Composição da avifauna
na porção sul do rio
Jacaré-Pepira, Ibitinga,
São Paulo
Helena Ansanello Koury1,3,
Rafael Martos-Martins1 &
Reginaldo José Donatelli2
Resumo. A área de proteção de Ibi-tinga foi criada para preservar o ecos-sistema formado pelo reservatório da usina hidrelétrica Ibitinga, com 68.900 ha. O presente trabalho buscou avaliar a riqueza de aves que ocorrem no ecos-sistema próximo à área da barragem da usina de Ibitinga, na região da foz do rio Jacaré-Pepira. Foi utilizado o méto-do de transecto. Os daméto-dos foram coleta-dos no rio Jacaré-Pepira e em um frag-mento de área circundante ao longo do rio, entre janeiro e junho de 2012, perí-odo que incluiu três meses de enchente e três de seca. Ao todo, 133 espécies de aves foram registradas, sendo que 38 são dependentes de áreas úmidas. Dessas espécies, oito estão listadas como ameaçadas de extinção no estado de São Paulo: Busarellus nigricollis,
Heliornis fulica, Herpsilochmus longirostris, Crotophaga major, Thalurania furcata, Campephilus robustus, Ama-zona aestiva, e Agelasticus cyanopus. Para compensar a perda de habitat, aves muitas vezes podem ocupar as zo-nas úmidas artificiais, cuja gestão correta pode contribuir para a conservação. Portanto, o número de espécies, assim como a presença de aves ameaçadas, destaca a importância da área de estudo visando a conservação da avifauna. Palavras-chave: espécies ameaçadas, categorias alimen-tares, usina hidrelétrica, área de proteção.
Abstract. The Ibitinga protection area was created to pre-serve the ecosystem formed by the dam of the Ibitinga hydroelectric power plant, with 68,900 ha. The present work sought to evaluate the bird richness that occur in the ecosystem of the Jacaré-Pepira river, near the dam area of the plant. The transect method was used. The data were collected in the Jacaré-Pepira river and in a forest frag-ment along the river between January and June 2012, a period that included three months of floods and three of drought. In all, 133 bird species were recorded, of which 38 are dependent on wetlands. Of these species, eight are
listed as endangered in the state of São Paulo: Busarellus nigricollis, Heliornis fulica, Herpsilochmus longirostris, Crotophaga major, Thalurania furcata, Campephilus ro-bustus, Amazona aestiva, and Agelasticus cyanopus. To compensate for the loss of habitat, birds can often occupy the artificial wetlands, whose proper management can con-tribute to conservation. Therefore, the number of species, as well as the presence of endangered birds, highlights the importance of the study area for bird conservation.
Key words: endangered species, food categories, hydro-electric plant, protection area.
Introdução
A diversidade ambiental do estado de São Paulo, com seus vários tipos de vegetação distintos, é responsável por abrigar aproximadamente 40% das espécies da avifauna brasileira (Silva 1998). Surpreendentemente, quase um quarto da avifauna do estado também ocorre em ambientes que foram fortemente modificados, como áreas de agricul-tura, reflorestamento, represas e até cidades (Silva 1998). Para manter e proteger as áreas naturais remanescentes dos biomas brasileiros, várias áreas protegidas foram criadas.
ISSN 1981-8874
9 7 7 1 9 8 1 8 8 7 0 0 3 00207
Figura 1. Área de estudo mostrando a APA de Ibitinga, a área urbana de Ibitinga e a usina hidrelétrica do município.
No estado de São Paulo, essas áreas atualmente totalizam aproximadamente 1,5 milhões de hectares (Fundação Flo-restal 2018).
As usinas hidrelétricas são responsáveis por gerar apro-ximadamente 16% energia elétrica consumida no mundo e são foco de governos que buscam energia limpa (IHA 2015). A construção de represas hidrelétricas poderá le-var globalmente à fragmentação de um quarto dos 120 grandes sistemas fluviais atualmente classificados como de fluxo livre na América do Sul (Zarfl et al. 2014). As barragens alteram a hidrologia do rio e isso pode afetar negativamente a fauna desses locais, especialmente os animais dependentes das áreas úmidas. Devido à grande perda de habitat, aves aquáticas vêm ocupando habitat artificiais, como a área em questão, cujo manejo correto pode contribuir para sua conservação, bem como com-pensar o efeito negativo causado pela implantação de barragens (Ma et al. 2004, Acosta et al. 2010, Sebastián--González & Green 2016).
