• Nenhum resultado encontrado

Relatório de estágio curricular supervisionado em Medicina Veterinária

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Relatório de estágio curricular supervisionado em Medicina Veterinária"

Copied!
47
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE ESTUDOS AGRÁRIOS CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

Diego de Freitas Souto

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Ijuí, RS, Brasil 2019

(2)

Diego de Freitas Souto

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Relatório de Estágio Curricular Supervisionado na Área de Clínica Médica de Pequenos Animais apresentado ao curso de Medicina Veterinária da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de Médico Veterinário.

Orientadora: Prof.a Dr.a Luciana Mori Viero

Ijuí, RS 2019

(3)

Diego de Freitas Souto

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Relatório de Estágio Curricular Supervisionado na Área de Clínica Médica de Pequenos Animais apresentado ao curso de Medicina Veterinária da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de Médico Veterinário.

Aprovado em 19 de junho de 2019

__________________________________ Luciana Mori Viero, Dr.a (UNIJUÍ)

(Orientadora)

__________________________________ Cristiane Beck, Dr.ª (UNIJUÍ)

(Banca)

Ijuí, RS 2019

(4)

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu pai, Alcides Cardoso Souto (in memoriam), por ter acreditado que educação ainda é futuro neste País.

(5)

AGRADECIMENTOS

Chegou o momento de agradecer a todos que estiveram ao meu lado, para que eu pudesse realizar o sonho der ser Médico Veterinário. O caminho é longo, porém promissor, pois acredito que seja uma das, senão a profissão mais linda que poderia existir.

Obrigado a Deus, que permitiu que eu pudesse trilhar este caminho, não deixando que, nos momentos de fraqueza, eu desistisse.

Agradeço a minha mãe, Vera Regina de Freitas Souto, e a minha tia, Simone Freitas Pacheco, por terem “topado” essa aventura de realizar a minha segunda graduação, mas como diz um ditado, mãe é mãe, e faz de tudo para felicidade de um filho.

Obrigado à Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, às “gurias” do DEAg, por todo carinho e atenção que tiveram comigo, aos professores que tive o prazer de conviver e aos médicos veterinários do Hospital Veterinário da Unijuí.

Agradeço a minha orientadora, Luciana Viero, por ter aceitado ser minha orientadora nesta etapa final da graduação. Obrigado por sempre me receber tão bem em todas as orientações que solicitei e pelo apoio nos casos clínicos que escolhemos para relatar.

Agradeço à Equipe da Pet Home Centro Veterinário 24 horas, por me receberem para o estágio curricular, e pelos conhecimentos transmitidos e as amizades que tive o prazer de fazer.

Obrigado aos poucos amigos que fiz em Ijuí, e em especial à família do colega e amigo Henrique Hiethmuller, por permitir que eu entrasse na vida da família e por estarem sempre por perto. Obrigado por terem sido minha estrutura emocional aqui, jamais esquecerei vocês.

Obrigado a todos os animais que passaram por mim durante a graduação e aos que emprestaram seus corpos para que eu pudesse aprender e compreender cada vez mais sobre os sistemas de vocês.

Essa vitória é por vocês, é para Vocês!

(6)

O sonho é que leva a gente para a frente. Se a gente for seguir a razão, fica aquietado, acomodado. Ariano Suassuna

(7)

RESUMO

RELATÓRIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁIRA ÁREA: CLÍNICA MÉDICA DE PEQUENOS ANIMAIS

AUTOR: Diego de Freitas Souto

ORIENTADORA: Prof.a Dra. Luciana Mori Viero

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foi realizado na área de Clínica Médica de Pequenos Animais, na Pet Home Clínica Veterinária 24 horas, localizada na cidade de Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, no período de 17 de janeiro a 12 de fevereiro, totalizando uma carga horária de 150 horas. O estágio teve supervisão da médica veterinária Laís Sesti Reghelin e orientação da Prof.a Dr.a Luciana Mori Viero. Durante a realização do estágio curricular, foi possível acompanhar, praticar e auxiliar em diversas atividades, como nas consultas clínicas e cirúrgicas de animais de pequeno porte, dando uma ênfase na Clínica Médica, além de auxiliar em exames de imagem, na radiologia e ultrassonografia, vacinações, coletas de material biológico para exames complementares, procedimentos ambulatoriais e cuidados de enfermagem aos animais internados. Neste trabalho, serão descritos e discutidos dois casos clínicos acompanhados durante a realização do estágio, sendo um deles sobre Disfunção Cognitiva em um cão, e o outro sobre Tratamento de Carcinomas de Células escamosas com o uso da eletroquimioterapia em um canino. As demais atividades acompanhadas durante o estágio estão apresentadas detalhadamente em tabelas. O estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária é uma das etapas mais importantes para a conclusão deste curso e para a obtenção do título de médico veterinário, pois é nesta etapa que é possível pôr em prática todo o aprendizado teórico que foi administrado em sala de aula, e é neste momento que vamos ter a oportunidade de crescer pessoalmente e profissionalmente.

(8)

ABSTRACT

REPORT ON CURRICULAR STAGE SUPERVISED IN VETERINARY MEDICINE MEDICAL CLINIC AREA OF SAMLL ANIMALS

AUTHOR: Diego de Freitas Souto ADVISOR: Dra Luciana Mori Viero

The Supervised curricular internship in medicine veterinary was completed in the area of Medical Clinic of Small Animals ,in Pet Home Veterinary Clinic 24 hours service,localizated in Porto Alegre,state of Rio Grande do Sul,from January 17 to February 12 , completing the worload of 150 hours.The internship was supervised by the veterinarian Laís Sesti Reghelin and oriented by Dr.Luciana Mori Viero.During the execution of the curricular internship ,was possible to monitor,practice and assist in many activities ,as doctor visits and surgery in small animals , emphasizing Medical Clinic,and assisting in image exams ,in radiology and ultrasonography , vaccination, collecting biological material used in complementary exams, ambulatory procedures and nursery caring in hospitalized animals.In this work ,will be described and discussed two clinical situations assisted during the practice training,one of them about a Cognitive Disfunction in a dog and the other about the Treatment of squamous cells using a eletrochematerapy in a canine.The other activities assisted during the internship will be shown with details in tables.The supervised curricular internship in medicine veterinary is one of the most important for the conclusion of this major and to obtain the title of Veterinary Medical,because in this stage is possible to practice all the theorical learnings managered in class,and it is in this moment we are going to have the opportunity to grow up personally and professionally.

(9)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Atividades acompanhadas e/ou realizadas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais, na Pet Home Clínica Veterinária 24 horas, no período de 17 de janeiro a 12 de fevereiro de 2019 ... 13  

Tabela 2 – Exames complementares solicitados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais, na Pet Home Clínica Veterinária 24 horas, no período ... 14  

Tabela 3 – Diagnósticos clínicos acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais, na Pet Home Clínica Veterinária 24 horas, no período de 17 de janeiro a 12 de fevereiro de 2019 ... 15  

Tabela 4 – Procedimentos cirúrgicos acompanhados e/ou encaminhados, durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais na Pet Home Clínica Veterinária 24 horas, no período de 17 de janeiro a 12 de fevereiro de 2019 ... 16  

(10)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ALT Alanina aminotransferase

BID Bis in die (duas vezes por dia)

BPM Batimento por minuto

CCE Carcinoma de células escamosas EQT Eletroquimioterapia

FA Fosfatase alcalina FC Frequência cardíaca

g Gramas

H Hora

ICC Índice de condição corporal

IV Intravenoso

Kg Quilograma

mL Mililitro

Mg Miligrama

MPM Movimento por minuto NaCl Cloreto de sódio

RX Raio X

RS Rio Grande do Sul

SC Subcutâneo

SDCC Síndrome da disfunção cognitiva em cães

SID Semel in die (uma vez ao dia)

TID Tenel in die ( três vezes ao dia) TPC Tempo de preenchimento capilar TR Temperatura retal

VO Via oral

°C Graus Celsius

% Porcentagem

(11)

SUMÁRIO 1   INTRODUÇÃO ... 11   2   ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ... 13   3   DESENVOLVIMENTO ... 17   3.1   CASO CLÍNICO 1 ... 17   3.1.1   Introdução ... 17   3.1.2   Metodologia ... 19   3.1.3   Resultados e discussão ... 21   3.1.4   Conclusão ... 24   3.1.5   Referências bibliográficas ... 25   3.2   CASO CLÍNICO 2 ... 27   3.2.1   Introdução ... 27   3.2.2 Metodologia ... 28   3.2.3   Resultados e discussão ... 30   3.2.4   Conclusão ... 34   3.2.5 Referências bibliográficas ... 35   4   CONCLUSÃO ... 38   REFERÊNCIAS ... 39   ANEXO A ... 44   ANEXO B ... 45   ANEXO C ... 46  

(12)

1 INTRODUÇÃO

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária é uma das etapas mais importantes para a conclusão deste curso e para a obtenção do título de médico veterinário, pois é, nesta etapa, que é possível pôr em prática todo o aprendizado teórico que foi administrado em sala de aula, e é neste momento que vamos ter a oportunidade de crescer pessoalmente e profissionalmente.

