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Zero, 2008, ano 26, n.3, dez.

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(1)

Meio Ambiente

Projeto

Família Casca

encerra

atividades

por falta

de investimentos

::;

c,:, = .cs; C> ::; a:I ii: I­ en is

FLORIANÓPOLIS,

DEZEMBRO

DE 2008

-

CURSO DE

JORNALISMO

ANO

XXVI,

NÚMERO

3

Em

onze

anos, Bacia do Itacorubi

registra

476

embargos

de obras

e

55

demolições

Na

vigência

do atual Plano

Diretor,

área

concentra

irregularidades

mesmo

após

37

mudanças

de zoneamento

A

região

que inclui os bairros da

Trindade,

Cór-

cendoà revelia do

planejamento

urbano,

Empre-

triz que determinaoque

pode

serconstruídoem

rubi,

que

proíbe

essas

grandes construções

até

rego

Grande, ltacorubi,

Sáco Grandee

parte

da endimentoscomo o

shopping Iguatemi

foram cada

área,

A

população

da

região aguarda

um que

seja

finalizado o Plano Diretor

Partcipativo,

Agronômica,

João Paulo e Pantanal vem cres-

possíveis

com

alterações

nozoneamento

-dire- ano

pela

aprovação

do Defeso da Baciado ltaco- páginas8 e9

.'i:

. í f ! I

\

.

it

I.

1_)

;

Empresas

negaram

apoio

à

iniciativa,

que

reciclou

aproximadamente

168 toneladas

de lixo

orgânico

emdoisanos,

página 5

Esporte

Daniela Cucolicchio

Quatro

atletas catarinenses

de Kendo

se

preparam para

campeonato

mundial

(2)

2

[Opinião

Florianópolis,

dezembro de2008

CARTA

AO LEITOR

--O

UNIVERSITÁRIO

e o

Work-experience

Na

temporada passada,

a

estudante

de

Design

Natália

Cardoso foi

assistente

de

garçom

e

recepcionista

em

Aspen.

No

Brasil,

nunca

trabalhou

comisso _

Quase

miluniversitáriosdeFlorianó­

polis

vãopassaresseverão

(para

eles,

inverno) trabalhando

nosEstadosUnidos

-Para

participar

do work

experience

éprecisoter entre18e28anos estar

matriculadona

graduação

ou

pós

eter umnível

intermediário

de

inglês

_As

estações

de

esqui

sãoosdestinos mais

procurados,

especialmente

Aspen,

noCo­

lorado. Tambémsão

populares

osestados

de

Utah,

California, Nevada

(onde

ficaLas

Vegas)

eFlórida

.

-Hotéis,

resorts,

estações

de

esqui,

lojas

e

r�stau�an.tes

oferecemvagas.

funções

disponíveis

como

vendedor,

recepcionista,

garçom,camareirae

operador

deteleférico

_ Osestudantestrabalhamde30

a40 horas

porsemanaerecebem de

US$

6a

US$12

a hora- fora

gorgetas

-Essa nãoéamelhor

opção

para quem quer

aprender inglês.

Como é

procurado

principalmente

por

latino-americanos,

os

participantes

convivem muitocom a

língua

portuguesae

espanhola

_ O custodo

programaéde até3 mil

reais semincluir

passagens,

taxasde

visto,

acomodação

e

gastos

comalimen­

tação

e

transporte

CARTAS

Comentários,

críticas e

sugestões

podem

seren­ viadasparazero@cce.ufsc.br

Gostariade

parabenizar

a

equipe

pelo Jornal,

que

é,

de

longe,

um novoconceitode

jornal-laborató­

rio,que

aprofunda

aspautasedáa

importância

devidaaostextos.DescobrioZeroem2007edesde

entãotenho

acompanhado

otrabalho da

equipe.

FábioFrança,estudantedeJornalismona

Universidadede Taubaté(UNITAU)

Recentemente,conhecio

jornallaboratório

atra­

vés do

Blog

do Zero.Tambémsouestudante deCo­

municação

eachei fascinanteotrabalho realiza­ do

pelos

alunos docursode

jornalismo

daUFSC. Gostaria de

parabenizar

a

equipe

pelo profissio­

nalismocomque

desempenham

suas

funções.

JulianaKarpinski, estudantedeJornalismona

UniversidadeFederaldo Paraná(UFPR)

EDITORIAL

Prevenir

para

remediar

Para

além

dos

quase 550mm

de

chuvas,

a

amplitude

da

catástrofe

está

relacionada

à

falta

de

políticas

públicas

Os dados da enchente que assolou Santa Catarina assustam,mas

pior

que as estatísti­ casésaber que,senão

evitados,

essesnúmeros

poderiam

tersidoao menos

reduzidos,

através deum

planejamento

urbano

responsável.

Alexandre Garcia enfatizou no

jornal

Bom Dia

Brasil,

do dia 03 de

dezembro,

a necessidade de

priorizar

o

profissionalismo

em detrimento do

amadoris-respeitado,

evitao crescimento desordenado das cidades. As

prefeituras

precisam

definir asáreas onde cada

tipo

de

construção

é per­ mitidaeonde nenhuma obra

pode

serreali­ zada. Caso não

seja

respeitado,

deve-se em­

bargar

edemoliras

construções

irregulares.

O que não éaceitávelsão

modificações

na lei em

função

deinteresses

particulares.

Em

23 anosde

existência,

oPD

de

Florianópolis,

porexem­

plo, já

foi alterado

368

ve­ zes. Dianteda ausênciade

um

planejamento

urbano

coerente, não se

pode

cul­

paranatureza.

Santa Catarina

so­ freu com

piores

enchen­

tes nas décadas de 1970 e

1980,

quando

aindanãose atribuía ao

aquecimento

global

a

culpa

por parte das nossas mazelas.

É

in-genuidade,

portanto, atribuira

responsabi­

lidade da catástrofesomenteaosfenômenos

naturais.

está mais do que na hora de fazer do

planejamento

urbanouma

prática,

para além das promessas de

campanha

que

se repetem a cada quatro anos. Em

2009,

começam novos mandatos.

Que

venham novas

práticas,

novas

ações

e menos irres­

ponsabílídade.

Emabril desteano,oZERO

publicou

"As mileuma

funções

do ministériosemminis­

tro",textoda

repórter

Fernanda Friedrich.As

competências

do Ministério

Público,

elucida­ dasnessa

matéria,

não sãoapenas deinteres­

sedo

leitor;

são

especialmente importantes

parao

jornal.

Na

apuração

dareportagem

especial

da

edição

deste

mês,

nossa

equipe

recorreu à

Coordenadoria

Jurídica

doMPFpara confir­

mar odireito deacesso adados

quantitativos

dos

embargos

deobrasna

região

daBaciado Itacorubicontabilizados

pela

Secretaria de UrbanismoeServiçosPúblicos

(SUSP).