A Área de Proteção Ambiental (APA) de Ibitinga é uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável criada para preservar o ecossistema formado pelo reservatório da usi-na hidrelétrica da cidade. A unidade de conservação ocupa uma área de 68.900 ha e engloba os rios Jacaré-Pepira, São Lourenço, Jacaré-Guaçu, Ribeirão dos Porcos e os afluen-tes do rio Tietê (Souza & Sammarco 2013). O rio Jacaré--Pepira, considerado um dos rios mais bem preservados do
estado de São Paulo, começa na fronteira dos municípios de Brotas e São Pedro, na Serra de Itaqueri (SP) e termina no rio Tietê, no município de Ibitinga. Em sua extensão, o rio atravessa cadeias de montanhas, prados e cerrado, até Ibitinga, onde chega a uma região pantanosa devido à área de cheia da represa da usina hidrelétrica, conhecida como Pantaninho, que possui alta diversidade de vida selvagem (Souza & Sammarco 2013).
A preocupação com a preservação dos ecossistemas aquáticos associados ao rio Jacaré-Pepira motivou o tra-balho sobre a composição química da água e sedimentos do reservatório da planta (Vieira et al. 2002), a flora e a fitossociologia da floresta pantanosa da bacia (Almeida et al. 1999) e as populações de aves nas matas ciliares na re-gião da nascente do rio Jacaré-Pepira (Almeida et al. 1999, Cavarzere & Arantes 2016). Portanto, o presente trabalho buscou avaliar a riqueza de aves presente no ecossistema do rio Jacaré-Pepira próximo à represa da usina hidrelétri-ca, na porção sul desse rio.
Material e métodos Área de estudo
A área de estudo está localizada no município de Ibi-tinga (21°45.16’S, 48°49.44’W), no estado de São Paulo (Figura 1). Na APA de Ibitinga, com 68.900 ha, a 491 m de altitude, ocorrem alguns tipos de vegetação, como floresta estacional semidecidual e manchas de cerrado. De acordo
Figura 2. Aves registradas no Rio Jacaré-Pepira. A. Aramides cajaneus. B. Nycticorax nycticorax. C. Polioptila dumicola. D. Ardea cocoi. E. Fluvicola nengeta. F. Campephilus robustus. G. Mesembrinibis cayennensis. H. Aramus guarauna. I. Nannopterum brasilianus. J. Chloroceryle amazona. K. Busarellus
com a classificação de Köppen, o clima é subtropical úmi-do, com estações úmidas (outubro-março) e secas (abril--setembro). O rio apresenta áreas de inundação em suas margens, com proliferação de aguapés (Eichhornia spp.) e taboas (Typha sp.) que servem de refúgio para peixes, mo-luscos e artrópodes, atraindo grande diversidade de aves. Coleta de dados
O método de transecção foi usado de acordo com Bibby (2000). Os dados foram coletados na região da foz do rio Jacaré-Pepira, em uma região conhecida como “Pantani-nho” (distante aproximadamente 30km da usina de Ibitin-ga) e em uma área de fragmento circundante (aproxima-damente 15 ha) ao longo do rio, entre janeiro e junho de 2012, período que incluiu três meses de inundações e três de seca. As coletas foram realizadas das 6:00 h às 9:00 h, sendo um esforço amostral total de 18 horas. Para rea-lização das amostragens, foi utilizado um barco a motor. A nomenclatura e ordem sistemática das espécies seguiu Piacentini et al. (2016).
Utilizamos o índice de frequência de ocorrência (FO) ex-presso em porcentagem, segundo Vielliard & Silva (1990). Por meio destes valores, as espécies foram classificadas como residentes (FO foi igual ou maior que 60%); prová-veis residentes (FO de 33% a 59%) e ocasionais (FO até 33%) (adaptado de Mendonça-Lima & Fontana 2000). A proposta de Motta-Junior (1990) foi utilizada para definir as categorias alimentares das aves no Pantaninho.
Resultados
No total, 133 espécies de aves foram registradas, per-tencentes a 18 ordens e 43 famílias, das quais 25 perten-ciam aos não-Passeriformes (56%), e 18 pertenperten-ciam a Pas-seriformes (44%) (Tabela 1, Figuras 2 e 3). As famílias com mais representantes foram Ardeidae (12,5%), seguido por Columbidae e Psittacidae, ambas com 9,37%, e Acci-pitridae e Falconidae, ambas com 6,25%. Dentre os Pas-seriformes, as famílias com mais representantes foram os Tyrannidae (29,31%), seguidos pelos Thraupidae (17,24%) e Thamnophilidae (8,62%). Dentre todas aves registradas, 38 espécies são consideradas aves aquáticas (Sick 1997).
