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APOSTILADEREPRESENTAÇÃODOPROJETOARQ.-DEFINIÇÕESINICIAIS

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Academic year: 2021

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TÓPICOS DE REPRESENTAÇÃO: ORGANIZAÇÃO 

DAS PRANCHAS DE DESENHO (E DOS 

DESENHOS NAS PRANCHAS) 

Texto e Ilustrações: Prof. Frederico Flósculo Pinheiro Barreto  Colaboração:   Estudante de Arquitetura e Urbanismo Victor Silvério Correia  Estudante de Arquitetura e Urbanismo Diogo de Souza Carvalho       1. APRESENTAÇÃO  As presentes notas de aula complementam o Plano de Curso disciplina Projeto  Arquitetônico de Grandes Vãos (quarto semestre), obrigatória no currículo do Curso de 

Graduação  em  Arquitetura  e  Urbanismo  da  Universidade  de  Brasília.  Alguns  dos  aspectos  exigidos  na  avaliação  do  Anteprojeto  de  Arquitetura  (Terceira  Unidade  de  Ensino)  são  discutidos  aqui,  com  o  objetivo  de  sanar  as  dúvidas  mais  comuns  dos  estudantes  sob  minha  orientação.  Neste  caso,  as  dúvidas  mais  comuns  sobre  o  formato de pranchas e a organização dos desenhos – e seus significados básicos. 

É  necessário  salientar  que  são  co‐autores  destas  notas  de  aula  os  estudantes  Victor Silvério Correia (ingresso em 2006) e Diogo de Souza Carvalho (também ingresso  em 2006). 

 

2. DEFINIÇÕES E ASPECTOS DIMENSIONAIS DAS PRANCHAS 

As pranchas técnicas de arquitetura são tanto as folhas de papel que recebem  os  desenhos  dos  arquitetos  propriamente  ditas,  quanto  os  formatos  exigidos  para  a 

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“prancha”, nos faz sentir como velhos artesãos, como veneráveis gravuristas (ou pelo  menos nos fazia sentir, num passado em que se desenhava TUDO à mão).  Há várias séries dimensionais oficiais, estabelecidas em tratados internacionais,  como a série “A”, que adotamos.  A0 = 841 X 1189  A1 = 594 X 841  A2 = 420 X 594  A3 = 297 X 420  A4 = 210 X 297  A5 = 148 X 210  A6 = 105 X 148    2.1 BORDAS OU CERCADURAS, E CARIMBOS  Para o trabalho nos formatos maiores que o A4, temos uma regra básica sobre  a preparação das pranchas: todas elas devem possuir bordas ou cercaduras, e ter no  seu canto inferior direito uma área para a identificação dos desenhos, do projeto, do  cliente, do arquiteto, assim como dos demais técnicos e profissionais que trabalharam  nos desenhos, nas decisões técnicas que estão incorporadas no projeto. Esse é o canto  do  “carimbo”,  pois  se  assume  que  uma  prancha  será  guardada  em  arquivos  que  possuem o  tamanho A4. A cercadura possui marcas de dobragem, obrigatoriamente.  Quando  corretamente  dobrada,  a  prancha  técnica  impressa  ou  desenhada,  fica  reduzida ao tamanho A4, e expõe adequadamente o carimbo. Isso faz com que cada  prancha  possa  ser  guardada  ao  lado  de  outras  de  forma  fácil,  padronizada,  conveniente – pelo menos é melhor que guardá‐las em rolos, que devem ser abertos  completamente,  para  que  se  saiba  o  que  contêm  (o  que  era  o  caso  dos  originais  de  desenhos sobre papel vegetal ou similar). 

   

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2.2 A ARTE DE DOBRAR PAPEL – OU O TOSCO ORIGAMI DAS PRANCHAS 

Essa  é  uma  conversa  cada  vez  mais  “datada”,  antiga  e  algo  obsoleta,  mas  enquanto houver a necessidade de termos arquivos “em papel” de nossos projetos e  documentos, vale a pena insistir nela. 

Até  a  década  de  1990,  desenhava‐se  em  papéis  transparentes  (como  o  manteiga  e  o  vegetal),  que  permitiam  a  cópia  por  heliografia  –  assim  como  cópias  manuais,  por  transparência,  colocando‐se  uma  folha  virgem  e  transparente  sobre  o  desenho original, e desenhando‐se “por cima”.  

Esses  papéis  recebem  bem  o  grafite  e  a  tinta  naquim.  Esses  papéis  não  eram  dobrados.  Caso  fossem,  vincos  permanentes  e  prejudiciais  à  qualidade  das  cópias  se  formariam. Dobramos somente sua cópias. O mesmo se aplica aos desenhos impressos  ou  plotados  (impressos  em  máquinas  adequadas  a  grandes  formatos,  plotters).  Portanto, somente as cópias de desenhos feitos originalmente em pranchas físicas de  papel vegetal são armazenadas dobradas.  

Já as impressões das pranchas virtuais desenvolvidas através de programas CAD  são  armazenadas  em  meios  eletrônicos  diversos,  e  podem  ser  examinadas  nos  monitores dos computadores, em projeções “multi‐mídia”, etc. Suas cópias impressas,  contudo, obedecem às veneráveis regras de dobragem e armazenamento do tempo do  “vegetal‐com‐nanquim”. 

 

2.3 O CÚMULO DO ARCAÍSMO: AS MARCAS DAS DOBRAS 

Mostrar  como  essas  cópias  devem  ser  dobradas  parece  ser  o  cúmulo  do  arcaísmo,  mas  há,  nesse  honorável  conhecimento,  um  inesperado  benefício  para  a  atual geração de projestistas‐CAD: as marcas de dobragem podem: 

a) auxiliar os projetistas a escolher o formato de prancha mais adequado  a determinadas apresentações; 

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carim bo carim bo carim bo orel ha (per fura r ou enc ader nar)

7

7

7

4

4

4

3

3

3

2

2

2

1

1

1

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5

5

6

6

6

210x297 210x297 210x297 210x297 210x297 210x297 210x297 210x297 210x297 210x297 210x247 69 210x247 210x247 210x247 210x247 ,5 x 2 4 7 69 ,5 x 2 4 7 69 ,5x 2 9 7 69 ,5x 2 9 7 69 ,5x 2 9 7 69 ,5x 2 9 7 carimbo 25 x 297 o re lh a (p e rf u ra r o u en c a de rn a r) c e rc a d u ra (1 0 m m ) c e rc a d u ra (1 0 m m ) marcas de dobragem

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2.4 ENTENDENDO OS CARIMBOS 

O  simples  fato  de  que  a  maioria  dos  alunos  que  concluem  o  nosso  curso  de  graduação  tem  uma  sincera  antipatia  pelos  arcaicos  “carimbos  de  prefeitura”,  e  não  conseguem ver pranchas dobradas como o produto de seu trabalho de representação  do projeto, já indica o quanto boa parte desses cursos se afasta da realidade da prática  profissional. Ou como esses carimbos são mesmo muito feios. 

Quando se desenvolve uma prancha do “formato antigo” (série A, apresentada  acima)  no  computador,  o  aluno  não  desenha  “na  prancha”,  mas  usa  um  retângulo  virtual  com  essas  dimensões  para  acomodar  desenhos  que  ele/ela  desenvolvem  totalmente  no  espaço  virtual  do  CAD.  Assim,  as  pranchas  são  lamentáveis  “contingências”,  que  mais  aborrecem  que  reconhecem  as  novas  possibilidades  dos  programas CAD.  As tecnologias CAD são muito mais avançadas, no momento, que as tecnologias  de apresentação de projetos para os clientes e para outros arquitetos, assim como são  muito mais avançadas que os atuais procedimentos de execução de obras.  Aliás, que os procedimentos de regularização das obras junto às prefeituras e  outros órgãos fiscalizadores de determinadas obras civis. 

É  aí  que  entram  os  carimbos:  eles  são  o  campo  de  identificação  geral  e  de  aplicação  da  processualística  de  exame,  eventual  aprovação,  e  regularização  do  projeto, para a subseqüente autorização da obra – até chegarmos à regularização das  atividades que devem ocorrer na edificação que projetamos.    2.5 INFORMAÇÕES DE UM BOM CARIMBO  Um bom carimbo em prancha de projeto de arquitetura deve conter:  a) a identificação da obra (“Pavilhão de Arquiteturas”)  b) o caráter do projeto (“Projeto de Arquitetura”) 

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e) o  responsável  pela  execução  da  obra  (um  profissional,  um  grupo  de  profissionais, um escritório encarregado); 

f) a data da confecção da prancha; 

g) o  conteúdo  da  prancha  (“Planta  do  Térreo”...  “Fachadas”...  “Mapa  de  Esquadrias A21 a A31... etc) e a gama de escalas utilizadas; 

h) a identificação das pranchas na seqüência de pranchas, geral ou categórica;  i) campos  para  as  assinaturas  de  autoridades  públicas  (arquitetos  e  engenheiros analistas, da Prefeitura, do Corpo de Bombeiros, do Conselho Profissional  que  tem  atribuições  associadas  às  responsabilidades  técnicas  dos  projetos,  e,  eventualmente,  de  órgãos  responsáveis  por  aspectos  específicos  de  sua  aprovação,  como órgãos ambientais, órgãos diplomáticos, órgãos de segurança biológica, química,  físico‐radiotativa, etc.). 

