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Traumas por acidentes de trânsito entre vítimas socorridas pelo serviço de atendimento móvel de urgência

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

MESTRADO EM SAÚDE PÚBLICA

GLÁUCIA DE SOUZA ABREU ALENCAR

TRAUMAS POR ACIDENTES DE TRÂNSITO ENTRE VÍTIMAS SOCORRIDAS PELO SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA

CAMPINA GRANDE/PB

2018

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TRAUMAS POR ACIDENTES DE TRÂNSITO ENTRE VÍTIMAS

SOCORRIDAS PELO SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE

URGÊNCIA

Dissertação apresentada à Universidade Estadual da Paraíba – UEPB, em cumprimento dos requisitos necessários para a obtenção do título de Mestre em Saúde Pública, Área de Concentração Saúde Pública.

Orientador: Prof. Dr. Alessandro Leite Cavalcanti

CAMPINA GRANDE/PB

2018

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TRAUMAS POR ACIDENTES DE TRÂNSITO ENTRE VÍTIMAS SOCORRIDAS PELO SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA.

Dissertação apresentada à Universidade Estadual da Paraíba – UEPB, em cumprimento dos requisitos necessários para a obtenção do título de Mestre em Saúde Pública, Área de Concentração Saúde Pública.

Aprovada em: 06/06/2018

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________

Prof. Dr.Alessandro Leite Cavalcanti-UEPB

_________________________________________________

Profa Dra Renata de Souza Coelho Soares-UEPB

_________________________________________________

Prof. Dr Anubes Pereira de Castro-UFCG

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DEDICO ESTE TRABALHO

Ao Senhor Deus... Por nunca me abandonar nos momentos difíceis, pela coragem, paciência e sabedoria a mim concebidas ao longo dessa caminhada, a quem dedico não só este trabalho, mais a minha existência.

A Gustavo... Meu esposo e amor da minha vida, pelo incentivo constante, pelo ombro amigo nos momentos difíceis, pela compreensão nas ausências, pela atenção e amor que tem me dedicado e por fazer-me acreditar que sou capaz;

Aos meus Pais Domicio e Geralda... Pois sem eles jamais teria sido possível a realização deste sonho, e a eles faltam-me palavras de gratidão e carinho para retribuir a todos os esforços, atenção e amor.

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AGRADECIMENTOS

Desejo expressar os meus sinceros agradecimentos:

A Deus, sobre todas as coisas, força que me mantém firme e perseverante.

Aos meus pais Geralda e Domicio, pelos ensinamentos primeiros e fundamentais que me deram base e exemplo para seguir pelos caminhos do estudo e do trabalho digno. Pelo amor e apoio incondicional sempre a mim dado, por ser a razão primeira da minha garra e determinação.

A Gustavo, meu esposo, amigo e companheiro, que me acompanha nessa caminhada. Pelo apoio e presença constantes, por ter estado e permanecer nas horas mais difíceis e mais felizes também, enquanto namorado, noivo e há dez anos, meu esposo. Pelo carinho, amor, companheirismo e compreensão, por todo esforço e respeito pela nossa vida lado a lado.

Aos meus irmãos Maria das Dôres e José Lucas que os amos como mãe, gerados e mantidos até hoje em meu coração e pensamentos diários.

Aos meus avós, Francisco e Espedita (in memoriam), que nos deixou fisicamente para habitar em nossos corações e lembranças eternamente, pelos ensinamentos que contribuíram diante de tantas situações vividas, em especial a minha avó e madrinha Maria Josefa de Sousa, que sempre tão meiga deixa meus dias mais felizes.

A Maria de Lourdes de Alencar Leite (in memoriam), minha sogra e mãe de coração, por ter entrado na minha vida e se tornado tão importante, pelos ensinamentos, conversas, conselhos e risadas, pelo amor que sempre teve para comigo.

Ao Professor Dr. Alessandro Leite Cavalcanti, amigo e orientador, pelo apoio revelado desde o primeiro contato onde me acolheu. Pelas críticas e sugestões relevantes feitas durante a orientação e pela disponibilidade ao longo destes anos.

Ao corpo docente do Mestrado em Saúde Pública da UEPB, pelos ensinamentos transmitidos.

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As Professoras Doutoras Renata de Souza Coelho Soares e Ana Maria Gondim Valença pelas valiosas contribuições na banca de “qualificação”.

A professora Anúbes Pereira de Castro pelo acolhimento durante o Estágio Docência.

Aos colegas da turma pela amizade, em especial a minha amiga/irmã, Jéssica Lopes onde o companheirismo e a cumplicidade tornaram inesquecíveis os momentos vividos e se eternizaram nas lembranças de cada uma de nós, a você agradeço pelos ensinamentos compartilhados e os desejos de um futuro bem próximo nos unam novamente o destino atuando juntas, como uma equipe maravilhosa que sempre formamos.

Ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), por permitir a consulta aos registros e tornar possível este trabalho bem como agradeço em especial aos meus Coordenadores Simone Cartaxo, Douglas Souza, David Granjeiro e Pablo Leitão pelo apoio e carinho a mim dedicado durante todos os dias de coletas de dados no serviço.

Às minhas amadas colegas de trabalho Maria do Socorro Sarmento, Rosângela Dias e Katiana Macêdo, que me auxiliaram na coleta de dados, pelo companheirismo, comprometimento e responsabilidade com que desempenharam o trabalho.

A todos, Muito Obrigada!

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Quer saber quanto custa o SAMU? Pergunte para quem ficou sem respirar e precisou de ajuda. Quer saber quanto custa o SAMU? Pergunte para quem teve uma parada cardíaca e hoje caminha normalmente pelas ruas. Quer saber quanto custa o SAMU? Pergunte aquele que foi tirado de seu carro prestes a pegar fogo, pergunte aquele que foi atropelado ou que caiu de um telhado de oito metros, pergunte aquele que infartou e que mais um minuto sem atendimento hoje não estaria vivo. Quer saber quanto custa o SAMU? Pergunte aqueles que hoje têm seu pai, sua mãe, seus irmãos e seus filhos reunidos em um jantar em família agradecendo pela ajuda dos socorristas. Quer saber quanto custa o SAMU? Dê um preço a sua vida... Quanto custa a sua vida? Esse é o valor que custa o SAMU...

Valor de um SAMU...

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RESUMO

Objetivo: Analisar a ocorrência de traumas relacionados aos acidentes de trânsito entre vítimas socorridas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Material e Métodos: Estudo descritivo, transversal realizado no município de Cajazeiras/PB, utilizando as 2347 fichas de ocorrência de atendimento a vítimas de traumas por causas externas relacionadas aos acidentes de trânsito socorridos pelo SAMU no período de 01 de Fevereiro de 2014 a Dezembro de 2016. O instrumento de pesquisa compreendeu um formulário, contendo informações demográficas das vítimas (sexo e faixa etária) e referentes à data e local do acidente e características do trauma (horário, dia da semana, local, mês, ano, mecanismo do trauma, tipos de lesões, associação ao uso de álcool e/ou drogas e o encaminhamento do paciente). Os dados foram coletados por quatro pesquisadores e as informações inseridas por dupla digitação em um banco de dados criado no SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 20.0 for Windows. Foram analisados por meio da estatística descritiva e inferencial (Qui-quadrado de Pearson ou o Exato de Fisher). O nível de significância foi fixado em 5% (p<0,05). Em seguida, realizou-se análise de regressão de Poisson com variância robusta para as variáveis com valor de p<0,20. Resultados: Verificou-se que a maior parte das vítimas era homem (70,5%) e geralmente tinha entre 20 e 29 anos de idade (27,1%). A prevalência de acidentes de trânsito foi bastante elevada (56,2%) e os acidentes envolvendo motocicletas foram os mais comumente registrados (86,0%). O percentual de traumas múltiplos foi de 48,0%. Os padrões de lesões mais comumente observados foram: escoriação (91,9%) e trauma crânio-encefálico (88,0%), sendo frequentes traumas que afetavam a região facial (60,1%) e os membros superiores (79,0%). O uso de álcool etílico também demonstrou estar associado à maior ocorrência de acidente de trânsito (60,0%). Os acidentes de trânsito estavam associados ao sexo masculino (RP = 1,14; IC 95% = 1,06-1,23; p = 0,001), à faixa etária de 20 a 29 anos (n = 2,72; IC 95% = 2,26-3,28; p < 0,001), aos finais de semana (RP = 1,08; IC 95% = 1,02-1,15; p = 0,013) e às lesões traumáticas múltiplas (RP = 1,80; IC 95% = 1,67-1,94; p < 0,001). Conclusão: Entre os principais traumas ocorridos foi observada associação significativa dos acidentes de trânsito envolvendo motocicletas com o tipo de mecanismo de trauma e lesões de face e de membros, sexo e faixa etária bem como em relação à presença de hálito etílico e dias da semana com o turno da ocorrência do sinistro.

