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DELIBERAÇÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA ENTIDADE REGULADORA DA SAÚDE (VERSÃO NÃO CONFIDENCIAL)

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Mod.016_01 DELIBERAÇÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA

ENTIDADE REGULADORA DA SAÚDE

(VERSÃO NÃO CONFIDENCIAL)

Considerando que a Entidade Reguladora da Saúde nos termos do n.º 1 do artigo 4.º dos Estatutos da ERS, aprovados pelo Decreto-Lei n.º 126/2014, de 22 de agosto exerce funções de regulação, de supervisão e de promoção e defesa da concorrência respeitantes às atividades económicas na área da saúde nos setores privado, público, cooperativo e social;

Considerando as atribuições da Entidade Reguladora da Saúde conferidas pelo artigo 5.º dos Estatutos da ERS, aprovados pelo Decreto-Lei n.º 126/2014, de 22 de agosto;

Considerando os objetivos da atividade reguladora da Entidade Reguladora da Saúde estabelecidos no artigo 10.º dos Estatutos da ERS, aprovados pelo Decreto-Lei n.º 126/2014, de 22 de agosto;

Considerando os poderes de supervisão da Entidade Reguladora da Saúde estabelecidos no artigo 19.º dos Estatutos da ERS, aprovados pelo Decreto-Lei n.º 126/2014, de 22 de agosto;

Visto o processo registado sob o n.º ERS/042/2017;

I. DO PROCESSO

I.1. Origem do processo

1. A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) tomou conhecimento em 18 de abril de 2016, de uma exposição subscrita por A.N., referente a alegadas irregularidades no que respeita ao acesso do seu familiar, J.N., a cuidados de saúde de qualidade, na Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano, E.P.E – Hospital de Elvas (ULSNA), entidade prestadora de cuidados de saúde que se encontra inscrita no Sistema de Registo de Estabelecimentos Regulados (SRER) da ERS sob o n.º 19699.

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Mod.016_01 2. A análise preliminar da referida exposição deu origem ao processo de avaliação n.º AV/132/2016, e posteriormente ao abrigo das atribuições e competências da ERS, o respetivo Conselho de Administração deliberou, por despacho de 2 de agosto de 2017, proceder à abertura de processo de inquérito registado sob o n.º ERS/042/2017.

I.2 Diligências

3. No âmbito da investigação desenvolvida pela ERS, realizaram-se, entre outras, as diligências consubstanciadas em:

(i) Pesquisa no Sistema de Registo de Estabelecimentos Regulados (SRER) da ERS onde se constatou que a Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano, E.P.E – Hospital de Elvas (ULSNA), se encontra registada no SRER da ERS sob o n.º 19699. (ii) Pedido de elementos à ULSNA em 25 de julho de 2016, ainda no âmbito do processo de avaliação n.º AV/132/2016, e análise da respetiva resposta rececionada em 18 de agosto de 2016;

(iii) Pedido de elementos adicional à ULSNA em 19 de junho de 2017, e análise da respetiva resposta rececionada em 4 de julho de 2017;

(iv) Pedidos de parecer técnico de apreciação clínica a perito médico consultado pela ERS, em 6 de setembro de 2016, e a 14 de julho de 2017, e análise dos relatórios de apreciação clínica datados de 10 de setembro de 2016 e 15 de julho de 2017 respetivamente, juntos aos autos;

(v) Notificação de abertura de processo de inquérito ao exponente em 17 de agosto de 2017;

(vi) Notificação de abertura de processo de inquérito à ULSNA em 17 de agosto de 2017.

II. DOS FACTOS

II.1. Da reclamação

4. Refere concretamente a exponente, na sua reclamação, que “[…] no dia 15 de março de 2016 [o utente] deu entrada na urgência do hospital de Elvas para fazer um raio x

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Mod.016_01 os médicos “[…] decidiram interná-lo para fazer antibiótico e alguns aerossóis”, no entanto passados três dias o estado de saúde do utente piorou.

5. A exponente alega que, quando necessitou de informação:

(i) “Nunca conseguiu falar com o Dr. U., nem sequer o conhece” e “Falou uma vez

com o internista Dr. E.O, mas ficou na mesma”;

(ii) Quando foi buscar o utente “[…] para regressar para casa informaram muito

antipaticamente (enfermeira), […] que não teria alta....Tentou perceber porquê

mas nunca foi recebida, pois diziam que nunca estava na hora de atendimento

(9h30-10h30) […]”;

(iii) O pai da exponente tentou falar com o Dr. U. “[…] esperando por ele à saída da Urgência mas o senhor negou-se a falar sobre a situação clínica do doente (pai

deste)”;

(iv) Quando questionadas as enfermeiras responsáveis pelo utente “[…] a resposta

era sempre não sei. Nem se fazia antibiótico, nada”;

(v) “Ignorando a família por completo sem qualquer informação sobre o estado

clínico do doente”.

