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Isabelle Faust 28 set 2019

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Academic year: 2021

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28

set

2019

Isabelle

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mecenas principal gulbenkian música mecenas ciclo piano mecenas concertos de domingo mecenas

estágios gulbenkian para orquestra mecenas

música e natureza

03 Duração total prevista: c. 3h Intervalo de 45 min.

Isabelle Faust

Violino

Johann Sebastian Bach

Sonata I, em Sol Menor, BWV 1001

Adagio Fuga: Allegro Siciliana Presto

Partita I, em Si menor, BWV 1002

Allemanda Double Corrente Double Sarabanda Double Tempo di borea Double

Sonata II, em Lá menor, BWV 1003

Grave Fuga Andante Allegro intervalo 28 SETEMBRO SÁBADO 19:00 — Grande Auditório

Grandes

Intérpretes

imagem de capa: isabelle faust © felix broede

Partita III, em Mi maior, BVW 1006

Preludio Loure Gavotte en rondeau Menuet I – Menuet II Bourrée Gigue

Sonata III, em Dó maior, BWV 1005

Adagio Fuga Largo Allegro assai

Partita II, em Ré menor, BWV 1004

Allemanda Corrente Sarabanda Giga Ciaccona

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Sonatas e Partitas para Violino solo,

BWV 1001-1006

composição: 1717-1720 duração: c. 2h 15 min.

Numa das cartas dirigidas a Johann Nikolaus Forkel – primeiro biógrafo de Johann Sebastian Bach –, Carl Philipp Emanuel Bach contava que um dos maiores músicos da época lhe tinha dito que não conhecia nada mais perfeito para a formação de um bom violinista do que as Sonatas e Partitas do seu pai e que não podia “recomendar nada melhor aos que desejam aprender do que estas peças para violino solo.” A consciência da genialidade criativa e do valor pedagógico desta obra – no sentido mais elevado do termo, já que exige uma enorme mestria técnica, intelectual e artística do intérprete – prevaleceu até aos nossos dias, mesmo se em alguns momentos, como sucedeu na época romântica, não foi inteiramente compreendida. As Sonatas e Partitas, BWV 1001-1006, testemunham o conhecimento profundo que Bach possuía do violino do ponto de vista prático (foi violinista nas cortes de Weimar e Cöthen), mas também a sua vontade de explorar todas as suas potencialidades. O manuscrito autógrafo data de 1720, mas é possível que as peças tivessem sido compostas nos anos anteriores (entre 1717 e 1719), correspondendo a cópia realizada cuidadosamente pelo compositor, com o título Sei solo./ ã / Violino /

senza / Basso /accompagnato./Libro Primo, à versão

final do ponto de vista da ordenação da série. Este conjunto de peças foi reconhecido ao longo do século XVIII, subsistindo em diferentes cópias manuscritas, mas seria apenas em 1802 que o editor Simrock, de Bona, publicaria as

três Sonatas. A edição completa, incluindo as Partitas, surgiu apenas em 1843 graças a Ferdinand David, concertino da Orquestra do Gewandhaus de Leipzig. A especificidade deste monumento da escrita violinística da época barroca e os desafios que ele coloca nem sempre foram devidamente compreendidos no século XIX. Por exemplo, F. Mendelssohn e R. Schumann juntaram-lhe um

acompanhamento pianístico no intuito de tornar as peças mais acessíveis ao público. Violinistas como J. Joachim, A. Busch e G. Enesco foram pioneiros na redescoberta da obra e, mais tarde, S. Kuijken deu-lhe uma nova vida ao recuperar as práticas de execução históricas e o uso do violino barroco.

O mérito estético das Sonatas e Partitas não advém apenas dos seus requisitos técnicos, mas igualmente do grau de expressividade artística, cujo foco são as possibilidades idiomáticas do instrumento, que neste caso se basta a si próprio, prescindindo do suporte do baixo contínuo. Antes de Bach, compositores como Henrich von Biber (1644-1704), Johann Paul Westhopff (1656-1705), Johann Jakob Walther (ca. 1650-1717) ou Thomas Baltzar (1630-1663) tinham já explorado as possibilidades do violino como instrumento que pudesse veicular a escrita polifónica, bem como o uso de acordes rápidos, tocando simultaneamente sobre três ou quatro cordas de forma arpejada. Mas Bach foi ainda mais longe na criação de polifonias imaginárias que o ouvinte é convocado a reconstituir. Enquanto

Johann

Sebastian Bach

Eisenach, 21 de março de 1685 Leipzig, 28 de julho de 1750

johann sebastian bach, por johann jakob ihle, c. 1720 © dr

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no caso dos instrumentos harmónicos e da música de câmara e orquestral, as harmonias e linhas melódicas que se cruzam na textura musical são reais, no sentido em que todas as notas que integram o discurso escrito são efetivamente tocadas, no caso das peças para violino solo é ao ouvido que cabe reconstituir a polifonia latente, não só prolongando os sons realmente escutados no contexto de um quadro harmónico e contrapontístico, mas também recriando mentalmente as linhas, as vozes e as sonoridades implícitas ou simplesmente sugeridas. J. S. Bach copiou as Sonatas e Partitas de forma alternada, criando a impressão de uma unidade completa e da conceção da obra como um todo. O compositor explora dois dos mais importantes géneros da época no domínio da música de câmara: a Sonata da chiesa e a Sonata

da camera, que tem um forte parentesco com

a suite. Com efeito, a palavra “partita” constitui a designação atribuída pelos alemães à suite, porém com um sentido mais lato, já que inclui também a ideia de variação.

