation of the pickers regarding the collection of this material. Among the solid waste generated in Brazil, glass stands out for its high volume, with only 14% of this material destined for recycling. Recycling is usually performed by the companies that produce these glasses themselves, in a process called reverse logistics. Thus, reverse logistics acts in partnership with the company and, especially, with the environment, not generating as much environmental impact, and optimizing

DOI: https://doi.org/10.33053/dialogus.v10i1.395

Recebido em:

Aceito em:

I Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, Santo Ângelo, RS, Brasil. E-mail: jordana_gvettorato@

hotmail.com

II Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, Santo Ângelo, RS, Brasil. E-mail: janygiehl@

gmail.com

III Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, Santo Ângelo, RS, Brasil. E-mail:

samanthakitolina@hotmail.com

IV Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, Santo

Ângelo, RS, Brasil. E-mail: daine_

bettker@outlook.com

V Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, Santo Ângelo, RS, Brasil. E-mail: nwfreitas@

san.uri.br

(2)

raw material and energy, reducing costs for the company since its production. In addition, cooperative recycling practices enable waste pickers to have a better quality of life. Therefore, the recycling of glass generates great benefits for society and the environment.

Keywords: Recycling. Quality of life. Decreased Environmental Impact.

1 Introdução

Atualmente vêm aumentando as exigências demandadas pela sociedade sobre as organizações que não respeitam e que não têm uma consciência para com o meio ambiente.

Neste sentido, a gestão ambiental surge como instrumento essencial, guiando essas organizações na busca pela adoção de uma política de controle, prevenção e recuperação ambiental, com a finalidade de compatibilizar crescimento econômico com preservação ambiental. Em épocas passadas, o mundo organizacional esteve focado essencialmente em resultados financeiros e na maximização do lucro. Com as exigências dos consumidores, atualmente mais conscientes, requerem informações a respeito da forma de obtenção dos produtos e/ou serviços ofertados, as atuais organizações ampliaram seus objetivos, abrindo espaço para que a maximização dos lucros e a sua imagem frente à sociedade seja construída através da sua boa relação com o meio ambiente. Assim, obter vantagem competitiva em uma organização é uma premissa básica adotada nos modelos gerenciais desenvolvidos para tomadas de decisões eficazes. Em um mercado globalizado e avançado, a eficiência gerencial das organizações passa a ser um determinante para sua sobrevivência e perspectiva futura. Por isso, a gestão ambiental como instrumento destinado a fornecer informação, passa a ser uma das principais aliadas aos anseios das organizações, caracterizada pela sua capacidade de proporcionar conhecimento que pode ser utilizado na definição de uma estratégia empresarial, aliada especialmente com a questão ambiental e o conceito propriamente dito de sustentabilidade (MEDEIROS et al., 2015).

De acordo com Valle (2000) e Ferreira (2003), a gestão ambiental consiste em um conjunto de atividades e deve ser incluída em qualquer premissa organizacional, estabelecendo seus limites de responsabilidades e autoridades, seguindo os princípios e valores sociais. A capacidade econômica e financeira não deve ser o único objetivo da empresa, mas também ações voltadas para a preservação ambiental. E, ainda, deve ter ações bem definidas e adequadamente implantadas com a finalidade de minimizar e controlar os impactos advindos das operações de um empreendimento sobre o meio ambiente, incluindo uma série de atividades que devem ser administradas, tais como: formular estratégias de administração do meio ambiente, assegurar que a organização esteja de acordo com as leis ambientais, inserir programa de prevenção à poluição, providenciar medidas de mitigação de impacto ambiental, adequar os produtos às especificações ecológicas, como também gerenciar o programa ambiental da organização e, ou, cooperativa.

O aumento dos resíduos sólidos tem se mostrado um problema mundial, e encontrar formas adequadas para descarte desses resíduos tem sido um grande desafio aos meios tecnológicos e científicos, uma vez que a disposição incorreta desses materiais tem gerado graves problemas

(3)

e impactos ambientais (SOUSA-NETO, 2014). Para tanto, é evidente nas cidades a exaustão da vida útil dos aterros sanitários, a poluição, a presença de catadores nos lixões, a escassez de áreas disponíveis para a criação de outros aterros e o desperdício de materiais ainda complexos, indicam a necessidade de uma revisão do modo atual com o material restante após a utilização dos bens ou dos serviços. Assim, a gestão dos resíduos sólidos se torna um desafio ambiental de largas dimensões nas cidades (RIBEIRO et al., 2014; FONSECA, 2013).

Dessa forma, surge a proposta de reciclagem de materiais. Essa reciclagem de materiais nada mais é do que uma forma particular de reaproveitar matérias-primas, tais como, papel, plásticos, latas de alumínio e de aço, vidro, orgânicos e outros. Assim, é gerada uma nova quantidade de materiais a partir do material captado no mercado e reprocessado para ser comercializado, existindo grandes economias, seja em energia e, ou, matéria prima (ROSA et al., 2005). Segundo Rosa et al (2005) esta proposta de reciclagem é a forma mais viável para a minimização dos problemas provenientes do lixo, contribuindo para um melhor desenvolvimento sustentável.

Entre os resíduos sólidos gerados no Brasil, o vidro se destaca pelo seu volume elevado, representando cerca de 3% do volume total dos resíduos sólidos do país gerados no ano de 2017 (CEMPRE, 2017). Além disso, estima-se que apenas 14% do volume desse material seja destinado para a reciclagem, onde o principal mercado são as próprias empresas de vidro e, eventualmente, empresas de coleta seletiva (CEMPRE, 2017; ROSA, 2017). Conforme a Abravidro (2017) o consumo anual no Brasil chega até mesmo a 1.577.776 toneladas, representando um faturamento de R$ 4.121 milhões para as empresas fabricantes.

A organização em cooperativas possibilita, ainda, maior poder de barganha dos recicladores com a indústria e com o poder público, e com a oportunidade da venda direta à indústria, assim, os catadores obtêm melhores preços, eliminando a figura do intermediário (DEMAJOROVIC e BESEN, 2007; GONÇALVES-DIAS e TEODÓSIO, 2006; MEDINA, 2000). Nesse mesmo sentido, grupos ou redes de cooperativas poderiam possibilitar o acúmulo de maior volume de recicláveis, obtendo melhores preços do que cada cooperativa atuando de maneira isolada (MEDINA, 2000; RODRIGUEZ, 2004).

Existem também estudos que mostram a dificuldade das cooperativas, uma vez que os catadores têm baixa escolaridade, histórico de exclusão social e dificuldades em estabelecer vínculos e compromissos com a cooperativa, pois, trabalhando como autônomos, não têm de se submeter a regulamentos e conseguem obter ingressos financeiros, ainda que muito baixos, diária ou semanalmente, ao vender o material coletado para o atravessador (CARMO, OLIVEIRA, ARRUDA, 2006; MAZZEI e CRUBELLATE, 2007; RODRIGUEZ, 2004; SILVA, 2006;

VALENTIM, 2007).

Consequentemente, a maioria das empresas tem um comportamento ambiental ativo, transformando uma postura passiva em oportunidades de negócios, com lucro para a empresa e, o mínimo possível de geração de impacto ambiental para o meio ambiente. Logo, a logística reversa tem se declarado como um instrumento para o gerenciamento empresarial, por suas contribuições na obtenção de vantagens econômicas ou mesmo competitivas, sem, contudo, desconsiderar os aspectos ambientais (SHIBÃO, MOORI e DOS SANTOS, 2010).

(4)

Portanto, a logística reversa está ligada ao mesmo tempo, a questões legais, ambientais e econômicas, o que a coloca em destaque e faz com que seja indispensável no contexto organizacional, tendo em vista, ser um processo por meio das quais as empresas podem se tornar ecologicamente mais eficiente, por intermédio da reciclagem, reuso e redução da quantidade de materiais usados (SHIBÃO, MOORI e DOS SANTOS, 2010). De tal forma, a reciclagem e a logística reversa trazem inúmeros benefícios para o meio ambiente e para a sociedade, formando uma consciência ecológica. Nesse contexto, este trabalho tem como objetivo analisar a importância do processo de reciclagem dos vidros, bem como, seu artifício na logística reversa por meio de uma revisão bibliográfica com base em artigos, periódicos, Portal da Capes, Livros, Boletins técnicos, dentre outros materiais disponíveis no acervo da Biblioteca da Universidade regional do alto Uruguai e das missões - Campus Santo Ângelo/RS.