Descritores: Paciente; Acidente de trânsito; Assistência Ambulatorial; Atendimento

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Objective: To analyze the occurrence of traumas related to traffic accidents among victims rescued by the Emergency Mobile Assistance Service (SAMU, in Portuguese). Material and Methods: a descriptive cross-sectional study conducted in the city of Cajazeiras/PB, using the 2347 records of attendance to the victims of trauma by external causes related to the traffic accidents and rescued by SAMU in the period from February 1, 2014 to December, 2016. A form was used as a research tool to analyze demographic variables (gender and age group) and refer to traumas (time, day of week, place, month, year, trauma mechanism, types of lesions, association with use alcohol and/or drugs and referral of the patient). The data were collected by four researchers and the information entered by double entry in a database created in SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) version 20.0 for Windows, and the analysis was performed by descriptive and inferential statistics (Chi-square of Pearson or Fisher's Exact). The level of significance was set at 5% (p <0.05). Then, Poisson regression analysis with robust variance was performed for the variables with value p<0.20. Results: It was found that the majority of the victims were male (70.5%) and generally were between 20 and 29 years of age (27.1%). The prevalence of traffic accidents was very high (56.2%) and accidents involving motorcycles were the most commonly reported (86.0%). The percentage of multiple traumas was 48.0%. Excoriation (91.9%) and head trauma (88.0%) were the most commonly observed lesion patterns. Traumas frequently affected the facial region (60.1%) and upper limbs (79.0%). The consumption of ethyl alcohol was also shown to be associated with a higher incidence of traffic accidents (60.0%). It was found that male (RP = 1.14; IC 95% = 1.06-1.23; p = 0.001) was more associated with traffic accidents, age group (n = 2.72; IC 95% = 2.26-3.28; p<0.001), at weekends (RP = 1.08; IC 95% = 1.02-1.15; p = 0.013) and multiple traumatic lesions (RP = 1.80; IC 95% = 1.67-1.94; p < 0.001). Conclusion: Among the main traumas occurred, a significant association was observed between traffic accidents involving motorcycles with the type of trauma mechanism and lesions of face and limbs, gender and age group as well as the presence of ethyl breath and days of the week with the turn of the event occurring.

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

APH – Atendimento Pré-Hospitalar CAPS – Centro de Atenção Psicossocial CEP - Comitê de Ética em Pesquisa

CID – Classificação Internacional de Doenças CNS - Conselho Nacional de Saúde

EPI- Equipamento de Proteção Individual

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística OMS – Organização Mundial de Saúde

ONU – Organização das Nações Unidas MS - Ministério da Saúde

PB – Paraíba

SAMU – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência SAV – Suporte Avançado de Vida

SBV – Suporte Básico de Vida

SISNEP – Sistema Nacional de Informação sobre Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos

SPSS – Statistical Package for the Social Sciences UEPB – Universidade Estadual da Paraíba

USA – Unidade de Suporte Avançado USB – Unidade de Suporte Básico

PNRMAV - Política Nacional de Redução de Morbimortalidade por Acidentes e Violência VIVA - Vigilância de Violências e Acidentes

SNT – Sistema Nacional de Trânsito

DPVAT - Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres

PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios PNS - Pesquisa Nacional de Saúde

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ARTIGO

Tabela 1 Distribuição dos casos de acordo com as características

sociodemográficas das vítimas e circunstâncias dos eventos.

32

Tabela 2. Distribuição dos casos de acordo com a natureza/severidade das lesões,

região do corpo afetada, uso de álcool ou outras drogas e desfecho da vítima.

33

Tabela 3. Análise bivariada entre a ocorrência de acidentes de trânsito,

características sociodemográficas das vítimas, circunstâncias dos eventos e padrão de lesões.

33

Tabela 4. Análise de regressão de Poisson para determinar os fatores associados à

ocorrência de acidentes de trânsito.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 12

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓICA 15

2.1. EPIDEMIOLOGIA DAS CAUSAS EXTERNAS 15

2.2. EPIDEMIOLOGIA DOS ACIDENTES DE TRÂNSITO 16

2.3. SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA 19

3. OBJETIVOS 21

3.1. OBJETIVO GERAL 21

3.2. OBJETIVOS ESPECIFICCOS 21

4. MATERIA E MÉTODOS 22

4.1. DESENHO DO ESTUDO E TIPO DE PESQUISA 22

4.2. LOCAL DO ESTUDO 22

4.3. POPULAÇÃO E AMOSTRA 23

4.4. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO 23

4.5. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO 23

4.6. VARIÁVEIS DO ESTUDO 23

4.7. INSTRUMENTO DE PESQUISA E COLETA DE DADOS 25

4.8. PROCESSAMENTO E ANÁLISE ESTATÍSTICA 26

4.9. ASPECTOS ÉTICOS 26 5. RESULTADOS 27 ARTIGO 27 6. CONSIDERAÕES FINAIS 45 REFERÊNCIAS 46 APÊNDICES 49

APÊNDICE A: INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS 50

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1. INTRODUÇÃO

As causas externas podem ser definidas como sendo traumatismos de diversas naturezas de cunho intencional ou não, de início súbito e de consequências imediatas na vida das pessoas envolvidas. Entre as causas mais comuns podem ser citadas os acidentes de trânsito, agressão física, por armas de fogo e armas brancas, quedas, afogamentos, envenenamentos, queimaduras e outros tipos de acidentes (GONSAGA, 2012).

Desde 1980 o panorama de morbimortalidade entre adultos e adultos jovens, vem se modificando de forma drástica, de modo que as causas externas se configuram como sendo a segunda causa de mortalidade no Brasil e a primeira para os indivíduos que se encontram na faixa etária entre cinco e trinta e nove anos de idade (BISCEGLI, 2014).

Diante do contexto no que concernem as causas externas para desenvolvimento deste estudo considerou-se acidente de trânsito como sendo uma colisão ou incidente que envolva pelo menos um veículo em movimento, trafegando em uma via pública ou privada, desde que o público tenha acesso a ela, incluem-se nessa categoria: colisões entre dois ou mais veículos automotores, entre veículos e pedestres, entre veículos automóveis e animais ou obstáculos fixos, entre veículos rodoviários e ferroviários, ou envolvendo apenas o veículo automotor (JESUS, 2017).

O número anual de mortes resultantes de acidentes rodoviários (AT) estimados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 1,24 milhões de pessoas, em sua maioria residente em países de renda média. Os AT estão entre as 10 principais causas de morte no mundo de acordo com dados da OMS para 2012. No Brasil, considerando o período de 1998, a 2008 sendo o ano de implantação do Código de Tráfego Brasileiro, o número de óbitos por AT aumentou 121,0% (3.736 e 8.093 mortes, respectivamente). A taxa de mortalidade por AT no país aumentou entre os anos 2000 e 2010, variando de 18 a 22,5 mortes por 100.000 habitantes (ANDRADE, 2016).

No Brasil, segundo dados do suplemento de saúde da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD (2008), cerca de 1/3 dos indivíduos envolvidos em acidente de trânsito deixaram de realizar suas atividades rotineiras devido ao acidente, gerando um alto custo socioeconômico e dentre as regiões, foi evidente na Pesquisa Nacional de Saúde - PNS a fragilidade das Regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste em relação à frequência de envolvimento em acidentes de trânsito com lesões (MALTA, 2016).