O local escolhido para realizar o estágio curricular foi a PET HOME CLÍNICA 24 HORAS, abrangendo a área de Clínica Médica de Pequenos Animais, no período de 17 de janeiro a 12 de fevereiro de 2019, totalizando uma carga horária de 150 horas, sob supervisão da médica veterinária Laís Sesti Reghelin.

A Clínica Veterinária PET HOME 24 horas está localizada na Rua Araponga, 427, Bairro Chácara das Pedras, na cidade de Porto Alegre – RS e tem como missão promover o bem-estar dos animais, por meio da excelência dos serviços prestados e da promoção da conscientização das famílias.

A clínica conta com uma equipe médica composta por médicos veterinários das diversas especialidades, como dermatologia, oftalmologia, fisioterapia, ortopedia e neurologia, cirurgia e clínica médica, além de convênios com diagnóstico por imagem (ultrassonografia e radiologia), que atendem 24 horas por dia.

Na sua estrutura, conta com cinco consultórios, dois blocos cirúrgicos, laboratório de análises clínicas, uma sala de preparo do paciente, duas salas de internação (uma para caninos e outra para felinos) com acompanhamento integral por um médico veterinário, microchipagem, petstore, hotelaria, convênios de saúde animal, estética e serviço de telebusca. Também possui uma parceria com um centro de reabilitação e fisioterapia, que atente em um ambiente exclusivo dentro da clínica.

A escolha da realização do estágio curricular supervisionado na Clínica Veterinária Pet Home 24 Horas justifica-se por esta ser um centro de referência em Porto Alegre e na região metropolitana e pelo fato de ela ter uma excelente estrutura, além de incentivar os estagiários no exercício e treinamento da profissão.

A área de Clínica Médica de Pequenos Animais foi escolhida, pois essa área está em constante crescimento e os diagnósticos estão cada vez mais precisos.

(13)

O objetivo do estágio curricular é o de proporcionar ao acadêmico a oportunidade de praticar o que foi visto de forma teórica durante todos os anos da graduação, além do contato com a rotina real de um médico veterinário.

Assim, este trabalho tem o objetivo de relatar as atividades desenvolvidas durante o período de estágio, e, entre essas atividades, descrever e discutir dois casos clínicos, sendo um com o tema Síndrome da disfunção cognitiva em um canino e outro que relata o tratamento de carcinoma de células escamosas com o uso da eletroquimioterapia.

(14)

2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

As atividades desenvolvidas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais, na Pet Home Clínica Veterinária 24 Horas, compreendem o acompanhamento dos atendimentos clínicos e cirúrgicos, auxílio na coleta de materiais biológicos para exames complementares, acompanhamento de exames de imagem (como radiografias e ultrassonografias) e práticas ambulatoriais. Os acompanhamentos descritos estão detalhados nas tabelas a seguir.

Tabela 1 – Atividades acompanhadas e/ou realizadas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais, na Pet Home Clínica Veterinária 24 horas, no período de 17 de janeiro a 12 de fevereiro de 2019.

Atividades Cães Gatos casos Nº de %

Acesso Venoso 21 7 28 16,6

Aplicação de microchip 4 0 4 2,4

Aplicação de medicação 31 11 42 25

Auxílio em fisioterapia 3 0 3 1,8

Coleta de sangue 17 5 22 13,1

Curativos/ limpeza de feridas 8 3 11 6,5

Eutanásia 4 1 5 3

Monitoramento da glicemia 4 1 5 3

Monitoramento da pressão arterial 9 2 11 6,5

Remoção de pontos cirúrgicos 5 1 6 3,6

Revelação de RX odontológico 2 2 4 2,4 Sondagem uretral 2 0 2 1,2 Transfusão sanguínea 2 0 2 1,2 Tricotomia pré-cirúrgica 4 2 6 3,6 Vacinação 9 3 12 7,1 Vermifugação 4 1 5 3 Total 129 39 168 100

(15)

Tabela 2 – Exames complementares solicitados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais, na Pet Home Clínica Veterinária 24 horas, no período.

Exames Cães Gatos Nº de casos %

Alanina aminotransferase 14 4 18 11,6 Aspartado aminotransferase 12 4 16 10,3 Albumina 2 1 3 1,9 Cultura e antibiograma 1 0 1 0,63 Citologia 2 1 3 1,9 Creatinina 14 5 19 12,2 Fosfatase alcalina 14 5 19 12,2 Hemograma 17 5 22 14,1 Radiografia 3 2 5 3,2

Snap teste Fiv/FeLv 0 3 3 1,9

Snap teste Parvovirose 2 0 2 1,2

Snap Teste Cinomese 1 0 1 0,63

Teste de fluoresceína 1 1 2 1,2

Ultrassonografia 19 5 24 16,1

Ureia 12 4 16 10,3

Urinálise 1 0 1 0,64

Total 115 40 155 100

(16)

Tabela 3 – Diagnósticos clínicos acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais, na Pet Home Clínica Veterinária 24 horas, no período de 17 de janeiro a 12 de fevereiro de 2019.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

Diagnósticos Cães Gatos Nº de casos %

Carcinoma de células

escamosas 1 0 1 3,8

Corpo estranho 1 1 2 7,7

Diabetes Mellitus 2 0 2 7,7

Doença renal crônica 1 0 1 3,8

Doença do disco intervertebral 3 0 3 11,5 Eczema úmido 1 0 1 3,8 Gastroenterite 2 1 3 12 Hiperadrenocorticismo 1 0 1 3,8 Hipertiroidismo 0 1 1 3,8 Hipoglicema 1 0 1 3,8 Inflamação da glândula perianal 2 0 2 7,7 Insuficiência cardíaca congestiva Esquerda 2 0 2 7,7 Lipidose hepática 0 1 1 3,8 Pancreatite aguda 1 0 1 3,8 Pneumonia 1 0 1 3,8 Síndrome da disfunção cognitiva 2 0 2 7,7 Urolitíase 0 1 1 3,8 Total 21 5 26 100

(17)

Tabela 4 – Procedimentos cirúrgicos acompanhados e/ou encaminhados, durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais na Pet Home Clínica Veterinária 24 horas, no período de 17 de janeiro a 12 de fevereiro de 2019.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

Procedimentos Cães Gatos Nº de

casos % Cesariana 1 0 1 6,7 Enucleação 1 1 2 13,3 Mastectomia 1 0 1 6,7 Nefrectomia 0 1 1 6,7 Orquiectomia 1 0 1 6,7 Ovariohisterectomia eletiva 3 0 3 20 Remoção de tártaro 3 0 3 20 Remoção de corpo estranho 1 1 2 13,3 Sutura de feridas 1 0 1 6,7 Total 12 3 15 100

(18)

3 DESENVOLVIMENTO 3.1 CASO CLÍNICO 1

Uso da eletroquimioterapia como tratamento complementar para Carcinoma de Células Escamosas na região rostral da mandíbula de um canino: relato de

caso.

Diego de Freitas Souto, Luciana Mori Viero

3.1.1 Introdução

O padrão de desenvolvimento tecidual no organismo animal é uma das inúmeras abordagens relacionadas à Medicina Veterinária, sendo amplamente conhecida como oncologia, mas também denominada de cancerologia. Nesse ramo, estudos relacionados à neoplasia continuam em uma crescente evidência, pois torna-se oportuno melhor compreender as suas causas, tipos e formas de tratamento.

Segundo Parreira (2005), existe uma ampla variedade de doenças neoplásicas, mas as causas que originam a enfermidade não são isoladas, ou seja, geralmente existem diversos atuantes que agem no mecanismo de causa e efeito, sendo que os principais alvos no surgimento de doenças neoplásicas em animais domésticos são a pele e os tecidos moles. Provavelmente, isso possa ocorrer, devido a ampla variedade de tipos celulares que são capazes de se transformar em neoplasia (JONES, 2000).

No entanto, não menos importante, a cavidade oral é o quarto local de maior ocorrência dessa enfermidade em cães e gatos, representando, respectivamente, 6 e 3% de todos os tumores que acometem essas espécies. Geralmente, são identificados como malignos e os mais comuns são o melanoma, fibrossarcoma e, sobretudo, o carcinoma de células escamosas, (DALECK, 2016).

O CCE é tumor maligno dos queratinócitos e existem diversos fatores atuantes que estão associados ao desenvolvimento da enfermidade, como, por exemplo, a exposição prolongada à luz ultravioleta, falta de pigmento na epiderme ou cobertura de pelos em locais afetados (GOLDSCHMIDT e HENDRICK, 2002; MURPHY et al., 2000; KRAEGEL; et al., 2004).