6. Segundo a exponente, o utente “Fez uma ferida, a família pediu para desinfetar na visita das 14h, quando voltaram na visita das 18h30, nem sequer tinham tocado no

doente”.

7. Entretanto “Passados 20 dias, o doente foi fazer uma cintigrafia miocárdia, saiu do hospital de Elvas às 7h30 regressou às 21h, à Clínica Miraflores, sem alimentação alguma, com 84 anos. No dia seguinte quando os familiares o visitaram estava de novo

com soro e oxigénio, o que já não tinha há mais de 3 dias, e, ainda algaliado […]

questionaram o médico [sobre] o que se tinha passado e foram informados que tinha havido uma alteração no valor dos rins, voltando novamente a fazer antibiótico e por

isso estar algaliado”;

8. Passados oito dias o utente teve alta, no entanto, voltou a dar entrada na urgência no dia 19 de Abril 2016, “[…] com uma SEPSIS URINARIA, estado crítico, urina espalhada

no sangue […]” tendo, nessa altura o médico que o recebeu, questionado porque é que

o utente havia sido desalgaliado;

9. A exponente questiona a qualidade da prestação de cuidados de saúde ao utente, que acabou por falecer e vem ainda reclamar da falta de informação dos profissionais de saúde quanto ao estado de saúde do utente.

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Mod.016_01 10. A ERS teve ainda conhecimento da resposta da ULSNA à referida exposição, nos termos da qual vieram alegar que "[...] as enfermeiras não dão informações do foro médico, pelo que informam sempre que as mesmas são facultadas pelos médicos assistentes, no entanto nunca foi negada qualquer informação do estado do doente à família", mais esclarecendo que o utente "[...] foi fazer cintigrafia miocárdica, e como saiu cedo do serviço levou com ele um lanche [...] e a própria clínica neste tipo de exame fornece alimentação aos doentes, pois os mesmos não podem estar em jejum". 11. Finalmente foi referido que o utente foi algaliado por prescrição médica "[...] para medicação da diurese, e não por retenção urinária. Foi desalgaliado também por prescrição verbal do [médico], com conhecimento da reclamante e na presença das enfermeiras do serviço".

II.2. Dos pedidos de informação à ULSNA

12. Considerando a necessidade de carrear para os autos outros elementos de análise, por ofício remetido pela ERS ao prestador em 25 de julho de 2016, ainda no âmbito processo de avaliação, foram solicitadas as seguintes informações sobre os factos em apreço:

“[…]

1. Que se pronunciem, especifica e detalhadamente, acompanhado dos elementos documentais relevantes, sobre os factos relatados na reclamação supra referida; 2. Que enviem todos os documentos referentes ao caso em apreço, em especial,

cópia dos relatórios dos episódios de urgência do utente (Alert), em 15 de março e 19 de abril de 2016;

3. Que indiquem, juntando os documentos pertinentes, quais os procedimentos em vigor na V. unidade para deslocação dos utentes para a realização de MCDT em prestadores de cuidados de saúde externos à unidade hospitalar;

4. Que indiquem os procedimentos genericamente adotados por V. Exas. com vista à informação prestada aos familiares dos utentes internados na V. unidade, 5. Que indiquem se foi instaurado alguma processo interno para averiguação dos

factos em causa e, em caso de resposta afirmativa, que informem sobre as suas conclusões e que enviem cópia integral do mesmo;

6. Envio de quaisquer esclarecimentos complementares julgados necessários e

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Mod.016_01 13. O prestador, em resposta ao pedido de informação da ERS, por ofício remetido em 18 de agosto de 2016, veio remeter os esclarecimentos prestados pelo Diretor do Serviço de Medicina e pelo Enfermeiro Responsável, ambos em substituição do Diretor do Serviço e do Enfermeiro chefe, informando, quanto aos diferentes pontos da reclamação o seguinte:

(i) “O doente teve um internamento de 26 dias no Serviço de Medicina Interna Ala Direita, devido a intercorrências clínicas que foram tratadas de forma atempada

como se pode comprovar nos documentos anexados”;

(ii) “A demora nos exames complementares solicitados ao exterior não dependem dos médicos que atendem aos doentes, são inerentes ao funcionamento do sistema de saúde e nos somos os primeiros interessados na celeridade destes

exames para dar o tratamento correto aos nossos doentes”;

(iii) O médico “[…] abordado no corredor pela reclamante solicitando informação clínica [refere ter explicado que] devia vir nas horas de informação estipuladas,

embora fosse fornecida a informação solicitada”;

(iv) Durante o internamento do utente “[…] o Dr. U. nunca foi solicitado pelos familiares para dar informação dentro do período marcado para tal efeito nem fora deste período. A reclamante refere que seu pai foi um dia à procura do Dr. U. ao Serviço de Urgência, lugar não indicado para dar informação de doentes

internados”;

(v) “[…] os períodos de informação aos familiares são marcados pela direção do Departamento de Medicina de acordo com a atividade de cada médico. Embora existe esta norma, a equipa médica tenta sempre facilitar as relações com os

familiares e sempre que possível fornecer a informação clínica solicitada”.

