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ATO CONCESSÓRIO DE DRAWBACK MODALIDADE ISENÇÃO

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Academic year: 2021

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ATO CONCESSÓRIO DE DRAWBACK MODALIDADE ISENÇÃO

Machado, Hermes

1 RESUMO

O governo brasileiro criou diversos incentivos às exportações para que finalmente pudesse consolidar sua posição neste competitivo mercado. Exportar passou a ser um excelente negócio para as empresas. Um dos incentivos fiscais que nos últimos anos vem atraindo as empresas é o regime aduaneiro especial de drawback, que possibilita as indústrias adquirir matérias-primas e insumos com suspensão ou isenção de impostos, desde que se comprometam a exportar sua produção, com isso a indústria brasileira pode planejar o direcionamento de sua produção para o mercado externo, sabendo o que será exportado sabe-se o que se pode adquirir com ou sem impostos, mas num mundo globalizado os problemas que ocorrem lá fora passam a ser nosso também, e com a crise mundial que eclodiu no final de 2.008, exportar deixou de ser certeza de vendas, a cada ano vimos a balança comercial se desequilibrar e no início de 2.014 chegamos a um déficit perto de US$ 2 bilhões. Assim as empresas começaram a planejar para baixa a destinação de sua produção ao exterior, fazendo que muitas vezes percam os benefícios do incentivo de drawback e isto pode representar até 50% no preço final para competir lá fora. A solução é buscar na tecnologia da informação ferramentas ágeis e eficazes para gestão do regime de drawback para não perderem mercado.

Palavras Chave: Comércio Exterior. Incentivo Fiscal. Drawback. Tecnologia.

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Consultor em ERP pela Universidade para Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina-UDESC, matriculado no curso MBA em Adm. de Negócios Internacionais na Faculdade Internacional de Curitiba

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1 INTRODUÇÃO

Durante um longo período devido à globalização, o Brasil foi impelido às exportações gerando divisas para o país e criando uma “cultura de exportação” que levou muitas empresas a destinarem grande parte de sua produção às exportações. Isto é muito benéfico vista a estabilidade econômica dos países ricos e a abertura para novos mercados. Com isso o governo brasileiro criou incentivos fiscais à exportação, praticamente isentando todos os impostos na exportação e restringindo ao mínimo os produtos que podem ser exportados. E cada vez mais as empresas vêm buscando o incentivo fiscal chamado de regime aduaneiro especial de drawback para aumentar ainda mais sua margem de lucro pela suspensão ou isenção dos tributos nas aquisições de matérias-primas e insumos para produção de produtos que serão exportados.

Estamos inseridos em um mundo em que os processos e os procedimentos repercutem muito além das fronteiras da cidade, do estado e do país. O método de produção que se desenvolve na Ásia, por exemplo, reflete nos demais continentes, seja em relação à economia, seja em relação às condições sociais dos trabalhadores, ou, ainda, às políticas de produção de muitos governos. Um exemplo disso se verifica com os produtos chineses, que chegam ao nosso mercado com valores bem mais competitivos, além de serem criados em condições tecnológicas cada vez melhores. (Sertek, Paulo, 2011, p.44)

Mas quando uma empresa opta pelo drawback assume o compromisso de “exportar” o que foi acordado no chamado “ato concessório” (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior CARTILHA DRWABACK INTEGRADO, p.9), sendo que o não cumprimento ou comprovação das exportações faz com que tenha de recolher os tributos suspensos, com multa e juros. Para evitar isso as empresas têm algumas alternativas previstas em lei, como a alteração do ato concessório dentro do período de validade ou até a prorrogação do prazo de cumprimento.

Com a crise da economia que eclodiu no final de 2.008, o Brasil manteve ainda em bons níveis suas exportações, mas nos últimos anos temos visto a balança comercial brasileira se igualar e até estar em “déficit” em alguns meses. Isto vem preocupando as empresas quando assumem contratos de câmbio a longo prazo para financiamento das exportações os chamados ACC’s ou ACE’s e ainda o próprio regime aduaneiro especial de drawback onde se comprometem a exportar sua produção. Com isso, acabou que a “exportação”

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não é mais sinônimo de receita certa e sim de incertezas quanto ao que planejar para o mercado externo e interno.

