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Ana Elisabeth de Brito Alves (UFRPE) Juliana de Brito Alves (UPE)

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Da Sala de Aula ao Mercado Emergente: Perspectivas Profissionais na Visão Bottom-Up do Administrador Recém Formado – Um estudo de

múltiplos casos em Recife-PE

Ana Elisabeth de Brito Alves (UFRPE) anabritoalves@gmail.com Juliana de Brito Alves (UPE) julianadebritoalves@yahoo.com.br Resumo:

O presente artigo, teve como objetivo conhecer detalhadamente a realidade que o administrador recém formado enfrenta atualmente no mercado de trabalho na capital pernambucana em constante crescimento, e definir o que é real, comparando dados divulgados como oportunidades empregatícias com o que é de fato encontrado e possível de ser absorvido e vivenciado por esses egressos, conhecendo seus objetivos na construção de carreira no mercado contemporâneo emergente. Buscou- se conhecer sua visão bottom-up, com relação à ascensão profissional e às possibilidades de empregos encontradas atualmente nesse universo. O trabalho analisou essas condições em estudantes do oitavo e nono períodos de quatro instituições de ensino superior em Recife-PE nos curso de administração de empresas, sendo uma pública federal, uma estadual e duas privadas, onde, para cumprir esse propósito alguns atributos essenciais à formação do administrador serão abordados, como também a contribuição do curso para que os mesmos possam adentrar no mercado de trabalho, o delineamento da formação do administrador no país, sua legislação e as exigências do mercado de trabalho contemporâneo, a realidade vivenciada pelo estado de pernambuco e particularmente, o perfil, as habilidades e as competências dos acadêmicos pesquisados. O estudo se caracteriza como sendo exploratório, descritivo e quantitativo, utilizando um questionário composto por trinta atributos estruturados em escala do tipo Likert de cinco pontos e a amostra, composta por 40 respondentes , buscou-se elucidar a opinião desse público acerca de suas perspectivas e pretensões profissionais.

Palavras chave: Formação acadêmica, Empregabilidade e mercado, Visão Bottom-up, Perspectivas reais.

Of Classroom to the Emerging Market: Professional Perspectives on Bottom-Up View of the Newly Formed Administrator - a multiple case

study in Recife-PE

Abstract

This paper aimed to understand in detail, the reality that the administrator is currently facing newly formed labor market in Recife in constant growth, and define what is real, comparing data disclosed as employment opportunities, with what is actually found and can be absorbed and experienced by these

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graduates, knowing your goals in building a career in the contemporary market emerging. We tried to meet their bottom-up view, with respect to career advancement and employment opportunities currently found in this universe. The study examined these conditions in students of eighth and ninth periods of four higher education institutions in Recife-PE course in business administration, one federal, one state and two private, where, to fulfill that purpose some of the essential attributes training administrator will be discussed, as well as the contribution of the course to enable them to enter the labor market, the design of the training administrator in the country, its laws and demands of the contemporary labor market, the reality of the state of Pernambuco and particularly the profile, skills and competencies of the students surveyed. The study is characterized as exploratory, descriptive and quantitative, using a questionnaire composed of fifteen attributes structured in Likert scale of five points and the sample comprised 40 respondents, we sought to elucidate the views of public about their views and aspirations professionals.

Key-words: Academic formation, Employability and market, Bottom-up view, Real prospects.

1 Introdução

Á medida em que novas perspectivas profissionais têm proliferado, as oportunidades crescentes apresentam-se como ponto de partida para novos debates: Maior diversidade, maior desacordo; mas também mais pontos de intersecção e maior razão para diálogo, debate e disputa (Clegg e Hard, 2010). Partindo da afirmação anterior, busca-se confrontar o que é cotidianamente divulgado acerca das perspectivas e previsões profissionais que atualmente dominam o universo pernambucano, mais precisamente em sua capital Recife, com o que realmente é percebido em sua realidade, onde: As perspectivas de carreira profissional para o administrador recém-formado têm proliferado (emergido) em um mercado de oportunidades ditas, propagadas e divulgadas em crescente ascensão. O que é mostrado superficialmente na realidade empregatícia é a ampla possibilidade de satisfazer as perspectivas desses profissionais, camuflando de certa forma o entendimento de provisoriedade diante das incertezas sobre o seu futuro no mercado de trabalho. Dessa maneira vários questionamentos se dão acerca do tema, como: As perspectivas profissionais dos administradores recém- formados estão realmente concentradas no mercado local como se mostram previstas atualmente? Do ponto de vista construtivo, a visão bottom-up (de forma crescente) do recém- formado em sua busca gradativa pela ascensão profissional, corresponde às possibilidades de desenvolver competências concretas para disputar as reais oportunidades que se apresentam dentro de um universo imerso de diversidades, desacordos e inquietudes profissionais? Será que os egressos sentem-se preparados para abraçar o mercado de forma segura? Diante disso, o estudo vem mostrar os diversos direcionamentos vivenciados pelo público pesquisado, e então, logo, são posicionamentos que serão conhecidos a partir do desenvolvimento dos critérios adotados pelos estudos dos casos em questão.