As in­

formações,

negadas

de

início,

foram obtidas.

Masse o acessocontinuassesendo

impedido,

o

jornal

acionariaoMinistérioPúblicoEsta­

dual

(ler

maissobreo

episódio

na

página

9).

Foram necessárias28

ligações,

visitas a todososseis

órgãos

envolvidosetrês idasao

gabinete

do secretário.

O ZERO acredita que

perseguir

informa­

ções

deinteressee

garantir

odireito deacesso adocumentos

públicos

édever do

jornalismo.

"As tnile uma

funções

do ministériosemmi­ nistro"fazmais:mostraoscaminhos para que oscidadãos procuremseusdireitos. Reconhe­

cimento

merecido,

amatéria recebeu

primeiro

lugar

da

Região

SulnoPrêmioESMPUde

Jor­

nalismo

Universitário,

destinadoareportagens quetratamda

atuação

do MinistérioPúblico daUnião. Maisumatestado da

qualidade

zela­

da,

turma

após

turma,

pelo jornal

ZERO.

Alexandre Tcheto tem 25 anos e cursaaprimeirafase de

Design naUFSC. Para entrarem contatocom o autor,

escrevapara

tcheto@gmail.com.

ERRATAS

1. OnovoacessodoaeroportoHercílio Luz não foiesco­ lhidocombasenoElA-RIMA,comopublicadonamatéria

"Projeto aprovadodeestradaparaaeroportoprotegereserva

Pirajubaé",

daedição

passada.

A decisão foi tomadaem

reuniãoorganizada

pelo

Ministério Públicoemsetembrocom

oobjetivode obtera

Licença

Ambiental de

Instalação (LAI).

Alémdisso,oElA-RIMA não foi elaboradopelaFatma,mas

pelaempresa

responsável

peloempreendimento.

2.OprofessorCesar Floriano dos Santos fazpartedo corpo

docente do MestradoemUrbanismo,HistóriaeArquiteturadasCi­

dades. Não existe MestradoemGestão de ArtePública,naUFSC.

REDAÇÃO

AdrianaSeguro, Bárbara Dal Fabbro. Celso Rondon Filho, CoraRibeiro, Esther daVeiga, Felipe

Santana, FernandaDutra,GiovanaSUZIn,lanaDias,JulianaSakae,LauraDaudén,LuisaFrey,Manuela Frances­

chini,MarinaForraz,ThayseMadella,ThiagoBora

EDiÇÃO

CapaeOpiniãoCarolina Moura EntrevistaFelipe

Santana CulturaFelipeSantana,JulianaSakae. Rafaela Mattevi Economia ePolítica MarinaVeshagemC&T

e

Educação

Matheus JoffreEspecial Bárbara Dal Fabbro Saúdee EsporteDaniela CucolicchioContracapa

Annelize Conti Imagem Juliana Sakae FOTOGRAFIA Carolina Moura, Daniela Cucolicchio, JulianaSakae,

Laura Daudén, Thiago Bora

EDITORAÇÃO

Adriana Seguro, Bárbara Dal Fabbro, Carolina Moura Daiana

Meller, DanielaCucolicchio,Felipe Santana, Fernanda Dutra, lana Dias. Italo Mendonça, JulianaSakae,Luisa

Frey. MarceloAndreguettl, MarinaVeshagem, Marina Ferraz,Matheus Joffre INFOGRAFIA ItaloMendonça

PROFESSOR-COORDENADOR

tamana

Teixeira DRT-BA 1766

COORDENAÇÃO

GRÁFICA

Lucio

Baggio DRT-SC 01084 JP MONITORIAAmanda BusatoeAnnelize Conti

IMPRESSÃO

GrafinorteCIR­

CULAÇÃO.Nacional

DISTRIBUiÇÃO

GratuitaTIRAGEM 5.000exemplares

...

MelhorPeçaGráficaI, II, III, IV,VeXISet Universitário/PUC-RS(1988,89,90, 91,92e98) MelhorJornal-LaboratórionoIPrêmio Foca Sindicato dos Jornalistas de SC 2000

30 melhorJornal-LaboratóriodoBrasil EXPOCOM 1994

ZERO

,

-_ c.c., '

mo na

política

catarinense.O

jornalista

usou o

exemplo

de

Brusque,

vizinha de

Itajaí

e

Gaspar,

duas das cidadesmais

atingidas,

que,

após

uma en­ chente devastadora em

1984,

solucionou o

problema

cons­ truindo um canal extravasor

paraescoaroexcedente dorio

Itajaí-Mírim,

Apesar

da locali­

zação,

o

município

suportouo

que muitos acreditamtersido um

grande

"desastre natural".

Para além dos quase 550 milímetros de

chuvas que caíram em Santa Catarina no mês de

novembro,

a

amplitude

dacatástrofe estárelacionada diretamenteàfalta de

polí­

ticasde

planejamento

urbano.

É

nesseponto

que entraoPlano Diretor

(PD),

criado para definir regras que

permitam

o desenvolvi­

mentosustentável dos

municípios.

Previsto

pela

Constituição,

o

PD,

quando

CHARGE

ZERO

JORNAL

LABORATÓRIO

ZERO

Ano XXVI- N°3 Dezembro de 2008 Universidade Federal de Santa Catarina

-UFSC Fechamento: 04 de dezembro Curso de Jornalismo -CCE -UFSC- Trindade Florianópolis� CEP 88040-900 Tel. (48)3721 6599/3721-9490 Site www.zero.utsc.br E-mail:zero@cce.ufscbr

(3)

-,+

Fotos: Laura Oaudén

Sônia WeidnerMaluf,

gaúcha,

é bolsista de

produtividade

em

pesquisa

do

CNPq (nível 2).

Fez

doutoradoem

Antropologia

Social

e

Etnologia pela

Escola de Altos

EstudosemCiênciasSociais,na

França,

em 1996

Entrevista

I

3

Florianópolis,

dezembro de2008

Natal

em

todo

tipo

de família

movimento paraadmitirocasamentogay,mas controlar afamília. Nãose admite esse

tipo

de

relação

nafamília.Entãoafamília évistacomo ummodode

reprodução

social: quem vai criar os

filhos, qual

o modelo que vão

seguir

e uma série deoutrascoisas.

É

engraçado

que numa série de

discursos,

tanto

jurídicos

como no

plano

da assistência

social,

do

Estado,

eles utilizamumconceitoque

paraa

Antropologia

é

completamente

inútil: fa­ mília desestruturada. Muitas

situações

sociais,

como

violência,

narcotráfico,

suicídio entre

jovens,

são

explicadas

por esses

órgãos

governamentais e até por

alguns pesquisadores

com a idéia de quesãopessoas que vêm de fa­

mílias desestruturadas.Masoque é

isso?