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13

Dessa forma é notável o aumento dos acidentes entre os meios de transporte, que ocorrem principalmente, devido ao crescente numero da frota de veículos que nos últimos anos, aumentou bastante, possivelmente devido às facilidades de compra e o aumento do poder aquisitivo das pessoas, e a necessidade cada vez maior de se locomover sem depender diretamente dos transportes públicos, com isso o aumento no fluxo do trânsito é notável tanto no meio urbano quanto nas rodovias brasileiras e consequentemente exigem cada vez mais atenção e prudência dos condutores (ALMEIDA; MASCARENHAS, 2016).

O presente estudo buscou evidenciar estudos epidemiológicos que investiguem o perfil dos traumas relacionados aos acidentes de trânsito subsidiam a elaboração de estratégias direcionadas a população de risco, envolvendo ações preventivas para a ocorrência desses traumas.

Nesse sentido, as ações de promoção da saúde quando bem articuladas e direcionadas, podem gerar grandes efeitos e colaborar para mudanças positivas e construtivas. Sendo assim, as pesquisas se tornam aliadas importantes na busca de identificar os aspectos contribuintes e determinantes para que esses eventos tenham sua cadeia de progressão interrompida (MALTA, 2012).

A partir da importância de conhecer a epidemiologia dos diversos agravos e de traçar áreas estratégicas de intervenção surgiu a problemática gênese desta pesquisa: Como se caracteriza os traumas relacionados aos acidentes de trânsito entre vítimas socorridas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU na região do município de Cajazeiras/Paraíba?

Diante do contexto ora apresentado cumpre esclarecer que a escolha do tema desta pesquisa se justifica pela carência de estudos no sertão da Paraíba nessa área e pelas mudanças de ordem social que levam ao aumento no número de pessoas vítimas de agravos relacionados aos acidentes de trânsito, pois a partir dessa perspectiva há que se pensar nos efeitos residuais destes agravos que, devido às sequelas não se restringem apenas ao individuo, mas estende-se à vida familiar por resultar em uma demanda de cuidados permanente.

Pelo exposto, torna-se relevante a realização de estudos de populações vítimas de acidentes de trânsito nas mais diversas variações, desde quedas de motocicletas, colisões entre veículos e ou animais bem como atropelamentos envolvendo pedestres, visto que esses eventos estão associados a sequelas, incapacidades e deficiências, representando quando não ocorre o óbito um prejuízo na qualidade de vida da vítima e de seus familiares devido à perda

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da autonomia e independência, tornando-se uma importante questão social, econômica e de saúde. Além disso, é necessário conhecer o perfil epidemiológico e posterior caracterização destes traumas para assim possibilitar a elaboração de políticas públicas voltadas para ações direcionadas a esta problemática.

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15

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. EPIDEMIOLOGIA DAS CAUSAS EXTERNAS

Os acidentes e as violências no Brasil configuram um problema de saúde pública de grande magnitude e transcendência, que tem provocado forte impacto na morbidade e na mortalidade da população de acordo com a Política Nacional de Redução de Morbimortalidade por Acidentes e Violência (PNRMAV, 2001) com dados relativamente amplos no que concerne a faixa etária dos 5 aos 39 anos de idade, as causas externas ocupando o primeiro lugar como causa de morte. Os acidentes de trânsito e os homicídios são os dois subgrupos responsáveis por mais da metade dos óbitos por acidentes e violências (BRASIL, 2002).

No tocante as causas externas no mundo, na África representam a segunda causa de morte e as causas etiológicas mais frequentes são as guerras e os homicídios. Na Europa, nas Américas, nos países do Leste do Mediterrâneo e nos do Sudeste da Ásia, as causas externas constituem-se na terceira causa de morte. Entretanto, o perfil etiológico modifica-se substancialmente de região para região, onde na Europa e nas Américas predominam os “acidentes” por veículos automotores, em sua maioria colisões e atropelamentos. Nos países do Leste do Mediterrâneo as guerras são o agente etiológico que mais se destaca, com mais de 35% do total. No Sudeste da Ásia, as diferentes causas etiológicas, intencionais e não intencionais, distribuem-se de maneira mais uniforme. Nos países do Pacífico, as causas externas são a quarta causa de morte e, curiosamente, a maioria destacada das mortes (mais de 30% do total) deve-se a suicídio (SOUSA, 2010).

Contudo, devido ao impacto financeiro e social decorrente do tratamento de vítimas por causas externas, o Ministério da Saúde do Brasil implantou, em 2006, o Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA) em serviços sentinelas. Esse sistema tem como objetivos interpretar a relação das violências e acidentes e delinear o perfil desses casos atendidos em unidades de urgência e emergência, assim como subsidiar ações de enfrentamento dos condicionantes e determinantes das causas externas (BRASIL, 2013).

Os acidentes e violências estão presentes na Classificação Internacional de Doenças (CID) desde a sua criação no ano de 1996. A décima revisão da CID 10, trata da temática em dois de seus capítulos: O Capítulo XIX (Lesões, envenenamentos e algumas outras consequências de causas externas) refere traumatismos, queimaduras, envenenamentos ocasionados nas pessoas, por quaisquer tipos de acidentes, homicídios e o Capítulo XX que discorre sobre os suicídios, abordando, por sua vez, as causas externas de morbidade e mortalidade (OMS, 2008).

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De acordo com a apresentação da CID, as causas externas são divididas ou classificadas em agravos decorrentes de acidentes e agravos decorrentes de lesões intencionalmente provocadas. As primeiras caracterizam-se, assim, como não intencionais e, as segundas, aquelas em que as lesões foram provocadas em si próprias ou em outrem (com intenção) levam à morte por suicídio ou homicídio. Os acidentes, por sua vez, em razão da magnitude e da importância, apresentam-se divididos em acidentes de trânsito e demais acidentes (CBCD, 2010).

2.2. EPIDEMIOLOGIA DOS ACIDENTES DE TRÂNSITO

O trânsito é definido como sendo a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga. Portanto, o trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito das respectivas competências, adotar as medidas destinadas a assegurar esse direito. Os órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito respondem, no âmbito das respectivas competências, objetivamente, por danos causados aos cidadãos em virtude de ação, omissão ou erro na execução e manutenção de programas, projetos e serviços que garantam o exercício do direito do trânsito seguro (BRASIL, 2013).

Entre os países com maior número de mortes no trânsito, o Brasil ocupa o terceiro lugar, após a Índia e a China. Entretanto, entre o grupo de países com desenvolvimento econômico e população semelhante (Brasil, Índia, China, Rússia e Estados Unidos), o Brasil apresenta o maior risco de morte entre eles, com uma taxa de 22,5 óbitos por 100 mil habitantes (WINGERTER, 2017).

Dessa forma é notável o aumento dos acidentes entre os meios de transporte, que ocorrem principalmente, devido ao crescente número da frota de veículos que nos últimos anos, aumentou bastante, possivelmente devido às facilidades de compra e ao aumento do poder aquisitivo das pessoas, e a necessidade cada vez maior de se locomover sem depender diretamente dos transportes públicos. Com isso, o aumento no fluxo do trânsito é notável tanto no meio urbano quanto nas rodovias brasileiras e consequentemente exigem cada vez mais atenção e prudência dos condutores (ALMEIDA, 2016).

Outro fator que contribui com o aumento desses números de veículos se envolverem em acidentes é a fácil mobilidade entre os outros veículos de grande porte, condução e seu uso feito de forma imprudente, seja por excesso de velocidade e/ou sem os equipamentos de

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17

proteção individual, bem como o uso da motocicleta como instrumento de trabalho e a deficiência da conscientização dos riscos laborais nessa atividade (BIFFE, 2017).