De acordo com a frequência de ocorrência, aproximada-mente 37% (N= 50) das espécies registradas foram classi-ficadas como prováveis residentes. O restante se dividiu equilibradamente entre os status residente e ocasional, sendo 31% de cada (41 e 42 espécies).
Em relação às categorias alimentares, as aves insetívoras representaram 39% das espécies. Das aves remanescentes, aproximadamente 21% são carnívoros, 17% frugívoros, 17% onívoros e 5% nectarívoros; apenas uma espécie per-tence à categoria detritívora (Coragyps atratus).
Outras oito apresentam interesse conservacionista para o estado de São Paulo, divididas em quatro categorias, sendo 5 dessas espécies propriamente ameaçadas: Busarellus ni-gricollis e Heliornis fulica classificadas como criticamente ameaçadas de extinção; Herpsilochmus longirostris como ameaçados de extinção; Crotophaga major e Thalurania furcata como vulneráveis; e três espécies que precisam de atenção, classificadas como quase ameaçadas, sendo elas: Campephilus robustus, Amazona aestiva e Agelasti-cus cyanopus (Bressan et al. 2009). Nenhuma das espécies
consta como ameaçada a nível nacional (ICMBIO 2016) ou internacional (IUCN 2018).
Discussão
Almeida et al. (1999) registraram um número diferente de espécies de aves em dois fragmentos de mata na região onde nasce o rio Jacaré-Pepira, aproximadamente 100 km distante da usina hidrelétrica: 130 espécies no fragmento Santa Elisa (Brotas, São Paulo, 37 ha) e 151 no Morro Chato (Dourado, São Paulo, 27 ha). Cavarzere & Aran-tes (2016) em um estudo de longo prazo das aves em uma área de cerrado próxima ao rio Jacaré-Pepira encontraram 184 espécies. Nota-se que as menores áreas citadas (Morro Chato e o presente estudo) apresentaram riquezas seme-lhantes às áreas maiores (Santa Elisa e área de cerrado), levando-se em conta o tempo de amostragem. Isso prova-velmente ocorre pela proximidade das margens do rio nas duas áreas menores, onde as aves aquáticas se empoleiram e outras espécies buscam recursos, fazendo com que haja uma riqueza de espécies considerável apesar do tamanho reduzido.
A maior riqueza de insetívoros em relação às aves que se alimentam de outros recursos alimentares na área es-tudada ocorre porque essas aves costumam habitar bordas de florestas, áreas abertas e estratos superiores de árvores (Willis 1979, Piratteli & Pereira 2002, Ribon et al. 2003). A alta porcentagem de aves insetívoras registradas é pa-drão para habitat tropicais (Sick 1997), mas a maioria não é especialista. Segundo Sigrist (2006), essas aves conso-mem uma dieta mista em certas épocas do ano, quando o suprimento de insetos diminui e os frutos se tornam mais abundantes.
Já os frugívoros de grande porte podem se tornar escas-sos ou abandonar uma área devido à redução do suprimen-to de alimensuprimen-tos. Estas aves são dependentes de diferen-tes espécies de árvores, estando a perda de habitat e as mudanças na qualidade do ecossistema por trás da perda dessas espécies (MacArthur et al. 1972), que são de gran-de importância ecológica na dispersão e recrutamento da comunidade de plantas (Howe & Smallwood 1982, Chap-man & ChapChap-man 1995). Os carnívoros, no entanto, com-preendem uma grande porcentagem das espécies aquáticas, o que pode ser explicado pela predação de peixes ao longo do rio Jacaré-Pepira. Almeida et al. (1999) encontraram o mesmo padrão de distribuição de hábito alimentar na re-gião da nascente do rio Jacaré-Pepira.
Comparando os resultados obtidos em relação às aves aquáticas neste estudo com outras áreas, podemos observar riquezas semelhantes. Faria et al. (2006) em um fragmen-to de 605 ha de mata secundária encontraram 37 espécies aquáticas em Santa Bárbara (MG), Schunck et al. (2016) registraram 39 espécies em uma área de 128 ha em Embu--Guaçu (SP), Tavares & Siciliano (2004), 46 espécies em uma lagoa costeira de 400 ha em Quissamã (RJ). Robinson (2017) encontrou 72 aves aquáticas no sistema “Várzeas do Tanquã” (SP), que apresenta uma planície de inunda-ção de 2.400 ha, com um número significativo de espécies migratórias e ameaçadas. Esses estudos corroboram com o presente, mostrando a importância desse tipo de área para a conservação das aves.
