Meio Ambiente
Projeto
Família Casca
encerra
atividades
por falta
de investimentos
�
::;�
c,:, = .cs; C> ::; a:I ii: I en isFLORIANÓPOLIS,
DEZEMBRO
DE 2008
-CURSO DE
JORNALISMO
ANO
XXVI,
NÚMERO
3
Em
onze
anos, Bacia do Itacorubi
registra
476
embargos
de obras
e
55
demolições
Na
vigência
do atual Plano
Diretor,
área
concentra
irregularidades
mesmo
após
37
mudanças
de zoneamento
A
região
que inclui os bairros daTrindade,
Cór-
cendoà revelia doplanejamento
urbano,Empre-
triz que determinaoquepode
serconstruídoemrubi,
queproíbe
essasgrandes construções
atérego
Grande, ltacorubi,
Sáco Grandeeparte
da endimentoscomo oshopping Iguatemi
só
foram cadaárea,
Apopulação
daregião aguarda
há
um queseja
finalizado o Plano DiretorPartcipativo,
Agronômica,
João Paulo e Pantanal vem cres-possíveis
comalterações
nozoneamento-dire- ano
pela
aprovação
do Defeso da Baciado ltaco- páginas8 e9.'i:
�
. í f ! I\
.it
I.1_)
;
Empresas
negaramapoio
àiniciativa,
quereciclou
aproximadamente
168 toneladasde lixo
orgânico
emdoisanos,página 5
Esporte
Daniela Cucolicchio
Quatro
atletas catarinenses
de Kendo
se
preparam para
campeonato
mundial
2
[Opinião
Florianópolis,
dezembro de2008CARTA
AO LEITOR
--O
UNIVERSITÁRIO
e oWork-experience
Natemporada passada,
aestudante
deDesign
Natália
Cardoso foiassistente
degarçom
erecepcionista
emAspen.
NoBrasil,
nuncatrabalhou
comisso _Quase
miluniversitáriosdeFlorianópolis
vãopassaresseverão(para
eles,
inverno) trabalhando
nosEstadosUnidos
-Para
participar
do workexperience
éprecisoter entre18e28anos estar
matriculadona
graduação
oupós
eter umnívelintermediário
deinglês
_Asestações
deesqui
sãoosdestinos maisprocurados,
especialmente
Aspen,
noColorado. Tambémsão
populares
osestadosde
Utah,
California, Nevada(onde
ficaLasVegas)
eFlórida.
-Hotéis,
resorts,estações
deesqui,
lojas
er�stau�an.tes
oferecemvagas.Háfunções
disponíveis
comovendedor,
recepcionista,
garçom,camareirae
operador
deteleférico_ Osestudantestrabalhamde30
a40 horas
porsemanaerecebem de
US$
6aUS$12
a hora- foragorgetas
-Essa nãoéamelhor
opção
para quem queraprender inglês.
Como éprocurado
principalmente
porlatino-americanos,
os
participantes
convivem muitocom alíngua
portuguesaeespanhola
_ O custodo
programaéde até3 mil
reais semincluir
passagens,
taxasdevisto,
acomodação
egastos
comalimentação
etransporte
CARTAS
Comentários,
críticas esugestões
podem
seren viadasparazero@cce.ufsc.brGostariade
parabenizar
aequipe
pelo Jornal,
queé,
delonge,
um novoconceitodejornal-laborató
rio,que
aprofunda
aspautasedáaimportância
devidaaostextos.DescobrioZeroem2007edesdeentãotenho
acompanhado
otrabalho daequipe.
FábioFrança,estudantedeJornalismona
Universidadede Taubaté(UNITAU)
Recentemente,conhecio
jornallaboratório
através do
Blog
do Zero.Tambémsouestudante deComunicação
eachei fascinanteotrabalho realiza dopelos
alunos docursodejornalismo
daUFSC. Gostaria deparabenizar
aequipe
pelo profissio
nalismocomquedesempenham
suasfunções.
JulianaKarpinski, estudantedeJornalismona
UniversidadeFederaldo Paraná(UFPR)
EDITORIAL
Prevenir
para
remediar
Para
além
dos
quase 550mm
de
chuvas,
a
amplitude
da
catástrofe
está
relacionada
à
falta
de
políticas
públicas
Os dados da enchente que assolou Santa Catarina assustam,mas
pior
que as estatísti casésaber que,senãoevitados,
essesnúmerospoderiam
tersidoao menosreduzidos,
através deumplanejamento
urbanoresponsável.
Alexandre Garcia enfatizou no
jornal
Bom Dia
Brasil,
do dia 03 dedezembro,
a necessidade depriorizar
oprofissionalismo
em detrimento doamadoris-respeitado,
evitao crescimento desordenado das cidades. Asprefeituras
precisam
definir asáreas onde cadatipo
deconstrução
é per mitidaeonde nenhuma obrapode
serreali zada. Caso nãoseja
respeitado,
deve-se embargar
edemolirasconstruções
irregulares.
O que não éaceitávelsão
modificações
na lei emfunção
deinteressesparticulares.
Em23 anosde
existência,
oPDde
Florianópolis,
porexemplo, já
foi alterado368
ve zes. Dianteda ausênciadeum
planejamento
urbanocoerente, não se
pode
culparanatureza.
Santa Catarina
já
so freu compiores
enchentes nas décadas de 1970 e
1980,
quando
aindanãose atribuía aoaquecimento
global
aculpa
por parte das nossas mazelas.É
in-genuidade,
portanto, atribuiraresponsabi
lidade da catástrofesomenteaosfenômenosnaturais.
Já
está mais do que na hora de fazer doplanejamento
urbanoumaprática,
para além das promessas de
campanha
quese repetem a cada quatro anos. Em
2009,
começam novos mandatos.
Que
venham novaspráticas,
novasações
e menos irresponsabílídade.
Emabril desteano,oZERO
publicou
"As mileumafunções
do ministériosemministro",textoda
repórter
Fernanda Friedrich.Ascompetências
do MinistérioPúblico,
elucida dasnessamatéria,
não sãoapenas deinteressedo
leitor;
sãoespecialmente importantes
paraojornal.
Na
apuração
dareportagemespecial
daedição
destemês,
nossaequipe
recorreu àCoordenadoria
Jurídica
doMPFpara confirmar odireito deacesso adados
quantitativos
dosembargos
deobrasnaregião
daBaciado Itacorubicontabilizadospela
Secretaria de UrbanismoeServiçosPúblicos(SUSP).