Outrossim, não houve investimentos suficientes que atendessem as novas demandas no trânsito, na reestruturação das estradas nos centros urbanos e nas rodovias estaduais e federais, fiscalização deficiente e educação no trânsito eficaz para atender a essa nova configuração no trânsito do pais (BIFFE, 2017). Nesse sentindo só no Brasil, os ferimentos causados devido a acidentes no trânsito, configuram a segunda causa de morte entre todos os óbitos por causas externas, sendo que sua maior ocorrência esta na população de 15 a 39 anos, outro fator observado é que os homens estão entre as vitimas mais susceptíveis (DAMACENA, 2016).

Nesse contexto, dentre os veículos que mais se envolvem em acidentes graves, podem ser citados os veículos de duas rodas. Estudos apontam que as motocicletas estão mais susceptíveis a colisões de maior exposição corporal dos seus condutores e, consequentemente, resultando em maiores números de lesões graves (ALMEIDA, 2016).

Diante do exposto, o Quadro 1 apresenta informações de pesquisas nacionais e internacionais recentes a cerca das características dos acidentes de trânsito.

Definiram-se, como fonte de busca, o banco de dado: PubMed, onde se utilizou os seguintes descritores: Acidente de trânsito; Tipo de veículo; Tipo de lesão.

Para a seleção dos estudos, foram definidos os critérios de inclusão: artigos gratuitos, disponíveis na integra, com ano de publicação entre 2016 a 2018 em idioma Português e Inglês, que continham informações sobre morbimortalidade dos acidentes de trânsito. Assim, excluíram-se, artigos com ano de publicação inferior a 2016, pagos, incompletos, sem resumo nas bases de dados e as duplicidades. A busca pelas produções foi conduzida no período de Abril de 2018.

Foram utilizados os descritores “acidente de trânsito” cruzado com “tipo de veículo” e depois “acidente de trânsito” cruzado com “tipo de lesão” que foram integrados a partir do operador lógico booleano and.

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Quadro 1: Distribuição de estudos nacionais e internacionais relacionados aos Acidentes de Trânsito.

Autor/ Ano Local Tipo de Estudo

População Amostra Dados de morbimortalidade relacionado aos Acidentes de

Trânsito CHIH-WEI, et al, 2018 Taiwan Coorte 2.022.376 vítimas de motociclistas e ciclistas. 1.998.606 motociclistas e ciclistas (1.906.269 são vítimas de motociclistas e 92.337 são ciclistas).

Os ciclistas eram mais propensos a serem hospitalizados do que os motociclistas (14,0% vs. 10,7%) HÁ. N. T.; et al, 2017

Vietnan Descritivo Usuários de

motocicletas

Indivíduos que usavam motocicletas estratificados por ano, idade e sexo.

Os motociclistas representaram a maioria das vítimas (87%) e óbitos (90%). As lesões na cabeça representaram 70% MARTIN, J.; et al, 2017 França Descritivo 4.059 motoristas Comparativo de condutores responsáveis por causar o acidente, ou seja, ter contribuído diretamente para a sua ocorrência, para os condutores envolvidos num acidente pelo qual não eram

responsáveis e que podem ser assimilados aos condutores em geral.

A proporção de pessoas dirigindo sob a influência do álcool é estimada em 2,1% (IC 95%: 1,4-2,8) e sob a influência da maconha em 3,4% (2,9% -3,9%). Os motoristas sob a influência do álcool têm 17,8 vezes (12,1-26,1) mais probabilidade de serem responsáveis por um acidente fatal, e a proporção de acidentes fatais que seriam evitados se nenhum motorista ultrapassasse o limite legal para o álcool é estimada em 27,7% (26,0% -29,4%).

LÓPEZ-RUIZ, M; et al, 2017

Espanha Descritivo Motoristas com

idade entre 16 e 70 anos vitimas de acidente de trânsito. 847 acidentes de trânsito 88,3% em homens e 53,1% em horário de trabalho.

Lesões de Trânsito Fatais relacionadas ao trabalho entre os homens foram

significativamente mais freqüentes durante o horário de trabalho quando o motorista era um profissional (74,7%), com um veículo industrial ou van (67,7%) e em rotas com mais de 50 quilômetros (60,5%). Entre as mulheres, as colisões fatais ocorreram durante as horas de deslocamento enquanto dirigiam seu próprio carro (98,7%), com carro particular ou motocicleta

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19 (98,7%) e em rotas inferiores a 50 quilômetros (79,6%). CUNHA S.M.P.; et al, 2017

Brasil Transversal Crianças,

adolescentes e jovens (0 a 24 anos de idade), vítimas de acidentes de trânsito, no ano de 2013.

2.112 vítimas 67,9% foram do sexo

masculino, com idade entre 15 e 24 anos (82,1%), e 49,7% ocorreram nos finais de semana. Acidentes com motocicleta/triciclo (71,0%).

ANDRADE, S.S.C.A; et al, 2016

Brasil Transversal Dados do

Sistema de Informação sobre Mortalidade Selecionado os códigos para os óbitos por local de residência segundo a 10ª revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-10) A taxa de mortalidade de 21,0 mortes por 100 mil habitantes. A maioria das mortes por acidentes rodoviários ocorreu com homens (34,9%). Mais de metade das pessoas que morreram devido a acidentes de trânsito eram de raça negra, jovens adultos (24,2%), com baixa escolaridade (24,0%) e motociclistas (28,5%).

Fonte Própria, 2018.

2.3. SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA (SAMU)

Sabe-se que desde a implantação dos atendimentos fora do ambiente hospitalar no Brasil, até os dias atuais, os números de agravos a saúde causados por causas externas vem crescendo anualmente e com isso viu-se a necessidade mediante a incorporação de políticas públicas de organizar um Serviço de Atendimento Móvel de Urgência que objetivasse reduzir os números de morbimortalidade relacionadas a esses traumas.

Nesse cenário, o governo federal propôs a Política Nacional de Atenção às Urgências e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) do Sistema Único de Saúde. Em sua Portaria nº 1864/GM, em 29 de setembro de 2003 que objetiva assistir os pacientes vitima de trauma nos primeiros minutos após ter acontecido, a fim de permitir os cuidados iniciais e transporte em tempo oportuno até o tratamento definitivo em ambiente hospitalar (BRASIL, 2002).

Na prática cotidiana dos serviços de Atendimento Pré-Hospitalar - APH, o trabalho se estrutura a partir de instrumentos tecnológicos e do estabelecimento de relação entre os atores, especialmente no atendimento a vítima de acidentes de trânsito, quando várias áreas se envolvem na assistência. O trabalho desenvolvido caracteriza-se como um trabalho coletivo,

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cujo resultado depende dos atos de cada um dos atores, que atuam de acordo com seus saberes e práticas específicos, e por todos eles no seu conjunto. As ações são desenvolvidas por vários profissionais, respeitadas as especificidades, competências e responsabilidades de cada membro da equipe (PEREIRA, 2009).

Estes atendimentos buscam diminuir os índices de óbitos, a duração de internação em hospitais e as morbidades secundárias devido à falta de atendimento adequado precocemente. O funcionamento é vinte quatro horas por dia, com equipes de profissionais socorristas, incluindo médicos, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem. Os principais atendimentos são de natureza traumática (tais como acidentes automobilísticos, agressões e quedas da própria altura), clínica (pico hipertensivo, AVE, convulsões, IAM), cirúrgica, gineco-obstétrica, problemas mentais e cardiorrespiratórios, bem como intoxicações (envenenamento, ingestão medicamentosa), queimaduras, quadros infecciosos agudos, maus tratos, tentativas de suicídio e transferência dos usuários entre estabelecimentos de saúde (SILVA, 2010).

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21

3. OBJETIVOS

3.1. OBJETIVO GERAL

Caracterizar os acidentes de trânsito com vítimas socorridas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência.

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Descrever as características demográficas dos traumas relacionados aos acidentes de trânsito nas vítimas e o seguimento realizado pelo serviço dado as vítimas de traumas do estudo.

Verificar a associação entre as características relacionadas aos traumas e as características demográficas.

Investigar a associação entre as características dos traumas e o uso de drogas lícitas e/ou ilícitas.

Identificar a quantidade e tipo de lesões ocasionadas pelos traumas e a região do corpo mais afetada.