Figura 3. Aves registradas no Rio Jacaré-Pepira. A. Euphonia chlorotica. B. Piaya cayana. C. Phaethornis pretrei. D. Thalurania glaucopis. E. Eupsittula aurea. F. Athene
cunicularia. G. Trogon surrucura. H. Guira guira. I. Pyrocephalus rubinus. J. Cairina moschata. K. Emberizoides herbicola. L. Donacobius atricapilla. M. Galbula
Conclusão
Pudemos observar uma riqueza de aves considerável na área de estudo em um curto período de tempo, que pode ser explicada pela heterogeneidade ambiental, bem como por sua localização ao longo de uma importante cadeia hídrica. Apesar de se tratar de um habitat artificial, os resultados obtidos ressaltam a importância dessa área para a conser-vação de aves, principalmente das espécies dependentes de áreas úmidas, além de salientar a necessidade da criação de uma área de proteção ambiental, bem como de planos de manejo para preservação da mesma.
Agradecimentos
Somos gratos à Duratex e à Fundibio pelo apoio à pes-quisa. Agradecemos também ao Sr. José, o piloto do barco que nos levou através do rio Jacaré-Pepira, sem o qual este trabalho não poderia ter sido realizado.
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1Unesp - Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho”, Programa de pós-graduação em Zoologia, Instituto de Biociências,
CEP 18618-689, Botucatu, São Paulo, Brasil.
2Unesp - Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho”, Faculdade de Ciências, Departamento de Ciências Biológicas, CEP 17033-360, Bauru, São Paulo, Brasil.
Tabela 1. Aves registradas ao longo do rio Jacaré-Pepira e no fragmento adjacente entre janeiro e junho de 2012. FO: fre-quência de ocorrência; categoria alimentar (C.A.): CAR – carnívoro, DET – detritívoro, FRU – frugívoro, INS – insetívoro, NEC – nectarívoro, ONI – onívoro; criticamente ameaçada (CR); em perigo (EN); vulnerável (VU); quase ameaçada (QA); * = aves
aquáticas/dependente de áreas úmidas.
Táxon FO% C.A.
ANSERIFORMES Anatidae
Dendrocygna autumnalis * 33,33 CAR
Cairina moschata * 33,33 CAR
Amazonetta brasiliensis * 33,33 CAR
SULIFORMES Phalacrocoracidae
Nannopterum brasilianus * 66,66 CAR
Anhingidae
Anhinga anhinga * 16,66 CAR
PELECANIFORMES Ardeidae
Ardea alba * 50 CAR
Ardea cocoi * 100 CAR
Bubulcus ibis * 33,33 CAR
Egretta thula * 33,33 CAR
Syrigma sibilatrix * 16,66 INS
Pilherodius pileatus * 33,33 CAR
Butorides striata * 50 CAR
Nycticorax nycticorax * 33,33 CAR
Tigrisoma lineatum * 66,66 CAR
Threskiornithidae
Mesembrinibis cayennensis * 50 ONI
Plegadis chihi * 33,33 ONI
CATHARTIFORMES Cathartidae
Coragyps atratus 66,66 DET
ACCIPITRIFORMES Accipitridae
Rostrhamus sociabilis * 50 CAR
Busarellus nigricollis * CR 16,66 CAR
Ictinia plumbea 16,66 CAR
Rupornis magnirostris 100 CAR
GRUIFORMES Aramidae
Aramus guarauna * 66,66 CAR
Rallidae
Mustelirallus albicollis * 50 ONI
Porphyrio martinicus * 16,66 ONI
Pardirallus nigricans * 33,33 ONI
Aramides cajaneus * 33,33 ONI
Gallinula galeata * 33,33 ONI
Heliornithidae
Heliornis fulica * CR 50 ONI
CHARADRIIFORMES Charadriidae
Vanellus chilensis 100 ONI
Táxon FO% C.A.
