QUESTÃO SUBJETIVA − DIREITO ADMINISTRATIVO
(Valor: 10,0 pontos)
Discorra sobre os poderes e deveres administrativos, abordando, fundamentadamente, os seguintes aspectos:
a) A relação entre os poderes e deveres administrativos e a supremacia do interesse público; [valor: 3,00 ponto]
b) a diferença essencial entre os poderes administrativos e os poderes políticos; [valor: 3,00 pontos]
c) a discricionariedade do agente público; [valor: 4,00 pontos]
QUESTÃO SUBJETIVA − DIREITO CONSTITUCIONAL
(Valor: 10,0 pontos)
Analise o parâmetro utilizado pelo Tribunal de Justiça para a realização do controle concentrado de constitucionalidade, respondendo, obrigatoriamente, às seguintes questões:
d) Qual é o parâmetro do controle de constitucionalidade realizado em âmbito estadual? [valor: 1,00 ponto]
e) É possível que o Tribunal de Justiça declare a inconstitucionalidade do próprio parâmetro de controle estadual? [valor: 4,50 pontos]
f) É possível a utilização da Constituição Federal como parâmetro para a análise do controle abstrato pelo TJ? [valor: 4,50 pontos]
QUESTÃO SUBJETIVA – DIREITO PROCESSUAL CIVIL
(VALOR: 10,0 PONTOS)
Quais os requisitos para a penhora sobre faturamento da empresa devedora em execução?
QUESTÃO SUBJETIVA – DIREITO TRIBUTÁRIO
(VALOR: 10,0 PONTOS)
Sobre a imunidade tributária cultural, responda:
a) A imunidade cultural abrange os imóveis da editora e seus veículos, respectivamente, quanto ao IPTU e IPVA?
b) O conteúdo do jornal, da revista ou do periódico influencia no reconhecimento da imunidade cultural?
c) Livros veiculados em formato digital (e-books) estão abrangidos pela imunidade?
d) Os “e-readers”, ou seja, aparelhos eletrônicos utilizados exclusivamente para ler livros digitais também gozam da imunidade tributária?
e) A imunidade tributária alcança também o audiolivro (“áudio book”)?
f) A imunidade alcança componentes eletrônicos e fascículos que compõem o material didático?
QUESTÃO SUBJETIVA – DIREITO URBANÍSTICO
(VALOR: 10,0 PONTOS)
O Estatuto das Cidades prevê a desapropriação. A respeito do tema, responda as perguntas abaixo:
a) A desapropriação pode ser implementada diretamente, isto é, sem que outro instrumento seja implementado antes?
b) Qual é o prazo mínimo antes de o Município proceder à desapropriação? c) De que forma dará o pagamento da desapropriação?
DIREITO ADMINISTRATIVO ESPELHO DA RESPOSTA Pontuação máxima Pontuação atribuída Os poderes administrativos baseiam-se na supremacia do interesse
público, na medida em que conferem à Administração Pública determinadas prerrogativas imprescindíveis à consecução do interesse público.
Os deveres administrativos baseiam-se na indisponibilidade do interesse público, refletindo limites à atuação administrativa como forma de assegurar que o interesse público seja cumprido e a atividade possa ser controlada.
3,0
Os poderes administrativos são instrumentais, isto é, visam assegurar o cumprimento das finalidades públicas, ao passo que os poderes políticos são estruturais, ou seja, dizem respeito à forma pela qual o Estado está estruturado e estão previstos diretamente na Constituição.
3,0
A discricionariedade consiste no poder de escolha da prática ou não de um ato, com base na conveniência e na oportunidade.
A conveniência indica em que condições vai se conduzir o agente; a oportunidade ao momento em que o ato deve ser praticado ou revogado.
O núcleo do poder discricionário é o mérito administrativo.
A revogação só pode ser feita pela própria Administração que praticou o ato. Disso resulta que o Poder Judiciário não pode revogar atos administrativos, exceto quando age administrativamente (função atípica).
A discricionariedade surge da lei, isto é, a lei diz se o administrador poderá ou não realizar esse juízo de valor, bem como da utilização, pela lei, de conceitos jurídicos indeterminados.
A discricionariedade está limitada à lei e aos princípios jurídicos administrativos, especialmente o da razoabilidade / proporcionalidade,
e o desrespeito a esses limites implica arbitrariedade ou ilegalidade. Total 10,0 DIREITO CONSTITUCIONAL ESPELHO DA RESPOSTA Pontuação máxima Pontuação atribuída Em sede de controle concentrado realizado pelo Tribunal de Justiça, o
parâmetro é a Constituição Estadual. 1,0
É possível ao Tribunal de Justiça declarar a inconstitucionalidade do próprio parâmetro (Constituição Estadual) utilizado para o controle abstrato. Isto ocorre, porque, a norma da Constituição do Estado invocada como parâmetro do controle da constitucionalidade da lei ou ato normativo municipal ou estadual, não obriga o Tribunal de Justiça, quando ofensiva à Constituição Federal.
