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Direito Civil - Família e Sucessões - Resumo Para Provas

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Direito de Família - Civil V - Resumo para Provas

Direito de Família - Civil V - Resumo para Provas

O Direito de família

O Direito de família é o que mais sofre influência da doutrina e da jurisprudência. Também sofre influência dos costumes e é o que mais sofre influência da doutrina e da jurisprudência. Também sofre influência dos costumes e das mudanças da sociedade. T

das mudanças da sociedade. Tem influência de em influência de todos os instituttodos os institutos e dos os e dos princípios consprincípios constitucionais e existe um fenômentitucionais e existe um fenômeno dao da constitucion

constitucionalização do alização do direito civil.direito civil. Direito de Família:

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 bem como unidos por todos os modos de constituição de família. Regula também os institutos da tutela e da

 bem como unidos por todos os modos de constituição de família. Regula também os institutos da tutela e da curatela.curatela. Direito de Família – Civil V – Resumo para Provas

Direito de Família – Civil V – Resumo para Provas Princípios constitucionais norteadores do Direito de

Princípios constitucionais norteadores do Direito de Família:Família:

1º) Princípio da dignidade da pessoa humana

1º) Princípio da dignidade da pessoa humana – art. 1º, III CR/88: esse princípio é uma cláusula geral, serve para tudo. – art. 1º, III CR/88: esse princípio é uma cláusula geral, serve para tudo. Dignidade é o que a pessoa humana tem de ter para viver e exercer sua cidadania. Abrange afeto, bem estar, respeito, saúde, Dignidade é o que a pessoa humana tem de ter para viver e exercer sua cidadania. Abrange afeto, bem estar, respeito, saúde, desenvolvimen

desenvolvimento, to, patrimônio.patrimônio.

2º) Princípio da solidariedade familiar

2º) Princípio da solidariedade familiar – art.  – art. 227 e 227 e 230 CR/88: estabelece 230 CR/88: estabelece um dever um dever da família, da família, da sociedade e da sociedade e do Estado.do Estado. Estabelece uma solidariedade entre os parentes.

Estabelece uma solidariedade entre os parentes.

3º) Princípio da pluralidade das entidades familiares

3º) Princípio da pluralidade das entidades familiares – art. 226 CR/88: O Estado tem de proteger a família em todas as – art. 226 CR/88: O Estado tem de proteger a família em todas as suas modalidades por meio de normas.

suas modalidades por meio de normas. As principais instituições sociais são: 1)

As principais instituições sociais são: 1) Família; Família;2)2)Instituições de ensino;Instituições de ensino; 3)3) Instituição religiosa; Instituição religiosa; 4)4) Instituição jurídica; Instituição jurídica; 5)

5) Instituição econômica; Instituição econômica; 6)6) Instituição política; Instituição política;

A Família faz parte do primeiro grupo social que pertencemos, é o tipo de grupo social que tem a composição em variados A Família faz parte do primeiro grupo social que pertencemos, é o tipo de grupo social que tem a composição em variados aspectos que se variam de acordo com o tempo e o espaço. Estas variações podem estar relacionadas quanto ao tipo de aspectos que se variam de acordo com o tempo e o espaço. Estas variações podem estar relacionadas quanto ao tipo de família e autoridade ou quanto à forma de casamento, por exemplo.

família e autoridade ou quanto à forma de casamento, por exemplo. 3.1 Família matrimonial

3.1 Família matrimonial – originada pelo casamento civil. É o mais solene, deve observar os requisitos do art. 1514 CC. – originada pelo casamento civil. É o mais solene, deve observar os requisitos do art. 1514 CC.  Na

 Na CR/88 CR/88 está está no no art. art. 226, 226, p. p. 1º 1º e e 2º. 2º. VVide ide t/b t/b art. art. 1535 1535 CC. CC. O O casamento casamento tem tem de de ser ser realizado realizado com com portas portas abertas. abertas. OsOs impedimentos são de ordem pública.

impedimentos são de ordem pública. 3.2. Família informal

3.2. Família informal – formada por meio da união estável, prevista nos artigos 1723 CC e seguintes e no art. 226, p. 3º – formada por meio da união estável, prevista nos artigos 1723 CC e seguintes e no art. 226, p. 3º CR/88.

CR/88.

Para construir a união estável a lei exige diversidade de sexo (está superado). A união estável é caracterizada pela Para construir a união estável a lei exige diversidade de sexo (está superado). A união estável é caracterizada pela convivência pública, porém não carece de coabitação e nem de filhos. É formada com o objetivo de um assistir o outro convivência pública, porém não carece de coabitação e nem de filhos. É formada com o objetivo de um assistir o outro (ajuda moral, material). Não carece de contrato e nem de prazo. Não precisa de formalidade. “Provando”, surgem todos os (ajuda moral, material). Não carece de contrato e nem de prazo. Não precisa de formalidade. “Provando”, surgem todos os direitos e deveres.

direitos e deveres.

Existe contrato de namoro, para ratificar que se trata apenas de namoro para não gerar efeitos de união estável. Namoro é Existe contrato de namoro, para ratificar que se trata apenas de namoro para não gerar efeitos de união estável. Namoro é um fato social, que é diferente de união estável.

um fato social, que é diferente de união estável.

3.3. Família

3.3. Família monoparentalmonoparental – p. 4º do art. 226 CR/88. É a mãe solteira ou pai solteiro + filhos. Ou seja: genitor + prole. – p. 4º do art. 226 CR/88. É a mãe solteira ou pai solteiro + filhos. Ou seja: genitor + prole. 3.4 Família homoafetiva

3.4 Família homoafetiva  – reconhecida pelo STJ por analogia em 2007. Reconhecida pelo STF em 2012. Há  – reconhecida pelo STJ por analogia em 2007. Reconhecida pelo STF em 2012. Há  jurisprudência

 jurisprudência. . As pessoas não querem ficar à margem da As pessoas não querem ficar à margem da lei.lei. 3.5. Família

3.5. Família socioafetivasocioafetiva – ainda não há legislação. Se justifica pelo elemento afeto. Exemplo, entre padrasto e enteado. – ainda não há legislação. Se justifica pelo elemento afeto. Exemplo, entre padrasto e enteado. 4º) Princípio da isonomia entre cônjuges

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 bem como unidos por todos os modos de constituição de família. Regula também os institutos da tutela e da

 bem como unidos por todos os modos de constituição de família. Regula também os institutos da tutela e da curatela.curatela. Direito de Família – Civil V – Resumo para Provas

Direito de Família – Civil V – Resumo para Provas Princípios constitucionais norteadores do Direito de

Princípios constitucionais norteadores do Direito de Família:Família:

1º) Princípio da dignidade da pessoa humana

1º) Princípio da dignidade da pessoa humana – art. 1º, III CR/88: esse princípio é uma cláusula geral, serve para tudo. – art. 1º, III CR/88: esse princípio é uma cláusula geral, serve para tudo. Dignidade é o que a pessoa humana tem de ter para viver e exercer sua cidadania. Abrange afeto, bem estar, respeito, saúde, Dignidade é o que a pessoa humana tem de ter para viver e exercer sua cidadania. Abrange afeto, bem estar, respeito, saúde, desenvolvimen

desenvolvimento, to, patrimônio.patrimônio.

2º) Princípio da solidariedade familiar

2º) Princípio da solidariedade familiar – art.  – art. 227 e 227 e 230 CR/88: estabelece 230 CR/88: estabelece um dever um dever da família, da família, da sociedade e da sociedade e do Estado.do Estado. Estabelece uma solidariedade entre os parentes.

Estabelece uma solidariedade entre os parentes.