2 A contemporaneidade do ensino de Administração no Brasil

Torna-se impossível transformar a organização sem a participação de todos os envolvidos. O administrador deve estar consciente de que uma das maneiras de transformar a organização é através da educação organizacional continuada, que é parte de uma visão de negócios, sistêmica, complexa e sustentada, que pode ser considerada um meio de transformação organizacional, através da disseminação de novos valores, que procuram introduzir a sinergia, que significa a soma de esforços, da integração dos conhecimentos das pessoas para alcançar a produtividade da organização (Mariotti, 1996).

Dados passados sobre o ensino de administração no Brasil são importantes e ja conhecidos por todos os acadêmicos ou professores que trabalham com pesquisas, entre tantas evoluções acerca do ensino da administração no Brasil, uma ação muito importante para a área foi à

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criação, em 1944, pelo governo getulista, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), esta que é considerada pela maioria dos historiadores do assunto a pioneira, enquanto instituição de ensino superior, na criação do currículo especializado em administração, tanto pública, a cargo da Escola de Administração Pública (EBAP/FGV), em 1952, quanto privada, a cargo da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP/FGV), em 1954.

A importância da regulamentação da profissionalização do administrador ocorreu através da Lei nº 4.769, de 09 de setembro de 1965. Com isso, a profissão foi acrescentada ao Quadro de Atividades e Profissões anexo à Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 01 de maio de 1943, que dispôs sobre o exercício de tal profissão. O Decreto nº 61.934, de 22 de dezembro de 1967, regulamentou o exercício profissional e constituiu os Conselhos Federal e Regionais do Técnico de Administração.

Todos esses pareces históricos contribuem bastante para o cunho da pesquisa em pauta que é exatamente a visão crescente do contexto de formação e progresso profissional para a categoria em questão, em constante mutação forçada pelo mercado e pela sociedade. Dessa forma, tudo muda, todos mudam, os cursos podem não mudar grade curricular, mas mudam o contexto do ensino e as perspectivas de mercado, visando atingir a um público cada vez mais sedento por melhores oportunidades. A palavra transformação pode ser sinônimo de mudança, alteração ou metamorfose. As organizações e as instituições de ensino, na atualidade, têm que desenvolver essa habilidade que é pressuposto básico para a competitividade.

Segundo Malone et al (1996), a complexidade e a incerteza que caracteriza o ambiente dos negócios e dos empregos na atualidade, estão relacionados com o rápido desenvolvimento da tecnologia da informação e da dinâmica organizacional, e que colocam uma série de questões urgentes para os condutores dos negócios e para as instituições de ensino superior que formam profissionais.

Voltando ao questionamento do primeiro parágrafo citado por Mariotti e agora clareada por outros autores: Uma organização de aprendizagem , seja ela empresa ou intituição de ensino, é uma organização habilitada para criar, adquirir e transferir conhecimento, e para modificar seus comportamentos refletindo informações e insights. Nessas organizações as pessoas expandem continuamente sua capacidade para criar os resultados que elas desejam verdadeiramente, onde novos e expansivos padrões de pensamento são alimentados, onde a aspiração coletiva é libertada, e onde as pessoas aprendem continuamente como aprender juntas. Essa sim, deve ser a proposta maior do ensino da administração contemporânea:

Pessoas aprendem juntas, criam, transferem conhecimentos e acima de tudo constóem uma carreira e um mercado concorrente mais expansionista.

