G
EOTECNIA
Aplicada ao
P
LANEJAMENTO
Urbano Ambiental
Geotecnia Aplicada
Aspectos legais e
institucionais da
gestão de risco
VEYRET, Yvette (org.). Os riscos: o homem como agressor e vítima do meio ambiente. São Paulo: Contexto, 2007
“O risco, objeto social, define-se como
a
percepção do perigo
, da catástrofe possível.
Ele existe apenas em relação a um indivíduo e a
um grupo social ou profissional, uma
comunidade, uma sociedade que o
apreende
por meio de
representações mentais
e com
ele convive por meio de
práticas específicas
”
O que despertou a “percepção” do risco?
• Constituição Federal de 1988
- novas atribuições e
reordenamentos da gestão nos níveis estaduais e
municipais
• Importantes contribuições do meio técnico-científico
para o melhor entendimento do ambiente físico e
das interferências antrópicas na revisão e elaboração
das
Constituições Estaduais, Leis Orgânicas
O que despertou a “percepção” do risco?
• A emergência ou explicitação da
“crise urbana
”
• A ocorrência de
grandes e/ou frequentes acidentes
e
sua inclusão no conjunto de problemas da “crise
urbana”
• A associação dos acidentes à
precariedade
(de
planejamento urbanístico, de infra-estrutura básica,
de serviços públicos) e à
exclusão social e espacial
O que despertou a “percepção” do risco?
Experiências pioneiras e localizadas de gestão de risco urbano
associado a escorregamentos
IPT-IG
- Plano Preventivo de Defesa Civil para Cubatão, Baixada
Santista e Litoral Norte (MACEDO et al., 1999)
GEO-RIO
– Cartografia de risco / Alerta Rio/ Obras (AMARAL,
1996)
Recife –
“ação integrada contra riscos geológicos em morros
urbanos” (GUSMÃO FILHO, 1995; ALHEIROS, 1998)
Belo Horizonte
– Plano Estrutural de Áreas de Risco (CARVALHO,
1996; URBEL)
O que despertou a “percepção” do risco?
Experiências pioneiras e localizadas de gestão de risco
urbano associado a escorregamentos:
• Grupo de Morros –
Administração Regional dos
Morros de Santos
(NOGUEIRA, 2002)
• Mapeamento de riscos das
favelas em SP
(CERRI &
CARVALHO , 1990)
• Plano Integrado de Engenharia Ambiental em
Juiz de
Fora, MG
(MATTES et al., 1986)
O que despertou a “percepção” do risco?
Inclusão da temática nos eventos técnicos-científicos
• Primeiro Simpósio Latino Americano sobre Risco Geológico Urbano (São Paulo, 1990);
• Conferência sobre Defesa Civil, enfocando principalmente as grandes cidades, durante a ECO-URBs 92
• Seminário sobre problemas geológicos e geotécnicos da Região Metropolitana de São Paulo, em 1992;
• Mesa redonda com o tema 'Redução de acidentes naturais', no 39.º Congresso da SBG (Salvador, 1996);
• Primeira Jornada de Preparação das Comunidades Paulistas em relação aos Desastres Naturais, pelo IEA-USP, em 1994.
• Inclusão de tema 'catástrofes' na 46.º Reunião Anual da SBPC em 1994 (na 50. º Reunião Anual, em Natal, RN, em 1998, também ocorreu um simpósio sobre desastres);
• Encontros de Geologia Urbana (Guarulhos, 1994; Santos, 1996 e São Paulo, maio de 2000); • Presença da temática de riscos geológicos nos Congressos Brasileiros de Geologia de
Engenharia (Poços de Caldas, 1993; Rio de Janeiro, 1996 e São Pedro, 1999) e nas
Conferências Brasileiras sobre Estabilidade de Encostas, 1 e 2 (Rio de Janeiro, 1992 e 1997); • Seminário sobre “prevenção e controle dos efeitos dos temporais” no Rio de Janeiro, em
1997;
• Produção de dissertações e teses acadêmicas, que se referem aos riscos geológicos, especialmente escorregamentos.