3º) Princípio da pluralidade das entidades familiares

3º) Princípio da pluralidade das entidades familiares – art. 226 CR/88: O Estado tem de proteger a família em todas as – art. 226 CR/88: O Estado tem de proteger a família em todas as suas modalidades por meio de normas.

suas modalidades por meio de normas. As principais instituições sociais são: 1)

As principais instituições sociais são: 1) Família; Família;2)2)Instituições de ensino;Instituições de ensino; 3)3) Instituição religiosa; Instituição religiosa; 4)4) Instituição jurídica; Instituição jurídica; 5)

5) Instituição econômica; Instituição econômica; 6)6) Instituição política; Instituição política;

A Família faz parte do primeiro grupo social que pertencemos, é o tipo de grupo social que tem a composição em variados A Família faz parte do primeiro grupo social que pertencemos, é o tipo de grupo social que tem a composição em variados aspectos que se variam de acordo com o tempo e o espaço. Estas variações podem estar relacionadas quanto ao tipo de aspectos que se variam de acordo com o tempo e o espaço. Estas variações podem estar relacionadas quanto ao tipo de família e autoridade ou quanto à forma de casamento, por exemplo.

família e autoridade ou quanto à forma de casamento, por exemplo. 3.1 Família matrimonial

3.1 Família matrimonial – originada pelo casamento civil. É o mais solene, deve observar os requisitos do art. 1514 CC. – originada pelo casamento civil. É o mais solene, deve observar os requisitos do art. 1514 CC.  Na

 Na CR/88 CR/88 está está no no art. art. 226, 226, p. p. 1º 1º e e 2º. 2º. VVide ide t/b t/b art. art. 1535 1535 CC. CC. O O casamento casamento tem tem de de ser ser realizado realizado com com portas portas abertas. abertas. OsOs impedimentos são de ordem pública.

impedimentos são de ordem pública. 3.2. Família informal

3.2. Família informal – formada por meio da união estável, prevista nos artigos 1723 CC e seguintes e no art. 226, p. 3º – formada por meio da união estável, prevista nos artigos 1723 CC e seguintes e no art. 226, p. 3º CR/88.

CR/88.

Para construir a união estável a lei exige diversidade de sexo (está superado). A união estável é caracterizada pela Para construir a união estável a lei exige diversidade de sexo (está superado). A união estável é caracterizada pela convivência pública, porém não carece de coabitação e nem de filhos. É formada com o objetivo de um assistir o outro convivência pública, porém não carece de coabitação e nem de filhos. É formada com o objetivo de um assistir o outro (ajuda moral, material). Não carece de contrato e nem de prazo. Não precisa de formalidade. “Provando”, surgem todos os (ajuda moral, material). Não carece de contrato e nem de prazo. Não precisa de formalidade. “Provando”, surgem todos os direitos e deveres.

direitos e deveres.

Existe contrato de namoro, para ratificar que se trata apenas de namoro para não gerar efeitos de união estável. Namoro é Existe contrato de namoro, para ratificar que se trata apenas de namoro para não gerar efeitos de união estável. Namoro é um fato social, que é diferente de união estável.

um fato social, que é diferente de união estável.

3.3. Família

3.3. Família monoparentalmonoparental – p. 4º do art. 226 CR/88. É a mãe solteira ou pai solteiro + filhos. Ou seja: genitor + prole. – p. 4º do art. 226 CR/88. É a mãe solteira ou pai solteiro + filhos. Ou seja: genitor + prole. 3.4 Família homoafetiva

3.4 Família homoafetiva  – reconhecida pelo STJ por analogia em 2007. Reconhecida pelo STF em 2012. Há  – reconhecida pelo STJ por analogia em 2007. Reconhecida pelo STF em 2012. Há  jurisprudência

 jurisprudência. . As pessoas não querem ficar à margem da As pessoas não querem ficar à margem da lei.lei. 3.5. Família

3.5. Família socioafetivasocioafetiva – ainda não há legislação. Se justifica pelo elemento afeto. Exemplo, entre padrasto e enteado. – ainda não há legislação. Se justifica pelo elemento afeto. Exemplo, entre padrasto e enteado. 4º) Princípio da isonomia entre cônjuges

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5º) Princípio da isonomia entre filhos

5º) Princípio da isonomia entre filhos –  – art. art. 227, 227, p. p. 6º 6º CR/88. CR/88. Antes Antes da da CR/88 CR/88 havia havia diferenças diferenças entre entre filhos filhos legítimos,legítimos, filhos adotados e filhos fora do casamento. A partir da CR/88 todos os filho

filhos adotados e filhos fora do casamento. A partir da CR/88 todos os filhos s tem os mesmos direitos e qualificações. Art.tem os mesmos direitos e qualificações. Art. 1596 e 1799, CC e p. 4º do art. 1800 CC).

1596 e 1799, CC e p. 4º do art. 1800 CC). 6º) Pri

6º) Princípio do ncípio do melhor melhor interesse interesse da criançda criança e a e do adolesdo adolescentecente – art. 227 CR/88. É uma cláusula geral de proteção da – art. 227 CR/88. É uma cláusula geral de proteção da criança e do adolescente. Se aplica em razão do caso concreto.

criança e do adolescente. Se aplica em razão do caso concreto.

7º) Princípio da paternidade responsável e do livre planejamento familiar

7º) Princípio da paternidade responsável e do livre planejamento familiar – art. 226, p. 7º CR/88. Junto com o livre – art. 226, p. 7º CR/88. Junto com o livre  planejamento, vem o dever da paternidade responsável.

 planejamento, vem o dever da paternidade responsável. 8º) Princípio da monogamia

8º) Princípio da monogamia – há controvérsia se a monogamia é ou não um princípio – art. 1521, VI CC trás um rol de – há controvérsia se a monogamia é ou não um princípio – art. 1521, VI CC trás um rol de impedimentos para o casamento e Art 1723, p. 1º CC

impedimentos para o casamento e Art 1723, p. 1º CC

SSeparação de fatoeparação de fato = não convive mais com o cônjuge, mas não se separou oficialmente. A lei permite união estável em = não convive mais com o cônjuge, mas não se separou oficialmente. A lei permite união estável em  paralelo a um casamento.

 paralelo a um casamento.

Direito de Família – Civil V – Resumo para Provas Direito de Família – Civil V – Resumo para Provas Evolução do Conceito de

Evolução do Conceito de Família:Família:

Histórica e juridicamente, a sociedade alicerçou-se na tríade sexo, casamento e família, moralizando o comportamento Histórica e juridicamente, a sociedade alicerçou-se na tríade sexo, casamento e família, moralizando o comportamento humano, como se, por meio de ficção legal, houvesse a possibilidade de somente reconhecer a entidade familiar concebida humano, como se, por meio de ficção legal, houvesse a possibilidade de somente reconhecer a entidade familiar concebida sob tais cânones, independentemente da ordem dos

sob tais cânones, independentemente da ordem dos desejos.desejos.

´Porém, é possível substituir a palavra casamento (pelo menos o casamento civil tradicional de matriz exclusivamente ´Porém, é possível substituir a palavra casamento (pelo menos o casamento civil tradicional de matriz exclusivamente heterossexual), pela palavra

heterossexual), pela palavra afetoafeto, que representa muito mais do que uma finalidade, pois representa uma verdade de novos, que representa muito mais do que uma finalidade, pois representa uma verdade de novos

núcleos familiares. núcleos familiares.

A família como base da sociedade:

A família como base da sociedade:

A família constitui o núcleo da sociedade, devendo reconhecer o direito, as relações estruturadas em seu bojo e A família constitui o núcleo da sociedade, devendo reconhecer o direito, as relações estruturadas em seu bojo e determinantes para a sua formação, em observância à dignidade da pessoa humana.

determinantes para a sua formação, em observância à dignidade da pessoa humana.