2 Política Nacional dos Resíduos Sólidos e Logística Reversa

A Política Nacional dos Resíduos sólidos, Lei nº 12305/2010, estipula instrumentos como a coleta seletiva, os sistemas de logística reversa e outras ferramentas relacionadas à implementação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, abrangentes a sustentabilidade, também estipula os resíduos sólidos através do reconhecimento como reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho, renda e promotor de cidadania. Esta Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é firmada com diretrizes para o planejamento e a gestão dos resíduos em todo o Brasil, e atribui, obrigatoriedade da preparação de planos municipais de gerenciamento de seus resíduos, o estabelecimento de prazos para a erradicação dos lixões e a implantação de uma coleta seletiva (LEI n. 12305/2010).

O binômio logística reversa é definido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS como sendo: Lei 12.305/2010 Art. 3 Inciso XII logística reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada (MACHADO, 2013).

A PNRS, ao definir a logística reversa gerou obrigações, sobretudo ao setor empresarial, de realizar o recolhimento de produtos e embalagens pós-consumo, assim como assegurar seu reaproveitamento nos mesmos ciclos produtivos ou em outros. O Quadro 1 a seguir adaptado de Santos (2013) demonstra, de forma resumida, as principais responsabilidades dos consumidores, titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes sobre os resíduos sólidos gerados.

(5)

Quadro 1 - Responsabilidade de cada agente sobre os resíduos sólidos gerados nos termos da Lei n° 12.305/2010.

Adaptado de Santos (2013)

Consumidores

Titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de

resíduos sólidos

Fabricantes e importadore

Distribuidores e comerciantes

Acondicionar adequadamente e de forma diferenciada os resíduos sólidos gerados.

Organizar e prestar direta ou indiretamente os serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, observados o respectivo plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, a Lei nº 11.445/2007, e as disposições da Lei n° 12.305/2010 e seu regulamento.

Estruturar e

implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos.

Estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos.

Disponibilizar adequadamente os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis para coleta seletiva ou devolução

Adotar procedimentos para reaproveitar os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos

Implantar procedimentos de compra de produtos ou embalagens usados.

Implantar procedimentos de compra de produtos ou embalagens usados Efetuar a devolução após

o uso, aos comerciantes ou distribuidores, dos produtos e das embalagens objeto de logística reversa

Estabelecer sistema de coleta seletiva.

Disponibilizar postos de entrega de resíduos reutilizáveis e recicláveis.

Disponibilizar postos de entrega de resíduos reutilizáveis e recicláveis Articular com os agentes

econômicos e sociais medidas para viabilizar o retorno ao ciclo produtivo dos resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis oriundos dos serviços de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos.

Dar destinação ambientalmente adequada aos produtos e às embalagens reunidos ou devolvidos pelos distribuidores e comerciantes.

Efetuar a devolução aos fabricantes ou aos importadores dos produtos e embalagens reunidos ou devolvidos pelos consumidores.

Realizar as atividades definidas por acordo setorial ou termo de compromisso destinado à implementação da LR mediante a devida remuneração pelo setor empresarial quando for o caso.

Encaminhar o rejeito para a disposição final ambientalmente adequada, na forma estabelecida pelo órgão competente do Sisnama e, se houver, pelo plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos.

Implantar sistema de compostagem para resíduos sólidos orgânicos e articular com os agentes econômicos e sociais formas de utilização do composto produzido.

Dar disposição final

ambientalmente adequada aos resíduos e rejeitos oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos.

Fonte: Adaptado de Santos (2013) - Arts. 25 a 36 da PNRS

(6)

Leite (2009) considerada a “Logística Reversa” como a quarta grande área da logística empresarial, sendo responsável pelo retorno dos produtos de pós-venda e de pós-consumo e de seu endereçamento a diversos destinos. A Logística Reversa possui suas atividades ligadas por meio dos canais de distribuição reversa. Tais canais são divididos em duas grandes categorias de fluxo reverso: o pós-venda e pós-consumo. O canal reverso de pós-venda é apenas o retorno de produtos com pouco ou nenhum uso, que pode ser devido a problemas relacionados à qualidade em geral, término de validade, estoques excessivos no canal de distribuição e processos comerciais entre empresas (LEITE, 2009).

Já o canal reverso de pós-consumo consiste na coleta e reaproveitamento de produtos que estejam no final de uso pelo cliente ou no final de vida, podendo ser destinados para reuso em mercado secundário, remanufatura ou reciclagem. Caso não seja possível nenhuma das duas alternativas, os produtos de pós-consumo podem ser dirigidos a sistemas de destinação final seguros, comumente chamados de controlados, ou não seguros, sendo que os não seguros provocam impactos ambientais muito maiores (LEITE, 2009).

Em termos práticos a logística reversa tem como objetivo principal reduzir a poluição do meio ambiente e os desperdícios de insumos, assim como a reutilização e reciclagem de produtos (SHIBAO, F. Y; MOORI, R. G; SANTOS DOS, M. R. 2010). A logística reversa também possui como vantagem principal o retorno econômico a empresa, aplicada a uma boa gestão, cujo há coleta dos produtos a serem recuperados e sua distribuição após o reprocessamento. Como um exemplo simples de logística reversa podemos citar o uso da compostagem com resíduos orgânicos, cujo adubo proveniente da mesma será aproveitado posteriormente para o plantio de hortaliças e legumes, que retornaram à cozinha ao qual gerou os resíduos orgânicos. De maneira mais especifica, a Logística Reversa é uma estratégia empresarial alinhada às exigências da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) no Brasil para a redução do impacto ambiental com o objetivo de promover ações para garantir que o fluxo dos resíduos sólidos gerados seja direcionado para a sua cadeia produtiva ou para cadeias produtivas de outros geradores (Capítulo IV, Artigo I). É um instrumento de desenvolvimento econômico e social, caracterizada por um conjunto de ações destinado a facilitar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos aos seus geradores, para que sejam tratados ou reaproveitados em novos produtos em seu próprio ciclo ou em outros ciclos produtivos, visando a não geração de rejeitos (Artigo VII) (BRASIL, 2010).

Os programas de Logística Reversa movem mercadorias do local de descarte, com a finalidade de recuperar o seu valor, ou promover a destinação correta dos resíduos. As operações envolvem um processo de planejamento complexo, execução e controle eficiente dos custos relacionados às matérias-primas, estoque, produtos acabados e informações do ponto de consumo até o ponto de origem, tendo por objetivo gerar valor por meio do uso adequado dos recursos e com uma destinação segura e adequada. Além do mais, o fluxo reverso refere-se à existência de um conjunto de atividades de coleta, separação, embalagem e expedição de itens usados, danificados ou obsoletos do ponto de venda e/ou consumo até os locais de reprocessamento, reciclagem, revenda ou descarte. Essas atividades incluem também o reuso e a manufatura de bens para serem concertados e recolocados em uso, tudo em prol de um ambiente melhor e pensando

(7)

sempre na sustentabilidade, ou seja, conservar para as gerações futura. Assim, a organização e, ou, passa a ser responsável por seus produtos até o final de sua vida útil (NETO el al., 2014).

O propósito de uma empresa é a transformação de matérias-primas e energias retiradas do ambiente para produzir bens e serviços para os seus consumidores. O metabolismo industrial deve ser direcionado para fazer esse fluxo, mantendo o material circulando no sistema, por meio do reuso e da reciclagem em ciclo fechado (Figura 1), de forma a retardar seu retorno ao ambiente, para reduzir a extração de recursos naturais. Portanto, as práticas de Logística Reversa reduzem a quantidade de materiais e resíduos, sobretudo os produtos tóxicos descartados no ambiente. Assim, água e matérias-primas circulam o máximo possível dentro do processo antes do descarte, resultando na otimização do uso dos recursos naturais (NETO et al., 2014).

Figura 1 - Ciclo fechado

Nessa perspectiva, os resíduos sólidos urbanos (RSU) constituem hoje um desafiante tema na agenda de políticas públicas ambientais, uma vez que, a gestão e a disposição inadequadas desses resíduos causam conhecidos impactos ambientais e à saúde pública, como poluição e degradação do solo, poluição de corpos d’água e mananciais, intensificação de enchentes devido ao assoreamento de rios e córregos e obstrução de bueiros, proliferação de moscas, baratas, ratos e outros vetores de importância sanitária, aumento no risco de doenças de veiculação hídrica tais como leptospirose e dengue (KLEIN; GONÇALVES-DIAS; JAYO, 2018). Para tanto, a reutilização de resíduos sólidos e o seu processo de logística reversa, como insumo nos processos produtivos gera benefícios diretos, tanto na redução da poluição ambiental como em benefícios indiretos relacionados à conservação de energia. Em ambas as situações há potencial de diminuição nas emissões de gases responsáveis pela intensificação do efeito estufa. Portanto, a reciclagem de resíduos sólidos urbanos representa uma importante forma de atenuar os impactos dos gases de efeito estufa, contribuindo em direção a um desenvolvimento mais sustentável (GOUVEIA, 2012).

