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Academic year: 2021

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TÍTULO: AVALIAÇÃO DA INTERAÇÃO MULTISSENSORIAL: ILUSÃO DA MÃO DE BORRACHA TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS ÁREA:

SUBÁREA: Psicologia SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO(ÕES): FACULDADE ALVES FARIA - ALFA INSTITUIÇÃO(ÕES):

AUTOR(ES): LETÍCIA MENDES DE OLIVEIRA AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): ERICK DE OLIVEIRA LEMES ORIENTADOR(ES):

COLABORADOR(ES): AMANDA SOUSA FRANCISCO, ELÓA DA SILVA, GILCIENE MARCELINO, IULLY DESIDERO, MORGANA FIGUERÓ, MUNIQUE ALVES, PRISCILA WAXONY, SARA RESENDE

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Resumo

A incorporação de membros e a propriedade associada são amplamente concordadas como sendo uma consequência da integração multissensorial no cérebro. A incorporação e a propriedade ilusória também influenciem predições multissensoriais, resultando em sensações ilusórias em sua mão ou corpo real quando os sujeitos observam estímulos da mão de borracha incorporada ou avatar. A experiência de propriedade do corpo (EPC) é relacionado ao possuir e identificar com um corpo particular, é um aspecto central da individualidade. Embora em circunstâncias normais a EPC pareça altamente estável, há evidências crescentes indicando que a EPC depende de uma integração multissensorial e dinâmica de sinais aberta a mudanças. A Ilusão da Mão de Borracha (IMB) fundamenta um modelo neurocognitivo, envolvendo a interação de três vias sensoriais por meio da utilização de estímulos visuais, táteis e proprioceptivas criando então um sentimento de posse ilusória sobre uma mão artificial. Teve como objetivo avaliar a interação multissensorial com ilusão de mão de borracha. Para realização do experimento, foram necessários 10 participantes do 1º período de psicologia de uma instituição de ensino superior localizada no município de Goiânia-Goiás. Foi utilizado uma divisória, um membro superior artificial esquerdo, pincéis e martelo. Foi disponibilizado aos participantes um questionário com seis perguntas em que eles deveriam assinalar entre concordo totalmente à discordo totalmente à sensação sentida no momento do experimento. A pesquisa quantitativa, aponta que 58,3% dos participantes não captaram os estímulos visuais ou táteis, 15% descordam levemente dos estímulos recebidos, 8,3% não emitiram opinião, 16,6% concordam levemente em ter percebido os estímulos e 1,6% concordou totalmente. Este estudo demonstra a susceptibilidade dos indivíduos à experiência ilusória induzida pelo IMB. Percebemos também durante o experimento que indivíduos altamente sugestionáveis eram mais propensos a concordar com muitas das afirmações do questionário do que com indivíduos pouco sugestionáveis. Palavras-chave: Autismo. Paciente. Doença. Estresse..

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1- Introdução

A incorporação de membros e a propriedade associada são amplamente concordadas como sendo uma consequência da integração multissensorial no cérebro. A incorporação e a propriedade ilusória também influenciem predições multissensoriais, resultando em sensações ilusórias em sua mão ou corpo real quando os sujeitos observam estímulos da mão de borracha incorporada ou avatar. A ilusão de propriedade também influencia as previsões motoras-sensoriais dos chamados modelos avançados no cérebro (NOVAES et al., 2011).

A percepção equivale a um conjunto de processos psicológicos, em que os indivíduos reconhecem, organizam, sintetizam e fornecem um significado, em nível cognitivo, às sensações recebidas dos estímulos do ambiente, através dos órgãos dos sentidos (ALVES; BRITO, 2007).

A experiência de propriedade do corpo (EPC) é relacionado ao possuir e identificar com um corpo particular, é um aspecto central da individualidade. Embora em circunstâncias normais a EPC pareça altamente estável, há evidências crescentes indicando que a EPC depende de uma integração multissensorial e dinâmica de sinais aberta a mudanças (LIRA et al., 2016).

A Ilusão da Mão de Borracha (IMB) fundamenta um modelo neurocognitivo, envolvendo a interação de três vias sensoriais por meio da utilização de estímulos visuais, táteis e proprioceptivas criando então um sentimento de posse ilusória sobre uma mão artificial (BOTVINICK; COHEN, 1998).

A IMB é considerada como uma interação de três vias: visão, tato e propriocepção, na qual o toque síncrono (toque) evoca a sensação proprioceptiva da própria mão de ser deslocada para a mão de borracha (visual). A deriva proprioceptiva é considerada um modelo conexionista de processamento trimodal com todas as três entradas sensoriais (visão, propriocepção e toque) exigindo uma à outra (SILVA, 2013).

A IMB é uma ilusão, onde a sensação de que uma mão de borracha pertence ao corpo (sentimento de posse), é provocada por uma mão de borracha visível em sincronia com a própria mão ocluída do participante. O deslocamento de alcances para a mão de borracha ocorreu no caso de estimulação síncrona, mas não no caso de estimulação assíncrona. Este efeito de deslocamento tem sido referido como desvio proprioceptivo (ALVES; BRITO, 2007).

