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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA CAMPUS SANTANA DO LIVRAMENTO GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO EDUARDO FIALHO CAMPOS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA

CAMPUS SANTANA DO LIVRAMENTO

GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

Sant’Ana do Livramento

2014

EDUARDO FIALHO CAMPOS

Análise de Custos em Diferentes Atividades Produtivas de uma

Empresa Rural: estudo de caso em Sant’Ana do Livramento - RS.

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EDUARDO FIALHO CAMPOS

Análise de Custos em Diferentes Atividades Produtivas de uma

Empresa Rural; estudo de caso em Sant’Ana do Livramento - RS.

Trabalho de Curso apresentado como requisito para obtenção do título de Bacharel em administração pela Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA.

Orientador: Prof. Dr. João Garibaldi Almeida Viana

Área de Concentração: Custos

Sant’Ana do Livramento 2014

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1: Plano de Contas CONAB...18

QUADRO 2: Receita bruta total das atividades agropecuárias no ano de 2011...22

QUADRO 3: Receita bruta total das atividades agropecuárias no ano de 2012...23

QUADRO 4: Renda bruta percentual das atividades agropecuárias nos anos 2011 e 2012...24

QUADRO 5: Estrutura de custos das atividades agropecuárias no ano de 2011...25

QUADRO 6: Estrutura de custos das atividades agropecuárias no ano de 2012...26

QUADRO 7: Indicadores de desempenho brutos das atividades agropecuárias em 2011 e 2012...28

QUADRO 8: Indicadores de desempenho por hectare das atividades agropecuárias em 2011 e 2012...29

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LISTA DE ABREVIATURAS

RBT - Renda Bruta Total MB – Margem Bruta

ROA – Renda Operacional Agrícola ML – Margem Liquida CB – Cabeça UA – Unidade Animal HA – Hectare KG – Kilos LT - Litros

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 5 1.1 PROBLEMÁTICA... 6 1.2 OBJETIVOS ... 8 1.2.1 Objetivo Geral ... 8 1.2.1 Objetivos Específicos ... 8 1.3 JUSTIFICATIVA ... 9 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ... 9 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 10 2.1 CONTABILIDADE DE CUSTOS...10

2.1.1 UTILIDADES DA CONTABILIDADE DE CUSTOS...11

2.2 MÉTODOS, SISTEMAS DE CUSTEIO E ANÁLISE DE CUSTOS...14

2.3 CUSTOS NO AGRONEGÓCIO...15

2.3.1 CÁLCULO DE CUSTOS DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA...17

3 MÉTODO ... 19

3.1 TIPO DE PESQUISA ... 19

3.2 MÉTODO ESCOLHIDO (E JUSTIFICATIVA) ... 19

3.3 TÉCNICA DE COLETA E ANALISE DOS DADOS ... 20

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 22

5 CONCLUSÕES ... 31

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1 INTRODUÇÃO

O setor de agropecuário na região da Campanha e Fronteira Oeste no Rio Grande do Sul, é administrado pelos proprietários das terras que, por sua vez, herdaram um modelo bastante informal de controle de custos.

Nesta visão, a contabilidade de custos, segundo Callado (2005), é vista pelos produtores brasileiros como uma técnica complexa em sua execução e que apresenta um baixo retorno prático. Outro aspecto relevante, é que a contabilidade rural é quase sempre utilizada para atender a finalidades fiscais, não possuindo grande interesse por uma aplicação gerencial. Como qualquer outra empresa de diversos setores, a empresa rural também tem processos produtivos e gastos incorridos por estes, que são classificados pela contabilidade como custos de produção, e a separação contábil dos gastos conforme Perez (2009) é importante devido à sistemática contábil para o reconhecimento dos resultados de um determinado período. Assim a apuração dos resultados é de vital importância na vida de uma empresa.

Levando em conta à complexidade de produções, vendas e seus espaços de tempo, principalmente na agropecuária, a importância de controle de custos enaltece frente a essa realidade, pois só assim podem-se fazer projeções através de análises de custos mais precisas, auxiliando na tomada de decisão.

Segundo Brochado (2008) existe formas especificas de apropriações de custos, que, dependendo do ângulo que esta sendo analisado, fará sentido ou não o estudo daquele dado. O produtor rural deve ter muito cuidado com estas estruturas de estudos de custos, porque, quando complexas, acabam não sendo objetivas e por fim termina-se em um emaranhado de dados sem resultado prático.

Este é um argumento para aqueles que tentaram em curto prazo ter resultados significativos utilizando da contabilidade de custos para auxiliar na gestão, pois a cada situação em que se deparam frente aos dados em que não souberem analisar corretamente, terão uma informação sem validade, ou até mesmo por não haver um histórico de mais de um período de controle de custos, essa informação será destorcida, sem base comparativa suficiente.

Portanto, tendo dados suficientes em um sistema de custos apropriado, pode-se descobrir novas realidades entre setores produtivos de uma mesma propriedade rural,

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possibilitando comparar atividades e saber qual a importância financeira e lucratividade de cada atividade.

1.1 PROBLEMÁTICA

Sabe-se da dificuldade de tomar decisões somente contando com o conhecimento na área, muitas vezes empírico. Devem-se analisar diversos fatores que com o transcorrer do tempo afetam diretamente a rentabilidade do setor produtivo, bem como o aumento no preço dos insumos, encargos sociais, mão de obra, impostos, custos de manutenção e benfeitorias necessárias entre outros. Sem saber qual o impacto de cada custo, e a necessidade deste, fica difícil estabelecer metas, fazer projeções de despesas e receitas, ou seja, das compras e vendas.

Conforme Acosta et al (2004), geralmente o produtor rural não planeja suas atividades, não pesquisa as necessidades do mercado, desperdiça dinheiro na compra de insumos, pagando preços altos em época de maior demanda, ou em aquisições de maquinários superdimensionados para seu volume de produção e área cultivada, por esse motivo alegam que os preços de mercado dos produtos não cobrem o que se gasta.

O controle de custos se torna mais complexo quando se tem mais de uma cultura ou atividade pecuária em uma propriedade rural, pois muitos custos como, por exemplo, de manutenção e insumos, servem para ambos os setores produtivos. Enquanto, utilizando de métodos de rateios, esse produtor terá um resultado diferenciado do que acredita ser a realidade de custo total daquela ou dessa cultura.

Também segundo Lopes (2009), quando se busca, dentro do arcabouço da administração, verificar a rentabilidade e quantificar os centros de gastos de uma atividade produtiva, desenvolve-se uma análise de custos de produção. Existem varias finalidades para a determinação de custo dentro de uma empresa rural através de critérios gerencias que buscam uma maior capacidade gerencial por meio do suprimento de informações relevantes sobre seus diversos produtos, serviços ou atividades operacionais.

Com base nestas argumentações, podemos então identificar a necessidade da contabilidade de custos e a falta de conhecimento por parte da grande maioria dos produtores rurais de sua existência e eficiência.

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Assim a partir da análise de uma empresa rural, quais são os custos de produção de diferentes atividades agropecuárias e de que forma estes custos podem ser comparados e que benefícios trazem para o caso estudado?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Este trabalho tem como objetivo geral analisar os custos de produção de uma empresa rural e compará-los em nível de atividades agropecuárias.

1.2.2 Objetivos Específicos

a) Mensurar o custo total e unitário das atividades da empresa rural;

b) Classificar os custos quanto à forma de distribuição e apropriação das atividades;

c) Identificar centro de custos das atividades agropecuárias da empresa rural;

d) Mensurar resultados através de indicadores em cada atividade;

e) Relacionar os resultados entre as atividades;

1.3 JUSTIFICATIVA

Estima-se que aproximadamente 35% do PIB brasileiro e aproximadamente 40% dos empregos gerados no país estão de alguma forma vinculados ao agronegócio. Este, conceituado por Arbage (2003), como um conjunto de setores, subsetores, agentes e instituições que apresentam seu foco principal de trabalho voltado ao setor primário. Todas as empresas e agentes econômicos que produzem para o setor primário, as empresas e os agentes

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voltados à produção propriamente dita e as empresas e instituições que armazenam, distribuem transportam e processam as matérias-primas, alimentos, fibras e produtos energéticos provenientes da biomassa, fazem parte do agronegócio.