3 Composição do Vidro e Vantagens em seu Processo de Reciclagem

O vidro é um material sólido obtido através do resfriamento de uma massa em fusão, de algumas substancias inorgânicas, em geral composto por areia de sílica e óxidos metálicos secos pulverizados ou granulados (PEREIRA, 2006). Segundo BAUER (2015) este material é composto basicamente por sílica ou dióxido de silício (SiO2), com valores entre, 60 a 80% de

(8)

seu peso. Grande parte desse dióxido de sílica (SiO2), para a manufatura rotineira do vidro, está prontamente disponível em depósitos de areia locais com pureza adequada (SHACHELFORD, 2008).

Lomasso et al., (2015) reafirmam a ideia de que o vidro é um composto sólido e sem forma determinada, originado pela fusão e posterior resfriamento de óxidos ou derivados, até a obtenção de condição rígida, sem cristalização. Sua utilização é muito ampla, abrangendo garrafas, pratos, copos, peças de decoração, frascos para produtos farmacêuticos, janelas, partes de eletrodomésticos e eletroeletrônicos, etc. E, assim, sua reciclagem reduz o consumo de energia e matérias-primas extraídas da natureza para sua fabricação e contribui para a melhoria das condições de limpeza pública e redução do volume de resíduos em aterros e lixões.

Assis (2006) sugere que o trabalho pioneiro de Brown e MacKenzie em 1982 demonstrou o uso satisfatório de vidro reciclado, na formação de cerâmicas industriais com elevada resistência

“verde”, além da possibilidade da vitrificação superficial. Hoje a vitrificarão de azulejos, pisos e telhas com material reciclado já têm sido uma prática corrente. Vidros moídos também podem ser empregados como abrasivos de uso industrial, em substituição ao jato de areia, com boa eficiência em função do formato angular típico de suas partículas. O mesmo autor escreve que estudos mais recentes tem avaliado o uso de PGA (pulverized glass aggregate), como substituto ao cascalho na pavimentação asfáltica. Tem-se observado contudo, que adições superiores a 10%, embora elevem a durabilidade do pavimento, apresenta destacamentos progressivos e ações abrasivas, em longo prazo, nos pneus automotivos. PGA também tem sido amplamente estudado como aditivo em concretos de usos na construção civil.

Durante seu processo de fusão forma-se uma massa viscosa, transparente e homogênea, geralmente a temperaturas superiores de 1.000 ºC. Posteriormente, no resfriamento, quando essa massa viscosa atinge temperaturas ambientes de forma controlada, tem-se o desenvolvimento de um “Estado Vítreo”, adquirindo rigidez adequada ao seu manuseamento, e também, a possibilidade de obtenção sob diversas formas (PEREIRA, 2006). Comumente as matérias-primas utilizadas na fabricação do vidro são divididas em três grupos, de acordo com o papel que desempenham neste processo, tais como, vitrificantes, fundentes e matérias secundárias. A sílica, sob a forma de dióxido de silício (SiO2), componente principal do vidro, é utilizada como vitrificante. A esta matéria é adicionado os fundentes, de carácter normalmente sódico ou potássico, que servem para favorecer a formação do material e, baixar a temperatura de fusão, e os estabilizantes, são os materiais que conferem dureza à matéria vítrea, tendo normalmente carácter cálcico (PEREIRA, 2006). Nesse sentido, o vidro é considerado uma substância inorgânica, homogênea e amorfa, essencialmente inerte e biologicamente inativo. Entre suas principais qualidades e, ou, características, estão à transparência, a dureza, a resistência e, propriedades térmicas, ópticas e acústicas, originadas durante seu processo de fabricação. Essas propriedades conduzem a um grande número de aplicações, distinguindo-se de outros materiais por várias características, tais como, baixa porosidade, absortividade, dilatação e condutibilidade térmica, suportando pressões de 5.800 a 10.800 kg/cm² (FERRARI E JORGE, 2010). Por conseguinte, têm incontáveis aplicações nas mais variadas indústrias, estando cada

(9)

vez mais presente nas pesquisas de desenvolvimento tecnológico para o bem-estar do homem (CEBRACE 2014).

Em consequência dessa diversidade de aplicações nas mais variadas indústrias e para o bem estar do ser humano, é gerada constantemente, uma grande quantidade na forma de resíduo. E diferente de outros materiais, o vidro possui um aproveitamento possível de 100% em sua reciclagem, não possuindo limites de ciclos de reciclagem, ou seja, uma quantidade de vidro descartado e, posteriormente reciclado, pode produzir essa mesma quantidade de vidro, e com a mesma qualidade (FEITOSA et al., 2017). De tal modo, conforme dados da Abravidro (2014) reciclando apenas 10% de caco de vidro para uma nova fabricação desse material pode-se carrear uma economia de energia de 4% e, uma redução de 5% na liberação de CO2 na atmosfera.

Portanto, a reciclagem do vidro reduz o consumo de energia e matérias-primas extraídas da natureza para sua fabricação e contribui para a melhoria das condições de limpeza pública e redução do volume de resíduos em aterros e lixões. Ainda, a produção a partir do próprio vidro emite-se menos resíduos particulados e CO2, o que acaba por contribuir significativamente para a conservação do meio-ambiente. Outro aspecto é o menor descarte de lixo, reduzindo os custos de coleta urbana e aumentando a vida útil de aterros sanitários. Por fim, para sua correta reciclagem, após sua captação, ele é levado a uma indústria de reciclagem, onde deverá ser separado de acordo com sua cor e tipo, e passar por um processo de remoção de tampas e rótulos, e eliminação das impurezas. Após esta fase de descontaminação, os resíduos do vidro são submetidos à moagem, para depois serem encaminhados para a refundição, possibilitando sua reutilização como matéria-prima no processo produtivo (LOMASSO et al., 2015; ABIVIDRO, 2017) citam também que para a reciclagem do vidro, após sua captação, este é levado a uma indústria de reciclagem, onde deverá ser separado de acordo com sua cor e tipo, e após, passar por um processo de remoção de tampas e rótulos, e eliminação das impurezas. Posteriormente a fase de descontaminação, os resíduos dos vidros devem ser submetidos à moagem, para depois serem encaminhados para a refundição, possibilitando sua reutilização como matéria-prima no processo produtivo.

Além disso, em seus estudos Assis (2006) revela que o grande atrativo na reciclagem dos vidros recai, essencialmente, na economia de energia, e de matéria prima para o produtor ou fabricante, pois conforme cita, em cada quilo de vidro reciclado, na forma moída, substitui- se cerca de 6,6 quilogramas de areia e, na refusão, aproximadamente 1 tonelada desse material consome em média 70% menos energia, do que a requerida para a fabricação inicial. Além do mais, vidros arranjados com material reciclado reduzem a quantidade de emissão de poluentes no ar em cerca de 20% e na água na ordem de 50% (ASSIS, 2006). No entanto, apesar dessa grande vantagem em relação ao vidro, em 2007, o índice de reciclagem no Brasil foi de apenas 47% (ABIVIDRO, 2014).

4 O vidro e a sua correta coleta seletiva

A coleta seletiva é definida como sendo um processo de recolhimento diferenciado do lixo e sim, um ciclo que se inicia com a geração e descarte do resíduo e se completa com o

(10)

material reciclável, sendo reempregado em um processo produtivo (GRIMBERG e BLAUTH, 1998; IBAM, 2001). O processo (Figura 2) é iniciado após o consumo domiciliar de algum produto ou serviço cujos resíduos gerados são dispostos na frente das casas, nos logradouros públicos ou em Pontos de Entrega Voluntária (PEVs). Alguns domicílios podem pré-selecionar os resíduos e os acondicionar de forma a garantir a integridade dos materiais potencialmente aproveitáveis (CEMPRE, 2010; IBGE, 2010; TCHOBANOGLOUS e KREITH, 2002).

Figura 2 – Ciclo de coleta de lixo domiciliar urbana

A etapa seguinte é a coleta propriamente dita: na modalidade regular, veículos coletores municipais ou de empresas terceirizadas transportam o lixo ao seu local de disposição final (aterro sanitário, usina de incineração, lixão etc.), terminando assim o ciclo; na seletiva, a coleta pode ser feita porta a porta (quando os veículos coletores oficiais ou catadores recolhem os resíduos deixados nos logradouros públicos) ou por meio dos PEVs (caçambas, contêineres ou lixeiras de fácil acesso nas quais os cidadãos entregam materiais recicláveis ou os trocam por alimentos, material de construção, material escolar, descontos para eventos culturais etc.) (CEMPRE, 2010; IBGE, 2010; TCHOBANOGLOUS & KREITH, 2002). Um terceiro método, raro no Brasil, ocorre por meio de um sistema subterrâneo: os resíduos são depositados em recipientes localizados abaixo do solo e transferidos até as centrais de triagem por caminhões com guindaste ou por tubulações (KALIAMPAKOS e ENARDOS, 2013).