Constituem direitos inerentes à

Constituem direitos inerentes à família:família:

1. O reconhecimento jurídico e a proteção patrimonial 2. A concessão de alimentos 3. Os efeitos sucessórios 1. O reconhecimento jurídico e a proteção patrimonial 2. A concessão de alimentos 3. Os efeitos sucessórios

2. A competência da Vara de Família 5. A condição de dependente do parceiro perante o Regime de Previdência 2. A competência da Vara de Família 5. A condição de dependente do parceiro perante o Regime de Previdência

Social Social

A família na CF/88:

A família na CF/88:

A Constituição da República de 1988 trouxe significativas transformações ao paradigma individualista e patrimonial da A Constituição da República de 1988 trouxe significativas transformações ao paradigma individualista e patrimonial da família, admitindo outras formas para sua estruturação, que não apenas pelo casamento, em decorrência da necessidade de família, admitindo outras formas para sua estruturação, que não apenas pelo casamento, em decorrência da necessidade de adequação do arcabouço constitucional às novas demandas sociais, sob pena de seu esvaziamento prematuro e ineficácia de adequação do arcabouço constitucional às novas demandas sociais, sob pena de seu esvaziamento prematuro e ineficácia de seus comandos.

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Espécies de família no ordenamento jurídico brasileiro: Matrimonializadas; Monoparentais; ´Uniões estáveis hetero e homoafetivas; Outras possibilidades de formação da entidade familiar 

Família no C.C. de 1916 Família na C.F/88 Matrimonializada Pluralizada

Patriarcal Democrática

Hierarquizada Substancialmente igualitária Heteroparental Hetero ou homoparental

Biológica Biológica ou socioafetiva Unidade de produção e reprodução Unidade socioafetiva

Caráter institucional Caráter instrumental

Princípios de Direito de Família: Da Dignidade da Pessoa Humana; Da Solidariedade Familiar; Da Pluralidade das Entidades Familiares; Da Isonomia entre os cônjuges e da Isonomia entre os filhos; Do Melhor Interesse da Criança e do Adolescente; Da Paternidade Responsável e do Livre Planejamento Familiar; Da Monogamia

Princípio da Dignidade da Pessoa Humana:

A dignidade como autonomia envolve, em primeiro lugar, a capacidade de autodeterminação, o direito do indivíduo de decidir os rumos da própria vida e de desenvolver livremente sua personalidade. Significa o poder de fazer escolhas morais e escolhas existenciais sem imposições externas indevidas. Decisões sobre religião, vida afetiva, trabalho, ideologia e outras

opções personalíssimas não podem ser subtraídas do indivíduo sem violar sua dignidade.

Princípio da Solidariedade Familiar: Art. 1.566, CC: São deveres de ambos os cônjuges: (I – fidelidade recíproca; II –  vida em comum, no domicílio conjugal; III – mútua assistência; IV – sustento, guarda e educação dos filhos; V – respeito e consideração mútuos

Princípio da Pluralidade das Entidades Familiares: As famílias podem ser recompostas, reconstituídas, monoparentais, formadas por casais com filhos de casamentos anteriores e seus novos filhos, por casais homossexuais, através de uniões estáveis.

A lista de pluralidade de arranjos familiares é vasta, sendo apenas fundamental verificar se os indivíduos uniram-se através de laços afetivos e se constituíram em entidade familiar, que está além de um convívio superficial, merecendo a tutela do Estado.

Princípio da Isonomia entre os cônjuges e da Isonomia entre os filhos:   1. O ordenamento jurídico deixou de ser  androgênico e, desta forma, promove a igualdade substancial entre os cônjuges, o que reflete no exercício do poder familiar.

2. O direito das famílias, ao receber o influxo do direito constitucional, foi alvo de uma profunda transformação. O  princípio da igualdade ocasionou uma verdadeira revolução ao banir as discriminações que existiam no campo das

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alargar o conceito de família para além do casamento, foi derrogada toda a legislação que hierarquizava homens e mulheres, bem como a que estabelecia diferenciações entre os filhos pelo vínculo existente entre os pais. A Constituição Federal, ao outorgar a proteção à família, independentemente da celebração do casamento, vincou um novo conceito, o de entidade familiar, albergando vínculos afetivos outros (art. 227, § 6º, CRFB).

Princípio do Melhor Interesse da Criança e do Adolescente: Art. 227, CRFB: É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

Princípio da Paternidade Responsável e do Livre Planejamento Familiar: Art. 226, CRFB: A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. § 7º – Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.

Conceito de Direito das Famílias e sua Importância: Modernamente, é conceituado como o um conjunto de normas que regulam as relações decorrentes do vínculo afetivo, mesmo sem casamento, tendentes à promoção da personalidade humana, através de efeitos pessoais, patrimoniais e assistenciais.

A importância do Direito das Famílias encontra-se na sua influência em relação aos outros ramos jurídicos: 1. No direito obrigacional, diante da necessidade de outorga do cônjuge no caso de alienação de bens imóveis 2. No direito real de habitação do cônjuge sobrevivente

Relações de Parentesco Conceito e Espécies: (consanguíneo, por afinidade e civil)

Parentesco: é a relação existente não só entre pessoas que descendem umas das outras ou de um mesmo tronco comum (consanguíneo ou natural), mas também entre um cônjuge ou companheiro e os parentes do outro (afinidade ou civil), entre adotante e adotado (civil) e entre pai institucional e filho sociafetivo (civil). Art. 1.593, CC.

Linhas e Graus – sua contagem

Linha Reta: Art. 1.591, CC: São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na relação de ascendentes e descendentes. Na linha reta inexiste qualquer limitação para o parentesco, sendo infinito.

Os parentes em linha reta devem alimentos uns aos outros, além de gozarem do direito à herança, prevalecendo a forma subsidiária, na qual o parente mais próximo, exclui o mais remoto.

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Linha Colateral ou Transversal

Art. 1.592, CC: São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra.

Art. 1.594, CC: Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na colateral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente.

Limitações: 1. Os alimentos somente podem ser cobrados, entre colaterais, até o segundo grau (irmão) 2. Os impedimentos matrimoniais alcançam até o terceiro grau (tio e sobrinha – primos podem casar)

3. O direito sucessório é reconhecido aos parentes até o quarto grau, de forma subsidiária (primos – tio-avó e sobrinho-neto)

Contagem de graus para Parentes Colaterais:

Para contar o parentesco entre A e seu tio B, sobe-se a seu pai W; a seguir a seu avó X; e depois, desce-se a B. Três graus ao todo, pois a cada geração corresponde um grau. Dessa forma, é de segundo grau o parentesco colateral entre irmãos, de terceiro grau entre tio e sobrinho; e, de quarto grau entre primos e entre tio-avó e sobrinho-neto.

Efeitos Jurídicos: A partir das relações de parentesco resultam direitos, obrigações e restrições.

No direito de família: 1. Determinam impedimentos matrimoniais; 2. Instauram o poder familiar; 3. Impõem a obrigação alimentar 

4. Determinam a regulamentação de guarda e visita

No direito contratual: é anulável a venda realizada entre ascendente e descendente, sem a autorização dos demais descendentes e do cônjuge do alienante.

No direito processual: Determinadas relações de parentesco determinam a suspeição do juiz, do membro do MP, dos serventuários da Justiça e peritos. Além dos parentes não poderem servir como testemunha, a favor ou contra um outro  parente.

No direito administrativo: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.

No direito penal: 1. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: ter o agente cometido o crime contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge.

2. É isento de pena quem comete qualquer dos crimes patrimoniais, em prejuízo: do cônjuge, na constância da sociedade conjugal e de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. No direito do trabalho: o empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho e previdência social, viva sob sua dependência econômica.

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CASAMENTO: é uma entidade familiar estabelecida entre pessoas, merecedora de especial proteção estatal, constituída formal e solenemente, formando uma comunhão de afetos (comunhão de vida) e produzindo efeitos no âmbito pessoal, social e patrimonial.

NATUREZA JURÍDICA: 1. Negócio Jurídico: Ato que decorre da vontade das partes, a partir do consentimento, aproximando-se do contrato. 2. Instituto Jurídico: Situação jurídica que possui parâmetros preestabelecidos pelo legislador e constituindo um conjunto de regras impostas pelo Estado. 3. Natureza Mista ou Eclética: Ato jurídico complexo constituído  por características negociais e institucionais.