Sendo assim o jeito é planejar para baixo, se comprometendo com aquilo que pode ser cumprido, mas isso gera uma limitação do senso de oportunidade das empresas, pois o mercado lá fora não estagnou, ele apenas mudou de “estável” para “instável” e podendo exportar as empresa optam é claro pela exportação, pois não tem impostos, com isso muitos produtos exportados ficam sem o benefício do drawback, pois seus componentes foram adquiridos com tributos, aí a saída é buscar no regime aduaneiro de drawback na modalidade “isenção” a reposição dos estoques sem o pagamento dos tributos, visto que a exportação já ocorreu e já estaria comprovada. Só que este trabalho demanda levantamentos complexos na base de dados da empresa, saber o que foi exportado com e sem o benefício de drawback, o que foi adquirido com e sem tributos, isto tudo em escala, pois é um trabalho realizado após tudo ser consumado, pois no momento de buscar mercado e receita só se pensou em vender, ou seja, agora é “correr atrás do prejuízo” daquilo que eu poderia ganhar e deixei de ganhar, e estes números não são pequenos vistos a carga tributária brasileira.

De que forma as empresas poderiam manter seu nível de operação no comércio exterior sem onerar seus custos devido às incertezas do mercado? Este é o nosso objetivo aqui, buscar alternativas operacionais para manter as operações internacionais em bons níveis, com agilidade e segurança utilizando de uma área que já conhecida como estratégica nas empresas, a área de tecnologia da informação que tem os conhecimentos necessários sobre uma poderosa ferramenta utilizada pela maioria das empresas na atualidade, os ERPs – Sistemas de Gestão Empresarial, detentores talvez do maior patrimônio das empresas que é a “informação”.

Nestas bases iremos propor uma estratégia tecnológica para manter o exportador brasileiro no competitivo mercado internacional.

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2 DRAWBACK

O “drawback” é um incentivo às exportações para que as empresas exportadoras possam competir no mercado internacional, onde além da qualidade o preço é muito importante para penetração de mercado. Com este incentivo fiscal, os tributos que incidem na compra de matéria-prima e insumos que são aplicados na produção de produtos acabados que serão exportados, são suspensos ou isentos, podendo assim ser repassado ao preço final de exportação.

Com a instituição do tipo “Integrado”, o drawback permite a aquisição das matérias-primas e insumos que iremos chamar aqui de componentes, tanto no mercado interno como no externo sem o pagamento dos tributos correspondentes. Isto faz com que o empresário exportador tenha mais opções de fornecedores, visto que antes de 2.010 somente as importações poderiam ser consideras para suspensão ou isenção de impostos na aquisição de componentes pelo regime aduaneiro especial de drawback.

2.1. COMO FUNCIONA

Existem três modalidades de operação do regime aduaneiro especial de drawback:

Modalidade SUSPENSÃO, quando o exportador (indústria) pretende exportar um determinado produto e quer se beneficiar da suspensão dos tributos na compra dos componentes aplicados ao mesmo.

A aquisição no mercado interno ou a importação, de forma combinada ou não, de mercadoria para emprego ou consumo na industrialização de produto a ser exportado, com suspensão dos tributos exigíveis na importação e na aquisição no mercado interno na forma do art. 12 da Lei nº 11.945, de 4 de junho de 2009 e do art. 17 da Lei nº 12.058, de 13 de outubro de 2009, e da Portaria Conjunta RFB/SECEX nº 467, de 25 de março de 2010 (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior PORTARIA N. 23, DE 14 DE JULHO DE 2011, p. 22).

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Modalidade ISENÇÃO, quando o exportador (indústria) já exportou um determinado produto e NÃO se beneficiou da suspensão dos tributos na compra dos componentes aplicados, e pretende repor seus estoques em quantidade e qualidade equivalentes, sem precisar pagar os tributos na aquisição dos mesmos.