"Ah,

umafamília quenãotem

a

figura

do

pai",

eles dizem.Bom,

issonão éumafamília desestrutu­

rada,

éumafamíliaquetemoutra

estrutura, centrada na

figura

da

mãe. Eessaestrutura centradana

figura

da mãe não é nova,

pelo

me­ nos emclasses

populares

temosisso

desdeoséculoXIX,XVIII. Então,o

conceito de família estruturada estámuito

ligado

a uma idéia de

família,

comofalei no começo, de um modelo

hegemônico.

Mas não

corresponde

à

prática

socialda

população.

A po­

pulação

não viveummodelo de

família,

elavive

relações

sociaisdasmaisdiversase

possíveis.

família.

Separa-se

conjugalidade

de

família,

impedindo

a

adoção compartilhada.

Um casal de duasmulheres não

pode

fazer umcadastro de

adoção.

Pode até tentar, mas é difícilcon­

seguir

a

guarda

conjunta.

Só em casos muito

pontuais,

noBrasil.

Outras famílias também não reconhecem

formas familiares que

fujam

do

princípio

burguês?

Quando

umafamíliaconvivecomoutrasfa­

mílias ou comindivíduos quevivemessaexpe­

riência há reconhecimento e

formalização

dessas rela­

ções.

Há várias famílias de duas mães com filhos que

convivem e chamam essas

mãesdemães,

cujos

avósre­

conhecem essas mães como

mães. O que se vê naexpe­

riência

social, independente

do

Estado,

de

leis,

dosistema

judiciário,

é que isso é um fato

consumado,

uma reali­ dadedada.

A lei

pode

oficializar ou

não uma coisa, mas não

pode

diluir uma realidade.

Mesmo quenão

reconheça

o

casamentogay,afamília

ho-moafetiva,

a

paternidade

ou maternidade gay, tudoisso existe. Aleinãotem

força

para

impe­

dir aspessoas decontinuaremafazer isso. Há flexibilidadenaforma deafamíliase

organizar

no Brasil que não é reconhecida

pela

lei.Mais

doque pensar emfamíliacomo uma

entidade,

agentetemque pensarempessoasquese rela­

cionamdasmaisdiversas formas.

Podemos pensar família como o núcleo fundamental de

relação

e cuidado no que diz

respeito

a

experiências

quesão quase que fun­ damentais nohumano

-a

experiência

denas­

cimentoemorte.Seumapessoa estáno

hospi­

tal,

emcoma, e

alguém

temque ficarcom

ela,

quemvaiterodireito reconhecido de fazerisso

é afamília

legal.

Agora,

se o

parceiro

vive há 15 anos com esse cara, mas não tem nenhum

documentoque comproveaunião,não vairece­ ber

autorização

para issosemchamarafamília

biológica

do

companheiro.

Então,

situações

vetadas

pelo

não-reconhecimento dessas fa­ mílias que são dramáticas para os

sujeitos.

O

sentido da lei é aparar as pessoas na sua vida

cotidiana,

nas suas

relações,

e o que a lei faz nessashoras é

penalizar.

Umcasalsemfilhos é sóumcasalouéuma família?

Essa é uma

questão.

O que eu

vejo

é um

Quando chorou

na

manjedoura,

Jesus Cristo eternizou

no

imaginário

ocidental

um

modelo

familiar que

se

reproduz

todo 25 de dezembro.

Maria,

José

e

Jesus

é

a

estrutura

legitimada

cultural

e

politicamente.

Para

Sônia

Maluf,

antropóloga

e

professora

do

Departamento

de

Antropologia

da Universidade Federal de Santa

Catarina,

essa

idéia

é

"culturalmente limitada".

Pesquisadora

do

feminismo,

movimento que

questiona

a

hierarquia

sexual,

Maluf acredita que

esta

é

a

questão

dramática

na

estrutura

familiar:

a

família

burguesa

é constituída

em

caráter

hieráquico,

apesar de vivermos

numa

sociedade

supostamente

igualitária.

Em

entrevista

ao

Zero,

Maluf mostra que

nem

toda

família

nasce

onde

cai

uma

estrela. Feliz Natal.

Um

modelo

hegemônico

de

relacionamento

não

corresponde

à

prática

social.

A

população

vive

relações

sociais

das

mais

diversas

possíveis"

Muitos acusam o individualismo de ser o mal

contemporâneo,

inclusivea causacrise

dafamília. Você acha isso está diminuindo com essabusca por novas formas de rela­

cionamento?

A

grande

aposta

do

capitalismo

tardioéno indivíduocomo

grande

consumidore

produtor.

Hoje

proliferam

produtos,

espaços,

situações,

emque oindivíduo não

precisa

se relacionar. Ele

pode

passarumavidainteirasozinho.Isso

éumademandae uma

pressão

do mundo que

a gente vive no sentido do consumo, do fetí­

chismo doconsumo.

Apesar

dissoaspessoas continuambuscando

relações

sociais,mesmonoespaçodeficarsozi­

nho. Nainternet,por

exemplo,

aspessoasvão

procurar

alguém

para conversar,entrarnumeh

at. Ou

seja,

esse espaço que seriasolitárioestá

sendo mudado

pelas

pessoas, elas estão cons­ truindo ali territóriosde sociabilidade.

Entrarem

relação

hoje

é,

de

alguma

manei­ ra,rompercom

aquilo

que asociedade

capita­

lista

pede

dagente.

Fernanda Dutra

ZERO

Zero

-Qual

o

principal propósito

da família?

Maluf

-A idéia que agentetemde família universal

-pai,

mãe e filhos - é uma

idéia culturalmente limitada. Essaé a família nuclear

burguesa pós-século

XIX. O conceitodi­ vergetanto

historicamente,

quantoemdiferen­

tes

sociedades,

quanto em diferentes culturas

dentro danossasociedade.

Afamíliaéumaforma de

organização

social. O mais

importante,

além dos

laços

internos, é a

relação

dessainstituiçãocom asociedademais

ampla

e com asoutrasfamílias.

Elas se

organizam

de duasformas: a

primeira

forma, histórica,

é o estabelecimento de

laços

com outras famílias

-alianças

de casamento,

de

apoio,

de solidariedade. A

segunda forma,

muito

específica

da nossa cultura

moderna,

é a

fabricação

de indivíduos que vão estar num mundo

produtivo.

Essa é a

condição

dramática da família: há umaestrutura

hierárquica

em que as

relações

internasse dãoa

partir

de

papéis

- mãee

pai,

irmão, irmã,

neto,

sobrinho,

tio- mas quetem

a

função

de fabricar indivíduos para uma so­ ciedade que, teoricamente,é

igualitária,

e não

hierárquica.