Richter (2014) em sua pesquisa relata que a coleta seletiva pode ser considerada também como um processo de educação ambiental, pois sensibiliza a comunidade no que diz respeito ao desperdício e a fabricação excessiva de lixo. A coleta seletiva começa dentro das residências, onde deve existir a separação do lixo, com a posterior coleta no município. É de extrema importância a preocupação e a ação dos municípios no emprego da coleta seletiva, pois é o poder público que é responsável pela coleta dos materiais, que podem ser levados para centros de reciclagem ou cooperativas de coleta de lixo. Em conjunto com isto, a coleta adequada dos resíduos urbanos deve basear-se em critérios sanitários que impedem o desenvolvimento de vetores transmissores de doenças que encontram alimentos e abrigo nas lixeiras.

(11)

De acordo com Singer (2002) a coleta seletiva, além de influenciar positivamente no que diz respeito ao meio ambiente, é fonte geradora de emprego nos municípios. Em muitos deles, são criados cooperativas que coletam e separam estes materiais que são vendidos à empresas recicladoras. A coleta seletiva, além de contribuir significativamente para a sustentabilidade urbana, vem incorporando gradativamente um perfil de inclusão social e geração de renda para os setores mais carentes e excluídos do acesso aos mercados formais de trabalho.

O vidro dentro dos grupos de resíduos na coleta seletiva é citado como um material seco, cuja composição permite reciclagem diversas vezes, sem perder determinadas características, evitando, o consumo de novas matérias primas para gerar um novo vidro (ECYCLE, 2018).

Cesar, de Paula e Krom (2004) expõem que o vidro é um material não-poroso que resiste a temperaturas de até 150°C (vidro comum) sem perda de suas propriedades físicas e químicas.

Esse fato faz com que os produtos possam ser reutilizados várias vezes para a mesma finalidade.

Os autores deixam claro que o vidro é o único material que possui três importantes qualidades que o diferencia de outros materiais utilizados, tais como:

a) 100% Reciclável: O vidro é infinitamente reciclável. Um recipiente de vidro reciclado possui as mesmas qualidades de um fabricado com matérias-primas virgens, independentemente do número de vezes que o material for utilizado;

b) Retornável: As embalagens como garrafas de refrigerantes e cervejas podem ser reaproveitadas diversas vezes, sem que haja problemas de deformação ou absorção de sabores quando forem lavadas em temperaturas elevadas ou com detergentes adequados;

c) Reutilizável: Recipientes de vidro acabam sendo reutilizados de maneira diferente daquela em que foram produzidos. Podem ser utilizados para armazenar alimentos ou como objetos de decoração.

Lamasso et al. (2015) também descrevem que o vidro possui a vantagem de ser 100%

reciclável, podendo ser reaproveitado inúmeras vezes, sem perdas. E, entre os materiais de embalagens, conforme Lemos (2012) este apresenta maior potencial de reuso e de reciclagem, pois pode ser reprocessado infinitamente sem perder suas propriedades. Isso constitui uma grande vantagem do ponto de vista ambiental, não só pela economia de matérias-primas, como também pela menor geração de resíduos. Entre todas as etapas do processo de reciclagem do vidro, a que exige maior atenção é a etapa de coleta e separação de resíduos, pois dela depende todo o restante do processamento.

A qualidade do caco de vidro é muito importante para a indústria, pois o caco com impurezas e contaminado pode danificar equipamentos de produção - principalmente fornos - e produzir embalagens com defeitos. Para isso não ocorrer é necessário que as embalagens passem por um processo de beneficiamento, onde as tampas e rótulos sejam retirados, assim como os resíduos. Dessa forma, sua composição química varia dependendo de sua finalidade, e a reciclagem em uma coleta seletiva, pode então, ser comprometida, isto devido a uma requisição diferente para a retirada de alguns componentes durante o processo de fusão (LEMOS, 2012;

ECYCLE, 2018). Assim, cada tipo de impureza resulta em alguma interferência no processo, como descrito abaixo (LEMOS, 2012).

(12)

• Pedras, cerâmicas, concreto, louças, cristal, lâmpadas e vidro plano usado em automóveis e na construção civil: são produtos inorgânicos de difícil fusão nas temperaturas do forno e de composição química diferente, e quando reprocessados, acarretando em falhas ou defeitos no produto final.

• Material orgânico: são produtos que se volatizam às altas temperaturas, porém, quando em excesso, podem alterar a atmosfera do forno, resultando em reações químicas que alteram a cor ou criam bolhas no vidro. Ex: plástico, papel e terra.

• Metais ferrosos ou não ferrosos: Contaminam o vidro, provocando manchas de cor distinta do vidro base. Provocam bolhas, pontos pretos e manchas no produto final. O ferro metálico reage com o material refratário do forno de fusão, chegando a furar a sola e as paredes do forno, interrompendo a fabricação.

• Vidros farmacêuticos / laboratório: embalagens de vidro que contenham resíduos perigosos elementos químicos, nocivos a saúde ou corrosivos (Classe 1) devem ser descontaminados antes de ir para a reciclagem.

Outro processo importante é a separação por cor, a fim de evitar alterações de padrão visual do produto final e reações que formem espumas no forno. Estes processos de beneficiamento citados, somados à moagem para transformação das embalagens em cacos de vidro, são medidas que agregam valor na venda do material reciclável e reduzem os custos de transporte. No que diz respeito às embalagens de vidro, das 47% recicladas por ano no Brasil, cerca de um quarto é reciclada na forma de cacos. Deste total, 40% é oriundo da indústria de envase, 40% do mercado difuso, 10% de bares, restaurantes e hotéis e 10% do refugo da indústria (CEMPRE, 2004).

Conforme a Abividro (2018) a indústria se depara com muitos desafios para fazer a reciclagem do vidro, como por exemplo, o alto custo do transporte, principalmente para largas distâncias, o baixo volume coletado por catadores e cooperativas, a informalidade do mercado de sucata e ainda a qualidade do vidro abaixo dos padrões mínimos necessários para o seu reaproveitamento.

Ainda, descreve que é fundamental a participação efetiva de todos os setores da cadeia produtiva, especialmente para promover a correta separação e destinação dos vasilhames após o consumo.

4 Atuação das Cooperativas na Reciclagem dos Vidros e os Riscos aos Catadores

As cooperativas destacam-se pelas suas múltiplas funções, pois atuam na economia ambiental, na construção de um movimento social e ajudam a fortalecer a gestão de resíduos municipais, sem a necessidade de contratação de novas pessoas e serviços. Assim, constituem uma eficiente alternativa para a destinação do volume excessivo de lixo como para um maior equilíbrio na distribuição de rendas nas sociedades (ESTEVES, 2015).

Santos (et al., 2016) e Rodrigues (et al., 2017), apontam ainda que a formação de cooperativas são também um modo alternativo de produção e distribuição capitalista, voltado para aqueles que estão fora do mercado. As cooperativas destacam-se pelas suas múltiplas funções, pois atuam na economia ambiental, na construção de um movimento social e ajudam a fortalecer a gestão de resíduos municipais. Neste patamar, o Brasil lidera o ranking entre os países que

(13)

mais reciclam no mundo, tendo como ápice de produção renovável a reciclagem de alumínios, com índices de 98,4%. Entretanto, inúmeros materiais recuperáveis como o vidro, poderiam ter um destaque maior neste domínio, principalmente se for levado em consideração que na composição do lixo brasileiro o vidro corresponde a 2,34%, enquanto o alumínio representa 0,51%. Em 2010 foram recicladas 47% das embalagens de vidros produzidas, um número relativamente baixo se comparado com a reciclagem de alumínios (ISA 2008; NASCIMENTO e PETARNELLA, 2017).

O Brasil, apesar de ser uma das maiores economias do mundo (FUNAG, 2015), possui uma das piores distribuições de renda no mundo (OCDE, 2013), fato que tem levado milhares de pessoas a buscarem a sobrevivência nas ruas através da coleta de materiais recicláveis. Nesse sentido, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) aponta e reconhece a importância desses empreendimentos, à medida que os definem como agentes prioritários na realização de coletas seletivas (SANTOS et al 2016). Além da coleta, a triagem de materiais é crucial para separar o montante a ser reutilizado ou vendido, e a sua execução deve ser cuidadosa para que não ocorram acidentes. O vidro em questão, por exemplo, apesar de ser 100% reciclado, se não separado corretamente, desde seu descarte inicial, pode acarretar riscos sérios para os catadores.