3 As Instituições de ensino superior como ambiente de pesquisa

A primeira instituição a ser utilizada como cenário para coleta das informações com os formandos foi a Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco – FCAP, foi instituída através da Lei Estadual 2.622 de 30 de novembro de 1956. A FCAP compõe uma das 12 instituições de ensino público superior vinculadas à Universidade de Pernambuco - UPE. Ao longo de sua existência, a FCAP vem conquistando posição de destaque nacional entre os cursos de Administração do País. Possui hoje cerca de 952 alunos matriculados e oferece anualmente cerca de 220 vagas para o vestibular em administração, nos turnos da manhã e da noite. Localizada no bairro da Madalena em recife, em novembro de 2012 completará 56 anos de atividade.

A segunda instituição foi a Universidade Federal de Pernambuco UFPE, onde o curso de administração é concentrado no Centro de Ciências Sociais Aplicadas CCSA, localizada no Bairro da Várzea, no campus da universidade na cidade universitária. Foi autorizado pelo CCEP em 04/02/1965, renovado seu reconhecimento para o curso pela Portaria MEC nº 69,

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de 17/01/2000, oferecendo anualmente 200 vagas distribuídas entre a 1ª e a 2ª entrada, nos turnos da manhã e da noite. Com 47 anos de atividade.

A terceira instituição foi a Universidade Católica de Pernambuco UNICAP, A Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP, criada a 27 de setembro de 1951 e reconhecida pelo Governo Federal através do Decreto 30.417 de 18 de janeiro de 1952, originou-se da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Manoel da Nóbrega, fundada em 1943, pela Província dos Jesuítas do Nordeste. O curso de Administração da UNICAP teve seu reconhecimento pelo Decreto nº 78.265, de 17.08.1976. Publicação: DOU, 18.08.1976.

Oferece cerca de 120 vagas anualmente, nos turnos manhã e noite. Com 36 anos de atividade.

A quarta e ultima instituição, foi a Faculdade Frassinetti do Recife a FAFIRE, a mantenedora é a Congregação de Santa Dorotéia do Brasil - Província Nordeste. Localizada no Bairro da Boa Vista em Recife, o curso de administração foi Reconhecido pela Portaria nº 6.488 em 05/11/1960. Oferece 120 vagas distribuídas nos turnos da manhã e da noite. Em atividade ha 52 anos.

Fonte: autores da pesquisa

Quadro 1 – Características das Instituições Pesquisadas em Recife-PE

4 Competências e Habilidades Requeridas dos Profissionais Egressos

Na atualidade mercadológica e de formação profissional muito rápida, refletir os rumos do processo educacional na realidade da geração "touchscreen" é o que o mercado vem buscando, objetivando socializar saberes e interligar: Competências e habilidades no universo em constante mutação. O curso de Administração busca oferecer subsídios para que o acadêmico desenvolva raciocínio lógico e analítico, espírito crítico, aptidão para trabalhar e desenvolver suas atividades em diferentes graus de cultura e esteja capacitado a compreender as questões científicas, técnicas, sociais e econômicas da produção e de seu gerenciamento, bem como para a tomada de decisão; busque a inovação e tenha iniciativa; habilidades de comunicação interpessoal, além de compreender seu papel nos princípios éticos e de cidadania; saiba compreender a dinâmica das transformações sociais, econômicas e culturais das organizações e da sociedade, sendo capaz de nelas interferir; auto conhecer-se para se reeducar, num processo contínuo de aperfeiçoamento profissional e busque aprendizado contínuo, pessoal ,organizacional e multidirecinal.

5 A visão Bottom-Up para o Desenvolvimento da Carreira do Administrador

A idéia geral da análise Bottom-Up é partir das especificações de uma empresa e analisá-la detalhadamente, parte a parte, em relação ao seu setor de atuação e ao mercado à qual está inserida, para que se possa chegar às conclusões em relação a ela como um todo unitário. O trabalho, por sua vez, busca mostrar o ponto de vista proposto pelo tema sendo de forma individualizada, analisando o formando que pretende ingressar no mercado de trabalho, e a

Item / Instituição UPE - FCAP UFPE - CCSA UNICAP FAFIRE Categoria Administrativa Pública Estadual Pública Federal Privada Privada

Ano de criação do curso 1956 1965 1976 1960

Duração do curso 4 anos e meio 4 anos 4 anos 4 anos Ano de reconhecimento

do curso 1970 2000 1876 1990

Anos em atividade 56 47 36 52

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pesquisa busca deixar explícitas as possibilidades gerais de empregabilidades existentes, tendo uma visão panorâmica do que é e como se apresenta atualmente o cenário empregatício pernambucano para que o egresso possa focar suas possibilidades de entrada, ou seja: A visão crescente, de baixo para cima e evolutiva.

