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OS ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE A HISTÓRIA DAS DISCIPLINAS ESCOLARES E ACADÊMICAS E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO BRASIL: BREVE REVISÃO DA LITERATURA

Eixo Temático 9: Formação de professores.

CASTRO, Rosane Michelli de. Professor assistente doutor. FFC-Unesp/Marília. rosanemichelli@marilia.unesp.br

REIS, Viviane Cássia Teixeira. Mestranda. FFC-Unesp/Marília. vivianereis@marilia.unesp.br

LIMA, Elieuza Aparecida de. Professor assistente doutor. FFC-Unesp/Marília. aelislima@ig.com.br

Introdução

Nesta comunicação, apresentamos resultados de um trabalho de revisão da literatura acerca dos estudos e pesquisas desenvolvidos por pesquisadores brasileiros sobre a história das disciplinas escolares e acadêmicas e suas contribuições para a formação de professores no Brasil.

Tal trabalho foi realizado no âmbito do grupo de pesquisa GP FORME – Formação do Educador, da FFC-Unesp/Marília1, junto ao qual se encontra em desenvolvimento um conjunto de pesquisas centradas em histórias de corpos de saberes considerados propriamente da didática ou das disciplinas de didática, em várias instituições de formação de professores no Brasil, entre 1827 e 2011.2

Nosso trabalho se impôs, frente a nossa necessidade de reunir estudos que pudessem ser tomados como representantes do conhecimento sistematizado sobre o assunto em questão, bem como de revisitar e situar nossas investigações nesse conjunto da produção, na expectativa de somarmos em contribuições para análise e interpretação dos aspectos que envolvem a formação de professores no Brasil.

Entretanto, devido aos limites deste texto, optamos por apresentarmos o objeto e ou objetivo central dos trabalhos e pesquisas encontradas e, ao final, apresentar, no

1 Grupo de pesquisa certificado pela Faculdade de Filosofia e Ciências – FFC – Unesp/Marília-SP e

cadastrado junto ao Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq.

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conjunto, fontes utilizadas para o alcance desses objetivos, quanto à sua natureza e tipologia.

Isso porque, acreditamos que tais trabalhos e pesquisas, ao evidenciarem as suas preocupações nas várias histórias das disciplinas e saberes escolares, evidenciam, igualmente e dentre outras preocupações, a de oferecer subsídios para uma melhor compreensão por parte dos professores, do papel dos contextos culturais na definição daquilo que deve ser ensinado na escola e, por outro lado, do papel da escola na produção e na reelaboração do conhecimento, principalmente mediante os vários processos didáticos, contribuindo assim, também para a formação professores no Brasil.

Segundo Vinão (2006), o campo de investigação sobre as disciplinas escolares se configura a partir dos anos de 1970 na Europa, com influência de autores como Ivor F. Goodson, André Chervel com os estudos do currículo. Representou um marco da História Cultural, ancorado na área de História da Educação, não só com estudos sobre currículo como também com estudos concernentes à história da cultura escolar, com influência de Dominique Julia e outros.

Uma das preocupações no âmbito da investigação sobre as disciplinas escolares é segundo Chervel (1990) pensar o seu objeto, “como as disciplinas funcionam”.

Segundo GATTI JR. (2009, p. 1), há “alguns traços comuns presentes em uma hermenêutica da História das disciplinas Escolares”:

[...] recusa de tratar à temática da disciplina escolar de modo prescritivo e a-histórico; esforço em abordar a temática de modo compreensivo; busca da compreensão dos usos sociais das disciplinas nos diferentes níveis de ensino. Para tanto, os pesquisadores têm determinado os lugares e os tempos em que à disciplina esteve presente nos currículos escolares; compreendido os processos que conferiram identidade as disciplinas ou a perceber as diferentes identidades que elas assumiram em diversificados lugares institucionais nas diversas temporalidades; apreendido a diversidade de perfis programáticos que as disciplinas possam ter assumido ao longo do tempo; percebido o perfil dos docentes que tem se dedicado ao ensino das disciplinas escolares; desvendado as marcas histórico-educativas que perpassam os materiais pedagógicos fundamentais no trabalho docente/discente, com centralidade nos manuais pedagógicos/livros didáticos.

