ANNO 16
CAPITAL FEDERAL,-1891.
N°626
CAPITAL
Anno
18j000
f ublicam por £ngelo Agostini.
respondonota e reclamações devem ser diri„
Trimestre
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À RU* DE tONÇAlVÍS DlAS, N?5Q,S©E»AiBQ~
ESTADOS
Semestre
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Escriptorio i: Redacção
Rua de Gonçalves Dias, 30, Sobrado.
ECÍIOS E NOTAS
Interessante o caso do chafariz do
La-garto.
Um espirito gaihofeiro. que por lá anda
a divertir-se com o publico bestilicado,
deu a nota característica da semana.
Vem a pelo, pois, relatar um facto
pre-senciado no mesmo sitio, por unia senhora
bastante nossa conhecida.
Uma oceasiao, disme a piedosa
se-nhora, em que por lá passava a horas
mor-tas, ouvira uns gemidos longos, doridos,
de alma penada.
Entendida em matéria de espiritismo,
comprehendeu logo que se tratava de um
dos muitos casos descriptos pelo
Allair-Kardec.
—Quem sois, ó habitante dos mundos
de além, fallou, que andais a taes horas
perturbando a placidez religiosa dos
si-tios solitários ? Quem sois e o que quereis ?
—Eu sou, replicou o espirito, ó
tran-scunte nocturno, o espirito de um burro
que passou pela vida a soffrer todos os
desvarios horríveis de um carroceiro. Para
a minha entrada no reino dos céus, preciso
ainda de seis missas rezadas pelo padre
Batalha.
Ide, ó transeunte nocturno e
caritativo, ide e mandai rezal-as.
A senhora que me relatou este facto é
a Exma. D. Opinião Publica.
Sua Santidade, o evangélico, o
pauper-rimo, o humilimo Papa Leão XIII,
recla-mon do governo da Republica a posse do
morro de Santo Antônio.
Averiguado, porém, o facto pelos
ca-naes competentes, chegou-se á conclusão
de que sua Santidade gosta também de,
jogar o raspa.
Bem avisado andaria o governo, pois, se
lhe remettesse o dito morro, bem
acon-dicionado e resguardado
da humidade,
com o tradiccional convento, onde, em
bellos tempos, o Sr. Ferreira Vianna
brin-cou de São-Jorge e pigue-serd.
Ora o Papa 1
Do chafariz do Lagarto a.õ morro de
Santo Antônio, e do morro de Santo
An-tonio á Câmara, é questão apenas de
vol-ta ou curva.
Vamos, pois, á Câmara.
Os'deputados geraes acham-se divididos
em três grupos distinetos n'uma só
re-presentação nacional.
Primeiro: o grupo dos discursadoros
ateis, tendo por chefe o Sr. Américo Lobo,
senador, falia só cm momentos precisos,
com bastante autoridade e conhecimento
de causa.
Segundo: o grupo dos discursadoros
inúteis, inventado pelo Sr. Vinhaes, tem a
lndleza ineonleste do deputado Nilo 'o o
perfume do um impo do rhetorica.
Para
não perder o costume falia sempre, todos
os dias, todas as horas, sobre todas as
cousas.
E como quem muito falia...
Terceiro : o grupo dos moitas. Este,
sim senhor, ó dos meus.
Convencido de
qu.', om bocca fechada mosquito não entra,
vae votando raladiiiliamente, sem
bani-lho nem susurro.
E mais tarde, quando
soar o momento solemnissimo das
reivin-dicaçôes, a Pátria—a grande mãe
agra-decida, (ai ! ai!)—ha de lhe fazer
pre-sente de uma lonsa preta com o seguinte
dístico latino—ira hoc signo vinces.
Farfarello.
AROMA
A Lima Campos.
Manhã clara, um crystal de luz, que
parece ler finas vibrações de sonorósos
clarins no ar...
Alta, loura, esguia, o perfil nervoso,
destacado ao sol com a nitidez, a
cor-recção de gravura em aço, vem
subin-do a rua, o trotloir, na loilclte
fresca
dos climas quentes, meio dia em
de-zembro, á irradiação do calor.
De toda a sua estatura nova, lyrial,
feita em linhas doces, cxhala-se um
perfume, um aroma delicioso de
cam-poenroseirado, quando o luar acorda
as culturas.