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4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. DESENHO DO ESTUDO E TIPO DE PESQUISA

O estudo é descritivo, pois fornecem dados quanto à distribuição de um evento em determinada população, analítico e observacional, no qual o pesquisador faz uso apenas da observação, não interferindo de forma a alterar um ou mais fatores que podem gerar efeitos na situação (GIL, 2002; PEREIRA, 1995).

É um estudo transversal no qual é definido um determinado prazo e o menor possível para a coleta de dados, buscando conhecer a distribuição de características em uma população e com abordagem quantitativa (MEDRONHO, 2009).

4.2. LOCAL DO ESTUDO

A pesquisa foi realizada no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) do município de Cajazeiras, situado no alto sertão paraibano. O município se encontra a 477 km da capital – João Pessoa-PB, ocupa uma área de 565,8 km², possuindo uma população de 61.816 habitantes (IBGE, 2016).

O município de Cajazeiras é Gestão Plena do Sistema Municipal da Saúde e apresenta uma ampla rede de serviços composta por 19 unidades de Estratégia de Saúde da Família (12 na zona urbana e 07 na zona rural), três Centros de Atenção Psicossocial – CAPS (CAPS de álcool e drogas, CAPS Infantil e CAPS Adulto), uma Residência Terapêutica (mista), uma Policlínica (especialidades diversas) e um Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (CNES, 2017).

O SAMU é um serviço avançado que se fundamenta na Política Nacional de Atenção às Urgências, o qual foi implantado no município de Cajazeiras em agosto de 2010, que atende aos chamados do município de cajazeiras, onde se localiza a central de regulação e mais 15 municípios (Monte Horebe, Santa Helena, Cachoeira dos Índios, Poço Dantas, Joca Claudino, Poço José de Moura, Carrapateira e municípios circunvizinhos, tais comoSão José de Piranhas, São João do Rio do Peixe, Triunfo, Bonito de Santa Fé, Uiraúna, Bom Jesus e Bernardino Batista).

A base central localizada em Cajazeiras funciona 24 horas por dia e de acordo com dados da Central Médica de Regulação/ Cajazeiras, são atendidas diariamente uma média de 80 chamadas pelo número 192 que vão desde orientações médicas, trotes, ocorrências clínicas, obstétricas, traumas, psiquiátricas bem como chamadas de outros seguimentos tais como Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal. No mês de Setembro

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23

do ano de 2016 foram atendidas 1023 chamados, os atendimentos da Unidade de Suporte Avançado (USA) foram 48, os da Unidade Suporte Básico (USB) totalizaram 491, em relação às Orientações Médicas 166, Outros meios tais como Bombeiros, Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal somaram 68 chamados, além de 250 trotes no mês. Comparando os anos, temos no mesmo mês de Setembro do ano de 2017 onde foram atendidos 1332 chamados, entre eles, 40 ocorrências da USA, 328 ocorrências da USB, 514 chamadas que incluem orientações médicas, policial rodoviária, corpo de bombeiro e a Polícia Militar, além de 450 trotes no mês. A central de regulação conta com a frota de duas ambulâncias, sendo uma Unidade de Suporte Básico (USB) e uma de Suporte Avançado (USA) e duas Motolância (MT).

4.3. POPULAÇÃO E AMOSTRA

Foram coletadas informações de todas as fichas de ocorrência de indivíduos vítimas de traumas relacionados aos acidentes de trânsito socorridos pelo SAMU do munícipio de Cajazeiras/Paraíba no período de fevereiro de 2014 a dezembro de 2016.

4.4. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

Foram incluídas as fichas de ocorrências de indivíduos vítimas de algum tipo de trauma relacionado aos acidentes de trânsito ocorrido no município de Cajazeiras e demais municípios (zona urbana e rural), atendidos pela equipe da base do SAMU do referido município no período de fevereiro de 2014 a dezembro de 2016.

4.5. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

Fichas de ocorrências das vítimas de trauma relacionado aos acidentes de trânsito que apresentem letra ilegível;

Fichas de ocorrência que apresentem um percentual de ausência de informação superior a 10% (ROMERO, 2006).

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Quadro 1 – Distribuição das variáveis

Característica Variável Descrição Categoria Classificação quanto à mensuração Plano de análise Sócio-demográficas Sexo Homem - Mamífero primata, bípede, com capacidade de fala, e que constitui o gênero humano. Mulher - Pessoa adulta do sexo feminino. Masculino Feminino Qualitativa nominal Independente

Grupo Etário Idade Em anos Quantitativa

discreta

Independente Referentes ao

trauma

Local do Sinistro Local de maior ocorrência

Zona urbana, zona rural, vias

públicas, rodovias e residência Qualitativa nominal Independente Mês Mês de maior incidência Janeiro a Dezembro Qualitativa nominal Independente Dias da semana Dia de maior

incidência Domingo a Segunda Qualitativa nominal Independente Turno Horário Horário de maior incidência Manhã (06: 00 às 11:59h), tarde (12:00 às 17:59h), noite (18:00 às 23:59h), madrugada (00:00 às 05:59h) Qualitativa nominal Independente

Uso de droga ilícita e/ou licita Hálito etílico Miose /midríase Agitação/letargia comatoso Álcool, cigarro Injetável, inalatória Qualitativa nominal Independente

Mecanismo do trauma Tipo de trauma mais frequente Acidentes automotivos Qualitativa nominal Independente Tipos de lesões Tipos de lesões

mais frequentes Ferimentos – incluindo todo e qualquer tipo de corte, lacerações e escoriações; lesões osteoarticulares – incluindo fraturas, traumatismo crânio Qualitativa nominal Dependente

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25 encefálico, luxações e entorses; sangramentos otorragia e rinorragia, hematoma, edema e contusão. Seguimento final dado

à vítima Encaminhamento final Liberado após atendimento, óbito no local, durante o atendimento e/ou transporte, recusa ao atendimento, UPA e Hospital Qualitativa nominal Dependente Fonte: ALENCAR, G. S. A, 2018.

As categorias para os diferentes mecanismos de traumas foram extraídas do Capítulo XX da CID 10: Causas externas de morbidade e de mortalidade (V01-Y98) que incluíram acidentes de transporte (V01-V99) (CBCD, 2010).

4.7. INSTRUMENTO DE PESQUISA E COLETA DE DADOS

O instrumento de pesquisa consistiu de formulário desenvolvido pelo pesquisador, composto por informações contidas nas fichas de ocorrências de traumas, abrangendo todas as variáveis, subdivididas em categorias dicotômicas ou de múltipla escolha (Apêndice A).

Após autorização da Secretaria Municipal de Saúde bem como do SAMU a coleta de dados foi realizada por três pesquisadores entre os quais foram distribuídos os formulários a cada um e explanado quanto ao correto preenchimento do instrumento de pesquisa. Todos os pesquisadores eram graduados em Enfermagem e funcionárias do referido serviço. Foi realizada diretamente no serviço SAMU através de pesquisa documental indireta, junto às fichas de ocorrência de indivíduos vítimas de traumas relacionados aos acidentes de trânsito atendidos no município de Cajazeiras pelo SAMU entre os anos de 2014 à 2016. Essas informações foram anotadas em formulário específico (Apêndice A).

As fichas de ocorrência utilizadas como fonte documental, são consideradas de grande relevância, uma vez que apresentam informações referentes aos atendimentos realizados que encontrarem-se arquivadas de acordo com o mês e ano da ocorrência no setor de arquivos do próprio SAMU.

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4.8. PROCESSAMENTO E ANÁLISE ESTATÍSTICA

As informações foram inseridas por dupla digitação em um banco de dados criado no aplicativo Statistical Package for the Social Sciences – SPSS, versão 20.0 for Windows. Inicialmente foi feita a análise estatística descritiva, que correspondeu ao cálculo de frequências absolutas e relativas para variáveis categóricas e medidas de tendência central e de variabilidade para variáveis quantitativas. Em seguida, empregou-se o teste qui-quadrado de Pearson (ou o teste exato de Fisher quando apropriado) para identificar possíveis associações entre a ocorrência de acidentes de trânsito e as variáveis independentes (relacionadas às características sociodemográficas das vítimas, às circunstâncias dos eventos e aos padrões de lesões). As variáveis independentes que apresentaram valor de p < 0,20 usando o teste qui-quadrado foram incorporadas na análise de regressão.