O que despertou a “percepção” do risco?
Década Internacional de Redução de Desastres Naturais – DIRDN
1. Conhecimento (identificação e análise) dos riscos
2.Planejamento e implementação de intervenções para redução
dos riscos identificados
3. Monitoramento permanente e prevenção de acidentes,
especialmente nos períodos chuvosos
4. Informação pública e capacitação para prevenção e
autodefesa
O Estatuto da Cidade
Lei Federal n. º 10.257, de 10 de julho de 2001
“I - Garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à
terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura
urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;
IV. Planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial da população e das atividades econômicas do município e do território sob sua área de influência, de modo a evitar e corrigir as distorções do
crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente;
VI. Ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar (...) a poluição e a degradação ambiental.
XIV. Regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda mediante o estabelecimento de normas especiais de
urbanização, uso e ocupação do solo e edificação, consideradas a situação socioeconômica da população e as normas ambientais; (...)
Ministério das Cidades- 2003
Programa de Urbanização, Regularização e Integração de Assentamentos Precários
Ação de Apoio à Prevenção e Erradicação de Riscos em Assentamentos Precários.
Ação de apoio a programas municipais de
redução e erradicação de riscos- MCidades
• Planos municipais de redução de riscos
(PMRR)
• Projetos de obras de contenção de encosta
Ações de resposta a desastres
• SINDEC – SEDEC – CEDEC – REDEC – COMDEC-
NUDEC
• Lei 12340/2010 –
atualizou o modelo de Defesa
Civil definido no Decreto 7.257 de 2005, com ênfase
na agilização das transferências de recursos em ações
de socorro, assistência às vítimas, restabelecimento
de serviços essenciais e reconstrução nas áreas
atingidas. Trata ainda do Fundo Especial para as
Calamidades Públicas
Riscos e mudanças climáticas
Relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima, 2007), entre outras tendências e alterações já observadas, considera
muito provável
a ocorrência deeventos de precipitação
extrema
.A freqüência (ou a proporção do total de chuva das precipitações fortes) aumenta na maior parte do planeta (e certamente no Sudeste do Brasil e Zona da Mata nordestina), elevando o risco de inundações, alagamentos, escorregamentos e erosão.
Este é um elemento novo importantíssimo para a administração das
cidades grandes e médias que sofrem grandes impactos com chuvas mais intensas, com fortes reflexos no trânsito e nas vilas, favelas, grotas,
ocupações precárias em encostas e margens de córregos.
A recomendação do IPCC e, aqui, da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Rede-Clima, criada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (INPE, notícias, 2008), aos formuladores de política, é a
detecção de pontos de vulnerabilidade e de práticas
de adaptação a esta nova realidade climática.
Tempestades em SP e no RJ vão até
triplicar nos próximos 60 anos
A ocorrência de tempestades em São Paulo e no Rio de Janeiro não vai parar de crescer. A constatação é de um estudo do INPE (Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais), em parceria com o MIT (Massachusetts Institute of Technology)) e o IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço), que mostra que o aumento da temperatura das águas do oceano Atlântico devido ao aumento do aquecimento global é a causa direta dessa
previsão.
O levantamento concluiu que as tempestades na região Sudeste serão duas vezes maiores dentro de 60 anos, se comparado ao volume atual. Nas regiões litorâneas, a ocorrência de fortes chuvas será três vezes mais intensa.
A previsão leva em conta o ritmo de aquecimento do Oceano Atlântico nos últimos 60 anos. As águas ficaram 0,6ºC mais quentes. No mesmo período, a temperatura do planeta subiu 0,8ºC. Com a perspectiva que esse ritmo seja mantido, podemos esperar cada vez mais chuvas daqui para frente.