O chapéo branco, em fôrma de
gran-de pássaro gran-de arminho pousado com as
azas abertas, cólma-a de claro, faz-lhe
um toldo branco na frente.
"Toda
a sua pessoa encanta, extasia
os sentidos, em quanto o olfacto
delica-do, penetrante, subtil, talvez por um
requinte
artístico
de
sensualidade,
busca-a, procura-a, percórre-llie o
cor-po todo, a rosea, áurea carne
cheiro-sa, como milhões de pequeninos faunos
sequiosos e irrequietos.
E tudo o que delia vem, a emanação
virginal dos seaus. seios e da sua bocca,
parece fecundar a luz, purificando-a,
virtualisar o aroma das cousas,
ine-briar o som.
A sua epiderme, tão aromai e
formo-sa é, que não provocaria apenas beijos,
mas dentadas, rijas dentadas na polpa
saborosa da sua carne banhada em
am-brosias, em nardos, myrrhas e sandalos
orientaes.
Experimenta-se uma sensação
ex-quisita, que dilata, sensibilisa os
ner-vos, dá vibratilidades agudas, intensos
espasmos de liixuria, quando o olfacto
mais a sente, mais seapproxima d'ftlla,
tocando-a, absorvendo-n, como se o
oi-facto só para ella existisse.
Ha um
deslumbramento de goso,
quando, á llor dúdecole
lácteo do seio,
entre ossetinosos rendadoseos folhos
ri-cos do corpete, um aroma impollutode
aristocráticas magnolias trescalla,
ado-cicado e morno.
E ha lambem o mesmo, ou maior
des-lumbramenloainda, ouaiuda
maiorres-plandecencia de f>oso, quando, h'uma
graça de ave, ella abre, rindo, a bocca.
Então, não só da bocca, não só do
seio, como de toda a avelludada alvura
d'aquelle ser, evóla-se um eilluvio de
forças virgens, uma aurora de
primo-rosos, imiiiaculados desejos.
Esguia, delgada, miiitojuncal, com
hysterismos de mulher felina, toda
el-Ia faz idealmente lembrar uma rara
amphora d'incenso,
um marehetado
thuribulo de prata, donde para o alto
alam-se claros, alvos fumos puríssimos
edulçu rosos.
E, sempre que o olfacto illuminado,
atilado sente, longe ou perto, o aroma'
casto, inalterável da loura
resplande-cente, parece logo, então, que ella de
repente vieja, floresce n'um luxuoso
pomar de fruetos ou alvoresce em rosas
diante dos meus ollios extasiados.
Cruz e Souza.
«^S%
Temos o grato dever de annunciar aos
nossos vinte e três mil e trezentos e
ein-coenta e seis assignantes (sem contar os
filantes) que fomos cavalheirosamente
vi-sitados pela eximia artista, Exma. Sra. D.
Amélia da Silveira.
Verdadeiramente commovidos pela visita
d.; t:i j talentosa e amável interprete da arte
dramática, nós, em curvatura galante,
beijámos as mãos da apreciada artista.
* * *
Gustavo Borges tt C.,o sympathico
Gus-tavo, o sempre amável Borges, teve a
gen-tileza de nos enviar umas
rríifitss da
magnífica cerveja Culbacher, que vieram
mesmo a calhar.
Oxalá que procedimento tão altruísta
fos-se fos-seguido por todos os Borges, por todos
os Gustavos, por todas as Comp."
Quando quizerem... sem ceremonia.
* * »
Foi nomeado intendente d'esta capital,
por decreto da semana passada, o
coro-nel Ignacio A. Correia Carneiro.
REVISTA ILLUSTRADA Ainda continua na berra a questão das
Missões.
De dia para dia as Missões vão-se tor-nando mais interessantes o dignas de fo-guetorio. Até enlão sú ns entendidos mel-fiam-se a discutil-as porém de certo tempo a esla parle... não ha mãos a medir I qualquer Kiilgencioou Peçanha, julgando-se autoridade nn assumpto, deitam arra-zoados ile ciilumna e meia, só como lito de verem-se incluídos na lista dos patriotas proclamados pelo Jornal do Commercio. A caminharmos assim, nem d'aqui a seis séculos e meio, acharemos a solução ijo entrincado problema.