Além  disso,  há  carimbos  que  são  minuciosos  quanto  à  previsão  de  campos  para: 

j) os desenhistas que executaram cada desenho presente na prancha; 

k) os  arquitetos  e  engenheiros  responsáveis  por  cada  aprovação  (no  âmbito  do  escritório  encarregado)  pela  prancha  e  por  desenhos  individuais  –  os  desenhos,  como  dissemos,  e  repetiremos  incansavelmente,  são  ordens,  instruções  de  execução  de uma parte de uma edificação); 

l) o  status  da  prancha  (se  é  uma  prancha  inicial,  de  revisão,  de  “enésima”  revisão, se totalmente aprovada, se reprovada no todo ou em parte, etc.) 

ATENÇÃO:  O  FATO  DE  AS  ESCALAS  ESTAREM  INDICADAS  NO  CARIMBO,  ASSIM  COMO  OS  TÍTULOS DOS DESENHOS, NÃO EXIME O PROJETISTA DA IDENTIFICAÇÃO DE CADA DESENHO,  E  DE  APOSIÇÃO  DA  RESPECTIVA  ESCALA!  NÃO  COLOQUE  ESCALA  GRÁFICA  OU  O  NORTE 

DENTRO DO CARIMBO!!! VEJA ADIANTE A REGRA DE IDENTIFICAÇÃO DE CADA DESENHO. 

 

2.6  EXEMPLO  DE  CARIMBO  EXIGIDO  PELO  GOVERNO  DO  DISTRITO  FEDERAL  (A4) 

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Ass. autor

Ass. Responsavel Tecnico

Ass. proprietario (NOME POR EXTENSO)

(NÚMERO DO CREA) (NÚMERO DO CREA)

Área od té rreo (co m as va ran das): 21 5, 84 m2 Á re a d o terren o: 4 46, 00 m2 Área do té rreo (se m as va ran das):123 ,9 0 m2

SELO DA Uso:

CBMDF

PROJETO ARQUITETÔNICO

ÁREAS

NOME COMPLETO DO PROFISSIONAL E SEU NÚMERO DO CREA INFORME DE MODO FIDEDIGNO E AUXILIE A FISCALIZAÇÃO

TÍTULO DA OBRA OU EMPREENDIMENTO

Endereco: DE AP Resp. Tecnico: Autor do Projeto: Proprietario: Adm. reg./protocolo CREA

INFORME DE MODO FIDEDIGNO E AUXILIE A FISCALIZAÇÃO

NOME COMPLETO DO PROFISSIONAL E SEU NÚMERO DO CREA

(8)

 

175

37

40

60

60

55

ESPAÇO RESERVADO AOS CARIMBOS DA ADMINISTRAÇÃO REGIONAL ESPAÇO RESERVADO AOS CARIMBOS DA ADMINISTRAÇÃO REGIONAL ESPAÇO RESERVADO AOS CARIMBOS DA ADMINISTRAÇÃO REGIONAL

ESPAÇO RESERVADO À NUMERAÇÃO

(PROTOCOLO S.D.C.A. - S.A.T. - etc.

Ve

rs

ão

at

ua

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Ca

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b

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P

ro

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u

ra (

2

0

0

9

)

SETOR ENDEREÇO PROPRIETÁRIO PROPRIETÁRIO AUTOR DO PROJETO AUTOR DO PROJETO RESPONSÁVEL TÉCNICO RESPONSÁVEL TÉCNICO

70

70

70

105

115

105

30

30

35

115 115 115 115 115

287

8

15

15

15

15

8

8

8

8

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2.7 CARIMBOS LIVRES – OU NÃO TÃO LIVRES ASSIM 

Nos ateliês  de ensino de projeto, é fundamental o uso de  carimbos “oficiais”,  impostos pelo órgão de aprovação de projetos de arquitetura, nas pranchas da etapa  de  apresentação  mais  técnica  –  geralmente  a  Segunda  Unidade  de  Ensino,  nos  respectivos Planos de Curso. 

Contudo, nas apresentações finais, feitas a Bancas Examinadoras formadas por  membros  externos  à  Academia  (arquitetos  do  “mercado”,  usuários,  autoridades  interessadas, etc.), os carimbos ou as formas de identificação de pranchas e ilustrações  são livres, podem ser propostos numa grande diversidade de formatos. 

Contudo sempre é necessário que haja, no mínimo, referência a:  ‐ Universidade de Brasília; 

‐ Faculdade de Arquitetura e Urbanismo; 

‐  Departamento  de  Projeto,  Expressão  e  Representação  em  Arquitetura  e  Urbanismo; 

‐  Denominação  da  Disciplina  (Introdução  ao  Trabalho  Final  de  Graduação;  Trabalho Final de Graduação; Projeto Arquitetônico de Grandes Vãos, etc.); 

‐ Nome e Matrícula do Estudante; 

‐  Nome  do  Professor  Responsável  pelo  Atelier  de  ensino;  Nome  do  Professor  Orientador; Nome(s) de Colaborador(es) – Ver o Modelo de Ficha Técnica vigente nas  disciplinas de Trabalho Final de Graduação, criado para a colocação de colaboradores,  como consultores nas áreas de paisagismo, cálculo estrutural, especificações, maquete  eletrônica, etc.;  ‐ Data de entrega do trabalho;  ‐ Tema ou Título do trabalho; 

‐  Número  ou  código  de  identificação  da  prancha  (outras  codificações  são  possíveis em trabalhos profissionais, como em pranchas de revisão, de autorização de 

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conteúdo  de  cada  uma  das  pranchas  de  um  determinado  projeto.  O  projeto  de  um  hospital  de  porte  médio,  por  exemplo,  pode  apresentar  centenas  de  pranchas  de  arquitetura,  boa  parte  das  quais  contendo  detalhamentos.  Como  encontrar  um  determinado detalhe sem se ter um organizado índice do conteúdo de cada prancha  de  arquitetura?  O  mesmo  se  aplica  aos  projetos  complementares  (estruturas,  instalações hidráulicas, sanitárias, elétricas de baixa tensão, elétricas de alta tensão, de  combate  a  incêndio,  pára‐raios,  telefônicas,  lógicas,  de  gases  hospitalares,  de 

Os estudantes de TFG (Trabalho Final de Graduação) propõem uma grande e criativa variedade de carimbos, que personalizam seus trabalhos, lhes dão um charme que, eventualmente, reforça a expressão de seus projetos. Contudo, a exuberância pode comprometer a leitura do próprio projeto, tornando confusa a organização das pranchas. A sua fácil, imediata e correta identificação deve ser priorizada, tratando-se o carimbo como “parte do projeto”, ou da imagem visual que é exposta ao público e à banca.

CARIMBO

1/10

CARIMBO

2/10

CARIMBO

3/10

CARIMBO

4/10 caldeiras, de câmeras de vigilância, mecânicas, etc.).   

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2.8 AS FONTES DOS CARIMBOS 

Vamos  voltar  a  um  ponto  filosoficamente  fundamental  sobre  os  nobres  carimbos  das  pranchas  técnicas  –  e  das  pranchas  não‐tão‐técnicas‐assim  –  em  arquitetura e urbanismo: os carimbos são “a chave” de identificação de cada parte em  que  foi  dividida  e  consumada  a  representação  do  projeto.  Assim,  não  subestime  os  carimbos, e organize sua informação de maneira fidedigna, consistente – e útil. 

Uma  recomendação  que  é  útil  para  todos  os  cadistas  iniciantes  é  utilizar  as  fontes do carimbo como ESTANTE de fontes: como o lugar onde todas – ou a maioria –  das formatações de fontes são repetidamente retiradas. Se o seu “primeiro carimbo”  tiver  3  formatações  de  fontes  (tamanho,  tipo,  estilo),  essa  variedade  será  suficiente  para  todas  as  situações  de  texto  nos  projetos  de  arquitetura  –  pelo  menos  os  acadêmicos.  Tire  (copie)  diretamente  do  seu  carimbo  todas  as  formações  de  fontes,  para  facilitar  o  seu  trabalho.  O  resultado,  na  plotagem,  passa  a  ser  TOTALMENTE  previsível, a não ser que a formação do programa de plotagem altere seu trabalho. 

Intervalos de Tamanhos para Fontes (Alfabetos) 

3,00mm a 5,00mm  Cotas, Códigos de Especificações, Códigos  de  Bancadas  e  Mobiliários,  Índices,  Valores  de  Níveis,  Valores  de  Curvas  de  Nível, Valores em Escalas Gráficas. 

5,00mm a 10mm (1,00cm)  Designações  de  Ambientes,  Indicação  de  Escalas nos Títulos dos Desenhos 

1,00cm a 2,00cm  Título  dos  Desenhos,  Número  dos  Desenhos,  Letras  Identificadoras  dos  Planos de Corte, Letras Identificadoras de  Eixos  de  Coordenação  Modular,  “N”  do  Norte, Número da Prancha. 