As informações,
negadas
deinício,
foram obtidas.Masse o acessocontinuassesendo
impedido,
ojornal
acionariaoMinistérioPúblicoEstadual
(ler
maissobreoepisódio
napágina
9).
Foram necessárias28ligações,
visitas a todososseisórgãos
envolvidosetrês idasaogabinete
do secretário.O ZERO acredita que
perseguir
informações
deinteresseegarantir
odireito deacesso adocumentospúblicos
édever dojornalismo.
"As tnile umafunções
do ministériosemmi nistro"fazmais:mostraoscaminhos para que oscidadãos procuremseusdireitos. Reconhecimento
merecido,
amatéria recebeuprimeiro
lugar
daRegião
SulnoPrêmioESMPUdeJor
nalismoUniversitário,
destinadoareportagens quetratamdaatuação
do MinistérioPúblico daUnião. Maisumatestado daqualidade
zelada,
turmaapós
turma,pelo jornal
ZERO.Alexandre Tcheto tem 25 anos e cursaaprimeirafase de
Design naUFSC. Para entrarem contatocom o autor,
escrevapara
tcheto@gmail.com.
ERRATAS
1. OnovoacessodoaeroportoHercílio Luz não foiesco lhidocombasenoElA-RIMA,comopublicadonamatéria
"Projeto aprovadodeestradaparaaeroportoprotegereserva
Pirajubaé",
daediçãopassada.
A decisão foi tomadaemreuniãoorganizada
pelo
Ministério Públicoemsetembrocomoobjetivode obtera
Licença
Ambiental deInstalação (LAI).
Alémdisso,oElA-RIMA não foi elaboradopelaFatma,mas
pelaempresa
responsável
peloempreendimento.2.OprofessorCesar Floriano dos Santos fazpartedo corpo
docente do MestradoemUrbanismo,HistóriaeArquiteturadasCi
dades. Não existe MestradoemGestão de ArtePública,naUFSC.
REDAÇÃO
AdrianaSeguro, Bárbara Dal Fabbro. Celso Rondon Filho, CoraRibeiro, Esther daVeiga, FelipeSantana, FernandaDutra,GiovanaSUZIn,lanaDias,JulianaSakae,LauraDaudén,LuisaFrey,Manuela Frances
chini,MarinaForraz,ThayseMadella,ThiagoBora
EDiÇÃO
CapaeOpiniãoCarolina Moura EntrevistaFelipeSantana CulturaFelipeSantana,JulianaSakae. Rafaela Mattevi Economia ePolítica MarinaVeshagemC&T
e
Educação
Matheus JoffreEspecial Bárbara Dal Fabbro Saúdee EsporteDaniela CucolicchioContracapaAnnelize Conti Imagem Juliana Sakae FOTOGRAFIA Carolina Moura, Daniela Cucolicchio, JulianaSakae,
Laura Daudén, Thiago Bora
EDITORAÇÃO
Adriana Seguro, Bárbara Dal Fabbro, Carolina Moura DaianaMeller, DanielaCucolicchio,Felipe Santana, Fernanda Dutra, lana Dias. Italo Mendonça, JulianaSakae,Luisa
Frey. MarceloAndreguettl, MarinaVeshagem, Marina Ferraz,Matheus Joffre INFOGRAFIA ItaloMendonça
PROFESSOR-COORDENADOR
tamana
Teixeira DRT-BA 1766COORDENAÇÃO
GRÁFICA
LucioBaggio DRT-SC 01084 JP MONITORIAAmanda BusatoeAnnelize Conti
IMPRESSÃO
GrafinorteCIRCULAÇÃO.Nacional
DISTRIBUiÇÃO
GratuitaTIRAGEM 5.000exemplares...
MelhorPeçaGráficaI, II, III, IV,VeXISet Universitário/PUC-RS(1988,89,90, 91,92e98) MelhorJornal-LaboratórionoIPrêmio Foca Sindicato dos Jornalistas de SC 2000
30 melhorJornal-LaboratóriodoBrasil EXPOCOM 1994
ZERO
,
-_ c.c., '
•
mo na
política
catarinense.Ojornalista
usou oexemplo
deBrusque,
vizinha deItajaí
eGaspar,
duas das cidadesmaisatingidas,
que,após
uma en chente devastadora em1984,
solucionou oproblema
cons truindo um canal extravasorparaescoaroexcedente dorio
Itajaí-Mírim,
Apesar
da localização,
omunicípio
suportouoque muitos acreditamtersido um
grande
"desastre natural".Para além dos quase 550 milímetros de
chuvas que caíram em Santa Catarina no mês de
novembro,
aamplitude
dacatástrofe estárelacionada diretamenteàfalta depolí
ticasde
planejamento
urbano.É
nessepontoque entraoPlano Diretor
(PD),
criado para definir regras quepermitam
o desenvolvimentosustentável dos
municípios.
Previsto
pela
Constituição,
oPD,
quando
CHARGE
ZERO
JORNAL
LABORATÓRIO
ZEROAno XXVI- N°3 Dezembro de 2008 Universidade Federal de Santa Catarina
-UFSC Fechamento: 04 de dezembro Curso de Jornalismo -CCE -UFSC- Trindade Florianópolis� CEP 88040-900 Tel. (48)3721 6599/3721-9490 Site www.zero.utsc.br E-mail:zero@cce.ufscbr
-,+
Fotos: Laura Oaudén
Sônia WeidnerMaluf,
gaúcha,
é bolsista de
produtividade
empesquisa
doCNPq (nível 2).
Fezdoutoradoem
Antropologia
Sociale
Etnologia pela
Escola de AltosEstudosemCiênciasSociais,na
França,
em 1996Entrevista
I
3
Florianópolis,
dezembro de2008Natal
em
todo
tipo
de família
movimento paraadmitirocasamentogay,mas controlar afamília. Nãose admite esse
tipo
derelação
nafamília.Entãoafamília évistacomo ummododereprodução
social: quem vai criar osfilhos, qual
o modelo que vãoseguir
e uma série deoutrascoisas.É
engraçado
que numa série dediscursos,
tanto
jurídicos
como noplano
da assistênciasocial,
doEstado,
eles utilizamumconceitoqueparaa
Antropologia
écompletamente
inútil: fa mília desestruturada. Muitassituações
sociais,como
violência,
narcotráfico,
suicídio entrejovens,
sãoexplicadas
por essesórgãos
governamentais e até poralguns pesquisadores
com a idéia de quesãopessoas que vêm de famílias desestruturadas.Masoque é
isso?