Assim, com base em tais considerações, foi possível a realização de um primeiro trabalho de busca, localização, seleção e reunião de pesquisas desenvolvidas na área e que se preocupam ou têm como fontes: o currículo, a instituição, manuais e

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livros didáticos, programas, planos de ensino, relatos de experiências orais de professores, legislações entre outros. Tal trabalho foi realizado junto ao site do Google

Scholar (http://scholar.google.com.br/) e do Scielo

(http://www.scielo.org/php/index.php), em busca de publicações nos vários formatos: artigos, comunicações científicas, dissertações, teses e livros, cujos resultados apresento na sequência.

Desenvolvimento

Por meio de um primeiro trabalho de revisão da literatura sobre a temática, realizado por integrantes do grupo de pesquisa “GP Forme – Formação do Educador”, foi possível localizar alguns resultados dos primeiros trabalhos em História das disciplinas escolares.

Um dos primeiros artigos brasileiros denomina-se “História das disciplinas escolares: perspectivas de análise”, de Santos (1990). Publicado, igualmente, em 1990, o livro intitulado “Pátria, civilização e trabalho: o ensino de história nas escolas paulistas” (1917-1939), de Circe Maria Fernandes Bittencourt, foi considerado por nós, também como em Gatti Jr. (2009, p. 48), o resultado de um trabalho revelador de um pioneirismo em História das Disciplinas Escolares no Brasil. Também centrados em aspectos da História das Disciplinas Escolares no Brasil, ainda da década de 1990, foi possível recuperar os livros “Caminhos da história ensinada” (FONSECA, 1993), “Introdução à História da Educação Matemática” (MIORIM, 1998), “História do Ensino de História no Brasil” (MATTOS, 1998) e “Uma história da Matemática Escolar no Brasil (1730-1930)” (VALENTE, 2002).

A esses trabalhos seguiram-se outros3, constituindo o que se pode chamar de uma tendência de pesquisa em História das Disciplinas Escolar, os quais vêm sendo desenvolvido por pesquisadores brasileiros, sobretudo junto aos grupos de pesquisa, dentre os quais: grupo de pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul- MS-Brasil, coordenado por Eurize Caldas Pessanha; o do Núcleo de Estudos de Currículo (NEC), da Universidade Federal do Rio de Janeiro-RJ-Brasil, coordenado por Antônio Flavio Moreira; o do Centro de Documentação e Apoio à Pesquisa e História da Educação – CDAPH, da Universidade São Francisco, em Bragança

3 A propósito consultar Gatti Jr. (2009), em trabalho intitulado “A escrita brasileira recente no âmbito de

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Brasil, por meio do qual foram publicados resultados de alguns trabalhos sobre a temática, dentre eles o de Oliveira e Ranzi (2003), intitulado “História das disciplinas escolares no Brasil: contribuições para o debate”, o qual reúne trabalhos de importantes pesquisadores que têm se dedicado à temática, como os de Bittencourt (2003), intitulado “Disciplinas escolares: história e pesquisa”.

Em 1993, Souza publicou “A produção intelectual brasileira sobre currículo a partir dos anos 80”. Trata-se de uma síntese de um relatório de pesquisa de revisão bibliográfica sobre a produção intelectual brasileira no campo do currículo, no período compreendido entre 1980 e 1992.

Em 1995, Garcia (1995) defendeu tese de doutorado com a pesquisa O Campo da Didática no ensino Superior: Um enfoque sócio-hitórico, resultado de dissertação de Mestrado defendida em 1994, aborda a temática com olhar a partir do curso superior, propõe-se aqui o inverso pensar a Didática não como disciplina acadêmica consolidada, mas uma construção histórica.

Bittencourt, em 1998, no artigo “A CENP e a criação do currículo de História: a descontinuidade de um projeto educacional”, aborda, na apresentação escrita sob o título “As humanidades no ensino”, aspectos da “[...] construção da proposta curricular de História para o Estado de São Paulo, entre os anos de 1986 e 1992, e da relação que a Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (CENP) estabeleceu com o processo de confecção dessa proposta.” (p. 1). Nesse seu texto, Bittencourt traça uma pequena trajetória da História das disciplinas escolares, pautada nas teorizações de André Chervel e Marie-Madeleine Compère.