»* •
Brevemente apparecerâ n'esta capital, editado pela casa Ilevilacqua, a Arte Mu-sinal, hebdomadário dedicado exclusiva-mente ás artes.
A nossa Inlenileneia tornou-se digna dos maiores eucomios concedendo ao Sr. Emilio de Menezes, o direito de construir um grande theatro para operas, com ac-commodaçòes espeeiaes á escola musical, dramática, etc.
Toda vez que assim se cura dos inte-resses e chás necessidades de uma capital como a da Republica Federal Brazileira, faz-se jus a um logar no coração d'aquel-les que lutam em prol da prosperidade e credito da capital federal.
A intendencia que aceite, pois, as nossas congratulações.
Uma commissao de estudantes das nos-sas academias, veio a esta redacçâo pedir que reclamemos contra o seguinte proce-dimento do commandante da brigada po-licial:
Estando um alumno da academia de Medicina a applaudir um dos artistas, por oecasião em que se levava no Lyrico o Rigoletlo, foi avisado por uma praça que o coronel Leite de Castro desejava fallar-Uie. Após o espectaculo o estudante procu-rando odito coronel foi por este convidado, sem mais explicações, a acompanhal-o, e assim levado após por um paisano ao qua.-rtel a preso por ordem do mesmo senhor. E, com pasmo de todos, até do dito chefe da estação policial, o distineto moço andou a noute toda de llerodes para Pilatos, sem comprehender o motivo que o levara a tão desagradável posição. Só no dia se-guinte, e assim mesmo sem ter preen-chido os quesitos da lei, teve ordem de soltura.
Ora, este facto é de natureza tcão grave e tão revoltante, que esperamos a palavra de quem de direito, sem os commeiilarios
f-cvifW
uu . íii.o.
Thomé.
BfJRHO
DE MAROMBA
1 Mp
Dialogo travado entre mulher e mari-do, no theatro Lyrico, por oecasião da representação do Olhelo :
Mulher : — Oual dos dous ó o tenor, o Oxilia ouo iMenotti"?
Marido: — Homem... já me não lembro .. esqueci os óculos em casa.
concentração amarissima de raiva magiiava-lhe a alma tristíssima de burro [como quem aperta biliosa-mente u caslão de uma , bengala secundaria.
Desconfiado da verdade Fpungente, da anemia das células cerebraes, ia fruindo vida de con-tacto, de concordância tácita, de impoten-cia psycliica. Como burro repetia apenas o que ouvia. Mero phonographo, para pro-duzir. unia phrase, um som distineto, ne-cessitava do concurso alheio, de quem lhe soprasse alguma cousa capaz de ser ou-vida.
Rodas que freqüentava, salões magni-ficos de luxo, fados de espirito, sonoriza-dos de amor,produziam-lhe na retina e no cérebro o effeito de focos indecisos, de trem rodando rápido e veloz por uma ponte pensii e arqueada. A vibração da chama ea resonancia do vacno, batiam-lhe em eheio á alma insensível, como ondula-ções de ondas concentricas atravez as stalactites bumidas das regiões adorme-eidas.
Pobre do burro !
Enraivecido de si mesmo e do que o cercava, em seo organismo forte e rijo, em seos músculos de aço, em seos nervos apathicos, travava-se a luta hercúlea, a luta sobre humana da besta que aspira comprehender como outros compre-hendem sempre. Então soffrego, olhos di-latados pela ganância de espirito, abria um livro d'arte para ler, para devoral-o todo inteiro. Porém, os períodos de ouro fino.phrasestranslucidasdesol, galopavam-lhe por sob a vista como animaes prehis-toricos, fosseis segregados á archeologia. Para que serve a arte, gaguejava após, se não posso comprehendel-a ? se não lhe acho valor ?
Por um contraste volvia-se em seguida á natureza.Talvez ella lhe fosse mais fácil, podesse devoral-a melhor. Mas, luz e effeito, nuanças e silhouettes, vitalidade e exhuberancias, não lhe infundiam calor, não se definiam á curvatura de sea raio visual. Via tudo do mesmo modo, englor bado, como sombras mysteriosas por nou-tes de vigília e medo.