Tendo em vista a importância do agronegócio na economia brasileira, este trabalho tem como tema principal, o auxilio na gestão de empresas que atuam em um subsetor do agronegócio, a agropecuária. Trazendo a tona uma ferramenta que no Brasil é pouco utilizada para fins de gestão neste setor, a contabilidade de custo.

A contabilidade de custos é um sistema cujo objetivo é gerar informações úteis à administração das empresas. A idéia de se manter um sistema de contabilização de custos, citada por Hernandez et al (2009), decorre basicamente pelas necessidades gerenciais, fiscais e societárias. Segundo o autor, o principal objetivo de qualquer sistema de custeio é determinar o custo incorrido no processo de produção de bens ou de prestação de serviços. Em função da utilidade que será dada a essa informação, serão definidos os critérios utilizados para sua analise.

Em seu trabalho, Lopes (2009) cita que quando a rentabilidade é baixa, o produtor percebe, mas tem dificuldade em quantificar e identificar os pontos de estrangulamento do processo produtivo.

Contudo, o sistema de custos pode fornecer informações sobre os gastos incorridos nas diversas atividades e departamentos da empresa, possibilitando a identificação do responsável pelo consumo dos gatos e facilitando o controle gerencial e a elaboração de orçamentos.

Somente com o conhecimento dos custos a empresa poderá saber qual sua realidade, comparando com resultados esperados, tomando a decisão de reduzir ou eliminar as diferenças, identificando as causas, respondendo questões como sobre quais as atividades que estão se sobrepondo ao orçamento.

Para Lopes (2009), o controle dos custos parciais de cada atividade poderá orientar o gestor de uma empresa da seguinte maneira: mostra os gastos dos diferentes empreendimentos; possibilita calcular os rendimentos das diversas culturas e criações; permite a determinação do volume do negócio; indica as melhores épocas para a venda e aquisição dos produtos; permite o calculo dos custos de produção; e permite o calculo das medidas de resultado econômico.

Frente à informação contida nos parágrafos anteriores, pode-se perceber a importância e relevância que o controle de custos traz em suas informações geradas para o processo de

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tomada de decisão, isto é aplicável em qualquer setor, inclusive no setor agropecuário, no qual este trabalho foca.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho esta estruturado em cinco tópicos, onde a primeira parte introduz a pesquisa, descrevendo a questão da problemática, os objetivos gerais e específicos, e a justificativa.

No segundo tópico, serão referenciadas teorias que trazem informações importantes para a construção do trabalho que esta sendo realizado.

A seguir será mencionado o tipo de pesquisa, método adotado para coleta e análise dos dados a fim de responder a questão levantada no primeiro tópico. O quarto tópico apresenta e discute os resultados de custos e indicadores de desempenho das atividades. Por fim, o quinto tópico traz as conclusões da pesquisa.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo serão apresentados conceitos e teorias sobre a contabilidade de custos, que vai desde o surgimento, as necessidades e implantação de sistemas de custeio no setor agropecuário, bem com a importante ferramenta de auxilio na tomada de decisão que os sistemas de custos proporcionam em suas informações geradas. Seguirão conceitos de custeamento pela responsabilidade e custeamento baseado em atividades ABC, custeamento por absorção, custo histórico e custo-padrão.

2.1 CONTABILIDADE DE CUSTOS

Conforme Crepaldi (2010, p. 2) “o surgimento da indústria, identificou uma tarefa complexa, que seria avaliar os estoques dos produtos existentes na empresa e por ela produzidos, pois existem diversos fatores de produção que estão diretamente ligados na obtenção destes produtos. Assim, a preocupação primeira dos contadores foi a de fazer da Contabilidade de Custos uma forma de resolver seus problemas de mensuração monetária dos estoques e de resultado, não a de fazer dela um instrumento gerencial.”

Com o passar dos anos a contabilidade de custos passou a ser um instrumento de controle e suporte às tomadas de decisão, e tornou-se comum em outros campos além do industrial.

Conforme Callado (2005), a utilização de algum Sistema de Custos na empresa rural é em sua maioria para fins fiscais, assim como no surgimento da indústria que a contabilidade de custos era utilizada para mensurações monetárias, porem com a sua modernização passou a exercer funções fiscais e gerencias.

A contabilidade de custos integra a “contabilidade gerencial”, ou seja, um sistema cujo objetivo é gerar informações úteis à administração. Para atender a legislação do imposto de renda das pessoas jurídicas, as funções da contabilidade de custos se tornaram mais abrangentes, pois o fisco, com base no Decreto-lei nº 1.598/77, passou a exigir, dentro de certas características, que a empresa mantenha um sistema de custos integrado e coordenado com o restante da escrituração. Essa obrigatoriedade exige uma formalização da contabilidade de custos, no que diz

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respeito aos seguintes aspectos principais: sistemática de analise dos gastos; classificação e contabilização; e geração de relatórios e informações sobre os custos de produção (HERNANDEZ; OLIVEIRA; COSTA, 2009, p. 35).

2.1.1 UTILIDADES DA CONTABILIDADE DE CUSTOS

Em sua obra, Hernandez et al (2009), citou os custos sob diversas modalidades em que podem ser úteis em sua análise. A seguir serão apresentados alguns conceitos e teorias baseadas em sua obra.

a) Custos para controle: Um sistema de custos tem como um de seus benefícios, o controle sobre as atividades produtiva, em todas as suas fases e departamentos, estes quando bem analisados podem gerar excelentes informações. Para gerar uma informação com qualidade o sistema de custos deve responder às seguintes questões: Há o conhecimento da origem e o destino de cada um dos gastos dos departamentos produtivos e não produtivos da empresa? Tais gastos são realmente necessários para atender às necessidades de produção? Estão dentro dos parâmetros estabelecidos e ou aceitáveis? Quando ocorrem desvios entre os gastos reais em relação as metas previamente definidas, o sistema permite a rápida constatação desses desvios? É possível, também, a rápida identificação dos motivos para os desvios? As Análises de Custos efetuadas fornecem subsídios para a imediata correção desses desvios? Se o sistema responder a estas necessidades de informações gerenciais, ele pode ser considerado um bom sistema de custos. Os custos variáveis compreendem aqueles que oscilam na razão direta dos aumentos ou reduções das quantidades produzidas, entretanto eles se mantêm constante por unidade produzida dentro do intervalo de análise. Já os custos fixos são estáveis, isto é, não sofrem oscilações proporcionais ao volume da produção, dentro de certos limites. Quando convertido em custos por unidade de produção, o valor desse custo torna-se variável. Por não estarem vinculados a nenhum produto especifico nem unidade de produção, os custos fixos tem de ser distribuídos aos produtos por meio de critérios de rateios. Porem verifica-se que a simples modificação de critérios de rateio pode fazer um produto não rentável passar a ser rentável e, é claro, isto não está correto, portanto na tomada de decisão é preciso levar isto em conta. O valor dos custos fixos a ser distribuído a cada produto depende, alem dos critérios de rateio, do volume de produção (HERNANDEZ et al, 2009).

