UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR
DEPARTAMENTO DE MATEM ´ATICA
1◦ Ciclo em Engenharia Electromecˆanica
1◦
Ciclo em Engenharia Electrot´ecnica e de Computadores Frequˆencia de C´alculo II – 1a Frequˆencia
Ano Lectivo 2011/2012
23 de Abril de 2012 Dura¸c˜ao: 1h 45min
1) Determine a natureza da s´erie
+∞
X
n=1
cos n n2+ 2.
2) Determine o intervalo de convergˆencia da seguinte s´erie de potˆencias
+∞
X
n=1
(x − 1)n n3n .
3) Seja f a fun¸c˜ao definida por
f(x, y) = ln(9 − x2− y2) +px2+ y2− 1.
a) Determine o dom´ınio de f e represente-o geometricamente.
b) Determine o interior, o exterior, a fronteira, a aderˆencia e o derivado do dom´ınio f . c) Diga, justificando, se o dom´ınio de f ´e aberto, se ´e fechado e se ´e limitado.
4) Seja f : R2→ R a fun¸c˜ao definida por
f(x, y) = x2y x4+ y2 se (x, y) 6= (0, 0), 0 se (x, y) = (0, 0). a) Calcule lim (x,y)→(0,0) (x,y)∈A f(x, y) e lim (x,y)→(0,0) (x,y)∈B f(x, y) com A=(x, y) ∈ R2: y = 0 e B =(x, y) ∈ R2: y = x2 .
b) O que pode concluir sobre a existˆencia de lim
(x,y)→(0,0)f(x, y) e sobre a continuidade de f no ponto
(0, 0)?
c) Calcule as derivadas parciais de primeira ordem da fun¸c˜ao f no ponto (0, 0). 5) Seja f : R3→ R2 a fun¸c˜ao dada por
f(x, y, z) =x2+ 3y + z3,ex2+y. Determine a matriz jacobiana de f .
6) Seja f : R3→ R a fun¸c˜ao dada por
f(x, y, z) = x2+ sen(y + z2) + z4. a) Determine o gradiente de f .
b) Calcule ∂
2f
1) Determine a natureza da s´erie +∞ X n=1 cos n n2+ 2. 1) Como 0 6 cos n n2+ 2 = |cos n| n2+ 2 6 1 n2 para qualquer n ∈ N e +∞ X n=1 1 n2 ´e convergente,
pelo crit´erio geral de compara¸c˜ao podemos concluir que a s´erie
+∞ X n=1 cos n n2+ 2 ´e convergente, ou seja, a s´erie +∞ X n=1 cos n
n2+ 2 ´e absolutamente convergente.
Ora, as s´eries absolutamente convergentes s˜ao convergente e, consequentemente, a s´erie
+∞
X
n=1
cos n
n2+ 2 ´e convergente.
2) Determine o intervalo de convergˆencia da seguinte s´erie de potˆencias
+∞
X
n=1
(x − 1)n n3n .
2) Apliquemos `a s´erie dos m´odulos
+∞ X n=1 (x − 1)n n3n = +∞ X n=1 |x − 1|n n3n o crit´erio de D’Alembert lim n→+∞ |x − 1|n+1 (n + 1)3n+1 |x − 1|n n3n = lim n→+∞ n3n|x − 1|n+1 (n + 1) 3n+1|x − 1|n = lim n→+∞ n n+ 1 1 3 |x − 1| = |x − 1| 3 .
Assim, se |x − 1| 3 <1 ⇔ |x − 1| < 3 ⇔ x − 1 < 3 ∧ x − 1 > −3 ⇔ x < 4 ∧ x > −2 ⇔ x ∈ ] − 2, 4[ a s´erie ´e convergente e se
|x − 1|
3 >1 ⇔ |x − 1| > 3
⇔ x − 1 > 3 ∨ x − 1 < −3 ⇔ x > 4 ∨ x < −2
⇔ x ∈ ] − ∞, −2[ ∪ ]4, +∞[ a s´erie ´e divergente.
Falta estudar a natureza da s´erie quando x = −2 e quando x = 4. Para x = 4 temos
+∞ X n=1 (4 − 1)n n3n = +∞ X n=1 3n n3n = +∞ X n=1 1 n.
isto ´e, quando x = 4 obtemos a s´erie harm´onica que ´e uma s´erie divergente. Quando x = −2 vem +∞ X n=1 (−2 − 1)n n3n = +∞ X n=1 (−3)n n3n = +∞ X n=1 (−1)n3n n3n = +∞ X n=1 (−1)n1 n. Como lim n→+∞ 1 n = 0 e 1 n+ 1− 1 n = n− n − 1 n(n + 1) = − 1 n(n + 1) 60,
pelo crit´erio de Leibniz, a s´erie ´e convergente quando x = −2. Logo o intervalo de convergˆencia da s´erie +∞ X n=1 (x − 1)n 2n(n + 1) ´e [−2, 4[.