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3. ORGANIZAÇÃO DOS DESENHOS 

Preliminarmente,  devemos  chamar  a  atenção  dos  estudantes  para  um  tópico  ainda mais básico, da (a) elaboração de desenhos, e de (b) sua formatação em arquivos  eletrônicos. Não vamos nos referir, nestas Notas de Aula, de forma direta, a nenhum  desses  dois  aspectos.  Seja  a  maneira  peculiar  como  o  desenhista  técnico  usa  os  conhecimentos  da  geometria  projetiva,  seja  a  forma  como  o  “cadista”  opera  as  camadas  (layers)  de  desenho,  e  os  objetos  de  desenho  (blocos,  referências,  etc.),  as  exigências  de  representação  não  são,  majoritariamente,  contraditórias  com  essas  regras  “paralelas”.  Mais  adiante,  algumas  contradições  entre  as  regras  de  geometria  projetiva  e  as  conveniências  do  desenho  técnico  em  arquitetura  serão  evidenciados,  assim  como  evidenciaremos  algumas  contradições  entre  as  operações  comuns  aos  “cadistas” e as boas técnicas da representação “tradicional”. 

A  questão  colocada  pela  organização  dos  desenhos  se  inicia  com  o  princípio  enunciado acima: “não deixe espaços em branco”... “use bem o espaço gráfico de sua  prancha”.  

Essa conduta tem pelo menos 3 argumentos que a fundamentam: 

a) CUSTOS:  A  prancha  tem  custos.  Imprimir  uma  prancha  mal  organizada, com espaços em branco, significa jogar algum dinheiro fora. Uma prancha  assim não vale todo o preço de sua impressão; 

b) ACESSO  ÀS  INFORMAÇÕES:  A  prancha  deve  ser  uma  forma  eficiente  de  organizar  informação.  Pranchar  mal  organizadas  provavelmente  criarão  situações  de  difícil  resgate  das  informações  necessárias  –  “onde  estão  esses  determinados  detalhes  ?”...  “em  que  prancha  ficou  aquela  seção  esquemática  ?”  ‐;  deve‐se  pensar  nos outros profissionais que irão manipular as pranchas, seja no computador, seja no  canteiro de obras, e que precisam ter acesso rápido a muitas informações de uma só  vez; 

c) ESTÉTICA: afinal, as pranchas de desenho são a forma mais tradicional  de  expressão  profissional,  são  o  meio  pelo  qual  o  arquiteto  se  comunica.  Os 

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profissionais buscam expressar‐se de forma proficiente através de todos os meios que  dispuserem ao seu alcance. São pessoas organizadas, e se esforçam por mostrar isso a  apresentação de seus documentos. Estudantes que se esforçam por mostrar esse nível  de organização causam excelente impressão nos seus avaliadores.    3.1. USE BEM TODO O ESPAÇO GRÁFICO DA PRANCHA  Um problema da atual geração de projetistas em CAD é que parece haver uma  consistente falta de noção quanto ao uso do espaço gráfico das pranchas. A verdade é  que,  quando  você  é  obrigado  a  desenhar  à  mão,  facilmente  se  percebe  que  todo  o  espaço gráfico de uma prancha pode ser habilmente utilizado. Um desenhista manual  não desperdiça espaço gráfico, não produz os ENORMES ESPAÇOS EM BRANCO, que,  ao  contrário,  caracterizam  as  pranchas  desenvolvidas  pelos  projetistas‐cadistas,  iniciantes, da atualidade. 

Uma  curiosidade:  os  desenhistas  manuais  evitavam,  sempre  que  podiam,  que  seus desenhos “se atravessassem” sobre as linhas‐guia de dobragem. As linhas‐guia de  dobragem os auxiliavam a organizar leiautes de pranchas em que cada desenho podia  ficar  numa  das  “quadrículas”  (numeradas  de  1  a  7  na  figura  1),  de  modo  que  não  seriam  vincados  ou  facilmente  rasgados,  tendo  sua  leitura  dificultada  –  pois  essas  cópias  são  intensamente  manipuladas  nos  canteiros  de  obras,  abertas,  dobradas,  guardadas e retiradas, e são freqüentemente danificadas nos vincos das dobras.  

Mas  esses  leiautes  são  de  difícil  obediência,  em  todos  os  casos.  Prevalece  o  princípio  de  ordenamento  e  ocupação  otimizada  da  prancha,  em  que  se  evita  que 

qualquer  quadrícula  da  prancha  ficasse  em  branco,  não‐utilizada.  Essa  nobre  arte  de 

bem distribuir e bem ocupar uma prancha de desenho de arquitetura parece fácil de  esquecer – e ainda mais fácil de recuperar, mas devemos insistir, e muito, nela. 

(14)

     

Paginação do espaço gráfico:

Clareza, organização.

“Cercadura” em cada desenho:

Confusão, deselegância...

(Respeitadas as eventuais exceções!)

NA DÚVIDA, EVITEM AS

“CERCADURAS”.

(15)

 

 

3.2.  NUMERAÇÃO  DOS DESENHOS  

Todos  os  desenhos  técnicos  inseridos  em  pranchas  (ou  mesmo  em  apenas  uma  prancha)  devem  ser  numerados.  Recomenda‐ se  que  a  numeração  dos  desenhos  em  uma  prancha  seja  restrita  a  essa  prancha,  não  se  fazendo  uma  mesma,  única,  seqüência  numérica  desde o primeiro‐desenho‐da‐ primeira‐prancha  até...  o 

último‐desenho‐da‐última‐ prancha.  Caso  um  desenho  tenha  que  ser  inserido  no  meio  dessa  seqüência,  ela  deverá  ser  refeita.  As  pranchas  são  numeradas  em  seus carimbos, e a numeração  de cada desenho é associada à série das pranchas.  

Área total de construção ( sem as varandas) : 212 ,50 m2 Área total de construção: 299,44 m2 Área do p av. sup.: 83,60 m2 Área do t érr eo ( com as varandas): 215,84 m2 Á rea do terreno: 446 ,00 m2 Área do t érr eo ( sem as varandas):123,90 m2 DIA / MÊS / AN O Conteudo: Data: SELO DA EMPRESA

Uso: NOM E DO AU TO R OU PRE POSTO Visto: Desenho:NOM E DO D ESEN HISTA FORMATO "NÚM ERO DE SÉRIE" /"TOTAL "PR ANCHA

CBMDF

PROJET O AR QUITET ÔNICO ÁREAS Ass. autor Ass. Responsavel Tecnico Ass. proprietario NOME COMPLETO DO PROFISSIONAL E SEU NÚMERO DO CREA INFORME DE MODO FIDEDIGNO E AUXILIE A FISCALIZAÇÃO TÍTULO DA OBRA OU EMPREENDIMENTO Endereco: DEAP Resp. Tecnico: Autor do Projeto: Proprietario: Adm. reg./protocolo (NOME P OR EX TENSO) CREA (NÚMERO DO CREA) (NÚMERO DO CREA) INFORME DE MODO FIDEDIGNO E AUXILIE A FISCALIZAÇÃO NOME COMPLETO DO PROFISSIONAL E SEU NÚMERO DO CREA

CAMPO P ARA LE GENDA S NUM ER AÇ ÃO CR ES C EN TE NUME RAÇÃ O CRES CENT E CRESCENTE NUMERAÇÃO MENOR NÚMERO NÚMERO MAIOR

Área total de construção ( sem as varandas) : 212 ,50 m2 Área total de construção: 299,44 m2 Área do p av. sup.: 83,60 m2 Área do t érr eo ( com as varandas): 215,84 m2 Á rea do terreno: 446 ,00 m2 Área do t érr eo ( sem as varandas):123,90 m2 DIA / MÊS / AN O Conteudo: Data: SELO DA EMPRESA

Uso: NOM E DO AU TO R OU PRE POSTO Visto: Desenho:NOM E DO D ESEN HISTA FORMATO "NÚM ERO DE SÉRIE" /"TOTAL "PR ANCHA

CBMDF

PROJET O AR QUITET ÔNICO ÁREAS Ass. autor Ass. Responsavel Tecnico Ass. proprietario NOME COMPLETO DO PROFISSIONAL E SEU NÚMERO DO CREA INFORME DE MODO FIDEDIGNO E AUXILIE A FISCALIZAÇÃO TÍTULO DA OBRA OU EMPREENDIMENTO Endereco: DEAP Resp. Tecnico: Autor do Projeto: Proprietario: Adm. reg./protocolo (NOME P OR EX TENSO) CREA (NÚMERO DO CREA) (NÚMERO DO CREA) INFORME DE MODO FIDEDIGNO E AUXILIE A FISCALIZAÇÃO NOME COMPLETO DO PROFISSIONAL E SEU NÚMERO DO CREA

CAMPO P A RA LEGE NDA S NUM ER AÇ ÃO CR ES C EN TE NU MER AÇÃ O CRESC EN TE CRESCENTE NUMERAÇÃO MENOR NÚMERO NÚMERO MAIOR Cada escritório de arquitetura possui uma solução para a identificação de seus  desenhos,  de  sua  produção.  Imaginem  como  seria  difícil  a  recuperação  de  um 

(16)

No desenho abaixo, exemplifica‐se um erro cometido comumente: uma planta  de  DOIS  edifícios  adjacentes,  que  o  projetista  desenhou  como  se  fossem  desenhos  independentes.  Como  o  projetista  colocou  (no  quadro  superior)  o  título  de  cada  desenho  (“Desenho  1”  e  “Desenho  2”)  realmente  pode‐se  entender  que  os  dois  desenhos são independentes. Na versão original, havia apenas um título (“Desenho 1”)  aplicado ao edifício maior, e o edifício menor estava “solto”: sem a menor indicação de  sua proximidade do edifício maior... e sem uma identificação apropriada. 