Jacanidae
Jacana jacana * 66,66 CAR
COLUMBIFORMES Columbidae
Patagioenas picazuro 100 FRU
Patagioenas cayennensis 66,66 FRU
Zenaida auriculata 100 FRU
Columbina talpacoti 50 FRU
Columbina squammata 16,66 FRU
Leptotila verreauxi 66,66 FRU
CUCULIFORMES Cuculidae
Coccyzus americanus 16,66 INS
Piaya cayana 16,66 ONI
Crotophaga major VU 33,33 INS
Crotophaga ani 100 INS
Guira guira 33,33 INS
Tapera naevia 66,66 INS
Dromococcyx pavoninus 33,33 CAR
STRIGIFORMES Strigidae
Athene cunicularia 50 CAR
APODIFORMES Trochilidae
Phaethornis pretrei 33,33 NEC
Anthracothorax nigricollis 16,66 NEC
Chlorostilbon lucidus 33,33 NEC
Thalurania furcata VU 16,66 NEC
Thalurania glaucopis 16,66 NEC
Hylocharis chrysura 66,66 NEC
TROGONIFORMES Trogonidae
Trogon surrucura 16,66 ONI
CORACIIFORMES Alcedinidae
Megaceryle torquata * 83,33 CAR
Chloroceryle amazona * 66,66 CAR
Chloroceryle americana * 33,33 CAR
Momotidae
Baryphthengus ruficapillus 16,66 INS
GALBULIFORMES Galbulidae
Galbula ruficauda * 100 INS
PICIFORMES Ramphastidae
Táxon FO% C.A. Picidae
Picumnus albosquamatus 83,33 INS
Melanerpes candidus 16,66 INS
Veniliornis passerinus 16,66 INS
Colaptes melanochloros 16,66 INS
Colaptes campestris 16,66 INS
Dryocopus lineatus 16,66 INS
Campephilus robustus QA 16,66 INS
CARIAMIFORMES Cariamidae
Cariama cristata 83,33 CAR
FALCONIFORMES Falconidae
Caracara plancus 100 CAR
Milvago chimachima 33,33 CAR
Herpetotheres cachinnans 16,66 CAR
Micrastur semitorquatus 16,66 CAR
PSITTACIFORMES Psittacidae
Eupsittula aurea 66,66 FRU
Psittacara leucophthalmus 66,66 FRU
Brotogeris chiriri 100 FRU
Forpus xanthopterygius 50 FRU
Pionus maximiliani 33,33 FRU
Amazona aestiva QA 50 FRU
PASSERIFORMES Thamnophilidae
Taraba major 50 INS
Thamnophilus doliatus 66,66 INS
Thamnophilus caerulescens 33,33 INS
Herpsilochmus longirostris EN 16,66 INS
Dysithamnus mentalis 16,66 INS
Dendrocolaptidae
Dendrocolaptes platyrostris 16,66 INS
Lepidocolaptes angustirostris 33,33 INS
Furnariidae
Furnarius rufus 66,66 INS
Synallaxis frontalis 16,66 INS
Certhiaxis cinnamomeus * 16,66 INS
Tityridae
Pachyramphus polychopterus 16,66 ONI
Rhynchocyclidae
Hemitriccus margaritaceiventer 16,66 INS
Todirostrum cinereum 50 INS
Tyrannidae
Camptostoma obsoletum 66,66 INS
Elaenia flavogaster 66,66 ONI
Myiophobus fasciatus 66,66 INS
Lathrotriccus euleri 16,66 INS
Pyrocephalus rubinus 16,66 INS
Fluvicola nengeta * 50 INS
Táxon FO% C.A.
Machetornis rixosa 50 INS
Arundinicola leucocephala * 33,33 INS
Gubernetes yetapa * 100 INS
Satrapa icterophrys 33,33 INS
Myiarchus ferox 100 INS
Pitangus sulphuratus 100 INS
Philohydor lictor * 100 INS
Megarynchus pitangua 33,33 INS
Myiodynastes maculatus 16,66 INS
Tyrannus melancholicus 100 INS
Tyrannus savana 16,66 ONI
Vireonidae
Cyclarhis gujanensis 83,33 INS
Hirundinidae
Progne chalybea 16,66 INS
Pygochelidon cyanoleuca 33,33 INS
Stelgidopteryx ruficollis 100 INS
Troglodytidae
Troglodytes musculus 16,66 INS
Donacobiidae
Donacobius atricapilla * 100 INS
Polioptilidae
Polioptila dumicola 16,66 INS
Turdidae
Turdus leucomelas 83,33 ONI
Turdus amaurochalinus 16,66 ONI
Mimidae
Mimus saturninus 50 ONI
Parulidae
Myiothlypis flaveola 16,66 INS
Geothlypis aequinoctialis 50 INS
Icteridae
Agelasticus cyanopus * QA 50 ONI
Icterus pyrrhopterus 33,33 ONI
Pseudoleistes guirahuro * 50 ONI
Thraupidae
Coereba flaveola 33,33 NEC
Nemosia pileata 50 FRU
Ramphocelus carbo 100 FRU
Tangara sayaca 33,33 FRU
Tangara cayana 33,33 FRU
Emberizoides herbicola 16,66 FRU
Volatinia jacarina 16,66 FRU
Sporophila lineola 16,66 ONI
Sporophila caerulescens 16,66 ONI
Paroaria capitata 100 FRU
Passerellidae
Zonotrichia capensis 16,66 FRU
Ammodramus humeralis 33,33 FRU
Fringillidae