Hácerta

rigidez

na

tradição

do que é famí­ lia.Em quemomentossomosconfrontados comisso?

Um pressuposto da

Antropologia

é admitir

que exista uma variedade imensa de modelos de família. Mas oque a gentevê nasociedade em que vivemosé que

algumas concepções

do séculoXIX-

aquela

nuclear,

de

pai,

mãeefilhos

- ainda mantêm

uma

hegemonia.

Issoé tanto

culturalquantooficial. Cultural porqueessaéa idéia que aspessoas

têm,

mesmo elas

próprias

vivendo outras estruturas. Oficial porque as

próprias

leise oEstadoacabam

amparando

um modelo

hegemônico

de família.

ComooEstado interferena

conservação

da família tradicional?

Há vários

impedimentos

legais

eformaisque barram o reconhecimentoe ainstítucíonalíza­

ção

deoutras formas defamília. Por

exemplo,

até 1977,

quando

foi

aprovado

o divórcio no

Brasil,

haviauma

restrição:

quem tinha casado até

aquele

momento

legalmente

e se separava

não

poderia

casardenovo.Esseé um

exemplo

de

impedimento

jurídico

que foi derrubadopor

uma

mudança

na

Constituição.

Mashá outros, como onão-reconhecimento do casamento ou dauniãocivilentre

parceiros

domesmo sexo.

Há também um

conjunto

de

dispositivos

criados para

impedir

que,mesmohavendocasa­

(4)

+

4

IEconomia

ousode

agrotóxicos

efertilizantes éa

segunda

causade

contaminação

da

água

no

país,

oque

pode

causar

doenças

como

alergias

e

câncer,

de acordocom

pesquisa

divulgada

pelo

InstitutoBrasileiro de

Geografia

eEstatística

(IBGE),

noiníciode 2005

Florianópolis,

dezembro de2008

Petrobras

e

Weg

são excluídas

do

ISE

o

índice

de

Sustentabilidade

Empresarial,

referência

para

quem

aplica

na

Bolsa,

foi

divulgado

no

fim de

novembro

ABolsa de Valores de São Paulo

(BM&FBovespa) divulgou,

na últi­ ma

terça-feira

de novembro

(25),

a nova carteira do

Índice

de Susten­

tabilidade

Empresarial

(ISE),

que

tem

vigência

no

período

entre IOde dezembro de2008e30 denovembro

de2009.As

principais

alterações

fo­

ram aretiradade

grandes

empresas como a Petrobrase aAracruz, con­ sideradas

tradicionais,

e a inclusão da

prestadora

de

serviços

de tele­ fonia TIM. Dentre as catarinenses, a

Weg,

de

Jaraguá

do

Sul,

não faz

mais parte do

índice, 'enquanto

a

Celescretornou à carteira

depois

de um ano fora. O índice é o referen­ cialmais

importante

doBrasilsobre

responsabilidade

socialeambiental das empresas.

Emnotaà

imprensa,

aPetrobras anunciou que

pediu

aoConselhoDe­ liberativo do ISE uma

justificativa

paraa

não-manutenção

da empresa no índice. Até o fechamento desta

edição

doZERO,não houverespos­

ta do Conselho sobre a

decisão,

e a

assessoriada

BM&FBovespa

serecu­ sa a

divulgar qualquer informação

até que o Boletim de

Desempenho

seja

divulgado

- a

publicação

está

prevista

parameados de dezembro. Movimentos ambientais como o

Greenpeace

atribuíram a exclusão

da

petrolífera

à denúncia de írre­

gularidade

noóleo diesel

produzido

pela

empresa.

Segundo

denúncia

do

movimento,

oteorde enxofredo óleo

produzido pela

Petrobrasesta­

ria acima do

regulamentado pelo

Conselho Nacional doMeio Ambien­

te

(Conama),

mas aempresa

alega

quenão estáferindonenhumaleie que está

seguindo

ocronograma de

redução

de

poluentes.

A

Weg,

que

integrava

a carteira

2007/2008,

não se inscreveu para obter a

certificação

neste ano efoi

automaticamente retirada da lista.

A empresa não

publicou

nenhum

esclarecimento sobre o assunto e apenas

alega,

por

telefone,

não ter

interesse em permanecer no gru­

po. A única

ingressante

catarinense

deste ano foi a

Celesc,

que diz não

ter nenhum critério

específico

que atenha desclassificado doíndice no ano

passado,

emborao

desempenho

geral

abaixo da média tenha

preju­

dicando aempresa na

avaliação

do Conselho do ISE. Paraeste ano não

foram necessárias

mudanças

nos processos e nos

projetos realizados,

apenasum

esforço

maioremorgani­ zar a

documentação

necessáriapara

as áreasdiretamente

ligadas

aoISE, como a

ambiental,

umdos

principais

focos de análisena

avaliação.

SobreoISE

O

Índice

de Sustentabilidade

Empresarial

é um indicador de de­

sempenho,

assim como outros cal­ culados

pela

bolsa de valores. Adi­

ferença

é que só

podem

fazer parte desseíndiceasempresasqueadotam

práticas

consideradas

sustentáveis,

como a

redução

daemissãode gases

poluentes,

minimização dos

impac­

tos ambientais de suas atividades. Criadoem

2005,

é aversão brasilei­ rado

Índice

Dow

Jones

de Sustenta­ bilidade

(DJSI,

em

inglês),

que data

de 1999. Paradeterminar o ISE são

formulados critérios e estabeleci­ dos

parâmetros

de

desempenho,

em

parceria

com institutos e entidades

sociaise ambientais - dentreelas

o

Programa

das

Nações

Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) - além

de

associações

de

profissionais

de

investimento. As

inscrições

para

participar

da

seleção

da carteira são

abertas todos os anos às 150 com­

panhias

detentoras das

ações

mais

negociadas

e com maior valor de mercadona

BM&FBovespa.

O

questionário

de

avaliação

do

ISE visamediracondutada empre­

sa em

relação

a seus

clientes,

forne­

cedores,

colaboradores,

ànaturezae à

sociedade,

no que diz

respeito

ao

cumprimento

das leisea

partícipa­

ção

em

políticas públicas.

O

princi­

pal objetivo

étornarasempresasre­ ferenciaispara quem quer

aplicar

na bolsa com segurança e consciência

ambiental,

além deinduziro merca­ doaboas

práticas

empresariais.

