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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL CAMPUS DE PATOS-PB CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA MONOGRAFIA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

CAMPUS DE PATOS-PB

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

MONOGRAFIA

ISOERITRÓLISE NEONATAL EM POTRO

Juliana Freire Sampaio Aires

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

CAMPUS DE PATOS-PB

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

MONOGRAFIA

Isoeritrólise Neonatal em potro

Juliana freire Sampaio Aires Graduanda

Prof. Dr. Antônio Flávio Medeiros Dantas Orientador

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

CAMPUS DE PATOS-PB

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

JULIANA FREIRE SAMPAIO AIRES

Graduanda

Monografia submetida ao Curso de Medicina Veterinária como requisito parcial para obtenção do grau de Médico Veterinário.

ENTREGUE EM: .../.../... MÉDIA: ________

BANCA EXAMINADORA:

___________________________________________ _________ Prof. Dr. Antônio Flávio Medeiro Dantas Nota Orientador

___________________________________________ _________

M.V. MsC. Erick Platiní Ferreira Souto Nota Examinador I

____________________________________________ _________ M.V. Ismael Lira Borges Nota Examinador II

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO CSRT DA UFCG

A298i Aires, Juliana Freire Sampaio

Isoelitrólise neonatal em potro / Juliana Freire Sampaio Aires. – Patos, 2018.

22f.:il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Medicina Veterinária) – Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, 2018.

“Orientação: Prof. Dr. Antônio Flávio Medeiros Dantas .”

Referências.

1. Doença do potro. 2. Icterícia. 3. Anemia hemolítica. I. Título.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à Deus, aos animais que sempre despertaram em mim os melhores sentimentos, a minha família que é a minha base, em especial aos meus pais, Napoleão e Neuma.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, a toda minha família por todo apoio e incentivo, a minha avó Juliêta por ser um exemplo de mulher, forte, determinada, batalhadora e que sempre me motivou e apoiou com todo seu amor e carinho.

Aos meus pais que me deram todo suporte pra chegar aonde cheguei, ao meu pai Napoleão com quem aprendi o amor pelos animais desde criança, e a minha mãe Neuma por acreditar em mim no meu potencial e fazer tudo que estiver ao seu alcance pra me ver feliz.

As minhas irmãs Aliete e Sara por serem as melhores companhias e meu porto seguro.

Ao meu filho José Miguel que em tão pouco tempo de vida me fez forte pra concluir o curso e por ser uma das minhas maiores alegrias.

A todos os professores por facilitarem todo o aprendizado e por tornarem possível a realização desse sonho. Em especial ao meu orientador professor Flávio Dantas por toda paciência, e dedicação por ser um exemplo de profissional e pessoa.

A todos do laboratório de patologia animal por todo o conhecimento repassado e todo apoio, em especial a Platiní e Luana, por toda ajuda e paciência.

A todos os meus colegas e amigos por toda convivência, companhia e aprendizado na vida pessoal ou profissional.

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SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS...8 RESUMO ... 9 ABSTRACT ... 10 1 INTRODUÇÃO ... 11 2 REVISÃO DE LITERATURA ... 12 2.1 Epidemiologia ... 12 2.2 Etiopatogenia ... 12 2.3 Sinais Clínicos ... 13 2.4 Patologia Clínica ... 13 2.5 Achados Patológicos ... 14 2.6 Diagnóstico ... 14 2.7 Tratamento ... 14 2.8 Prevenção... 15 3 MATERIAL E METÓDOS ... 17 4 RESULTADOS ... 18 5 DISCUSSÃO ... 20 6 CONCLUSÃO ... 21 7 REFERÊNCIAS ... 22

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Isoeritrólise Neonatal em potro. A) Mucosa Ocular acentuadamente amarelada

(icterícia). B) Fígado e baço aumentados de tamanho (hepatoesplenomegalia). C) Fígado difusamente alaranjado, aumentado de tamanho e com bordos arredondados. D) Áreas

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AIRES, JULIANA FREIRE SAMPAIO. Isoelitrólise Neonatal em Potro. Patos, UFCG. 2018. 22p. (Trabalho de conclusão de curso de Medicina Veterinária)