A aquisição no mercado interno ou a importação, de forma combinada ou não, de mercadoria equivalente à empregada ou consumida na industrialização de produto exportado, com isenção do Imposto de Importação (II), e com redução a zero do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), da Contribuição para o PIS/PASEP, da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), da Contribuição para o PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação, na forma do art. 31 da Lei nº 12.350, de 20 de dezembro de 2010 e da Portaria Conjunta RFB/SECEX nº 3, de 17 de dezembro de 2010. (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior PORTARIA N. 23, DE 14 DE JULHO DE 2011, p. 22).

Modalidade RESTITUIÇÃO seria a mesma coisa que a ISENÇÃO sem a parte da reposição de estoques, apenas o ressarcimento dos tributos em forma de créditos fiscais. “Esta modalidade atualmente é pouco utilizada” (Receita Federal do Brasil, O Regime Especial de Drawback), na prática na modalidade isenção os benefícios são mais imediatos às operações.

2.2. COMO SE OPERACIONALIZA

Através de um documento chamado Ato Concessório formalizado perante a Secretaria de Comercio Exterior, o exportador expressa sua intenção em se beneficiar deste regime aduaneiro especial. Este documento é registrado no sistema SISCOMEX e deve ser aprovado pelo órgão governamental.

Para a modalidade SUSPENÇÃO, o exportador industrial cria um projeto de exportação para um determinado produto acabado, onde são determinados as quantidades e valores do que se pretende exportar, despesas com frete e o período que pode ser até um ano prorrogável por mais um, também deverá informar quais os componentes para fabricação deste produto e suas quantidades com os valores totais.

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O exportador industrial registra estes dados no sistema Web SISCOMEX - Drawback e após a aprovação do Ato Concessório começa a fazer as aquisições dos componentes sem os tributos devidos e após a produção concluída exporta os produtos acabados e em seguida realiza a sua comprovação de exportação dentro da gestão de controle do sistema SISCOMEX - Drawback até os limites de quantidades e valores definidos e expressos no ato concessório, observando obviamente os prazos para estas comprovações. Isto feito o exportador garante que os tributos suspensos no ato da aquisição dos componentes não serão mais reclamados pelo fisco.

Para a modalidade ISENÇÃO, o exportador industrial faz um levantamento das exportações já realizadas de um determinado produto bem como das aquisições dos componentes correspondentes para sua fabricação, considerando sempre as quantidades os valores e o período que foram realizadas.

O exportador industrial registra estes dados também no sistema Web SISCOMEX - Drawback e após a aprovação do Ato Concessório, começa a fazer as aquisições para repor seus estoques relativos aos componentes bem como a sua comprovação de aquisição dentro da gestão de controle do Drawback até os limites de quantidades e valores definidos e expressos no ato concessório. Neste caso o exportador não tem mais a obrigação de exportar o produto acabado, pois já o fez no passado, somente deverá atentar para não ultrapassar a quantidade definida inicialmente no ato concessório, se for a menos ainda poderá dentro da validade do ato fazer uma alteração ou “prorrogar por mais um período”. (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior PORTARIA N. 23, DE 14 DE JULHO DE 2011 p.29).

2.3. PANORAMA ATUAL

Com as incertezas do mercado global onde passamos de um superávit histórico na balança comercial para um déficit no início de 2.014, “com o novo resultado, o Brasil acumula US$ 2,049 bilhões em saldo negativo no ano”

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(Aduaneiras Informações Sem Fronteiras), o pior resultado desde quando se iniciou os registros de comercio exterior nos anos 1940, assim os exportadores brasileiros necessitam de ferramentas ágeis para dimensionar o planejamento de suas exportações para não serem pegos de surpresa em relação a compromissos assumidos com o fisco, no sentido de não serem penalizados por falta do cumprimento de comprovações nos atos concessórios de drawback concedidos.

