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1. Veja Miragem, Bruno. Curso de direito do consumidor. 5. ed. São Paulo: Ed. RT, 2014,

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Professora Titular de Direito Internacional Privado na UFRGS. Coordenadora do PPGDir UFRGS, Ex-Presidente do Brasilcon, Advogada e Parecerista. dirinter@ufrgs.br

ClarIssa Costa de lIma

Doutora e Mestre em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ex-Presidente do Brasilcon, Juíza de Direito TJRS. clarissalima@tj.rs.gov.br

dadosbIblIográfICos: Bruno nuBenS BarBoSa miragem. Direito civil: responsabilidade civil. São Paulo: Saraiva, 2015.

A responsabilidade civil, fundamental para a vida social, tem sido objeto de muitos e bons estudos no Brasil, mas a presente obra é um primor de profun-didade, atualização e abrangência. Bruno Miragem é um dos mais brilhantes e competentes juristas de sua geração, dedicando seus estudos ao direito do consumidor,1 direito econômico,2 direito administrativo3 e direito civil4 e agora

1. Veja miRAgem, Bruno. Curso de direito do consumidor. 5. ed. São Paulo: Ed. RT, 2014,

mARques, Claudia Lima, beNjAmiN, Antonio Herman e miRAgem, Bruno. Comentários

ao Código de Defesa do Consumidor, 4. ed. São Paulo: Ed. RT, 2013, e miRAgem, Bruno.

Doutrinas essenciais de direito do consumidor (coorganizador com Claudia Lima

Mar-ques). 7 tomos, São Paulo: Ed. RT, 2011.

2. Veja miRAgem, Bruno. Direito bancário. São Paulo: Ed. RT, 2013, miRAgem, Bruno.

Direito dos seguros. Fundamentos de direito civil, de direito empresarial e de direito do consumidor (coorganizador com Angélica Carlini). São Paulo: Ed. RT, 2015 e miRA -gem, Bruno. Doutrinas essenciais de direito do consumidor (coorganizador com Claudia

Lima Marques). 7 tomos, São Paulo: Ed. RT, 2011.

3. Veja miRAgem, Bruno. A nova administração pública e o direito administrativo. 2. ed. São

Paulo: Ed. RT, 2013.

4. Veja miRAgem, Bruno. Contrato de transporte. São Paulo: Ed. RT, 2013 e como

atu-alizador do Tratado de Direito Privado, de Francisco Cavalcante Pontes de Miranda (volumes 38, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 46 e 52). São Paulo: Ed. RT, 2012.

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nos brindando com esta obra que descortina novos horizontes da responsabi-lidade civil no direito do consumidor e em geral. Em todos os seus trabalhos deste Doutor e Mestre em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – onde hoje é professor adjunto – percebe-se a pesquisa aprofundada, o perfeito domínio do direito comparado e o grande conhecimento do Direi-to Privado.5

Este completo e impressionante livro de 876 páginas é inspirado na contri-buição de alguns juristas exemplares como Ruy Rosado de Aguiar Júnior, Sér-gio Cavalieri Filho e Jorge Mosset Iturrapse. Nele, Bruno Miragem identifica a renovação da responsabilidade civil que pode ser resumida em cinco ideias: (a) a relativização da culpa como critério de imputação de responsabilidade civil, (b) a crise do nexo de causalidade, (c) a extensão da responsabilidade para além dos causadores do dano, (d) o reconhecimento de novos danos, (e) novas funções da indenização, (f) a valorização da prevenção e precaução dos danos.

O tema encontra-se desenvolvido em duas partes. Uma primeira refere-se à teoria geral da responsabilidade civil, seus fundamentos históricos, sistemati-zando os pressupostos da responsabilidade civil e seus efeitos a partir da base conceitual do direito civil e da Constituição Federal de 1988 que passou a ter grande impacto nas relações privadas.