Em 2000, Souza, novamente, publica resultados das suas reflexões e investigações sobre currículo no artigo intitulado “A Inovação Educacional no século XIX: a construção do currículo da escola primária no Brasil”. Nesse artigo, a autora busca reconstituir aspectos do processo de renovação dos programas da escola primária no Brasil, a partir de 1870.

A pesquisa de Ferreira, Gomes e Lopes intitulada “Trajetória Histórica da disciplina escolar Ciências no Colégio de Aplicação da UFRJ” foi publicada em 2001, no formato de artigo de periódico, contendo aspectos da história da disciplina escolar Ciências no Colégio de Aplicação da UFRJ, desde o seu primeiro ano letivo, em 1949, até 1968.

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No II Congresso Brasileiro de História da Educação em 2002, Natal, Gaeta apresentou sua comunicação intitulada “Entre Rendas e Bordados: Memórias de uma disciplina escolar”, escrita com o objetivo de apresentar aspectos da disciplina “Trabalhos Manuais”, pautada nas teorizações de Chervel, Goodson e Julia.

Em 2003, Silva publicou o texto “Uma história das leituras para professores análise da produção e circulação de saberes especializados nos manuais pedagógicos (1930-1971). Segundo Silva (2003, p.29) “tais livros [eram] escritos para uso em escolas normais, durante aulas de disciplinas diretamente relacionadas a questões educacionais, a saber, pedagogia, didática, metodologia e prática de ensino.”

No ano de 2002, Mello apresenta sua dissertação de mestrado intitulada “História da disciplina Didática Geral em uma escola de formação de professores: (re)apropriação de discursos acadêmicos”, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, a qual teve como objetivo central “[...] investigar o currículo escrito da disciplina Didática Geral numa escola pública de formação de professores dos anos de 1980 e 1990.” (p.6).

Em 2003, Vidal e Faria Filho publicam o artigo “História da Educação no Brasil: a constituição histórica do campo (1880-1970)”, “[...] a partir de três pertencimentos: à tradição historiográfica do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil (IHGB); às escolas de formação para o magistério e à produção acadêmica entre os anos 1940 e 1970.”

Em 2004, Venturi e Gatti Jr., publicam o artigo “A construção Histórica da disciplina escolar Língua Portuguesa no Brasil”, com o objetivo de analisar “as mudanças e as permanências que os livros didáticos de Língua Portuguesa de autoria de Hermínio Sargentim, dos anos de 1974 e 1999, apresentam em relação ao ensino da disciplina na 5ª série do ensino fundamental.” (p.65).

Foi publicado, em 2004, por Valente, o artigo “Considerações sobre Matemática Escolar numa abordagem Histórica” com objetivo uma história da matemática escolar.

Em 2004, o artigo “Dois manuais de história para professores: histórias de sua produção”, de Munakata, é publicado com o objetivo de discutir aspectos da elaboração dos manuais em estudo, examinar as concepções sobre história e ensino de história e a produção didática sobre a temática.

Em 2005, Toledo publica o artigo intitulado “A Disciplina de História no Império Brasileiro” com o objetivo de analisar “[...] a mudança política ocorrida no

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Brasil no primeiro quarto do século XIX; a imagem de Nação construída a partir das referências históricas consideradas legítimas pelas elites imperiais; o tradicional Colégio Pedro II como modelo institucional do período”. (p. 1). Toledo, ainda em 2005, defendeu a tese intitulada: A disciplina de História no Paraná: Os Compêndios de História e a História ensinada, a qual teve como objetivo central a investigação da História como disciplina escolar, pautada nas teorizações de Chervel, Goodson e Julia.

Em 2005, Leite publicada o artigo “A forma escolar e a produção das disciplinas escolares como objeto de investigação sócio-histórica”, cuja preocupação central foi problematizar o conceito de forma escolar e sua relevância para investigação sobre história das disciplinas escolares.

Em 2007, Ern e Aires publicam o artigo “Contribuições da História das Disciplinas Escolares para a História do Ensino de Ciências”, com o objetivo de identificar especificidades do ensino de Ciências em Colégios Jesuítas do Sul do Brasil, para a construção de uma História.