No  quadro  inferior,  os  dois  edifícios  sã “relacionados”:  basta  uma  simples  linha  de  cota  para  esclarecer  que  se  trata  da  representação  de  edifícios  adjacentes,  nesse  caso!  Com  a  eliminação  da  ambigüidade  (“TRATAM‐SE  DE  DESENHOS  INDEPENDENTES  OU  DE  DESENHOS  INTERDEPENDEN‐ TES?), um único título é aplicado.  A  singela  linha  de  cota  “contextualizou”  a  repre‐ sentação. Muitos outros recursos  podem  ser  usados  para  fazer  a  mesma  coisa  –  e  reforçar  uma  correta  compreensão  da  representação  (como  calçadas,  caminhos,  curvas  de  nível,  projeções  de  cobertura  comum,  etc.).  DESENHO 2 2 ARQ ESC: 1/100 DESENHO 1 1 ARQ ESC: 1/100 DESENHO 1

COTA NECESSÁRIA E... CONTEXTUALIZADORA! 6,00

1

ARQ ESC: 1/100

(17)

Um único projeto pode ser uma verdadeira “enciclopédia” da construção civil: como resgatar todas as informações desejadas?

Desenho Numerados Prancha Numerada (Séries Únicas, “Endereço Único”)

Recomenda-se que a numeração de cada desenho seja restrita à respectiva prancha, e não ao conjunto de pranchas. Nesse último caso, quando nume-ramos todos os desenhos numa mesma seqüência numérica, qualquer mo-dificação em desenho situado ao longo da “corrente” implicará na modifica-ção dos números dos desenhos subseqüentes. Quando a seqüência numéri-ca é restrita à respectiva prancha,reiniciando-se na prancha seguinte, a identificação do desenho deve ser feita com uma dupla referência: (a) o seu número na sua prancha e (b) o número de sua respectiva prancha. Por exem-plo: Desenho 5, Prancha 5 (...); Diversos escritórios adotam sistema de identi-ficação muito mais elaborados e eficientes que esse, útil para as nossas modestas finalidades de ensino. Mas as etapas de projeto, a data de sua conclusão, em especial, são cruciais num bom sistema de códigos de identificação dos desenhos.

PRANCHA 1 PRANCHA 2 PRANCHA N

(...)

Os sistemas de arquivo dos escritórios de arquitetura ou dos centros de

Informações do Desenho

Número do Desenho Fase do Projeto(Estudos Preliminares,

Anteprojeto, Projeto Executivo, “As Built”) Número da Revisão Responsável pela Revisão Desenhos Aprovados Certificações Legais Recibos e Comprovações Memoriais Estudos e Artigos Fotografias Maquetes Acervo Iconográfico Informações da Prancha Número da Prancha Informações do Projeto Número do Projeto

Informações dos Projetos Complementares Número do Projeto Completo

(18)

3.3 TÍTULOS DOS DESENHOS 

Área tot al de construção (sem as var andas) : 212, 50 m2 Área tot al de construção: 299,44 m2 Área do pav. sup.: 83, 60 m2 Área od térr eo (com as var andas) : 215, 84 m2 Á r ea do t er reno: 446, 00 m2 Área do térr eo (sem as var andas) :123,90 m2

CAMP

O

P

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A L

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A

S

A dm . r eg ./p r ot o co lo A ut or do Pr oj et o : TÍ TU LO D A OB R A OU E MP R EE N D IME N TO SELO DA EMPRESA D EA P Re sp . Te cn ic o: En de r ec o: Pr o pr ie t ar io :

NOME DO AUTOR OU PREPOSTO P R OJ ET O A RQ UI T E T Ô NI CO

NOME DO DESENH ISTA D ese nh o: Uso: DIA / MÊ S / A NO D ata : Conteudo: Vi sto: CBMD F

FOR MA TO " N Ú MER O D E S É RI E "/"TOT AL"PRANC HA ÁREAS NOM E COM P LE T O DO P RO F IS S ION A L E S E U NÚME R O DO CRE A NOM E COM P LE T O DO P RO F IS S ION A L E S E U NÚME R O DO CRE A

(NOM E P OR E X T E NS O) A ss. p ro p ri et a ri o A ss. Re sp on sav el Te c nic o A ss. a utor CRE A (NÚ MER O DO CR EA ) (NÚ MER O DO CR EA ) INF ORM E D E M ODO F I DE DIGN O E A U X IL IE A F IS CA L IZA Ç ÃO INF ORM E D E M ODO F I DE DIGN O E A U X IL IE A F IS CA L IZA Ç ÃO

PLANTA BAIXA OU PLANTA PRIMEIRO PLANTA SEGUNDO PLANTA ENÉSIMO CORTE AA CORTE BB CORTE CC CORTE "NN" FACHADA NORTE FACHADA SUL FACHADA LESTE FACHADA OESTE ANDAR OU ANDAR OU ANDAR OU PLANTA DO ANDAR TÉRREO, OU PRIMEIRO PAVIMENTO SEGUNDO PAV. TERCEIRO PAV. PAVIMENTO N+1

USE A NOMENCLATURA TÉCNICA UTIL IZ E A NOME NCL A TURA DO P LA NO DIRE T OR URB ANO

 

Todos  os  desenhos  numa  prancha  técnica  devem  obrigatoriamente  ter  seus  respectivos  títulos.  O  título  é  colocado  abaixo  do  desenho,  e  centralizado  (ou  outra  posição  sistemática,  consistentemente  adotada)  com  relação  ao  respectivo  desenho,  sobre  linha  que  deve  seguir  por  toda  a  extensão  do  nome.  Caso  o  desenhista  adote  outro posicionamento, é forçoso que seja consistente e sistemático com “sua” regra,  sempre em benefício da compreensão do seu trabalho. 

(19)

VISTA DA COBERTURA

ESC.: 1/100

20

ARQ

 

Essa  ilustração  expõe  os  elementos  do  título  a  ser  adotado  nos  desenho.  Observe  a  abreviatura  ARQ  na  metade  inferior  do  círculo,  abaixo  do  número  do  desenho propriamente dito. Essa abreviatura diz respeito à temática técnica da série  de pranchas: Arquitetura, Estruturas, etc.  

Assim,  outras  abreviaturas  devem  ser  usadas  aqui,  quando  o  projeto  é  de  Estruturas  (EST),  de  Instalações  Hidráulicas  (HID),  Sanitárias  (SAN),  Elétricas  (ELE),  Telefonia  (TEL),  Lógica  (LOG), entre outras.  

Observe  ainda  a  indicação  de  escala  numérica,  na  forma  fracionária  com  rra  (1/1 )  embor também  pudéssemos  indicar  na  forma  numérica  com o sinal de divisão (1:100). 

ba 00 a 

Na  ilustração  ao  lado,  uma  série  de  títulos  comuns  em  desenhos  técnicos  de  arquitetura  da  edificação  –  cujos  conteúdos  serão  discutidos  adiante.  Desde  já  a  primeira  observação  quanto  ao  uso  da  palavra  PLANTA,  tão  importante  para  a  arquitetura  da  edificação,  e  tão  mal  utilizada.  Por  exemplo,  na  expressão  “Planta  de  Implantação”  (dói  no  ouvido?)  temos  um  “clássico”  do  tema:  use  apenas  o  termo  IMPLANTAÇÃO.  SITUAÇÃO ESC.: 1/100 20 ARQ PLANTA DE SITUAÇÃO ESC.: 1/100 20 ARQ LOCAÇÃO ESC.: 1/100 20 ARQ PLANTA DE LOCAÇÃO ESC.: 1/100 20 ARQ IMPLANTAÇÃO ESC.: 1/100 20 ARQ PLANTA DE IMPLANTAÇÃO ESC.: 1/100 20 ARQ

?

(20)

3.4. O QUE SIGNIFICAM OS TÍTULOS DOS DESENHOS 

Os  títulos  dos  desenhos  provém  de  respeitáveis  tradições  técnicas,  vindas  da  prática  profissional  dos  projetistas  e  da  geometria  projetiva.  Como  veremos,  há  diferenças  cruciais  entre  o  que  chamamos  de  FACHADAS,  ELEVAÇÕES  e  VISTAS.  Há  diferenças  entre  PLANTAS  e  VISTAS  que,  espantosamente,  profissionais  experimentados não acertam. Há  diferenças entre CORTES, SEÇÕES  e  ELEVAÇÕES  que,  igualmente,  geram inaceitáveis incorreções. 

FACHADAS  pertencem  à  ampla  família  das  VISTAS,  e  podem ser definidas como “vistas  paralelas  aos  planos  externos  definidores da edificação”. 