Por outro lado devemos considerar também a carga tributária brasileira tanto no mercado interno como nas importações, veja abaixo a evolução, por exemplo, em relação ao imposto de importação nos últimos 20 anos:

Ano % imposto de importação (II)

1990 0 a 105

2012 0 a 35

Fonte: (Brasil - Evolução das alíquotas nominais de importação 1983 a 2012).

Mesmo com os esforços do governo brasileiro juntamente com a OMC – Organização Mundial do Comercio para reduzir cada vez mais a barreiras fiscais, ainda temos uma carga tributária grande para produtos importados, sem considerar os demais impostos cobrados.

Toda mercadoria internalizada no país necessita de uma Declaração de Importação – DI, baseado em dados de empresas importadoras veja abaixo o quanto representa os tributos no custo de mercadorias importadas:

Import. Valor FOB II IPI PIS COFINS ICMS Tributos Recolhidos %

1 45.788,69 7.157,92 5.772,56 884,94 4.396,19 15.861,83 34.073,44 74,41 2 436.285,61 9.214,48 0 10.126,84 46.644,84 107.924,14 173.910,30 39,86 3 10.052.570,59 201.718,57 0 219.008,73 1.008.767,51 2.193.454,89 3.622.949,70 36,04 4 108.225,35 2.191,11 0 2.378,92 10.957,45 23.866,20 39.393,68 36,40 5 5.839,65 1.243,95 0 204,23 1.064,47 2.549,08 5061,73 86,68 % médio: 54,68

Fonte: (Dados de Declarações de Importação, pesquisada em empresas importadoras, valores expressos na moeda Real).

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Percebemos que somente os tributos sem considerar as despesas, representam metade do valor das mercadorias importadas, para o mercado nacional poderíamos considerar que pelo menos 1/3 são impostos, ou seja, para competir no mercado internacional onde além da qualidade exigida temos o agravante da crise mundial que exige preço compatível, o exportador brasileiro não pode abrir mão dos incentivos fiscais oferecidos, mas também não pode perder o controle sobre estes incentivos fazendo a gestão correta e de forma eficiente.

2.4. TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Vimos anteriormente o exaustivo levantamento que as empresas precisam realizar quando da necessidade de entrar com um pedido de ato concessório de drawback para a modalidade ISENÇÃO, identificar todas as operações de exportação realizadas sem o benefício, buscar todas as notas fiscais e declarações de importação e compras no mercado interno de componentes adquiridos aplicados nos produtos exportados, ou seja, um trabalho de demanda tempo e grande risco de cometer erros.

Hoje as empresas contam com um importante aliado em suas operações que é a Tecnologia da Informação principalmente nos sistemas de gestão empresarial ERP - Enterprise Resource Planning, que é a base de dados que as empresas possuem para dar suporte às suas operações. E dentro desta área de Tecnologia da Informação, podemos desenvolver algo de vital importância nas empresas que é a Inteligência Competitiva, mas não baseado em informações dos concorrentes ou do mercado e sim em cima das próprias informações da organização, criando funcionalidades agregadas ao ERP para beneficiar as operações de comercio exterior.

O objetivo maior de um ERP é a integração dos dados organizacionais e sua disponibilidade em tempo real. Para isso, opera através de um banco de dados único, que é compartilhado por todas as aplicações, desde que o usuário tenha permissão de acesso. (CAIÇARA JUNIOR, CICERO, 2007, p.93)

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Pensando desta forma e para evitar que as empresas percam oportunidades de negócio devido as incertezas de mercado por não terem planejado aquisições via drawback, a área de tecnologia da informação pode dar uma solução para garantir a gestão do regime aduaneiro especial de drawback criando uma funcionalidade do tipo simulador dentro dos sistemas ERP, para fazer o “levantamento” necessário para compor o Ato Concessório na modalidade de ISENÇÃO, que poderá pelo menos recuperar em termos financeiros a reposição dos estoques de componentes utilizados para fabricação de produtos exportados.