CARACTERÍSTICAS: De acordo com a lei, doutrina e jurisprudência 1. Caráter personalíssimo. 2. Liberdade na escolha dos parceiros, que podem, inclusive, ser do mesmo sexo. 3. Disciplina por meio de normas cogentes de ordem pública. 4. Solenidade na celebração. 5. Inadmissibilidade de termo ou condição. 6. Estabelecimento de uma comunhão de vida, devendo ser monogâmico e passível de dissolução.

FINALIDADES: 1. Procriação dos filhos, como consequência lógico natural e não essencial. 2. Legalização das relações sexuais, uma vez que dentro da satisfação sexual, que é normal e inerente à natureza humana, apazigua a concupiscência. 3. Educação da prole. 4. Atribuição do nome ao cônjuge. 5. Reparação de erros do passado.

FINALIDADES: Visão Civil-Constitucional:  A procriação de filhos não é requisito para o casamento, uma vez que o  planejamento familiar faz parte da autonomia do casal. Assim, casais que não querem ou não podem conceber filhos também devem ser considerados uma família. As relações sexuais não devem ser legitimadas pelo direito, pois não há nada de ilícito em realiza-las fora do casamento, pelo contrário, encontram-se vinculadas à ordem dos desejos e estabelecidas entre sujeitos maiores e capazes. A educação da prole pode ser efetuada em arranjos familiares dos mais diversos, sendo o casamento apenas mais um deles. Não há imposição legal para a utilização do patronímico do cônjuge (art. 1.565, § 1º, CC), além do direito à utilização ser estendido ao companheiro em união estável (art. 57, § 2º, L. 6.015/73). A conduta sexual fora do casamento não ser considerada um “erro”, nem, tampouco, uma vida livre e alheia das convenções herméticas sociais, desde que não haja prejuízo ao direito de terceiros.

 Na verdade, as finalidades do casamento estão na comunhão de vida, a partir do amor, gratificação sexual e organização de vida.

Direito de Família – Civil V – Resumo para Provas Casamento Civil e Casamento Religioso:

Art. 1.512, CC: O casamento é civil e gratuita a sua celebração.

Assim, o ordenamento brasileiro não confere validade ao casamento religioso. Mas, nada obsta que a cerimônia de casamento civil, com efeitos civis, seja realizada pela autoridade eclesiástica.

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Esponsais: Constitui o instituto conhecido como noivado, ou seja, os noivos tornam pública sua intenção de casar.

 Não segue nenhuma formalidade, não pode ser considerado um contrato preliminar, nem existe prazo para a realização do casamento.

Seu rompimento não gera, judicialmente, execução específica, nem tutela indenizatória.

O casamento gera: 1. Dever de fidelidade. 2. Dever de coabitação. 3. Em regra, presunção de esforço comum na aquisição do patrimônio do casal. 4. Presunção de paternidade. 5. Parentesco por afinidade.

Formalidades Preliminares do Casamento:

Habilitação: Art. 1.525, CC: O requerimento de habilitação para o casamento será firmado por ambos os nubentes, de próprio punho, ou, a seu pedido, por procurador.

Art. 1.527, CC: Estando em ordem a documentação, o oficial extrairá o edital, que se afixará durante quinze dias nas circunscrições do Registro Civil de ambos os nubentes, e, obrigatoriamente, se publicará na imprensa local, se houver.

Fases do procedimento de habilitação:  1. Fase de requerimento e apresentação de documentos. 2. Fase dos editais de  proclamas.

3. Registro. 4. Expedição da certidão.

Formalidades preliminares do casamento:

Pressupostos de existência do casamento (condições mínimas para que o casamento seja considerado relevante para o direito):

1. Existência de consentimento entre os nubentes (livre manifestação de vontade). 2. Celebração do matrimônio com a presença da autoridade.

VALIDADE DO CASAMENTO:

PLANO DA EXISTÊNCIA:

EXISTÊNCIA DO CONSENTIMENTO DOS NUBENTES (MANIFESTAÇÃO DE VONTADE) CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO COM A PRESENÇA DE AUTORIDADE

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NULIDADES (ART. 1.548, CC): CASAMENTO CONTRAÍDO POR PESSOA SEM O NECESSÁRIO DISCERNIMENTO PARA OS ATOS DA VIDA CIVIL ou QUANDO UM DOS IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS FOR VIOLADO

IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS: Art. 1.521, CC. Não podem casar:

I – os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; II – os afins em linha reta; III – o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;

IV – os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; V – o adotado com o filho do adotante; VI – as pessoas casadas;

VII – o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.

Anulabilidades: Art. 1.550, CC. É anulável o casamento: I – de quem não completou a idade mínima para casar;

II – do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal; III – por vício da vontade (coação ou erro essencial);

IV – do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento;

V – realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;

VI – por incompetência da autoridade celebrante.

PRAZOS DECADENCIAIS DAS ANULABILIDADES:

Defeito de idade: 180 dias, a partir do momento em que o menor atingir a idade núbil

Falta de consentimento: 180 dias, a partir do momento em que o menor atingir a maioridade Erro essencial: 3 anos

Coação: 4 anos

Incapacidade relativa por causa psíquica: 180 dias

Revogação do mandato: 180 dias, a partir da ciência do mandante Incapacidade da autoridade celebrante: 2 anos

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I – o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;

II – a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal;

III – a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável, ou de moléstia grave e transmissível, pelo contágio ou herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência;

IV – a ignorância, anterior ao casamento, de doença mental grave que, por sua natureza, torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado

NULIDADE X ANULABILIDADE:

CASAMENTO NULO CASAMENTO ANULÁVEL Razões de ordem pública Razões de ordem privada Conhecido de ofício pelo juiz, requerimento do MP

ou de qualquer interessado Requerimento do interessado  Não é suscetível de confirmação É suscetível de confirmação  Não convalesce com o decurso do tempo Submete-se a prazos decadenciais  Não produz efeitos, em regra, pois se ambos os cônjuges

estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis aos filhos aproveitarão

Produz efeitos Ação meramente declaratória Ação desconstitutiva Admite conversão substancial Admite convalidação pelas partes

CASAMENTO PUTATIVO: (ART. 1.561, CC)

1. INVALIDADE DO CASAMENTO; 2. BOA-FÉ DOS NUBENTES, OU APENAS DE UM DELES 2. ERRO DESCULPÁVEL; 4. DECLARAÇÃO JUDICIAL

Efeitos jurídicos são: manutenção do nome do cônjuge, fixação de alimentos, presunção de colaboração na aquisição  patrimonial etc.

CAUSAS SUSPENSIVAS: Art. 1.523, CC. Não devem casar:

I – o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;

II – a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;

III – o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;

IV – o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.

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Celebração, Prova e Efeitos do Casamento

Celebração do Casamento:

Formalidades – Habilitação: O casamento é um negócio jurídico formal e solene, possuindo um procedimento de habilitação prévio, seus requisitos encontram-se dispostos no art. 1.525, CC e seguintes.

Pelo art. 1.526, CC apenas será necessária a homologação do juiz nas habilitações para o casamento que forem impugnadas. Depois da habilitação, devem ser publicados os proclamas do casamento (art. 1.527, CC).

Caso cumpridas as formalidades dispostas em lei e verificada a inexistência de fato obstativo, o oficial de registro extrairá o certificado de habilitação (art. 1.531, CC).

Formalidades – Celebração do Ato:

O casamento é um ato solene, que deve ser realizado na sede do cartório, de forma pública, com, pelo menos, duas testemunhas.

O ato poderá ser realizado em outro local, com a autorização da autoridade celebrante, com, pelo menos, quatro testemunhas.

Assim, estando presentes os nubentes, pessoalmente ou por procurador especial, juntamente com as testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, após ouvir dos nubentes a afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará efetuado o casamento.