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b) O controle dos custos também proporciona em sua analise a eliminação de desperdícios bem como a melhoria de processos. Entende-se por desperdício algo que não adiciona valor ao produto, levando em conta a qualidade desses. São considerados gastos que podem ser eliminados sem nenhum prejuízo na quantidade ou qualidade da produção. Exemplificando, existem formas de desperdício como contar e estocar partes e componentes; qualquer forma de inspeção, testes e transportes; perdas durante processos; atividades de reprocessamento, entre outras. O desperdício bem como a perda de tempo, deve ser eliminado, pois ambos não agregam valor ao produto final e causam perdas muitas vezes imensuráveis, mas visíveis (HERNANDEZ et al, 2009).

c) Para melhoria dos processos e eliminação de prejuízos existem ferramentas operacionais, como por exemplo, o “Just in time”, que é considerado o componente central da filosofia da excelência empresarial e tem como objetivo reduzir gastos, ganhar flexibilidade e expor problemas da empresa, tornando-os visíveis para que possam ser solucionados. A chamada filosofia da excelência empresarial é suportada por três pilares básicos: Pilar 1 Fazer as coisas certas na primeira vez, que compreende um projeto de qualidade; Pilar 2 Rápida preparação das maquinas e das células de produção, na qual seria necessário escolher qual forma de produção a ser utilizada, para atender aos objetivos como produção em massa ou produção de grandes lotes e diversificados; Pilar 3 Envolvimento das pessoas: Seja qual for a ferramenta de gestão empresarial, para dar certo é necessário o envolvimento de todo pessoal (HERNANDEZ et al, 2009).

Arbage (2003), no capitulo de Teoria dos Custos, apresenta a análise de custos como uma das ferramentas mais utilizadas para verificação da rentabilidade econômica das propriedades rurais. Quando elaborado corretamente, os custos de produção permitem uma leitura mais clara da realidade da atividade produtiva possibilitando um diagnóstico mais preciso da real situação da propriedade frente as diversas culturas e explorações desenvolvidas.

Segundo o mesmo autor a função de custo é gerada a partir da função de produção e dos preços dos fatores de produção utilizados, configurando-se, portanto uma função derivada, onde os principais objetivos do estudo da teoria dos custos são proporcionar o entendimento dos princípios teóricos que podem auxiliar na administração da propriedade e fornecer subsídios técnicos importantes para elaboração de políticas para o setor agrícola.

Para Arbage (2003), o estudo dos custos é um referencial teórico importante devendo ser utilizado de forma conjunta ao estudo mais amplo do sistema produtivo em que a

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propriedade esta inserida. Desta forma o estudo dos custos e o diagnóstico e determinação do sistema de produção da propriedade são necessários para uma visão completa de uma propriedade rural. Os modelos propostos normalmente para a análise de custos permitem estudar cada atividade econômica isoladamente, contudo, como as propriedades rurais raramente tem produção de um único produto, é importante que esta abordagem seja realizada complementarmente ao estudo mais sistêmico de todas as variáveis que condicionam os processos de produção na propriedade rural.

Para Arbage (2003, p. 200) “O estudo dos custos traz consigo um dos assuntos mais importantes da teoria da produção, enquadrando-se no escopo da teoria microeconômica. É uma abordagem que embora com suas limitações, fornece ao produtor rural um indicativo para a escolha das linhas de produção mais corretas levando conta as características estruturais de sua exploração.”

Neste estudo, o autor propõem dois cortes temporais para analise; o curto prazo e o longo prazo.

a) O curto prazo é um período que o produtor não poderá alterar as quantidades dos fatores de produção fixos. Quando se estabelece curto prazo para a análise os recursos são considerados como fixos mesmo que o volume de produção oscile. O produtor rural não necessita repor este recurso no curto prazo, pois seu desgaste se verifica mais intensivamente a longo prazo. O custo total é composto pelo custo fixo e custo variável, diferente do longo prazo que não existem custos fixos, esses que por sua vez são em geral computados na forma de depreciação, bem como o Imposto Territorial rural. Os custos variáveis são os recursos que a duração é inferior ao referido prazo, e influenciam ou determinam a produção, podemos dizer que estes custos variam diretamente com a magnitude do processo produtivo.

b) Longo prazo é o período de tempo em que o produtor pode alterar os fatores de produção, principalmente os custos fixos, modificando o tamanho do empreendimento. Desta forma todos os fatores de produção tornam-se variáveis. A importância de pensar a longo prazo se da em qualquer que seja o empreendimento, pois os problemas de curto prazo acabam por consumir a atenção e o tempo do empresário, e esse é um dos erros mais comum e fatal no trabalho do administrador. Portanto sempre se deve pensar a longo prazo, até

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mesmo para evitar essas “perdas de tempo” que ocorrem no curto prazo. O principal custo estudado no longo prazo é o custo médio.

2.2 MÉTODOS, SISTEMAS DE CUSTEIO E ANALISE DE CUSTOS

A seguir serão apresentados alguns conceitos de sistemas de custeio como custeamento pela responsabilidade, custeamento baseado em atividades ABC, custeio por absorção, Custo-padrão, Custo Histórico e analise de custos através dos preços.

O sistema de custeamento pela responsabilidade é conceituado por Leone (2009), como sendo um sistema que determina os custos e as despesas separados por centros, contabiliza-os e prepara uma serie de relatórios articulados. Neste sistema cada centro tem seu responsável, o qual vai controlar as despesas e custos nas operações.

Já no método de custeio ABC, segundo o mesmo autor, os custos e gastos seriam consumidos por atividades e não pelos produtos que se fabrica. Os produtos são considerados conseqüência das atividades consideradas necessárias para fabricá-los e comercializá-los. Dessa forma em vez de ele apropriar os custos a centros, este método apropria os custos nas atividades.

O custeamento por absorção, segundo Santos (2009) é custear um produto atribuindo-lhe também parte do custo fixo. Este método é feito a apropriação de todos os custos de produção aos produtos finais, de forma direta ou através de rateios. Em um sistema de custeio por absorção, ao se fazer rateios dos custos fixos, poderão levar a alocações enganosas, sendo assim este sistema é considerado falho em circunstâncias como no processo de tomada de decisão.

Para analisar custos deve-se ter o registro deles e a forma de se fazer isso são denominados os Sistemas de Custeio. Crepaldi (2010) conceitua os sistemas, Custo Histórico e Custo-padrão, onde o primeiro os resultados serão apurados ao término de um período, pois como diz no nome, histórico, estes serão apropriados à medida que já tiverem ocorridos. Já o Custo-padrão vai aparecer de uma forma projetada, onde é estabelecido o custo antes da produção, levando em conta todos os aspectos do processo produtivo, assim a diferença entre o registro em contas dos custos em histórico com os custos-padrões são apropriadas as conta de estoques e conta de produtos vendidos.

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Pode-se perceber outra importante concepção que da relevância a análise de custos, através dos preços, que de uma forma bem clara e de fácil entendimento, Mendes (2007) explica um ciclo onde ao levar em conta que os recursos não são ilimitados, tanto por parte dos produtores, como também por parte dos consumidores, todos têm que viver dentro de seus orçamentos, portanto sempre fazendo escolhas, assim procurando produzir o possível, bem como procurando bens e serviços que gerem o maior nível de satisfação, considerando o recurso financeiro disponível para gastar. Entre o aumento de satisfação por parte do consumidor dentro de seus montantes e a vontade dos produtores de maximização de lucros, utilizando métodos de produção que resultem em menores custos, constituem a essência do sistema econômico. Nesse contexto, o preço é a peça fundamental de informação que auxilia os consumidores e os produtores a utilizar seus recursos financeiros de forma a alcançar os melhores resultados. Assim temos o preço dos insumos como principal variável a orientar todas as decisões econômicas (MENDES, 2007).

2.3 CUSTOS NO AGRONEGÓCIO

Segundo Lima et al (2005), a unidade de produção familiar, que significa uma boa parcela da produção do agronegócio no Brasil, conta com um sistema de controle e informações completamente informal, as informações relativas à unidade de produção resultam da vivência cotidiana e da observação direta. Todas as informações estão na memória do agricultor, ou seja, praticamente ninguém possui registro contábil das suas atividades.

Na condição de produtores familiares. A principal finalidade atribuída às suas unidades de produção esta associada fundamentalmente à reprodução da família, preferentemente, como agricultores. Essa é a expectativa considerada possível, por esse tipo de agricultores, tendo em vista as suas condições. Mas, para caracterizar essa finalidade, eles buscam, necessariamente, viabilizar técnica e economicamente suas unidades de produção. Por isso, o grande projeto dos

produtores familiares é reproduzir, ao mesmo tempo, a família e a unidade de produção (LIMA et al., 2005, p. 42).