Este levantamento pode ser feito a partir das exportações já realizadas e registradas no banco de dados do ERP, através das notas fiscais de saída de exportação e Registros de Exportação-RE, bem como das aquisições tanto no mercado interno como externo dos componentes aplicados nos produtos exportados, através das notas fiscais de entrada e Declarações de Importação - DI, sempre considerando os períodos determinados por lei, que atualmente é de dois anos retroativos, tanto para as exportações como para as aquisições realizadas.

Pode ainda ser realizado tanto a partir do banco de dados do ERP como a partir dos arquivos eletrônicos do Sistema Público de Escrituração Fiscal – SPED (SPED-Sistema Público de Escrituração Fiscal), onde contém todos os documentos fiscais de entradas e saídas, prevendo a possibilidade do exportador (indústria) não ter estas informações no banco de dados do ERP pois trata-se de períodos retroativos.

Art. 118. O requerente informará no pedido de ato concessório de drawback integrado isenção:

I – o valor em dólares dos Estados Unidos e em reais, a quantidade na unidade de medida estatística e na unidade de medida adotada na nota fiscal, a descrição, o código da NCM, o CNPJ do fornecedor, o número, a série e a data da emissão, o modelo do documento, constantes da nota fiscal correspondente às mercadorias que foram adquiridas no mercado interno;

II – o valor em dólares dos Estados Unidos, a quantidade na unidade de medida estatística, a descrição, o código da NCM, o número e a adição, a data do desembaraço das mercadorias que foram importadas, constantes da declaração de importação;

III – o valor em dólares dos Estados Unidos, a quantidade na unidade de medida estatística, a descrição, o código da NCM, o número e data de embarque das mercadorias que foram exportadas, constantes do registro de exportação; e

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IV – o valor em dólares dos Estados Unidos, a quantidade na unidade de medida estatística, a descrição, o código da NCM das mercadorias a importar ou a adquirir no mercado interno. (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior PORTARIA N. 23, DE 14 DE JULHO DE 2011,p.33).

Basicamente os dados a serem tabulados seriam conforme exemplo na tabela abaixo:

COMPRAS

EXPORTAÇÕES

Aquisições Mercado Nacional Aquisições Mercado Internacional

Data NF NCM Qtde Valor Data NF NCM Qtde Valor Data NF NCM Qtde Valor

Fonte: (autor)

Estes dados devem ser cruzados com informações da área de engenharia onde contém a estrutura de produtos com as quantidades de componentes utilizados para fabricação de um produto acabado, com isso pode-se chegar as quantidades corretas que irão compor o ato concessório. Isso possibilita a geração automática do ato concessório na base de informações da empresa, fazendo com que as empresas possam a qualquer momento fazer uma simulação informando um período de datas que devem compreender o período previsto antes da prescrição do benefício.

Art. 117. Para fins de habilitação ao regime de drawback integrado isenção, somente poderá ser utilizada declaração de importação (DI) e/ou nota fiscal (NF) com data de registro ou emissão, conforme o caso, não anterior a 2 (dois) anos da data de apresentação do respectivo Pedido de Ato Concessório de Drawback Integrado Isenção.(Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior PORTARIA N. 23, DE 14 DE JULHO DE 2011,p.33)

Para o efetivo controle e processamentos destas informações, esta nova funcionalidade dentro do ERP deverá contar com marcadores especiais para os documentos selecionados para compor o ato concessório, visto que uma nota fiscal de compra no mercado interno, por exemplo, não poderá participar de dois processos de ato concessório, ou seja, depois de efetivado e aprovado o ato concessório pelo órgão governamental, os documentos fiscais utilizados neste passam a ser vinculados ao mesmo. A partir desta etapa os controles das comprovações devem ser feitos através das operações básicas do ERP de compras no mercado interno e importações realizadas.