Por

isso,

qualquer

fato

comprovado

que

altere os níveis de sustentabilidade e

responsabilidade

social de uma empresa

pode

resultar em exclusão imediata do

índice,

antesdarevisão

anual de

atualização

da carteira. A entrada no ISE

pode

ser con­ siderada motivo de festa para as

empresas. Na semana em que foi anunciadaa novacarteira, as

ações

da

companhia

TIM

dispararam

mais de 20%. ACelesc

publicou

re­

lease

à

imprensa

comemorando a

conquista

e incluiu um

depoimen­

to do

presidente

da

companhia,

Eduardo Pinho Moreira: "Voltar ao

ISE

significa

quenossas

ações

estão

alinhadascom asmelhores

práticas

naárea dasustentabilidade empre­ sarial". São reflexos de que o indi­ cador é bem visto

pelas

empresas,

agências

de investimento e até por

investidores

individuais,

que

hoje

representam mais de 25% do total

de

capital aplicado, segundo

relató­

rioda

Bovespa publicado

emabril.

DivulgaçãoEPAGRI

Antonio Carlos da

Silva,

pesquisador

da

Epagri

de

Urussanga,

confereabatata

orgânica

comaté25% de matéria seca,10%amaisquea comum

Campanha

em

se

incentiva

produção

e consumo

de alimentos

orgânicos

Há em Santa Catarina duas mil

famílias

produtoras

de

orgânicos

cer­ tificadoscom oselode

qualidade.

São 150miltoneladasde

agroecológicos

por ano, que,

quando

comercializados,

mo­

vimentam

R$

30milhões. O consumo desses

produtos

aumenta 30% a cada ano,

segundo

estimativa do Instituto

Biodinâmico,

umadas

instituições

cer­ tificadoras do Brasil. Os

orgânicos

são

alimentos,

animaisou

vegetais,

obtidos sem a

utilização

de

agrotóxicos

oude hormôniossintéticosque

favoreçam

seu

crescimento. Uma

campanha

irticiada emoutubro de2008 incentiva

agriculto­

rescatarinensesa

plantarem orgânicos

eoferececursopara

aprenderem

acul­ tivá-los.

Porém,

oprocesso de

transição

entreo

plantio

convencionale o

orgâni­

co

pode

durar até três anos,com

possível

queda

de

produtividade

nassafras.

A

campanha

é

organizada pelo

go­ vernodo

estado, pela

Empresa

dePes­

quisa

Agropecuária

eExtensãoRuralde

Santa Catarina

(Epagri)

e

pela

Secreta­ riade Estado de

Agricultura

eDesenvol­

vimentoRural. Paulo

Tagliari,

membro da

coordenação

da

agricultura orgânica

daSecretariada

Agricultura,

dizqueo

setor

precisa

demais incentivosfiscaise de

regulamentação adequada

para des­

pontarcomo

potencial

exportador.

"O

ideal seria que os

produtores

ficassem

isentos de

impostos

como oICMS",diz.

Nofinalde2007,foi

aprovado

o

de-ereto que

regulamenta

a lei nacional

10.831,de 2003. Além de definira

agrí­

cultura

agroecológica

e os

princípios

da

atividade,

a lei dos

orgânicos prevê

a,

criação

de uma comissão nacional ecomissõesestaduais de

produção.

No entanto,ainda existem

questões

do de­

creto a serem

regulamentadas,

como a

atribuição

ao Instituto Nacional de

Metrologia, Normalização

e

Qualidade

Industrial

(Inmetro)

a

acreditação

das certificadoras dos

produtos orgânicos.

Assim,nãohaveriauma

segunda

ava­

liação

dos

produtos quando

eles

chegam

aoexterior."O trânsito de

produtos

para o exteriorseriamenosburocrático e o

produto

brasileiroteria maiscredibilída­

de.", explica

RobertoMattar,dacoorde­

nação

de

Agroecologia,

do Ministério da

Agricultura,

PecuáriaeAbastecimento.

O Brasil

possui

800 mil hectares cultivados.A

Austrália,

maior

produtora

de

orgânicos

do

mundo,

temumaárea

cultivada de 11,3 milhões de hectares.

Deacordocomdados daSecretariade ComércioExterior,deagostode2006até

janeiro

de2007,o Brasil exportou

9,5

miltoneladas de

orgânicos,

volume que

corresponde

a

US$

5,5 milhões. Santa Catarina é o terceiro maior

produtor

nacional,

com crescimento médio de

produção

de 15% ao ano. No

estado,

inclusive na

capital Florianópolis,

os

produtos

mais comuns são as horta­

liças,

pois

são maisfáceis de

produzir.

Não existe nenhum

produtor

decarne

orgânica

certificadoemse.

Comercialização

Nas

prateleiras

dos supermerca­

dos,

ospreçosdos

agroecológicos

ain­

dasão mais caros se

comparados

aos dos alimentos convencionais. Produ­

torescomoMaria

Aparecida

de

Pinho,

que temuma

plantação

nobairro de

Ratones, em

Florianópolis,

vende o

que

planta

com um acréscimo médio de 30% em

relação

aovalor do não

orgânico.

oquetécnicos daáreae

estudiosos aconselhamque

façamos,

porissonasfeiraso aumentoé mais

ou menos esse

também", explica

a

produtora.

Poroutro

lado, Tagliari

ex­

plica

que "os

supermercados

aumen­

tamovalor do

orgânico

muitasvezes

acimade100%doseupreço inicial". Estudos realizados

pela

Faculda­ dedeSaúde Pública da Universidade deSão Pauloe

pela Agência

Paulista de

Tecnologia

dos

Agronegócios,

em

2006,

comprovam que o

orgânico

concentra de 20% a 40% a mais de

nutrientes do que os convencionais. No entanto, o mesmo estudo afirma queasevidências não sãosuficientes

para assumir, de forma

definitiva,

a

superioridade

do alimento

produzido

organicamente.

Cora Ribeiro Celso Rondon Filho

(5)

+

Meio

Ambiente

I

5

A

Associação Orgânica

équemdáo

respaldo

jurídico

ao

projeto

e aUFSCcedeum

professor

doCentro de Ciências

Agrárias

paraorientarogrupo

Florianópolis,

dezembro de2008

Projeto

de

compostagem

do

lixo

fecha

por fana de

recursos

Após

fim do financiamento de

R$5.500

mensais durante

um

ano,

obtido

como

premiação

em

2006,

iniciativa

se

manteve

com

trabalho

voluntário até

novembro

Lixo

de

Florianópolis

é

composto

por

46%

de

resíduo

orgânico

A

Companhia

de Melhoramentos da

Capital (COMCAP),

empresa que cuida da

limpeza

de

Florianópolis,

recolhe,

em

média,

12 mil tonela­ daspormêsde resíduos sólidos.São

cercade400 toneladas pordia que noverãosobem para450 toneladas

chegando

- noiníciode

janeiro

-a

atingir picos

de 700

toneladas/dia.