RESUMO

A isoeritrólise neonatal é uma doença isoimune causada pela incompatibilidade sanguínea entre a mãe e o filho. Acomete mais frequentemente seres humanos e equinos, sendo considerada rara nas demais espécies. A doença ocorre quando as fêmeas, expostas ao sangue fetal incompatível, desenvolvem uma resposta imune. Os anticorpos produzidos são transferidos ao neonato através do colostro e desencadeiam um quadro agudo de anemia hemolítica. Objetivou-se com este trabalho relatar um caso de isoeritrólise neonatal em um potro, diagnosticado no Laboratório de Patologia Animal do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Patos, Paraíba. O caso ocorreu em um macho, neonato, Quarto de Milha, que apresentava respiração ofegante, taquipneia e mucosas ictéricas. Não foi possível instituir tratamento, pois o animal morreu vinte e cinco minutos após o atendimento clinico. Na necropsia, observou-se icterícia generalizada, fígado aumentado de volume e alaranjado, esplenomegalia e áreas avermelhadas irregulares na serosa do intestino grosso. No exame histopatológico, a lesão principal foi observada no fígado e caracterizava-se por difusa degeneração microvacular do citoplasma de hepatócitos, hepatomegalocitose, discreto infiltrado inflamatório, acúmulo de bile e hemossiderina. Sendo esse o primeiro caso diagnosticado na rotina do Hospital Veterinário da UFCG, devendo essa condição ser incluída no diagnóstico diferencial de anemias e morte em potros.

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AIRES, JULIANA FREIRE SAMPAIO. Neonatal Isoelitolysis in Foal. Patos, UFCG. 2018. 22p. (Work of conclusion of course of Veterinary Medicine)

ABSTRACT

Neonatal isoerythrolysis is an isoimune disease caused by blood incompatibility between mother and child. It more frequentlyaffects humans and horses, being considered rare in the other animal species. The disease occurs when females, exposed to incompatible fetal blood, develop an immune response. The antibodies produced are transferred to the neonate through colostrum and trigger an acute hemolytic anemia. The objective of this work is to report a case of neonatal isoerythrolysis in a foal, diagnosed at the Laboratory of Animal Pathology of the Veterinary Hospital of the Federal University of Campina Grande (UFCG), Patos, Paraíba. The case occurred in a male equine Quarter Horse, neonate, with respiratory difficult, tachypnea and icteric mucosa. It was not possible to institute treatment, because the animal died twenty five minutes after the clinical care. At necropsy were observed generalized jaundice, enlarged liver and orange, splenomegaly, and irregular reddish areas were observed in the serosa of the large intestine. In histopathological examination, the main lesion was observed in the liver and was characterized by diffuse microvacular degeneration of hepatocyte cytoplasm, hepatomegalocytosis, discrete inflammatory infiltrate, accumulation of bile and hemosiderin. This is the first case diagnosed in the routine of the Veterinary Hospital of the UFCG, and this condition should be included in the differential diagnosis of anemia and death in foals.

Key words: Foal disease, Jaundice, Hemolytic anemia.

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1 INTRODUÇÃO

Essa doença é uma reação de hipersensibilidade do tipo II, que acontece devido a incompatibilidade sanguínea entre a mãe e o potro. Como a placenta é do tipo epiteliocorial não há passagem dos anticorpos contra as hemácias do potro durante a gestação. O animal desenvolve anemia hemolítica através da ingestão do colostro de éguas previamente sensibilizada, por vacinas, transfusões sanguíneas ou de outras gestações, que produzem os anticorpos semanas antes do parto (TIZARD, 2014).

Isoeritrólise neonatal é uma doença que ocorre esporadicamente em potros, principalmente em animais de raças puras. Nos cavalos de linhagens indefinidas a prevalência é menor, variando de 0,05 a 2% dos potros. Em mulas que possuem uma diferença antigênica maior entre os progenitores, cerca de 8 a 10% dos filhotes podem ser acometidos (TIZARD, 2014). O neonato não apresenta problemas no momento do parto e nem alterações ao nascer. Os sinais e sintomas só se manifestam após a ingestão do colostro (SMITH, 2006).

Os sinais clínicos mais comuns são fraqueza e mucosas pálidas ou ictéricas, a depender da evolução clínica. O estado de debilidade do animal depende da quantidade de anticorpos ingeridos através do colostro, nas primeiras horas. Os animais evoluem rapidamente para a morte caso não sejam tratados.