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A gestão de custos na agroindústria bem como em qualquer setor de alimentos, tem uma importante influência na competitividade e nos processos de tomada de decisão nas organizações.

Um sistema para controle e analise de custos eficiente e confiável é ferramenta indispensável de apoio a decisão gerencial. Os dados fornecidos são informações importantes para as atividades de marketing, de planejamento e controle da produção, de compras, de finanças, de projeto de produto, entre outras. A melhoria na qualidade das decisões gerenciais é fator fundamental para aumento da competitividade do parque agro alimentar brasileiro. Com a inflação sob controle, fruto da estabilização econômica e da abertura de mercados, o controle e analise dos custos dos produtos são tarefas vitais para as empresas (BATALHA, 2008, p. 431).

Em seus estudos, Batalha (2008) coloca três implicações dos sistemas contábeis na tomada de decisão, que são a contabilidade financeira, contabilidade de custos que é foco neste trabalho e contabilidade gerencial, onde a primeira seria o levantamento dos estoques na apuração de resultados de cada período, já a contabilidade de custos se tornou necessária para fins fiscais e possibilitando a comparação entre empresas ou a mesma em diferentes períodos, levando em conta valores de fabricação em vez do estoque e a contabilidade gerencial que traz a ferramenta de auxilio na pratica gerencial, tendo como foco o auxilio no controle e apoio as tomadas de decisões, tendo acesso a informações que sirvam para fazer orçamentos, previsões de curto e longo prazo.

Segundo o mesmo autor, na contabilidade de custos, dentre os vários sistemas de custeio existentes, para ser considerado útil é necessário que este sistema exerça as funções de avaliação dos estoques segundo as diferentes etapas de fabricação e de comercialização, determinação da estrutura de custos dos produtos e comparação com a concorrência, determinação dos custos dos produtos como um dos critérios de fixação de preços, fornecerem base para elaboração de orçamentos, analise de rentabilidade das diversas atividades e produtos da firma e simulações relativas a variações nas condições de compras de matérias-primas, terceirizações, investimentos, eliminação de produtos etc (BATALHA, 2008).

Em seu trabalho Eyerkaufer, M. L et al (2007), em suas considerações finais percebe a importância da contabilidade de custos na identificação dos gastos no processo produtivo de uma entidade rural. Identifica também a necessidade de aprofundamento na realidade físico-operacional, visando à elaboração de demonstrativos de custos nas atividades desenvolvidas

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pela empresa rural. Neste trabalho os autores aplicaram os métodos de custeio por Absorção e Variável em uma propriedade rural na atividade de ovinocultura (EYERKAUFER, M. L et al, 2007).

2.3.1 CALCULO DE CUSTOS E ANÁLISE FINANCEIRA DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA

O ministério da agricultura, pecuária e abastecimento, através da companhia nacional de abastecimento, criaram a metodologia de cálculo de custos da CONAB, onde o cálculo do custo de uma determinada cultura estabelece custos de produção associados aos diversos padrões tecnológicos e preço de fatores em uso nas diferentes situações ambientais. Desta forma o custo é obtido mediante a multiplicação da matriz de coeficientes técnicos pelo vetor de preço dos fatores. A matriz de coeficientes técnicos da CONAB foi originada de um projeto de pesquisa iniciado em março de 1976 pelos técnicos da Comissão de Financiamento da Produção, CFP, e concluído em 1979. Esta matriz vem sendo revisada ao longo do tempo, de modo a incorporar as inovações tecnológicas que vem sendo adotadas pelos produtores (CONAB, 2007).

No cálculo de custo de uma determinada cultura ou criação, deve constar como informação básica a combinação de insumos, de serviços e de máquinas e implementos utilizados ao longo do processo produtivo, essa combinação indica a quantidade de cada item em particular por unidade de área, que resulta num determinado nível de produtividade. Essas quantidades mencionadas referidas a unidade de área (hectare) são denominados de coeficientes técnicos de produção. O vetor de preços utilizado pela CONAB é proveniente de pesquisas nas zonas de produção do país por técnicos da própria companhia junto aos revendedores de insumos e produtos (CONAB, 2007).

Os componentes de custos nesta metodologia são mensurados através dos critérios adotados como, custos explícitos, onde os valores são mensurados de forma direta, são os componentes de custo que são desembolsados pelo produtor ao decorrer de sua atividade produtiva, tais como os insumos. E os custos implícitos que correspondem à remuneração de fatores que já são da propriedade da fazenda, seriam os gastos de depreciação de benfeitorias, instalações, maquinários, implementos agrícolas e remuneração do capital fixo e da terra (CONAB, 2007).

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No detalhamento das contas, os elementos de custos de produção agrícola, propõem-se pelo método da CONAB que sejam reunidos conforme o plano de contas abaixo.

QUADRO 1 – Plano de Contas CONAB

A - CUSTO VARIÁVEL

I - DESPESAS DE CUSTEIO DA LAVOURA 1 - Operação com aviões

2 - Operação com máquinas 3 - Aluguel de máquinas 4 - Mão-de-obra temporária 5 - Mão-de-obra permanente 6 - Sementes 7 - Fertilizantes 8 - Agrotóxicos 9 - Despesas administrativas II - DESPESAS PÓS-COLHEITA 1 - Transporte externo 2 - Classificação 3 - Recepção/Limpeza/Secagem/Armazenamento (30 dias) 4 - Despesas com PROAGRO

III - DESPESAS FINANCEIRAS 1 - Juros

2 - Impostos e taxas

B - CUSTO FIXO

IV - DEPRECIAÇÕES

1 - Depreciação de benfeitorias e instalações 2 - Depreciação de máquinas e implementos

V - OUTROS CUSTOS FIXOS 1 - Manutenção periódica de máquinas 2 - Encargos sociais

3 - Seguro do capital fixo

C - CUSTO OPERACIONAL (A + B)

VI - RENDA DE FATORES

1 - Remuneração esperada sobre capital fixo 2 - Terra

D - CUSTO TOTAL (C + VI)

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3 MÉTODO

Nesta parte será descrito os métodos e os passos utilizados para alcançar os objetivos propostos, descrevendo as formas utilizadas para tipo de pesquisa, método escolhido para o estudo e coleta dos dados.

3.1 TIPO DE PESQUISA

O tipo de pesquisa aplicada no trabalho será descritiva e quantitativa, pois busca realizar a descrição da situação dos custos de produção, nas diversas atividades desenvolvidas na empresa a ser analisada.

Segundo Silverman (2007) o tipo de pesquisa que se classifica como descritiva, tem por finalidade buscar a resolução de problemas melhorando as práticas por meio da observação, análise e descrições objetivas.

Pelo conceito de Gil (2008), as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou estabelecimento de relação entre variáveis, algumas pesquisas descritivas vão além da simples identificação da existência de relações entre variáveis, pretendendo determinar a natureza dessa relação.

3.2 MÉTODO ESCOLHIDO

Para diferenciar as estratégias de pesquisa, deve-se identificar o tipo de questão de pesquisa que esta sendo apresentada. Questões do tipo “como” e “por que” é provável que levem ao uso do estudo de caso, pois estas questões lidam com ligações operacionais que necessitam serem traçadas ao longo do tempo, em vez de serem encaradas como meras repetições ou incidências (YIN, 2005).

Segundo Gil (2008, p. 57) “o estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamentos considerados.”

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De acordo com Yin (2005, p. 32) “um estudo de caso é uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto de vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos.”

O estudo de caso pode ser utilizado tanto em pesquisas exploratórias quanto descritivas e explicativas. Conforme conceito de Yin (2005) existe preconceitos contra o estudo de caso, como falta de rigor metodológico, por fornecer uma base frágil para generalização, e demanda muito tempo para a pesquisa.

O método adotado para esta pesquisa é o estudo de caso, em virtude do estudo visar um caso em especifico para ser analisado, e responder a questões como comparar custos de diversas atividades e porque compará-los, levando em conta os prós e contras deste método.