De acordocomosdados doúlti­ molevantamento de

caracterização

física dos resíduos sólidos- feitoem 2002 em

parceria

da

Comcap

com a UFSC- 46% do total de resíduos

encaminhados ao aterro sanitário

são materiais

orgânicos passíveis

de serem tratados

pelo

processo de

compostagem, e 38% tem

potencial

para ser reciclado

-papel, vidro,

metal e

plástico.

Concluí-se,

então,

que apenas 16% dos resíduosreco­ lhidos

precisaria

seraterrado.

De acordo com o diretor admí­ nistrativo-financeiro da

Comcap,

Irineu

Theiss,

todos os anos aPre­

feitura

Municipal

de

Florianópolis

aplica

R$

50 milhões paramanter

acidade

limpa.

O custocom o lixo urbano

chega

a

R$

220 por tone­

lada

-em um ano, essa

quantia

se

aproxima

de

R$

32 milhões. O

município

nãotemárealicenciada

paraaterroe omaterial

precisa

ser levado para

Biguaçu

a46

quilôme­

tros de

distância,

aumentando os

custoscomtransporte.

Quem

financia isso é a

popula­

ção.

Todos

aqueles

que são

proprie­

táriosde

imóveis,

ou até mesmo os

que apenas

alugam,

arcam com o

pagamento do

Imposto

Predial e

Territorial

Urbano(IPTU)

aTaxade Coleta de Resíduos Sólidos

(TCRS),

mais conhecida como taxa de

lixo,

queécalculada de acordocom afre­

qüência

dacoletana

região. (I.D)

Juliana Sakae

/

promove

educação ambiental,

certífi­

cação

de

produtos orgânicos

erecicla­ gem- é

quem dá

respaldo jurídico

ao

projeto.

AUniversidade Federal deSanta Catarina

(UFSC)

entracomo umadas

parceiras,

cedendoo

professor

doCen­

trode Ciências

Agrárias,

Paul Richard

Momsen

Miller,

queatuacomoorienta­

dor do grupo.

Emdoisanos,o

Grupo

FamiliaCasca

reciclou

aproximadamente

168 tonela­ das de resíduo

orgânico,

distribuiu 15 toneladas de aduboecoletou10millitros de óleo de fritura. Além

disso,

realizouum totalde111oficinas de

sensibilização

am­ biental destinadasaescolase acomuní­

dade.Em

novembro,

umafaixaemfrente ao

Parque

Ecológico

do

Córrego

Grande

comunicavaoencerramentodas ativida­ des do

projeto

por falta derecursos.

O grupo recolhia resíduos

orgâni­

cos e óleo de frituraque eram

depo­

sitados

pela

comunidadelocalem um

pontodeentrega

voluntária,

localiza­

donoparque do

Córrego

Grande. Em

parceria

com aONG CEPAGRO

(Centro

de Estudose

Promoção

da

Agricultura

de

Grupo)

oóleo de frituraeraenviado aosul da

ilha,

onde utilizavam-ocomo biocombustívelem

barcos,

automóveis e

máquinas agrícolas adaptados. Já

o lixo

orgânico

erareciclado

pelos pró­

prios

bolsistas do

projeto

em umaárea

do parquecedida

pela Fundação

Mu­

nicipal

do Meio Ambiente

(FLORAM).

Através do processo de compostagem

(ver

infográfico)

,eratransformadoem

adubo

orgânico

-disponibilizado

gra­ tuitamente àcomunidade.

A idéia do

projeto

teve início em

julho

de2005, masfoi quase um ano

depois

que elecomeçouaefetivamente funcionar.Emoutubro de

2006,

ainicia­ tivafoi

premiada,

como orepresentante deSantaCatarina,no concursonacio­

nal "ReciclandoNumaBoa"

promovido

pela Dpaschoal,

empresa de

serviços

au-Nofuturo

ParaArmando

Borges,

professor

do

departamento

de

Engenharia

Sanitária eAmbiental da UFSC, acompostagem

tem queser uma

solução

futura para o

problema

do lixo urbano- "O lixo sempre teve uma

conotação negativa,

agora que começo a servistocomo

algo

que

pode

ser

reaproveitado

edar dinheiro. Precisamos parardeenterrar

coisa

boa",

diz.

Entreasvantagensdo processoestá o

ganho

econômico. A

reciclagem

do resíduo

orgânico

reduziria em quase 50%a

quantidade

de lixo quevaipara

os aterros

sanitários,

diminuindo os

custoscom o

serviço

de

limpeza pública

nascidades. Além

disso,

acompostagem tambéméfonte de renda.Oadubo resul­

tantedoprocessoéricoemnutrientese

pode

servendido para

agricultores.

Sem

falar no

ganho

ambiental. O resíduo

orgânico

ao serreciclado libera

gás

car­

bônico,

que é21vezes menos

agressivo

aomeioambiente doqueo

gás

metano

-liberadonosaterrossanitários.

Voluntáriono

Grupo

Família Casca desde

2006,

Maestri luta

pela

manutenção

do

projeto

tomotivos. Duranteum anoreceberam

R$5.500,

por

mês,

paraa

aquisição

de

materiais epara manternove

estagiá­

rios. Na

época,

eles trabalhavam todos osdias de manhãeà

tarde,

reciclando

aproximadamente

15 toneladas de lixo

orgânico

por mês.

Com ofim da

parceria,

oFamília

Casca

conseguiu

semanter,com apou­ pança que haviam

feito,

até marçodes­

teano.Desdeentão,comapenascinco

voluntários trabalhandonacomposta­

gem,ogrupotevequereduziracarga horária paraquatrohorassemanaise

passouareciclarsetetoneladas de resí­ duospor

mês,

menosdametade doque faziaantes.

"O nosso

principal objetivo

era

servirdemodelopara quecadabairro tivessesuaárea verdeefizessea

com-postagem",

conta

Júlio

Maestri, estu­

dante de

Agronomia

naUFSCeatuante

no

projeto

desde2006.O grupodecidiu por encerrar as

atividades,

mas não

desistir. "Nomomento a nossamaior

preocupação

équeoFamíliaCasca não

acabe",

complementa.

Desdemaiodesteano, Marina Keí­

ko

Nakayama, professora

da área de desenvolvimento humano na UFSC, trabalhacomovoluntáriana

captação

derecursosparao

projeto.

Nakayama

conta que

tentou

parcerias

com o

Badesc, Eletrosul,

Celesc,

UFSCe

CNPQ,

porém,

por enquanto, obteve apenas

respostas

negativas.

A

professora

calcu­

la quecom

R$

70 milé

possível

colocar emdiao

projeto

emantera

reciclagem

por maisum ano.