Cada uma das Partitas constitui uma solução possível para o conceito de “suite”, no que diz respeito à multiplicidade de formas e às danças escolhidas. Assim, a Partita I é formada por quatro pares de andamentos, sendo o segundo de cada par (Double) uma variação do primeiro. A Partita II apresenta a habitual sucessão de quatro danças, seguida de uma monumental

Chaconne (ou Ciaccona, em italiano) que

constitui uma das peças mais brilhantes e virtuosísticas da literatura violinística de todos os tempos. Esta famosa página é a mais longa da série, formando uma sequência contínua de variações, geralmente aos pares, sobre um

ostinato constituído por duas secções quase

idênticas de quatro compassos. A exposição e o epílogo enquadram 32 variações, que descrevem um grande arco tonal que unifica um discurso prodigiosamente imaginativo, ao longo do qual proliferam múltiplas figurações melódico-rítmicas, com células derivadas, como se fossem variações das

variações. No caso da Partita III, um atraente

Preludio, animado por uma espécie de

movimento perpétuo concertante, dá lugar a uma homenagem às danças de origem francesa, caracterizadas pela elegância e por um estilo de cariz galante.

Ao contrário das Partitas, a estrutura das três Sonatas é idêntica em cada uma das peças, correspondendo ao modelo da Sonata da chiesa e à sucessão de andamentos lento/ rápido (fugado)/ lento/ rápido (forma bipartida com “reprise”). Em cada uma das Sonatas, os dois primeiros andamentos articulam-se como se de um prelúdio e fuga se tratasse, sendo a página introdutória caracterizada por um estilo livre de caráter improvisatório de certa exuberância (stylus phantasticus) e a fuga uma peça formada por episódios contrastantes, contrapontísticos e melódicos, em alternância. Tal como as três Partitas tinham o seu ponto culminante na

Chaconne, no caso das três Sonatas sobressai

a Fuga da Sonata III, a mais longa escrita por Bach. Trata-se de uma peça extremamente engenhosa, que aplica a um instrumento de essência monódica o género de escrita mais exigente no que diz respeito à condução simultânea de diferentes vozes. O tema desta fuga, a quatro vozes, deriva do coral “Komm, heiliger Geist”, adaptado da antífona gregoriana “Veni, Sancte Spiritus” e foi também usado pelo compositor em peças como as Cantatas 59 e 175 ou o Motete BWV 226. Duas grandes partes, contando respetivamente quatro e três secções, fazem alternar, à maneira de um rondó, exposições fugadas a quatro vozes e divertimentos, ao longo de um grande arco que vai da tónica à dominante, para depois voltar à tónica. Uma exposição sobre o tema invertido marca de forma nítida o início da segunda parte, que termina com uma sétima secção que retoma a primeira em “da Capo”. Um prodígio da arquitetura musical, ao qual corresponde um resultado sonoro fascinante.

cristina fernandes

Isabelle Faust

Violino © f el ix b ro ed e

A violinista alemã Isabelle Faust cativa o público com a fascinante sonoridade das suas interpretações, abordando cada peça não só em função da musicalidade, mas também do contexto histórico, da escolha do instrumento e da busca de um elevado grau de autenticidade, iluminando e interpretando com paixão um repertório vasto e estilisticamente variado. Depois de vencer o Concurso Leopold Mozart e o Concurso Paganini, começou a ser uma convidada regular das grandes orquestras mundiais como a Filarmónica de Berlim, a Sinfónica de Boston, a Sinfónica NHK de Tóquio, a Orquestra de Câmara da Europa ou a Freiburger Barockorchester, tendo-se prolongado, desde então, uma sustentada cooperação com maestros como C. Abbado, G. Antonini, F. Brüggen, J. E. Gardiner, B. Haitink, D. Harding, P. Herreweghe, A. Nelsons e R. Ticciati. A curiosidade artística de Isabelle Faust abrange todas as eras e formas de cooperação instrumental. Desta forma, procura a essência de cada peça de uma forma consciente e dedicada. Para além dos grandes concertos para violino, o seu repertório regular inclui peças como o

Octeto (D. 803) de Schubert, interpretado em instrumentos históricos, os Kafka-Fragmente de G. Kurtág, com Anna Prohaska, ou A História do

Soldado de Stravinsky, com Dominique Horwitz.

Dedica-se com grande ambição à interpretação da nova música, tendo agendadas estreias de obras de Peter Eötvös, Brett Dean, Ondrej Adámek, e Oscar Strasnoy. As gravações de Isabelle Faust têm sido unanimemente elogiadas pela crítica especializada e distinguidas com o

Diapason d’or, o Grammophone Award e o Choc de l’année, entre outros prémios. Entre as gravações

mais recentes incluem-se os Concertos para Violino de J. S. Bach, com a Akademie für Alte Musik Berlin, e o Concerto para Violino de Mendelssohn, com a Freiburger Barockorchester e Pablo Heras-Casado. No domínio da música de câmara, mantém uma longa colaboração com o pianista Alexander Melnikov, tendo ambos gravado obras de Mozart, Beethoven e Brahms. Ao longo da presente temporada, Isabelle Faust é Artista em Residência no Real Concertgebouw de Amesterdão, na Philharmonie Essen, no Centro Nacional de Difusão Musical de Madrid e na Philharmonie Luxembourg.

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31

out

+ 01

nov

GULBENKIAN.PT

Coro e Orquestra

Gulbenkian

J. S. Bach

Perez

Mattutino

de’ Morti

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direção criativa

Ian Anderson

design e direção de arte

The Designers Republic

tiragem

400 exemplares

preço

2€

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sujeitos a alteração sem aviso prévio.

Pedimos que desliguem os telemóveis durante o espetáculo. A iluminação dos ecrãs pode igualmente perturbar a concentração dos artistas e do público. Não é permitido tirar fotografias nem fazer gravações sonoras ou filmagens durante os espetáculos.

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Referências

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