"Ah,
umafamília quenãotema
figura
dopai",
eles dizem.Bom,issonão éumafamília desestrutu
rada,
éumafamíliaquetemoutraestrutura, centrada na
figura
damãe. Eessaestrutura centradana
figura
da mãe não é nova,pelo
me nos emclassespopulares
temosissodesdeoséculoXIX,XVIII. Então,o
conceito de família estruturada estámuito
ligado
a uma idéia defamília,
comofalei no começo, de um modelohegemônico.
Mas nãocorresponde
àprática
socialdapopulação.
A população
não viveummodelo defamília,
elaviverelações
sociaisdasmaisdiversasepossíveis.
família.Separa-se
conjugalidade
defamília,
impedindo
aadoção compartilhada.
Um casal de duasmulheres nãopode
fazer umcadastro deadoção.
Pode até tentar, mas é difícilconseguir
aguarda
conjunta.
Só em casos muitopontuais,
noBrasil.Outras famílias também não reconhecem
formas familiares que
fujam
doprincípio
burguês?
Quando
umafamíliaconvivecomoutrasfamílias ou comindivíduos quevivemessaexpe
riência há reconhecimento e
formalização
dessas relações.
Há várias famílias de duas mães com filhos queconvivem e chamam essas
mãesdemães,
cujos
avósreconhecem essas mães como
mães. O que se vê naexpe
riência
social, independente
do
Estado,
deleis,
dosistemajudiciário,
é que isso é um fatoconsumado,
uma reali dadedada.A lei
pode
oficializar ounão uma coisa, mas não
pode
diluir uma realidade.Mesmo quenão
reconheça
ocasamentogay,afamília
ho-moafetiva,
apaternidade
ou maternidade gay, tudoisso existe. Aleinãotemforça
paraimpe
dir aspessoas decontinuaremafazer isso. Há flexibilidadenaforma deafamíliase
organizar
no Brasil que não é reconhecidapela
lei.Maisdoque pensar emfamíliacomo uma
entidade,
agentetemque pensarempessoasquese rela
cionamdasmaisdiversas formas.
Podemos pensar família como o núcleo fundamental de
relação
e cuidado no que dizrespeito
aexperiências
quesão quase que fun damentais nohumano-a
experiência
denascimentoemorte.Seumapessoa estáno
hospi
tal,
emcoma, ealguém
temque ficarcomela,
quemvaiterodireito reconhecido de fazerissoé afamília
legal.
Agora,
se oparceiro
vive há 15 anos com esse cara, mas não tem nenhumdocumentoque comproveaunião,não vairece ber
autorização
para issosemchamarafamíliabiológica
docompanheiro.
Então,
hásituações
vetadaspelo
não-reconhecimento dessas fa mílias que são dramáticas para ossujeitos.
Osentido da lei é aparar as pessoas na sua vida
cotidiana,
nas suasrelações,
e o que a lei faz nessashoras épenalizar.
Umcasalsemfilhos é sóumcasalouéuma família?
Essa é uma
questão.
O que euvejo
é umQuando chorou
namanjedoura,
Jesus Cristo eternizou
noimaginário
ocidental
ummodelo
familiar que
sereproduz
todo 25 de dezembro.
Maria,
José
eJesus
é
aestrutura
legitimada
cultural
epoliticamente.
Para
Sônia
Maluf,
antropóloga
eprofessora
do
Departamento
de
Antropologia
da Universidade Federal de Santa
Catarina,
essaidéia
é
"culturalmente limitada".
Pesquisadora
do
feminismo,
movimento que
questiona
ahierarquia
sexual,
Maluf acredita que
esta
é
aquestão
dramática
naestrutura
familiar:
afamília
burguesa
é constituída
emcaráter
hieráquico,
apesar de vivermos
numasociedade
supostamente
igualitária.
Em
entrevista
aoZero,
Maluf mostra que
nemtoda
família
nasceonde
cai
umaestrela. Feliz Natal.
Um
modelo
hegemônico
de
relacionamento
não
corresponde
à
prática
social.
A
população
vive
relações
sociais
das
mais
diversas
possíveis"
Muitos acusam o individualismo de ser o mal
contemporâneo,
inclusivea causacrisedafamília. Você acha isso está diminuindo com essabusca por novas formas de rela
cionamento?
A
grande
aposta
docapitalismo
tardioéno indivíduocomogrande
consumidoreprodutor.
Hoje
proliferam
produtos,
espaços,situações,
emque oindivíduo não
precisa
se relacionar. Elepode
passarumavidainteirasozinho.Issoéumademandae uma
pressão
do mundo quea gente vive no sentido do consumo, do fetí
chismo doconsumo.
Apesar
dissoaspessoas continuambuscandorelações
sociais,mesmonoespaçodeficarsozinho. Nainternet,por
exemplo,
aspessoasvãoprocurar
alguém
para conversar,entrarnumehat. Ou
seja,
esse espaço que seriasolitárioestásendo mudado
pelas
pessoas, elas estão cons truindo ali territóriosde sociabilidade.Entrarem
relação
hoje
é,
dealguma
manei ra,rompercomaquilo
que asociedadecapita
listapede
dagente.Fernanda Dutra
ZERO
Zero
-Qual
oprincipal propósito
da família?Maluf
-A idéia que agentetemde família universal
-pai,
mãe e filhos - é umaidéia culturalmente limitada. Essaé a família nuclear
burguesa pós-século
XIX. O conceitodi vergetantohistoricamente,
quantoemdiferentes
sociedades,
quanto em diferentes culturasdentro danossasociedade.
Afamíliaéumaforma de
organização
social. O maisimportante,
além doslaços
internos, é arelação
dessainstituiçãocom asociedademaisampla
e com asoutrasfamílias.Elas se
organizam
de duasformas: aprimeira
forma, histórica,
é o estabelecimento delaços
com outras famílias-alianças
de casamento,de
apoio,
de solidariedade. Asegunda forma,
muitoespecífica
da nossa culturamoderna,
é afabricação
de indivíduos que vão estar num mundoprodutivo.
Essa é a
condição
dramática da família: há umaestruturahierárquica
em que asrelações
internasse dãoa
partir
depapéis
- mãeepai,
irmão, irmã,
neto,sobrinho,
tio- mas quetema
função
de fabricar indivíduos para uma so ciedade que, teoricamente,éigualitária,
e nãohierárquica.