2011
• Seminário Internacional sobre Gestão
Integrada de Riscos e Desastres (março/11)
• ISDR - Estratégia Internacional para Redução
de Desastres/ ONU
• Unidade Urbana – Água e Saneamento –
Gestão de Riscos de Desastres do Banco
Mundial
2011
PPA 2012-2015 – inclusão do Programa Gestão
de Riscos e Respostas a Desastres
• Mapeamento da suscetibilidade (CPRM/Serviço Geológico do Brasil/MME) • Mapeamento de riscos em áreas ocupadas (SEDEC/MIN)
• Elaboração de cartas geotécnicas de aptidão à urbanização (SNPU/Mcidades) • Melhoria do Sistema Nacional de Defesa Civil (SEDEC/MIN)
• Obras emergenciais para redução de riscos (SEDEC/MIN)
• Intervenções estruturais para prevenção de riscos em encostas (SNPU/MCidades) • Intervenções urbanas em margens de rios e canais (SNSA/ MCidades)
• Sistema Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (SEMADEN-INPE/ MCT)
LEI 12.608
de 10/04/2012
Art. 1
oInstitui a
Política Nacional de Proteção e Defesa
Civil – PNPDEC
, dispõe sobre o Sistema Nacional
de Defesa Civil – SINPDEC e o Conselho Nacional
de Proteção e Defesa Civil – CONPDEC, autoriza a
criação
de
sistema
de
informações
e
monitoramento de desastres
e dá outras
providências
LEI 12.608
de 10/04/2012
Art. 3
oA PNPDEC abrange as ações de prevenção,
mitigação, preparação, resposta e recuperação
voltadas à proteção e defesa civil.
Parágrafo Único. A PNPDEC deve integrar-se às políticas de ordenamento territorial, desenvolvimento urbano, saúde, meio ambiente, mudanças climáticas, gestão de recursos hídricos, geologia, infraestrutura, educação, ciência e tecnologia e às demais políticas setoriais, tendo em vista a promoção do desenvolvimento sustentável
LEI 12.608
de 10/04/2012
Diretrizes:
• atuação articulada União, estados e municípios;
• abordagem sistêmica;
• prioridade às ações preventivas;
• adoção da bacia hidrográfica como unidade de
análise;
• planejamento com base em pesquisas e estudos;
• participação da sociedade civil.
LEI 12.608
de 10/04/2012
Art. 5
oObjetivos:
I - reduzir os riscos de desastres;
II - prestar socorro e assistência às populações atingidas por desastres; III - recuperar as áreas afetadas por desastres;
IV – incorporar a redução do risco de desastre e as ações de proteção civil entre os elementos da gestão territorial e do planejamento das políticas setoriais
V - promover a continuidade das ações de proteção e defesa civil;
VI – estimular o desenvolvimento de cidades resilientes e os processos sustentáveis de urbanização
VII – promover a identificação e avaliação das ameaças, suscetibilidade e vulnerabilidades a desastres,
VIII - monitorar os eventos; IX - produzir alertas;
LEI 12.608
de 10/04/2012
.
X – estimular o ordenamento da ocupação do solo urbano e rural, tendo em vista sua conservação e a proteção da vegetação nativa, dos recursos hídricos e da vida humana
XI – combater a ocupação de áreas ambientalmente vulneráveis e de risco e promover a realocação da população residente nessas
áreas
XII – estimular iniciativas que resultem na destinação de moradia em local seguro
XIII - desenvolver consciência nacional acerca dos riscos de desastre;
XIV - orientar as comunidades a adotar comportamentos adequados de prevenção e de resposta em situação de desastre e promover a autoproteção; e
XV - integrar informações em sistema capaz de subsidiar os órgãos do SINPDEC na previsão e no controle dos efeitos negativos de eventos adversos sobre a população, os bens e serviços e o meio ambiente.
LEI 12.608
de 10/04/2012
Altera a Lei no 6.766, de 19 de dezembro de 1979; a Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001, e a Lei no 12.340, de
1o de dezembro de 2010.
Art. 1
o- A Lei n
o12.340, de 1
ode dezembro de 2010, passa a
vigorar acrescida dos seguintes artigos:
"Art. 3
o-A. O Governo Federal instituirá cadastro nacional de
municípios com áreas propícias à ocorrência de
escorregamentos de grande impacto ou processos geológicos
correlatos
, conforme regulamento.