A análise de dados em estudos epidemiológicos transversais com desfechos binários geralmente envolve regressão logística binária. No entanto, tem sido sugerido que para estudos transversais de desfecho binário com frequência elevada, a razão de prevalência (RP) obtida por meio da regressão de Poisson seja realizada, uma vez que a razão de chances (odds

ratio) obtida por meio da regressão logística binária tende a ser superestimada nestas

situações (BARROS, 2003).

Por essa razão, optou-se por realizar análises de regressão de Poisson com variância robusta. A RP bruta foi calculada na análise bivariada e a RP ajustada foi calculada na análise multivariada, levando-se em consideração o controle para fatores de confusão (como sexo e idade da vítima) (HAIR, 2009). O nível de significância foi fixado em 5% (p < 0,05). Todas as análises estatísticas foram feitas usando o software IBM SPSS versão 20.0 e considerando um intervalo de confiança de 95%.

4.9. ASPECTOS ÉTICOS

O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba sob o número de Protocolo 69253617.0.0000.5187 (Anexo A) de acordo com as orientações contidas na Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 2012).

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5. RESULTADOS

ARTIGO: Caracterização dos acidentes de trânsito socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência

ARTIGO

CARACTERIZAÇÃO DOS ACIDENTES DE TRÂNSITO SOCORRIDOS PELO SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA

RESUMO

Caracterizar os acidentes de trânsito com vítimas socorridas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Foi realizado um estudo transversal com abordagem quantitativa, utilizando os dados de 1318 fichas presentes nos arquivos do SAMU do município de cajazeiras, cujas ocorrências apresentavam vítimas de traumas por acidentes de trânsito socorridos nos anos de 2014 a 2016. Foi realizado o Teste de Qui-quadrado de Pearson (x²) ou Teste Exato de Fisher, para observar as possíveis associações entre as variáveis. Considerou-se o nível de significância <5% e análise multivariada. A maior parte das vítimas de causas externas era homem (n = 1654; 70,5%) e geralmente tinha entre 20 e 29 anos de idade (n = 637; 27,1%). A prevalência de acidentes de trânsito foi bastante elevada (n = 1318; 56,2%) e os acidentes envolvendo motocicletas foram os mais comumente registrados (n = 1066; 86,0%). O percentual de traumas múltiplos foi de 48,0% (n = 1090). Os padrões de lesões mais comumente observados foram: escoriação (n = 613; 91,9%) e trauma crânio-encefálico (n = 95; 88,0%). Os traumas frequentemente afetavam a região facial (n = 466; 60,1%) e a dos membros superiores (n = 776; 79,0%). O uso de álcool etílico também demonstrou estar associado à maior ocorrência de acidente de trânsito (n = 581; 60,0%). Baseando-se no modelo ajustado de Poisson, constatou-se que os acidentes de trânsito demonstraram estarem mais associados ao sexo masculino (RP = 1,14; IC 95% = 1,06-1,23; p = 0,001), à faixa etária de 20 a 29 anos (n = 2,72; IC 95% = 2,26-3,28; p < 0,001), aos finais de semana (RP = 1,08; IC 95% = 1,02-1,15; p = 0,013) e às lesões traumáticas múltiplas (RP = 1,80; IC 95% = 1,67-1,94; p < 0,001). Entre os principais traumas ocorridos foi observada associação significativa dos acidentes de trânsito envolvendo motocicletas com o tipo de mecanismo de trauma e lesões de face e de membros, sexo e faixa etária bem como em relação à presença de hálito etílico e dias da semana com o turno da ocorrência do sinistro.

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Palavras-chave: Acidente de trânsito – Serviços médicos de emergência – Socorro de

urgência – Ferimentos e lesões.

*Artigo submetido ao Periódico Ciência e Saúde Coletiva

ARTICLE

CHARACTERIZATION OF THE TRANSIT ACCIDENTS AFFECTED BY THE URGENT MOBILE CARE SERVICES

ABSTRACT

To characterize the traffic accidents with victims rescued by the Mobile Emergency Service

(SAMU) in the city of Cajazeiras-PB. A cross-sectional study with a quantitative approach

was carried out using data from 1318 were victims of traumas due to traffic accidents rescued between 2014 and 2016. Pearson's Chi-square Test (x²) or Exact Test of Fisher was performed to observe the possible associations between the variables. The level of significance <5% and

multivariate analysis were considered. Most victims of external causes were male (n = 1654,

70.5%) and were generally between 20 and 29 years of age (n = 637, 27.1%). The prevalence of traffic accidents was quite significant (n = 1318, 56.2%) and accidents involving motorcycles were the most commonly reported (n = 1066, 86.0%). The percentage of multiple traumas was 48.0% (n = 1090). Excoriation (n = 613, 91.9%) and head trauma (n = 95; 88.0%) were the most commonly observed injury patterns. Traumas frequently affected the facial region (n = 466, 60.1%) and upper limbs (n = 776, 79.0%). The use/consumption of ethyl alcohol was also shown to be associated with a higher incidence of traffic accidents (n = 581, 60.0%). Based on the Poisson's adjusted model, it can be seen that traffic accidents were more associated with males (RP = 1.14; IC 95% = 1.06-1.23; p = 0.001), age group (n = 2.72; IC 95% = 2.26-3.28; p < 0.001), at weekends (RP = 1.08; IC 95% = 1.02-1.15; p = 0.013) and multiple traumatic injuries (RP = 1.80; IC 95% = 1.67-1.94; p < 0.001). Among the main traumas occurred a significant association was observed between traffic accidents involving motorcycles with the type of trauma mechanism and injuries of face and limbs, gender and

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age group as well as the presence of ethyl breath and days of the week with the turn of the event occurring.

Keywords: Traffic Accident - Emergency Medical Services - Emergency Relief - Traumas and injuries.

INTRODUÇÃO

O trânsito é definido como sendo a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga, por tanto o trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito das respectivas competências, adotar as medidas destinadas a assegurar esse direito [1].

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define o trânsito como um dos problemas de Saúde Pública, além de instigarem a Organização das Nações Unidas (ONU) a definir o período de 2011 a 2020 como a Década de Ação pela Segurança no Trânsito, com o objetivo de reduzir os acidentes no trânsito [2].

Entre os países com maior número de mortes no trânsito, o Brasil ocupa o terceiro lugar, após a Índia e a China. Entretanto, entre o grupo de países com desenvolvimento econômico e população semelhante (Brasil, Índia, China, Rússia e Estados Unidos), o Brasil apresenta o maior risco de morte entre eles, com uma taxa de 22,5% óbitos por 100 mil habitantes [3].

Entre os veículos que fazem parte do trânsito as motocicletas representam 27% da frota nacional de veículos, são responsáveis pelo maior número de acidentes e de vítimas: as motos acumularam 285.662 sinistros ou 74% das indenizações pagas em 2017 pelo DPVAT [4].

Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) estimam que os custos com acidentes para a sociedade é de aproximadamente 50 bilhões de reais por ano. Vale salientar que o aumento no número dos acidentes no trânsito impacta diretamente no setor Saúde, sobrecarregando os serviços de atendimento de urgência e se estendendo aos outros setores que envolvem a reabilitação dessas vitimas [5].

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Nesse contexto, dentre os veículos que mais se envolvem em acidentes graves estão incluídos os veículos de duas rodas. As motocicletas estão mais susceptíveis a colisões de maior exposição corporal dos seus condutores e consequentemente resultando em maiores números de lesões graves a estes[6].

Os acidentes nas rodovias envolvem maior velocidade dos meios de transporte havendo sempre um maior número de morbimortalidade presente nos acidentes quando comparados aos sinistros que ocorrem no meio urbano. As colisões frontais entre veículos e os atropelamentos são os que resultam em maior número de óbitos, sendo que as colisões frontais correspondem ao maior número de lesões graves [5].