Hácerta
rigidez
natradição
do que é famí lia.Em quemomentossomosconfrontados comisso?Um pressuposto da
Antropologia
é admitirque exista uma variedade imensa de modelos de família. Mas oque a gentevê nasociedade em que vivemosé que
algumas concepções
do séculoXIX-aquela
nuclear,
depai,
mãeefilhos- ainda mantêm
uma
hegemonia.
Issoé tantoculturalquantooficial. Cultural porqueessaéa idéia que aspessoas
têm,
mesmo elaspróprias
vivendo outras estruturas. Oficial porque aspróprias
leise oEstadoacabamamparando
um modelohegemônico
de família.ComooEstado interferena
conservação
da família tradicional?Há vários
impedimentos
legais
eformaisque barram o reconhecimentoe ainstítucíonalízação
deoutras formas defamília. Porexemplo,
até 1977,
quando
foiaprovado
o divórcio noBrasil,
haviaumarestrição:
quem tinha casado atéaquele
momentolegalmente
e se separavanão
poderia
casardenovo.Esseé umexemplo
deimpedimento
jurídico
que foi derrubadoporuma
mudança
naConstituição.
Mashá outros, como onão-reconhecimento do casamento ou dauniãocivilentreparceiros
domesmo sexo.Há também um
conjunto
dedispositivos
criados paraimpedir
que,mesmohavendocasa+
4
IEconomia
ousodeagrotóxicos
efertilizantes éasegunda
causadecontaminação
daágua
nopaís,
oquepode
causardoenças
comoalergias
ecâncer,
de acordocompesquisa
divulgada
pelo
InstitutoBrasileiro deGeografia
eEstatística(IBGE),
noiníciode 2005Florianópolis,
dezembro de2008Petrobras
e
Weg
são excluídas
do
ISE
o
índice
de
Sustentabilidade
Empresarial,
referência
para
quem
aplica
na
Bolsa,
foi
divulgado
no
fim de
novembro
ABolsa de Valores de São Paulo
(BM&FBovespa) divulgou,
na últi materça-feira
de novembro(25),
a nova carteira doÍndice
de Sustentabilidade
Empresarial
(ISE),
quetem
vigência
noperíodo
entre IOde dezembro de2008e30 denovembrode2009.As
principais
alterações
foram aretiradade
grandes
empresas como a Petrobrase aAracruz, con sideradastradicionais,
e a inclusão daprestadora
deserviços
de tele fonia TIM. Dentre as catarinenses, aWeg,
deJaraguá
doSul,
não fazmais parte do
índice, 'enquanto
aCelescretornou à carteira
depois
de um ano fora. O índice é o referen cialmaisimportante
doBrasilsobreresponsabilidade
socialeambiental das empresas.Emnotaà
imprensa,
aPetrobras anunciou quepediu
aoConselhoDe liberativo do ISE umajustificativa
paraa
não-manutenção
da empresa no índice. Até o fechamento destaedição
doZERO,não houveresposta do Conselho sobre a
decisão,
e aassessoriada
BM&FBovespa
serecu sa adivulgar qualquer informação
até que o Boletim de
Desempenho
seja
divulgado
- apublicação
estáprevista
parameados de dezembro. Movimentos ambientais como oGreenpeace
atribuíram a exclusãoda
petrolífera
à denúncia de írregularidade
noóleo dieselproduzido
pela
empresa.Segundo
denúnciado
movimento,
oteorde enxofredo óleoproduzido pela
Petrobrasestaria acima do
regulamentado pelo
Conselho Nacional doMeio Ambiente
(Conama),
mas aempresaalega
quenão estáferindonenhumaleie que estáseguindo
ocronograma deredução
depoluentes.
A
Weg,
queintegrava
a carteira2007/2008,
não se inscreveu para obter acertificação
neste ano efoiautomaticamente retirada da lista.
A empresa não
publicou
nenhumesclarecimento sobre o assunto e apenas
alega,
portelefone,
não terinteresse em permanecer no gru
po. A única
ingressante
catarinensedeste ano foi a
Celesc,
que diz nãoter nenhum critério
específico
que atenha desclassificado doíndice no anopassado,
emboraodesempenho
geral
abaixo da média tenhapreju
dicando aempresa naavaliação
do Conselho do ISE. Paraeste ano nãoforam necessárias
mudanças
nos processos e nosprojetos realizados,
apenasumesforço
maioremorgani zar adocumentação
necessáriaparaas áreasdiretamente
ligadas
aoISE, como aambiental,
umdosprincipais
focos de análisena
avaliação.
SobreoISE
O
Índice
de SustentabilidadeEmpresarial
é um indicador de desempenho,
assim como outros cal culadospela
bolsa de valores. Adiferença
é que sópodem
fazer parte desseíndiceasempresasqueadotampráticas
consideradassustentáveis,
como aredução
daemissãode gasespoluentes,
minimização dosimpac
tos ambientais de suas atividades. Criadoem
2005,
é aversão brasilei radoÍndice
DowJones
de Sustenta bilidade(DJSI,
eminglês),
que datade 1999. Paradeterminar o ISE são
formulados critérios e estabeleci dos
parâmetros
dedesempenho,
emparceria
com institutos e entidadessociaise ambientais - dentreelas
o
Programa
dasNações
Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) - alémde
associações
deprofissionais
deinvestimento. As
inscrições
paraparticipar
daseleção
da carteira sãoabertas todos os anos às 150 com
panhias
detentoras dasações
maisnegociadas
e com maior valor de mercadonaBM&FBovespa.
O
questionário
deavaliação
doISE visamediracondutada empre
sa em
relação
a seusclientes,
fornecedores,
colaboradores,
ànaturezae àsociedade,
no que dizrespeito
aocumprimento
das leiseapartícipa
ção
empolíticas públicas.
Oprinci
pal objetivo
étornarasempresasre ferenciaispara quem queraplicar
na bolsa com segurança e consciênciaambiental,
além deinduziro merca doaboaspráticas
empresariais.