§ 1
oA inscrição no cadastro previsto no caput se dará por
iniciativa do município ou mediante indicação dos demais
entes federados, observados os critérios e procedimentos
previstos em regulamento.
Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, IBGE (2010):
2.696 municípios - 51,3% do total - declararam ter sofrido alagamentos ou inundações por conta da ação das chuvas entre 2003 e 2008.
Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, IBGE (2010):
O principal fator que influenciou os
alagamentos foram a obstrução de bueiros (45,1% dos municípios), ocupação intensa e desordenada do solo (43,1%), obras e
projetos inadequados (31,7% e 30,7%, respectivamente), lançamento inadequado de lixo (30,7%), interferência física no
sistema de drenagem (18,6%), lençol freático alto (15,8%), entre outros. 47,8% dos municípios não realizaram serviços de limpeza e desobstrução de galerias em suas redes de drenagem entre 2003 e 2008
O número de municípios com alguma via pavimentada aumentou 20,6% no Brasil (82,4% na região Norte) entre 2000 e 2008, ao passo que o percentual de cidades com sistema de drenagem subterrânea caiu de 85,2% para 76,4%. Em contrapartida, entre 2000 e 2008 subiu de 80,4% para 94% o percentual de municípios com drenagem superficial.
Pesquisa Nacional de
Saneamento Básico (IBGE, 2010):
Cerca de 1.400 municípios (27,3%) relatam alguma
situação de risco relacionado à erosão, escorregamentos e solapamentos de margens de córregos
Municípios com registro de mortes por escorregamentos entre 1988 a 2010. Fonte: Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT.
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
Número de óbitos por ano entre 1988 e março de 2011.
Rio de Janeiro
1670
São Paulo
400
Minas Gerais
304
Bahia
203
Santa Catarina
201
Pernambuco
179
Alagoas
73
Espirito Santo
49
Total
3079
Número de óbitos por estado entre 1988 e março de 2011.
Fonte: IPT. Banco de Dados Mortes por Escorregamentos no Brasil
Trinta municípios de seis estados brasileiros apresentam registro de dez óbitos ou mais associados a escorregamentos entre 1988 e 2011, totalizando 76% das mortes levantadas pelo Banco de Dados do IPT
§ 2
oOs municípios incluídos no cadastro deverão:
I - elaborar mapeamento contendo as áreas propícias à ocorrência de
escorregamentos de grande impacto ou processos geológicos correlatos;
II - elaborar plano de contingência e instituir núcleos de defesa civil, de
acordo com os procedimentos estabelecidos pelo órgão coordenador do Sistema Nacional de Defesa Civil - SINDEC;
III - elaborar plano de implantação de obras e serviços para a redução de riscos;
IV - criar mecanismos de controle e fiscalização para evitar a edificação em áreas propícias à ocorrência de escorregamentos de grande impacto ou processos geológicos correlatos; e
V - elaborar carta geotécnica de aptidão à urbanização, estabelecendo
diretrizes urbanísticas voltadas para a segurança dos novos parcelamentos do solo urbano.
Não há
prevenção sem
previsão
MAPEAMENTO DOS
RISCOS
método adequado
escala adequada
- cartas geotécnicas de suscetibilidades,
- cartas geotécnicas de aptidão à urbanização - cartas geotécnicas de risco geológico
• cartas geotécnicas com diferentes especificações quanto à escala de mapeamento, aos dados básicos de entrada para sua elaboração, à forma de representação e, principalmente, aos objetivos de sua aplicação no contexto do planejamento urbano e da gestão do risco .
CARTOGRAFIA GEOTÉCNICA APLICADA AO PLANEJAMENTO URBANO
SUSCETIBILIDADE
potencialidade/ predisposição de
processos geológicos
(escorregamentos, inundações/enchentes/alagamentos,
corridas, erosões, assoreamento, subsidências e
colapsos, processos costeiros, sismos induzidos, etc.)
causarem
transformações
do
meio
físico,
independentemente de suas conseqüências para as
atividades humanas.
• capacidade dos terrenos para suportar os
diferentes usos e práticas da engenharia e do
urbanismo.