3.3 TÉCNICA DE COLETA E ANÁLISE DOS DADOS

A coleta de dados da proposta da pesquisa realizou-se por meio de levantamento de custos de produção de uma propriedade rural situada em Sant’Ana do Livramento RS, conhecida por Santa Clara, do período que compreende de janeiro de 2011 à dezembro de 2012, através de um sistema financeiro construído em planilhas do Excel, pela própria empresa iniciado em agosto de 2009.

A estância Santa Clara desenvolve no setor pecuário as atividades de produção de leite e carne bovina, carne e lã ovina. Foram separadas essas atividades em bovinocultura de leite, bovinocultura de corte e ovinocultura.

A metodologia de cálculo de custos adotada foi da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), que busca contemplar todos os itens de dispêndio, explícitos ou não, que devem ser assumidos pelo produtor, desde as fases iniciais de correção e preparo de solo até a fase inicial de comercialização do produto (CONAB, 2007).

Segundo a metodologia da CONAB (2007), na formulação do método de cálculo dos custos de produção, o objetivo deliberado é a determinação do custo médio por unidade de comercialização das principais culturas, neste caso criações.

Assim, foram organizadas as planilhas de custos conforme o método da CONAB (2007), de maneira a separar os componentes, de acordo com a sua natureza contábil e econômica. Em termos contábeis os custos variáveis são separados em despesas de custeio da criação, e outras despesas que se desdobram em despesas de pós-safra e despesas financeiras,

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esta última incidente sobre o capital de giro utilizado. Da mesma forma, os custos fixos são diferenciados em depreciação do capital fixo, manutenção/conservação e demais custos fixos envolvidos na produção e remuneração dos fatores terra e capital fixo.

Em termos econômicos, segundo método da CONAB (2007), os componentes do custo são agrupados, de acordo com sua função no processo produtivo, nas categorias de custos variáveis, custos fixos, custo operacional e custo total.

Os custos variáveis foram agrupados todos os componentes que participam do processo, na medida em que a atividade produtiva se desenvolve, são aqueles que só ocorrem se houver produção. Nos custos fixos foram lançados os elementos de despesas que são suportados pelo produtor, independem do volume de produção, como depreciação, seguros, manutenções periódicas e outros. O custo operacional é composto de todos os itens de despesas variáveis e a parcela dos custos fixos diretamente associados à realização das atividades. O custo total de produção compreende o somatório do custo operacional mais a remuneração atribuída aos fatores de produção.

Foi utilizado como critério de rateio dos custos fixos e outros que necessite entre as atividades o rateio proporcional à ocupação anual da área conforme (ACOSTA, 2004), para isso foi utilizada tabela de unidades animais Contagri, (2002, apud VIANA e SILVEIRA, 2008).

Os centros de custos definidos foram: Custos Variáveis; custos de insumos ração, custo de insumos medicamentos e sal mineral, mão de obra permanente, mão de obra ocasional, mão de obra técnica, mão de obra contábil e financeira, serviços esquila, impostos, custos maquinas combustíveis, custos pastagens, custos transporte comissões, custos veículos que é formado por consumo de combustível, manutenção e Seguro e Custo da Mercadoria. Custos Fixos; custo aramados, custo de construções, custo de máquinas, custo de conservação, depreciação, Custo Operacional; Custo de Oportunidade da Terra e Custo de Oportunidade de Capital.

Os indicadores econômicos adotados seguiram a exemplificação de Lampert (2003). Renda Bruta Total (RBT) – preço de mercado multiplicado pela quantidade vendida; Margem Bruta (MB) – diferença entre RBT e custos variáveis; Renda Operacional Agrícola (ROA) – RBT menos o custo operacional e Margem Liquida (ML) – diferença entre RBT e custo total.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo serão apresentados os resultados obtidos nesta pesquisa. Inicialmente, será discutida a estrutura de receitas, em seguida serão analisadas as categorias de custos e por último serão comparados os indicadores de desempenho econômico. Tendo em vista que foram coletados dados que compreendem dois períodos, serão apresentados também resultados da média anual. Demais dados econômicos que compuseram a formulação dos indicadores encontram-se no Apêndice.

Levando em conta todas as atividades produtivas, a renda bruta total que compreende todas as receitas, no primeiro período, 2011, ficou em R$520,54 por hectare. Já em 2012 o valor ficou um pouco reduzido, sendo R$487,67. Dentro deste resultado, podemos comparar a renda bruta total de cada atividade conforme Quadros 2 e 3.

Quadro 2 – Receita bruta total das atividades agropecuárias no ano de 2011.

2011

Bovinos Corte RBT Produção KG - LT Preço KG – LT Area hectares RBT/ha Produtividad e KG-LT/ha Vendas de gado em geral R$ 207.700,40 60.980,00 3,41 419 R$ 495,71 145,54 Total R$ 207.700,40 R$ 495,71 Ovinos Venda Lã ovina R$ 7.913,30 1.980,20 4,00 110 R$ 71,94 18,00 Venda carne R$ 17.157,00 4.515,00 3,80 110 R$ 155,97 41,05 Consumo Interno R$ 10.800,40 3.484,00 3,10 110 R$ 98,19 72,72 Total R$ 35.870,70 R$ 364,16 Bovinos de Leite Leite R$ 52.287,59 80.442,45 0,65 75,68 R$ 690,90 1.062,93 Descartes R$ 18.900,00 10.500,00 1,80 75,68 R$ 249,74 138,74 Total R$ 71.187,59 R$ 940,64 TOTAL GERAL R$ 314.758,69 604,68 R$ 520,54

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Quadro 3 – Receita bruta total das atividades agropecuárias no ano de 2012.

2012

bovinos de corte RBT Produção KG - LT Preço KG - LT Area hectares RBT/ha Produtividade KG-LT/ha Vendas de gado em geral R$ 208.341,40 57.202,00 3,64 419 R$ 497,23 136,52 Total R$ 208.341,40 R$ 497,23 Ovinos R$ 10.582,20 2.351,60 4,50 110 R$ 96,20 21,38 Venda - Consumo R$ 8.398,00 2.470,00 3,40 110 R$ 76,35 22,45 Total R$ 18.980,20 R$ 172,55 bovinos de leite Leite R$ 59.684,10 85.263,00 0,70 75,68 R$ 788,64 1.126,63 Descartes R$ 7.877,50 3.751,19 2,10 75,68 R$ 104,09 49,57 Total R$ 67.561,60 R$ 892,73 TOTAL GERAL R$ 294.883,20 604,68 R$ 487,67

A bovinocultura de corte apresentou um índice de produtividade médio de 141 kg/ha ao ano, índice pouco superior ao encontrado em estudo de Carvalho (1998) no Rio Grande do Sul com propriedades que apresentaram rendimento de 80kg/ha a 140 kg/ha. Porém, vale lembrar que essa atividade na propriedade analisada conta com o uso de áreas de pastagem de inverno.

Em relação à atividade pecuária ovina, podemos perceber que não houve venda no período de 2012, por motivos de abigeato, comportamento frequente na região, principalmente nessa atividade. Mesmo assim, a RBT/ha manteve-se similar aos valores encontrados por Viana & Silveira (2009) devido, fundamentalmente, ao reduzido numero de hectares lotados para a produção ovina. Visualiza-se, analisando a média dos períodos (Apêndice 3), que o consumo interno de carne ovina e venda de lã significaram entorno de 80% em relação ao total de receitas da atividade, isso devido a não comercialização de ovinos em 2012.

A pecuária bovina de leite, mantém uma RBT/ha elevada, de R$916,68, em média o que é comum na atividade, levando em conta a questão da suplementação e racionamento o

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ano inteiro, o que permite produzir mais em espaços menores. Também é possível visualizar que a venda descarte, composta por vacas que não mantém uma media de produção mínima exigida pela propriedade, ou que não reproduzem por motivos variados, significaram 19,1% da receita bruta na média dos anos, se tornando uma boa fonte de renda dentro da atividade. É importante que seja ressaltado que essa atividade está em processo de crescimento na empresa, pois se já estivesse operando em seu ponto de equilíbrio teria mais receitas, como por exemplo, o produto novilhas prenhas para venda. Dessa forma, a atividade está imobilizando mais animais a cada período.