(vi) A medicação dos utentes é realizada “[…] em função do estado clínico do mesmo e da doença que provocou o internamento. Tratamentos de ambulatório apenas são mantidos quando a condição clínica o permite, e sempre que estes

tenham uma indicação absoluta”;

(vii) “No segundo internamento, o doente apresentava uma sepsis por Pseudomona, de origem urinária. O facto de ter ou não algaliação urinária, não foi a causa da mesma, já que o doente não apresentava, segundo consta, retenção urinária. Este tipo de infeção é frequente em doentes que estão ou

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Mod.016_01 (viii) “O tratamento efetuado no segundo internamento foi correto desde o ponto de vista médico igual que o efetuado no primeiro internamento, embora a pluri-patologia de base do doente fez com que a resposta a uma situação de

gravidade, como é uma sepsis, não fosse a desejada”.

14. Foi também remetida cópia dos relatórios dos episódios de urgência (Alert), relativos aos dias 15 de março e 19 de abril de 2016, bem como cópia dos procedimentos em vigor no prestador para deslocação dos utentes para a realização de MCDT em prestadores de cuidados de saúde externos à unidade hospitalar – cfr. resposta do prestador ao pedido de elementos da ERS.

15. E esclarecido que não “[…] foi instaurado qualquer processo de inquérito ou disciplinar, existiu apenas o tratamento da exposição que seguiu a sua tramitação normal de audição aos profissionais e resposta ao exponente, uma vez que se julgou não existir

qualquer indício de falta leve, ou grave que fundamentasse tal procedimento”.

16. Na sequência do exposto, por ofício de pedido de elementos adicional de 19 de junho de 2017, solicitou-se à ULSNA, o envio de cópia do procedimento e/ou protocolo instituído por esse estabelecimento hospitalar para controlo de infeção de doentes algaliados.

17. Em resposta ao pedido da ERS, por ofício rececionado pela ERS em 4 de julho de 2017, veio o prestador remeter cópia de procedimento/norma interna de “Prevenção da

Infeção do Trato Urinário (ITU) do Doente Algaliado”.

II.3. Parecer do perito médico consultado pela ERS

18. Considerando os elementos constantes dos autos e a necessidade de aferir se os procedimentos remetidos pela ULSNA são suficientes para garantir a prestação de cuidados de saúde de qualidade, bem como da regularidade dos procedimentos em vigor para a prevenção/controlo de infeção de doentes algaliados, foi solicitado parecer clínico a perito médico consultado pela ERS, em 6 de setembro de 2016, o qual emitiu em 10 de setembro de 2016 um relatório de apreciação clínica no qual é referido que:

(i) “[…] relativamente ao quadro clinico apresentado, sem dúvida que o segundo internamento é uma complicação do primeiro, tratando-se de internamento por

IACS1, situação aliás assumida no relatório médico emitido pela Instituição”;

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Mod.016_01 (ii) “O modo de apresentação do quadro clinico deste segundo internamento, determinante para o desfecho, em especial por o doente ser idoso e com uma reserva funcional necessariamente limitada, através de um choque séptico, configurou uma situação de elevada gravidade e com desfecho frequentemente

fatal, pelos motivos acima referidos”;

(iii) “Ainda que não dum modo absoluto, a IACS referida e causadora do falecimento do doente, foi determinada pela algaliação e provável falta ou exiguidade de cuidados na manutenção da mesma. O planeamento de enfermagem enviado refere a troca de cateter urinário cada 30 dias, o que não

se entende se a algália for de latex.”.

19. Pelo que, no referido Parecer são identificados problemas relacionados quer com a “[…] aparente quebra de regras de segurança relativas ao controlo de infeção na algaliação bem como no cuidado com a algália durante o período em que o doente

necessitou da mesma para controlo do débito urinário”, quer relativamente às “[…]

queixas relacionadas com a falta de informação [que] parecem ter sido pertinentes

neste caso”.

20. Posteriormente, e na sequência do envio pela ULSNA, por ofício rececionado pela ERS em 4 de julho de 2017, de cópia de procedimento/norma interna de “Prevenção da

Infeção do Trato Urinário (ITU) do Doente Algaliado”, foi solicitado ao perito médico

consultado pela ERS que aferisse se tal procedimento seria apto a garantir a prestação de cuidados de saúde de qualidade, em especial no que se refere à prevenção/controlo de infeção de doentes algaliados.

21. Em 15 de julho de 2017, o perito médico consultado pela ERS acrescentou uma adenda ao parecer técnico de apreciação clínica por si já anteriormente elaborado na qual é referido que “A informação adicionada não acrescenta informação para alterar o parecer já emitido. Não fica esclarecida qual a periodicidade para mudar o sistema de

algaliação quando o material é de latex.”.