3) Seja f a fun¸c˜ao definida por
f(x, y) = ln(9 − x2− y2) +px2+ y2− 1.
a) Determine o dom´ınio de f e represente-o geometricamente.
b) Determine o interior, o exterior, a fronteira, a aderˆencia e o derivado do dom´ınio f . c) Diga, justificando, se o dom´ınio de f ´e aberto, se ´e fechado e se ´e limitado.
3a) O dom´ınio de f ´e o conjunto
Df =(x, y) ∈ R2: 9 − x2− y2 >0 ∧ x2+ y2− 1 > 0 . Como 9 − x2− y2 >0 ⇔ −x2− y2>−9 ⇔ x2+ y2 <9 e x2+ y2− 1 > 0 ⇔ x2+ y2>1, temos Df =(x, y) ∈ R2: x2+ y2 <9 ∧ x2+ y2 >1 =(x, y) ∈ R2: 1 6 x2+ y2 <9 .
A representa¸c˜ao geom´etrica de Df ´e a seguinte:
x y 3 3 1 1 3b) int Df =(x, y) ∈ R2: x2+ y2 >1 ∧ x2+ y2 <9 ext Df =(x, y) ∈ R2: x2+ y2<1 ∨ x2+ y2 >9 fr Df =(x, y) ∈ R2: x2+ y2= 1 ∨ x2+ y2 = 9 Df =(x, y) ∈ R2: x2+ y2>1 ∧ x2+ y2 69 (Df) ′ =(x, y) ∈ R2: x2+ y2>1 ∧ x2+ y2 69
3c) Como int Df 6= Df, o dom´ınio de f n˜ao ´e um conjunto aberto. Tamb´em n˜ao ´e um conjunto
fechado pois Df 6= Df. Al´em disso, o dom´ınio de f ´e um conjunto limitado porque est´a contido
4) Seja f : R2→ R a fun¸c˜ao definida por f(x, y) = x2y x4+ y2 se (x, y) 6= (0, 0), 0 se (x, y) = (0, 0). a) Calcule lim (x,y)→(0,0) (x,y)∈A f(x, y) e lim (x,y)→(0,0) (x,y)∈B f(x, y) com A=(x, y) ∈ R2: y = 0 e B=(x, y) ∈ R2: y = x2 .
b) O que pode concluir sobre a existˆencia de lim
(x,y)→(0,0)f(x, y) e sobre a continuidade de f no ponto
(0, 0)?
c) Calcule as derivadas parciais de primeira ordem da fun¸c˜ao f no ponto (0, 0).
4a) Temos lim (x,y)→(0,0) (x,y)∈A f(x, y) = lim x→0f(x, 0) = limx→0 x20 x4+ 02 = limx→0 0 x4 = limx→00 = 0 e lim (x,y)→(0,0) (x,y)∈B f(x, y) = lim x→0f(x, x 2) = lim x→0 x2x2 x4+ (x2)2 = limx→0 x4 x4+ x4 = limx→0 x4 2x4 = limx→0 1 2 = 1 2. 4b) Como lim (x,y)→(0,0) (x,y)∈A f(x, y) 6= lim (x,y)→(0,0) (x,y)∈B f(x, y), n˜ao existe lim (x,y)→0f(x, y)
e, consequentemente, a fun¸c˜ao n˜ao ´e cont´ınua em (0, 0).
4c) Temos de calcular as derivadas paciais de primeira ordem de f no ponto (0, 0) por defini¸c˜ao:
∂f ∂x(0, 0) = limh→0 f(0 + h, 0) − f (0, 0) h = limh→0 h20 h4+ 02 − 0 h = limh→0 0 h4 h = limh→0 0 h = limh→00 = 0 e ∂f ∂y(0, 0) = limk→0 f(0, 0 + k) − f (0, 0) k = limk→0 02k 04+ k2 − 0 k = limk→0 0 k2 k = limk→0 0 k = limk→00 = 0.
5) Seja f : R3→ R2 a fun¸c˜ao dada por
f(x, y, z) =x2+ 3y + z3,ex2+y. Determine a matriz jacobiana de f .
5) As derivadas parciais de f s˜ao ∂f ∂x(x, y, z) = 2x, 2x ex2+y, ∂f ∂y(x, y, z) = 3, ex2+y e ∂f ∂z(x, y, z) = 3z 2,0 e a sua matriz jacobiana ´e a matriz
J(x,y,z)(f ) = 2x 3 3z2 2x ex2+y ex2+y 0 .
6) Seja f : R3→ R a fun¸c˜ao dada por
f(x, y, z) = x2+ sen(y + z2) + z4. a) Determine o gradiente de f .
b) Calcule ∂
2f
∂y∂z.
6a) O gradiente de f ´e dada por
(∇f )(x, y, z) = ∂f ∂x(x, y, z), ∂f ∂y(x, y, z), ∂f ∂z(x, y, z) = 2x, cos(y + z2), 2z cos(y + z2) + 4z3 .
6b) Na al´ınea anterior vimos que ∂f ∂z(x, y, z) = 2z cos(y + z 2) + 4z3, pelo que ∂2f ∂y∂z(x, y, z) = −2z sen(y + z 2).