Muito haveria a dizer sobre esta primeira parte dedicada à “teoria geral da responsabilidade civil”, mas o que gostaríamos de destacar é a análise inicial sobre o novo direito da responsabilidade civil e o direito de danos (p. 23 ss.) e a construção da responsabilidade civil moderna a partir da escola jusraciona-lista (p. 52 ss.). De especial relevo para o direito do consumidor, é a análise da distinção do regime de responsabilidade pela fonte do dever violado (p. 87 ss.), do dever de não causar danos, do dever de segurança e do dever de proteção (p. 98 ss.). Magistrais também são as páginas sobre a responsabilidade subje-tiva e a Responsabilidade objesubje-tiva e sobre o que denomina “relação jurídica de responsabilidade civil” (p. 115 ss). Seguindo a tradição dos colegas argentinos, nossos professores aqui no PPGD UFRGS, examinam com rigor a “antijuri-dicidade, culpabilidade e imputabilidade” e fontes da responsabilidade (Ato ilícito, Abuso do direito, Limites ao exercício de prerrogativas jurídicas, Fins econômicos ou sociais, Boa-fé, Bons costumes)6 e as sanções. Importantes

5. Veja mARques, Claudia Lima e miRAgem, Bruno. O novo direito privado e a proteção dos

vulneráveis, 2. ed. São Paulo: Ed. RT, 2014.

6. Veja sua tese de doutorado, miRAgem, Bruno. Abuso do direito. Ilicitude objetiva e limite

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ções para o direito do consumidor estão na sua análise sobre os tipos de danos, e as teorias sobre o nexo de causalidade, assim como no exame do rompimento do nexo de causalidade, o fato exclusivo da vítima, o fato de terceiro, o caso fortuito e força maior, a pluralidade de causas e o nexo de imputação, a culpa e o risco como critérios de imputação.

Na obra há uma secção sobre a responsabilidade no Código Civil por danos causados por produtos (com base no art. 931, p. 292 ss.), pelo fato da coisa (p. 323 ss.) e por serviços, como a responsabilidade dos donos de hotéis, es-tabelecimentos de ensinos e similares (p. 318 ss.). Nesta primeira parte, ainda analisa as funções da responsabilidade civil e a teoria da perda da chance (p. 395 ss.), assim como a prescrição da pretensão de indenização (p. 397 ss.), em tour de force, completa e atualizadíssima.

A segunda parte é ainda mais importante para as bases da responsabilidade frente aos consumidores, pois trata das situações especiais da responsabilidade civil: Da responsabilidade do Estado por danos causados aos particulares (tan-to por a(tan-tos comissivos quan(tan-to por a(tan-tos omissivos, pela má prestação de servi-ços públicos delegados, por erro judiciário, por atos legislativos, por violação da confiança, por inadimplemento contratual), responsabilidade civil por dano ambiental, responsabilidade do fornecedor por danos ao consumidor em ra-zão de acidentes de consumo, responsabilidade dos profissionais por danos causados no exercício da atividade, responsabilidade civil dos meios de co-municação, responsabilidade civil do transportador, responsabilidade civil dos bancos, responsabilidade civil dos provedores de internet por danos causados a usuários e terceiros.

Como da alentada obra só podemos retirar alguns aspectos, gostaríamos de destacar dois capítulos que tocam a tema de consumo, o Capítulo 3, da “Res-ponsabilidade do fornecedor por danos ao consumidor em razão de acidentes de consumo: o fato do produto e do serviço” e o Capítulo 4, sobre a responsa-bilidade dos profissionais por danos causados no exercício da atividade.

No Capítulo 3 sobre a responsabilidade do fornecedor por danos ao consu-midor em razão de acidentes de consumo (p. 485-566), Bruno Miragem exa-mina a origem da responsabilidade do fornecedor por acidentes de consumo: o fato do produto e do serviço, seus critérios e pressupostos, dando especial atenção na análise dos defeitos (Defeitos de projeto ou concepção, Defeitos de produção ou fabricação, Defeitos de informação ou comercialização), do

de mestrado, miRAgem, Bruno. Responsabilidade civil da imprensa por dano à honra.