Assim, verificando o TJ que a norma da Constituição Estadual viola a Constituição Federal, deve a Corte estadual declarar, de ofício e incidentemente à ADI proposta, a inconstitucionalidade da norma constitucional estadual e julgar extinto o processo por absoluta impossibilidade jurídica do pedido, pois não se admite, juridicamente, uma pretensão de declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo em face de parâmetro constitucional estadual considerado inconstitucional por violar a Constituição Federal.
4,5
Primeiramente, cumpre diferenciar as normas repetidas na Constituição do Estado que são de reprodução (obrigatória para o Estado) daquelas que são de imitação (facultativa para o Estado). Feita esta distinção, o STF decidiu que Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de leis municipais ou estaduais utilizando como parâmetro normas da Constituição Federal,
desde que se trate de normas de reprodução obrigatória pelos estados. (STF, RE 650898-RS, julgado em 01/02/2017 – repercussão geral).
Total 10,0
DIREITO PROCESSUAL CIVIL ESPELHO DA RESPOSTA
Pontuação máxima
Pontuação atribuída Cuida-se de medida constritiva excepcional, cuja aplicação reclama o
atendimento aos requisitos da (i) comprovação de inexistência de outros bens passíveis de penhora (valor: 2,5 pontos), (ii) nomeação de administrador (ao qual incumbirá a presentação das formas de administração e pagamento) (valor: 3,5 pontos) e (iii) fixação de percentual que não inviabilize a atividade econômica empresarial
(valor: 4,0 pontos). 10,0 Total 10,0 DIREITO TIRBUTÁRIO ESPELHO DA RESPOSTA Pontuação máxima Pontuação atribuída A imunidade cultural não abrange os imóveis da editora e seus veículos,
respectivamente, quanto ao IPTU e IPVA. Não é qualquer bem que goza da imunidade, mas tão-somente os livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
1,5
Não importa o conteúdo do livro, jornal ou periódico. Todo livro, revista ou periódico é imune, considerando que a CF/88 não estabeleceu esta
distinção, não podendo ela ser feita pelo intérprete (STF RE 221.239/SP).
1,0
A imunidade tributária constante do art. 150, VI, “d”, da Constituição Federal (CF), aplica-se ao livro eletrônico (“e-book”), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo. STF. Plenário. RE 330817/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 8/3/2017 (repercussão geral) (Info 856).
1,5
O avanço na cultura escrita fez com que fossem criadas novas tecnologias para o suporte dos livros, como o papel eletrônico (paper”) e o aparelho eletrônico para leitura de obras digitais ( “e-reader”). Tais aparelhos tem a função de imitar a leitura em papel físico. Por essa razão, eles estão igualmente abrangidos pela imunidade cultural, por equipararem-se aos livros tradicionais. Assim, a partir de uma interpretação teleológica conclui-se que a regra de imunidade alcança também os aparelhos leitores de livros eletrônicos (“e-readers”) confeccionados exclusivamente para esse fim.
2,0
Para que seja considerado livro e possa gozar da imunidade não é necessário que o destinatário (consumidor) tenha necessariamente que passar sua visão pelo texto e decifrar os signos da escrita. Dessa forma, a imunidade alcança o denominado “audio book” (audiolivro), ou seja, os livros gravados em áudio e que estejam salvos em CD, DVD ou qualquer outro meio.
1,5
A imunidade da alínea “d” do inciso VI do art. 150 da CF/88 alcança componentes eletrônicos destinados, exclusivamente, a integrar unidade didática com fascículos. STF. Plenário. RE 595676/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/3/2017 (repercussão geral) (Info 856).
2,5
DIREITO URBANÍSTICO ESPELHO DA RESPOSTA Pontuação máxima Pontuação atribuída Antes da desapropriação, o Município deverá proceder, nesta ordem, o
parcelamento, edificação ou utilização do solo e implementar a progressividade do IPTU.
3,0
Art. 8o Decorridos cinco anos de cobrança do IPTU progressivo sem que
o proprietário tenha cumprido a obrigação de parcelamento, edificação ou utilização, o Município poderá proceder à desapropriação do imóvel, com pagamento em títulos da dívida pública.
3,0
Art. 8º,
§ 1o Os títulos da dívida pública terão prévia aprovação pelo Senado
Federal e serão resgatados no prazo de até dez anos, em prestações anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais de seis por cento ao ano.
§ 2o O valor real da indenização: I – refletirá o valor da base de cálculo
do IPTU, descontado o montante incorporado em função de obras realizadas pelo Poder Público na área onde o mesmo se localiza após a notificação de que trata o § 2o do art. 5o desta Lei; II – não computará
expectativas de ganhos, lucros cessantes e juros compensatórios. § 3o Os títulos de que trata este artigo não terão poder liberatório para
pagamento de tributos.
§ 4o O Município procederá ao adequado aproveitamento do imóvel no
prazo máximo de cinco anos, contado a partir da sua incorporação ao patrimônio público.
4,0