ELEVAÇÕES  são  mais  genéricas que as FACHADAS, mas  também  pertencem  à  ampla  família  das  VISTAS,  e  podem  ser  definidas  como  “vistas  [da  edificação] cujo plano projetivo é  perpendicular  ao  solo”,  sem  a  exigência  do  paralelismo;  ERRONEAMENTE,  há  projetistas  que  denominam  seções  de  edificações  como  “elevações”;  A  NBR 6492 define elevações como  “representações  gráficas  de  planos inte

A

Representação: plano paralelo ao das “faces”

da edificação (por isso a denominação de FACHADAS) Edificação, no caso, tão “regular”

que pode ser representada por um paralelepípedo, com 4 “fachadas”, um “piso” e um “teto”. B C D a d c A FACH ADA ANTE RIOR FACH ADA ANTE RIOR FA CH ADA LA T. ESQ. FA CHAD A L AT. DI R. C D a d c rnos ou elementos das edificações” – péssima definição. 

(21)

VISTAS  são  as  representações  da edificação (ou  de  qualquer  objeto  físico)  em  planos projetivos circunjacentes. Em especial, destacam‐se as 6 vistas proporcionadas  por  um  “cubo”  que  envolve  o  objeto:  ANTERIOR,  POSTERIOR,  LATERAL  DIREITA,  LATERAL ESQUERDA, SUPERIOR e INFERIOR. 

 

A VISTA DE COBERTURA é uma denominação que damos à VISTA SUPERIOR de  uma edificação, pois sobre as edificações ficam, em geral, as suas coberturas. Muitos e  muitos  projetistas  denominam  essa  VISTA  de  “PLANTA”,  de  forma  incorreta.  Uma  VISTA nunca corta o objeto. Uma PLANTA de Edificação sempre a corta, segundo plano  horizontal, paralelo aos seus pavimentos ou pisos interiores.   

VISTA da Cobertura

Fachada Posterior Fachada Lateral Esquerda

A VISTA da Cobertura das edificações é... Uma VISTA! Nela apresentamos as projeções dos telhados e calhas, indicamos as declividades e elementos de instalações a serem previstos (antenas, pára-raios, placas foto-vol-taicas), sempre em VISTA. Contudo, quando temos um denominado COBERTURA, a coisa é dife-rente: nesse pavimento (eventualmente com piscinas, pavimento Fachada Lateral Direita Fachada Anterior

Em  resumo:  é  incorreto  denominar  a  VISTA  DE  COBERTURA  como  PLANTA  DE  COBERTURA. Além disso, na VISTA  DE  COBERTURA,  mostram‐se  elementos  exteriores  visíveis,  como os planos do telhamento, as  calhas, etc. Nada é cortado. 

 

Pior que chamar a vista da 

cobertura  de  “planta  da 

cobertura”  é  chamar  de  “planta  baixa da cobertura”. 

(22)

 

As VISTAS são a categoria mais ampla de representações projetivas ortogonais, em que os planos de projeção podem assumir uma infinidade de posições tangentes a uma super-fície esférica. Na verdade, uma edificação pode ser “multi-representada”, literalmente, com o uso das elementares fer-ramentas da geometria projetiva. Edifícios de grande comple-xidade morfológica podem ser integralmente representados com o uso da manipulação hábil dos planos projetivos.

As ELEVAÇÕES podem ser descritas a partir de planos projetivos que são tangentes a uma superfície cilíndrica, no centro da qual está o objeto / edificação. Assim, as FACHADAS são “um caso especial” da geometria das ele-vações. As elevações, por sua vez, são uma categoria especial da geometria das VISTAS, que podem ser des-critas a partir de planos projetivos que são tangentes a uma superfície esférica.

(23)

   

Vistas

Elevações

Fachadas

Há uma hierarquia nas representações fundamentais que usamos no desenho técnico em arquitetura da edi-ficação: as Vistas são a categoria mais ampla; as Eleva-ções são um caso especial, que permitem várias repre-sentações de edificações multi-facetadas - mas de “fa-cetas verticais, sobretudo; as Fachadas, como a pala-vra sugere, são faces, um caso especial das Elevações, com planos projetivos verticais, orientados pela Gra-vidade.                         A PLANTA DA EDIFICAÇÃO, quase nunca é “Baixa”. Planta Baixa, só há UMA: a  do TÉRREO. Essa é uma denominação que tem raízes nas antigas tradições históricas  da prática da arquitetura. Nossa língua portuguesa adotou uma expressão que vem do  espanhol  planta  baja.  Todas  as  línguas  cultas  –  com  cultura  prática  da  arquitetura  –  possuem  expressões  específicas  para  denominar  a  importante  planta    do  chão,  a  importante  planta  de  acesso  à  edificação,  a  importante  planta  do  térreo.  A  ibérica  PLANTA BAJA é a “nossa” expressão histórica, aportuguesada como PLANTA BAIXA. Em  inglês, groundfloor; em alemão1: Grundrisse (der); plan du rez‐de‐chaussé, em francês,  etc. 

Portanto:  se  você  denominar  uma  certa  planta  de  baixa,  esteja  certo  de  que  está  a  representar  o  TÉRREO  do  edifício,  e  não  qualquer  outro  pavimento.  Não  há 

(24)

sentido  em  se  falar  na  planta  baixa  do  pavimento  superior...  planta  baixa  do 

pavimento‐tipo... planta baixa do subsolo... 

Em  vez  disso,  escreva:  Planta  do  Pavimento  Superior...  Planta  do  Pavimento‐ Tipo... Planta do Subsolo, etc. 

Como  dissemos  anteriormente,  o  erra  mais  crasso  –  e  muito  comum  –  é  denominar a VISTA DE COBERTURA como planta baixa da cobertura. Isso é o cúmulo  da ignorância. A tradicional e obrigatória VISTA DA COBERTURA NEM É PLANTA NEM É  “BAIXA”. 

Outro  erro  é  atribuir  o  adjetivo  “baixa”  à  altura  do  plano  de  corte.  Total  confusão: a origem dessa adjetivação NÃO é a altura do plano de corte, mas o caráter  do acesso direto ao edifício. Lembrem‐se da expressão de origem, PLANTA BAJA. Em  nenhum caso os arquitetos espanhóis usam planta baja para designar qualquer outro  desenho  que  não  seja  o  do  pavimento  de  acesso  à  edificação.  Todas  as  plantas  dos  demais  pavimentos  são  denominados,  em  espanhol,  como  plantas,  identicamente  à  denominação portuguesa2! Na dúvida, a simplicidade: PLANTA, apenas. 

PLANTA BAIXA

ESC.: 1/100

20

ARQ

PLANTA BAIXA DO PRIMEIRO PAVIMENTO

ESC.: 1/100 20 ARQ

ERRADO!

2  Segundo a NBR 6492, “Planta de Edificação” é: Vista superior do plano secante horizontal, localizado a, 

aproximadamente,  1,50  m  do  piso  em  referência.  A  altura  desse  plano  pode  ser  variável  para  cada  projeto  de  maneira  a  representar  todos  os  elementos  considerados  necessários.  Nota:  As  plantas  de  edificação podem ser do térreo, subsolo, jirau, andar‐tipo, sótão, cobertura, entre outros. 

Uma  virtude  da  NBR  6492  é  a  de  que  não  usa  a  expressão  PLANTA  BAIXA,  mas  somente  a  expressão  PLANTA  DA  EDIFICAÇÃO.  Mas  deve‐se  criticar  a  definição  acima,  de  planta  como  vista.  Uma  melhor  definição deve ser a de planta como projeção feita a partir de plano de corte ou secante, horizontal. A  altura desse plano de corte horizontal é, como sabemos, variável: podemos ter plantas feitas a partir de  planos  tangentes  ao  teto  ou  forro,  etc.  A  altura  sugerida  pela  NBR  6492  (1,50  m)  pode  gerar  dúvidas  desnecessárias:  melhor  seria  dizer  altura  mediana  em  relação  ao  pé‐direito  da  edificação  ou 

compartimento. 

(25)

     

VISTA DA COBERTURA

ESC.: 1/100 20 ARQ

PLANTA BAIXA DA COBERTURA

ESC.: 1/100 20 ARQ

ERRADO

SU

PER

!

PLANTA DA COBERTURA

ESC.: 1/100 20 ARQ

ERRADO!

A VISTA DA COBERTURA  NÃO PODE SER CHAMADA  DE “PLANTA DA  COBERTURA”                        Quando se referir a qualquer outro pavimento, escreva: PLANTA DO PRIMEIRO  PAVIMENTO, PLANTA DO PAVIMENTO SUPERIOR, PLANTA DO SEGUNDO PAVIMENTO,  PLANTA  DO  ENÉSIMO  PAVIMENTO,  PLANTA  DO  PRIMEIRO  ANDAR,  PLANTA  DO  SEGUNDO  ANDAR,  PLANTA  DO  ENÉSIMO  ANDAR.  Nenhuma  dessas  denominações  comporta a palavra BAIXA. 

Quando a edificação tem uma cobertura que é um pavimento utilizado, assim  como um ÁTICO, ÁGUA‐FURTADA ou SÓTÃO, temos uma PLANTA DO ÁTICO, PLANTA  DA  ÁGUA‐FURTADA,  PLANTA  DO  SÓTÃO  ou  mesmo,  agora  de  forma  legítima,  pois  é  um corte que utiliza plano horizontal no qual se projeta o espaço interior, PLANTA DA  COBERTURA, como um pavimento utilizado pelas pessoas (com seus eventuais salões  de festa... saunas... piscinas, etc.). 

Outra  importante  seqüência  de  denominações  diz  respeito  à  PLANTA  DE  SITUAÇÃO, à PLANTA DE LOCAÇÃO e à IMPLANTAÇÃO deve ser discutida. 