(19)

Dessa maneira, importante relatar que a etiologia do CCE é desconhecida, assim como acontece na maioria das neoplasias. Alguns autores relatam que, em gatos, as maiores ocorrências foram verificadas em animais de pelame branco, quando comparado ao pelame escuro; olhos azuis; pele hipopigmentada; e, geralmente, em idades avançadas (GUEDES, 1998; GROSS et al., 2007; STANNARD; PULLEY, 1978; WITHROW, 2001).

De acordo com Straw (1998), existem várias modalidades de tratamento para o CCE. Porém, a escolha do tratamento é dependente de inúmeros fatores, como o estágio de estadiamento do tumor, aceitação do proprietário em relação aos possíveis efeitos adversos e às alterações estéticas e, também, disponibilidade de equipamentos e fármacos (MOORE; OGILVIE, 2001).

Diante dos efeitos indesejados e da eficiência limitada das terapias tradicionais, como cirurgia, quimioterapia e radioterapia, alternativas são constantemente propostas na área de oncologia para tentar suprimir essa demanda (SIMPLICIO et al., 2002). Assim, destaca-se o uso da eletroquimioterapia (EQT), que é um processo de quimioterapia potencializada pela eletroporação da membrana citoplasmática por meio de pulsos elétricos.

A técnica permite maior penetração localizada de fármacos quimioterápicos no citoplasma de células, inclusive nas tumorais, pois induz uma redução transiente do fluxo sanguíneo local, encarcerando o fármaco no tecido e promovendo um maior tempo de ação. Também, o extravasamento massivo de antígenos tumorais após a eletroquimioterapia ativa o sistema imune, favorecendo a maior eficácia da técnica (CUNHA, 2013).

Dessa maneira, ela pode ser utilizada para o tratamento de tumores superficiais em diversas espécies animais, além de apresentar vantagens como a ausência ou baixa ocorrência de efeitos adversos sistêmicos, pequeno número de aplicações, baixo custo e alta efetividade (DALEK; DE NARDI, 2017). A elevada atividade antitumoral da eletroquimioterapia em fibrossarcomas, melanomas e carcinomas é uma realidade prática, evidenciada em ratos e coelhos, apresentando bons resultados clínicos em humanos, felinos, cães e equinos (DAREK; DE NARDI, 2017).

Com base nesses dados, o objetivo deste trabalho foi relatar o caso da eletroquimioterapia no tratamento complementar ao carcinoma de células escamosas na região rostral da mandíbula em um canino, da raça Shih tzu, de sete

(20)

anos de idade, acompanhado durante o estágio final, que foi realizado na cidade de Porto Alegre- RS.

3.1.2 Metodologia

Um canino, fêmea, sete anos de idade, da raça Shih tzu, castrada, com o protocolo de vacinas em dia, pesando 6,5Kg de peso corporal, foi atendido no Centro Veterinário Pet Home, localizado na cidade de Porto Alegre – RS, durante o período de realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária.

De acordo com o relato do tutor, o animal estava com dificuldade de se alimentar por causa de uma dor periodental, devido à perda de um dente canino inferior, apresentando sangramento no momento da consulta. O tutor relatou, também, a presença de um abcesso submandibular, motivo este que levou à quedo do dente.

Durante o exame físico, o animal encontrava-se com temperatura retal (TR) de 39,70, frequência cardíaca (FC) de 98 batimentos por minuto (BPM), pulso arterial forte, frequência respiratória de 36 movimentos por minuto (MPM), mucosas normocoradas, com nível de consciência alerta, tempo de preenchimento capilar (TPC) de 2 segundos, índice de condição corporal (ICC) 3, apresentava um comportamento dócil e no exame da cavidade oral, foi observado um aumento na região submandibular, ocupando uma maior área do lado esquerdo da região rostal da mandíbula, portando a partir dessas informações, foi indicado que o animal passasse por exames mais específicos, sendo solicitado um exame radiográfico (RX) para avaliar a região.

Como conduta terapêutica, foram prescritos: Dipirona 500mg, na dose de 25mg/kg BID; e Meloxican 2 mg, 0,2mg/kg, por via oral. Após o animal foi encaminhado para casa, com retorno marcado para realização do exame radiográfico.

Na realização do exame radiográfico, foi visualizada uma área de radiotransparência/lise em terço rostral da mandíbula esquerda, com impressão diagnóstica de aspectos radiográficos que podem estar relacionados a uma lesão óssea agressiva, sugerindo uma neoplasia.

Após o laudo do RX, foi realizada como conduta terapêutica uma mandibulectomia bilateral rostral. Finalizado o procedimento, o canino foi

(21)

encaminhado para a internação, recebendo Clavacilin 20mg/kg, no volume de 0,6 ml, por via subcutânea; Maxican 0,2 mg/kg, na dose de 6ml, por via subcutânea; Metadona 0,3mg/kg, na dose de 0,2 ml, por via subcutânea; Quetamina 0,6mg, por infusão, no volume de 1ml para 100 ml Nacl 0,9% em 24 horas, na dose de 4 ml/ hora; e Dipirona 500mg/kg, diluído em água para injeção no volume de 0,3ml, por via subcutânea.

Para que o paciente pudesse se alimentar, foi introduzida uma sonda esofágica, para que fosse possível administrar 15 ml de alimento pastoso A/D e 5 ml de água, duas vezes no turno da manhã, tarde e noite. Com a finalidade de chegar a um diagnóstico preciso, foi encaminhado um fragmento da mandíbula para a realização de um exame histopatológico e citológico.

A macroscopia identificou áreas de reabsorção óssea e a microscopia apresentou proliferação neoplásica infiltrativa de ceratinócitos, com diagnóstico morfológico de Carcinoma de células escamosas (CCE). No exame citológico, foi encontrada uma amostra acentuadamente celular, composta por uma grande quantidade de neutrófilos e ceratinócitos escamosos.

Com os resultados, foi possível estipular um protocolo terapêutico complementar, optando-se pela realização de eletroquimioterapia. Assim, após 20 dias do procedimento cirúrgico de mandibulectomia, o paciente retornou para o procedimento de eletroquimioterapia proposto.

Na ocasião, o paciente foi anestesiado no bloco cirúrgico e, em seguida, administrou-se, por via intravenosa, o Sulfato de Bleomicina na dose de 15UI/m2 e aguardaram-se 5 minutos. Logo, aplicou-se a eletroporação, utilizando um campo elétrico intratumoral com o eletroporador BK 100 Brunner®, utilizando 8 pulsos, através de eletrodo composto por 6 agulhas, com amplitude de cada onda de 1000 V/cm, em 1 kHz de frequência, com tempo de exposição de 100 µs.

Após, o paciente foi encaminhado para sala de internação, mantendo-se estável e, para o pós-cirúrgico, foi indicada a administração de Meloxican 2%, 0,1mg/kg, SID por 3 dias; e Dipirona 500mg, na dose de 25mg/kg, associada ao Cloridrato de Tramadol 100mg, na dose de 0,2mg/kg, para o controle da dor. Após a recuperação, o paciente recebeu alta, com a solicitação de retorno em 30 dias para uma nova avaliação.

(22)

3.1.3 Resultados e discussão

O Carcinoma de Células Escamosas (CCE) pode atingir qualquer região da pele, sendo tronco, pernas, escroto e lábios os locais mais acometidos nos caninos; porém, nos felinos, as lesões mais comuns são na região da cabeça, afetando o plano nasal, pálpebras e os lábios, formando um crescimento friável e papilar, ou até mesmo erosivo, acarretando uma lesão ulcerada (MORRIS; DOBSON, 2007).

De acordo com Conceição e Loures (2017), o principal fator predisponente para este tipo de neoplasia na pele é a exposição prolongada à luz solar, bem como áreas despigmentadas, ou com ausência ou escassez de pelos, salientando também que o CCE pode ocorrer em qualquer parte do corpo.

No caso em questão, o paciente era um canino, fêmea, sete anos de idade, da raça Shih tzu, que estava com dificuldade de se alimentar, devido à perda de um dente canino inferior, causada pelo aumento de volume submandibular, que é um dos sinais clínicos de CCE, quando localizado na região oral dos animais.

Assim como descrevem Lipitak e Withrow (2007), esclarecendo que muitas das lesões que estão em cavidades orais, mais precisamente em região gengival, podem invadir estruturas periodontais, que fazem com que exista uma certa mobilidade e desestrutura, descolando, muitas vezes, o dente adjacente e levando a uma perda dentária.

Ao exame clínico, o paciente encontrava-se com a temperatura elevada em 39,7° C, o que, de acordo com Feitosa (2008), representa uma síndrome febril, sendo que, por este motivo, foi administrado Dipirona 500 mg, na dose de 25mg/kg BID, que, de acordo com Viana (2014), é um derivado pirazolônico, analgésico, antiespasmótico e antitérmico, sendo seu uso em cães preconizado na dose de 25mg/kg.