Em 2007, durante a VII Jornada do HISTEDBR “O trabalho didático na história da educação”, Cardoso apresenta o texto “História das disciplinas escolares e cultura escolar: apontamentos para uma prática pedagógica”,como resultado da dissertação de mestrado apresentada em 2006 sob o título “O Ensino de História nas Séries Iniciais do Ensino de Primeiro Grau na Escola Estadual Maria Constança Barros Machado – 1977-200”, a qual enfoca conceitos de currículo, história das disciplinas e cultura escolar.

Em 2006, durante a reunião anual da ANPEd, realizada em Caxambu-MG, Toledo apresentou o texto “Interfaces do saber pedagógico: contribuições da História das disciplinas escolares para o campo da Didática”,com a hipótese de que “[...] para ponderar as tarefas e a fertilidade da Didática como produção de conhecimento científico, é necessário historicizar seu objeto, conteúdos e os lugares formativos.” (p. 1)

Durante o VI Congresso Luso-Brasileiro de História da Educação 2006, realizado em Uberlândia-MG, Filgueiras comunica o texto “O Livro Didático de Educação Moral e Cívica na Ditadura de 1964: a construção de uma disciplina.”

Em 2006, Gasparello, apresenta o texto “Traduções, apostilas e livros didáticos: ofícios e saberes na construção das disciplinas escolares”, durante o XII Encontro Regional de História ANPUH-RJ, intitulado “Usos do passado”. “O texto resulta de

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pesquisa na área da história das disciplinas escolares principalmente a disciplina História no currículo do ensino secundário no século XIX.” (p. 1).

Em 2007, no livro “A História da Educação em Portugal: balanço e perspectivas”, Pintassilgo publica o capítulo intitulado “História do currículo e das disciplinas escolares: balanço da investigação portuguesa”, o qual tem como objetivo “[...] fazer um balanço da produção portuguesa no âmbito da história das disciplinas escolares, servindo-se, para tal, como fontes, de um conjunto de dissertações de mestrado e de doutoramento elaboradas em Portugal sobre esta temática.” (p. 1).

Em 2007 é publicado o artigo de Ferreira “Investigando os rumos da disciplina escolar Ciências no Colégio Pedro II (1960-1970)”, o qual tem como objetivo analisar os mecanismos de estabilidade e de mudança curriculares produzidos em uma instituição escolar específica – o Colégio Pedro II –, que influenciaram os rumos da disciplina escolar Ciências ministrada no segundo segmento do Ensino Fundamental, durante as décadas de 1960 e 1970.

Em 2007, Schmidt e Garcia publicaram o artigo “Professores e Produção do Currículo: uma experiência na disciplina de História”, voltado para compreensão das possibilidades e dos limites da ação docente nas decisões e inovações curriculares.

Em 2008, Soares apresenta sua dissertação na Universidade Federal do Rio de Janeiro intitulada: “A disciplina escolar História: Identidades Sociais no currículo”.

Em 2010 foi publicado o artigo “As fontes da escola e a pesquisa em História da Educação: contribuições do acervo do Colégio Estadual do Paraná para o campo das disciplinas escolares”, de Ranzi e Gonçalves, com o objetivo de explicitar o processo de organização e transformação do Arquivo e analisar três pesquisas com fontes na mesma instituição.

Em 2010, Razzini publica o artigo “História da Disciplina Português na Escola Secundária Brasileira”.

Também em 2010, Gatti Jr e Borges publicam “O Ensino de História da Educação na Formação de Professores no Brasil atual”. “Trata-se da comunicação de resultados de pesquisa sobre a situação atual do ensino de História da Educação no Brasil, subsidiado pelo exame do percurso histórico da disciplina.” (p. 24)

Ainda em 2010, Nascimento e Nascimento publicam artigo “O lugar da História na Formação do Professor”, em que apresentam uma breve introdução à História da

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Educação, como uma disciplina que busca reconstruir o tempo histórico da educação, e Pietri publica o artigo “Constituição da disciplina curricular de língua Portuguesa”.

Em 2010, Cassab fez um mapeamento sobre a produção no campo de investigação da história das disciplinas, buscando identificar o que vem sendo produzido, as ênfases, lacunas e seus referenciais teóricos.

Em 2011, durante o VI Congresso de Pesquisa e Ensino de História da Educação em Minas Gerais, Guimarães apresentou resultados parciais da sua pesquisa sob o título “A História da Educação como disciplina escolar na formação de normalistas: Itinerário Histórico e Introdução nos Cursos Normais Mineiros”.