Momento a partir do qual o casamento passa a produzir efeitos:

Conforme art. 1.514, CC, o casamento se realiza no momento em que os nubentes manifestam, perante a autoridade competente, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e a autoridade os declara casados. Manifestação de vontade dos nubentes + declaração da autoridade. O registro encontra-se no plano da eficácia.

CASAMENTO EM CASO DE MOLÉTIA GRAVE: Art. 1.539, CC:  No caso de moléstia grave de um dos nubentes, o  presidente do ato irá celebrá-lo onde se encontrar o impedido, sendo urgente, ainda que à noite, perante duas testemunhas

que saibam ler e escrever. Pela jurisprudência, dispensa-se o processo de habilitação anterior.

1o A falta ou impedimento da autoridade competente para presidir o casamento suprir-se-á por qualquer dos seus substitutos legais, e a do oficial do Registro Civil por outro ad hoc, nomeado pelo presidente do ato.

2o O termo avulso, lavrado pelo oficial ad hoc, será registrado no respectivo registro dentro em cinco dias, perante duas

testemunhas, ficando arquivado.

CASAMENTO NUNCUPATIVO: Art. 1.540, CC: Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida, não obtendo a presença da autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de seu substituto, poderá o casamento ser celebrado

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na presença de seis testemunhas, que com os nubentes não tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, até segundo grau.

Verificada a idoneidade dos cônjuges para o casamento, assim o decidirá a autoridade competente, com recurso voluntário às  partes, o juiz mandará registrá-la no livro do Registro dos Casamentos, tal assento assim lavrado retrotrairá os efeitos do

casamento, quanto ao estado dos cônjuges, à data da celebração.

Importante observar, que serão dispensadas as formalidades legais, se o enfermo convalescer e puder ratificar o casamento na presença da autoridade competente e do oficial do registro.

CASAMENTO POR PROCURAÇÃO: Art. 1.542, CC: O casamento pode celebrar-se mediante procuração, por  instrumento público, com poderes especiais.

1o A revogação do mandato não necessita chegar ao conhecimento do mandatário; mas, celebrado o casamento sem que o mandatário ou o outro contraente tivessem ciência da revogação, responderá o mandante por perdas e danos.

2.Prova do Casamento:

Prova direta (art. 1.543, CC): O casamento celebrado no Brasil prova-se pela certidão do registro.

Pelo art. 1.544, CC o casamento de brasileiro, celebrado no estrangeiro, perante as respectivas autoridades ou os cônsules  brasileiros, deverá ser registrado em cento e oitenta dias, a contar da volta de um ou de ambos os cônjuges ao Brasil, no

cartório do respectivo domicílio, ou, em sua falta, no 1o Ofício da Capital do Estado em que passarem a residir.

Prova direta complementar ou supletória:  Justificada a falta ou perda do registro civil, é admissível qualquer outra espécie de prova (§ único, art. 1.543, CC).

Prova indireta (art. 1.545, CC):  O casamento de pessoas que, na posse do estado de casadas, não possam manifestar  vontade, ou tenham falecido, não se pode contestar em prejuízo da prole comum, salvo mediante certidão do Registro Civil que prove que já era casada alguma delas, quando contraiu o casamento impugnado.

3.EFEITOS DO CASAMENTO:

EFEITOS SOCIAIS: 1. Emancipação do cônjuge incapaz (art. 5º, II, CC). 2. Estabelecimento do vínculo de parentesco  por afinidade (art. 1.595, CC). 3. Atribuição do estado civil de casado. 4. Presunção de paternidade (art. 1.597, CC).

EFEITOS PESSOAIS: 1. Comunhão de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges. 2. Possibilidade de acréscimo do patronímico do outro cônjuge. 3. Fixação do domicílio conjugal. 4. Estabelecimento de direitos e deveres recíprocos.

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I – fidelidade recíproca. II – vida em comum, no domicílio conjugal. III – mútua assistência. IV – sustento, guarda e educação dos filhos. V – respeito e consideração mútuos.

I – fidelidade recíproca e V – respeito e consideração mútuos: Segundo o STJ, o dever de fidelidade recíproca dos cônjuges é atributo básico do casamento e não se estende ao cúmplice de traição a quem não pode ser imputado o fracasso da sociedade conjugal por falta de previsão legal.

O crime de adultério foi abolido do art. 240, CP. Assim, defende-se que a fidelidade não deve ser considerada um dever   jurídico, mas como uma opção decorrente da autonomia existente entre os cônjuges.

II – vida em comum, no domicílio conjugal:  Interpretando o dever de coabitação, afirma ter um cônjuge o direito sobre o corpo do outro e vice-versa, daí os correspondentes deveres de ambos, de cederem seu corpo ao normal atendimento dessas relações íntimas, não podendo, portanto, inexistir o exercício sexual, sob pena de restar inatendida essa necessidade fisiológica primária, comprometendo seriamente a estabilidade da família. Analisar os limites do débito conjugal.

Crítica: E o direito de dispor do próprio corpo como direito da personalidade e do princípio da dignidade da pessoa humana?

Introdução aos Regimes de Introdução aos Regimes de Bens:

Bens: EFEITOS PATRIMONIAIS DO CASAMENTO

PODE SER CONCEITUADO COMO SENDO O CONJUNTO DE REGRAS DE ORDEM PRIVADA RELACIONADAS COM INTERESSES PATRIMONIAIS OU ECONÔMICOS RESULTANTES DA ENTIDADE FAMILIAR. O CÓDIGO CIVIL TRAZ, ENTRE OS SEUS ARTS. 1.639 A 1.688, REGRAS RELACIONADAS AO CASAMENTO, MAS QUE TAMBÉM PODEM SER APLICADAS ÀS UNIÕES ESTÁVEIS.

Princípios aplicáveis aos regimes de bens: Princípio da Autonomia Privada (art. 1.639, CC). Princípio da Indivisibilidade do Regime de Bens. Princípio da Variedade do Regime de Bens. Princípio da Mutabilidade Justificada (art. 1.639, § 2º, CC). Autorização judicial. Justo motivo. Ausência de prejuízo a terceiros. Questão de direito intertemporal.

Princípio da Variedade do Regime de Bens: Comunhão parcial (arts. 1.658 a 1.666, CC). Comunhão universal (arts. 1.667 a 1.671, CC).

Separação convencional de bens (arts. 1.687 a 1.688, CC). Participação final nos aquestos (arts. 1.672 a 1.686, CC).

REGIME DA SEPARAÇÃO LEGAL OU OBRIGATÓRIA: Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:

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I – das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento (art. 1.523, CC); II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.344, de 2010)

III – de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.

Art. 1.641, II, CC: Na separação obrigatória comunicam-se bens havidos pelo esforço comum (Súmula 377, STF).

Se a súmula for cancelada a separação obrigatória será igual a separação absoluta. Enunciado 125, I Jornada de Direito Civil: “A norma que torna obrigatório o regime da separação absoluta de bens em razão da idade dos nubentes não leva em consideração a alteração da expectativa de vida com qualidade, que se tem alterado drasticamente nos últimos anos. Também mantém um preconceito quanto às pessoas idosas que, somente pelo fato de ultrapassarem determinado patamar  etário, passam a gozar da presunção absoluta de incapacidade para alguns atos, como contrair matrimônio pelo regime de  bens que melhor consultar seus interesses”.

NECESSIDADE DE OUTORGA PARA DETERMINADOS ATOS CIVIS: Art. 1.647, CC: Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: I – alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; II – pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; III – prestar fiança ou aval; IV – fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação.

Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada.

ADMINISTRAÇÃO DOS BENS: Art. 1.651, CC: Quando um dos cônjuges não puder exercer a administração dos bens que lhe incumbe, segundo o regime de bens, caberá ao outro: I – gerir os bens comuns e os do consorte; II – alienar os bens móveis comuns; III – alienar os imóveis comuns e os móveis ou imóveis do consorte, mediante autorização judicial.