A natureza I a natureza, apnstro-phava em tom solemne de burro, é uma mentira.
Assim, esbarrando'aqui e alli, empur-rado .aos tropeções, automachico, tacte-ando 11'uma cegueira profunda, lá vae elle, o burro, a resmungar baixo,— Cato-blepas de alhos carregados,— amassando aos pés o único prestigio que jamais terá, eternamente, eternamente...
ÀRTiicn de Miranda.
Se ha dia em que assumpto não me falta é o dia de hoje.
Mas não pensem que vou abusar d'essa abundância e encher tiras o liras assim á maneira de uma conferência escripta do ex-senador Corrêa.
Nos dias em que ha carestia, vejo-me bastante atrapalhado em espicular mate-rial para a leitura dos 3356 assignantes, sem contar os filantes. da Revista, e sem nunca exceder ao espaço que me é cedido cá em casa, porque, fiquem os leitores sa-bondo, que sou prohihido deeserever além de coliimiia e meia e até esse limite ainda não cheguei felizmente.
0 primeiro quesae pur aqui 11*11111 eqni-librio de assustar e ao mesmo tempo troa-nesco é o impagável Ignotas do Paiz. Pois não é que o bomem tem ás vezes o máo gosto de sonhar litteratices ? ! Vejam isto :
O diabo do rapaz estava em um dos dias últimos cansado de rever autos.
E como não lhe oceorreu á bossa pro-mover qualquer cousa de mais agradável do que dormir, cahiu na lombeirae... sonhou.
Sonhou o que ?
Muita cOusa. Devaneios, pedaços buco-licos, pinceladas de moral eaté com o ser-ralho do sultão da Turquia !
Podia mesmo ter sonhado que se trans-formará 110 bicho dos sete cornos do Apo-caiypse, mas não se lembrou d'isso, não se-nhores, felizmente.
Mas que diabo viu o homem 110 serralho do gram-sultão da Turquia ? Odaliscas nuas em provocante lascívia (e ahi é-que a lavadeira de. Ignotas teve que esfregar) quadros de pintores gregos, estatuas dos mes mos e de mais outros.
0' sô Ignotus / O' sô pedacinho de meu bem, o Sr. ainda ignora o que qualquer estudante de historia não desconhece ? Pois o Sr., com toda a sua bagagem scien-tifica e litteraria, não sabe que o sultão da Turquia é musulmano da gemma e que Mahometh condemnou a representação da figura humana na pedra, no metal e na tela ?
Ah ! meu conteur-sinho, olhe que ha factos que nem mesmo em sonho são des-culpados, e este é.um d'elles !
Este sonho só iguala ao de outro que vira um ovo atado na ponta do cobertor.
Da questão do saneamento tem sahido grossa porcaria e ainda ha de sahir.
Foi uma cousa assim tão escandalosa, e tão levianamente concedida que fiquei deveras embasbacado. Como è que o go-verno decide em assumptosdesses com 4 pennadas, n'um abrir e fechar d'olhos, assumpto constituindo problema tão de-licado e de que constantemente se oecupa o Instituto Polyteclmico e engenheiros de nomeada que têm apresentado planos e trabalhos relativos a esta questão ?
No entanto nem idéa houve de submet-ter a questão á competência de
engenhei-iW* Àes Urrjlt et«e impediam o tramito bit»» ruee ie Ç<mç«fV»r Vim, umfjre h-hi dever^-acHM-iide d •miutií ri/afíiVwí^e 0 qrH-nplt õbttt^Hio dt-tndnr eridireíttir o cet!çamfrite <xn rtitdidix rua ¦
Cp-mÍmihmi- ííf£ desleixo jsffo cpifçptiiieitte? wwem íwfe leiiSoíerenioí At ver -mwís pJí«í,i-Mfnc7S pÍipíí, Pi
fcvubvií* %itcnioleitcÍQt correr anteo Át ficar se™ itrnafiirua?
ÔSr. Juaita ti«o <*ev« ííi"«v bíf/píiii soíeç0 cff/fieiteio os rJccíi JYvehs dt sua
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Ifisçtv iiidicoida peírd se Cortve-Hcerevn
Ww« v£* coTiveiiciploj da verti'fel«.„_ ^e> tfinowro, pífír*-rn-m-je Pt chvivpl de. Un-iiieiro, pi-tíre íi-n^HTroes, íceres _ pO-ntnptij w'om ietrilíto fiorroro.O.