A

Associação

Orgânica

-ONG que lana Dias

Calor

A alta atividade dos

microorganismos

libera energia tér­

micaatingindo,em

média,65°C

ogáscarbônico liberado é 21vezes menosagressivoà camada deozôniodoqueo

gás metano- liberado nos

aterrossanitários

A G!lmpostagem é uma das formas

mais difundidas de tratamento de lixo

orgânico. É um processo natural de de­

composiçãodemateriaisorgânicos- de

origemanimal evegetal

-pela

ação

de

microorganismos.Para que elaocorranão

é necessáriaa

adição

dequalquercompo­

nentequímicooufísico àmassade lixo.

Contémasbactérias

e fungos que irão

transformar o lixo

orgânico em adubo

orgânico

Sãorestosde alimen­ tos e outros materiais

que degradam rapida­

mentenanatureza,tais

como: cascas, folhas,

restos frutos e vege­ tais,pó de café,ester­

co de animais, aparas de gramas,etc Absorvem o excesso deáguaepermitema circulaçãodear Camadas da leira

oprodutofinaldo processoé 100%

orgânicoeé chamadodecomposto

-ma­ terial ricoemhúmusenutrientesminerais que pode ser utilizado como adubo na

agricultura.

Infográfico: ítalo Mendonçaelana Dias

Destaforma,sãoobtidosdoisganhos

ao mesmo tempo: com a produção do

compostopropriamenteditaeumbenefí­

cioindireto que éareduçãodegastosde

transporte e destinaçãodolixo orgânico

Pór

serum processoaeróbico

-que necessitáde oxigênio - a leira

precisa serrevirada para permitiraentrada do ar,

controlando,também,atemperatura.

Os-resíduosorgânicossão modoaforneceras

condições adequadaspara queosmicroorganismosdegradem

amatéria. Ao monte de lixosedáo nomede leira.

Depois da fase ativa, a leira fica descansando. Os

microorganismossãosubstituídos porminhocas, lacraias,

formigas,baratinhasdaterra que finalizamoprocesso.

(6)

6

IPolítica

Florianópolis,

dezembro de2008

Anova

direção

do DCEtevemaior

votação

noCentro

Tecnológico (CTC),

com

30,2 %,

seguida

por

18,8

%noCentro Sócio-Econômico

(CSE).

Amenor

votação

foino

Colégio

de

Aplicação,

comapenas7 votos paraa

chapa 1,

contra 36 paraa

chapa

2e50paraa3

Estudantes

elegem

oposição

no

DeE

A

Boas

Novas

venceu

duas

chapas

com

2545 votos

com

discurso de

aproximação

à realidade

dos alunos

Dosquase20milalunos de

gradua­

ção

da Universidade Federal deSanta Ca­ tarina

(UFSC)

edeensinomédio doCo­

légio

de

Aplicação,

12,7%votarampara

oDiretório Central dos Estudantes

(DCE)

Luís

Travassos,

órgão

de

representação

máxima dos estudantes. A Boas Novas

(chapa

1)

foi eleitacom61%dosvotos

válidoscontra28%da

chapa

3,Osonho é

popular,

e11%daParaalém dosmu­ ros

(chapa

2).

Ano

passado

apenasuma

chapa

seinscreveue duas

disputaram

as

eleições

em2006.

Aposse da

gestão

2008-2009foi dia 27 de

novembro,

umacerimônia

simbólica,

porquea

chapa

aindanãofoi

homologada

pelo

Conselho de Entidades deBase

(CEB).

-A

previsão

équeissoocorra na

primeira

semanade dezembro.Omembro daco­

missãoeleitoraleestudante de

engenharia

elétricaLuizFernando Lavado

justifica

o

atraso:"Acomissãotemapenastrêspesso­ as, éumnúmero muitoreduzido".A Boas Novasaindanãohavia decididoacompo­

sição

da diretoriaedas coordenadoriasaté ofechamento doZERO.

O grupo se

elegeu

como

chapa

de

oposição,

apesar de dois dos seus 27 membros terem

participado

da

gestão

anterior,

Educação

não é mercadoria.

A

oposição,

para

eles,

éumacrítica ao

movimento estudantil que apenas rei­

vindica.

"Hoje

oDCE nãoexiste,porque muitas vezes está distante de

questões

do cotidiano do

estudante",

justifica

o membro daBoas NovasFernandoBastos,

estudante de direito. "Temos quenospre­

ocuparcom ocurrículo doscursos,com a

qualidade

da

aula,

com oslivros quea biblioteca

precisa ter",

diz.

A

independência

em

relação

a

parti­

dos

políticos

éoutrabandeira dogrupo. "Omovimentoestudantil não

pode

ser

pautado pelos partidos",

afirma Gabriel

Portela,

estudante de

administração.

Esta

idéiafoi defendidaportodas as

chapas

durante a

campanha

eleitoral.As

prin­

cipais

críticasqueasoutras

chapas

fize­ ramàeleitaforam dequeas suasidéias levariamà

despolitização

dos estudantes eà

subestimação

detemas

importantes

como oReunie as

fundações

de

apoio.

A Para além dosmuros

propunha

aos

concorrentesaunidade doDCEantesdas

eleições.

"A

chapa

2ainda está tentando um

diálogo

maiorcom agente,

alguns

atéforamnaposse. Com a3 estámais

difícil",

comentaPortela.

As

funções

do DCE da UFSC estão

definidas no estatuto que

completa

20

anos emdezembro de2008.

Apesar

deo

próprio

textopreverasua

reformulação

paraabril de1989,atravésde

Congresso

Estudantil,

nãohá nenhumoutro estatu­ to

registrado

emcartório.Deacordocom o

documento,

odiretório devepromover aunião dos

estudantes,

zelar por seus direitoseinteresses,sem

preconceitos

ou

distinções

políticas

e

religiosas,

lutar

pela

melhoriadoensinoeporuma

educação

pública,

gratuita

edemocrática. Também

sãofinalidadesa

realização

de atividades

culturais,

esportivas,

científicas,

sociaise

políticas

e ointercâmbiocomentidades domesmo

gênero.

O DCE

possui

quatro

órgãos

de ad­

ministração:

o

Congresso

Estudantil,

a Assembléia Geral

(AG),

o Conselho de Entidades de Base

(CEB)

e aDiretoria, nessaordem

hierárquica.

Este ano, foi definido em CEB que haveráum con­ gresso estudantil no começo de 2009.

"Anossa

gestão

pretende

apoiar

e ver comoatuarnessecongresso.Agentenão

sabe aindasevaiter

força

suficientepra

mudaroestatuto,maséumadiscussão

que

pode

ser

feita,

porque ele é

completa­

mente

defasado",

comentaBastos.