O correlato da maior autonomia do indivíduo na construção de sua carreira profissional é a responsabilização pelos resultados da própria ação e a descentralização administrativa. O ator social (o indivíduo que interage com outros, construindo a sociedade onde vive, passa a ser responsável por sua carreira, seu aprendizado e suas realizações Motta e Vasconcelos (2006, p. 331).

Existe um desdobramento no processo de aprendizagem de evolução profissional e concomitantemente pessoal, onde a aplicação Bottom-Up como estratégia de carreira profissional consiste na capacidade de replicar e desenvolver a gestão do desempenho individual, partindo das oportunidades locais (normalmente, empresas e unidades de negócio ou grupo de serviços próximo da sua realidade), passando pela multiplicação das iniciativas nas diferentes áreas e culminando com a construção de uma carreira que irá evoluir gradativamente, de acordo com possibilidades reais, locais e de esforços individuais, reforçando no entanto, a idéia de que os administradores recém formados se tornem “donos”

da sua própria estratégia de entrar no mercado de trabalho, dentro dos setores reais disponíveis, reduzindo a visão de que as oportunidades de trabalho e os conceitos de empregabilidade sejam algo imposto e determinado apenas pelo mercado em ascensão, ou de quem já está no topo da pirâmide organizacional.

Enquanto permanece na organização, no entanto o indivíduo deve integrar-se a ela e basear suas ações em uma ética profissional que inclui esforçar-se para contribuir para o aperfeiçoamento do sistema mercadológico e o atingimento de metas e objetivos, mantendo-se atento ao próprio desenvolvimento e aprendizagem à manutenção de uma rede de relacionamentos. Motta e Vasconcelos (2006, p. 331).

6 A ascensão Pernambucana e a Empregabilidade em Pauta

A atualidade é que o Estado de Pernambuco vem sofrendo uma especulação industrial muito significativa nos ultimos quatro anos. O interesse das indústrias e empresas de diversos segmentos e setores vem aquecendo a economia e acelerando uma série de outros incentivos como: Na Educação, Moradia, Saúde e Turismo, segundo dados do IBGE e de meios de comunicação impressas e virtuais. Além do grande condomínio industrial consolidado no território de SUAPE, a cada bimestre mais empresas mostram o seu interesse em participar da fatia do mercado mais emergente do Brasil na atualidade: Pernambuco. Em 2012, mais particularmente no fim do segundo semestre, quinze empresas manifestaram interesse em investir no Estado. Juntas, elas representam um investimento de R$ 875 milhões e vão gerar 4.861 empregos diretos, desconcentradas da capital Recife, se expandem também pelo interior Estado. As empresas ficarão em Glória do Goitá, Goiana, Timbaúba, Bonito, Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, Jaboatão e Moreno. São de diversos segmentos, como, alimentos, cosméticos, bebidas, logísticas, além de ramos da tecnologia da informação e comunicação, naval e petrolífero. Alguns empreendimentos anunciados hoje já começam a ser construídos no próximo mês (Julho 2012). Todos entram em ação até 2014. O de maior volume de investimentos é a da fábrica de peças para motores automotivos WHB Fundição S.A., fornecedora da Fiat, GM, Volkswagen, entre outras. Ela será a primeira indústria a se instalar em Glória do Goitá, Mata Norte do Estado.

Além da WHB, a região vai receber outras seis plantas, sendo cinco em Goiana. São elas a Hair Fly e a Imbesa – Rishon, empresas de fabricação de cosméticos para corpo e cabelo, a

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Ionquímica, a Multisaúde Farmacêutica e a AC Diagnósticos. Quem também escolheu a Mata Norte foi a Alka Negócios LTDA, em Timbaúba.

Em Bonito, no Agreste, aportará a SAN Indústria de Águas e Bebidas e a Sonobom. O Complexo Industrial Portuário de Suape será contemplado com as empresas de operações logísticas Tegma, Júlio Simões e Shipserv, todas no território do Cabo.

Já a ABB – Turbochargers Compressores é a 23ª. empresa atraída pelo Suape Global, projeto de formação de um cluster voltado para os setores naval, de exploração de petróleo e gás, a ABB é especializada na manutenção de motores para navios e será construída em Ipojuca.