JfyHÍios içt jorpirn pe-nSetndõ l«riíf«ífírr frin Y6X do Ptvtvieioitpidq CyyTl,
홄„v«m,«« cW(„m««. «1 ,Íhv« r«- ^í«,í.-«««',«1.««fc»íl3^-?r«f« #«« ,««™. «.v,Wif«« ,« f«.«. -A«H.™f.i- -M f«l.U íj «.««ft.l ^ *•» f»r^c?« A »/,Mi,«c«!MIÍMí„Tri.-HÍ.Jllr«. í «£«to« M«f«f""»J« pio (««,«- (,(«« J.wínmi».!/. l|«« W' f"»' 6,ií ,,««.« «A«r«„ i«fíl«0l f.Or »««!., COmíj»,-...
-*íí«m(J«tfl.»W f!iiiUiV ri* j; _«j«Tr». iifáauui* «» Ji«t«M,-m«f íi™ »w« W.f»».' _«/¦«*, e.v«y«.
REVISTA ILLUSTRADA ros distinctos e se não fora o Instituto
paliioliiainaiile agitar a questão no mo-mento opporluno, as suas medidas não seriam mandadas executar.
E vamos ver em que param as modas, como diz Zèpovinho !
¦
O negocio das Missões :
A propósito... essa historia è parecida com a do pândego ou pândegos que atiram moedas, pedras, galhos e excrementos do morro de Paula Mattos, por cima do cha-fariz do Lagarto para a rua do Conde.
Quem quizer que tire a moral.
Ill.ONDIK.
P. S. Justamente quando acabava de fechar esla secção tive noticia de uni cartão dirigido a nós por Oscar Guanaba-rino.
IVesse bilhete, que ronlinha poucas li-nhas e nenhuma grammatica. o auetor nos mandava, em linguagem de vilão, aquella palavra que inimortalisou Cambrone.
O cartão tinha na margem inferior o dístico—«Redacção do Paiz.»
Estamos certos de que a mácriaçâo foi toda pessoal e portanto ile minha parle eu respondo assim :
Tu. tens muita substancia (1'esla ordem, pulha, armazenada na bocea; ella lem sido o teu trophéo, espoja-te nella, respira-a, sorve-a, gusta-a até ficares em-pazinado e tome até uma indigestãp.
Tão cheio d'este elemento como se mostra pródigo, vieste apenas confirmar o conceito que de ha muito mantenho a teu respeito.
Que eras um escriptor da... . Praia Grande. B.
Typos Alegres
C. DE L. I O. ãe h. terça-feira quiz eollocai- dentadura. Vae ao dentista. Procura, ao sentar-sf* na cadeira, o sorriso mais dourado dos seus sorrisos de artista. Abriu s boca... O dentista cahiu no chão fulminado.Carolüs Minimus.
-Prechando
Esta é do Jornal do Brazil em matéria de critica musical:
Chegou a vez de fallarnios de Menotti. Quando a critica tem que se oecupar com este notável artista sente-se alegre, expansiva e satisfeita como as cri-ancas, Das manhãs de inverno em queocéo profuu-danientt- azul e as folhas verdes e luzidias.promet-tem caminhadas eem lim, paseios sadios e vivitica-doi.B.sobre ae folhBs seccas dos pinheiros onde chil-reião ns passarinhos, festf-jendo o so!,que por tanto tempo lhes faltara I
E' o caso de dizer-se ao Menotti .-Cuidado, illustre artista ! va se esguei-rando de costas pela primeira parede que encontrar.
Esse melaço do critico será melodrama, assobio ou contata ?
X
Este senhor Coelho Lisboa,,., o repu-blicano mais rubro e mais propagamlisla do mundo inteiro, ó lambem um poeta... allemâo.
Quasi sempre,entre o café e uma|palesti'a com o Sr. Aristiiles Lobo. escreve ou um conto de escanhoar, ou unia soiietallnula. Ainda ha dias,publicu pelo Novidades um soneto que vale mesmo um pedaço de chorrasco e uma cuia de malte.