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A fim de medir o curso de tempo da deriva proprioceptiva, testamos os participantes em uma variante do paradigma IMB no qual interrompe a estimulação regularmente e registra a posição percebida do dedo do paciente. De acordo com os modelos existentes do IMB, o afinamento síncrono leva a um aumento gradual do desvio proprioceptivo. Desvios menores ou não são esperados na condição assíncrona (BOTVINICK; COHEN, 1998).

2- Objetivos

2.1- Geral:

Avaliar a interação multissensorial com ilusão de mão de borracha.

2.2- Específicos:

- Verificar a interação multissensorial dos participantes; - Analisar as sensações apresentadas pelos participantes; - Identificar os estímulos captados pelos indivíduos.

3- Metodologia

Para realização do experimento, foram necessários 10 participantes do 1º período de psicologia de uma instituição de ensino superior localizada no município de Goiânia-Goiás. Foi utilizado uma divisória, um membro superior artificial esquerdo, pincéis e martelo.

Durante o experimento os participantes foram solicitados a fixar o olhar na mão artificial, enquanto um experimentador aplicava estímulos sincrônicos no dorso das duas mãos, sendo pincéis passados sobre os dedos da mão esquerda dos participantes, que está oculta do seu campo visual, e o outro sobre a mão de borracha localizada em sua frente e ao alcance de seu visual. Após as repetições com os pinceis, foi batido o martelo na mão de borracha, para observar se o participante teria a percepção de “mão pertencente”.

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Foi disponibilizado aos participantes um questionário com seis perguntas em que eles deveriam assinalar entre concordo totalmente à discordo totalmente à sensação sentida no momento do experimento.

4- Desenvolvimento

As representações interoceptivas refletem a percepção do corpo a partir do interior e contribuem para a regulação da integridade fisiológica (homeostase) e sentimentos afetivos associados, impulsos e emoções. Um tema central dentro desses modelos é que a individualidade emerge através da elaboração de representações interoceptivas e sua integração com sinais exteroceptivos dentro de regiões corticais, notavelmente as porções anteriores do córtex insular (BOTVINICK; COHEN, 1998).

É natural perguntar-se como os sinais exteroceptivos e interoceptivos interagem na especificação da EPC e do sentido do self. Tsakiris e colegas capitalizaram a variação individual na sensibilidade interoceptiva (IC), que se refere à capacidade de uma pessoa detectar seus próprios sinais interoceptivos. Eles relatam que os participantes com menor IC são mais suscetíveis ao IMB (ALVES; BRITO, 2007).

Uma pré-condição para a sugestionabilidade surgir é um contexto de ambiguidade ou incerteza, no qual a percepção sensorial de um indivíduo pode ser facilmente influenciada. No que diz respeito ao IMB, a mão artificial pode ser pensada como um estímulo sugestivo e o contexto parece ser caracterizado pela ambiguidade e incerteza da fonte de informação (NOVAES et al., 2011).

A estimulação síncrona tanto da mão de borracha visível quanto da mão real oculta cria ambiguidade perceptual: a estimulação tátil é sentida na mão real, mas, ao mesmo tempo, a informação visual indica que ela está vindo da mão de borracha. Como um efeito, os estímulos táteis e visuais são integrados em uma percepção coerente, mas fisiologicamente impossível: os estímulos táteis e visuais têm uma fonte comum que é uma mão de borracha visível sentida como parte do corpo (LIRA et al., 2016).

A variabilidade no IMB pode ser parcialmente explicada pela sugestibilidade sensorial de um indivíduo. Os indivíduos altamente sensíveis e sugestionáveis seriam mais suscetíveis a experimentar o IMB do que indivíduos sugestionáveis sensorialmente baixos (TSAKRIS, 2010).

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A sugestionabilidade sensorial afeta genericamente a suscetibilidade de um indivíduo à ilusão, diferenças existem entre indivíduos altamente e pouco sugestionáveis em ambas as medidas explícitas e implícitas da ilusão (ALVES; BRITO, 2007). Por outro lado, um efeito específico da sugestionabilidade sensorial em uma das duas medidas demonstra, um papel específico desse traço de personalidade em influenciar seletivamente os dois componentes do IMB (PRESTON, 2013; NOVAES et al., 2011).

A percepção háptica em humanos é conseqüência da "subtração", a partir dos sinais hápticos reais, da predição háptica induzida por ação pelo modelo forward. Assim, além das previsões multissensoriais, as previsões sensoriais motoras forem modificadas pelo IMB, então um toque autogerado da mão de borracha induziria uma previsão de feedback háptico da mão de borracha (PALMER et al., 2013; ALVES; BRITO, 2007).

Esta previsão adicional da sensação háptica da mão de borracha, quando subtraída dos sinais táteis (ausentes) quando a mão de borracha é escovada, diminui ainda mais a percepção háptica da mão real. Em outras palavras, o modelo forward for reorganizado pelo IMB, a dormência ilusória durante a escovação de uma mão de borracha incorporada seria maior quando a escovação é autogerada, em comparação com quando a mesma escovação é realizada por outro Individual (PATON; HOHWY; ENTICOTT, 2012).