Pode-se notar que a bovinocultura de corte significa entorno de 70% da RBT da propriedade, sendo dessa forma considerado o “carro chefe”, a atividade que mais mantém capital investido em estoque, é também a que mais ocupa espaço físico, tendo em vista que o sistema é de pecuária extensiva.

Quadro 4 – Renda bruta percentual das atividades agropecuárias nos anos 2011 e 2012.

2012 2011 MÉDIA

Bovinos de corte RBT Bovinos de corte RBT Bovinos de corte RBT Vendas de gado em

geral 100,00% Vendas de gado em geral 100,00%

Vendas de gado em

geral 100,00% Total 70,65% Total 65,99% Total 68,32%

Ovinos Ovinos Ovinos

Lã 55,75% Lã ovina 22,06% Lã ovina 38,91% Venda 0,00% Venda 47,83% Venda 23,92% Consumo 44,25% Consumo 30,11% Consumo 37,18% Total 6,44% Total 11,40% Total 8,92%

Bovinos de leite Bovinos de leite Bovinos de leite Leite 88,34% Leite 73,45% Leite 80,90% Descartes 11,66% Descartes 26,55% Descartes 19,10% Total 22,91% Total 22,62% Total 22,76% TOTAL GERAL 100,00

% TOTAL GERAL 100,00% TOTAL GERAL 100,00%

Analisando os Quadros 5 e 6, de categoria de custos, percebem-se em todas as atividades os elevados valores de custos variáveis que representam todo capital de giro da produção. Também, o custo de oportunidade da terra que, conforme Viana & Silveira (2009) “é preponderante para a formulação do custo total, ou seja, a terra é o ativo fixo que mais

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onera o sistema produtivo, visto que é o bem de maior valor patrimonial na produção pecuária”.

Percebe-se uma diferença significativa dentro dos custos variáveis na atividade bovinos leite, do ano 2011 para 2012. Isso se deu pelo aumento de animais em lactação, que consequentemente demandou mais ração e mão de obra. Esse centro de custo a atividade onera mais o custo variável comparado às outras atividades, devido à necessidade de mão de obra exclusiva, ou seja, que não pode ser rateada em outras atividades como, por exemplo, a bovinocultura de corte e ovinocultura que partilham a mão de obra. Vale também mencionar novamente que os custos com ração representaram, em média, 48,60% do custo variável e a mão de obra 32,36% (Apêndice 5) . Além da significância desses dois centros de custos, o valor elevado dos mesmos acaba tornando o custo operacional maior proporcionalmente por ocupação em relação às outras atividades.

Quadro 5 – Estrutura de custos das atividades agropecuárias no ano de 2011.

Itens Custeio

Bovinos

Corte Ovinos Bovinos Leite Geral

Custos Variáveis Custo insumos(ração) 0,00 0,00 19.703,13 R$ 19.703,13 MO Técnica 3.573,00 270,00 0,00 R$ 3.843,00 Serviços esquila 0,00 1.468,00 0,00 R$ 1.468,00 MO permanente 18.569,05 4.544,03 11.873,35 R$ 34.986,43 MO ocasional 578,45 141,55 1.918,75 R$ 2.638,75 Custo máquinas(comb) 8.433,35 2.062,93 1.145,56 R$ 11.641,84 custo insumos (medicamentos, sal

miner) 7.443,56 1.820,82 1.011,11 R$ 10.275,49 custos pastagem (sementes, fertil) 13.221,48 3.234,19 1.795,96 R$ 18.251,63 custos transporte comissões 2.752,49 673,56 0,00 R$ 3.426,05 impostos(ITR, IRPF, FARSUL) R$ 5.501,82 R$ 1.345,83 R$ 747,35 R$ 7.595,00 custos veiculos(seguro, prest, comb,

manut) R$ 12.265,07 R$ 3.000,24 R$ 1.666,04 R$ 16.931,35 MO contabil e financeira R$ 4.787,92 R$ 1.171,20 R$ 650,37 R$ 6.609,49 CMV R$ 73.083,10 R$ 9.946,00 R$ 10.070,00 R$ 93.099,10 Total R$ 150.209,29 R$ 29.678,35 R$ 50.581,62 R$ 230.469,26 Custos Fixos custos aramados R$ 3.082,95 R$ 763,31 R$ 423,87 R$ 4.270,13 Conservação R$ 5.805,72 R$ 1.420,72 R$ 930,00 R$ 8.156,44 Depreciação R$ 20.623,36 R$ 5.044,81 R$ 2.801,41 R$ 28.469,58 Depreciação (Reprodutores) R$ 10.570,00 R$ 1.612,50 R$ 3.670,00 R$ 15.852,50 Custo Maquinas(Manutenção) R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 8.970,95 R$ 8.970,95 Custo construções R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00

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Total R$ 40.082,03 R$ 8.841,34 R$ 16.796,23 R$ 65.719,60 Custo terra R$ 74.075,00 R$ 14.646,46 R$ 10.076,77 R$ 98.798,23 Custo Capital R$ 11.593,01 R$ 1.611,74 R$ 2.668,26 R$ 15.873,01 Custo Operacional R$ 190.291,32 R$ 38.519,69 R$ 67.377,85 R$ 296.188,86 Custo total R$ 275.959,33 R$ 54.777,89 R$ 80.122,88 R$ 410.860,10

Quadro 6 – Estrutura de custos das atividades agropecuárias no ano de 2012.

Itens Custeio Bovinos Corte Ovinos Bovinos Leite Geral

Custos Variáveis Custo insumos(ração) R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 26.216,45 R$ 26.216,45 MO Técnica R$ 2.091,00 R$ 130,00 R$ 0,00 R$ 2.221,00 Serviços esquila R$ 0,00 R$ 1.343,00 R$ 0,00 R$ 1.343,00 MO permanente R$ 19.877,22 R$ 5.031,58 R$ 16.785,84 R$ 41.694,64 MO ocasional R$ 1.380,54 R$ 349,46 R$ 0,00 R$ 1.730,00 Custo máquinas(comb) R$ 7.971,87 R$ 2.016,08 R$ 1.096,04 R$ 11.083,99 custo insumos (medicamentos, sal

miner) R$ 11.642,86 R$ 2.944,47 R$ 1.600,75 R$ 16.188,09 custos pastagem (sementes, fertil) R$ 6.815,30 R$ 1.723,59 R$ 937,02 R$ 9.475,91 custos transporte comissões R$ 470,82 R$ 119,18 R$ 0,00 R$ 590,00 impostos(ITR, IRPF, FARSUL) R$ 8.260,67 R$ 2.089,12 R$ 1.191,14 R$ 11.540,94 custos veiculos(seguro, prest, comb,

manut) R$ 12.117,77 R$ 3.064,57 R$ 1.747,32 R$ 16.929,66 MO contabil e financeira R$ 3.879,09 R$ 981,02 R$ 559,34 R$ 5.419,46 CMV R$ 18.506,00 R$ -15.153,00 -R$ 6.225,00 -R$ 2.872,00 Total R$ 93.013,16 R$ 4.639,07 R$ 43.908,90 R$ 141.561,13 Custos Fixos custos aramados R$ 2.107,02 R$ 532,86 R$ 303,82 R$ 2.943,71 Conservação R$ 9.913,05 R$ 2.509,32 R$ 982,73 R$ 13.405,10 Depreciação (Maquinas e equipamentos) R$ 20.375,68 R$ 5.152,99 R$ 2.938,06 R$ 28.466,73 Depreciação (Reprodutores) R$ 13.260,00 R$ 1.867,50 R$ 4.570,00 R$ 19.697,50 Custo Maquinas(Manutenção) R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 1.149,50 R$ 1.149,50 Custo construções R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 4.370,00 R$ 4.370,00 Total R$ 45.655,75 R$ 10.062,68 R$ 14.314,11 R$ 70.032,54 Custo terra R$ 76.426,00 R$ 15.656,57 R$ 10.771,72 R$ 102.854,28 Custo Capital R$ 6.747,61 R$ 1.649,61 R$ 3.271,50 R$ 11.668,72 Custo Operacional R$ 138.668,91 R$ 14.701,75 R$ 58.223,01 R$ 211.593,66 Custo total R$ 221.842,52 R$ 32.007,92 R$ 72.266,23 R$ 326.116,67

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Ainda, citando o custo variável, percebe-se que a mão de obra que é composta por serviços de esquila, mão de obra permanente, ocasional, técnica e contábil somam 27,40% da media dos anos analisados. Outro custo considerável é o custo com veículos, este significa em média 9,1% do total do custo variável, isso se da devido à distância da propriedade e, consequentemente, as diversas atividades que necessitam de insumos quase que diariamente, e muitos destes insumos não podem ser estocados, bem como o transporte de funcionários em relação às folgas.