III. DO DIREITO

III.1. Das atribuições e competências da ERS

22. De acordo com o n.º 1 do artigo 5.º dos Estatutos da ERS, esta tem por missão “[…] a

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Mod.016_01 23. Ainda, de acordo com o disposto no n.º 2 do artigo 5.º dos seus Estatutos, as atribuições da ERS compreendem “[…] a supervisão da atividade e funcionamento dos estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde no que respeita:

[…]

b) À garantia dos direitos relativos ao acesso aos cuidados de saúde, à prestação de cuidados de saúde de qualidade, bem como dos demais direitos dos utentes; c) À legalidade e transparência das relações económicas entre os diversos operadores, entidades financiadoras e utentes.”.

24. Sendo que estão sujeitos à regulação da ERS, nos termos do n.º 2 do artigo 4.º dos seus Estatutos “[...] todos os estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde, do setor público, privado, cooperativo e social, independentemente da sua natureza jurídica, nomeadamente hospitais, clínicas, centros de saúde, consultórios, laboratórios de análises clinicas, equipamentos ou unidades de telemedicina, unidades móveis de

saúde e termas.”;

25. Consequentemente, a Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano, E.P.E – Hospital de Elvas é uma entidade prestadora de cuidados de saúde, que se encontra inscrita no SRER da ERS sob o n.º 19699.

26. Acresce que, constituem objetivos da ERS, nos termos do disposto nas alíneas b), c) e d) do artigo 10.º do mencionado diploma, assegurar o cumprimento dos critérios de acesso aos cuidados de saúde, garantir os direitos e interesses legítimos dos utentes e zelar pela prestação de cuidados de saúde de qualidade.

27. Por outro lado, no domínio da garantia da prestação de cuidados de saúde de qualidade, incumbe à ERS, garantir o direito dos utentes à prestação desses mesmos cuidados, conforme estatuído na alínea c) do artigo 14.º dos Estatutos da ERS.

28. Para tanto, a ERS pode assegurar tais incumbências mediante o exercício dos seus poderes de supervisão, quer zelando pela aplicação das leis e regulamentos e demais normas aplicáveis às atividades sujeitas à sua regulação, quer emitindo ordens e instruções, bem como recomendações ou advertências individuais, sempre que tal seja necessário, sobre quaisquer matérias relacionadas com os objetivos da sua atividade reguladora, incluindo a imposição de medidas de conduta e a adoção das providências necessárias à reparação dos direitos e interesses legítimos dos utentes – cfr. alíneas a) e b) do artigo 19.º dos Estatutos da ERS.

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Mod.016_01 29. A necessidade de garantir requisitos mínimos de qualidade e segurança ao nível da prestação de cuidados de saúde, dos recursos humanos, do equipamento disponível e das instalações, está presente no sector da prestação de cuidados de saúde de uma forma mais acentuada do que em qualquer outra área.

30. As relevantes especificidades deste setor agudizam a necessidade de garantir que os serviços sejam prestados em condições que não lesem os interesses nem os direitos dos utentes.

31. Sobretudo, importa ter em consideração que a assimetria de informação que se verifica entre prestadores e utentes, reduz a capacidade destes últimos de perceberem e avaliarem o seu estado de saúde, bem como, a qualidade e adequação dos serviços que lhe são prestados.

32. Além disso, a importância do bem em causa (a saúde do doente) imprime uma gravidade excecional à prestação de cuidados em situação de falta de condições adequadas.

33. Por outro lado, os níveis de segurança desejáveis na prestação de cuidados de saúde devem ser considerados, seja do ponto de vista do risco clínico, seja do risco não clínico.

34. Assim, o utente dos serviços de saúde tem direito a que os cuidados de saúde sejam prestados com observância e em estrito cumprimento dos parâmetros mínimos de qualidade legalmente previstos, quer no plano das instalações, quer no que diz respeito aos recursos técnicos e humanos utilizados.

35. Os utentes gozam do direito de exigir dos prestadores de cuidados de saúde o cumprimento dos requisitos de higiene, segurança e salvaguarda da saúde pública, bem como a observância das regras de qualidade e segurança definidas pelos códigos científicos e técnicos aplicáveis e pelas regras de boa prática médica, ou seja, pelas leges artis.

36. Os utentes dos serviços de saúde que recorrem à prestação de cuidados de saúde encontram-se, não raras vezes, numa situação de vulnerabilidade que torna ainda mais premente a necessidade dos cuidados de saúde serem prestados pelos meios adequados, com prontidão, humanidade, correção técnica e respeito.