Pelo exposto, a presente pesquisa teve como objetivo descrever as características das vítimas de traumas por causas externas relacionadas aos acidentes de trânsito socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

MATERIAL E METÓDOS

Estudo transversal com abordagem quantitativa foi realizado no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) do município de Cajazeiras – Paraíba. O SAMU é um serviço avançado que se fundamenta na Politica Nacional de Atenção às Urgências. Foram incluídas no estudo 1318 fichas de vítimas de traumas por acidentes de trânsito socorridos pelo SAMU no período de 01 de fevereiro de 2014 a 31 de dezembro de 2016 que envolvesse automóveis, motocicletas, bicicletas e pedestres.

Para a coleta dos dados, utilizou-se um formulário, contemplando informações demográficas como sexo e o grupo etário (0 a 9 anos, 10 a 19 anos, 20 a 29 anos, 30 a 39 anos, 40 a 49 anos, 50 a 59 anos, 60 a 69 anos, 70 a 79 anos, 80 anos ou mais); além de informações sobre a ocorrência do trauma como: turno (diurno, noturno); horário (manhã, 06h:00-11h:59min, tarde, 12h:0017:59min, noite, 18h:00-23h:59 min e madrugada, 00h:00-05h:00-59min), local (zona urbana, zona rural, via pública, br e outro), dia da semana, mês ano (2014, 2015, 2016), mecanismo de trauma (automóvel, motocicleta, bicicleta, animais, atropelamento), principais lesões (escoriação, laceração, hematoma, fratura, trauma crânio encefálico, esmagamento, luxação, queimadura, amputação), local da lesão (cabeça, face, membro superior, tronco, abdômen, membro inferior), presença de hálito etílico, uso de droga lícita ou ilícita, desfecho do atendimento da vítima (liberado após atendimento, recusa atendimento, óbito no local, óbito durante atendimento, óbito durante o transporte, encaminhado ao hospital).

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31

As categorias para os diferentes mecanismos de traumas foram extraídas do Capítulo XX da CID 10: Causas externas de morbidade e de mortalidade (V01-Y98) que incluíram acidentes de transporte (V01-V99) [7]. Houve casos em que a vítima apresentou mais de um agrupamento de lesões bem como locais do corpo, desta forma foi usado o critério de prioridade de atendimento conforme a gravidade da lesão. Na associação e análise das variáveis foram excluídas as fichas incompletas e com letra ilegível.

Inicialmente foi feita a análise estatística descritiva (frequências absolutas e relativas). Em seguida, empregou-se o teste Qui-quadrado de Pearson (ou o teste exato de Fisher quando apropriado) para identificar possíveis associações entre a ocorrência de acidentes de trânsito e as variáveis independentes. As variáveis independentes que apresentaram valor de p < 0,20 usando o teste qui-quadrado foram incorporadas na análise de regressão de Poisson com variância robusta [8]. A Razão de Prevalência RP bruta foi calculada na análise bivariada e a RP ajustada foi calculada na análise multivariada, levando-se em consideração o controle para fatores de confusão (como sexo e idade da vítima) [9]. O nível de significância foi fixado em 5% (p < 0,05). Todas as análises estatísticas foram feitas usando o software IBM SPSS versão 20.0 e considerando um intervalo de confiança de 95%.

Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba sob o número de Protocolo 69253617.0.0000.5187.

RESULTADOS

No presente estudo foram coletados dados de 2.567 fichas de ocorrências relacionados aos traumas por causas externas, onde durante a coleta foram excluídas 220 fichas referentes aos três anos, onde no ano de 2014 foram 100 fichas, em 2015 o total de 50 e no ano de 2016 um quantitativo de 70 fichas de ocorrências que apresentavam ausência de dados superior a 10%.

A Tabela 1 mostra a distribuição dos casos de acordo com as características sociodemográficas das vítimas e circunstâncias dos eventos. Em geral, a maior parte das vítimas de causas externas era homem (70,5%) e geralmente tinha entre 20 e 29 anos de idade (27,1%). No tocante ao turno da ocorrência (52,5%) aconteceram em horário diurno e (47,5%) no horário noturno bem como em relação ao dia da ocorrência (61,9%) em dias úteis e (38,1%) nos finais de semana. A prevalência de acidentes de trânsito foi bastante elevada (56,2%) e os acidentes envolvendo motocicletas foram os mais comumente registrados (86,0%).

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No que tange o tipo de veículo envolvido no sinistro foi classificado colisão carro x carro quando o causador do acidente colidia em outro carro bem como as colisões moto x moto referia-se ao causador do sinistro e referente às colisões isoladas foi classificado como veículos que colidiam com postes, muretas, árvores ou qualquer outro objeto inanimado.

Tabela 1. Distribuição dos casos de acordo com as características sociodemográficas das

vítimas e circunstâncias dos eventos.

Variáveis n %

Sexo da vítima [2347]

Masculino 1654 70,5

Feminino 693 29,5

Faixa etária da vítima [2347]

≤ 19 anos 396 16,9 20 a 29 anos 637 27,1 30 a 39 anos 518 22,1 40 a 49 anos 251 10,7 50 a 59 anos 157 6,7 ≥ 60 anos 388 16,5 Turno da ocorrência [2347] Diurno (06:00 as 17:59) 1233 52,5 Noturno (18:00 as 05:59) 1114 47,5 Dia da ocorrência [2347] Final de semana 895 38,1 Dias úteis 1452 61,9 Acidente de trânsito [2347] Sim 1318 56,2 Não 1029 43,8

Tipo de veículo envolvido no acidente [1240]

Automóvel 123 9,9

Motocicleta 1066 86,0

Bicicleta 51 4,1

Mecanismo do acidente envolvendo automóvel [122]

Capotamento 79 64,8

Colisão carro x carro 19 15,6

Colisão carro x animal 3 2,5

Colisão carro x moto 9 7,4

Outro 12 9,8

Mecanismo do acidente envolvendo motocicleta [1064]

Queda 657 61,7

Colisão moto x moto 147 13,8

Colisão moto x animal 43 4,0

Colisão moto x carro 188 17,7

Outro 29 2,7

Mecanismo do acidente envolvendo bicicleta [51]

Queda 41 80,4

Colisão bicicleta x moto 2 3,9

Colisão bicicleta x carro 5 9,8

Colisão 3 5,9 Ocorrência de atropelamento [2347] Sim 80 3,4 Não 2267 96,6 Tipo de atropelamento [2347] Automóvel 12 15,0

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33

Motocicleta 64 80,0

Bicicleta 4 5,0

Fonte: Dados da Pesquisa (SAMU- Ficha de regulação médica/atendimento, 2014 a 2016). Nota. Os valores entre [ ] indicam o total de casos válidos para cada variável.

Na tabela 2 são apresentadas as informações dos agravos por causas externas (acidentes de trânsito, agressão, queda da própria altura, afogamento, intoxicação exógena, choque elétrico, suicídio, queimadura, desastres), de acordo com a natureza/severidade das lesões, região do corpo afetada bem como o uso de álcool ou outras drogas e desfecho da vítima. No que concerne às vítimas que apresentavam lesões das 2347 (96,8% presença de lesão) bem como (52,0% apresentam lesão única).

Quanto ao tipo de lesão foi evidenciado escoriação (28,4%), laceração (37,2%), hematoma (14,3%), esmagamento (0,3%), fratura (30,4%), luxação (1,9%), trauma crânio encefálico (4,6%), amputação de membro (0,5%).

Na tabela 2 verifica-se, ainda, a distribuição das vítimas quanto à região do corpo afetada onde na cabeça (20,9%), face (33,0%), membro superior (41,8%), tronco (7,3%), abdômen (5,0%), membro inferior (49,6%).

No que se refere à presença de hálito etílico verificou-se que (41,2%) das vítimas apresentava hálito etílico do momento do atendimento bem como em relação ao uso de droga ilícita (6,4%) das vítimas teria feito uso de tal entorpecente e entre as mais consumidas (89,3%) haviam consumido crack.