Em Jaboatão, na Região Metropolitana do Recife, vai se instalar a empresa Bettanin, que atua na fabricação de utensílios domésticos e produtos para limpeza/higiene como pás, vassouras, esponjas, lava-louças, rodos e outros nove itens. A Dell Anno, produtora de móveis modulados, irá para Moreno

Levando em consideração a todas essas transformações e mutações vivenciadas por todos os que fazem parte desse contexto, uma premissa toma ciência da realidade e indaga tal situação:

Á medida em que novas perspectivas têm proliferado, as oportunidades crescentes apresentam-se como ponto de partida para novos debates: Maior diversidade, maior desacordo; mas também mais pontos de intersecção e maior razão para diálogo, debate e distputa (Clegg e Hardy 2010, p. 29).

È o preço do novo cenário que se consolida gradativamente, mas com a aceleração que jamais pensariam os investidores, governantes, sociedade e empresários. Muitas perspectivas, interesses, pontos econômicos estratégicos, oportunidades empregatícias e consequentemente disputas, estas, entre empresas e possíveis futuros colaboradores.

Surgem muitas formas de organização e muitas maneiras de administrar essas empresas, sem conceituar positiva ou negativamente, apenas abordando em aspecto geral as condições de suporte do meio. Meio ambiente, tecnologia, estudos organizacionais, desenvolvimento de novos produtos e serviços vem tomando conta da realidade de Pernambuco, tal que:

Poucos deixariam de conhecer e reconhecer o surgimento de novas empresas e novas formas de organização. Externamente, as fronteiras que antes delimitavam as organizações, estão sendo derrubadas, à medida que as entidades se fundem e se caracterizam, passando a formar “cadeias”, “conglomerados”, “redes” e “alianças estratégicas”, questionando a relevância de um foco “organizacional”. Internamente, as fronteiras que antes delineavam a burocracia, estão também desaparecendo, tornando as organizações mais ágeis e flexíveis, como menor número de níveis hierárquicos e, para sermos mais rigorosos, menos formatadas. (Clegg e Hardy 2010, p. 41).

È nessa linha de raciocínio expressa pelos autores citados, em que pernambuco busca avançar em suas parceiras e iniciativas público/privadas, afim de abastecer o mercado não apenas com produtos produzidos internamente, mas principalmente na formatação de alianças estratégicas e queda de paradigmas que há muitos anos atrás deixaram o Estado aquém do desenvolvimento tão esperado.

Não esquecendo que os grandes Administradores do presente, já foram os recém formados do passado, nessa visão:

Nessa visão, o destino do ser humano é evoluir e buscar a autonomia de pensamento. O ser humano autônomo é reconhecido como um ser capaz de analisar informação, dar sentido a elas e encontrar soluções, aprendendo com suas experiências e se sendo capaz de formular um pensamento próprio. Esse modelo se baseia num indivíduo menos vinculado e dependente da comunidade organizacional e mais voltado para si e para suas possibilidades de desenvolvimento. Motta e Vasconcelos (2006, p. 331).

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Dessa forma fica mais explícita a importância analisada no capítulo 5 desse trabalho, os confrontos das visões Top-Down e Bottom-UP, possibilitando um mais eficaz entendimento acerca da construção de carreira planejada, construída e desenvolvida pelo próprio indivíduo, ou seja, pelo próprio egresso.

7 Metodologia

Considerou-se o critério de classificação de pesquisa proposto por Prestes (2011), sendo escolhida a pesquisa exploratória, quanto à sua forma de estudo, de cunho quantitativo, utilizando-se como instrumentos um questionário com perguntas numeradas com grau de importância segundo a percepção de cada respondente.

A pesquisa exploratória, conforme Pereira (2010) é de extrema importância, pois tem a pretensão de descrever os fatos e fenômenos de determinada realidade com exatidão. Utilizou- se para mensurar os dados obtidos, classificá-los e analisá-los técnicas estatísticas (percentagem e desvio padrão), já que a pesquisa se caracteriza como um estudo de múltiplos casos, podendo ser usado, ainda segundo o autor, outros métodos de mensuração de dados, como: Média, moda, mediana, coeficiente de correlação, etc.