(26)

São  desenhos  que  não  possuem  planos  projetivos  rigorosos,  embora  todos  sejam  formas  de  projeções  sobre  planos  horizontais.  Suas  alturas  e  precisão  de  informações  podem  variar  enormemente,  a  depender  das  exigências  quanto  a  um  mínimo de informações necessárias, em cada caso. 

A  PLANTA  DE  SITUAÇÃO3  informa  oficialmente  a  localização  da  futura  edificação. Essa informação tem efeitos legais e efeitos práticos. O efeito legal é que  deve informar sem ambigüidade a localização do lote – ou da gleba rural ou urbana ‐,  dos  lotes  vizinhos,  de  modo  a  estabelecer  claramente  os  limites  da  propriedade  que  será modificada com a construção de uma edificação. Construir edificações é um ato  civil  de  enorme  responsabilidade,  e  a  correção  desse  ato  deve  ser  assegurada  em  todos  os  aspectos  exigidos  pela  lei,  como  a  posse  da  terra,  a  regularidade  do  loteamento  ou  empreendimento,  as  licenças  ambientais  cabíveis,  entre  outros.  Uma  planta de situação bem informada coloca a Prefeitura e os demais órgãos responsáveis  pela  aprovação  do  projeto  e  pelo  licenciamento  da  atividade  de  construção  em  condições de examinar a solicitação feita pelo proprietário com o auxílio do arquiteto,  sem engano. 

A  PLANTA  DE  SITUAÇÃO  tem  um  importante  efeito  prático:  orienta  fornecedores, visitantes, fiscais, etc., a chegar ao local da obra, desde uma via central,  ou  via  ou  logradouro  de  importância  para  o  acesso  e  localização  do  lote.  Não  são  poucos os exemplos de projetos cujas “plantas de situação” são tão mal feitas que não  se conseguia sequer chegar ao lote, a partir das informações que oferecia. 

A PLANTA DE SITUAÇÃO geralmente é feita em uma pequena escala, inferior a  1:100  (lembre‐se  que  as  escalas  são  representadas  através  de  frações,  e  a  relação  entre  seu  numerador  e  seu  denominador  indicam  se  é  relativamente  “superior”  ou  “inferior” a outra escala). As informações acerca da edificação propriamente dita são  3 A NBR 6492 define “Planta de situação” como: Planta que compreende o partido arquitetônico como  um todo, em seus múltiplos aspectos. Pode conter informações específicas em função do tipo e porte do  programa, assim como para a finalidade a que se destina. Nota: Para aprovação em órgãos oficiais, esta  planta deve conter informações completas sobre localização do terreno.   

(27)

muito simples. Em geral não há cotas das edificações em uma PLANTA DE SITUAÇÃO, a  não  ser  que  sirvam  como  referência  para  SITUAR  o  lote.  As  medidas  do  lote  são  cotadas na PLANTA DE SITUAÇÃO, assim como na PLANTA DE LOCAÇÃO e na PLANTA  DO TÉRREO ou PLANTA BAIXA. 

A  PLANTA  DE  LOCAÇÃO4,  por  outro  lado,  não  tem  o  caráter  marcadamente  “indicativo” das PLANTAS DE SITUAÇÃO. É uma planta técnica, que assegura a correta  transição entre o projeto de arquitetura e os projetos complementares. Em especial, o  projeto de cálculo estrutural deve receber as informações exatas acerca da localização  de  cada  pilar  e  demais  elementos  portantes,  com  relação  aos  afastamentos  da  edificação dos limites dos lotes vizinhos. O projeto de cálculo estrutural é feito a partir  de laudo da resistência do solo em uma série de profundidades, a partir de sondagens,  cuja localização relativa à edificação é importante para o cálculo das fundações. 

A PLANTA DE LOCAÇÃO, ao definir claramente as distâncias entre os elementos  estruturais e portantes, e outros elementos do conjunto da edificação (piscinas, caixas‐ d’água  subterrâneas  ou  elevadas  em  isolamento,  vãos  em  subsolo,  contenções,  arrimos, taludes, cercamentos, aflorações rochosas, erosões, etc) contém informações  essenciais  para  o  exame  do  projeto  pela  Prefeitura  (que  examina  os  afastamentos  obrigatórios, a taxa de ocupação, o índice de aproveitamento, as cotas de soleira, as  declividades  aplicadas  aos  caminhos  e  acessos,  entre  outras  informações)  e  pelas  instâncias de licenciamento ambiental, quando for o caso. 

A  PLANTA  DE  LOCAÇÃO  deve  ser  desenhada  em  escala  compatível  com  a  descrição  da  edificação  no  interior  do  lote.  Uma  aproximação  pode  ser  dada,  grosseiramente:  para  edificações  com  área  de  projeção  até  6.000  metros  quadrados  (que  caibam  num  quadrado  de  aproximadamente  80  x  80  metros)  podemos  ter 

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  A  NBR  6492  define  “Planta  de  locação”  como:  Planta  que  compreende  o  projeto  como  um  todo, 

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locações na escala de 1:100. Para edificações com área de projeção até 1.500 metros  quadrados (que caibam num quadrado de aproximadamente 40 x 40 metros) podemos  ter locações na escala de 1:50. Como veremos, boas plantas de locação dependem de  pré‐dimensionamentos  dos  espaços  e  dos  elementos  estruturais,  que  possuam  exatidão. 

A PLANTA DE LOCAÇÃO deve conter as cotas de todos os elementos estruturais  e de vedação que chegam ao piso térreo – ou ao chão, como regra geral. Essas cotas  devem  criar  um  sistema  de  referência  dimensional  tão  completo  quanto  possível,  integrando  as  distâncias  aos  limites  do  lote,  aos  pilares  “internos”  e  “externos”,  aos  eixos  de  paredes,  etc.  Uma  regra  a  ser  atendida  é  a  de  que  “o  arquiteto  não  pode  permitir que a obra seja LOCADA no lugar errado. A tolerância quanto à localização de  um pilar edificado, de um canto da edificação, de um acesso, é ZERO. 

A IMPLANTAÇÃO não é um desenho técnico tão rigoroso quanto a PLANTA DE  LOCAÇÃO. Os desenhos que intitulamos assim são ilustrações de aspectos do partido  arquitetônico  que  desejamos  ressaltar,  em  determinadas  circunstâncias  de  apresentação  do  projeto.  Aceitamos  IMPLANTAÇÕES  sem  cotas,  apenas  com  escalas  gráficas.  Há  arquitetos  que  preferem  denominas  IMPLANTAÇÃO  a  um  desenho  esquemático,  ainda  que  desenhado  a  instrumento,  com  exatidão,  mas  que  se  aproxima  mais  de  um  elegante  diagrama,  com  economia  de  linhas,  que  se  limita  a  cuidadosamente ilustrar a idéia central do projeto, sobretudo quando uma visão geral,  do alto e chapada, é especialmente reveladora do partido arquitetônico. Outra solução  gráfica  é  feita  pela  composição  de  áreas  cheias  de  cores  compactas  e  contrastantes,  que  indicam  as  elevações,  os  espelhos  de  água,  as  massas  vegetais,  as  texturas  de  coberturas sob o sol, em quadros belos como as melhores composições de um Salão  de Artes Plásticas. As IMPLANTAÇÕES devem ser acompanhadas de textos explicativos,  ou conter indicações e comentários associados ao desenho. Croquis e perspectivas se  desdobram naturalmente de sua “presença”.  

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Esses  desenhos  fundamentais  serão  novamente  tratados  em  outras  Notas  de  Aula especialmente dedicadas às Plantas de Locação, Situação, Implantação, Térreo e  Tipos (e Não‐Tipos), Pavimentos Especiais, Subsolo e Semi‐Enterrado, Cobertura (como  pavimento especial), assim como aos Cortes, Seções, Fachadas, Elevações e Vistas.    4. ESCALA FRACIONÁRIA / ESCALA GRÁFICA   

Como  foi  exposto,  TODO  e  qualquer  desenho  deve  ter  um  título,  deve  ser  numerado – ou outra forma de localização codificada que facilite a sua indexação num  sistema mais amplo, de produção de projetos por um dado escritório, ou que facilite a  integração  de  projetos  desenvolvidos  por  diferentes  escritórios  ‐,  deve  ter  sua  “série  temática”  (Arquitetura,  Cálculo  Estrutural,  Instalações  Elétricas,  etc.)  perfeitamente  caracterizada (nossa série é ARQ). 

A  escala  do  desenho  é  a  proporção  matemática  que  os  elementos  representados apresentam com relação aos elementos reais. A representação permite  que  uma  grande  edificação  seja  mostrada  em  escala,  com  seus  principais  elementos  desenhados numa folha de papel de dimensões muito menores que seu lote ou local.  A  geometria  projetiva  utiliza  várias  estratégias  de  vistas  e  seções,  sobreposições  e  simplificações,  escalas  e  convenções  para  que  um  determinado  objeto  seja  integralmente representado. 