Para que fosse possível instituir uma conduta terapêutica adequada ao quadro apresentando, foi solicitado um exame radiográfico do crânio, nas projeções lateral oblíqua (decúbito direito), ventrodorsal, dorsoventral. Daleck e Nardi (2016)

orientam este procedimento, alegando que, para se obter uma melhor avaliação do paciente, o animal deve ser submetido à realização de exames complementares, como radiografias e biópsias da região afetada.

Para que seja possível visualizar a existência e a extensão da destruição óssea que a neoplasia na cavidade oral pode fazer, pode-se contar com o auxílio de

(23)

radiografias de mandíbula ou de maxila, indicadas três projeções da região oral, entre elas, oblíqua lateral direita, oblíqua lateral esquerda e ventrodorsal ou dorsoventral, para que seja evitada a sobreposição das estruturas ósseas da região, assim como descrevem Pippi e Gomes (2016).

No exame radiográfico do paciente em questão, foram verificados achados radiográficos da área de radiotransparência/lise do osso em terço rostral da mandíbula esquerda, adjacente à região periapical do crânio esquerdo. Também no laudo, é descrita a perda da definição das corticais e padrão trabécula, com aumento dos tecidos moles adjacentes, e tendo como impressão diagnóstica, aspectos radiográficos que podem estar relacionados à lesão óssea agressiva, sugerindo uma neoplasia. Daleck e Nardi (2016) descrevem que achados radiográficos com lise óssea não estariam presentes até que 40% ou mais do córtex ósseo não estivesse comprometido, salientando que radiografias aparentemente normais não devem ser excluídas de suspeita de invasão óssea.

Com o laudo radiográfico em mãos, foi decidido que a conduta terapêutica indicada seria uma mandibulectomia bilateral rostral, que, de acordo com Fossum (2014), muitas vezes, é realizada para ressecar uma neoplasia oral ou fraturas mandibulares.

Após o procedimento, o paciente recebeu Clavacilin 20 mg/kg SC/BID, Maxican 0,2 mg/kg IV/SID, Metadona 0,3 mg/kg SC/TID, Quetamina 0,6 mg/kg em infusão contínua, em 100ml em 24 horas, na dose de 4ml/hora, Dipirona 500mg/kg 25mg/kg SC/SID e sonda esofágica, para que pudesse, nos primeiros dias, receber alimentação e água.

Embora a inspeção macroscópica de neoplasia oral possa, algumas vezes, fornecer indicação da histogênese, um diagnóstico definitivo apenas pode ser realizado com base no exame histológico do tecido tumoral (Morris e Dobson, 2015). Por este motivo, foi realizada uma biópsia do material retirado, assim como o exame citológico, por aspiração com agulha fina, sendo que, na microscopia, foi observada proliferação neoplásica infiltrativa de ceratinócitos dispostos em ilhas e ninhos, por vezes, com escassos agregados centrais de ceratina no centro.

Foi observado, também, que células neoplásicas infiltraram trabéculas ósseas e estavam presentes em toda a extensão do fragmento analisado, sugerindo uma neoplasia causada por carcinoma de células escamosas. De acordo com Conceição e Loures (2017), células neoplásicas se dispõem em ilhas ou cordões ligados à

(24)

superfície epidermal, e em muitos casos, observou-se a formação de pérolas córneas, que correspondem à deposição de lamelas concêntricas de queratina no centro, de ninhos ou cordões de células neoplásicas, sendo que o grau de diferenciação das células é extremamente variável entre diferentes tumores, podendo ser observadas células multinucleadas.

Ao resultado do exame citológico mediante aspiração com agulha fina, foi encontrada uma amostra acentuadamente celular, composta por uma grande quantidade de neutrófilos, ceratinócitos escamosos bem diferenciados e hemácias, ocorrendo ocasionais células basalóides e com figura de mitose e por se tratar de uma neoplasia maligna, infiltrativa, em que recidivas podem ocorrer, foi recomendada uma terapia complementar à cirurgia de mandibulectomia, optando-se pela Eletroquimioterapia.

De acordo com Silveira et al. (2016), a eletroquimioterapia compreende a utilização conjunta de fármacos antineoplásicos e aplicação regional de pulsos elétricos (eletroporação, que irá maximizar a concentração intracelular do fármaco, proporcionando maior ação citotóxica). Esta é uma modalidade de tratamento que tem sido empregada como forma complementar ou até mesmo de forma única, para tratamento de neoplasias superficiais em diversas espécies (BRUNNER, 2017).

De acordo com o caso em questão, o uso da (EQT) foi como terapia complementar a uma mandibulectomia, por se tratar de uma neoplasia infiltrativa, a fim de evitar futuras recidivas. Neste procedimento, optou-se pelo protocolo de uma sessão, administrando-se, por via intravenosa, o Sulfato de Bleomicina na dose de 15UI/m2 e aguardando-se 7 minutos.

Este fármaco, de acordo com Rodaski e Nardi (2004), é um antibiótico glicopeptídico citotóxico, isolado de culturas Streptomyces verticillus, que age inibindo a síntese do DNA, e em extensão, a síntese de RNA e de proteína. Para o tratamento do caso clínico, aplicou-se a eletroporação, utilizando-se um campo elétrico intratumoral com o eletroporador VetCP 125®, através de eletrodo composto por 6 agulhas, em amplitude de 1000 V/cm, 8 pulsos em 1 kHz de frequência, com tempo de exposição de 100 µs.

Rodaski e Nardi (2004) relatam que no mínimo 1.000 V/cm são necessários para que ocorra a eletroporação, sendo que acima de 1.500 V/cm, os poros se tornam irreversíveis. Portanto uma margem segura para a EQT efetiva ocorre entre 800 a 1.500 V/cm. De acordo com Silveira et al. (2016), o grupo farmacológico e

(25)

dosagem dos fármacos antitumorais a serem empregados, características físico-químicas dos eletrodos, assim como a intensidade, número e tipo de ondas por estes produzidas, diferem entre muitos trabalhos, sendo que o fármaco empregado no caso em questão, associado a pulsos elétricos com tensão de 1000V por 100 microsegundos, que totaliza oito pulsos, demostra-se eficaz na remissão das neoplasias, fato esse que vai ao encontro dos resultados obtidos com o paciente, que após 30 dias, retornou para uma avaliação e não demonstrou recidiva até aquele momento.

3.1.4 Conclusão

O uso da eletroquimioterapia como tratamento complementar demostrou-se ser aplicável na terapêutica como antineoplásico para carcinoma de células escamosas, porém é importante o diagnóstico precoce para que se possa ter um melhor aproveitamento desta técnica.

(26)

3.1.5 Referências bibliográficas

BRUNNER, M. H. C. Eletroquimioterapia. In: ___. DALECK, C.R. e DE NARDI, A.B. Oncologia em cães e gatos. Grupo Gen, 2.ed., Rio de Janeiro: Editora Roca, 249 p., 2017.

CONCEIÇÃO, G. L.; LOURES, H. F. Sistema tegumentar. In:____. SANTOS, R. L.; ALESSI, A. C. Patologia veterinária. 2.ed. Cap 7. São Paulo: Roca, p. 431, 2017. CUNHA, R.M.C. Eletroquimioterapia. In: Cadernos Técnicos da Escola de Veterinária da UFMG, Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Minas Gerais, Editora: FEPMZV, n.70, 99p., 2013.

DALECK, C.R. e DE NARDI, A.B. Oncologia em cães e gatos. Grupo Gen, 2.ed., Rio de Janeiro: Editora Roca, 766p., 2016.

FEITOSA, Francisco Leydson F. (Org.). Semiologia veterinária: a arte do

diagnóstico: cães, gatos, equinos, ruminantes e silvestres. São Paulo: Roca,Cap 4, p.122., 2008.

FOSSUM, T. W. Cirurgia do sistema digestório. In:___. Cirurgia de pequenos

animais. 4 ed. Rio de Janeiro: Elseivier, 2014. Cap 20, p 1099.

GOLDSCHIMIDT, M. H. et al. Tumors of the skin and soft tissues. In: _____ MEUTEN, D. J. Tumors in domestic animals. 4. ed. Iowa: Iowa State Press, cap. 2, p.45-117, 2002.

GROSS, T. L. et al. Epidermal Tumors. In: _____. Skin diseases of the dog and cat: clinical and histopathologic diagnoses. 2. ed. Oxford: Blackwele Publishin, cap. 22, p. 562-597, 2007.

GUEDES, A.G.P., SHMITT, I.; PIPPI, N.L. Dermatite Solar Felina Associada a

Carcinoma Epidermóide. Ciência Rural, Santa Maria, v.28, n. 4, p. 707-713, 1998.

HOWARD, P. E. Neoplasias maxilares e mandibulares. In: BICHARD, S. J.; SHERDING, R. G. Manual Saunders – Clínica de Pequenos Animais. 2. ed. São Paulo: Roca, 2002. p. 1181-1189.