A isoeritrólise é uma doença rara, de ocorrência esporádica e geralmente fatal, além de pouco conhecida e relatada na Paraíba. Assim, o objetivo deste trabalho é descrever um caso de isoeritrólise neonatal ocorrido em um potro, caracterizando seus aspectos epidemiológicos, clínicos e patológicos, a fim de conhecer as características da doença na nossa região e evitar perdas econômicas na equideocultura.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

A isoeritrólise neonatal, conhecida como doença hemolítica do recém-nascido ou eritroblastose fetal, é uma doença frequentemente relatada em humanos e equinos, rara em cães e gatos. Em bovinos ocorre após a premunição das fêmeas para anaplasmose e babesiose e em suínos ocorre com o uso da vacina para peste suína clássica (FIGHERA; GRAÇA, 2014).

2.1 Epidemiologia

A doença hemolítica do recém-nascido é relativamente comum em potros, mulas e principalmente em animais de linhagens puras. Os equinos possuem os seguintes grupos sanguíneos (EAA, EAC, EAD, EAK, EAP, EAQ e EAU), os principais grupos sanguíneos envolvidos na doença hemolítica do recém-nascido são grupo Aa e Qa. O Qa causa uma resposta mais branda e de início lento (TIZARD, 2014). O risco de éguas serem sensibilizadas contra os antígenos agressores mais comuns tem suas porcentagens variadas entre raças, dependendo da frequência do gene envolvido em cada população. A doença também pode ocorrer durante a primeira prenhez, apesar ser mais comum em potros da segunda gestação. (SMITH, 2006).

2.2 Etiopatogenia

As causas da anemia hemolítica podem ser tóxicas, infecciosas e imunológicas. A doença resulta da destruição dos eritrócitos da circulação na corrente sanguínea. A enfermidade é a caracterizada pela icterícia, detectada através alteração da coloração das mucosas, por nível de bilirrubina no sangue, hemoglobinemia e hemoglobinúria (JONES, 2003).

As anemias imunohemolíticas ocorrem de duas formas: uma isoimune e outra imune idiopática; as duas se caracterizam por apresentarem na superfície dos eritrócitos anticorpos. A Isoimune ocorre através do vazamento de eritrócitos do feto que são estranhos à mãe e são passados da placenta para circulação sanguínea, que vai desencadear uma resposta imune. Os anticorpos são transferidos quando os neonatos ingerem o colostro, desenvolvendo a anemia de horas a dias. (JONES, 2003).

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A isoeritrólise neonatal equina é uma hipersensibilidade do tipo II causada pela incompatibilidade sanguínea entre mãe e feto, adquiridos através da ingestão do colostro com anticorpos contra os eritrócitos do potro, que culmina com uma anemia hemolítica e icterícia, perda está que a medula não consegue suprir, levando a falta de oxigenação dos órgãos vitais por consequência o óbito do animal. (MOURA et al; 2013).

Essa condição ocorre quando fêmeas são sensibilizadas por transfusões incompatíveis ou por extravasamento de eritrócitos fetais da placenta para a circulação sanguínea durante a gestação, ou prenhez prévia. Para que a enfermidade aconteça, o potro deve herdar um antígeno eritrocitário de seu pai que seja ausente em sua mãe; tem que haver uma resposta da mãe estimulada mais de uma vez por gestação repetidas ou hemorragias transplacentárias e a ingestão do colostro.

2.3 Sinais Clínicos

De acordo com Rossi (2009) Os sinais clínicos da isoeritrólise neonatal são classificados em hiperagudos, agudos ou subagudos, o quadro hiperagudo que ocorre primeiras horas após o nascimento, nessa é observada a hemoglobinúria e palidez. A intensidade da sintomatologia depende da quantidade de colostro absorvida pelo neonato. (CORBELLA, 1991).

Alguns potros apresentam a doença entre 6 e 8 horas, podendo ocorrer também no período de 12 a 48 horas ou até 5 dias. Os primeiros sintomas são fraqueza e depressão, mucosas pálidas e podem apresentar icterícia, alguns potros entram em choque e morrem antes de desenvolver icterícia (TIZARD, 2014). Com a progressão da doença a respiração torna-se rápida e superficial, seguida por dispneia, os potros podem apresentar bocejos repetidos. E a sua frequência cardíaca é elevada (SMITH, 2006).