Vejão só este final :
« lti-se a donzella cândida e veléta E ella a cór ostentava da violeta Bella gaivota, ó minha pbantasia ! »
Coelho Lisboa. Agora, ahi vae a parodia :
Ri-se a donzella Iropega e perneta! E ella a eflr ostenta da malagueta Brava araponga, ó minha phantazia. Que cousa chicalhona, bein ?
Cabo Anaslaçu ! Prompto meu coroné.
Você vai se farda 'de grande gala, toma um tirbri e i a easa de sò generá Pantaleão e convida elle i a famia pra i ao Lyrico comigo.
Sim sinhò.
E despois você vae a casa de sò tenente Quadrado de bond e diz que mandei dizé prá não havô boje exerciço.
Sim sinbò.
E despois ainda você vai a pé a casa do meu arfaiate e diz á elle prá manda as minhas carças preta que eu mandei desce a bainha.
Sim sinhô.
Bem cabo ! Esquerda roda. Vae de-pressa Tá hi cinco tostão pro tirbri.
Tartarim de Tarrascon.
LIVROS QUE CHEGAM
Vimos de ler, com a nossa calma habi-tual, a Ré Publica, carta, em alexandri-nos, dirigida ao Presidente da Republica, pelo Sr. Pinheiro Viegas.
0 Sr. Viegas mostra ser um moço in-telligente e bem intencionado com relação aos destinos da nascente republica. Toda-via o calor da escripta, as desillusões que lhe assaltaram o espirito em tratando de assumptos políticos de máxima importan-cia, fizeram-no descambar um ponco para o terreno do sentimentalismo. Assim, ver-bera contra o procedimento regular ecor-recto do governo provisório por ter este mandado fora do paiz a familia imperial e cidadãos influentes na politica decaída, es-quecendo-se por conseguinte,o intelligente moço, que semelhante medida se fazia ur-gente no momento melindroso por que passava o estado social da nacionalidade,
brasileira.
« Que fez ató banir cidadãos prestantes.» « Que fez logo exilar os próprios innoceates.)) « Banindo do Brazil um rei, Pedro segundo. O nobre cidadão, o cidadão antigo, Monarcha liberal, nosso melhor amigo, Quo nao se fez Pachà e não creou Bastilhas, Illudido, sabeis, por essas camarilhas !
Não acreditamos quo haja n'esse modo do encarai' o assumpto a iloiiiiiiioexc.lusivo da calma espiritual e da razão. Em taes analvses de facto coiisiimiiiado e sanecio-nado pelo senso commum,o critico deve-se col locar acima das explosões sentimentaes para -ielliorferir.com o estylete da critica, o lim a que se dirige. Era preciso mandar longe do paiz uni tantos homens que, fa-talmente, prejudicariam a marcha normal d., governo republicano proclamado re-cente. Procedendo (Festa arte, andou bem avisado o governo provisório. Eis o facto. Depois, o illustre moço entra liuma ordem de consideracõesapaixonadas umas, de perfeito accordo outras. »
Quanlo ao modo de lazer o alexandrino, o Sr. Viegas é nm copista de guerra Juu-qiieiro. Alli está uni mal que não lhe'per-doamos, Sr. Viegas. Quem possue intelli-gencia e se mette a fazer um trabalho lit-terario, qualquer que elle seja, tem o res-tricto dever de ser original. Quando não, é preferi vel,e mais laudavel mesmo, reco-llier-se ao silencio em que vivia.
Quem rouba o pão do ensino iis louras crenncinhas Mnis brancas que o luar, leves como andorinhas, Feilas de cousas sans, olympicns, suaves, De perfumes subtis e de gorgeios d'iive_, Uns Irccl.os musicaesMe carnes e perfumes.
Abi está um trecho tirado em principio do livro Iresan.lando á cópia quasi fiel dos extraordinários alexandrinos do grande poeta portuguez.
E no eni auto, o Sr. Viegas podia nos dar um trabalho seu, uma obra cFarte digna dos nossos tempos. Não o quiz fazer, tanto peior para si que não passará da popularidade de meia dúzia de conheci-dos.
Também da Bahia recebemos um livro de versos—Lijrios do Valle-pelo Sr. llen-riques cie Casaes.