Os estudos exploratórios auxiliam o pesquisador a encontrar elementos necessários que permitam, em contato com determinada população, obter dados sobre os quais ainda não se tem informação, permitindo a visualização de um panorama inicial sobre determinada população

A população a ser considerada para fins de pesquisa constituiu-se na totalidade entre alunos das quatro Instituições de Ensino Superior pesquisadas, entre formandos egressos no mercado de trabalho no último período do curso de Administração de Empresas. Desta população retirou-se intencionalmente, uma amostra do tipo não probalísticas por quotas compostas pelos elementos (formandos) constantes da população/universo, na mesma proporção, ou seja:

Formada por quarenta alunos, sendo dez de cada Instituição, esse levantamento de dados ocorreu em Dezembro de 2011.

O instrumento de pesquisa escolhido foi o questionário, segundo Pereira (2010), é a forma mais usada para coletar dados, possibilita, principalmente, medir com melhor exatidão o que se deseja. Todo questionário deve ter natureza interpessoal para assegurar uniformidade na avaliação. Possui a vantagem de os respondentes sentirem-se mais confiantes, dado ao anonimato, o que possibilita coletar informações e respostas mais confiáveis.

Os dados foram obtidos por meio de um questionário composto por duas etapas. Na primeira objetivou-se a busca pelo delineamento do perfil dos formandos, com onze perguntas que visaram uma caracterização geral dos mesmos.

A segunda etapa foram elencados vinte atributos de formação acadêmica e de intenção profissional, a pesquisa realizou-se com a utilização de escalas do tipo Likert, de cinco pontos, utilizando-se em seus extremos, duas expressões de significados opostos. Partindo de nenhum até extremamente para importância para a profissão e a contribuição do curso e formação acadêmica para a entrada no mercado de trabalho.

8 Análise dos Dados

A pesquisa realizada abrangeu um total de 40 formandos (as), pode-se observar que a maioria da população é constituída por pessoas do sexo feminino, indicando a expressão abrangente da mulher na intenção de entrar no mercado de trabalho. A faixa etária preponderante é de 25 a 30 anos de idade. A maior parte dos respondentes está de 1 a 3 anos no mercado de trabalho, indicando a pouca experiência e vivência profissional; 40% dos respondentes ainda não trabalham. As empresas privadas respondem por 78% do local de atuação dos formandos (os que trabalham). O ramo de atividade preponderante a ser pretendido como emprego é o Setor de Serviços com 62% dos respondentes. A maior parte nunca estagiou na área em que

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pretende atuar 52%. A maioria se interessa pelo nível estratégico de atividades, somando 79%; Dos respondentes 82% pretendem trabalhar na região metropolitana e no setor administrativo com 52%. E segundo eles, a maior dificuldade em encontrar empregos em sua área de formação é a não parceria das empresas com as instituições as quais estudam, alegando que se obtivesses um indicativo direto para o mercado a possibilidade de entrada ficaria mais rápida e menos dificultosa, totalizando 66% das opinições.

Na análise dos atributos, o delineamento da pesquisa apontou os seguintes resultados:

Quanto à Contribuição do Curso para sua entrada no mercado de trabalho, onde o desvio padrão foi menor entre os respondentes:

- Manutenção educacional/profissional para o desenvolvimento da carreira;

- Visão interdisciplinar do mundo dos negócios nos setores público e privado;

- Visão crítica da evolução da carreira e da categoria;

- Capacidade de trabalhar em grupo sendo liderado;

- Capacidade de empreender

Onde o desvio padrão foi maior entre os respondentes:

- Conhecimento acerca das possibilidades empregatícias do mercado pernambucano em sua área de formação;

- Capacidade de visualizar a preocupação das empresas com a sustentabilidade;

- Entendimento do lado social e ambiental propostos pelas empresas em pernambuco;

- Possiblidades estratégicas para adentrar no mercado de trabalho;

- Capacidade de desenvolver pesquisas e produzir conhecimentos que modifiquem o cenário produtivo;

Quanto à Importância para a Profissão

Onde o desvio padrão foi menor entre os respondentes:

- Capacidade de entender o ser administrador;

- Consciência do “eu”, autoconfiança, estabilidade emocional e saber o que quer da vida;

- Entendimento do lado social e ambiental propostos pelas empresas em Pernambuco;

- Habilidades para lidar com pessoas em níveis hierárquicos distintos;

- Capacidade de tomar decisões;

Onde o desvio padrão foi maior entre os respondentes:

- Desenvolvimento da capacidade de criação de possibilidade de carreira;

- Capacidade de focar as possibilidades de entrada no mercado de trabalho;

- Capacidade de gerenciar seu desenvolvimento profissional e seu desempenho individual;

- Entender as relações de causa e efeito dos objetivos para a carreira que se inicia;

- Capacidade de alinhamento dos objetivos com o desenvolvimento das metas a serem conquistadas gradativamente.