Pacto Antenupcial: Trata-se de um contrato formal e solene, pelo qual os nubentes regulamentam as questões patrimoniais relativas ao casamento (arts. 1.653 a 1.657, CC). Art. 1.653, CC: É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura  pública, e ineficaz se não lhe seguir o casamento. Art. 1.655, CC: É nula a convenção ou cláusula dela que contravenha

disposição absoluta de lei.

Art. 1.657, CC: As convenções antenupciais não terão efeito perante terceiros senão depois de registradas, em livro especial,  pelo oficial do Registro de Imóveis do domicílio dos cônjuges.

REGIME DE BENS Resumo:

 No divórcio as regras de partilha dos bens variam de acordo com o regime de bens adotado no casamento. O regime legal, que é o da comunhão parcial, prevê como regra geral a comunicabilidade de todos os bens adquiridos onerosamente durante o casamento, excluindo os bens adquiridos por doação ou sucessão e aqueles que já eram do cônjuge antes do casamento. Já na comunhão universal, há em regra a comunicabilidade de todos os bens, adquiridos antes e durante o casamento. No regime da separação convencional ou obrigatória, que é aquela imposta por lei, por exemplo, aos maiores de setenta anos, não há comunicabilidade de bens, possuindo cada cônjuge seu patrimônio particular.

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1. Comunhão parcial: conceito e alcance (arts. 1.658 a 1.666, CC)

Trata-se do regime supletivo de vontade, dispensando a necessidade de pacto antenupcial e prevalecendo no silêncio das  partes e na hipótese de invalidade do pacto. Comunicam-se os bens adquiridos a título oneroso durante o casamento

(presunção absoluta de esforço comum), excluindo-se os bens adquiridos antes das núpcias e os adquiridos durante o casamento a título gratuito (doação e herança).

Regime aplicável à união estável (art. 1.725, CC).

Art. 1.659, CC: Excluem-se da comunhão: I – os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; II – os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares; III – as obrigações anteriores ao casamento (aprestos); IV – as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal; V – os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão; VI – os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; VII – as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.

IV – as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal: Súmula 251 do Superior Tribunal de Justiça: A meação só responde pelo ato ilícito quando o credor, na execução fiscal, provar que o enriquecimento dele resultante aproveitou ao casal. Exemplos: sonegação fiscal, desvio de finalidade empresarial (art. 50 ,CC) etc.

Caso a meação não responda pela dívida, é cabível a utilização de embargos de terceiros (art. 1.046, CPC e Súmula 134 do STJ).

Bens Comuns (art. 1.660, CC): Aquisição durante o casamento – São considerados bens comuns do casal: 1. Os bens adquiridos onerosamente. 2. Os bens adquiridos por fato eventual. 3. Os frutos adquiridos de bens particulares. 4. As  benfeitorias realizadas em bens particulares. 5. Os bens adquiridos gratuitamente por ambos os cônjuges.

Outros bens que se comunicam por força de entendimento jurisprudencial:   o (STJ) decidiu que o direito ao recebimento de proventos como o salário (incluindo FGTS e verbas trabalhistas), a aposentadoria e honorários não se comunica no fim do casamento. No entanto, quando essas verbas são recebidas durante o matrimônio, as mesmas se tornam  bem comum, seja em dinheiro ou os bens adquiridos com ele.

Imóvel financiado em contrato anterior ao casamento. Neste caso os valores deverão ser apurados.

Efeitos Sucessórios: Segundo o STJ: O cônjuge somente terá direito sucessório sobre os bens adquiridos onerosamente na constância do casamento, em sentido contrário ao art. 1.829, I, CC.

Assim, no regime da comunhão parcial, os bens exclusivos de um cônjuge NÃO são partilhados com o outro no divórcio e,  pela mesma razão, não o devem ser após a sua morte, sob pena de infringir o que ficou acordado entre os nubentes no

momento em que decidiram se unir em matrimônio. Acaso a vontade deles seja a de compartilhar todo o seu patrimônio, a  partir do casamento, assim devem instituir em pacto antenupcial.

Além disso, não remanesce, para o cônjuge casado mediante separação de bens (convencional ou obrigatória), direito à meação, tampouco à concorrência sucessória, respeitando-se o regime de bens estipulado, que obriga as partes na vida e na

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morte. Desta forma, o cônjuge sobrevivente NÃO é herdeiro necessário.

2. Comunhão universal: (Arts. 1.667 a 1.671, CC):  Forma-se uma massa patrimonial única para o casal, estabelecendo uma unicidade de bens, atingindo créditos (passados e futuros) e débitos (futuros). As dívidas  provenientes de atos ilícitos entram na comunhão universal, independentemente do proveito obtido pelo casal.

Forma-se um condomínio, tendo cada cônjuge direito à meação a todos os bens componentes da universalidade,

independentemente de terem sido adquiridos antes ou depois da núpcias, a título oneroso ou gratuito. Depende de

celebração de pacto antenupcial.

Art. 1.668,CC, São excluídos da comunhão:

I – os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar;

II – os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva; III – as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum;

IV – as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade;

V – Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659.V – os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão; VI – os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; VII – as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas  semelhantes.

Entendimento Jurisprudencial: O STJ afirma que os bens indivisíveis de propriedade comum decorrente da comunhão no casamento, na execução podem ser levados à hasta pública por inteiro, reservando ao cônjuge a metade do preço alcançado. Tem-se entendido na Corte que a exclusão da meação deve ser considerada em cada bem do casal e não na indiscriminada totalidade do patrimônio.

3. Separação convencional de bens: conceito e alcance (arts. 1.687 a 1.688, CC): É o regime que promove um absoluto afastamento patrimonial, obstando a comunhão de todo e qualquer bem adquirido por cada cônjuge, antes ou depois do casamento, seja a título oneroso ou gratuito.

Existe, pois, independência absoluta quanto aos bens e obrigações, com apenas uma exceção. Art. 1.688, CC: Ambos os cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal na proporção dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo estipulação em contrário no pacto antenupcial.

Características: A administração dos bens caberá ao cônjuge titular, bem como a percepção dos frutos. Liberdade de disposição patrimonial. Responsabilidade individual pelas dívidas e obrigações assumidas.

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 porém no instante da dissolução (morte ou divórcio), incidem as normas atinentes à comunhão parcial de bens,

comunicando-se os bens adquiridos onerosamente por cada um durante a constância do matrimônio.Importante esclarecer, que aquestos são bens adquiridos onerosamente durante a sociedade conjugal.

Características: O direito de cada cônjuge não é sobre o acervo patrimonial do outro, mas sim sobre o saldo eventualmente apurado, após a compensação dos acréscimos de bens a título oneroso na constância do casamento.

Depende de celebração de pacto antenupcial. Art. 1.656, CC: No pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final nos aquestos, poder-se-á convencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que particulares.

Direito de Família – Civil V – Resumo para Provas

DISSOLUÇÃO DO CASAMENTO E DA UNIÃO ESTÁVEL:

Dissolução do Casamento Não há relação familiar (casamento ou união estável) que comece pensando em sua dissolução. Porém, mais importante do que sua manutenção com o sacrifício da felicidade dos sujeitos, é o respeito à liberdade e às garantias individuais.

Art. 1.571, CC. A sociedade conjugal termina: I – pela morte de um dos cônjuges (terminativa e dissolutiva); II –  pela nulidade ou anulação do casamento (terminativa); III – pela separação judicial; IV – pelo divórcio (terminativa e dissolutiva).

Emenda Constitucional 66/2010: Superação do caráter binário do ordenamento jurídico. Determinação de que o casamento  poderá ser dissolvido pela MORTE ou pelo DIVÓRCIO. Pois fim à separação judicial ou em cartório.

 No direito brasileiro havia a separação, que determinava um lapso temporal para que os cônjuges se divorciassem, como resquício do desquite e sob influência do direito canônico.