Em 2011, Bittencourt publica o artigo “Abordagens Históricas sobre a História Escolar”, com o objetivo de “[...] apresentar, a partir dos problemas colocados pelos pesquisadores, as pesquisas sobre a História da disciplina em seu percurso de escolarização.” (p. 83).

Em 2011, Gasparello publica o artigo “Uma Pedagogia Histórica: caminhos para uma história da disciplina escolar”, com o objetivo de discutir a contribuição dos historiadores franceses Charles-Victor Langlois e Charles Seignobos na constituição de uma pedagogia da história escolar no ensino secundário brasileiro.”(p. 105).

Recentemente, neste ano de 2013, Fonseca et. al, publicou o artigo “Panorama da produção brasileira em história do currículo e das disciplinas acadêmicas e escolares (2000-2010): entre a História da Educação e a Sociologia do Currículo”, artigo em que, ao reunir os estudos sobre o tema em questão, muitos dos quais aqui apresentados, busca “[...] caracterizar como têm se estabelecido os diálogos [entre os dois campos de pesquisa mencionados] e, em decorrência, afirma que tais campos têm disputado a autoridade para assumir os estudos sobre história das disciplinas acadêmicas e acadêmicas.

E, é no conjunto dessa produção, que vimos buscando situar nossas investigações, mediante o Programa e o Projeto de “A história da Didática em instituições de formação de professores no Brasil (1827-2011)”, cuja primeira fase (CASTRO, 2012), se encontra em desenvolvimento, com financiamento FAPEP.

Portanto, esperamos contribuir para o alargamento do campo sobre história das disciplinas escolares, por meio das nossas investigações que têm como objetivos: contribuir para identificar as abordagens referentes aos conhecimentos do corpo de

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conhecimento propriamente da Didática e das disciplinas de Didática nas várias instituições de formação de professores no Brasil; contribuir para a produção de uma história da Didática no Brasil que subsidie as reflexões e ações atuais, tanto na pesquisa quanto no ensino das disciplinas de Didática; subsidiar o desenvolvimento de outros projetos que no âmbito do projeto e do programa de pesquisa mencionados venham se desenvolver e, no limite, contribuir para uma história dos cursos de formação de professores no Brasil.

Breves Considerações finais

Como considerações finais, ainda que breves, temos que as pesquisas localizadas consideram que, para além de estudos legislativos, organizacionais, ou de demandas de escolarização e até mesmo de pensamento pedagógico das instituições, deve-se avançar para compreender a necessidade da identificação e análise das práticas que se materializam por meio das disciplinas, imprimindo nos agentes do processo pedagógico a identidade que torna tal instituição e decorrente formação diferentes.

Nesse sentido, para os trabalhos de análise e de interpretação cujos resultados encontram-se nos trabalhos mencionados, foi possível observar que foram recuperados, reunidos, selecionados e sistematizados dados e informações materializadas discursivamente em fontes manuscritas como em atas escolares, registros de professores diplomados nas várias escolas de formação e/ou fontes impressas, em especial, anais e anuários oficiais e não-oficiais, inquéritos, jornais, legislação, programas de ensino, revistas educacionais periódicas, bibliografia variada de e sobre as várias épocas, no formato de livros ou coletâneas e os livros escolares ou didáticos, tomados como cartilhas, quando direcionado à alfabetização, ou como manuais de ensino, “[...] quando do conhecimento das ciências ou da profissionalização adulta, na universidade. (LAJOLO; ZILBERMAN, 1999, p. 121).

Também, é possível afirmarmos que outras fontes viabilizaram os estudos mencionados e ainda viabilizam os trabalhos dos pesquisadores em História das Disciplinas Escolares, como as fontes decorrentes da oralidade, no formato de relatos, histórias de vida, depoimentos e entrevistas.

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Finalmente, é possível considerarmos que assim como afirmam os pesquisadores da história das disciplinas escolares, esse é um campo de pesquisa que vem se desenvolvendo principalmente por fornecer um olhar novo para a escola do passado, percebendo assim que a educação vai além das histórias dos ideários e dos discursos pedagógicos (BUFFA, 2002).

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