Os potros que sobrevivem 48 horas comumente apresentam icterícia das mucosas. Devido da falta de oxigenação, podem convulsionar ou entrar em coma. As mortes são decorrentes de falência hepática, lesões cerebrais e septicemia (TIZARD, 2014).

2.4 Patologia Clínica

Os neonatos acometidos apresentam-se anêmicos. Os indicadores de concentração sanguínea de eritrócitos apresentam declínio significativo. O hematócrito

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pode apresentar valores entre 13% e 19%, podendo chegar a 5%. A hemoglobinemia e hemoglobinúria podem estar presentes. Os níveis de bilirrubina vão estar aumentados devido à destruição acelerada de hemácias, podendo apresentar também trombocitopenia, principalmente potros muares (SMITH, 2006).

A hemoglobinemia é evidente macroscopicamente, o plasma ou o soro encontra-se tingido de rosa, como consequência da hemólise intravascular (FRY; McGAVIN, 2013). Embora não seja comum, a hemoglobinúria é patognomônica em potros recém-nascido (TIZARD, 2014).

2.5 Achados Patológicos

A nível macroscópico são encontradas as seguintes alterações: mucosas pálidas ou icterícas, esplenomegalia e hepatomegalia (THRALL, 2006). Microscopicamente, no fígado observa-se degeneração e necrose de hepatócitos, colestase intracanalicular e intra-hepática. Nos rins nefrose tubular isquêmica, além de hemossiderina nos casos hiperagudos (ROSSI, 2009).

2.6 Diagnóstico

O diagnostico é baseado nos sinais clínicos e histórico, animal fraco nas primeiras horas de vida, com mucosas pálidas, e a égua com histórico de mais de uma prenhez (THOMASSIAN, 2005).

Quantidades significativas de anticorpos no colostro da égua, com antígenos contra os eritrócitos do potro, confirmam o diagnóstico de isoeritrólise neonatal, através dos testes de hemólise e do teste de aglutinação. O teste de hemólise é mais confiável na detecção dos anticorpos agressores. Também pode ser utilizado o teste antiglobulina direta e indireta através da presença de anticorpos no soro da égua (SMITH, 2006).

2.7 Tratamento

A conduta a ser tomada no tratamento vai depender da sintomatologia apresentada pelo neonato, dependendo da severidade da destruição eritrocitária, que esta relacionada à quantidade de colostro ingerida e quantidade de anticorpos contidas nele (THOMASSIAN, 2005).

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Deve ser evitado o estresse do animal e o exercício limitado. Potros acometidos possuem menor tolerância ao exercício, se forem submetidos ao mesmo podem colapsar e morrer (SMITH, 2006).

Se os sinais forem brandos, deve-se administrar colostro de uma égua doadora. Casos mais severos necessitam de transfusão sanguínea com a compatibilidade devidamente testada, a oxigênioterapia também pode servir de suporte, utilização de corticoides paraprevenir que o animal entre em choque, e antibióticoterapia prevenindo a sepse (THOMASSIAN, 2005).

Também pode utilizar as hemácias lavadas da égua genitora, que deve ser removido através da lavagem, uma quantidade de 6 a 8 litros, utilizando como anticoagulante dextrose-citrato-ácido ou citrato sódico, a separação é feito com uma centrífuga, o método da sedimentação é menos indicado por ser lento e não eliminar todos os antígenos agressores. Quando não for possível esse procedimento com as hemácias da progenitora, como geralmente a tipagem sanguínea não é possível em tempo hábil, uma boa escolha são doadores previamente identificados, como sendo Aa-, Qa- e livre de aloanticorpos, pois a maioria dos casos de isoeritrólise estão ligados a estes dois antígenos (SMITH,2006).

O prognóstico depende do número de anticorpos ingeridos, do grau de anemia, do tempo de aparecimento dos sinais. Em alguns casos peragudos os animais vem a óbito antes de ser instituído a terapia de suporte, ou transfusão (SMITH, 2006).

2.8 Prevenção

Uma das medidas preventivas é testar o sangue do potro, antes da ingestão do colostro, principalmente animais de raças puras, filhos de éguas com mais de uma cria. A doença pode ser prevenida evitando administração de colostro da mãe durante as primeiras 36 horas para o potro que se desconfie da doença hemolítica (TIZARD, 2014).