Os catadores de material reciclável são responsáveis pela coleta de uma grande quantidade de resíduos sólidos. Trata-se de uma população estimada de um milhão de catadores no país, entre cooperados e autônomos (CEMPRE, 2013). A inclusão desses indivíduos organizados em um sistema de coleta seletiva busca promover a inserção social dessa população carente de recursos e com dificuldades para atuar no setor de trabalho formal (SOUZA; PAULA; SOUZA- PINTO, 2012; BESEN et. al., 2014).

Segundo Galon e Marziale (2015) os catadores coletam, selecionam e vendem materiais recicláveis, atuando comumente nos seguintes espaços de trabalho: nas ruas, nos lixões, nos aterros sanitários e nas unidades de triagem ou cooperativas, estando em sua maioria imersos no mercado informal de trabalho. Esta atividade de catação consiste basicamente em recolher dos resíduos, aquilo que pode ser reaproveitado, como garrafas de plástico, vidro, ferro, papel e papelão, até adquirirem uma quantidade suficiente para a venda. Essa atividade abastece empresas de reciclagem formalmente organizadas, que utilizam esses materiais descartados para a fabricação de novos produtos vendáveis, objetivando essencialmente a comercialização. Embora contribuam para o mercado da reciclagem e para o meio ambiente, muitos catadores ainda trabalham em condições precárias, com baixa renda, elevado grau de periculosidade, grandes riscos de acidentes de trabalho ou adoecimento, sem direitos trabalhistas e reconhecimento efetivo pela sociedade e pelo poder público.

Deve-se considerar também que, antes, os RSU eram compostos, em sua maior parte, por resíduos orgânicos, mas atualmente contêm uma quantidade maior de resíduos de difícil degradação, como microrganismos infectantes e agentes químicos, o que tem elevado o seu grau de periculosidade (FERREIRA; ANJOS, 2001; SOUZA; PAULA; SOUZA-PINTO, 2012;

BESEN et al., 2014). Além disso, outro aspecto a ser considerado a respeito do manuseio dos RSU refere-se aos riscos ocupacionais e aos acidentes relacionados ao trabalho direto dos catadores com os resíduos (FERREIRA; ANJOS, 2001; PORTO et al. 2004; VARELA; LOPES, 2013).

(14)

Nesse sentido, ALVES (2013) e KOJIMA e DAMANHURI (2009) ainda acrescentam que a exposição ao risco ambiental, somado à pobreza, pode gerar maior fragilidade e insegurança, desencadeando uma alta vulnerabilidade socioambiental.

Os acidentes mais comuns entre as pessoas que manuseiam os RSU (Resíduos Sólidos Urbanos) são os cortes com vidro; cortes e perfurações com objetos pontiagudos, como pregos, agulhas e seringas; atropelamentos devido à sobrecarga e condições do trânsito e das ruas; ferimentos diversos causados por mordidas de animais e picadas de insetos (presença de ratos, moscas, abelhas etc.); além da perda de membros pela prensagem de equipamentos de compactação (FERREIRA; ANJOS, 2001; PORTO et al. 2004). Lazzari e Reis (2011) registram que microrganismos patogênicos estão presentes, nos resíduos sólidos, seja em lenços de papel, papel higiênico, dejetos orgânicos, curativos, absorventes, agulhas e seringas descartáveis e camisinhas, entre outros, originários da população. E, para que esses patógenos entrem em no organismo e causem infecção, são necessárias portas de entrada como a inalação, a ingestão, a penetração através da pele e o contato com as mucosas dos olhos, o nariz e a boca. De uma forma geral, a transmissão dos agentes biológicos ocorre por contato direto ou indireto, transmissão por vetor biológico ou mecânico, e pelo ar. Assim, as condições de trabalho dos catadores de materiais recicláveis, são precárias. Chegam a carregar quilos de materiais em um dia de trabalho, e atuam em jornadas extensas. A catação de materiais recicláveis caracteriza-se nesse sentido como uma atividade altamente insalubre, que ocasiona danos à saúde dos catadores que, em sua maioria, não contam com a proteção do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) (PEREIRA, SECCO e CARVALHO, 2014).

Apesar de todas essas condições adversas, PORTO et. al. (2004) destacam que, para os catadores, o lixo é uma fonte de renda e sobrevivência. Para SILVA et al. (2009), tal atividade, além da exposição dos catadores aos riscos de acidentes, é vista negativamente pela sociedade, em geral, por ser realizada de forma desorganizada, utilizando-se as ruas e terrenos baldios para segregar e armazenar o material recolhido, dificultando o trabalho do serviço público de limpeza. Por outro lado, LIMA e CORDEIRO (2013), afirma que ao se organizarem através de cooperativas ou associações de catadores, tais trabalhadores podem se tornar parceiros de programas institucionais de coleta seletiva e mudar este perfil estigmatizado.

Esteves (2015) cita que na amplitude do surgimento das cooperativas e o acompanhamento de sua gestão por parte da iniciativa pública e privada em seus métodos, pode-se observar que o trabalho destas organizações possibilita os seguintes benefícios aos atores envolvidos com a gestão da sustentabilidade: geração de emprego e renda; resgate da cidadania dos catadores/cooperados;

retirada de catadores das ruas, dos lixões e de diversas situações insalubres; organização do trabalho dos catadores nas ruas evitando os problemas na coleta do resíduo e o armazenamento de materiais recicláveis em logradouros públicos; redução das despesas com programas de coleta seletiva nas instituições, públicas e privadas; redução das despesas com coleta, transferência e disposição final de resíduos separados pelos catadores e que não serão encaminhados ao local de disposição final; contribuição à saúde publica e ao sistema de saneamento; fornecimento de material reciclável de baixo custo à indústria; redução nos gastos municipais e a contribuição à sustentabilidade do meio ambiente, tanto pela diminuição da matéria-prima utilizada, que

(15)

conserva recursos e energia, tanto pela diminuição da necessidade de terrenos a serem utilizados como lixões e aterros sanitários.

No entanto, apenas 10% dos catadores estão mais bem organizados, e não correm tantos riscos. Esses catadores mais bem organizados são aqueles que trabalham em galpões de reciclagem, mais equipados e com melhor infraestrutura, principalmente, em cooperativas. Nesses locais, unem forças para melhorar a qualidade, aumentar a quantidade e agregar valores aos materiais separados do lixo. Dessa maneira, conseguem preços mais atraentes no mercado e, conseguem elevar suas rendas, com ganhos sociais (CEMPRE, 2012).

Segundo Esteves (2015), inúmeros homens e mulheres, excluídos de formas dignas de trabalho, encontram na atividade de coletar e vender resíduos uma forma de se sustentar. É a partir das sobras, do resto, que eles voltam a prover financeiramente a si mesmos e as suas famílias.

O catador vai contra a lógica predominante na sociedade, de que o que é descartado, aquilo que é rejeitado e tem que ser jogado fora, para ele representa algo que ainda pode ser aproveitado, seu meio de vida. Deste modo, buscam uma inserção no mundo social e do trabalho, realizando uma atividade relevante para a sociedade, e meio ambiente. Em um levantamento superficial realizado por MEDEIROS e MACEDO (2006), os catadores de materiais recicláveis configuram-se como sendo aqueles de um grupo de desempregados, que, por sua idade, condição social ou até mesmo baixa escolaridade, não encontram outro lugar no mercado formal de trabalho.

Além disso, no Gerenciamento Integrado dos Resíduos Sólidos pressupõe-se o envolvimento de diferentes órgãos da administração pública e da sociedade civil com o propósito de realizar limpeza urbana, coleta, tratamento e a disposição final do lixo, elevando a qualidade de vida da população e promovendo uma melhor decência para as cidade (MORAIS e PEREIRA 2012). Pela nova lei, os governos municipais e estaduais têm prazo de dois anos para elaborar um plano de resíduos sólidos, com diagnóstico da situação lixo e metas para redução e reciclagem, além de dar um fim aos lixões e buscar soluções consorciadas com outros municípios. Devem também, identificar os principais geradores de resíduos, calcular melhor os custos e criar indicadores na medição do desempenho do serviço público nesse campo (CEMPRE, 2012).