A proporção das escalas é representada na forma de uma fração do tipo 1/n,  onde n é o fator de redução adotado. Uma parede que apresenta, na realidade, uma  espessura  de  15  centímetros  pode  ser  representada  por  duas  linhas  paralelas  de  15  centímetros, numa escala de 1/1, onde a correspondência geométrica não apresenta  mudança.  Quando  representamos  essa  mesma  parede  na  escala  de  1/10,  as  duas  linhas paralelas do desenho estão afastadas em 1,5 centímetros. Quando a escala é de 

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Os  desenhos  contidos  em  uma  determinada  prancha  podem  ser  feitos  numa  mesma  escala  (1/50,  por  exemplo)  ou  cada  desenho  pode  ser  representado  numa  escala  própria  (por  exemplo:  1/200,  1/100,  1/50,  1/20,  etc.).  Em  qualquer  caso,  é  importante  explicitar  a  escala  utilizada,  através  da  fração  que  define  a  regra  de  proporcionalidade. 

Outra  forma  de  indicar  a  escala  é  a  colocação  de  elementos  gráficos  que  exemplificam  medidas  em  escala.  Essas  escalas  gráficas  podem  ser  muito  úteis  em  desenhos  que  são  apresentados  a  leigos,  ou  em  apresentações  públicas  que  pretendem comunicar as decisões do projeto de um modo um pouco menos técnico e  um  pouco  mais  intuitivo.  As  ESCALAS  GRÁFICAS  nos  dão  uma  informação  imediata  acerca  de  algumas  medidas  mais  gerais,  pois  podemos  avaliar  essas  medidas  pela  simples observação, ou com o uso de réguas comuns, ou de um lápis ou uma folha de  papel que permita “transportar” as medidas da escala gráfica para qualquer parte do  desenho a que se refira. Veja abaixo uma representação muito comum, com o uso de  “barras” que marcam algumas medidas freqüentes de um determinado desenho.    0 10 30 60 100 cm 0 25 50 75 10         0 cm     0 10 20 30 40 50 100 m       0 5 25 50 m      

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No exemplo da página anterior, “barras” retangulares são alinhadas de modo a  criar uma espécie de “régua” com espaçamentos idênticos ou não. Na primeira escala  gráfica,  a  proporção  entre  as  barras  é  de  1:2:3:4,  ou  seja,  há  incrementos  de  uma  unidade  de  medida,  em  termos  proporcionais.  Na  segunda  escala  gráfica  os  espaçamentos  são  idênticos.  Observe  que  nos  dois  exemplos  há  a  indicação  da  unidade dimensional adotada, o centímetro. 

Embora os exemplos estejam “fora de escala”, provavelmente foram retirados  de  um  desenho  em  escala  de  1:5  a  1:25.  A  ESCOLHA  DOS  INTERVALOS  DEVE  ESTAR  RELACIONADA AO TAMANHO DE UM DETERMINADO CONJUNTO DE ELEMENTOS QUE  SE  DESEJA  REFERENCIAR.  As  proporções  da  primeira  escala  (1:2:3:4)  permitem  várias  medidas  diferentes  e  rápidas.  Há  espaçamentos  de  10,  20,  30,  40,  60  e  100  “centímetros”, assim como é possível usar esses espaçamentos para deduzir medidas  de 50,70 e 80 “centímetros”, além de várias outras acima dos 100 “centímetros”. Ou  seja:  é  adequada  para  um  desenho  com  elementos  de  uma  grande  diversidade  de  medidas, com variações (aproximadamente) moduladas em 10 “centímetros”. 

A segunda escala não oferece essa variabilidade: são quatro medidas possíveis,  de  25,  50,  75  e  100  “centímetros”.  É,  propomos,  adequada  para  ser  usada  em  propostas de edificações com coordenação modular rigorosa e uniforme. 

ATENÇÃO:  No  Autocad,  o  uso  da  interface  “PAPERSPACE”  deve  ser  atentamente  calibrada,  para  que  as  escalas  de  cada  desenho sejam respeitadas. Nesse sentido, as alterações indevidas  são  capturadas  imediata  e  visualmente  com  o  uso  de  escalas  gráficas. 

ATENÇÃO: Cada desenho “que exigir escala gráfica” deve possuir a sua própria  escala  gráfica,  mesmo  que  os  diferentes  desenhos  tenham  a  mesma  escala  de 

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se refira a todos os desenhos de uma prancha. Cada desenho, a sua respectiva escala,  por disciplina. 

ATENÇÃO:  Cada  Escala  Gráfica  deve  ser  desenhada  PRÓXIMA  ao  desenho  projetivo  a  que  serve.  Projetistas  inexperientes  sentem‐se  tentados  a  colocar  as  escalas gráficas junto ao carimbo (ou mesmo dentro do Carimbo), no campo destinado  às convenções de desenho. 

Observe  que  a  inclusão  de  Escala  Gráfica  não  é  obrigatória  em  nenhum  caso,  mas  que  é  excelente  auxiliar  em  apresentações  de  desenhos  a  leigos,  ou  em  apresentações rápidas a pessoas treinadas na leitura de desenhos técnicos. Nos nossos  ANTEPROJETOS,  é  solicitada  a  colocação  de  escala  gráfica  junto  às  plantas  de  menor  escala, como a PLANTA DE SITUAÇÃO (ou de implantação), pelo menos. 

 

5. LEGENDAS 

As  legendas  são  os  pequenos  “léxicos”  que  traduzem  sinais  gráficos,  ícones,  símbolos,  marcas,  logomarcas,  indicadores  alfanuméricos,  abreviaturas  e  outros  códigos  que  são  colocados  no  corpo  dos  desenhos.  O  conjunto  dos  códigos  que  eventualmente utilizamos é necessário para: 

a) fazer  indicações  repetitivas  de  forma  sumária  e  elegante,  limpa,  sem  “poluição gráfica” (pois, se tivéssemos que fazer certas indicações de forma extensiva  e em todos os casos, o desenho ficaria repleto delas, deselegante, “poluído”, tomado  por essas indicações); 

b) fazer  indicações  que  NÃO  CABEM  no  espaço  gráfico  disponível,  e  que  somente podem ser feitas através de um símbolo gráfico (como os que usamos para  indicar  tomadas,  interruptores,  caixas  de  distribuição,  pára‐raios,  câmaras,  postes  de  iluminação, luzes de vigia, amarrações de tirantes, etc). 

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Quarto Quarto Cozinha Sala Banho. Circ. 4 5 3 1 1 - Sala 2 - Banheiro 3 - Cozinha 4 - Quarto 5 - Quarto 6 - Circulação 6 2

Essa  última  observação  é  de  grande  importância,  pois  um  erro  comum  de  representação  é  o  uso  de  símbolos  gráficos  ou  indicações  indiretas  de  informações  cruciais QUANDO NÃO HÁ A MENOR NECESSIDADE.  

Acima  temos  duas  soluções  para  a  indicação  das  denominações  dos  compartimentos  em  uma  pequena  edificação.  Na  solução  à  esquerda,  o  projetista  colocou  “as  palavras  no  desenho”,  e  a  indicação  é  DIRETA.  Essa  é  a  solução  mais  comum, mais prática, mais correta – sobretudo se há espaço para a colocação desse  importante, fundamental texto da denominação dos compartimentos! 

No  desenho  à  direita,  o  projetista  preferiu  fazer  uma  “legenda”,  em  que  usa  números inseridos nas áreas internas de cada compartimento, e coloca uma tabelinha  ao lado, para dizer o que cada um desses números significa. Trata‐se de uma indicação  INDIRETA,  típica  e  esperada  das  legendas.  Mas  é  reprovável,  pois  (a)  havia  espaço  suficiente  para  colocar  o  texto  no  “lugar  certo”,  dentro  do  espaço  gráfico  de  representação  do  compartimento.  Essa  solução  BUROCRATIZA  o  desenho,  torna  desnecessariamente  complicada  a  representação,  sobretudo  de  algo  que  deve  ter  prioridade na indicação mais DIRETA possível: a denominação de cada compartimento,  numa planta de arquitetura. 

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Esse  erro  da  “Legenda  Burocrática”  é  freqüente  quando  não  se  desenha  fisicamente, mas virtualmente. O desenhista virtual e iniciante não tem a menor idéia  do  “espaço  gráfico”  da  prancha,  pois  trabalha  sobre  um  fundo  negro  (default  no  AUTOCAD) adimensional, e usa os recursos de  representação de forma insegura, pois não vê  o  resultado  de  seus  esforços  até  a  plotagem  das  pranchas  virtuais.  Os  desenhistas  virtuais  experientes  aprendem  lentamente,  PLOTAGEM A PLOTAGEM, até entender a usar  o  espaço  gráfico  de  forma  correta,  prudente,  limpa, legível, elegante, técnica. 

No  desenho  acima  temos  uma  legenda  que  faz  sentido,  pois  todos  os  elementos pictográficos (relacionados às instalações elétricas, telefônicas e lógicas, de  modo  simplificado,  no  caso)  são  exaustivamente  repetidos  por  todos  os  desenhos  –  sobretudo,  no  caso,  em  planta.  Use  sempre  os  símbolos  indicados  pelas  Normas  Técnicas  e  exigidas  pela  Municipalidade,  quando  for  o  caso  (a  partir  dos  Códigos  de  Obras  ou  de  Edificações).  Na  vacância  de  Normas  e  indicações  oficiais  (como  nas  indicações  de  equipamentos  especializados,  etc.)  você  pode  “propor”  seus  próprios  pictogramas, desde que deixe isso claro em todas as pranchas em que os utilizar. 