JONES, T. C.; HUNT, R. D; KING, N. M. A pele e seus anexos. In: _____. Patologia Veterinária. 6. ed. Barueri: Ed. Manole, cap.17, p.831-886, 2000.

KRAEGEL, S. A. et al., Tumores da pele. In: _____ ETTINGER, S. J; FELDMANN, E. C. Tratado de medicina interna veterinária. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, cap. 99, p.555-557. 2004.

LIPTAK, J. M.; WITHROW, S. J. Cancer of the gastrointestinal tract – Oral

Tumors. In:_______ VAIL, D. M.; WITHROW, S. J. Small Animal – Clinical Oncology. 4. ed. Canada: Saunders Elsevier, 2007. p. 455-473.

(27)

MOORE, A.S.; OGILVIE, G.K. Skin tumors. In: OGILVIE, G.K.; MOORE, A.S. Feline oncology. USA: Veterinary Learning Systems, Chap.50, p.398-428. 2001.

MORRIS, Joana; DOBSOM, Jane. Oncologia em pequenos animais. São Paulo: Roca, 2007.

MURPHY, G. F. et al.A Pele. In: _____ COTRAN, R. S.; KUMAR, V.; COLLINS, T.

Patologia estrutural e funcional. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Kogan, cap. 27,

p.1048-1086, 2000.

PARREIRA, I. M.; KEGLEVICH, E. As Neoplasias em Cães. Enciclopédia Biosfera, Goiânia, v.1, p.1-32., 2005.

PIPPI, L. N.; GOMES, C. Neoplasias da cavidade Oral. In:____ DALECK, C.R. e DE NARDI, A.B. Oncologia em cães e gatos. Grupo Gen, 2.ed. Cap 28. Rio de Janeiro: Editora Roca, 766p., 2016.

RODASKI, S.; DE NARDI, B. A. Quimioterapia Antineoplásica em cães e gatos: 2 Impressão revisada. São Paulo: Editora MedVet, 135-137p., 2008

STANNARD, A. A.; PULLEY, L.T. Tumors of the skin and soft tissues. In: _____ MOULTON, J. E. Tumors in domestic animals. 2. ed. Los Angeles: University of California Press, p.211-212,1978.

STRAW, R.C. Resection of the nasal planum. In: BOJRAB, M.J. et al. Current techniques in small animal surgery. 4.ed. Baltimore: Williams e Wilkins, Chap.20, p. 343-346. 1998.

SILVEIRA, L. M. G.; CUNHA, F. M.; BRUNNER, C. H. M. Utilização de

eletroquimioterapia para carcinoma de células escamosas tegumentar em felino. Pesquisa Veterinária Brasileira, São Paulo, v.36, n.4, p.297-302, 2016.

SIMPLICIO FI, MAIONCHI F, HIOKA N. Terapia fotodinâmica: aspectos farmacológicos, aplicações e avanços recentes no desenvolvimento de medicamentos. Química Nova. v.25, n.5, p.801-807. 2002.

WITHROW, S. J. Tumors of the respiratory system. In: ______ WITHROW, S. J; MACEWEN, E. G. Small animal clinical oncology. 3. ed. Philadelphia: W.B. Saunders Company, p.354-357, 2001.

VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 3 ed. Lagoa Santa: Gráfica e Editora CEM, 2014. 560 p.

(28)

3.2 CASO CLÍNICO 2

Síndrome da disfunção cognitiva em cães - Relato de caso Diego de Freitas Souto; Luciana Mori Viero

3.2.1 Introdução

Devido à melhora na nutrição e na medicina veterinária, há mais cães idosos do que há alguns anos. Porém junto a este crescimento na população senil dos cães, teve um aumento no número destes animais demostrando distúrbios de comportamento e senilidade. Entretanto, muitos dos proprietários têm considerado todos esses sinais decorrentes de uma inevitável velhice (SVICERO et al., 2016).

Nesse processo de envelhecimento, fatores endógenos (relógio biológico) e exógenos podem ser considerados crucias para que ocorra, ou não, o prolongamento da vida. Os fatores exógenos são aqueles que vão influenciar no ritmo e velocidade com que ocorre o processo de envelhecimento, acelerando ou retardando as ações degenerativas (FORTNEY, 2008).

No caso de pacientes geriátricos, a complexidade é potencializada, pois, geralmente, acontece uma combinação de várias disfunções orgânicas ou motoras e em vários níveis, como as neurodegenerativas (NUNES, 1998). A Síndrome da Disfunção Cognitiva Canina (SDCC) é um exemplo de disfunção neurodegenerativa em que ocorre alterações comportamentais em cães geriátricos, desde que não seja resultante de enfermidades infecciosas, neoplásticas, insuficiência de algum órgão, entre outras.

A SDCC geralmente acomete animais a partir de sete anos de idade, os quais são diagnosticados quando as alterações comportamentais ocorrem durante um período de tempo relativamente longo, ou seja, em média de 18 a 24 meses (LANDSBERG et al., 2012; PÉREZ, 2007). Alguns estudos relatam que mais de 50% dos cães com idade superior a 11 anos apresentam, pelo menos, um sinal de disfunção cognitiva (CUMMINGS et al.,1996).

Os principais sinais que podem ser observados nos cães são: confusão, mudanças nas relações sociais entre pessoas e/ou entre animais, apatia, ansiedade, problemas de aprendizagem/memória, alterações de apetite e aumento da

(29)

irritabilidade (GALLEGO et al., 2010).

No entanto, para assegurar um diagnóstico definitivo, torna-se fundamental realizar exames neurológicos; exames complementares a serem utilizados para a exclusão de outras doenças; exames neuropsicológicos; e, também, a aplicação de questionários específicos a seus tutores, para tentar identificar possíveis alterações comportamentais dos cães (PANTOJA, 2010).

Após o diagnóstico favorável para SDCC, o tratamento pode ser realizado a partir de diversas abordagens, entre elas, enriquecimento ambiental para promover melhorias do bem-estar animal; ajustes nutricionais para diminuir a ação de radicais livres e o impacto da oxidação; e, também, por intermédio de medicamentos, os quais possuem como finalidade, restaurar as concentrações de neurotransmissores e retardar o avanço do processo neurodegenerativo (DIESING, 2014; PEREIRA, 2016).

A combinação prática entre as ferramentas de diagnóstico e tratamento da SDCC é um desafio constante para aprimorar as condições dos cães diante da enfermidade e prolongar, de maneira consciente e saudável, a sua expectativa de vida.

Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi relatar o caso da síndrome da disfunção cognitiva em um cão, de 16 anos de idade, acompanhado durante o estágio final realizado na cidade de Porto Alegre- RS.

3.2.2 Metodologia

Um canino, macho, da raça Cocker Spaniel, de 16 anos de idade, castrado, pesando 11,5 kg de peso corporal, com protocolo de vacinação e vermífugos em dia, foi atendido na Pet Home Clínica Veterinária, na cidade de Porto Alegre- RS, durante o período de estágio curricular supervisionado em Medicina Veterinária.

De acordo com a tutora, o animal já teria passado por duas outras clínicas veterinárias, pois há alguns anos ele apresentou episódios de convulsões e, depois disso, sempre fez uso de Fenobarbital.

Segundo relato da tutora, o animal lateralizava o pescoço e não retornava sozinho, vocalizava muito durante o período da noite, dormia muito durante o dia, não estava se alimentando, parou de responder aos chamados do tutor, desaprendeu os locais onde urinava e defecava, não estava se locomovendo, sinais

(30)

estes que foram percebidos já há alguns meses.

Durante o exame físico, o animal encontrava-se com temperatura retal (TR) de 39,00, frequência cardíaca (FC) de 105 batimentos por minuto (BPM), frequência respiratória de 39 movimentos por minuto (MPM), mucosas hipocoradas, tempo de preenchimento capilar (TPC) de 3 segundos, pressão arterial sistólica de 150 (PASS), índice de condição corporal (ICC) 3. Quanto ao comportamento, o animal estava apático, manifestando desconforto e irritabilidade ao ser colocado em estação, vocalizando e lateralizando a cabeça, demostrando alguma possível patologia neurológica.

Como conduta terapêutica, o paciente foi encaminhado para a internação, onde recebeu fluidoterapia, na dose de 3ml/kg/hora; Metadona 3mg/kg, por via subcutânea; Calman 5ml, por via oral; e, quando o paciente encontrava-se muito agitado durante a noite, eram administrados Melatonina 3mg, 1 comprimido, por via oral, SID e Fenobarbital 40mg, na dose de 2mg/kg, SID, por via oral. Como o paciente tinha dificuldade de levantar e de movimentar-se, foi necessária uma sonda uretral. Além disso, eram realizadas duas sessões de fisioterapia e acupuntura por semana.