5 Conclusão

No cenário atual, pode-se concluir que é preciso caminhar em direção a uma gestão dos resíduos sólidos que busque a eliminação de seus impactos negativos no ambiente e que melhore a qualidade de vida população. Para tanto, já é possível contar com um marco legal, uma vez que existe a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) de 2010, com diretrizes para o planejamento e a gestão dos resíduos no país, tais como a obrigatoriedade da preparação de planos municipais de gerenciamento de resíduos, o estabelecimento de prazos para a erradicação dos lixões e a implantação de uma coleta seletiva. Contudo, o manejo de resíduos ainda enfrenta sérias limitações, mesmo utilizando tecnologias apropriadas.

A gestão dos resíduos sólidos se torna um desafio ambiental de largas dimensões nas cidades. Consequentemente, a maioria das empresas tem um comportamento ambiental ativo,

(16)

transformando uma postura passiva em oportunidades de negócios, com lucro para a empresa e, o mínimo possível de geração de impacto ambiental para o meio ambiente. Assim, a logística reversa tem se declarado como um instrumento para o gerenciamento empresarial. Entretanto, o Brasil apesar de ser uma das maiores economias do mundo, com grande giro de capital, possui uma das piores distribuições de renda, fato este que tem levado milhares de pessoas a buscarem a sobrevivência nas ruas por meio da coleta de materiais recicláveis. Dessa maneira, cooperativas vêm se destacando pelas suas múltiplas funções, pois atuam na economia ambiental, na construção de um movimento social, constituindo uma eficiente alternativa para a destinação do volume excessivo de lixo, assim como, para um maior equilíbrio na distribuição de rendas nas sociedades. Além de se otimizar recursos naturais, gerar emprego com a coleta, melhorar a qualidade de vida das pessoas, e poluir bem menos o meio ambiente.

Nesse sentido, a reciclagem do vidro gera grandes benefícios para a sociedade e o meio ambiente, pois diferente de outros materiais, este possui um aproveitamento possível de 100%

em sua reciclagem, não possuindo limites de ciclos de reciclagem, mantendo a mesma qualidade e quantidade. Porém, se não reciclado da maneira correta pode trazer inúmeros prejuízos, desde os próprios catadores, cooperativas e empresas fabricantes, que têm processo de logística reversa.

Portanto, o vidro pode ser considerado um amigo do homem e aliado do meio ambiente. Por fim, se toda a população se conscientizasse dos benefícios da reciclagem deste material, seria possível então, reaproveitar integralmente, com enormes benefícios ecológicos, econômicos e sociais.

Referências

ABIVIDRO. Vantagens e desafios da reciclagem do vidro. 2016. Disponível em: <https://

www.abividro.org.br/noticias/vantagens-e-desafios-da-reciclagem-do-vidro?fbclid=IwAR0j0xC sUxQ1mhaPp5cG0ONgNUytjUW2bbbdRSfU315HDEeoODuQUja5584>. Acesso em: 08 nov. 2018.

ALVES, H. P. F. Análise da vulnerabilidade socioambiental em Cubatão-SP por meio da integração de dados sociodemográficos e ambientais em escala intraurbana. Revista Brasileira de Estudos de População, Rio de Janeiro, v. 30, n. 2, p. 349-366, 2013.

ASSIS, O. B.G. O uso de vidro reciclado na confecção de membranas para microfiltração.

Cerâmica, v. 52, p. 105-113, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ce/v52n321/15.

pdf>. Acesso em: 28 ago. 2019.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DISTRIBUIDORES E PROCESSADORES DE VIDROS PLANOS – ABRAVIDRO. Panorama ABRAVIDRO 2017, o mercado vidreiro em números. Editorial 2017 ABRAVIDRO. Disponível em: <https://app.magtab.com/

leitor/136/edicao/17526>. 08 nov. 2018.

BAUER, L. A. Materiais de Construção. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos.

vol I., 5 ed. 2015.

(17)

BESEN, G. R. et. al. Coleta seletiva na região metropolitana de São Paulo: impactos da política nacional de resíduos sólidos. Ambiente & Sociedade, São Paulo, v. 17, n. 3, p. 259- 278, 2014.

BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS); altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências.

Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 03 mar. 2010.

CARMO, M. S; OLIVEIRA, J. A. P; ARRUDA, R. G. L. O trabalho com resíduos pelos classificadores: o papel da semântica do lixo no reconhecimento social e identidade profissional. In: EnANPAD, Anais. 30, 2006, Salvador: ANPAD, 2006.

CEBRACE. 2014. O Vidro, Disponível em: <http://www.cebrace.com.br/v2/vidro>. 07 nov.

2018.

CESAR, A. P.; DE PAULA, D. A.; KROM, V. Importância da reciclagem do vidro. In: VIII Encontro Latino Americano de Iniciação Cientifica e IV Encontro Latino Americano de Pós- Graduação – Universidade do Vale do Paraíba. 2004. Disponível em: <http://www.inicepg.

univap.br/cd/INIC_2004/trabalhos/inic/pdf/IC6-17.pdf >. Acesso em: 27 ago. 2019.

CEMPRE. 2012. Cadastro de Integrantes. Disponível em: <https://l.facebook.com/l.

php?u=http%3A%2F%2Fwww.cempre.org.br%2F%3Ffbclid%3DIwAR3Az8yey50nQULYm iiDRLZ-9vj2tIoD3BOuXBgWP7ZmiYdZwCXALzs-IMA&h=AT2AICy4IL2CEMEdysVDM d3edyFkjHLryR71lJStcswJCjETUEhiptP1zahejtX7Gs1TfuKnWHnoXWbioJlTBBIiuzusgHK 3x6lTHiY-vH5ottnfy3Rn6yzf1nr0TWwVeFyo>. Acesso em: out. 2018.

CEMPRE – COMPROMISSO EMPRESARIAL PARA RECICLAGEM. Cempre Review.

2013. Disponível em: <http://cempre.org.br/artigo-publicacao/artigos>. Acesso em: 30 jun.

2017.

CEMPRE – COMPROMISSO EMPRESARIAL PARA RECICLAGEM. ARTIGOS E PUBLICAÇÕES. 2018. Disponível em: <http://cempre.org.br/artigo-publicacao/artigos>

Acesso em: 04 Nov.2018

CEMPRE, CONSÓRCIO EMPRESARIAL PARA A RECICLAGEM. Vidro. Ficha técnica, artigos e publicações. 2018. Disponível em: <http://cempre.org.br/artigopublicacao/ficha- tecnica/id/6/vidro>. Acesso em: 04 Nov. 2018.

COMCAP – Companhia Melhoramentos da Capital. PROJETO COLETA SELETIVA VIDRO. Florianópolis, 29 de abril de 2013. Assessoria Técnica - ASTE Departamento Técnico – DPTE. Disponível em: <http://portal.pmf.sc.gov.br/arquivos/arquivos/

pdf/10_12_2014_8.05.39.41a97d90cda7414db617b98ef5783514.pdf> Acesso em:

04Novem.2018

CONKE, L,S. NASCIMENTO, E, P. A coleta seletiva nas pesquisas brasileiras: uma avaliação metodológica. 2018. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/urbe/v10n1/2175- 3369-urbe-10-1-199.pdf>. Acesso em: 09 nov.2018.

(18)

DIAS, G. G.; SÁ CRUZ DE, T. M. Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Vítreos - PGIRV. Belo Horizonte, Novembro de 2009. Disponível em: <http://www.feam.br/images/

stories/minas_sem_lixoes/2010/vidros.pdf>. Acesso em: 04 Nov. 2018

ECYCLE. Todos os vidros são recicláveis?. 2018. Disponível em: <https://www.ecycle.com.

br/component/content/article/44-guia-da-reciclagem/1876-vidro-tipos-reciclagem-temperado- laminado-reflexivo.html> Acesso em: 04 Nov.2018

ESTEVES, R. A. A indústria do resíduo: panorama das cooperativas de reciclagem e dos catadores de resíduos no estado do Rio de Janeiro. Revista Monografias Ambientais, Santa Maria, v. 14, n. 2, mai-ago. 2015, p. 86−99. Disponível em:

<https://periodicos.ufsm.br/remoa/article/viewFile/17913/pdf?fbclid=IwAR0lgEcaaZ_

xv0aoxx5DmZFH1ROzKpLHprlnU0mizXXoOMdrl84t7aaLRjg>. Acesso em: 08 nov. 2018.

FEITOSA, B. de B.; SAITO, D. K.; J. P. de S.; SOARES, V. F. Relatório 01 - Água na Indústria (Vidro). 2017. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3466628/

mod_folder/content/0/Vidro.pdf?forcedownload=1>. Acesso em: 07 nov. 2018.