AdrianaSeguro

LauraDaudén

Os

aposentados

sindicalizadosvotaramnasede da

Apufsc

para escolherseus

representantes

para

Diretoria,

ConselhoFiscaleCR

Nova

gestão

da

Apufsc

aposta

no

Conselho

para atrair

participação

Apropostadanovadiretoria daAs­

sociação

dosProfessores da Universida­ de Federal de Santa Catarina

(Apufsc)

-Seção

Sindical do Andes é ouvir a

opinião

dos docentesetrazê-losparaos debates da

categoria.

A

chapa

PelaRe­

novação

da

Apufse,

quetomouposseno dia 30 de

outubro,

pretende

agir

através do fortalecimento do Conselho de Re­

presentantes

(CR).

Rogério

Portanova,

novo

vice-presidente

da

instituição,

acredita quea

força

do atual mandato estaráconcentradanoCR,"o

coração

de uma nova

Apufsc",

quetrará

oxigenação

à

associação

dos docentes. "Será

possível

estendero trabalho para

aproximação

dos

professores."

Até odia1dedezem­

bro,

apenas 40 dos 57

departamentos

da

UFSChaviam eleitoseusindicados para oconselho.Osoutros23,além dos três

colégios (Agrícolas

de

Araquari

eCam­

boriúede

Aplicação)

aindanãotinham escolhidosua

representação.

Um dia antes da

eleição,

as duas

chapas

queestavam concorrendo

-a

ganhadora

e aValeraPena

-partíci­

paramde umdebateno auditório do

Centro Sócio-Econômico

(CSE).

Um

dospontosdiscutidosfoi como trazer

os

professores

novamentepara

partici­

parem das discussõesedas Assembléias

Gerais,

órgão

máximo de

deliberação

da

seção

sindical. O

público

presente,

incluindo os membros da mesa, não passou de 50pessoas. Durante asdis­

cussões,

Edgar

Matiello

Júnior,

da Valer

aPena,denunciouos

potencias

limites

da

representatividade

doCR.

neces­ sário revalorizar todas as instâncias da

Apufsc

e criar novas,

pois

mesmo oconselho

pode

contervíciosdevidoa

brigas

internasdos

departamentos."

O Conselho de

Representantes,

composto por dois membros

-um titulare um

suplente

- de cada De­

partamentodeEnsinoeda

Colégio

de

Aplicação,

foi reativado em outubro de

2007,

após

18 anos desativado. A

instânciaestava

prevista

desdeo

Regi­

mentoGeral de1980,mas,tanto

pelo

progressivo

distanciamento de cada

professor,

quanto

pelo

seu tamanho

(que pode chegar

a 120

membros),

gradativamente

se

auto-extinguiu.

Uma das

funções

do CR é aliviar a

sobrecarga

de trabalho que estava

acumulada nas mãos da diretoria.

Especialmente

quanto à tarefa de coordenara

elaboração

donovo

regi­

mento,

aprovado

nofim de setembro desteano. O conselho só fica abaixo das Assembléiasquanto ao

poder

de­ liberativo.No entanto,paraque fun­ cione

devidamente,

é necessário que

os

professores

escolhidoscomorepre­

sentantes

participem

ativamente das atividadespropostas

pela

Apufsc.

GiovanaSuzin

Brigas

internas

da diretoria

explicitam

crise

da

instituição

Neste ano,

43%

dos 2.533 sindica­ lizados votaram durante as

eleições,

um número histórico para a asso­

ciação.

Na

eleição

anterior apenas

19,8%

dos

professores

sindicalizados

votaram.A

chapa

Pela

Renovação

da

Apufsc

venceu com687votos,

63,32%

dos docentesqueforamvotar.

É

a

pri­

meira vez,desde

1998,

que duas cha­ pas se

candidatam,

resultado de dis­

putasinternase

divergências

durante

omandato da última diretoria.

A

gestão 2006/2008

chegou

aofim emoutubrocomvários

desfalques

na

diretoria,

devido às

brigas

queacon­

tecem

publicamente

hácercadeum ano equecolocaramemlados opos­

toso

presidente reeleito,

Armando de Melo

Lisboa,

e mais da metade dos

antigos diretores,

que se uniramna

oposição pela

ValeraPena. Entre as

divergências apontadas,

estáos

pia­

nosde saúde da Unimed:osdiretores

alegam

que

algumas

decisões foram tomadasunicamente por

Lisboa,

sem consultar orestante da diretoria e a Assembléia Geral. Além da contra­

tação

deumescritóriode advocacia

paracuidar do caso Unidade deRe­

ferência de

Preços

(URP),

também sem aconsulta dosoutros

membros,

e a

acusação

porparte de Lisboa de

que a diretoriaestava

"paralisada".

Osdiretoresdefenderam-se

alegando

que o

presidente

eraausente, o que

teria

comprometido

o

pleno

funcio­

namento da

instituição.

Procurado

pelo

ZERO,

Lisboase recusou afalar sobre as

desavenças, alegando

queo que haviapara

responder já

estava

publicado

nosBoletins da

Apufsc.

Paulo Rizzo,

ex-presidente

do Andes-SN

(Sindicato

Nacional dos

Docentes das

Instituições

de Ensino

Superior), explica

quea

questão

que envolveas

disputas

da

Apufsc

é mais

complexa.

A universidade

estaria,

segundo ele, passando

por um pro­ cessode

mudanças,

entreos

quais

a

exigência pelo

aumento de

produti­

vidade dos

professores,

o que acaba

por desumanizá-los e individualiza as lutas. "O que aconteceé a escra­

vização

dos

profissionais,

que

hoje

estãodescontentes."

Para

Rogério

Portanova, mes­ mo com as

brigas,

o saldo da últi­ ma diretoria foi

positivo,

pois

"se

explicitou

a crise de

representação

que faziaosdocentesficarem

longe

das discussões".Parafazercomque eles voltema

participar,

os novosdi­

retores

pretendem

manter a trans­

parência

na

prestação

de contas e

promover atividades acadêmicas e culturais voltadas para os associa­

dos. O intuito évalorizar a

partici­

pação

dos

professores

paraque eles mantenham-se mobilizados per­

manentemente. "Será uma

espécie

de

catequização.

Se

relaxar,

eles se

afastam",

julga

o recém-eleito re­

presentante deAssuntos de

Aposen­

tadoria,

Gerônimo Machado.

A

Apufsc

haviaestabelecidoopra­ zode28 de novembroparatodosos

departamentos

e

colégios elegerem

seus indicados ao Conselho de Re­

presentantes

(CR). Porém,

o

capítulo

2do TítuloVIIdo

regimento

geral

da

associação permite

a

convocação

de

eleição

sempre que houver a neces­ sidade de

preenchimento

de cargos doCR. Nodia10de dezembro haverá novareunião da

Apufsc

para definir sobre as

eleições

nos

departamentos

que aindanão

elegeram

seusrepre­

sentantes.

(G. S.)

_, '. .

ZERO·

Referências

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