E' um mau livro, sem arte, sem esthe-tica impressionável. Logo á leitura do primeiro trabalho, nota-se a impericia do poeta estreiante, muito impressionado pelos versos de Fagundes Varella e Castro Alves.
« Dizem quo o tempo apaga da memória As lembranças de amor, as mais sagradas, Pobres flores que, mesmo desf lhadaa, São do passado preciosa historia. A idéa caminhou por cima das barreiras, Brilhante, a constellar as altas cordilheiras Dos rutilos clarões dos paramos dos ceoa; Dos seios seos abrio o cofre dos assombros. Atlante sustentou o mundo sobre os hombros. Teudo por guia e noite o grande olhar de Dens.
Palavrões rimando, nada exprimindo, vazias como as caveiras.
Olhe, Sr. Casaes, estude, leia muito, procure ter originalidade e trabalhar o verso melhor, com mais escrúpulo, para mais tarde apparecer desfazendo a péssima impressão que nos deixou o seu livro.
Cresça e appareç.a.
REVISTA ILLUSTRADA
O' Guedes, fi&u I
Recebemos, terça-feira passada, ás 3 lioras da tarde, em nossa redacção, o sn-guinte convite : « A Redacção da Revista Illustrada. « Vão im — Oscar Guanabarino, redactor do jornal O Paiz, 27—7—91. Ponto dn parte os erros de graminatica e a ainahilidade suína do Guedes (Oscar Guanabarino), sentimos immenso a impôs-sibilidade de-acceitar o convite.
Temos as solas das botinas muito, as-seiadas, ó Guedes, para pisar o assoalho cheiroso «le tua residência.
O' Guedes 1 O' Praia-Grande I Fiáu ! Nós.
LYRICO
De poisdo insiiccesso da estréa, a compa-nliia Lyrica tem ido de triumpho em tri-umpho.
A não ser um ou outro artista, pode-mos garantir aos nossos leitores que, bem poucas vezes, temos tido a suprema dieta de apreciar conjunto tão igual, tão harmo-nico, em companhias aqui vindas.
No Rigolelto, que podemos chamar a opera da rehabilitação, o tenor Gabrieles-co, mais senhor do publiGabrieles-co, sem os temores de estreia, mostrou-se. um artista com-pleto como cantor e actor. Não tem gran-de exten vão gran-de voz, como já dissemos, to-davia, cantando operas- menos fortes, agrada sobremodo.
A Sra. Stehle, que estreiou, obteve um suecesso completo c merecido. Meio so-prano ligeiro, a sua voz encanta pela suavidade. Emitte as notas com extremo talento e precisão. Póde-se dizer que a Sra. Stehle é um canário delicioso a do-brar.
Menotti, o barytono dev oz agradabilis-sima e o actor impecoavel, não precisa mais de elogio. O seu nome, já bastante estimado e conhecido, é um reclame po-deroso, como o de Theodorini e Leonardi, as duas artistas queridas e apreciadas em todas as partes onde se cultiva a arte dramática e musical.
Marcassa, baixo, comquanto seja um ar-tista algum tanto frio, possue uma voz de ouro. Quando canta tem-se a idéa pre-cisa de um diapasào vibrando.
A orchestra, a irreprehensivel orches-tra regida pelo maestro Canti, está tam-bem acreditadissima.
Na Gioconda, Sra. Theedorini, do que acima, no triumpho.
opera em que estreiou a não temos a dizer mais Rigotetto — verdadeiro
0 Sr. Prevost, tenor istreianto, tem vóz extensa, forte e agradável. Com fa-cilidadee xtrema emitte uns dós dn peito esplendidos, adoráveis. Porém, péssimo artista, devido talvez a comoção da es-treia. andou por tal modo que, quasi, as galerias desabaram sobre si.
Não somos d'aquelles quo exigem per-feição dramática em cantor de operas.
Que cante bem, com sentimento e expressão; eis o quo primeiramente exigi-mos. Agora, se a par de bôa voz e bom cantor, o artista salienta-se também na parte dramática, tanto melhor para elle e para nós. Por isso pedimos o publico que ainda esporo mais uma voz só, polo Sr. Prevost, que, como voz, é perfeita-mento aceitável.
Estreiou também, na mesma opera, o barytono Lelio Casini, de voz volumosa, muito sympathica nos graves e nos cen-tros, porem forçada nos agudos.