FERRARI, G. JORGE, J. Materiais e Tecnologias. São Paulo: Universidade Bandeirantes.

(Notas de aula). 2014. p 22.

FERREIRA, A. C. S.. Contabilidade Ambiental: uma informação para o desenvolvimento sustentável. São Paulo: Atlas, 2003.

FERREIRA, J. A.; ANJOS, L. A. Aspectos de saúde coletiva e ocupacional associados à gestão dos resíduos sólidos municipais. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 17, n. 3, p.

689-696, 2001.

FONSECA, L. H. A. Reciclagem: o primeiro passo para a preservação ambiental. Revista Científica Semana Acadêmica, v.1, ISSN 2236-6717, 2013. Disponível em: <https://

semanaacademica.org.br/system/files/artigos/reciclagem.pdf>. Acesso em: 06 nov. 2018.

FUNDAÇÃO ALEXANDRE DE GUSMÃO – FUNAG. As 15 maiores economias do mundo. 2015. Disponível em: <http://www.funag.gov.br/ipri/index.php/equipe/47- informacoes/94-as-15-maiores-economias-domundo-em-pib-e-pib-ppp>. Acesso em: 05 de out. de 2018.

GALON, T.; MARZIALE, M. H. P. Condições de trabalho e saúde de catadores de materiais recicláveis na América Latina: uma revisão de escopo. 2015. Disponível em: <http://www.ipea.

gov.br/portal/images/stories/PDFs/livros/livros/160331_livro_catadores_cap_7.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2019

GOUVEIA, N. Resíduos sólidos urbanos: impactos socioambientais e perspectiva de manejo sustentável com inclusão social. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 17, n.

6, p. 1503-1510, Jun. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_

arttext&pid=S1413-81232012000600014&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 28 ago. 2019.

(19)

GRIMBERG, E.; BLAUTH, P. (1998). Coleta seletiva de lixo: reciclando materiais, reciclando valores. Polis, 31, 1-100.

INSTITUTO Socioambiental (ISA). Almanaque Brasil socioambiental. São Paulo: ISA.

2008.

JUNIOR, G, S. LIMA. G, A, O. MAIA, S, F. GOMES, R, L, R. Logística reversa e

gerenciamento de resíduos sólidos na empresa ultralimpo soluções ambientais. Disponível em: <https://www.eumed.net/rev/oel/2018/08/gerenciamento-residuos-solidos.html>. Acesso em: 09 nov.2018.

KALIAMPAKOS, D.; BENARDOS, A. (2013). Underground solutions for urban waste management. Austria: International Solid Waste Association. Disponível em: <www.iswa.org>.

Acesso em: 17 fev. 2017.

KLEIN, F. B.; GONÇALVES-DIAS, S. L. F.; JAYO, M. Gestão de resíduos sólidos urbanos nos municípios da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê:uma análise sobre o uso de TIC no acesso à informação governamental. urbe. Revista Brasileira de Gestão Urbana (Brazilian Journal of Urban Management). V.10, n.1, p. 140-153. jan./abr., 2018. DOI: 10.1590/2175- 3369.010.001.AO10 ISSN 2175-3369.

KOJIMA, M.; DAMANHURI, E. Policies for Southeast and East Asia. ERIA Research Project Report, [S.l.], v. 10, 2009.

LAZZARI, M. A.; REIS, C. B. Os coletores de lixo urbano no município de Dourados (MS) e sua percepção sobre os riscos biológicos em seu processo de trabalho. Ciênc. saúde coletiva, v.16, n.8, Rio de Janeiro, Ago. 2011. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.

php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232011000900011 >. Acesso em: 27 ago. 2019.

LEI 12.305/2010 (LEI ORDINÁRIA) 02/08/2010 Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Presidência da República - Casa Civil. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007- 2010/2010/Lei/L12305.htm> Acesso em: 04 Novem.2018

LEMOS, E. Diagnóstico da Cadeia de Reciclagem de Embalagem de Vidro em Santa Catarina. Trabalho de conclusão de curso (graduação) - Engenharia Sanitária e Ambiental, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, jul. 2012. Disponível em:

<https://repositorio.ufsc.br/bitstream/456789/125091/TCC%20CADEIA%20DE%20 clid=IwAR19Jn2nCY460jRTjOV6mv4li3_1yRMUU2j1pZBACMI2KlnGUYsph9J0V1Q>.

Acesso em: 08 nov. 2018.

LEITE, P. R. Logística Reversa: Meio ambiente e competitividade. São Paulo: Pearson Prentice Hall. 2ª ed. 2009. ISBN 978-85-7605-365-1.

LIMA, V. S.; CORDEIRO. J.S. Desafio do trabalho coletivo por cooperativa de catadores.

Caso: COOPERVIVA – Cooperativa de Trabalho dos Catadores de Material Reaproveitável de

(20)

Rio Claro / SP. In: III Colóquio Internacional de Epistemologia e Sociologia da Ciência da Administração, 2013, Florianópolis.

LOMASSO, A. L. et al. Benefícios e desafios na implementação da reciclagem: um estudo de caso no centro mineiro de referência em resíduos (CMRR). Revista Pensar Gestão e Administração, v. 3, n. 2, jan. 2015. Disponível em: <http://revistapensar.com.br/

administracao/pasta_upload/artigos/a104.pdf?fbclid=IwAR0PRVVSpWQCcLjVMbStFGByYb CIrJaW5Phd6Y32EK47fF-pDN4uzilHDtQ>. Acesso em: 08 nov. 2018.

MACHADO, GLEYSSON B. A Logística Reversa. São Paulo: Portal Resíduos Sólidos. 2013.

MAZZEI, B. B; CRUBELLATE, J. M. Autogestão em empreendimentos econômicos

solidários: um estudo comparativo de casos em cooperativas de reciclagem de Maringá-PR. In:

ENANPAD, 2007, Anais. Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Anpad, 2007.

MEDEIROS, L.F.R.; MACEDO, K.B. Catador de material reciclável: uma profissão para além da sobrevivência?. Psicologia & Sociedade, v.18, n.2, p. 62-71, 2006.

MEDEIROS, M. do S. B.; BARBOSA, R. F.; DE SOUSA, J. E.; ALEXANDRE, S. N.;

OLIVEIRA, C. G. dos S. Gestão Ambiental e Sustentabilidade: Um Estudo de Caso na Agência do Banco do Brasil de Alagoa Nova/PB. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, Santa Maria, v. 19, n. 3, set-dez. 2015, p. 256-273. Disponível em:

<https://periodicos.ufsm.br/reget/article/viewFile/18864/pdf>. Acesso em: 27 ago. 2019.

MEDINA, M. Scavenger cooperatives in Asia and Latin America. 2000. Disponível em:

<http://www.wiego.org/ WIEGO_En_Espanol/publicaciones/FactSheet-Rec-Spanish.pdf>.

Acesso em 03 nov. 2018.

NASCIMENTO, H. R. F. do.; PETARNELLA, L. A reciclagem de vidros e o impacto socioambiental: O caso da Corporação de Apoio à Criança Queimada (Coaniquem). In:

Simpósio internacional de gestão de projetos, inovação e sustentabilidade, 2017, são paulo. A reciclagem de vidros e o impacto socioambiental: o caso da corporação de apoio à criança queimada (coaniquem).

2017. Disponível em: <https://singep.org.br/6singep/resultado/630.pdf>. Acesso em: 27 ago. 2019.

NETO, G. C. DE O.; DE SOUZA, M. T. S. ; DA SILVA, D.; SILVA, L. A. Avaliação das vantagens ambientais e econômicas da implantação da logística reversa no setor de vidros impressos. Ambiente & Sociedade, Vol.17, n. 3, pp. 195-216, 2014.

ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO (OCDE). Relatório Territorial Brasil 2013. 2013. Disponível em: <http://oglobo.globo.

com/economia/brasil-temsegunda-pior-distribuicao-de-renda-em-ranking-da-ocde-7887116>.

Acesso em: 05 de out de 2018.

PEREIRA, A. J. V. Desenvolvimento de Novos Produtos em Vidro Utilizando Tecnologias de Prototipagem Rápida. Dissertação (mestrado) - Faculdade de Engenharia da

Universidade do Porto, Porto, Mar. 2006. Disponível em: <https://repositorio-aberto.up.pt/

bitstream/10216/12418/2/Texto%20integral.pdf>. Acesso em: 07 nov. 2018;

(21)

PEREIRA, A. C. L.; SECCO, L. D. P. DAL; CARVALHO, A. M. R. de. A participação das cooperativas de catadores na cadeia produtiva dos materiais recicláveis: perspectivas e desafios.