9 Considerações Finais

A presente pesquisa procurou analisar a opinião dos formandos do curso de administração das quatro instituições que foram utilizadas como ambiente de pesquisa em dezembro de 2011. Os resultados mostram a importância de determinados atributos para a profissão de administrador e a sua possível entrada no mercado de trabalho na visão bottom-up, ou seja: Na construção de carreira, mostrando também a contribuição do curso para o desenvolvimento dos mesmos.

Os dados revelaram que os três atributos considerados de maior importância para a profissão foram os seguintes: (1) Capacidade de entender o ser administrador; (2) Consciência do “eu”, autoconfiança, estabilidade emocional e saber o que quer da vida ; (3) Entendimento do lado social e ambiental propostos pelas empresas em Pernambuco; (4) Habilidade para lidar com pessoas em níveis hierárquicos distintos e (5) Capacidade de tomar decisões. Por outro lado, aqueles para os quais o curso mais contribuiu foram: (1) Manutenção educacional/profissional para o desenvolvimento da carreira; (2) Visão interdisciplinar do mundo dos negócios no setor

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público e privado em Pernambuco; (3) Visão crítica da evolução da carreira e da categoria; (4) Capacidade de trabalhar em grupo sendo liderado; e (5) Capacidade de empreender. Assim, à luz da pesquisa, há uma grande divergência entre aquilo que os formandos estão considerando como importante para a profissão de administrador e aquilo que o curso de administração parece ter enfocado. Outro ponto que merece destaque nesta conclusão é quando se compara as opiniões tendo como referência o sexo. Neste caso, percebe-se que as pessoas do sexo masculino são o menor quantitativo de formandos egressos e esses já estão em sua maioria empregados, ao passo que aquelas do sexo feminino, a maioria conferiram maior média com relação ao curso para o atributo “manutenção educacional/profissional para o desenvolvi mente de carreira”, indicando que pretendem continuar estudando, se especializando para obter um melhor lugar entre os empregos existentes.

Fazendo-se a mesma comparação para os atributos de maior relevância para a profissão, percebe-se que o ambos os sexos consideram a “capacidade de entender o ser administrador de empresas” levando em consideração a importância de entender o que é ser um profissional praticamente formado e com pretensões distintas. As principais dificuldades, alegam os respondentes, se encontram no engessamento que as instituições apresentam em fazer parcerias com empresas privadas e principalmente públicas no que concerne à possibilidades de empregos ou estágios em áreas correladas à de sua formação, onde muitas das oportunidades de emprego não são divulgadas para eles que são formandos da área específica, indicando também que a visão crescente de constução de carreira não depende só do mercado ou das vagas disponíveis e divulgadas, mas também deles próprios que pretendem trabalhar na região metropolitana, sua busca constante por uma oportunidade, visto que a maioria não trabalha ainda e também das instituições que formam dezenas de profissionais a cada semestre durante décadas, estas consequentemente como formadoras deveriam possibilitar a esses egressos um auxílio para que seus objetivos sejam concretizados.

Referências

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São Paulo: Atlas, 2004

DRUCKER, Peter. O novo papel da administração. In: Coleção Harvard de Administração- nº 1. São Paulo:

Nova Cultural, 1986.

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MARIOTTI, Humberto. Organizações de Aprendizagem. Educação continuada e a empresa do futuro. São Paulo: Atlas, 1996.

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PEREIRA, M. José. Manual de Metodologia da Pesquisa Científica. 2ª Ed. São Paulo: Atlas, 2010.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico. 4 ed. São Paulo:

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MORAES, Ana Shirley de França; A Universidade Brasileira no Final do Século XX e a Formação do Administrador para o Novo Mercado de Trabalho.

PRESTES, M. L. Maria. A Pesquisa e a Construção do Conhecimento Científico: Do Planejamento aos Textos, da Escola à Academia. 4. ed. São Paulo: Respel, 2011.

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FECOMÉRCIO, Pernambuco. Disponível em: http://www.fecomercio- pe.com.br; Acesso em 10/12/2011 e Pe360graus.globo.com acesso em 15/06/2012.