Diversos testes objetivos da força da ilusão foram desenvolvidos, mas o mais amplamente utilizado é o chamado "desvio proprioceptivo", o grau em que as pessoas experimentam sua mão para estarem mais próximas da mão de borracha do que realmente é. Normalmente, pedimos aos participantes que fechem os olhos e indiquem a posição percebida de sua mão oculta, desenhando o dedo indicador em uma régua (MARQUES et al., 2014).

A sensação de posse sobre uma mão de borracha depende da sincronia temporal das pistas multissensoriais, a estimulação assíncrona reduz significativamente o RHI. A importância da congruência temporal tem duas consequências principais: 1) o acariciamento assíncrono pode ser usado como uma condição de controle em experimentos baseados em RHI; 2) a sincronia temporal apresenta semelhanças óbvias com o princípio da congruência temporal na integração multissensorial (MEDINA; COSLETT, 2010).

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5- Resultados

Foi aplicado questionários aos participantes com seis questões de múltipla escolha que abordava os estímulos percebidos pelos participantes durante o experimento. Os dados obtidos na pesquisa são apresentados na tabela 1.

Tabela 1: Sensação no momento do experimento.

Fonte: Os autores (2018).

A pesquisa quantitativa, aponta que 58,3% dos participantes não captaram os estímulos visuais ou táteis, 15% descordam levemente dos estímulos recebidos, 8,3% não emitiram opinião, 16,6% concordam levemente em ter percebido os estímulos e 1,6% concordou totalmente. Portanto, a pesquisa denota que a minoria dos participantes do experimento, perceberam estímulos gerados através da mão de borracha.

6- Considerações Finais

Este estudo demonstra a susceptibilidade dos indivíduos à experiência ilusória induzida pelo IMB. Percebemos também durante o experimento que indivíduos altamente sugestionáveis eram mais propensos a concordar com muitas das afirmações do questionário do que com indivíduos pouco sugestionáveis.

O sentimento explícito de propriedade da mão de borracha pode ter sido influenciado pela sugestionabilidade sensorial durante a estimulação. Outros efeitos de IMB perceptuais principais, como a localização ilusória do toque na mão de borracha e a deriva proprioceptiva, não foram modulados pela sugestionabilidade sensorial.

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O sentimento de propriedade é principalmente impulsionado por processos de cima para baixo, especulamos que a sugestionabilidade sensorial influencia a experiência subjetiva de sentir a propriedade, interagindo com os processos de cima para baixo subjacentes ao IMB através do aprimoramento da saliência de estímulos visuais.

7- Fontes Consultadas

ALVES, É. V.; BRITO, M. R. F. Relações entre a percepção da estrutura de um problema, a memória e a memória matemática. Temas em Psicologia, v. 15, n. 2, p.207-215, 2007.

BOTVINICK, M; COHEN, J. Rubber hands ‘feel’touch that eyes see. Nature, v. 391, n. 6669, p. 756, 1998.

LIRA, M.; DLL’AGNOL, P. A.; BOGGIO, S. A.; BOGGIO, P. S. Ilusão da mão de borracha induzida por estímulos controlados por equipamento eletrônico. Psicol. Teor. Prat., v. 18, n. 1, p. 129-140, 2016.

MARQUES, L. M.; LAPENTA, O. M.; MERABET, L. B.; BOLOGNINI, N.; BOGGIO, P. S. Tuning and disrupting the brain modulating the mcgurk illusion with electrical stimulation. Front. In Hum. Neurosc., v. 8, p. 1-9, 2014.

MEDINA, J.; COSLETT, H. From maps to form to space: touch and the body schema. Neuropsychologia, p. 48, n. 3, p. 645-654, 2010.

NOVAES, M. N.; GAMA, G. L.; MELO, J. T. R. V.; ARAÚJO, D. P.; FRANCO, C. I. F. Avaliação da interação multissensorial na ilusão da mão de borracha. Rev. Neurocienc., v. 19, n. 1, p. 26-33, 2011.

PALMER, C. J.; PATON, B.; HOHWY, J.; ENTICOTT, P. G. Movement under uncertainty: the effects of the rubber-hand ilusion vary along the nonclinical autismo spectrum. Neuropsychologia, v. 51, n. 10, p. 1942-1951, 2013.

PATON, B.; HOHWY, J.; ENTICOTT, P. G. The robber hand illusion reveals proprioceptive and sensorimotor diferences in autismo spectrum disorders. Journal of autismo develop. Disord., v. 42, n. 9, p. 1870-1883, 2012.

PRESTON, C. The role of distance from the body and distance from the real hand in ownership and disownership during the rubber hand ilusion. Acta Psychologica, v. 142, n. 2, p. 177-183, 2013.

SILVA, S. G. A gênese cerebral da imagem corporal: algumas considerações sobre o fenômeno dos membros fantasmas em Ramachandran. Physis Rev. Saúde Col., v. 23, n. 1, p. 167-195, 2013.

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TSAKRIS, M. My body in the brain: a neurocognitive modelo f body-owership. Neuropsychologia, p. 48, n. 3, p. 703-712, 2010.

Referências

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