37. A este respeito encontra-se reconhecido na Lei n.º 48/90, de 24 de agosto, que aprovou a Lei de Bases da Saúde (LBS) - cfr. alínea c) da Base XIV da LBS, e, hoje, no artigo 4º da Lei n.º 15/2014, de 21 de março, o direito dos utentes a serem “tratados

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Mod.016_01 pelos meios adequados, humanamente e com prontidão, correção técnica, privacidade

e respeito”.

38. Quando o legislador refere que os utentes têm o direito de ser tratados pelos meios adequados e com correção técnica está certamente a referir-se à utilização, pelos prestadores de cuidados de saúde, dos tratamentos e tecnologias tecnicamente mais corretas e que melhor se adequam à necessidade concreta de cada utente.

39. Por outro lado, quando na alínea c) da Base XIV da LBS se afirma que os utentes devem ser tratados humanamente e com respeito, tal imposição decorre diretamente do dever dos estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde de atenderem e tratarem os seus utentes em respeito pela dignidade humana, como direito e princípio estruturante da República Portuguesa.

40. De facto, os profissionais de saúde que se encontram ao serviço dos estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde devem ter “redobrado cuidado de respeitar as

pessoas particularmente frágeis pela doença ou pela deficiência”.

41. E a qualidade dos serviços de saúde não se esgota nas condições técnicas de execução da prestação, mas abrange também a comunicação e informação ao utente, dos resultados dessa mesma prestação.

42. O direito à saúde e o direito de acesso aos cuidados de saúde, compreendem a prestação de cuidados de saúde que o utente necessita, de facto, face à sua condição clínica e, por maioria de razão, impedem a prestação de cuidados de saúde que aquele não tenha qualquer necessidade.

III.3 Do direito ao acompanhamento e respetivos direitos e deveres dos acompanhantes

43. Em 21 de março de 2014, foi aprovada a Lei n.º 15/2014, de 21 de março, que revogou a Lei n.º 33/2009, de 14 de julho, e a Lei n.º 106/2009, de 14 de setembro, que até então regulava a matéria do direito ao acompanhamento.

44. Conforme resulta do seu preâmbulo e do disposto no seu artigo 1.º, o diploma visa a consolidação dos direitos e deveres dos utentes dos serviços de saúde, não alterando significativamente o regime anterior, mas antes aportando uma melhor clarificação para a ordem jurídica vigente.

45. Assim, a Lei n.º 15/2014, de 21 de março, passou a apresentar, de forma clara e integrada, as regras gerais de acompanhamento do utente dos serviços de saúde, bem como as regras específicas de acompanhamento da mulher grávida durante o parto e

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Mod.016_01 do acompanhamento em internamento hospitalar, tudo aspetos que se encontravam antes dispersos nas Leis n.º 14/85, de 6 de julho, Lei n.º 33/2009, de 14 de julho, e Lei n.º 106/2009, de 14 de setembro.

46. Recentemente o Decreto-Lei n.º n.º44/2017, de 20 de Abril procedeu à primeira alteração à Lei n.º 15/2014, de 21 de março, que visa a consolidação dos direitos e deveres do utente dos serviços de saúde, definindo os termos a que deve obedecer a Carta dos Direitos de Acesso aos Cuidados de Saúde pelos Utentes do Serviço Nacional de Saúde, e cria o Sistema Integrado de Gestão do Acesso.

47. Diga-se que, de acordo com o n.º 3 do artigo 12.º da Lei n.º 15/2014, de 21 de março, “reconhecido o direito de acompanhamento familiar a crianças internadas em estabelecimento de saúde, bem como a pessoas com deficiência, a pessoas em situação de dependência e a pessoas com doença incurável em estado avançado e em

estado final de vida.”.

48. Continua o artigo 13.º da mesma Lei que “nos casos em que a situação clínica não permita ao utente escolher livremente o acompanhante, os serviços devem promover o direito de acompanhamento, podendo de acordo com a lei, solicitar a demonstração do

parentesco ou da relação com o utente, invocados pelo acompanhante”.

49. Todavia, a Lei também refere que a natureza do parentesco ou da relação com o utente não pode ser invocada para impedir o acompanhamento.

50. Por outro lado, os limites ao direito de acompanhamento estão expressamente consagrados, existindo um elenco restrito de limites:

a) “[…] Não é permitido acompanhar ou assistir a intervenções cirúrgicas e a outros exames ou tratamentos que, pela sua natureza, possam ver a sua eficácia e correção prejudicadas pela presença do acompanhante, exceto se

para tal for dada autorização expressa pelo clínico responsável […]

b) O acompanhamento não pode comprometer as condições e requisitos técnicos

a que deve obedecer a prestação de cuidados médicos”.

c) Sendo certo que, nestes casos, “[…] compete ao profissional de saúde responsável pela prestação de cuidados de saúde informar e explicar ao

acompanhante os motivos que impedem a continuidade do acompanhamento.”.