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Grande parte dos fornecedores de sistemas ERP comercializa seus produtos em um pacote com os módulos básicos para gestão do negócio e, adicionalmente, oferece módulos complementares que podem ser adquiridos individualmente, em função dos interesses e das estratégias da empresa. Todos eles são integrados, visando propiciar consistência e visibilidade para todas as atividades inerentes aos processos de negócios da organização. (CAIÇARA JUNIOR, CICERO, 2007, p.93)

Desta forma as empresas não perderiam nenhum benefício que é oferecido pelo fisco. Isso irá trazer mais flexibilidade nas operações de comércio exterior realizadas sem comprometer o cumprimento das exigências do fisco, podendo assim operar com diversos atos concessórios ao mesmo tempo.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O mundo muda e nós mudamos, este vem sendo o pensamento cada vez mais das empresas principalmente a globalizada, e a velocidade das informações levam-nas a buscar soluções para conquistar mercados e se manterem neles. Vimos que incentivos fiscais nas exportações sem dúvida alguma é imprescindível neste negócio e saber manter o controle neles e poder acioná-los quando necessário e o diferencial competitivo para as empresas exportadoras.

No Brasil o governo evoluiu no regime aduaneiro especial de drawback tornando-o “integrado”, ou seja, permitindo as empresas adquirirem componentes destinados a produção a ser exportada, tanto no mercado interno como externo, precisamos saber usufruir destes benefícios para manter preço e qualidade nos produtos, para isso precisamos contar com uma poderosa ferramenta dentro de nossas empresas, a Tecnologia da Informação que pode auxiliar no desenvolvimento de sistemas informatizados para gestão adequada das operações de comercio exterior.

A ideia de ter um simulador de ato concessório de drawback isenção, como uma funcionalidade dentro dos sistemas de gestão empresarial, aproveitando a base de informações já existente, vem de encontro com uma

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necessidade latente para profissionais da área de comercio exterior que atualmente demandam várias horas de levantamentos em cima de documentos fiscais para compor o ato concessório, ainda correndo o risco de duplicação de informações quando operam com mais de um ato ao mesmo tempo. O fato de ainda buscarmos estes dados na base do Sistema Público de Escrituração Fiscal – SPED torna este trabalho ainda mais interessando, pois muitas empresas ainda não conseguiram implantar adequadamente seus sistemas de gestão de forma a suprir estas necessidades.

Outra vantagem em possuirmos estas ferramentas nos sistemas de gestão empresarial é o fato da integração, pois não basta montar a composição das informações para o ato concessório, mas devemos mantê-lo atualizado com as devidas comprovações, no caso da modalidade isenção as comprovações serão as compras no mercado interno e interno que são registradas pelas funcionalidades de recebimento e importações do próprio ERP.

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REFERÊNCIAS

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior PORTARIA N.

23, DE 14 DE JULHO DE 2011: publicada no D.O.U. de 19/07/2011 – Dispõe

sobre operações de comércio exterior.

Disponível em: http://www.mdic.gov.br/arquivos/dwnl_1315246424.pdf. Acesso em:01/02/2014

CAIÇARA JUNIOR, CICERO Sistemas Integrados de Gestão – ERP: uma

abordagem gerencial. 4.ed. rev., atual. e ampl. – Curitiba: Ibpex, 2011.

SERTEK, PAULO; GUINDANI, ROBERTO ARI; MARTINS, TOMAS SPARANO

Administração e planejamento estratégico. 3.ed. rev., atual. e ampl. –

Curitiba: Ibpex, 2011. – (Série Administração Estratégica)

Aduaneiras Informações Sem Fronteiras: Notícia. Disponível em:

http://www.aduaneiras.com.br/noticias/noticias/noticias_texto.asp?acess

o=2&ID=25238447

Acesso em: 02/02/2014

Brasil - Evolução das alíquotas nominais de importação (1983 a 2012).

Divulgação

Disponível em: http://www.mdic.gov.br//arquivos/dwnl_1379082209.pdf Acesso em: 20/02/2014

Receita Federal do Brasil, O Regime Especial de Drawback. Exame.

Disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br/aduana/drawback/regime.htm Acesso em: 20/01/2014

SPED-Sistema Público de Escrituração Fiscal. Sitio Disponível em:

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Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior CARTILHA

DRWABACK INTEGRADO

Disponível em: http://www.mdic.gov.br/arquivos/dwnl_1311196743.pdf Acesso em: 20/02/2014

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