Porisso,
qualquer
fatocomprovado
quealtere os níveis de sustentabilidade e
responsabilidade
social de uma empresapode
resultar em exclusão imediata doíndice,
antesdarevisãoanual de
atualização
da carteira. A entrada no ISEpode
ser con siderada motivo de festa para asempresas. Na semana em que foi anunciadaa novacarteira, as
ações
da
companhia
TIMdispararam
mais de 20%. ACelescpublicou
release
àimprensa
comemorando aconquista
e incluiu umdepoimen
to do
presidente
dacompanhia,
Eduardo Pinho Moreira: "Voltar aoISE
significa
quenossasações
estãoalinhadascom asmelhores
práticas
naárea dasustentabilidade empre sarial". São reflexos de que o indi cador é bem vistopelas
empresas,agências
de investimento e até porinvestidores
individuais,
quehoje
representam mais de 25% do total
de
capital aplicado, segundo
relatórioda
Bovespa publicado
emabril.DivulgaçãoEPAGRI
Antonio Carlos da
Silva,
pesquisador
daEpagri
deUrussanga,
confereabatataorgânica
comaté25% de matéria seca,10%amaisquea comumCampanha
em
se
incentiva
produção
e consumo
de alimentos
orgânicos
Há em Santa Catarina duas mil
famílias
produtoras
deorgânicos
cer tificadoscom oselodequalidade.
São 150miltoneladasdeagroecológicos
por ano, que,quando
comercializados,
movimentam
R$
30milhões. O consumo dessesprodutos
aumenta 30% a cada ano,segundo
estimativa do InstitutoBiodinâmico,
umadasinstituições
cer tificadoras do Brasil. Osorgânicos
sãoalimentos,
animaisouvegetais,
obtidos sem autilização
deagrotóxicos
oude hormôniossintéticosquefavoreçam
seucrescimento. Uma
campanha
irticiada emoutubro de2008 incentivaagriculto
rescatarinensesa
plantarem orgânicos
eoferececursoparaaprenderem
acul tivá-los.Porém,
oprocesso detransição
entreo
plantio
convencionale oorgâni
copode
durar até três anos,compossível
queda
deprodutividade
nassafras.A
campanha
éorganizada pelo
go vernodoestado, pela
Empresa
dePesquisa
Agropecuária
eExtensãoRuraldeSanta Catarina
(Epagri)
epela
Secreta riade Estado deAgricultura
eDesenvolvimentoRural. Paulo
Tagliari,
membro dacoordenação
daagricultura orgânica
daSecretariada
Agricultura,
dizqueosetor
precisa
demais incentivosfiscaise deregulamentação adequada
para despontarcomo
potencial
exportador.
"Oideal seria que os
produtores
ficassemisentos de
impostos
como oICMS",diz.Nofinalde2007,foi
aprovado
ode-ereto que
regulamenta
a lei nacional10.831,de 2003. Além de definira
agrí
cultura
agroecológica
e osprincípios
daatividade,
a lei dosorgânicos prevê
a,criação
de uma comissão nacional ecomissõesestaduais deprodução.
No entanto,ainda existemquestões
do decreto a serem
regulamentadas,
como aatribuição
ao Instituto Nacional deMetrologia, Normalização
eQualidade
Industrial(Inmetro)
aacreditação
das certificadoras dosprodutos orgânicos.
Assim,nãohaveriauma
segunda
avaliação
dosprodutos quando
eleschegam
aoexterior."O trânsito deprodutos
para o exteriorseriamenosburocrático e oproduto
brasileiroteria maiscredibilídade.", explica
RobertoMattar,dacoordenação
deAgroecologia,
do Ministério daAgricultura,
PecuáriaeAbastecimento.O Brasil
possui
800 mil hectares cultivados.AAustrália,
maiorprodutora
de
orgânicos
domundo,
temumaáreacultivada de 11,3 milhões de hectares.
Deacordocomdados daSecretariade ComércioExterior,deagostode2006até
janeiro
de2007,o Brasil exportou9,5
miltoneladas de
orgânicos,
volume quecorresponde
aUS$
5,5 milhões. Santa Catarina é o terceiro maiorprodutor
nacional,
com crescimento médio deprodução
de 15% ao ano. Noestado,
inclusive na
capital Florianópolis,
osprodutos
mais comuns são as hortaliças,
pois
são maisfáceis deproduzir.
Não existe nenhum
produtor
decarneorgânica
certificadoemse.Comercialização
Nas
prateleiras
dos supermercados,
ospreçosdosagroecológicos
aindasão mais caros se
comparados
aos dos alimentos convencionais. ProdutorescomoMaria
Aparecida
dePinho,
que temuma
plantação
nobairro deRatones, em
Florianópolis,
vende oque
planta
com um acréscimo médio de 30% emrelação
aovalor do nãoorgânico.
"É
oquetécnicos daáreaeestudiosos aconselhamque
façamos,
porissonasfeiraso aumentoé maisou menos esse
também", explica
aprodutora.
Poroutrolado, Tagliari
explica
que "ossupermercados
aumentamovalor do
orgânico
muitasvezesacimade100%doseupreço inicial". Estudos realizados
pela
Faculda dedeSaúde Pública da Universidade deSão Pauloepela Agência
Paulista deTecnologia
dosAgronegócios,
em2006,
comprovam que oorgânico
concentra de 20% a 40% a mais de
nutrientes do que os convencionais. No entanto, o mesmo estudo afirma queasevidências não sãosuficientes
para assumir, de forma
definitiva,
asuperioridade
do alimentoproduzido
organicamente.
Cora Ribeiro Celso Rondon Filho
+
Meio
Ambiente
I
5
A
Associação Orgânica
équemdáorespaldo
jurídico
aoprojeto
e aUFSCcedeumprofessor
doCentro de CiênciasAgrárias
paraorientarogrupoFlorianópolis,
dezembro de2008Projeto
de
compostagem
do
lixo
fecha
por fana de
recursos
Após
fim do financiamento de
R$5.500
mensais durante
um
ano,
obtido
como
premiação
em
2006,
iniciativa
se
manteve
com
trabalho
voluntário até
novembro
Lixo
de
Florianópolis
é
composto
por
46%
de
resíduo
orgânico
ACompanhia
de Melhoramentos daCapital (COMCAP),
empresa que cuida dalimpeza
deFlorianópolis,
recolhe,
emmédia,
12 mil tonela daspormêsde resíduos sólidos.Sãocercade400 toneladas pordia que noverãosobem para450 toneladas
chegando
- noiníciodejaneiro
-a
atingir picos
de 700toneladas/dia.