Com base nessas informações, foram solicitados exame hematológico, bioquímico (uréia e creatinina) e tomografia, para tentar identificar alguma neoplasia cerebral ou lesões intracranianas; e um exame citológico, pela técnica da citologia de aspiração por agulha fina (CAAF) do líquido cefalorraquidiano.

No exame hematológico, não foram encontradas nenhuma alteração; no bioquímico, a creatinina estava um pouco acima dos valores de referência; no exame por imagem de tomografia, não foi observada presença de neoplasias; e, na CAAF, foram encontradas alterações em glicose, eritrócidos e em proteínas.

Baseado no histórico clínico e nos resultados dos exames complementares, algumas patologias foram descartadas, como neoplasias, e considerou-se que se tratava de uma síndrome senil, conhecida também como Síndrome da Disfunção Cognitiva.

O paciente permaneceu internado, para que fosse reidratado, estimulado para se alimentar sozinho, assim como fazer suas necessidades fisiológicas. Também foram realizadas sessões de fisioterapia e acupuntura, porém o quadro não evoluiu e a tutora decidiu realizar os tratamentos paliativos em casa.

(31)

Calman, na dose de 5ml, por via oral, SID; Melatonina 3mg, por via oral, na dose de 1 comprimido, SID; Fenobarbital 40mg, na dose de 2mg/kg, SID, por via oral; e Gabapentina,1 comprimido, via oral, SID.

Como orientações, foi orientado para a tutora que ela continuasse com as sessões de fisioterapia e acupuntura, 2 vezes na semana; que o animal fosse trocado de decúbito lateral uma vez por turno (manhã, tarde e noite); e que retornasse em 30 dias para uma nova avaliação.

3.2.3 Resultados e discussão

Frank (2016) destaca a importância de uma maior atenção na avaliação do paciente senil, pois, com o avanço da idade, ocorrem mudanças progressivas e irreversíveis no funcionamento das células, que podem levar a distúrbios degenerativos, associados a afecções como neoplasias e outras doenças neurológicas intra e extracranianas.

Para Landsberg, et al. (2012), o envelhecimento cerebral é um processo biológico que pode iniciar a partir dos 7 anos de idade do canino, sendo que, por ser fisiológico, não é considerado uma patologia, porém é observada a redução da região do córtex frontal, com visualização do alargamento dos ventrículos, calcificação das meninges, redução do número de neurônios, tudo isso devido à apoptose e à diminuição da neurogênese. Durante essa fase de transição para a idade senil, os animais podem apresentar um declínio sensorial, com perdas dos sentidos, como olfativos e visuais, e muitas vezes, podem demonstrar sinais de dor, como exemplo da síndrome da disfunção cognitiva canina (SDCC).

Head (2013) descreve que a principal causa da SDCC é a deposição de amilóide em placas senis e as difusas intraneurais, que são formadas pelas proteínas precursoras de amilóide, somando-se ao acúmulo dos radicais livres na membrana celular neural, caudados pela oxidação dos lipídios, que irá gerar, ao longo de tempo, uma degeneração neural. Essa deposição do material amilóide é decorrência do processo fisiológico de envelhecimento, desde que não seja em alta quantidade, pois com este acúmulo, ela pode alojar-se em uma área do córtex frontal, tornando-se patológica. Este estudo também foi realizado por Pereira (2016), o qual descreve que o acúmulo destes fragmentos tóxicos ocorre de forma semelhante na Doença de Alzheimer em humanos.

(32)

A síndrome da disfunção cognitiva (SDCC), por ser uma doença neurodegenerativa, poderá acometer os animais com idade superior a 7 anos, os quais poderão manifestar alterações de comportamento, como dificuldade de aprendizado, perdas de memória e até mesmo convulsões. Quando estes sinais se manifestam, os tutores confundem com o processo normal de envelhecimento e, muitas vezes, não procuram um atendimento médico veterinário, o que dificulta ainda mais o diagnóstico em fase inicial (INGRAM et al., 2002).

No presente caso, o paciente era um canino macho, de 16 anos de idade, da raça Cocker Spaniel, que fazia uso de Fenobarbital, pois, há alguns meses, apresentara episódios de confusão, entre outras queixas. Estas seriam: lateralização do pescoço, vocalizações, não correspondência aos comandos da tutora, falta de apetite, esquecimento dos locais onde urinava e defecava, e problemas de locomoção, sinais estes que são descritos por INGRAM (2012) ao abordar os sinais clínicos da SDCC.

Para Landsberg et al. (2012), a maioria dos sinais clínicos apresentados por animais diagnosticados com SDCC são subjetivos. Isso significa que é preciso uma interpretação inicial do proprietário, fato este que foi identificado pela tutora do paciente em questão.

Crivellenti (2015) descreve que os sinais mais comuns são desorientação; olhar fixo; o animal muitas vezes fica preso em lugares e não consegue sair; percebe-se também andar compulsivo; alterações de contato reduzido com membros da família e o não reconhecimento deles; nota-se também alterações dos ciclos de sono e vigília; vocalizam; arranham o chão; e perda do treinamento higiênico. Esses sinais vão ao encontro do que a tutora relatou durante a anamnese do paciente, fazendo com que o clínico seguisse o raciocínio para uma doença neurológica.

Durante a avaliação dos parâmetros fisiológicos do paciente, destaca-se que o animal estava desidratado, com as mucosas hipocoradas e a pressão sistólica estava em níveis aumentados em 150 mmHg, conforme descreve Feitosa (2008), que indica a pressão arterial sistólica fisiológica entre 110 e 120 mmHg. Os demais parâmetros avaliados estavam dentro dos parâmetros considerados normais, assim como descreve (FEITOSA, 2008).

Neste caso, o paciente foi encaminhado para a internação, objetivando-se uma investigação mais detalhada do quadro, e neste momento, foi prescrito

(33)

fluidoterapia na dose de 3ml/kg/hora, Solução de Ringer com Lactato de Sódio, para repor a volemia do animal, pois ele se apresentava desidratado. Segundo Andrade (2008), cristalóides são as soluções mais utilizadas em emergências, para a correção de volume, sendo que a solução de ringer lactato é a que apresenta composição mais próxima ao plasma, e é empregada para a reposição eletrolítica, pois tem uma difusão mais ampla para os tecidos e, com isso, uma hidratação mais rápida. Também, administrou-se Melatonina, na dose de 3mg/kg, SID, por via oral, dose esta que é indicada por (VIANA, 2014).

Este fármaco é um hormônio hipofisário usado para o tratamento de alterações dermatológicas e comportamentais, como era o caso do paciente, pois o animal tinha alterações do ciclo do sono-vigília. Ainda fez-se uso de Metadona 3mg/kg por via SC, que, de acordo com Viana (2014), é um agonista narcótico usado como pré-anestésico e analgésico de ação central da dose 1 a 1,5mg/kg, por via SC, de 4 em 4 horas ou de 6 em 6 horas.

No caso em questão, foi usada uma dose maior que o recomendado e realizada de 8 em 8 horas, pois o paciente demostrava dor, o que podia estar relacionado a enfermidades osteoarticulares, que levam a modificações na resposta a estímulos, vocalização, estereopatias e problemas de higiene ou eliminação (NEILSON et al., 2001; OLIVEIRA et al., 2016), e por este motivo, relacionado a problemas de higiene. Pelo fato de o paciente não levantar para realizar as suas necessidades fisiológicas, foi introduzida uma sonda uretral.

De acordo com Svicero et al. (2017), para que possamos fazer um bom diagnóstico, devemos trabalhar por exclusão de outras patologias que podem ocasionar distúrbios de comportamento, como a encefalopatia hepática, hipotireoidismos, neoplasias intracranianas, assim como acidentes cerebrovasculares, que podem danificar a região do córtex frontal, temporal e hipotálamo, fazendo com que ocorram alterações de alerta, ausência de estímulos, presença de vocalizações, convulsões, movimentos repetitivos e as alterações do ciclo de sono e vigília, sinais estes comuns na SDCC.

Com a finalidade de exclusão de uma série de patologias, foram solicitados alguns exames para que o clínico pudesse chegar a um diagnóstico preciso. Dentre os exames, foram solicitados exame hematológico (hemograma), exame de perfil bioquímico, uma tomografia e um exame citológico pela técnica da citologia de aspiração por agulha fina (CAAF) do líquido cefalorraquidiano. Assim também

(34)

descrevem Curtis et al. (2010), que destacam a importância dos exames complementares para que possamos excluir patologias e ressaltam a importância da ressonância magnética ou da tomografia para o descarte de neoplasias. Com os resultados em mãos, na tomografia e no exame citológico pela técnica da CAAF, não foram encontradas células neoplásicas, sendo possível descartar esta patologia. No hemograma, não foram encontradas alterações dignas de nota.