51. O artigo 15.º, por sua vez, faz referência aos direitos e deveres dos acompanhantes, e salienta-se aqui não só o dever de urbanidade, como o respeito pelas indicações dadas pelo profissional de saúde, quando devidamente fundamentadas.

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Mod.016_01 52. Mas, em especial, o direito do acompanhante a ser devidamente informado, em tempo

razoável, sobre a situação do doente, nas diferentes fases do atendimento.

53. Tal direito encontra como limite, quer “indicação expressa em contrário do doente”, quer “matéria reservada por segredo clínico” (alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 15.º). 54. Sendo certo que, nos termos do artigo 22.º da Lei n.º 15/2014, de 21 de março,

encontra-se ainda estabelecido o princípio da cooperação entre o acompanhante e os serviços, nos termos do qual “Os profissionais de saúde devem prestar ao acompanhante a conveniente informação e orientação para que este possa, se assim o entender, sob a supervisão daqueles, colaborar na prestação de cuidados à pessoa

internada.”.

III.4. Da análise da situação

55. A situação trazida ao conhecimento desta Entidade Reguladora visa alegadas irregularidades no que respeita ao acesso do utente, J.N., a cuidados de saúde de qualidade, bem como a falta de informação dos profissionais de saúde quanto ao estado de saúde do utente.

56. Situação que compete à ERS averiguar com detalhe, com o objetivo de esclarecer se foram prestados todos os cuidados de saúde, de acordo com os meios técnicos e humanos adequados, com a prontidão, correção, segurança e qualidade exigíveis àquele prestador, e bem assim prevenir a ocorrência de situações semelhantes.

57. Assim, importa apurar, no caso concreto, se houve eventualmente falhas no cumprimento:

(i) Dos procedimentos de “Prevenção da Infeção do Trato Urinário (ITU) do Doente

Algaliado” em vigor na ULSNA;

(ii) Da obrigação que impende sobre os prestadores de cuidados de saúde de prestar informação ao familiar designado para efeito do direito ao acompanhamento.

58. Com efeito, recorde-se que o parecer técnico de apreciação clínica elaborado pelo perito médico consultado pela ERS, refere que “Ainda que não dum modo absoluto, a IACS referida e causadora do falecimento do doente, foi determinada pela algaliação e provável falta ou exiguidade de cuidados na manutenção da mesma. O planeamento de enfermagem enviado refere a troca de cateter urinário cada 30 dias, o que não se

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Mod.016_01 59. Tendo sido identificados problemas que visam a “[…] aparente quebra de regras de segurança relativas ao controlo de infeção na algaliação bem como no cuidado com a algália durante o período em que o doente necessitou da mesma para controlo do

débito urinário”, bem como as “[…] queixas relacionadas com a falta de informação

parecem ter sido pertinentes neste caso”.

60. Nessa sequência, tendo ainda sido solicitado ao perito médico consultado pela ERS que se pronunciasse quanto ao procedimento/norma interna de “Prevenção da Infeção

do Trato Urinário (ITU) do Doente Algaliado” em vigor na ULSNA, o mesmo veio referir

que “A informação adicionada não acrescenta informação para alterar o parecer já emitido. Não fica esclarecida qual a periodicidade para mudar o sistema de algaliação

quando o material é de latex.”.

61. Assim sendo, é possível concluir que, não obstante a ULSNA possuir procedimentos de “Prevenção da Infeção do Trato Urinário (ITU) do Doente Algaliado”, segundo a análise do perito da ERS foram identificadas falhas que visam a “[…] aparente quebra de regras de segurança relativas ao controlo de infeção na algaliação bem como no cuidado com a algália durante o período em que o doente necessitou da mesma para

controlo do débito urinário”;

62. Designadamente, e conforme referido supra questiona-se o estabelecido no documento “Planeamento de enfermagem”, enviado pela ULSNA, quanto ao número de dias que uma algália deve permanecer sem ser mudada.

63. Pelo que importa igualmente garantir que a ULSNA adeque o seu comportamento de forma a assegurar que os procedimentos em vigor, in casu no que se refere “Prevenção da Infeção do Trato Urinário (ITU) do Doente Algaliado”, sejam aptos a garantir, de forma permanente, efetiva e em tempo útil, a prestação dos cuidados de saúde que se apresentem como necessários e adequados à satisfação das necessidades dos utentes.

64. Porquanto nenhuma vantagem se retira da existência de Procedimentos, nas mais diversas áreas de intervenção, se não se garantir, paralelamente, que os mesmos são efetivamente aplicados, em todos os momentos e em todas as dimensões da atuação dos prestadores, nos cuidados que prestam aos utentes;

65. Bem como que tais Procedimentos garantam a qualidade da prestação dos cuidados de saúde e os direitos e interesses legítimos dos utentes.