Podemos ter legendas de: 

a) Pontos de Consumo, de Contato (ou acesso), e de Controle de Instalações  Elétricas  (Alta  /  Baixa  Tensão;  Emergência  /  Ordinárias,  fiação  eletrificada  de  segurança,  fiação  de  descargas  atmosféricas,  etc.),  Hidráulicas,  Sanitárias,  Lógicas,  Telefônicas,  Circuito  Interno  de  Televisão  /  Vigilância  /  Relógios / Intercomunicação; caixas de visita de instalações (especialmente  de esgotos); 

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b) Equipamentos  e  Elementos  Complementares  da  Edificação  (bebedouros,  extintores, caixas para mangueiras de incêndio, claviculários5, chuveiros de  emergência,  câmeras  de  vigilância  e  sensores  de  presença,  alarmes,  aparelhos  de  televisão  fixos,  ventiladores  fixos,  aparelhos  de  ar  condicionado,  aparelhos  de  purificação  do  ar  fixos,  aparelhos  de  umidificação  do  ar  fixos,  auto‐falantes,  holofotes,  arandelas6  e  luminárias  de teto ou especiais, sinalização luminosa ativa ou estacionária, pára‐raios,  espelhos  de  vigilância,  postes  externos,  de  iluminação  ou  sustentação  de  instalações, ícones e placas de comunicação visual, bancos fixos internos ou  externos, etc.; 

c) Mobiliário Padronizado (cadeiras, mesas, bancadas de trabalho, estações de  trabalho padronizadas); 

d) Indicações  relacionadas  ao  uso,  como  linhas  de  tipos  e  cores  convencionadas  para  indicar  os  percursos  de  categorias de  pessoas (como  em  hospitais:  médicos,  pacientes  ambulatoriais,  pacientes  em  maca  ou  cadeira  de  rodas,  auxiliares,  fornecedores,  administradores,  segurança,  etc.),  ou  materiais  (exames,  prontuários,  medicação,  alimento,  lixo  hospitalar, lixo administrativo, etc.); 

e) Indicações  especiais  relacionadas  à  acessibilidade  (locais  de  especial  exposição  de  informações  tácteis  ou  vibratórias,  visuais,  sonoras,  etc.);  à  mobilidade  (acesso  de  cadeirantes,  de  ciclistas,  de  pessoas  portadoras  de  deficiência visual, acesso a táxi / ônibus adaptados), ou a segurança: locais  de perigo de acidente ou contaminação radioativa, química, biológica; locais  de  perigo  de  explosão  ou  inflamabilidade;  perigo  de  deslizamento,  entre  outros. 

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Uma “regra de ouro” para as indicações de especificações e denominações, nos  projetos  de  arquitetura  é:  “faça  indicações  diretas  sempre  que  possível,  e  evite  legendas  desnecessárias”.  Claro,  os  defensores  de  “desenhos  limpos”  sempre  se  insurgem  contra  essa  “regra  de  ouro”.  Desenhos  limpos  são  bem‐vindos  em  publicações, mas a “limpeza dos desenhos” (muitas vezes com o custo da clareza e da  correção nas informações) é um péssimo princípio a ser seguido para as pranchas de  arquitetura que vão às Prefeituras (para a competente aprovação pelo Município, que  autoriza  ou  não  a  construção  de  edificações,  segundo  a  Lei  brasileira)  ou  aos  CANTEIROS  DE  OBRAS.  Nos  canteiros,  as  informações  devem  ser  claras,  diretas,  executivas.  Esse  critério  de  “limpeza  dos  desenhos”  chega  a  parecer  fútil,  ingênuo,  especialmente  desejado  por  profissionais  inexperientes  ou  com  pouca  prática  profissional. É tão fútil quanto a famosa afirmação de que “o desenho fala por si”. NÃO  FALA.  Escreva  no  desenho,  até  que  qualquer  dúvida  seja  totalmente  dissipada,  esclarecida! 

 

6.  TABELAS DE ESPECIFICAÇÕES 

 

As  especificações  dos  materiais  de  uma  edificação  devem  ser  feitos  de  várias  maneiras diferentes – na verdade, envolvem projetos complementares, como no caso  das  estruturas,  das  instalações,  dos  equipamentos.  Retomaremos  esse  importante  assunto nas Notas de Aula relativas às Plantas, aos Cortes e Seções, e às Fachadas das  edificações. 

Em  primeiro  lugar,  devemos  ter  clareza  sobre  quais  as  informações  que  são  primordiais para que as especificações sejam claramente comunicadas, sobretudo para  as  finalidades  de  um  Anteprojeto  de  Arquitetura  (como  já  dissemos,  um  documento  especialmente dirigido para o exame do projeto pela Prefeitura Municipal ou, no caso  do  Distrito  Federal,  pela  respectiva  Administração  Regional).  Em  segundo  lugar,  devemos  nos  assegurar  de  que  essas  informações  (que  envolvem  toda  a  “matéria 

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física”  da  edificação)  estão  a  ser  localizadas  corretamente:  cada  coisa  em  seu  local,  cada especificação em sua destinação.  

Também  devemos  acrescentar  que  as  “Tabelas  de  Especificações”  são  continuidade  do  assunto  das  legendas  –  no  sentido  de  que  nós  prestigiaremos,  nas  Tabelas de Especificações, as indicações INDIRETAS, em que o texto não é aplicado no  espaço gráfico de representação dos compartimentos, pilares, paredes, etc.  Para os nossos anteprojetos devemos preparar Tabelas de Especificações de:  a) Materiais de Revestimentos Internos aos Compartimentos (piso / paredes /  teto);  b) Materiais de Revestimentos Externos à Edificação (piso / parede / “teto” ou  cobertura vazada, quando for o caso); 

c) Aplicações  Tópicas  de  Materiais  Internos  e  Externos  (inclusive  sinalizações  através de materiais e aplicações de materiais);  d) Tratamentos extensivos / intensivos de áreas de solo exposto.    Na página seguinte, oferecemos uma planta de “consultório”, típica de edifício  de “clínicas” – edifícios comerciais que são projetados para atrair profissionais liberais  na área de saúde. Trata‐se de uma alternativa comum nessa modalidade. Essa planta é  o  modelo  básico  oferecido  pelo  construtor  /  incorporador  imobiliário,  e  seus  revestimentos provavelmente serão modificados. Essa representação visa a apreciação  do modelo de “consultório” pelos clientes, e atende aos requisitos de aprovação pela  Prefeitura  local  (ainda  que  sejam  necessários  mais  detalhes  acerca  da  solução  de  ventilação do banheiro...). 

As  especificações  expostas  na  legenda  devem  ficar  no  campo  acima  do  carimbo,  nas  pranchas  já  apresentadas.  Observe  que  há  5  modalidades  de  especificações, nesse caso – poderíamos ter mais, ou menos, a depender do projeto. 

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    1 23 3.75 Lic-3 Lic-3 Ef v-2 3. 8 5 2. 15 1. 55 0. 15 0.15 0.15 5.95 1.55 7.65 P ro je ção sa n ca e m g e ss o - D et . 6 0 Lic-3 Lic-3 Lic-3 PMV-1 PMM-33 CONSULTÓRIO 105 CONSULTÓRIO 104 CONSULTÓRIO 106 CIR C U LA Ç ÃO Banho. 2 4 2 4 2 4 3.73 3.73 ar-1 vs -2 pi a-12 ch-1 br a -1 1 br a-1 0 1 2 3 4 PISO ACABAMENTO INTERNO

Concreto de Alta Resistência Polido

Cerâmica Eliane "Urbanus Grafite", 31 x 31 cms Cerâmica Eliane Antiderrapante

“Solid”, cor Areia, 31 x 31 cms

Áreas Comuns: Cerâmica Eliane "Rustic", 31 x 7,5 cms

1

2

3

4 PAREDE

Cerâmica Eliane "Amaralina", 41 x 41 cms Tinta à base d'água Sherwin-Williams - cor Palha

Cerâmica FX Marselha Blu (Eliane), 7.5 x 33.0 Tinta à base d'água Sherwin-Williams - cor Marfim

1

2

3

4 TETO

Tinta à base d'água Sherwin-Williams - cor Branco (Acetinado)

Pintura Epoxi sobre Concreto Forro de Gesso Acartonado Gypsum

Forro em tela de aço, conforme detalhes

ESPECIFICAÇÕES

ACABAMENTO EXTERNO

1 1

1

Acabamento externo: alvenaria em chapisco pintado (tinta a base de água, cor branca)

4 Acabamento externo: cobogós em concreto pré-moldado

pintado com tinta à base de água, cor branca

5 Acabamento externo: cobogós artesanais em cerâmica crua,

conforme Detalhes 80 a 84

6 Acabamento externo: concreto aparente apicoado segundo

paginação - Detalhes 90 a 92

2 Acabamento externo: tijolo maciço aparente pintado com verniz hidrofugante incolor para fachadas, tipo Acquafort Silicon (Mactra)

3 Acabamento externo: cerâmica Eliane "studio laguna mesh", 7,5 cm x 7,5 cm

Acabamento interno: revestimento em cortiça (4mm), conforme detalhe 20

Painel de filetes de granito, conforme Detalhe 21

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Referências

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