Baseado em todo o histórico do paciente, resultados dos exames, optou-se por triar um diagnóstico por exclusão, chegando a um diagnóstico de Síndrome da Disfunção Cognitiva em Cães, levando em consideração a idade do paciente, sinais clínicos demostrados durante a consulta e internação, relatos do tutor, e ausência de neoplasia cerebral, pois o diagnóstico definitivo só poderá ser confirmado mediante biópsia ou necropsia com análise histopatológica (TAYLOR, 2010).

Por ser uma patologia para a qual ainda não existe uma cura, Head et al., 2013; Landsberg et al. 2012 sugerem uma abordagem terapêutica que tenha o objetivo de prolongar a qualidade de vida e retardar a progressão da doença, baseado em modificações ambientais (enriquecimento ambiental), suporte nutricional e fármacos que retardem o processo neurodegenerativo.

Diante deste caso, o tratamento preconizado foi o uso de Gerioox® 0,5 comprimido, SID por 30 dias, pois a administração de Gerioox® (Labyes) garante o aporte de antioxidantes e ácidos graxos necessários para a reversão da progressão da doença; a vitamina E, o selênio, o zinco e o cobre eliminam os radicais livres, enquanto os ácidos graxos EPA e DHA (ômega 3) reduzem o acúmulo de material beta-amilóide e ajudam a proteger as membranas, porém Viana (2014) descreve que a Selegilina é um fármaco comumente utilizado para SDCC, por ser um medicamento dopaminérgico, inibidor da monoamino oxidase B. Administraram-se também Melatonina 3mg, por via oral, na dose de 1 comprimido, SID e Fenobarbital 40mg, na dose de 2mg/kg SID, por via oral. Este fármaco é um barbitúrio de longa ação anticonvulsivante, sedativo, hipnótico, assim descrito por (VIANA, 2014). Ainda, utilizou-se Gabapentina, 1 comprimido via oral, SID. A utilização da gabapentina em cães com epilepsia idiopática refratária é eficiente como adjuvante na terapia com fenobarbital e/ou brometo de potássio, diminuindo a frequência das convulsões em aproximadamente 50% dos casos, de acordo com (PODELL, 2004).

Após sete dias de internação, o paciente foi encaminhado para casa, e o tutor foi orientado para que o animal fizesse pelo menos duas sessões de fisioterapia,

(35)

estimulando seus movimentos, conforme Levine (2008), que relatam que a utilização de tratamentos complementares como a fisioterapia tem como objetivo aliviar a dor, melhorar a qualidade de vida, ajudando no fortalecimento de grupos musculares, além do controle de condições crônicas e progressivas, como também relata (RIOS 2016).

Gomes (2015) recomenda, como prevenção, a utilização de práticas com brinquedos, passeios, enriquecimento ambiental, para que o animal possa aumentar a sua capacidade exploratória, aumentando assim o seu desenvolvimento mental, além de incluir um manejo nutricional com dietas ricas em ômega 3.

3.2.4 Conclusão

A conduta clínica instituída no caso relatado foi um tratamento terapêutico paliativo, uma vez que para a Síndrome da Disfunção Cognitiva, ainda não existe cura, porém foi preconizada a qualidade de vida do paciente. Portanto, ressalta-se a importância de prevenção destas patologias, orientando-se aos tutores visitas mais frequentes ao veterinário, a fim de a patologia ser diagnosticada mais cedo. Sabe-se que a doença é pouco diagnosticada, pois a maior parte dos sinais clínicos que o animal apresenta pode ser interpretada pelos proprietários por alterações esperadas no envelhecimento, procurando-se o atendimento clínico, na maioria das vezes, já em estágios avançados.

(36)

3.2.5 Referências bibliográficas

ANDRADE, S. F. et al. Fluidoterapia e Transfusão Sanguínea. Manual de Terapêutica Veterinária, 3. ed. São Paulo: Roca, 2008. Cap 19, p. 562-590.

CUMMINGS, B.; HEAD, E.; RUEHL, W.; MILGRAM, N.; COTMAN, C. The Canine

as an Animal Model of Human Aging and Dementia. Neurobiology of Aging, v. 17,

n.2, p. 259-268, 1996.

CURTIS, T. M. Cognitive Dysfunction in Dogs and Cats. In: CURTIS, T. M. In: OF THE LATIN AMERICAN VETERINARY CONFERENCE. 2010, Lima, Peru.

Proceedings... Lima, Peru: LAVC, 2010.

CRIVELLENTI, Z. L. et al. Casos de Rotina em Medicina Veterinária de Pequenos

Animais, 2ed. São Paulo: MedVet, p. 525-527, 2015.

DIESING, U. Estágio em clínica de animais de companhia, Síndrome da

Disfunção Cognitiva Canina. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária).

Escola de Ciências e Tecnologia, Departamento de Medicina Veterinária. Universidade de Évora, Portugal, 69p., 2014.

FRANK, D. Cognitive Dysfunction in Dogs. 2016. Disponível em: http://www.ivis.org/. Acesso em: 15 maio. 2019.

FEITOSA, Francisco Leydson F. (Org.). Semiologia veterinária: a arte do

diagnóstico: cães, gatos, equinos, ruminantes e silvestres. São Paulo: Roca,Cap 4, p.123., 2008.

FORTNEY, W.D. Geriatria e senilidade. HOSKINS JD. Geriatria e gerontologia do cão e do gato, Editora Roca, São Paulo – SP, v.2, p.1-5, 2008.

GALLEGO D, FIGUEROA J, OROZCO C. Síndrome de disfunción cognitiva de

perros geriátricos. Revista de Medicina Veterinária e Zootecnia, Cordoba. v.15, n.3,

p.2252-2262, 2010.

GOMES, Telma Raquel Vieira. Clínica de animais de companhia. 2015.

Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) - Universidade de Évora, Portugal, 2015.

HEAD, E., ROFINA, J., ZICKER, S. Oxidative Stress, Aging and CNS disease in

the Canine Model of Human Brain Aging. Veterinary Clinics of North America:

Small Animal Practice, [s.l.], v. 38, n. 1, p. 167-178, jan. 2008.

HEAD, E. Neurobiology of the aging dog. Age, Netherlands, v. 33, n. 3, p. 485- 496, sep. 2011.

HEAD, E. A canine model of human aging and Alzheimer’s disease BBA. Molecular Basis of Disease, [s.l.], 1832, 1384-1389, 2013.

(37)

INGRAM, D.; WILLIAMS, N. Neurobiology of Cognitive Dysfunction Syndrome in

Dogs. Clinical and Nutritional Management of Senior Dogs and Cats, [s.l.], p. 31- 36,

2012.

LANDSBERG, G.M.; NICHOL, J.; ARAUJO, J.A. Cognitive dysfunction syndrome: A disease of canine and feline brain aging. Veterinary Clinics: Small Animal Practice, v. 42, n.4, p.749-768, 2012a.

LANDSBERG, G. M.; NICHOL, J.; ARAUJO, J. A. Cognitive dysfunction

syndrome: A disease of canine and feline brain aging. Vet Clin N Am-Small, [s.l.], v.

42, n. 4, p. 749-768, 2012b.

LEVINE, D.; MILLIS, D. L.; MARCELIN-LITTLE, D. J. Introdução à reabilitação

física em veterinária. In: TAYLOR, R. et al. (Ed.). Reabilitação e Fisioterapia na

Prática de Pequenos Animais. [S.l.]: ROCA, 2008. chp. Introdução à Reabilitação Física em Veterinária, p. 1–8.

MAIZELS, M.; MCCARBERG, B. Antidepressants and Antiepleptic Drugs for

Chronic Non-Cancer Pain. American Family Physician, v. 71, n. 3, p. 483-490,

2005.

NEILSON JC, HART BL, CLIFF KD, RUEHL WW. Prevalence of behavioral

changes associated with age-related cognitive impairment in dogs. Journal of

American Veterinary Medical Association, v. 218, n. 11, p. 1787-1791, 2001. NUNES, A.F.P. Aspectos Fundamentais da Medicina Geriátrica do Gato

Doméstico – Acompanhamento de Casos e Proposta de Programa Preventivo de Saúde. Monografia de Conclusão de Curso de Graduação em Medicina

Veterinária, Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília. Brasília – DF, 117p., 1998.

OLIVEIRA, H. E. V, MARCASSO R. A, ARIAS MVB. Doenças cerebrais no cão

idoso. Rev Cient Med Vet Pequenos Anim Anim Estim., [s.l.], v. 12, n. 45, p. 1-15,

2016.

PANTOJA L.N. Contribuição ao diágnóstico clinico da disfunção cognitiva

canina. (Dissertação de Mestrado em Medicina Veterinária). Rio de Janeiro:

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 55p., 2010.

PEREIRA, R.M.D.C. A síndrome da disfunção cognitiva canina. Dissertação (Dissertação de Mestrado em Medicina Veterinária) - Instituto de ciências biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto, Porto, 44p. 2016.