Pode-se notar dentro dos custos fixos, o qual é composto por gastos e depreciação em máquinas, benfeitorias e reprodutores, que a depreciação compõe a maior parte do valor total, devido à quantidade elevada de ativos imobilizados necessários para a produção e também plantio de pastagens e manejos em todas as atividades que compõe a propriedade.

Nas outras atividades o custo fixo mantém-se aproximado nos dois períodos, tendo em vista que nenhum novo sistema produtivo foi implementado, e não houve nenhuma imobilização significativa, a não ser de reprodutores.

Conforme indicadores do Quadro 7, a Margem Bruta (MB) foi positiva em todas as atividades, ou seja, foram remunerados todos os custos variáveis, de forma que novamente a maior parcela neste indicador foi da bovinocultura de corte, seguida da bovinocultura de leite e ovinocultura.

Pode-se perceber que a MB foi aproximada durante os dois anos na bovinocultura de leite, porem a bovinocultura de corte teve uma grande diferença do primeiro período para o segundo, isso se deve em boa parte ao Custo da Mercadoria Vendida (CMV) que onerou pouco no segundo período, já que não houve compras. Na ovinocultura, no ano de 2012, não houve venda, consequentemente aumentou o rebanho, tornando assim o CMV negativo, dessa forma reduzindo consideravelmente o custo variável. No geral percebe-se que a MB mantem uma grande diferença da ROA, evidenciando o alto custo fixo nas atividades pecuárias.

Observa-se que a atividade com maior renda operacional agrícola (ROA) absoluta é a bovinocultura de corte, seguido da bovinocultura de leite e por último a ovinocultura.

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Quadro 7 – Indicadores de desempenho das atividades agropecuárias em 2011 e 2012.

2011 2012

IND. Bov. Corte Ovinos Bov. Leite Bov. Corte Ovinos Bov. Leite MB R$ 57.491,11 R$ 6.192,35 R$ 20.605,97 R$ 115.328,24 R$ 14.341,13 R$ 23.652,70 ROA R$ 17.409,08 R$ -2.648,99 R$ 3.809,74 R$ 69.672,49 R$ 4.278,45 R$ 9.338,59 ML R$ -68.258,93 R$ -18.907,19 R$ -8.935,29 R$ -13.501,12 R$ -13.027,72 R$ -4.704,63 RBT R$ 207.700,40 R$ 35.870,70 R$ 71.187,59 R$ 208.341,40 R$ 18.980,20 R$ 67.561,60

A Renda Operacional Agrícola, segundo Viana & Silveira(2009), é que indica se a propriedade tem capacidade de remunerar todos os custos de produção e, consequentemente, a capacidade de se manter em longo prazo. Desta forma podemos dizer que esse é um dos indicadores mais importantes a ser analisado se tratando de atividades pecuárias.

Pode-se perceber que a bovinocultura de corte apresentou uma grande diferença entre os dois períodos analisados em quase todos os indicadores, isso se deu devido a interrupção do ciclo de fêmeas em 2009 através da venda das terneiras, dessa forma para não reduzir o rebanho foi necessário a compra de vacas em 2011, o que não aconteceu no período seguinte.

Na ovinocultura, a ROA foi negativa no primeiro ano e com baixo índice durante o segundo período analisado. Este fato, conforme mencionado anteriormente, se deu em boa parte devido ao abigeato que totalizou uma perda de 19 ovinos no primeiro e 26 no segundo ano. Também é possível citar uma perda de 29 ovinos durante os dois anos devido a doenças, dessa forma alterando a variação de estoque e consequentemente a RBT.

A bovinocultura de leite apresentou a ROA reduzida somente no primeiro período, onde foi feita uma chamada “limpeza” no rebanho. Assim, a atividade apresentou uma variação de estoque negativa, essa que no segundo período teve um resultado positivo e elevado, pelo motivo de aumento do estoque, bem como aumento na produção de leite e melhoria no preço de venda.

No geral todas as atividades remuneraram os custos operacionais, sendo que atividade de leite significou 20,52% em 2011 e 11,21% em 2012 da receita operacional agrícola total, a bovinocultura de corte teve os índices de 93,74% e 83,65% respectivamente e a ovinocultura significou (– 14,26%) e 5,13%. Sendo assim pode-se dizer que as atividades remuneraram os custos fixos e variáveis, deixando um saldo positivo ao término dos dois períodos.

A bovinocultura de leite apresentou o indicador de Margem Liquida (ML) negativo nos dois anos analisados. Isso aconteceu pelo motivo de onerar menos custo de oportunidade

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da terra, consequentemente não elevando tanto o custo total, pois se produz em um sistema de “semi-confinamento” e num espaço menor em relação às atividades de pecuária extensiva. As atividades de corte pelo motivo contrário a atividade leiteira, apresentaram um resultado negativo relevante, aumentando significativamente o custo total com alto valor de custo de oportunidade da terra.

Quadro 8 – Indicadores de desempenho por hectare das atividades agropecuárias em 2011 e 2012.

2011 2012

IND. Bov. Corte Ovinos Bov. Leite Bov. Corte Ovinos Bov. Leite MB R$ 137,21 R$ 56,29 R$ 272,28 R$ 275,25 R$ 130,37 R$ 312,54 ROA R$ 41,55 -R$ 24,08 R$ 50,34 R$ 166,28 R$ 38,90 R$ 123,40 ML -R$ 162,91 -R$ 171,88 -R$ 118,07 -R$ 32,22 -R$ 118,43 -R$ 62,16 RBT R$ 495,71 R$ 326,10 R$ 940,64 R$ 497,23 R$ 172,55 R$ 892,73

Através da analise do Quadro 8, pode-se perceber que a bovinocultura de leite apresenta os melhores resultados, sendo assim além da atividade que mais produz, pode se considerar a que mais realiza renda por hectare, seguida da bovinocultura de corte e ovinocultura.

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4 CONCLUSÕES

Com base nos resultados de estrutura de custos, receitas e indicadores de desempenho analisados em 2011 e 2012 pode-se concluir que a propriedade Santa Clara desenvolve atividades pecuárias que remuneram os custos variáveis e fixos de produção, com destaque para a bovinocultura de corte e de leite como atividades rentáveis em médio/longo prazo.

Conclui-se, comparando os resultados das atividades analisadas, que a bovinocultura de leite apresenta uma maior produção por hectare ocupado, sendo uma opção atrativa para pequenas propriedades, mesmo que o preço do produto leite seja menor em relação a outras localidades devido a distancia com as indústrias.

Fica evidenciado que as atividades que apresentam melhores resultados em indicadores são as de maior capital investido. Assim a ovinocultura, que não é a atividade com maior interesse por parte da empresa, obteve os resultados mais baixos, contudo, essa atividade ainda foi constatada rentável se analisados os dois períodos e é importante por questões que envolvem as outras atividades, como por exemplo o manejo de campo nativo.

