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Pratica Jurídica I 7 semestre. Aula 11 Divórcio

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Academic year: 2021

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1 Aula 11

Divórcio

Conceito: Divórcio é a dissolução de um casamento válido, ou seja, extinção do vínculo matrimonial, que se opera mediante sentença judicial, habilitando as pessoas a convolar novas núpcias. É uma permissão jurídica colocada à disposição dos consortes, logo nenhum efeito terá cláusula colocada em pacto antenupcial, em que os cônjuges assumam o compromisso de jamais de divorciarem. Após a EC 66, de 2010, colocou muitas discussões, vez que pelo texto da CF/88, teria , por uma interpretação sistemática das normas , revogado tacitamente o instituto da separação judicial, o que ainda não é pacifico em nossa jurisprudência.

Modalidades:

1.) Divórcio :

- Divórcio Consensual: Decorre do mútuo consentimento dos cônjuges , independentemente de qualquer prazo de separação de fato ( CF, art. 226, § 6º; Lei 6.515, art. 40, com redação da Lei n. 7841/89, art. 2º), seguindo o procedimento do CPC. Pode ser feito em Cartório conforme previsão do artigo 733 e parágrafos do NCPC.

- Divórcio Litigioso: É o que se apresenta quando pedido por um dos consortes, sem que tenha anuência expressa do outro para que tal fato se concretize. ( art 24 e segs da lei 6515/77).

3) Efeitos do divórcio:

- Dissolução do vínculo conjugal civil e cessação dos efeitos civis do casamento religioso inscrito no Registro Público (Lei n. 6.515, art. 24);

- Cessação dos deveres recíprocos dos cônjuges;

- Extinção do regime matrimonial, procedendo a partilha conforme o regime; - Possibilidade de novo casamento ao divorciando;

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2 - Inadmissibilidade de reconciliação (Lei n. 6.515, art. 33);

- Pedido de divórcio sem limitação numérica ( Lei nº 7.841/89, art. 3º); - Término do regime de separação de fato.

Competência :art 53 , I do NCPC:

a) Domicilio do guardião quando tiver filho incapaz;

b) Do ultimo domicilio di casal, caso não haja filho incapaz;

c) Do domicílio do réu , se nenhuma das partes residir no antigo endereço do casal.

Pedidos a serem formulados:

Decretação do divórcio com a expedição do mandado de averbação. Alimentos, tanto entre os cônjuges comopara os filhos.

Guarda dos filhos menores ou incapazes Arrolamento ePartilha dos bens

Modificação do nome dos cônjuges para que retornem a utilizar o nome de solteiro.

Valor da Causa: em caso de partilha de bens o valor dos bens partilhados deduzido às divida. Caso tenha pedido de alimentos, além do valor do patrimônio, deve seguir a regra geral do valor da causa para ações de alimentos, a saber, 12 vezes o valor da mensalidade.

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE DIVÓRCIO DIRETO LITIGIOSO. PARTILHA DE BENS. VALOR DA CAUSA. PROVEITO ECONÔMICO BUSCADO COM A DEMANDA. Tratando-se de ação que visa à decretação do divórcio e, também, à partilha dos bens adquiridos na constância do casamento, deve ser atribuído à ação valor correspondente ao patrimônio líquido do casal - ou seja, do valor dos bens deverá ser deduzido o montante das dívidas inequivocamente comuns - de maneira que o valor dacausa retrate, com a maior exatidão possível, o proveito econômico resultante da prestação da tutela jurisdicional. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº 70049547144, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sandra Brisolara Medeiros, Julgado em 20/06/2012)

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3 Principais alterações da ação de divórcio no novo CPC

Dentre uma das grandes inovações do CPC/2015 está a criação de um capitulo específico para tutelar as ações que versam sobre direito de família. Tais dispositivos não possuem qualquer referência no CPC/73.

Situação que vem causando discussão está no fato de que após a edição da EC 66, muitos juristas e a jurisprudência decretarem o fim da separação judicial, dizendo que tacitamente estariam revogados dispositivos do CC/02 e da Lei 6515/77 que tratava deste instituto.

Ocorre que o art. 693 do CPC/15 traz em seu texto a expressão “separação” o que traz novamente a baila tal discussão.

Outro ponto basilar foi a alteração da sistemática com relação a competência para julgamento de ações de divórcio. No CPC/73 o art 100, I dizia que seria o domicilio da mulher o local preferencial para ingresso de demandas que versam sobre divórcio. O CPC/15 estabeleceu que a ação de divórcio poderá ser proposta no domicilio do gaurdião do incapaz, no último domicilio do casal caso não haja filho incapaz, ou no domicilio do réu se nenhuma das partes residir no antigo domicilio do casal. Nota-se que tal dispositivo se adequou os termos da CF/88, e ainda deixou claro que sendo possível o casamento entre pessoas do mesmo sexo, não seria plausível manter na lei a preferência do domicilio da mulher.

Outro ponto relevante é o fato que o réu ser citado para essas ações sem receber a contrafé dos autos, determinando seu comparecimento à audiência de conciliação sem que tenha ciência dos pedidos que foram feitos pelo autor da ação. A intenção é amainar os ânimos para audiência de conciliação na tentativa de ter sucesso nesta audiência.

DAS AÇÕES DE FAMÍLIA

Art. 693. As normas deste Capítulo aplicam-se aos processos contenciosos de divórcio, separação, reconhecimento e extinção de união estável, guarda, visitação e filiação. Parágrafo único. A ação de alimentos e a que versar sobre interesse de criança ou de adolescente observarão o procedimento previsto em legislação específica, aplicando-se, no que couber, as disposições deste Capítulo.