A CF/88 inaugurou uma nova agenda de valores humanitários, o que afastou, no direito das famílias, a manutenção de um vínculo conjugal, quando já ausente a base afetiva que sustentava o relacionamento.

Repercussões desta Emenda: Norma de eficácia plena e imediata (art. 226, § 6º da CRFB). Acarreta o desaparecimento da norma infraconstitucional que regulamentava a separação, sendo considerada não-recepcionada pelo ordenamento constitucional.

Busca de uma intervenção mínima do Estado na vida privada.

Separação de Corpos: Utilizada para sujeitos que pretendem regularizar em juízo a cessação da convivência, mas ainda não  possuem a convicção necessária para o divórcio. Normalmente é utilizada para afastar temporariamente um dos cônjuges da morada conjugal. É possível a cumulação da separação de corpos com medidas judiciais de distanciamento. Ver art. 22, III, a da Lei Maria da Penha.

Trata-se de instrumento processual cautelar, podendo ser de cunho preparatório ou incidental, que no primeiro caso, não necessita do ajuizamento da ação de divórcio no prazo de 30 dias (art. 806, CPC/1973).

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Encontra fundamentação no art. 12, CC: Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.

Separação de Fato:  Decorre da Teoria da Aparência, pois o casal dissolve a sociedade conjugal, mas não formaliza tal situação juridicamente. Há um reconhecimento expresso do ordenamento jurídico à separação de fato.

1. Possibilidade de constituição de união estável para aqueles que estejam separados de fato (art. 1.723, § 1º do CC). 2. A Lei de Locação de Imóveis permite a continuidade da locação em relação ao cônjuge separado de fato (art. 12, L.

8.245/91).

3. Art. 1.240-A, CC. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)

Críticas ao lapso temporal para caracterização da separação de fato: A rt. 1.642, CC: Qualquer que seja o regime de  bens, tanto o marido quanto a mulher podem livremente: V – reivindicar os bens comuns, móveis ou imóveis, doados ou transferidos pelo outro cônjuge ao concubino, desde que provado que os bens não foram adquiridos pelo esforço comum destes, se o casal estiver separado de fato por mais de cinco anos. Em sentido contrário ao enriquecimento sem causa. Art. 1.830, CC: Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, não estavam separados judicialmente, nem separados de fato há mais de dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivência se tornara impossível sem culpa do sobrevivente.

Divórcio: Segundo a melhor doutrina, o divórcio é medida jurídica, obtida pela iniciativa das partes, em conjunto ou de forma isolada, que dissolve integralmente o casamento, fulminando, tanto a sociedade conjugal (deveres recíprocos e regime de bens), quanto o vínculo nupcial, ou seja, a relação jurídica estabelecida, permitindo que os ex-cônjuges possam casar  novamente.

Atualmente só existe o divórcio direto, com fundamento no Direito de Família mínimo.

Antes existia o divórcio por conversão: 1 ano quando da existência de separação judicial e 2 anos quando da existência de separação de fato.

Características do Divórcio: 1. O divórcio dissolve apenas a relação entre os cônjuges, mantendo-se a relação destes com sua prole. Poder familiar, responsabilidade civil e obrigação de alimentos. 2. A sentença de divórcio deve ser levada a registro no cartório de pessoas naturais, no qual se assentou o registro de casamento, a fim de que tenha aptidão para a  produção de efeitos em relação à terceiros. 3. Na ação de divórcio não há mais discussão acerca da culpa pela ruptura da

sociedade conjugal, o que não impede o ajuizamento de uma demanda indenizatória.

Efeitos Decorrentes do Divórcio: 1. Obrigação de prestar alimentos. 2. Partilha do patrimônio comum do casal, independente do regime de bens. 3. Guarda e regime de visitação dos filhos. 4. Utilização ou não do patronímico do

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o estado civil de divorciado. 6. Com a morte do cônjuge durante a ação de divórcio, esta perderá o objeto, dissolvendo automaticamente o casamento.

Espécies de Divórcio Direto: No divórcio litigioso, as partes podem converter sobre matérias subjacentes à dissolução do casamento, como guarda de filhos, regime de visitação, partilha de bens, dentre outras.

No divórcio consensual, os divorciandos podem dispor livremente sobre tais questões e dissolver o casamento em juízo ou em cartório (art. 1.124-A, CPC: A separação consensual e o divórcio consensual, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e observados os requisitos legais quanto aos prazos, poderão ser realizados por escritura pública, da qual constarão as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado quando se deu o casamento. § 1o A escritura não depende de homologação judicial e constitui título hábil para o registro civil e o registro de imóveis. § 2º O tabelião somente lavrará a escritura se os contratantes estiverem assistidos por advogado comum ou advogados de cada um deles ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial. § 3o A escritura e demais atos notariais serão gratuitos àqueles que se declararem pobres sob as penas da lei.

UNIÃO ESTÁVEL: Entidade familiar formada por um homem e uma mulher, caracterizada por uma convivência pública, duradoura e contínua, com o objetivo de estabelecimento de vida em comum” – conceito.

 – A constituição de família é que diferencia o namoro da união estável Previsão legal:

Divisão de patrimônio diante da existência de sociedade de fato – Súmula 380, STF.

CF/88: Art.226, §3º = reconhecimento da união estável como entidade familiar.

Lei n º8971/94: Veio regulamentar a situação do companheiro. Condicionou a caracterização da união estável à verificação do prazo de cinco anos de convivência ou existência de prole comum.

Art.1º – requisitos para sua configuração. Art.2º – direito sucessório.

Art.3° – divisão do patrimônio, comprovando-se o esforço na aquisição.

Lei nº 9278/96: Poderia ter resolvido a situação do companheiro, mas não o fez completamente. Não trouxe o direito sucessório. Neste ponto, permanecia vigente a lei anterior (revogada parcialmente).

Adotou um conceito mais vago, omitindo os requisitos pessoais, o tempo mínimo de convivência e a existência de prole, e fixando a competência nas Varas de Família. Adotou um regime semelhante ao da comunhão parcial e previu o direito real de habitação para o companheiro.

Art.1º – alteração na configuração da união estável, não mais se referindo ao lapso temporal.

Art.5º – direito à meação, não precisando comprovar esforço na aquisição. Passou este a ser presumido. Art.7º – direito real de habitação para o companheiro.

CC/02 (arts. 1723 a 1727): Hoje temos o tratamento do companheiro no CC, art.1723 e seguintes: Art.1723, CC – requisitos para sua configuração. Sem exigência de prazo mínimo

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Art.1724 – efeitos pessoais.

Deveres da União Estável – Art. 1.724. Lealdade: abrange o dever de fidelidade. Coabitação – Súmula 382, STF.

Art.1725 – regime de bens

Art.1726 – possibilidade de conversão em casamento. Art.1727 – concubinato.

c/c art. 1694 e sgts – alimentos c/c 1790 – sucessão

Analogia – art. 499 CC

 – Regime de bens – REGRA: comunhão parcial – art. 1725 CC – não precisa da prova do esforço em comum.  – Exige capacidade e discernimento sob pena de nulidade – art. 104 e 166 CC.

 – STF Súmula nº 382 – 03/04/1964 – Vida em Comum Sob o Mesmo Teto “More Uxorio” – Caracterização do Concubinato “A vida em comum sob o mesmo teto “more uxorio”, não é indispensável à caracterização do concubinato”.

 – Não exige a outorga dos companheiros por se tratar de norma restritiva de direitos – art. 1647 CC – majoritária.

 – Não se aplica o regime da separação legal obrigatória à união estável – art. 1641 pois é norma restritiva da autonomia da vontade. – divergente

 – Na união estável o regime patrimonial obedecerá à norma vigente no momento da aquisição de cada bem, salvo contrato escrito em contrário.