66. No que concerne à prestação de informação quanto ao estado de saúde do utente à família, a ULSNA apenas alega não ter sido negada qualquer informação, no entanto,

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Mod.016_01 não veio esclarecer quais os procedimentos empregues no caso concreto do utente em causa;

67. Nem sobre a adoção de eventuais medidas corretivas eventualmente adotadas na sequência da receção da referida reclamação.

68. Ora, a atuação do prestador, no contexto da informação à família do utente, não se compagina com a necessidade de salvaguarda do direito ao acompanhamento, seja em contexto de serviço de urgência, seja em contexto de subsequente internamento; 69. O que se reveste de particular acuidade quando estão em causa grupos etários com

menor capacidade de auto-regulação na articulação com familiares, e nas situações em que os utentes se encontrem particularmente fragilizados, quer pela sua idade ou condição clínica, quer pela situação de dependência em relação a terceiros.

70. Assim, torna-se premente que a ULSNA conforme a sua conduta com a necessidade de cumprimento da Lei n.º 15/2014, de 21 de março, no que especificamente se refere ao direito de acompanhamento dos utentes, e em especial do direito dos acompanhantes a serem devidamente informados, em tempo razoável, sobre a situação do doente, nas diferentes fases do atendimento e ao direito a que os cuidados de saúde sejam prestados humanamente e com respeito pela dignidade do utente. 71. Em face de todo o exposto, importa garantir a adoção da atuação regulatória infra

delineada.

IV.DA AUDIÊNCIA DE INTERESSADOS

72. A presente deliberação foi precedida de audiência escrita dos interessados, nos termos e para os efeitos do disposto no n.º 1 do artigo 122.º do Código de Procedimento Administrativo (CPA), aplicável ex vi da alínea a) do artigo 24.º dos Estatutos da ERS, tendo sido notificados para se pronunciarem relativamente ao projeto de deliberação da ERS, no prazo de 10 dias úteis, a ULSNA e a exponente A.N., em nome do utente J.N. 73. Decorrido o prazo concedido para a referida pronúncia, a ERS apenas rececionou, por

ofício recebido em 18 de outubro de 2017, a pronúncia da ULSNA. 74. A ULSNA pronunciou-se nos seguintes termos:

“[…]

2. Com efeito, o referido utente esteve internado, durante o ano de 2016, no Serviço de Medicina Ala Esquerda de 15 de março a 11 de abril, num total de 27 dias, e no

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Mod.016_01 Serviço de Medicina Ala Direita de 19 a 27 de abril, num total de 8 dias.

3. Durante os internamentos referidos esteve algaliado 2 vezes:

a) A primeira, no Serviço de Medicina Ala Esquerda em 5 de abril de 2016 e, quando teve alta para o domicilio em 11 de abril, não saiu algaliado. Quando desta algaliação, foi planeada mudança de algália para 30 dias após, no entanto a algália permaneceu colocada apenas 6 dias.

b) Voltou a ser algaliado no segundo internamento, em 19 de abril, sendo planeada a mudança de algália para 30 dias após, tendo o doente falecido em 27 de abril, pelo que a algália permaneceu colocada 8 dias. 4. As algálias de curta duração, existentes no Hospital de Santa Luzia de Elvas

(HSLE), são algálias de latex com revestimento de silicone, pelo que o tempo de permanência recomendado pelo fabricante é de 30 dias;

5. As normas de boas práticas, relativas à prevenção do trato urinário de doentes algaliados, recomendam a manutenção de circuito fechado, a redução de manipulações ao menor número possível e a permanência de cateter urinário pelo menor tempo possível, regras que a ULSNA procurou plasmar no seu PQ-04-GCL-PPCIRA – Prevenção de Infeção de Trato Urinário (ITU) do doente Algaliado;

6. Quanto ao vosso projeto de decisão, concernente ao acompanhamento do doente, no HSLE, existe Regulamento do Acompanhante do Doente Internado, em vigor desde 15 de setembro do ano 2000, mesmo antes da criação da ULSNA e da publicação da Lei n.º 16/2009, de 14 de setembro, respeitante ao “Acompanhamento familiar em internamento hospitalar”, que reconhece, no seu artigo 1.º, que “Todos os doentes têm direito a serem acompanhados por uma pessoa, familiar ou não, da sua escolha ou da pessoa legalmente responsável por ele, nos casos em que o doente não esteja capaz de escolher”, o qual se junta em anexo. Este primeiro regulamento previa a permanência do acompanhante entre as 15 e as 20 horas, posteriormente este período foi alargado para entre as 12 e as 20 horas.

7. Contudo o presente processo é entendido como uma oportunidade de melhoria e reconhece-se a pertinência das medidas recomendadas e que o Conselho de Administração da ULSNA irá determinar a sua implementação, a saber:

a) Revisão do PQ-04-GCL-PPCIRA – Prevenção de Infeção de Trato

Urinário (ITU) do doente Algaliado, com introdução de orientações precisas quanto ao tempo de permanência máximo aceitável, para troca,

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16

Mod.016_01 de acordo com o tipo de algália;

b) Verificação do cumprimento do Regulamento do Acompanhante de Doente Internado;

c) Emissão de Circular Normativa que promova o cumprimento da Lei n.º 15/2014, de 21 de março;

d) Supervisão do cumprimento, por todos os profissionais de saúde, do seu dever de prestação de informação e respeito pelo direito de informação

dos utentes do SNS ” – ofício de pronúncia da ULNA junto aos autos.