Art. 694. Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a solução consensual da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de profissionais de outras áreas de conhecimento para a mediação e conciliação. Parágrafo único. A requerimento

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4 das partes, o juiz pode determinar a suspensão do processo enquanto os litigantes se submetem a mediação extrajudicial ou a atendimento multidisciplinar.

Art. 695. Recebida a petição inicial e, se for o caso, tomadas as providências referentes à tutela provisória, o juiz ordenará a citação do réu para comparecer à audiência de mediação e conciliação, observado o disposto no art. 694.

§ 1º O mandado de citação conterá apenas os dados necessários à audiência e deverá estar desacompanhado de cópia da petição inicial, assegurado ao réu o direito de examinar seu conteúdo a qualquer tempo.

§ 2º A citação ocorrerá com antecedência mínima de 15 (quinze) dias da data designada para a audiência.

§ 3º A citação será feita na pessoa do réu.

§ 4º Na audiência, as partes deverão estar acompanhadas de seus advogados ou de defensores públicos.

Art. 696. A audiência de mediação e conciliação poderá dividir-se em tantas sessões quantas sejam necessárias para viabilizar a solução consensual, sem prejuízo de providências jurisdicionais para evitar o perecimento do direito.

Art. 697. Não realizado o acordo, passarão a incidir, a partir de então, as normas do procedimento comum, observado o art. 335.

Art. 698. Nas ações de família, o Ministério Público somente intervirá quando houver interesse de incapaz e deverá ser ouvido previamente à homologação de acordo.

Art. 699. Quando o processo envolver discussão sobre fato relacionado a abuso ou a alienação parental, o juiz, ao tomar o depoimento do incapaz, deverá estar acompanhado por especialista.

Você Sabia?

Que em 2013 o CNJ aprovou uma resolução ( 175) autorizando o casamento homoafetivo.

RESOLUÇÃO Nº 175, DE 14 DE MAIO DE 2013 Dispõe sobre a habilitação, celebração de casamento civil, ou de conversão de união estável em casamento, entre pessoas de mesmo sexo. O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, no uso de suas atribuições constitucionais e regimentais, CONSIDERANDO a decisão do plenário do Conselho Nacional de Justiça, tomada no julgamento do Ato Normativo no 0002626-65.2013.2.00.0000, na 169ª Sessão

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5 Ordinária, realizada em 14 de maio de 2013; CONSIDERANDO que o Supremo Tribunal Federal, nos acórdãos prolatados em julgamento da ADPF 132/RJ e da ADI 4277/DF, reconheceu a inconstitucionalidade de distinção de tratamento legal às uniões estáveis constituídas por pessoas de mesmo sexo; CONSIDERANDO que as referidas decisões foram proferidas com eficácia vinculante à administração pública e aos demais órgãos do Poder Judiciário; CONSIDERANDO que o Superior Tribunal de Justiça, em julgamento do RESP 1.183.378/RS, decidiu inexistir óbices legais à celebração de casamento entre pessoas de mesmo sexo; CONSIDERANDO a competência do Conselho Nacional de Justiça, prevista no art. 103-B, da Constituição Federal de 1988; RESOLVE: Art. 1º É vedada às autoridades competentes a recusa de habilitação, celebração de casamento civil ou de conversão de união estável em casamento entre pessoas de mesmo sexo. Art. 2º A recusa prevista no artigo 1º implicará a imediata comunicação ao respectivo juiz corregedor para as providências cabíveis. Art. 3º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação. Ministro Joaquim Barbosa- Presidente Secretaria Geral

Questões para discussão

1. No atual panorama legislativo é possível fazer pedido judicial de separação judicial apenas? O pedido de conversão de separação em divórcio ainda deve respeitar o prazo de um ano? Explique e justifique.

2. Pelo que diz a legislação vigente é juridicamente possível ingressar com ação de divórcio para pessoas do mesmo sexo? Se sim qual seria o juízo competente? Se não qual a sua justificativa? Fundamente na legislação vigente.

Caso prático para sala de aula.

Benedita casou-se em Goiás com Waldir, em 18/12/1992. Desta união nasceram dois filhos, Marcio nascido em 05/12/1996, faz faculdade de jornalismo e Anastácia nascida em 09/09/2009, ainda está cursando o primeiro grau. Durante a constância do casamento adquiriram um automóvel que hoje vale R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais) , uma casa onde reside o casal no valor de R$ 155.000,00 ( cento e cinquenta e cinco mil reais), além de possuírem uma aplicação financeira que hoje possui R$ 500.000,00 ( quinhentos mil reais) . Waldir é importante jornalista em Goiânia e aufere uma renda média mensal de R$29.000,00 ( vinte e nove mil reais), sendo que é empregado antigo do Jornal do Povo , periódico que circula por todo estado onde mora. Benedita é dona de casa e nunca

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6 trabalhou, pois Waldir dizia que ela deveria ficar em casa cuidando das crianças. Há três dias, Benedita descobriu, por fotos postadas nas redes sociais, que Waldir possui um relacionamento extraconjugal, sendo que tais documentos revelam Waldir com outra moça em cenas intimas. O casal ainda reside na mesma casa.

Questão: Como advogado de Benedita, proponha a medida Judicial cabível para que ela possa extinguir o vinculo conjugal, partilhando os bens, e requerendo tudo o quanto for de direito para que sua dignidade seja preservada.

Referências

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