Atualmente estão disponíveis diversas estratégias para prevenir esta enfermidade, como identificar éguas com antígenos Aa e Qa, as éguas negativas para estes antígenos podem produzir anticorpos contra eles e por isso é considerada de risco, outra possibilidade é realizar o cruzamento entre éguas de risco e garanhões que também sejam negativos, quando o cruzamento for desconhecido ou incompatível , o soro da égua deve ser avaliado 30 dias antes do parto, se for detectado anticorpos

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hemácias, deve ser feita a análise do colostro antes de ser administrado ao potro (SMITH, 2006).

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3 MATERIAL E METÓDOS

Foi realizado um estudo retrospectivo, analítico descritivo onde foram revisados os protocolos de necropsias de equinos realizadas no Laboratório de Patologia Animal do Hospital Veterinário do Centro de Saúde e Tecnologia Rural da Universidade Federal de Campina Grande (LPA/HV/CSTR/UFCG), no período de janeiro de 2007 a dezembro de 2016, em busca de casos confirmados de isoeritrólise neonatal em potros.

Constatou-se apenas um caso do qual foi obtido, informações referentes à epidemiologia (idade, sexo, raça, época do ano e procedência do animal), sinais clínicos, alterações macroscópicas e histológicas. Foram resgatados ainda os registros fotográficos.

Buscou-se o material fixado em formol tamponado a 10% e os blocos de parafina, arquivados no LPA, para confecção das lâminas. Todas as lâminas foram processadas rotineiramente e coradas pela Hematoxilina e Eosina (HE), para a descrição histológica. Após a confecção as lâminas foram revisadas e posteriormente foi realizada a descrição das alterações clínicas e os achados macroscópicos e microscópicos do caso.

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4 RESULTADOS

No dia doze de setembro de 2013 foi recebido no Laboratório de Patologia Animal do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande (LPA-HV-UFCG) um potro neonato, macho, da raça Quarto de Milha, encaminhado por um médico veterinário. O animal havia sido atendido em uma propriedade na zona rural de Patos, Paraíba, apresentando decúbito lateral, mucosas ictéricas, respiração ofegante, taquipnéia, morrendo vinte e cinco minutos após o exame clínico.

Na necropsia, observou-se estado corporal regular e mucosas oculares (Figura 1A) e tecido subcutâneo ictéricos.); baço levemente aumentado de volume (esplenomegalia) (Figura 1B); Observou-se ainda, fígado difusamente alaranjado, hepatomegalia e com bordos arredondados (Figura 1: B,C) bexiga repleta de urina vermelho-enegrecida; e áreas multifocais avermelhadas na serosa do intestino delgado (Figura 1D).

Figura 1: Isoeritrólise Neonatal equina. A) Mucosa ocular acentuadamente amarelada

(icterícia). B) Fígado e baço aumentados de tamanho( Hepatoesplenomegalia). C) Fígado difusamente alaranjado, aumentado de tamanho e com bordos arredondados. D) Áreas multifocais avermelhadas na superfície serosa do intestino delgado.

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Histologicamente, observou-se no fígado difusa degeneração microvacuolar de hepatócitos, alguns hepatócitos aumentados (hepatomegalocitose); ocasionais áreas aleatórias de necrose individual de hepatócitos; discreto infiltrado inflamatório

constituído por neutrófilos e com ocasionais plasmócitos e linfócitos,

predominantemente nas áreas de perda de hepatócitos, mas visto também nos espaços sinusoides (leucocitostase); moderada proliferação de ductos biliares nas tríades portais; acúmulo de bile intra-hepatocitária e intracanalicular (bilestase); acúmulo de hemossiderina no citoplasma das células de Kupffer; e moderada congestão vascular e hemorragia em meio aos cordões de hepatócitos. Nos demais órgãos não se observaram alterações significativas.

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5 DISCUSSÃO

O diagnóstico de isoeritrólise neonatal foi estabelecido com base nos achados epidemiológicos, clínicos e anatomopatológicos. Segundo Tizard (2014), os potros acometidos nascem saudáveis, mas adoecem algumas horas após a ingestão do colostro. A doença se apresenta entre 12 e 48 horas de vida, podendo ocorrer em até 5 dias após o nascimento. Nesse caso especificamente, não foi possível identificar essas informações, pois não foram descritas no laudo de necropsia.