Rev. psicol. polít., São Paulo , v. 14, n. 29, p. 171-186, abr. 2014 . Disponível em <http://

pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-549X2014000100012&lng=pt&

nrm=iso>. Acesso em: 28 ago. 2019.

PORTO, M. F. S. et al. Lixo, trabalho e saúde: um estudo de caso com catadores em um aterro metropolitano no Rio de Janeiro, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 20, n.

6, p. 1503-1514, 2004.

RIBEIRO, L. C. de S.; FREITAS, L. F. da S.; CARVALHO, J. T. A.; FILHO, J. D. de O.

Aspectos econômicos e ambientais da reciclagem: um estudo exploratório nas cooperativas de catadores de material reciclável do Estado do Rio de Janeiro. Nova econ., vol.24 n.1, Jan./

Abr. 2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103- 63512014000100191&fbclid=IwAR1dExANDE68ULtQfhz6CrBJRt3bPFItxBkl3ZGel66Oh YUQmHd8pbPQCE4>. Acesso em: 06 nov. 2018.

RICHTER, L. T. A importância da conscientização e da coleta seletiva no município de Palmitos – SC. Dissertação (Especialização) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação Especialização em Gestão Ambiental em Municípios.

2014. Disponível em: <http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/4537/1/MD_

GAMUNI_2014_2_45.pdf>. Acesso em: 27 ago. 2019.

RODRIGUES, L. C. et al. Reciclagem de Resíduos Sólidos Urbanos em Florianópolis/SC:

um estudo de caso. 2017. Disponível em: <http://www.portaldeperiodicos.unisul.br/index.

php/gestao_ambiental/article/view/3908/3086>. Acesso em: 27 ago 2019.

RODRIGUEZ, C. À procura de alternativas econômicas em tempos de globalização:

o caso das cooperativas de recicladores de lixo na Colômbia. In. SANTOS, B. S. (Org).

Produzir para viver: os caminhos da produção não capitalista. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2004.

ROSA, B. N.; MORAES, G. G.; MAROÇO, M.; DE CASTRO, R. A importância da reciclagem do papel na melhoria da qualidade do meio ambiente. 2005. In: XXV Encontro Nac. de Eng. de Produção – Porto Alegre, RS, Brasil, 29 out a 01 de nov de 2005.

Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2005_enegep1004_1116.

pdf?fbclid=IwAR3LXCjuePFsU5DcQcK-aqecUWSCKfCogQRr8D4X8Hj3APZgLLhQ3_8J ROY>. Acesso em: 06 nov. 2018.

ROSA, S. E. S.; COSENSA, J. P.; BARROSO, D. V. Considerações sobre a indústria do vidro no Brasil. BNDS Setorial, Rio de Janeiro, n. 26, 2007, p. 101-138.

SANTOS, F. F. et al. Atores da Cadeia de Reciclagem: influência e impactos na atividade de triagem de materiais em uma cooperativa de Sorocaba-SP. 2016. Disponível em:

<https://rgsa.emnuvens.com.br/rgsa/article/view/1212/pdf>. Acesso em 27 ago. 2019.

(22)

SANTOS, M, H, S. MARCHESINI, M, M, P. Logística reversa para a destinação ambientalmente sustentável dos resíduos de construção e demolição (RCD).

Disponível em:<file:///C:/Users/User/AppData/Local/Microsoft/Windows/INetCache/IE/

SBYWVQFV/1359-5905-1-PB.pdf>. Acesso em: 09 nov.2018.

SANTOS, E. D. S. dos. Análise da Implantação da Logística Reversa de Embalagens no Brasil. Dissertação (mestrado) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Rio de Janeiro, 2013. Disponível em: <https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/24326/1/261.pdf>.

Acesso em: 28 ago. 2019.

SHACKELFORD, J. F. Introdução à Ciência dos Materiais Para Engenheiros. Trad. Daniel Vieira. São Paulo: Pearson. 6.ed, p 145. 2008.

SHIBAO, F. Y.; MOORI, R. G.; DOS SANTOS, M. R. A logística reversa e a

sustentabilidade empresarial. In: XIII SEMEAD – Seminários de Administração, set. 2010.

Disponível em: <http://web-resol.org/textos/a_logistica_reversa_e_a_sustentabilidade_

empresarial.pdf?fbclid=IwAR3OBFx2CpzC-YSScTP_-7Zmoo7LW6dwaNxTGW_

TTmppGSpldOq5Y6siAAo>. Acesso em: 06 nov. 2018.

SILVA, E. R.; YAMAMURA, F. Y.; AGUIAR, L. V.; MONTENEGRO, M.; ALUISIO, U.

Avaliação das condições ambientais e de trabalho de uma cooperativa de catadores no Rio de Janeiro. In: V Congresso Nacional de Excelência em Gestão, Anais... 2009.

SINGER, P. A recente ressurreição da Economia Solidária no Brasil. In Santos, B.S.

(ORG.) Produzir para viver. Os caminhos da produção não capitalista. Rio de janeiro:

Civilização Brasileira. p 81-126, 2002.

SOUSA-NETO, L. M. Utilização de resíduo de vidro moído como adição mineral para a produção de concreto autoadensável e de alto desempenho. 2014. 150 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2014.

SOUZA, M, T, S. PAULA, M, B. PINTO, H, S. O papel das cooperativas de reciclagem nos canais reversos pós-consumo. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rae/v52n2/

v52n2a10.pdf>. Acesso em: 09 nov.2018.

SOUZA, M. T. S.; PAULA, M. B.; SOUZA-PINTO, H. O papel das cooperativas de reciclagem nos canais reversos pós-consumo. RAE-Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 52, n. 2, p. 246-262, 2012.

TCHOBANOGLOUS, G., e KREITH, F. Handbook of solid waste management. New York: McGraw-Hill. 2002.

VALENTIM, I. V. L. Confiar para reciclar: o significado da confiança para recicladores de resíduos sólidos de Porto Alegre. In: ENANPAD, 31, 2007, Rio de Janeiro. Anais. Rio de Janeiro: ANPAD, 2007.

(23)

VALLE, C. E. Como se preparar para as normas ISO 14000: qualidade ambiental. São Paulo: Pioneira, 2000.

VARELA, C, A. HEIN, A, S. Qualidade de Vida de Catadores de Materiais Recicláveis de Cooperativas em São Paulo: Estudo de Casos Múltiplos. Disponível em:< http://

engemausp.submissao.com.br/19/anais/arquivos/57.pdf>. Acesso em: 09 nov.2018.

VARELA, C. A.; LOPES, K. M. A reciclagem de latas de alumínio e a situação dos catadores:

um estudo de caso da Coopamare. In: 8TH IBEROAMERICAN ACADEMY OF MANAGEMENT CONFERENCE. Anais eletrônicos... São Paulo IAM, 2013.

ZAKON, A.; FILHO, N. B. de A.; NASCIMENTO, L. C. de A. Pastilhas e pós cerâmicos obtidos das cinzas de incineração de lixo aeroportuário. In: 44° congresso brasileiro de cerâmica ii simpósio de cerâmica eletro-eletrônica. Disponível em: <http://www.

ambientesquimicos.eq.ufrj.br/Nosso_ambito_3_files/2000AZ-NBAF-LCAN-44CBC-Pastilhas eposceramicosdascinzasdeincineracaodelixoaeroportuario2000.pdf>. Acesso em: 07 nov. 2018.

Referências

Documentos relacionados

A placa EXPRECIUM-II possui duas entradas de linhas telefônicas, uma entrada para uma bateria externa de 12 Volt DC e uma saída paralela para uma impressora escrava da placa, para

No entanto, maiores lucros com publicidade e um crescimento no uso da plataforma em smartphones e tablets não serão suficientes para o mercado se a maior rede social do mundo

O objetivo do curso foi oportunizar aos participantes, um contato direto com as plantas nativas do Cerrado para identificação de espécies com potencial

No final, os EUA viram a maioria das questões que tinham de ser resolvidas no sentido da criação de um tribunal que lhe fosse aceitável serem estabelecidas em sentido oposto, pelo

Dos docentes respondentes, 62,5% conhe- cem e se sentem atendidos pelo plano de carreira docente e pelo programa de capacitação docente da instituição (que oferece bolsas de

Taking into account the theoretical framework we have presented as relevant for understanding the organization, expression and social impact of these civic movements, grounded on

Desta forma, conforme Winnicott (2000), o bebê é sensível a estas projeções inicias através da linguagem não verbal expressa nas condutas de suas mães: a forma de a

Os instrutores tiveram oportunidade de interagir com os vídeos, e a apreciação que recolhemos foi sobretudo sobre a percepção da utilidade que estes atribuem aos vídeos, bem como