De acordocomosdados doúlti molevantamento de
caracterização
física dos resíduos sólidos- feitoem 2002 emparceria
daComcap
com a UFSC- 46% do total de resíduosencaminhados ao aterro sanitário
são materiais
orgânicos passíveis
de serem tratados
pelo
processo decompostagem, e 38% tem
potencial
para ser reciclado
-papel, vidro,
metal e
plástico.
Concluí-se,
então,que apenas 16% dos resíduosreco lhidos
precisaria
seraterrado.De acordo com o diretor admí nistrativo-financeiro da
Comcap,
Irineu
Theiss,
todos os anos aPrefeitura
Municipal
deFlorianópolis
aplica
R$
50 milhões paramanteracidade
limpa.
O custocom o lixo urbanochega
aR$
220 por tonelada
-em um ano, essa
quantia
seaproxima
deR$
32 milhões. Omunicípio
nãotemárealicenciadaparaaterroe omaterial
precisa
ser levado paraBiguaçu
a46quilôme
tros de
distância,
aumentando oscustoscomtransporte.
Quem
financia isso é apopula
ção.
Todosaqueles
que sãoproprie
táriosdeimóveis,
ou até mesmo osque apenas
alugam,
arcam com opagamento do
Imposto
Predial eTerritorial
Urbano(IPTU)
aTaxade Coleta de Resíduos Sólidos(TCRS),
mais conhecida como taxa de
lixo,
queécalculada de acordocom afre
qüência
dacoletanaregião. (I.D)
Juliana Sakae
/
promove
educação ambiental,
certíficação
deprodutos orgânicos
erecicla gem- équem dá
respaldo jurídico
aoprojeto.
AUniversidade Federal deSanta Catarina(UFSC)
entracomo umadasparceiras,
cedendooprofessor
doCentrode Ciências
Agrárias,
Paul RichardMomsen
Miller,
queatuacomoorientador do grupo.
Emdoisanos,o
Grupo
FamiliaCascareciclou
aproximadamente
168 tonela das de resíduoorgânico,
distribuiu 15 toneladas de aduboecoletou10millitros de óleo de fritura. Alémdisso,
realizouum totalde111oficinas desensibilização
am biental destinadasaescolase acomunídade.Em
novembro,
umafaixaemfrente aoParque
Ecológico
doCórrego
Grandecomunicavaoencerramentodas ativida des do
projeto
por falta derecursos.O grupo recolhia resíduos
orgâni
cos e óleo de frituraque eram
depo
sitadospela
comunidadelocalem umpontodeentrega
voluntária,
localizadonoparque do
Córrego
Grande. Emparceria
com aONG CEPAGRO(Centro
de Estudose
Promoção
daAgricultura
deGrupo)
oóleo de frituraeraenviado aosul dailha,
onde utilizavam-ocomo biocombustívelembarcos,
automóveis emáquinas agrícolas adaptados. Já
o lixoorgânico
erarecicladopelos pró
prios
bolsistas doprojeto
em umaáreado parquecedida
pela Fundação
Municipal
do Meio Ambiente(FLORAM).
Através do processo de compostagem(ver
infográfico)
,eratransformadoemadubo
orgânico
-disponibilizado
gra tuitamente àcomunidade.A idéia do
projeto
teve início emjulho
de2005, masfoi quase um anodepois
que elecomeçouaefetivamente funcionar.Emoutubro de2006,
ainicia tivafoipremiada,
como orepresentante deSantaCatarina,no concursonacional "ReciclandoNumaBoa"
promovido
pela Dpaschoal,
empresa deserviços
au-Nofuturo
ParaArmando
Borges,
professor
dodepartamento
deEngenharia
Sanitária eAmbiental da UFSC, acompostagemtem queser uma
solução
futura para oproblema
do lixo urbano- "O lixo sempre teve umaconotação negativa,
só agora que começo a servistocomoalgo
quepode
serreaproveitado
edar dinheiro. Precisamos parardeenterrarcoisa
boa",
diz.Entreasvantagensdo processoestá o
ganho
econômico. Areciclagem
do resíduoorgânico
reduziria em quase 50%aquantidade
de lixo quevaiparaos aterros
sanitários,
diminuindo oscustoscom o
serviço
delimpeza pública
nascidades. Alémdisso,
acompostagem tambéméfonte de renda.Oadubo resultantedoprocessoéricoemnutrientese
pode
servendido paraagricultores.
Semfalar no
ganho
ambiental. O resíduoorgânico
ao serreciclado liberagás
carbônico,
que é21vezes menosagressivo
aomeioambiente doqueogás
metano-liberadonosaterrossanitários.
Voluntáriono
Grupo
Família Casca desde2006,
Maestri lutapela
manutenção
doprojeto
tomotivos. Duranteum anoreceberam
R$5.500,
pormês,
paraaaquisição
demateriais epara manternove
estagiá
rios. Na
época,
eles trabalhavam todos osdias de manhãeàtarde,
reciclandoaproximadamente
15 toneladas de lixoorgânico
por mês.Com ofim da
parceria,
oFamíliaCasca
conseguiu
semanter,com apou pança que haviamfeito,
até marçodesteano.Desdeentão,comapenascinco
voluntários trabalhandonacomposta
gem,ogrupotevequereduziracarga horária paraquatrohorassemanaise
passouareciclarsetetoneladas de resí duospor
mês,
menosdametade doque faziaantes."O nosso
principal objetivo
eraservirdemodelopara quecadabairro tivessesuaárea verdeefizessea
com-postagem",
contaJúlio
Maestri, estudante de
Agronomia
naUFSCeatuanteno
projeto
desde2006.O grupodecidiu por encerrar asatividades,
mas nãodesistir. "Nomomento a nossamaior
preocupação
équeoFamíliaCasca nãoacabe",
complementa.
Desdemaiodesteano, Marina Keí
ko
Nakayama, professora
da área de desenvolvimento humano na UFSC, trabalhacomovoluntárianacaptação
derecursosparaoprojeto.
Nakayama
conta que
já
tentouparcerias
com oBadesc, Eletrosul,
Celesc,
UFSCeCNPQ,
porém,
por enquanto, obteve apenasrespostas
negativas.
Aprofessora
calcula quecom
R$
70 milépossível
colocar emdiaoprojeto
emanterareciclagem
por maisum ano.