Os sinais clínicos descritos nesse caso foram semelhantes aos observados por Smith (2006), caracterizados por letargia progressiva e fraqueza, em casos agudos as mucosas apresentam palidez inicial, e posteriormente icterícia, a respiração torna-se rápida e superficial. Essas manifestações clínicas são decorrentes do quadro de hemólise, consequentemente levando a dificuldade respiratória pela hemólise excessiva e hiperbilirrubinemia, que se manifesta com icterícia, dependendo da evolução clínica, como visto nesse caso.

O animal do relato de caso já foi atendido no estágio bem avançado da doença em que já apresentava icterícia.

A esplenomegalia ocorre devido à hemólise e o grande sequestro de hemácias pelo baço (FRY; McGAVIN, 2013). E a hepatomegalia se dá pela grande quantidade de bilirrubina que sobrecarrega a capacidade do fígado (CULLEN; BROWN, 2013).

Outras doenças que causam anemia no neonato são anemia hemolítica imunomediada sem isoeritrólise neonatal, úlcera gástrica, rompimento de cisto ovariano, anemia de doença crônica associada a infecções, piroplamose e anemia infecciosa equina. Além de outras doenças de neonatos que também fazem parte do diagnóstico diferencial a angústia respiratória por causas não pulmonares, taquipnéia idiopática (MADDIGAN, 2006).

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6 CONCLUSÃO

A isoeritrólise neonatal ocorre esporadicamente em potros neonatos necropsiados no Laboratório de Patologia Animal da UFCG, caracterizada por distúrbios respiratórios e hemolíticos.

Essa enfermidade deve ser incluída como diagnóstico diferencial das outras causas de anemia e outras afecções em potros que também apresentem alterações respiratórias e hemolíticas.

Relatos como esse contribuem para o diagnóstico precoce, sendo possível instituir o tratamento e reestabelecer a saúde do animal, diminuindo assim o número de óbitos causados por essa enfermidade.

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7 REFERÊNCIAS

CANISSO, I. F.; SOUZA, F. A.; PALHARES, M. S. Isoeritrólise Neonatal Equídea. Revista

Brasileira de Medicina Equina, São Paulo, ano 3, n 18, p 30-36, ago 2008.

CORBELLA, E. Periodo neonatal, fase crítica para los potros. Mundo Ganadero, n. 9, p. 30-35, 1991. Disponível em:

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CULLEN, J. M. ; BROWN, D. L. Sistema Hepatobiliar e Pâncreas Exócrino. In: ZACHARY, J. F.; McGAVIN, M. D. Bases da patologia em veterinária. 5. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

FIGHERA, R. A.; GRAÇA, D. L. Sistema Hematopoiético. In: SANTOS, R. L.; ALESSI, A. C.

Patologia Veterinária. São Paulo: Roca, 2014.

FRY,M.M.; McGAVIN, M. D. Medula óssea , Células sanguíneas e sistema linfático. In: ZACHARY, J. F.; McGAVIN, M. D. Bases da patologia em veterinária. 5. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

JONES, T. C.; HUNT, R. D.; KING, N. W. Patologia Veterinária. 6. ed. São Paulo: Manole, 2003.

MADER, R. P. Isoeritrólise Neonatal. TCC Online, 2004. Disponível em:

<http://tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/ISOERITROLISE-NEONATAL.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2016.

MADIGAN, J. E. Manifestações de Doenças no Neonato. In: SMITH,B.P. Medicina interna de Grandes Animais. 3. ed. Barueri, São Paulo: Manole, 2006.

MOURA, R.; NUNES, A.; ARAPIRACA, K.; BITENCOURT, V.; FIGUEIREDO, T. Isoeritrolise neonatal equina – Relato de caso. In: SIMPÓSIO BAIANO DE MEDICINA EQUINA, 1., 2013, Salvador. Anais... Bahia: UFBA, 2013. p. 61.

ROSSI, L. S. Isoeritrólise neonatal equina. Repositório UNESP, 2009. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/120882>. Acesso em: 19 jul. 2016.

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Clínica Veterinária. Tradução José Jurandir Fagliari e Diogo Escuta Fagliari. São Paulo: Roca,

2006. Cap. 8, p. 89-109.

TIZARD, I. R. Antígenos Eritrocitários e Hipersensibilidade Tipo 2. In: TIZARD, I. R.

Imunologia Veterinária. Tradução Luciana Medina e Mateus D. Luchese. 9. ed. Rio de

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