Considerando o encaminhamento das vítimas deste estudo, destaque é dado á expressiva proporção de vítimas encaminhadas ao hospital após a ocorrência do trauma, (92,2%), liberado após o atendimento (0,9%), recusa atendimento (2,9%), óbito no local (1,7%) e óbito durante o atendimento (2,2).

Tabela 2. Distribuição dos casos de acordo com a natureza/severidade das lesões, região do

corpo afetada, uso de álcool ou outras drogas e desfecho da vítima.

Variáveis n % Presença de lesões [2347] Sim 2272 96,8 Não 75 3,2 Quantidade de lesões [2272] Única 1182 52,0 Múltipla 1090 48,0 Escoriação [2347] Sim 667 28,4 Não 1680 71,6 Laceração [2347] Sim 873 37,2

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Não 1474 62,8 Hematoma [2347] Sim 336 14,3 Não 2011 85,7 Esmagamento [2347] Sim 6 0,3 Não 2341 99,7 Fratura [2347] Sim 714 30,4 Não 1633 69,6 Luxação [2347] Sim 45 1,9 Não 2302 98,1 Trauma crânio-encefálico [2347] Sim 108 4,6 Não 2239 95,4 Amputação de membro [2347] Sim 11 0,5 Não 2336 99,5

Região do corpo afetada [2347] Cabeça Sim 490 20,9 Não 1857 79,1 Face [2347] Sim 775 33,0 Não 1572 67,0 Membro superior [2347] Sim 982 41,8 Não 1365 58,2 Tronco [2347] Sim 172 7,3 Não 2175 92,7 Abdômen [2347] Sim 118 5,0 Não 2229 95,0 Membro inferior [2347] Sim 1165 49,6 Não 1182 50,4

Presença de hálito etílico [2347]

Sim 968 41,2

Não 1379 58,8

Uso de drogas ilícitas [2347]

Sim 150 6,4 Não 2197 93,6 Tipo de droga [150] Crack 134 89,3 Cocaína 13 8,7 Maconha 2 1,3 Outro 1 0,7 Desfecho da vítima [2347]

Liberado após atendimento 22 0,9

Recusa atendimento 69 2,9

Óbito no local 40 1,7

Óbito durante atendimento 51 2,2

Encaminhado ao hospital 2165 92,2

Fonte: Dados da Pesquisa (SAMU- Ficha de regulação médica/atendimento, 2014 a 2016). Nota. Os valores entre [ ] indicam o total de casos válidos para cada variável.

(37)

35

A tabela 3 apresenta a análise bivariada entre a ocorrência de acidentes de trânsito, características sociodemográficas das vítimas, circunstâncias dos eventos e padrão de lesões. Nessa tabela é possível observar que quanto ao sexo das vítimas (60,6%) eram do sexo masculino e (45,6%) do sexo feminino. Foi observada associação significativa entre o sexo das vítimas com os acidentes de trânsito.

Com relação à faixa etária 20 a 29 anos (70,0%) e de 80 anos ou mais (3,7%). Foi observada associação estatisticamente significativa entre a faixa etária de 10 a 19 anos bem como de 20 a 29 anos em relação aos acidentes de trânsito.

No que se refere ao turno da ocorrência, as proporções entre diurno e noturno mostrou que (60,9%) das ocorrências aconteciam no período noturno compreendendo o horário de 18:00 ás 05:59 da madrugada. Foi verificada associação significativa entre o horário noturno e os acidentes de trânsito.

Os dias mais frequentes de ocorrência dos traumas foram sábado e domingo (61,5%), tendo sido observada associação entre dia da semana e a variável acidente de trânsito.

Quanto à presença de lesão (57,9%) das vítimas de acidentes de trânsito apresentavam algum tipo de lesão pelo corpo e em sua maioria (78,3%) apresentavam lesões múltiplas.

No que se referem às principais lesões sofridas pelas vítimas, os ferimentos ocorreram desde escoriação (91,9%), laceração (46,3%), hematoma (46,7%), esmagamento (1,0%), fratura (56,6%), luxação (60,0%), trauma crânio encefálico (88,0%), amputação de membro (54,5%). Foi verificada que as lesões predominantes foram as escoriações, trauma crânio encefálico e as luxações.

Quanto á região do corpo afetada cabeça (44,7%), face (60,1%), membro superior (79,0%), tronco (58,1%), abdômen ( 47,5%), membro inferior (73,5%). Foi observada que as regiões predominantes foram os membros superiores, face e membros inferiores.

Considerando a presença de hálito etílico (60,0%) das vítimas apresentavam sinais de embriaguez durante o atendimento. Foi observada estatisticamente associação entre o uso de álcool e os acidentes de trânsito.

Em relação ao uso de droga ilícita apenas (38,7%) das vítimas apresentavam sinais de uso de algum tipo de entorpecente. Não foi observada associação significativa entre o uso de droga ilícita e os acidentes de trânsito.

Observa-se, em relação ao encaminhamento das vítimas, que a maioria foi encaminhada ao hospital (56,9%), liberado após atendimento (31,8%), recusa atendimento (52,2%) óbito no local (47,5%), óbito durante o atendimento (47,1%).

(38)

Tabela 3. Análise bivariada entre a ocorrência de acidentes de trânsito, características

sociodemográficas das vítimas, circunstâncias dos eventos e padrão de lesões.

Acidente de trânsito

Variáveis Sim Não Total p-valor

Sexo da vítima n % n % n % < 0,001(a)*

Masculino 1002 60,6 652 39,4 1654 100,0

Feminino 316 45,6 377 54,4 693 100,0

Faixa etária da vítima < 0,001(a)*

≤ 19 anos 263 66,4 133 33,6 396 100,0 20 a 29 anos 446 70,0 191 30,0 637 100,0 30 a 39 anos 310 59,8 208 40,2 518 100,0 40 a 49 anos 130 51,8 121 48,2 251 100,0 50 a 59 anos 82 52,2 75 47,8 157 100,0 ≥ 60 anos 87 22,4 301 77,6 388 100,0

Turno da ocorrência < 0,001(a)*

Diurno (06:00 as 17:59) 640 51,9 593 48,1 1233 100,0

Noturno (18:00 as 05:59) 678 60,9 436 39,1 1114 100,0

Dia da ocorrência < 0,001(a)*

Final de semana 550 61,5 345 38,5 895 100,0 Dias úteis 768 52,9 684 47,1 1452 100,0 Escoriação < 0,001(a)* Sim 613 91,9 54 8,1 667 100,0 Não 705 42,0 975 58,0 1680 100,0 Laceração < 0,001(a)* Sim 404 46,3 469 53,7 873 100,0 Não 914 62,0 560 38,0 1474 100,0 Hematoma < 0,001(a)* Sim 157 46,7 179 53,3 336 100,0 Não 1161 57,7 850 42,3 2011 100,0 Esmagamento 0,038(b)* Sim 6 100,0 0 0,0 6 100,0 Não 1312 56,0 1029 44,0 2341 100,0 Fratura 0,783(a) Sim 404 56,6 310 43,4 714 100,0 Não 914 56,0 719 44,0 1633 100,0 Luxação 0,600(a) Sim 27 60,0 18 40,0 45 100,0 Não 1291 56,1 1011 43,9 2302 100,0

Trauma crânio-encefálico < 0,001(a)*

Sim 95 88,0 13 12,0 108 100,0

Não 1223 54,6 1016 45,4 2239 100,0

Amputação de membro 0,914(a)

Sim 6 54,5 5 45,5 11 100,0

Não 1312 56,2 1024 43,8 2336 100,0

Região do corpo afetada

Cabeça < 0,001(a)* Sim 219 44,7 271 55,3 490 100,0 Não 1099 59,2 758 40,8 1857 100,0 Face 0,006(a)* Sim 466 60,1 309 39,9 775 100,0 Não 852 54,2 720 45,8 1572 100,0

Membro superior < 0,001(a)*

Sim 776 79,0 206 21,0 982 100,0

Não 542 39,7 823 60,3 1365 100,0

Tronco

Sim 100 58,1 72 41,9 172 100,0

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