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nexo causal, da noção de danos ao consumidor, da reparação integral e dos excludentes de responsabilidade, assim como da solidariedade dos fornece-dores pela reparação do dano, do direito de regresso e da responsabilidade subsidiária do comerciante.

No Capítulo 4 sobre a responsabilidade dos profissionais por danos cau-sados no exercício da atividade (p. 567-643) há uma interessante seção sobre a responsabilidade civil do médico e a obrigação médica, como obrigação de fazer, geralmente de meio, mas também em algumas vezes de resultado e suas consequências para a responsabilidade do profissional. Impressiona a parte sobre os deveres do médico (p. 580 ss.) frente aos seus clientes (consumido-res), analisando especialmente seus deveres de informação e esclarecimento, o conteúdo do dever de informar do médico, o consentimento informado no Brasil, a autonomia dos danos causados pela violação do dever de informar, os deveres de técnica e perícia, os deveres de cuidado ou diligência e a natureza da responsabilidade civil médica. O regime da responsabilidade civil médica vem dividido em duas partes, uma sobre a responsabilidade civil médica no Código Civil e a outra sobre a responsabilidade civil médica no Código de De-fesa do Consumidor. Por fim, conclui Bruno Miragem com uma análise sobre a culpa médica, o ônus da prova e o nexo de causalidade. O capítulo ainda trata da responsabilidade civil dos hospitais e clínicas (p. 613 ss.), da relação entre a responsabilidade subjetiva do médico e a responsabilidade objetiva das instituições hospitalares e da responsabilidade civil do advogado (p. 619 ss.). Neste último item, analisa os deveres do advogado no exercício de sua ativida-de profissional, os seus ativida-deveres ativida-de informação e aconselhamento, os ativida-deveres ativida-de técnica e perícia e seus deveres de cuidado ou diligência. Em sessão especial, discorre sobre a polêmica da responsabilidade civil do advogado e o Código de Defesa do Consumidor, defendendo que a prestação de serviço dos advogados é prestada fora do mercado de consumo e por isso estaria fora da aplicação do CDC. Seus argumentos e o perfeito uso da jurisprudência convencem a todos, inclusive os que antes haviam se manifestado na posição contrária. Realmente uma grande e profícua obra.

Bruno Miragem, com sua precisão e gentileza que o caracteriza, confessa na apresentação do livro: “O objetivo desta obra é ambicioso. Pretende-se que seja clara o suficiente para ser bem compreendida por estudantes e profissionais. Mas sem descuidar da profundidade e amplitude necessárias para contemplar os múltiplos aspectos que envolvem suas questões fundamentais. Pretende-se atualidade jurisprudencial, porém sem subserviência ao entendimento dos tri-bunais, contemplando a comparação dos encontros e desencontros da doutrina e da jurisprudência. Serve-se do direito comparado como um meio, aquilo que

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é, um método, não como um fim em si mesmo para sustentar mera demons-tração de cultura. O caráter dinâmico da responsabilidade civil admite esta jornada exploratória, sempre ocupada de oferecer ao estudioso informações seguras, que também chamem à reflexão sobre os desafios contemporâneos desta importante matéria.”

Com rica e farta bibliografia, Bruno Miragem enfrenta o tema da respon-sabilidade civil não só teórica – com a sistematização dos fundamentos da responsabilidade civil –, mas de forma prática, na segunda parte de seu traba-lho, enriquecida pelas linhas de entendimento jurisprudencial dos tribunais estaduais e do Superior Tribunal de Justiça.

Esta obra de leitura imprescindível, deve ajudar muito a todos, magistra-dos, advogamagistra-dos, defensores públicos e intérpretes em geral, nos casos do dia a dia e nos casos complexos da responsabilidade civil; em especial, nos últimos quando a solução mais justa depende do recurso aprofundado da teoria geral da responsabilidade civil e do diálogo das fontes múltiplas de nosso Direito brasileiro, bem como da identificação dos danos, dos modelos e dos regimes especiais de reparação. A todos, boa leitura!

Referências

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