A
Associação
Orgânica
-ONG que lana Dias
Calor
A alta atividade dos
microorganismos
libera energia tér
micaatingindo,em
média,65°C
ogáscarbônico liberado é 21vezes menosagressivoà camada deozôniodoqueo
gás metano- liberado nos
aterrossanitários
A G!lmpostagem é uma das formas
mais difundidas de tratamento de lixo
orgânico. É um processo natural de de
composiçãodemateriaisorgânicos- de
origemanimal evegetal
-pela
ação
demicroorganismos.Para que elaocorranão
é necessáriaa
adição
dequalquercomponentequímicooufísico àmassade lixo.
Contémasbactérias
e fungos que irão
transformar o lixo
orgânico em adubo
orgânico
Sãorestosde alimen tos e outros materiais
que degradam rapida
mentenanatureza,tais
como: cascas, folhas,
restos frutos e vege tais,pó de café,ester
co de animais, aparas de gramas,etc Absorvem o excesso deáguaepermitema circulaçãodear Camadas da leira
oprodutofinaldo processoé 100%
orgânicoeé chamadodecomposto
-ma terial ricoemhúmusenutrientesminerais que pode ser utilizado como adubo na
agricultura.
Infográfico: ítalo Mendonçaelana Dias
Destaforma,sãoobtidosdoisganhos
ao mesmo tempo: com a produção do
compostopropriamenteditaeumbenefí
cioindireto que éareduçãodegastosde
transporte e destinaçãodolixo orgânico
Pór
serum processoaeróbico-que necessitáde oxigênio - a leira
precisa serrevirada para permitiraentrada do ar,
controlando,também,atemperatura.
Os-resíduosorgânicossão modoaforneceras
condições adequadaspara queosmicroorganismosdegradem
amatéria. Ao monte de lixosedáo nomede leira.
Depois da fase ativa, a leira fica descansando. Os
microorganismossãosubstituídos porminhocas, lacraias,
formigas,baratinhasdaterra que finalizamoprocesso.
6
IPolítica
Florianópolis,
dezembro de2008Anova
direção
do DCEtevemaiorvotação
noCentroTecnológico (CTC),
com30,2 %,
seguida
por18,8
%noCentro Sócio-Econômico(CSE).
Amenorvotação
foinoColégio
deAplicação,
comapenas7 votos paraachapa 1,
contra 36 paraachapa
2e50paraa3Estudantes
elegem
oposição
no
DeE
A
Boas
Novas
venceu
duas
chapas
com
2545 votos
com
discurso de
aproximação
à realidade
dos alunos
Dosquase20milalunos de
gradua
ção
da Universidade Federal deSanta Ca tarina(UFSC)
edeensinomédio doColégio
deAplicação,
12,7%votaramparaoDiretório Central dos Estudantes
(DCE)
LuísTravassos,
órgão
derepresentação
máxima dos estudantes. A Boas Novas(chapa
1)
foi eleitacom61%dosvotosválidoscontra28%da
chapa
3,Osonho épopular,
e11%daParaalém dosmu ros(chapa
2).
Anopassado
apenasumachapa
seinscreveue duasdisputaram
aseleições
em2006.Aposse da
gestão
2008-2009foi dia 27 denovembro,
umacerimôniasimbólica,
porquea
chapa
aindanãofoihomologada
pelo
Conselho de Entidades deBase(CEB).
-Aprevisão
équeissoocorra naprimeira
semanade dezembro.Omembro daco
missãoeleitoraleestudante de
engenharia
elétricaLuizFernando Lavadojustifica
oatraso:"Acomissãotemapenastrêspesso as, éumnúmero muitoreduzido".A Boas Novasaindanãohavia decididoacompo
sição
da diretoriaedas coordenadoriasaté ofechamento doZERO.O grupo se
elegeu
comochapa
deoposição,
apesar de dois dos seus 27 membros teremparticipado
dagestão
anterior,
Educação
não é mercadoria.A
oposição,
paraeles,
éumacrítica aomovimento estudantil que apenas rei
vindica.
"Hoje
oDCE nãoexiste,porque muitas vezes está distante dequestões
do cotidiano doestudante",
justifica
o membro daBoas NovasFernandoBastos,estudante de direito. "Temos quenospre
ocuparcom ocurrículo doscursos,com a
qualidade
daaula,
com oslivros quea bibliotecaprecisa ter",
diz.A
independência
emrelação
aparti
dospolíticos
éoutrabandeira dogrupo. "Omovimentoestudantil nãopode
serpautado pelos partidos",
afirma GabrielPortela,
estudante deadministração.
Estaidéiafoi defendidaportodas as
chapas
durante acampanha
eleitoral.Asprin
cipais
críticasqueasoutraschapas
fize ramàeleitaforam dequeas suasidéias levariamàdespolitização
dos estudantes eàsubestimação
detemasimportantes
como oReunie as
fundações
deapoio.
A Para além dosmuros
propunha
aosconcorrentesaunidade doDCEantesdas
eleições.
"Achapa
2ainda está tentando umdiálogo
maiorcom agente,alguns
atéforamnaposse. Com a3 estámais
difícil",
comentaPortela.As
funções
do DCE da UFSC estãodefinidas no estatuto que
completa
20anos emdezembro de2008.
Apesar
deopróprio
textopreverasuareformulação
paraabril de1989,atravésde
Congresso
Estudantil,
nãohá nenhumoutro estatu toregistrado
emcartório.Deacordocom odocumento,
odiretório devepromover aunião dosestudantes,
zelar por seus direitoseinteresses,sempreconceitos
oudistinções
políticas
ereligiosas,
lutarpela
melhoriadoensinoeporumaeducação
pública,
gratuita
edemocrática. Tambémsãofinalidadesa
realização
de atividadesculturais,
esportivas,
científicas,
sociaisepolíticas
e ointercâmbiocomentidades domesmogênero.
O DCE
possui
quatroórgãos
de administração:
oCongresso
Estudantil,
a Assembléia Geral(AG),
o Conselho de Entidades de Base(CEB)
e aDiretoria, nessaordemhierárquica.
Este ano, foi definido em CEB que haveráum con gresso estudantil no começo de 2009."Anossa
gestão
pretende
apoiar
e ver comoatuarnessecongresso.Agentenãosabe aindasevaiter
força
suficientepramudaroestatuto,maséumadiscussão
que
pode
serfeita,
porque ele écompleta
mente
defasado",
comentaBastos.AdrianaSeguro
LauraDaudén
Os
aposentados
sindicalizadosvotaramnasede daApufsc
para escolherseusrepresentantes
paraDiretoria,
ConselhoFiscaleCRNova
gestão
da
Apufsc
aposta
no
Conselho
para atrair
participação
Apropostadanovadiretoria daAs
sociação
dosProfessores da Universida de Federal de Santa Catarina(Apufsc)
-Seção
Sindical do Andes é ouvir aopinião
dos docentesetrazê-losparaos debates dacategoria.