A bovinocultura de corte apresentou um índice de produtividade médio de 141 kg/ha ao ano, indicador superior ao encontrado na literatura especializada, indicando uma relevante produção em campo nativo.

No entanto pode-se afirmar que os dados coletados nesses períodos, bem como os indicadores apresentados através destes, formam informações indispensáveis para tomada de decisão, bem como subsidiam o administrador com muitas informações precisas, fazendo com que o mesmo tenha o conhecimento não somente empírico da empresa, mas da situação e potencial econômico das atividades desenvolvidas.

Cada empresa tem seus pontos fortes e pontos fracos, tanto nos processos produtivos bem como nas atividades gerenciais. Com o conhecimento e controle dos custos incorridos pelas atividades que compõe a empresa, e utilizando de métodos comparativos, é possível corrigir, mudar, tomar decisões mais assertivas.

É interessante notar que a diversificação de atividades nas propriedades rurais, como nesta em análise, ajuda a quebrar sazonalidade, bem como é possível reduzir alguns custos e desperdícios quando consumidos por mais de uma atividade.

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REFERÊNCIAS

ACOSTA, A. et al. Produto capacitação rural: A semente de uma grande idéia. Porto Alegre: Sebrae/RS, 2004.

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APÊNDICES

Apêndice 1 – Inventário patrimonial 2011 - 2012.

BENFEITORIA/ARAMAD OS ANO ORIGINAL TEMPO UTILIZAÇÃO VALOR NOVO VALOR RESIDUAL DEPRECIAÇÃ O GALPÃO 1958 60 R$ 20.000,00 R$ 2.000,00 R$ 300,00 GALPÃO 1975 60 R$ 50.000,00 R$ 5.000,00 R$ 750,00 GALPÃO 1970 60 R$ 50.000,00 R$ 5.000,00 R$ 750,00 GALPÃO 1982 40 R$ 25.000,00 R$ 2.000,00 R$ 575,00 COUXOS COBERTOS 2011 10 R$ 5.000,00 R$ 300,00 R$ 470,00 BALANÇA/CARREGADOR 1978 40 R$ 17.500,00 R$ 1.750,00 R$ 393,75 INSTALAÇ/MANGUEIRAS 1990 30 R$ 50.000,00 R$ 2.000,00 R$ 1.600,00 CASA/COZINHA FUNC. 1975 50 R$ 20.000,00 R$ 1.000,00 R$ 380,00 CASA/QUARTOS FUNC. 1975 50 R$ 20.000,00 R$ 1.000,00 R$ 380,00 CASA 1940 80 R$ 150.000,00 R$ 15.000,00 R$ 1.687,50 CASA 1980 80 R$ 100.000,00 R$ 10.000,00 R$ 1.125,00 GALINHEIRO 1980 40 R$ 2.000,00 R$ 100,00 R$ 47,50 CARNEADOR 1980 40 R$ 2.000,00 R$ 100,00 R$ 47,50 ESTABULOS 1980 40 R$ 8.000,00 R$ 800,00 R$ 180,00 CAIXA D'AGUA 1975 60 R$ 20.000,00 R$ 2.000,00 R$ 300,00 ARAMADOS 1975 50 R$ 200.000,00 R$ 40.000,00 R$ 3.200,00 TOTAL BENFEITORIAS R$ 12.186,25 MAQ/IMPLEMENT AGRIC. ANO ORIGINAL TEMPO UTILIZAÇÃO VALOR NOVO VALOR RESIDUAL DEPRECIAÇÃ O CAMINHÃO 1979 40 R$ 80.000,00 R$ 8.000,00 R$ 1.800,00 TRATOR 265 1980 50 R$ 80.000,00 R$ 8.000,00 R$ 1.440,00 TRATOR 290 1980 50 R$ 100.000,00 R$ 10.000,00 R$ 1.800,00 TRATOR 295 1980 50 R$ 120.000,00 R$ 12.000,00 R$ 2.160,00 PLANTADEIRA 1990 30 R$ 15.000,00 R$ 1.500,00 R$ 450,00 SEMEADEIRA 1985 30 R$ 4.000,00 R$ 400,00 R$ 120,00 PULVERIZADOR 1995 20 R$ 20.000,00 R$ 2.000,00 R$ 900,00 EQUIPAMENTO ORDENHA 1998 20 R$ 12.000,00 R$ 1.200,00 R$ 540,00 RESFRIADOR LEITE 1998 20 R$ 5.000,00 R$ 500,00 R$ 225,00 REBOQUE 1985 30 R$ 4.000,00 R$ 1.000,00 R$ 100,00 REBOQUE 1985 30 R$ 8.000,00 R$ 2.000,00 R$ 200,00 REBOQUE AGUA 1985 30 R$ 10.000,00 R$ 2.000,00 R$ 266,67 REBOQUE AGUA 1985 30 R$ 10.000,00 R$ 2.000,00 R$ 266,67 LAMINA 1985 30 R$ 5.000,00 R$ 500,00 R$ 150,00 ROÇADEIRA 1985 30 R$ 5.000,00 R$ 500,00 R$ 150,00 COLHETADEIRA 1982 40 R$ 200.000,00 R$ 20.000,00 R$ 4.500,00 GLANELEIRO 1980 30 R$ 15.000,00 R$ 1.500,00 R$ 450,00

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GLANELEIRO 1980 30 R$ 15.000,00 R$ 1.500,00 R$ 450,00 IMPLEMENTOS GERAIS 2000 20 R$ 6.600,00 R$ 300,00 R$ 315,00 TOTAL MÁQUINAS E IMPL R$ 16.283,33 REPRODUTOR ES 2011 ANIMAI S NASCIME NTO VALOR NOVO TEMPO UTILIZAÇÃ O VALOR RESIDUAL DEPRECIAÇ ÃO VACAS 157 2009 R$ 204.100,00 10 R$ 117.750,00 R$ 8.635,00 TOUROS 9 2009 R$ 27.000,00 10 R$ 7.650,00 R$ 1.935,00 VACAS (LEITE) 19 2009 R$ 47.500,00 10 R$ 13.300,00 R$ 3.420,00 TOUROS (LEITE) 1 2009 R$ 3.300,00 10 R$ 800,00 R$ 250,00 OVELHAS 190 2009 R$ 30.400,00 8 R$ 19.000,00 R$ 1.425,00 CARNEIROS 6 2009 R$ 2.100,00 8 R$ 600,00 R$ 187,50 TOTAL REPRODUTORES R$ 15.852,50 REPRODUTOR ES 2012 ANIMAI S NASCIME NTO VALOR NOVO TEMPO UTILIZAÇÃ O VALOR RESIDUAL DEPRECIAÇ ÃO VACAS 202 2009 R$ 262.600,00 10 R$ 151.500,00 R$ 11.110,00 TOUROS 10 2009 R$ 30.000,00 10 R$ 8.500,00 R$ 2.150,00 VACAS (LEITE) 24 2009 R$ 60.000,00 10 R$ 16.800,00 R$ 4.320,00 TOUROS (LEITE) 1 2009 R$ 3.300,00 10 R$ 800,00 R$ 250,00 OVELHAS 224 2009 R$ 35.840,00 8 R$ 22.400,00 R$ 1.680,00 CARNEIROS 6 2009 R$ 2.100,00 8 R$ 600,00 R$ 187,50 TOTAL REPRODUTORES R$ 19.697,50

Apêndice 2 - Valores de unidades animais por categoria animal

CATEGORIA ANIMAL PESO VIVO (KG) UNIDADE ANIMAL

VACAS 450 1,00 TOUROS 675 1,50 NOVILHOS(AS)1-2 ANOS 350 0,77 NOVILHOS(AS)+2 ANOS 450 1,00 TERNEIROS(AS) 180 0,40 OVELHAS 50 0,25 CARNEIROS 70 0,35 BORREGOS 40 0,20 CAPÕES 50 0,25 CORDEIROS(AS) 20 0,10

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