• Sua análise parte do mapeamento, caracterização e
integração de atributos do meio físico que condicionam
o comportamento deste frente às solicitações existentes
ou a serem impostas (implantação de infra-estrutura e
de serviços urbanos, programas habitacionais,
reparcelamento do solo, consolidações geotécnicas,
regularização fundiária, EXPANSÃO URBANA, etc.).
• situação de perigo, perda ou dano, ao homem e suas
propriedades em função da possibilidade de ocorrência de
processo geológico, induzido ou não.
RISCO GEOLÓGICO
R
= P (ƒA) * C (ƒ V)*g
-1
Cartas de geologia de engenharia/
cartas geotécnicas
• Cartas
geotécnicas
de
suscetibilidade
• potencialidade de ocorrência de processos naturais e induzidos em áreas de interesse ao uso do solo, expressando a suscetibilidade segundo
classes de probabilidade de ocorrência
• Cartas geotécnicas de risco
• prepondera a avaliação de dano potencial, expresso segundo diferentes graus de risco, resultantes da conjugação da probabilidade de ocorrência de manifestações geológicas naturais ou induzidas e das conseqüências sociais e econômicas.
• Cartas geotécnicas de aptidão
à urbanização
• Têm como objetivo prever o desempenho da interação entre o meio físico e a sua ocupação e os conflitos resultantes, assim como
estabelecer orientações técnicas, preventivas e corretivas de problemas identificados, para minimizar custos e riscos nos empreendimentos do uso do solo
§ 3
oA União e os Estados, no âmbito de suas competências,
apoiarão os Municípios na efetivação das medidas previstas
no § 2
o.
§ 4
oSem prejuízo das ações de monitoramento desenvolvidas
pelos Estados e Municípios, o Governo Federal publicará,
periodicamente,
informações sobre a evolução das ocupações
em áreas propícias à ocorrência de escorregamentos de
grande impacto ou processos geológicos correlatos nos
municípios constantes do cadastro.
§ 5
oAs informações de que trata o § 4
oserão encaminhadas,
para
conhecimento e providências
, aos
Poderes Executivo e
Legislativo
dos respectivos Estados e Municípios e ao
Ministério Público
.
LEI 12.608
de 10/04/2012
Altera a Lei no 6.766, de 19 de dezembro de 1979; a Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001, e a Lei no 12.340, de 1o de
Art. 3o-B. Verificada a existência de ocupações em áreas propícias à ocorrência de
escorregamentos de grande impacto ou processos geológicos correlatos, o município adotará as providências para redução do risco, dentre as quais, a
execução de plano de contingência e de obras de segurança e, quando necessário, a remoção de edificações e o reassentamento dos ocupantes em local seguro. § 1o A efetivação da remoção somente se dará mediante a prévia observância dos
seguintes procedimentos:
I - realização de vistoria no local e elaboração de laudo técnico que demonstre os riscos da ocupação para a integridade física dos ocupantes ou de terceiros; e
II - notificação da remoção aos ocupantes acompanhada de cópia do laudo técnico e, quando for o caso, de informações sobre as alternativas oferecidas pelo Poder Público para assegurar seu direito à moradia.
§ 2o Na hipótese de remoção de edificações deverão ser adotadas medidas que
impeçam a reocupação da área.
§ 3o Aqueles que tiverem suas moradias removidas deverão ser abrigados, quando
necessário, e cadastrados pelo município para garantia de atendimento
habitacional em caráter definitivo, de acordo com os critérios dos programas
públicos de habitação de interesse social."
LEI 12.608
de 10/04/2012
Altera a Lei no 6.766, de 19 de dezembro de 1979; a Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001, e a Lei no 12.340, de 1o de
Art. 2o O art. 12 da Lei no 6.766, de 19 de dezembro de 1979, passa a vigorar
com a seguinte redação:
"Art. 12. ...
§ 1o O projeto aprovado deverá ser executado no prazo constante do
cronograma de execução, sob pena de caducidade da aprovação.