Recebido em silencio no primeiro acto que correu ilesalinadissimo, angariou do segundo em diante as attenções do pu-blico que o saudou, com justiça.
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O Trooador, porém, é que correu irre-guiar, por parte de alguns artistas.
Propositalmente não falíamos no Othelo, no celebre Othelo cantado pelo Sr.-Oxilia, que não podia ir peior.
Sem voZ, o homem metteu-se em tal embrulho que lhe custou uma pateada de mestre.
Justiça seja feita, porém, ao tenor Pa-roli, que fez do papel de Cassio uma ver-dadeira creaçao sua.
A Sr. Kupfer-Berger, vaiada na Aida e no Othelo, consta que lá se foi, em com-panhia do Sr. Oxelia, mar em fora.
Que bons ventos os levem.
No próximo numero fallaremos da Africana e outras.
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SANT'ANNA
Lá pelo SanfAnna, a cousa anda em mar de rozas.
Brevemente fallaremos na Rosa de Dia-mantes,
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ILLUSIONISTA
Não fazemos elogios ao Illusionista. Quem quizer saber o que é bom, agra-davele interessante, vá alli assistir uma das taes mágicas somente. Se depois d'isso n.io voltar sempre ao chistoso lhea-trinho, que nos corte a cabeça.
¦f + ¥¦
PHENIX DRAMÁTICA A opereta Rip de Meilhac e outros, tra-duzida por Arthur Azevedo, com uma bella musica de Planquetts, tem suacar-reira traçada na Phenix por muitas noites. Pilhérias finas e graciosamente ditas, entrecho um pouco fantástico e algumas ironias no 3° sicto, que tem sua applicaç-ão ao estado político actual nosso, são ele-mentos que despertarão a curiosidade do publico fazendo-o gozar noitadas agra-daveis.
Interpretação correcta, destacando-se pela voz a Sra. Blanche Barbe, que a tem cheia e bem timbrada, e Oyanguren que no ultimo acto principalmente deu ao seu
papel uma expressão de bastante relevo, tornando-se também digno de menção nos trechos cantantes.
Mattos, representando de btirgo-mestre esteve bom como sempre e bem assim Co-Ias Lisboa, Blanche Grau e Izabel Porto. AJorchestra, habilmente regida, vestu-anos e scenarios apurados, sendo a mis-en scibie do Mattos, o- que é uma recom-mendaçào.
Nossos parabéns á empreza, desejando-lhe casas como a que tivemos oceasião de ver, o que significa purae simplesmente uma verdadeira enchente.
Aroadiano.
Mundo elegante
O Club da Mangueira, inaugurado em 2o de Julho, ahi está disputando aos con-frades, Ia d'elle, a ponta de chegada.
Se o ex-digito gigans não falha, a sym-pathica sociedade será vencedora.
O concerto organisado pela distineta artista R. da Paz, esteve acima da espec-tativa.
Não só a concertista como também o escolhido elenco que a rodeou, proporcio-naram-nos horas agradabilissimas jamais esquecidas.
Nossas mais intimas felicitações. O Gabinete de Leitura Portuguez feste-jou de modo digno á sua eminente posi-ção : o 15" anniversario de preciosa e útil existência.
Festas como as do Gabinete de Leitura Portuguez, temos o summo prazer em assistil-as sempre.
Por entre bravos e applausos unanimes correu o concerto effectuado, no salão Bevilacqua, pela conhecida pianista Maria Imhert.
Mais uma vez ainda :—Bravos! Bravos !
DlLETTANTI.
Pelas Corridas
HYPPODROMO NACIONAL Depois de grande silencio, que já se ia tornando um tanto longo, houve no dia 19 do passado enorme ruido no Hippo-dromo Nacional, ruido todo festivo, todo alegre, para assignalar mais uma das esplendidas corridas do novo prado.
Tudo alli correu admiravelmente. JOCKEY-CBUB
Com um programma de arromba deu o Jockey-Club uma corrida no dia 26, des-pertando sensível enthusiasmo a lueta travada entre os animaes que tomaram parte nos sete magníficos pareôs.
A concurrencia, a animação, e o ' estiveram em verdadeira ponta.
Muito bem.
jogo