PODELL, M. Seizures. In: PLATT, S. R.; OLBY, N. J. BSAVA. Manual of canine and

feline neurology. 3.ed. Oxford: Blackwell Publishers, p.97-112, 2004.

RIOS, M. S. Fisioterapia veterinária: as diversas modalidades terapêuticas. 2016. Último acesso em: 27 março 2019. <http://www.contagemmg.com.br/ fisioterapia-veterinaria.html>. Acesso em: 15 mai. 2019.

(38)

SVICERO DJ, HECKLER MCT, AMORIM RM. Prevalence of behavioral changes

in senile dogs. Ciência Rural, Santa Maria-RS, v.47, n.2, 2017a.

SVICERO DJ, HECKLER MCT, AMORIM RM. Prevalence of behavioral changes

in senile dogs. Ciência Rural, Santa Maria-RS, v.47, n.2, 2017b.

TAYLOR, S. M. Doenças intracraneanas. In: NELSON, R. W.; COUTO, C. G. Medicina Interna de Pequenos Animais. 4 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, cap. 65, p. 1021-1028, 2010.

VITE, C. H.; HEAD, E. Aging in the canine and feline brain. Vet Clin North Am Small Anim Pract. [s.l.], v. 44, n. 6, p. 1113-29, 2014.

(39)

4 CONCLUSÃO

A realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária proporcionou-me a oportunidade de pôr em prática tudo o que foi visto de forma teórica durante os anos em que estive na graduação.

O estágio curricular é uma das etapas mais importantes da graduação, para se obter o título de médico veterinário, além de ser uma excelente fonte de oportunidade e aprendizado para o mercado de trabalho.

A Clínica Veterinária Pet Home 24 horas proporcionou-me o contato com as mais diversas áreas da medicina veterinária de pequenos animais, fazendo com que eu afirmasse ainda mais o desejo de trabalhar com clínica médica de cães e gatos.

(40)

REFERÊNCIAS

ANDRADE, S. F. et al. Fluidoterapia e Transfusão Sanguínea. Manual de Terapêutica Veterinária, 3. ed. São Paulo: Roca, 2008. Cap 19, p. 562-590. BRUNNER, M. H. C. Eletroquimioterapia. In: ___. DALECK, C.R. e DE NARDI, A.B. Oncologia em cães e gatos. Grupo Gen, 2.ed., Rio de Janeiro: Editora Roca, 249 p., 2017.

CONCEIÇÃO, G. L.; LOURES, H. F. Sistema tegumentar. In:____. SANTOS, R. L.; ALESSI, A. C. Patologia veterinária. 2.ed. Cap 7. São Paulo: Roca, 431, 2017. CUNHA, R.M.C. Eletroquimioterapia. In: Cadernos Técnicos da Escola de Veterinária da UFMG, Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Minas Gerais, Editora: FEPMZV, n.70, 99p., 2013.

CUMMINGS, B.; HEAD, E.; RUEHL, W.; MILGRAM, N.; COTMAN, C. The Canine

as an Animal Model of Human Aging and Dementia. Neurobiology of Aging, v. 17,

n.2, p. 259-268, 1996.

CRIVELLENTI, Z. L. et al. Casos de Rotina em Medicina Veterinária de Pequenos

Animais, 2ed. São Paulo: MedVet, p. 525-527, 2015.

CURTIS, T. M. Cognitive Dysfunction in Dogs and Cats. In: CURTIS, T. M. In: OF THE LATIN AMERICAN VETERINARY CONFERENCE. 2010, Lima, Peru.

Proceedings... Lima, Peru: LAVC, 2010.

DALECK, C.R. e DE NARDI, A.B. Oncologia em cães e gatos. Grupo Gen, 2.ed., Rio de Janeiro: Editora Roca, 766p., 2016.

DIESING, U. Estágio em clínica de animais de companhia, Síndrome da

Disfunção Cognitiva Canina. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária).

Escola de Ciências e Tecnologia, Departamento de Medicina Veterinária. Universidade de Évora, Portugal, 69p., 2014.

FEITOSA, Francisco Leydson F. (Org.). Semiologia veterinária: a arte do

diagnóstico: cães, gatos, equinos, ruminantes e silvestres. São Paulo: Cap.4, pag. 122., Roca, [2008].

FRANK, D. Cognitive Dysfunction in Dogs. 2016. Disponível em: http://www.ivis.org/. Acesso em: 15 maio. 2019.

FORTNEY, W.D. Geriatria e senilidade. HOSKINS JD. Geriatria e gerontologia do cão e do gato, Editora Roca, São Paulo – SP, v.2, p.1-5, 2008.

FOSSUM, T. W. Cirurgia do sistema digestório. In:___. Cirurgia de pequenos

(41)

GALLEGO D, FIGUEROA J, OROZCO C. Síndrome de disfunción cognitiva de

perros geriátricos. Revista de Medicina Veterinária e Zootecnia, Cordoba. v.15, n.3,

p.2252-2262, 2010.

GOLDSCHIMIDT, M. H. et al. Tumors of the skin and soft tissues. In: _____ MEUTEN, D. J. Tumors in domestic animals. 4. ed. Iowa: Iowa State Press, cap. 2, p.45-117, 2002.

GROSS, T. L. et al. Epidermal Tumors. In: _____. Skin diseases of the dog and cat: clinical and histopathologic diagnoses. 2. ed. Oxford: Blackwele Publishin, cap. 22, p. 562-597, 2007.

GOMES, Telma Raquel Vieira. Clínica de animais de companhia. 2015.

Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) - Universidade de Évora, Portugal, 2015.

GUEDES, A.G.P., SHMITT, I.; PIPPI, N.L. Dermatite Solar Felina Associada a

Carcinoma Epidermóide. Ciência Rural, Santa Maria, v.28, n. 4, p. 707-713, 1998.

HEAD, E. Neurobiology of the aging dog. Age, Netherlands, v. 33, n. 3, p. 485- 496, sep. 2011.

HEAD, E. A canine model of human aging and Alzheimer’s disease BBA. Molecular Basis of Disease, [s.l.], 1832, 1384-1389, 2013.

HEAD, E., ROFINA, J., ZICKER, S. Oxidative Stress, Aging and CNS disease in

the Canine Model of Human Brain Aging. Veterinary Clinics of North America:

Small Animal Practice, [s.l.], v. 38, n. 1, p. 167-178, jan. 2008.

HOWARD, P. E. Neoplasias maxilares e mandibulares. In: BICHARD, S. J.; SHERDING, R. G. Manual Saunders – Clínica de Pequenos Animais. 2. ed. São Paulo: Roca, 2002. p. 1181-1189.

INGRAM, D.; WILLIAMS, N. Neurobiology of Cognitive Dysfunction Syndrome in

Dogs. Clinical and Nutritional Management of Senior Dogs and Cats, [s.l.], p. 31- 36,

2002.

JONES, T. C.; HUNT, R. D; KING, N. M. A pele e seus anexos. In: _____. Patologia Veterinária. 6. ed. Barueri: Ed. Manole, cap.17, p.831-886, 2000.

KRAEGEL, S. A. et al., Tumores da pele. In: _____ ETTINGER, S. J; FELDMANN, E. C. Tratado de medicina interna veterinária. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, cap. 99, p.555-557. 2004.

LANDSBERG, G.; HUNTHAUSEN, W.; ACKERMAN, L. In: ______. Problemas

Comportamentais do Cão e do Gato. São Paulo: Roca, cap. 12, p.243-275, 2005.

LANDSBERG, G. Therapeutic agents for the treatment of cognitive dysfunction

syndrome in senior dogs. Progress in Neuro-Psychopharmacology & Biological

Referências

Documentos relacionados

Foram realizadas as seguintes alterações e/ou inclusões na política de uso dos espaços para eventos da Biblioteca Central: a) a entrada com bolsas e similares

A luta dos agricultores do São Pedro se deu após a entrada nos lotes, uma vez que fizeram a derrubada, moravam em barracos de lona e não tinham boas condições de vida,

O presente estudo teve como objetivo avaliar a eficiência dos gastos públicos na área da saúde, nos maiores e menores municípios do estado de Santa Catarina, além de propor, por

A presente estudo encontra-se estruturado da seguinte forma: a par desta introdução; apresenta-se uma secção com a modelação linear da procura turística em Portugal, onde se

Para estudar as nematodioses em ovinos e caprinos, mantidos em pastagens com diferentes estruturas, foram realizados dois experimentos, que avaliaram a prevalência de

Desta maneira, intui-se que para o nível fundamental do átomo o valor de energia hf do fóton para transformar a partícula em um elétron livre, deve ser igual

Observando, ainda hoje, também através da Matemática (tida como prática disciplinar), é o “homem teórico” de Nietzsche que se busca formar a partir da manutenção de

Público Geral - Qual o valor máximo que você já pagou pelo ingresso de uma festa universitária open bar da UFSC?.