§ 2o Nos municípios inseridos no cadastro nacional de que trata o art. 3o-A da
Lei no 12.340, de 2010, a aprovação do projeto de que trata o caput ficará vinculada ao atendimento dos requisitos constantes da carta geotécnica de aptidão à urbanização prevista no inciso V do § 2o do referido
dispositivo." (NR)
LEI 12.608
de 10/04/2012
Altera a Lei no 6.766, de 19 de dezembro de 1979; a Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001, e a Lei no 12.340, de 1o de
Art. 3
oA Lei no 6.766, de 1979, passa a vigorar acrescida do
seguinte artigo:
"Art. 20-A. No
registro do parcelamento do solo urbano
, deverão
ser identificados os lotes de interesse social produzidos nos
termos dos §§ 7
oe 8
odo art. 2
o.
Parágrafo único. Na matrícula dos lotes de interesse social,
deverá ser averbada sua destinação a programas e projetos
habitacionais de interesse social ou à comercialização direta
para beneficiário final de baixa renda." (NR)
LEI 12.608
de 10/04/2012
Altera a Lei no 6.766, de 19 de dezembro de 1979; a Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001, e a Lei no 12.340, de 1o de
Art. 4
oO art. 2
oda Lei n
o10.257, de 10 de julho de 2001, passa a
vigorar com a seguinte redação:
"Art. 2o ...
...
.
VI - ...
...
.
h) a exposição da população a riscos de desastres naturais;
..." (NR)
LEI 12.608
de 10/04/2012
Altera a Lei no 6.766, de 19 de dezembro de 1979; a Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001, e a Lei no 12.340, de 1o de
Art. 5
oA Lei n
o10.257, de 2001, passa a vigorar acrescida dos
seguintes artigos:
"Art. 42-A. Os municípios que possuam áreas de expansão
urbana deverão elaborar Plano de Expansão Urbana no qual
constarão, no mínimo:
I -
demarcação da área
de expansão urbana;
II - delimitação dos trechos com
restrições à urbanização
e dos
trechos sujeitos a
controle especial
em função de ameaça de
desastres naturais;
III - definição de diretrizes específicas e de áreas que serão
utilizadas para infraestrutura, sistema viário, equipamentos e
instalações públicas, urbanas e sociais;
LEI 12.608
de 10/04/2012
Altera a Lei no 6.766, de 19 de dezembro de 1979; a Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001, e a Lei no 12.340, de 1o de
IV - definição de parâmetros de parcelamento, uso e ocupação do solo, de modo a promover a diversidade de usos e contribuir para a geração de emprego e renda;
V - a previsão de áreas para habitação de interesse social por meio da demarcação de zonas especiais de interesse social e de outros
instrumentos de política urbana, quando o uso habitacional for permitido; VI - definição de diretrizes e instrumentos específicos para proteção
ambiental e do patrimônio histórico e cultural; e
VII - definição de mecanismos para garantir a justa distribuição dos ônus e benefícios decorrentes do processo de urbanização do território de expansão urbana e a recuperação para a coletividade da valorização imobiliária resultante da ação do Poder Público.
LEI 12.608
de 10/04/2012
Altera a Lei no 6.766, de 19 de dezembro de 1979; a Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001, e a Lei no 12.340, de 1o de
§ 1o Consideram-se áreas de expansão urbana aquelas destinadas pelo Plano
Diretor ou lei municipal ao crescimento ordenado das cidades, vilas e demais núcleos urbanos, bem como aquelas que forem incluídas no perímetro urbano a partir da publicação desta Medida Provisória.
§ 2o O Plano de Expansão Urbana deverá atender às diretrizes do Plano
Diretor, quando houver.
§ 3o A aprovação de projetos de parcelamento do solo urbano em áreas de
expansão urbana ficará condicionada à existência do Plano de Expansão Urbana.
§ 4o Quando o Plano Diretor contemplar as exigências estabelecidas no caput,
o Município ficará dispensado da elaboração do Plano de Expansão Urbana."
LEI 12.608
de 10/04/2012
Altera a Lei no 6.766, de 19 de dezembro de 1979; a Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001, e a Lei no 12.340, de 1o de