ANEXO

I - Questionário sobre Formação Superior em Administração e Interesse Profissional

Caro respondente, a presente pesquisa tem como objetivo conhecer as intenções dos formandos egressos do Curso de Administração das quatro instituições de ensino pesquisadas (FCAP; UFPE; FAFIRE e UNICAP) e identificar a relevância para estes de determinados atributos formativos e de possibilidades empregatícias. Deixamos claro que os quarenta respondentes foram escolhidos aleatoriamente e também a partir de sua demonstração de interesse em participarem da pesquisa. Não é necessário identificar-se. Assim, fica preservada a sua opinião.

Parte I Caracterização geral dos formandos.

Sexo Masculino ( ) Feminino ( )

Idade Até 24 anos ( ) De 31 a 35 anos ( ) De 41 a 45 anos ( )

De 25 a 30 anos ( ) De 36 a 40 anos ( ) De 46 a 50 anos ( )

Você trabalha atualmente? Sim ( ) Não ( )

Você visualiza algum tipo de dificuldade para entrar no mercado de trabalho?

Se você trabalha, há quanto tempo está no mercado?

Pretende trabalhar na região metropolitana? Sim ( ) Tanto faz ( ) Não ( )

Em qual área você atua ou pretende atuar? Financeira ( ) Logística/produção ( ) Administrativo ( ) RH ( )

Educação ( ) Tecnologia/ Informática ( )

Qual nível hierárquico mais lhe atrai como profissional egresso?

Estratégico ( )

Tático ( )

Operacional ( )

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Em sua percepção, qual a maior dificuldade para encontrar emprego em sua área de formação?

Se você entrasse no mercado hoje, qual segmento escolheria?

Comércio ( )

Serviço ( )

Indústria ( )

Fez algum tipo de estágio na área que lhe interessa trabalhar?

Sim ( ) Não ( )

Parte II

Abaixo, a planilha mostra um conjunto de atributos que deverão ser avaliados por você segundo a importância para a profissão e a contribuição do curso de Administração das quatro Instituições de Ensino Superior pesquisadas, para o desenvolvimento dos mesmos acerca do tema tratado, e a evolução das perspectivas dos quarenta alunos formandos. Reforço aqui que é muito necessária a sinceridade de sua resposta e o nosso compromisso de sigilo para com a sua opinião emitida. Obrigada.

Responda cada item assinalando com X o grau de importância de 1 a 5, de acordo com a escala abaixo:

1 = Nenhum 2 = Muito Pouca 3 = Mais ou Menos 4 = Bastante 5 = Extremamente

Atributos Importância para a Profissão Contribuição do Curso

Grau de importância 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5

Capacidade de entender o ser Administrador

Conhecimento acerca das possibilidades empregatícias do mercado pernambucano em

sua área de formação

Consciência do “eu”, autoconfiança, estabilidade emocional e saber o que quer da

vida

Desenvolvimento da capacidade de criação

de possibilidades de carreira

Visão interdisciplinar do mundo dos

negócios no setor público e privado

Capacidade de visualizar a preocupação das

empresas com a sustentabilidade

Entendimento do lado social e ambiental

propostos pelas empresas em Pernambuco

Manutenção educacional/profissional para o

(12)

desenvolvimento da carreira

Capacidade de focar as possibilidades de

entrada no mercado de trabalho

Capacidade de gerenciar seu

desenvolvimento profissional e seu

desempenho individual

Visão crítica de evolução da carreira e da

categoria

Possibilidades estratégicas para adentrar no

mercado de trabalho

Entender as relações de causa e efeito dos

objetivos para a carreira que se inicia

Capacidade de alinhamento dos objetivos com o desenvolvimento das metas a serem

conquistadas gradativamente

Capacidade de desenvolver pesquisas e produzir conhecimentos que modifiquem o

cenário produtivo

Capacidade de trabalhar em grupo sendo

liderado

Capacidade de empreender

Habilidades para lidar com pessoas em níveis

hierárquicos distintos

Percepção da qualidade de formação acadêmica oferecida pela instituição de

ensino à qual estudou

Capacidade de tomar decisões

Anexo II

Emp.

3

Emp.

4

Emp.

6 Emp.

5

Emp.

8 Emp.

7 Emp.

1

Emp.

2

Recém Formado

Empresas

MERCADO Visão Bottom-up

Metas Metas Metas

Metas

Objetivos Objetivos

Imagem: Ana Elisabeth Brito - 2012

Referências

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