Achapa
PelaRenovação
daApufse,
quetomouposseno dia 30 deoutubro,
pretende
agir
através do fortalecimento do Conselho de Representantes
(CR).
Rogério
Portanova,novo
vice-presidente
dainstituição,
acredita queaforça
do atual mandato estaráconcentradanoCR,"ocoração
de uma novaApufsc",
quetraráoxigenação
à
associação
dos docentes. "Serápossível
estendero trabalho paraaproximação
dosprofessores."
Até odia1dedezembro,
apenas 40 dos 57departamentos
daUFSChaviam eleitoseusindicados para oconselho.Osoutros23,além dos três
colégios (Agrícolas
deAraquari
eCamboriúede
Aplicação)
aindanãotinham escolhidosuarepresentação.
Um dia antes da
eleição,
as duaschapas
queestavam concorrendo-a
ganhadora
e aValeraPena-partíci
paramde umdebateno auditório do
Centro Sócio-Econômico
(CSE).
Umdospontosdiscutidosfoi como trazer
os
professores
novamenteparapartici
parem das discussõesedas Assembléias
Gerais,
órgão
máximo dedeliberação
da
seção
sindical. Opúblico
presente,incluindo os membros da mesa, não passou de 50pessoas. Durante asdis
cussões,
Edgar
MatielloJúnior,
da ValeraPena,denunciouos
potencias
limitesda
representatividade
doCR."É
neces sário revalorizar todas as instâncias daApufsc
e criar novas,pois
mesmo oconselhopode
contervíciosdevidoabrigas
internasdosdepartamentos."
O Conselho de
Representantes,
composto por dois membros
-um titulare um
suplente
- de cada DepartamentodeEnsinoeda
Colégio
deAplicação,
foi reativado em outubro de2007,
após
18 anos desativado. Ainstânciaestava
prevista
desdeoRegi
mentoGeral de1980,mas,tanto
pelo
progressivo
distanciamento de cadaprofessor,
quantopelo
seu tamanho(que pode chegar
a 120membros),
gradativamente
seauto-extinguiu.
Uma das
funções
do CR é aliviar asobrecarga
de trabalho que estavaacumulada nas mãos da diretoria.
Especialmente
quanto à tarefa de coordenaraelaboração
donovoregi
mento,aprovado
nofim de setembro desteano. O conselho só fica abaixo das Assembléiasquanto aopoder
de liberativo.No entanto,paraque fun cionedevidamente,
é necessário queos
professores
escolhidoscomorepresentantes
participem
ativamente das atividadespropostaspela
Apufsc.
GiovanaSuzin
Brigas
internas
da diretoria
explicitam
crise
da
instituição
Neste ano,
43%
dos 2.533 sindica lizados votaram durante aseleições,
um número histórico para a associação.
Naeleição
anterior apenas19,8%
dosprofessores
sindicalizadosvotaram.A
chapa
PelaRenovação
daApufsc
venceu com687votos,63,32%
dos docentesqueforamvotar.É
apri
meira vez,desde
1998,
que duas cha pas secandidatam,
resultado de disputasinternase
divergências
duranteomandato da última diretoria.
A
gestão 2006/2008
chegou
aofim emoutubrocomváriosdesfalques
nadiretoria,
devido àsbrigas
queacontecem
publicamente
hácercadeum ano equecolocaramemlados opostoso
presidente reeleito,
Armando de MeloLisboa,
e mais da metade dosantigos diretores,
que se uniramnaoposição pela
ValeraPena. Entre asdivergências apontadas,
estáospia
nosde saúde da Unimed:osdiretoresalegam
quealgumas
decisões foram tomadasunicamente porLisboa,
sem consultar orestante da diretoria e a Assembléia Geral. Além da contratação
deumescritóriode advocaciaparacuidar do caso Unidade deRe
ferência de
Preços
(URP),
também sem aconsulta dosoutrosmembros,
e a
acusação
porparte de Lisboa deque a diretoriaestava
"paralisada".
Osdiretoresdefenderam-se
alegando
que o
presidente
eraausente, o queteria
comprometido
opleno
funcionamento da
instituição.
Procuradopelo
ZERO,
Lisboase recusou afalar sobre asdesavenças, alegando
queo que haviapararesponder já
estavapublicado
nosBoletins daApufsc.
Paulo Rizzo,
ex-presidente
do Andes-SN(Sindicato
Nacional dosDocentes das
Instituições
de EnsinoSuperior), explica
queaquestão
que envolveasdisputas
daApufsc
é maiscomplexa.
A universidadeestaria,
segundo ele, passando
por um pro cessodemudanças,
entreosquais
aexigência pelo
aumento deproduti
vidade dosprofessores,
o que acabapor desumanizá-los e individualiza as lutas. "O que aconteceé a escra
vização
dosprofissionais,
quehoje
estãodescontentes."
Para
Rogério
Portanova, mes mo com asbrigas,
o saldo da últi ma diretoria foipositivo,
pois
"seexplicitou
a crise derepresentação
que faziaosdocentesficaremlonge
das discussões".Parafazercomque eles voltemaparticipar,
os novosdiretores
pretendem
manter a transparência
naprestação
de contas epromover atividades acadêmicas e culturais voltadas para os associa
dos. O intuito évalorizar a
partici
pação
dosprofessores
paraque eles mantenham-se mobilizados permanentemente. "Será uma
espécie
decatequização.
Serelaxar,
eles seafastam",
julga
o recém-eleito representante deAssuntos de
Aposen
tadoria,
Gerônimo Machado.A
Apufsc
haviaestabelecidoopra zode28 de novembroparatodososdepartamentos
ecolégios elegerem
seus indicados ao Conselho de Representantes
(CR). Porém,
ocapítulo
2do TítuloVIIdo
regimento
geral
daassociação permite
aconvocação
deeleição
sempre que houver a neces sidade depreenchimento
de cargos doCR. Nodia10de dezembro haverá novareunião daApufsc
para definir sobre aseleições
nosdepartamentos
que aindanãoelegeram
seusrepresentantes.
(G. S.)
_, '. .