75. A ULSNA remete em anexo ao ofício de pronúncia, cópia do Regulamento do Acompanhante de Doente Internado do Hospital de Santa Luzia de Elvas.

76. Pelo que, analisados os elementos invocados em sede de audiência prévia pelo referido prestador, verifica-se, em síntese, que o mesmo não contestou nem o quadro factual nem o quadro jurídico apresentado pela ERS no seu projeto de deliberação, antes reconhecendo no referido projeto uma oportunidade de melhoria dos procedimentos existentes.

77. Pelo que uma vez mais cumpre reiterar que nenhuma vantagem se retira da existência de Procedimentos, nas mais diversas áreas de intervenção, se não se garantir, paralelamente, que os mesmos são efetivamente aplicados, em todos os momentos e em todas as dimensões da atuação dos prestadores, nos cuidados que prestam aos utentes;

78. Bem como que tais Procedimentos garantam a qualidade da prestação dos cuidados de saúde e os direitos e interesses legítimos dos utentes.

79. Assim, acolhido o facto de a ULSNA na sua pronúncia manifestar vontade de coadunar o seu comportamento, com a deliberação da ERS, demonstrado ter como objetivo dar cumprimento à instrução da ERS referindo, a propósito a intenção de proceder à revisão, bem como à verificação do cumprimento, dos seus Procedimentos internos supra analisados, alegando ademais ter a pretensão de emitir uma Circular Normativa que promova o cumprimento da Lei n.º 15/2014, de 21 de março e finalmente de garantir a supervisão do cumprimento, por todos os profissionais de saúde, do seu dever de prestação de informação e respeito pelo direito de informação dos utentes do SNS;

80. Considera-se necessária a manutenção da intervenção regulatória, tal como prevista no projeto de deliberação regularmente notificado, porquanto o prestador não

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Mod.016_01 apresenta prova documental do efetivo cumprimento das medidas a cuja implementação se propõe.

81. Assim, tudo visto e ponderado, conclui-se pela insusceptibilidade dos argumentos invocados infirmarem a decisão projetada, bem como pela desnecessidade de adoção de novas diligências instrutórias, pelo que a decisão projetada se mantém na integra

V. DECISÃO

82. Tudo visto e ponderado, o Conselho de Administração da ERS delibera, nos termos e para os efeitos do preceituado nas alíneas a) e b) do artigo 19.º e alínea a) do artigo 24.º dos Estatutos da ERS, aprovados pelo Decreto-Lei n.º 126/2014, de 22 de agosto, emitir uma instrução ao Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano, E.P.E no sentido de dever:

a) Atualizar e/ou introduzir as alterações tidas por adequadas no procedimento de “Prevenção da Infeção do Trato Urinário (ITU) do Doente Algaliado”, por forma a garantir, a todo o momento, que aquele é apto a assegurar de forma permanente e efetiva o direito a cuidados de saúde de qualidade, adequados e tecnicamente mais corretos;

b) Garantir, em permanência, o direito de acompanhamento do utente dos serviços de saúde, em especial no que se refere ao direito dos acompanhantes a serem devidamente informados, em tempo razoável, sobre a situação do doente, nas diferentes fases do atendimento, de acordo com as regras e orientações a cada momento aplicáveis, designadamente, de acordo com a Lei n.º 15/2014, de 21 de março;

c) Garantir em permanência, através da emissão e divulgação de ordens e orientações claras e precisas, que os procedimentos a adotar para cumprimento da presente instrução sejam corretamente seguidos e respeitados por todos profissionais de saúde;

d) Dar cumprimento imediato à presente instrução, bem como dar conhecimento à ERS, no prazo máximo de 30 dias úteis, após a notificação da presente deliberação, dos procedimentos adotados para o efeito.

83. A instrução ora emitida constitui decisão da ERS, sendo que a alínea b) do n.º 1 do artigo 61.º dos Estatutos da ERS, aprovados pelo Decreto-Lei n.º 126/2014, de 22 de agosto, configura como contraordenação punível, in casu com coima de 1000,00 EUR a 44 891,81 EUR, “[….] o desrespeito de norma ou de decisão da ERS que, no

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Mod.016_01 exercício dos seus poderes regulamentares, de supervisão ou sancionatórios, determinem qualquer obrigação ou proibição, previstos nos artigos 14º, 16º, 17º, 19º,

20º, 22º e 23º”.

Porto, 26 de outubro de 2017. O Conselho de Administração.

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