Direitos decorrentes da união estável:

¢ Direito ao sobrenome do companheiro – art. 54, §2º. e art. 57, §3º., Lei de Registros Públicos. ¢ Estabelecimento do vínculo de parentesco por afinidade – art. 1.595, CC.

¢ Possibilidade de adoção conjunta – art. 42, §2º., ECA.

¢ Exercício da curatela pelo companheiro na interdição e na ausência – arts. 25 e 1.768, CC. ¢ Separação de corpos – art. 1.562, CC.

¢ Direito a alimentos – art. 1.694, CC.

¢ Direito à meação do que resultou do esforço comum – art. 1.725, CC. ¢ Escolha do regime de bens – 1725;

¢ Impenhorabilidade do bem de família – art. 1.711, CC e Lei n. 8.009/90

¢ Direito aos benefícios previdenciários – Decreto-Lei n. 7.036/44; Lei n. 6.367/75; Lei n. 8.213/91 e Decreto n. 357/91. ¢ Sub-rogação e retomada na locação de imóvel urbano – arts. 11 e 47, III, Lei n. 8.245/91.

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¢ Sucessão hereditária – art. 1.790, CC.

¢ Direito à inventariança – art. 990, CPC e art. 1.797, CC. ¢ Impedimento para testemunhar – art. 228, V, CC.

¢ CONVERSÃO DA UNIÃO ESTÁVEL EM CASAMENTO – art. 1726 CC ¢ Concubinato puro – união estável – sem impedimentos – Vara de Família;

¢ Concubinato impuro – concubino – pessoas que são impedidas de casar – art. 1727 CC – Súmula 380 STF – bens adquiridos pelo esforço comum – Vara Cível – reconhecimento e dissolução de sociedade de fato – não tem direito a alimentos, sucessão e meação (não se trata de entidade familiar – divergente) Maria Berenice Dias – reconhecimento.

¢ Com o reconhecimento constitucional, foi abraçado como união estável o antigo concubinato puro.Logo, a denominação de concubinato hoje é referente aos casos em que há impedimento.

¢ DISSOLUÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL – POR MÚTUO ACORDO PARA HOMOLOGAÇÃO JUDICIAL POR LITÍGIO, PARA RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL

OBS: Inúmeros julgados tem atribuído o caráter de união estável às uniões homoafetivas – Decisão STF. Existem alguns  projetos no Congresso Nacional para reconhecimento como entidade familiar.

 Nulidade do contrato de namoro que pretende afastar os efeitos da união estável – TJRS – 7ª CC – Processo nº 70006235287.

FAMILIA HOMOAFETIVA: Homoafetividade e família. Casamento civil, união estável e adoção por casais homoafetivos à luz da isonomia e da dignidade humana

FILIAÇÃO:

1. Estrutura conforme o art. 226, §5º., CF e reflexos no Direito Civil. 2. Presunção de paternidade

3. Alcance da presunção ‘pater is est’ 4. Contestação de paternidade.

5. Presunção de maternidade 6. Maternidade de substituição 7. Parto Anônimo

8. Prova de filiação

9. Posse do estado de filho

Das relações de parentesco, a mais importante é a que se estabelece entre pais e filhos.

1) Conceito: (em sentido estrito) é a relação jurídica que liga o filho a seus pais (parentesco em linha reta de primeiro grau). 2) Classes: Filiação nas relações matrimoniais:

Filhos havidos dentro do casamento = presunção quanto à paternidade.

O casamento pressupõe relações sexuais entre os cônjuges e fidelidade (dever) = o filho que é concebido durante o casamento tem como pai o marido de sua mãe.

(23)

O simples fato do nascimento estabelece o vínculo jurídico entre mãe e filho.

Se a mãe for casada, esta circunstância estabelece, automaticamente, a paternidade = o pai da criança é o marido da mãe.

Presunção pater is est 

1) Hipóteses: Art.1597, CC, enumera as hipóteses em que há esta presunção:

Presunção aplicada a união estável e união homoafetiva. I e II – prazos máximo e mínimo de gestação.

Hoje, diante da família sócio-afetiva, pai é o marido ou companheiro da mulher que aceita paternidade do filho, ainda que nascido antes.

Art.1598, CC: Nos incisos III, IV e V = três hipóteses de presunção de filhos concebidos na constância do casamento, todas elas vinculadas à reprodução assistida.

III – fecundação = fase de reprodução assistida consistente na fertilização do óvulo pelo espermatozóide. Fertilização do óvulo pelo espermatozóide. Fertilização in vitro  (fora do corpo humano). A fecundação ou inseminação homóloga = é

realizada com sêmen do marido. Neste caso, o material genético pertence ao casal (tanto o óvulo quanto o sêmen),  pressupondo o consentimento de ambos.

Consentimento de casal – presunção absoluta – Enunciado 258 da Jornada de Direito Civil – divergente pois a autorização  pode ter sido falsificada – relativa.

 Jornada 104 de Direito Civil realizada no STJ: se interprete este inciso da seguinte forma: obrigatório para haver a  presunção que a mulher ainda esteja na condição de viúva, e haja autorização expressa do marido para que utilize seu

material genético após sua morte.

IV – há dois métodos de reprodução artificial:

  Fecundaçãoin vitro – o óvulo e o espermatozóide são unidos em laboratório, ocorrendo a fecundação fora do

corpo da mulher.

Inseminação artificial – introdução do gameta masculino, por meio artificial, no corpo da mulher, esperando que a natureza faça a fecundação.

O embrião fecundado fora do corpo da mulher (in vitro) e não introduzido = é embrião excedentário.

É admitida a concepção de embriões excedentários se estes derivarem de concepção homóloga (de material genético da mãe e do pai). Jornada de Direito Civil do STJ para interpretar este artigo da seguinte forma: somente com autorização prévia, por escrito, dos ex-cônjuges.

V – inseminação artificial heteróloga = quando é utilizado sêmen de outro homem, normalmente doador  anônimo, e não o do marido.Exige-se que o marido tenha autorizado previamente, caso em que se presume o pai. Enunciado 258 da Jornada – inseminação artificial – com autorização do cônjuge – presunção absoluta.

Será o pai legal da criança (e, com o afeto, também o pai sócio-afetivo). Alguns autores defendem que ele depois não poderá impugnar esta paternidade (seria antijurídico, injusto, imoral). Na reprodução assistida heteróloga não existe vínculo de parentesco entre o filho e o pai biológico (doador do material fecundante)

REGRA: a presunção de paternidade do art.1597, CC é juris tantum = relativa, admitindo prova em contrário.

 Art.1600, CC:Não ilide, o adultério da mulher, ainda que confessado. Não é aceita a prova do adultério se o marido convivia com ela. A infidelidade (provada ou confessada) não ilide a presunção. Não é afastada a presunção apenas  por ato da mulher. A disciplina da filiação é moldada no interesse da criança. Art.1602, CC = mesmo se

expressamente confessar o adultério.

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Gestação de substituição – gratuita, doadora da família num parentesco até o 2º grau. Possibilidade de gestação de substituição no caso de duas companheiras homoafetivas. Presunção do art. 1597, III, IV e V – deve ser aplicada no caso de união estável.

Enunciado 129 Jornada – maternidade presumida – aquela que forneceu o material genético. Clonagem ou escolha do sexo – vedada pela lei de biossegurança.

Enunciado 111 – doador de material genético não tem responsabilidade alimentar e nem o filho terá direitos sucessórios.

RECONHECIMENTO DOS FILHOS: Art.1603, CC = prova-se a paternidade com a certidão. Registro civil = presunção de veracidade = presunção relativa.

Art.1604, CC Em juízo, o marido pode contestar esta paternidade, mediante AÇÃO NEGATÓRIA ou AÇÃO CONTESTATÓRIA DE PATERNIDADE, que é imprescritível (art.1601, CC).

AÇÃO NEGATÓRIA OU CONTESTATÓRIA DE PATERNIDADE: Destina-se a excluir a presunção legal de  paternidade.

Legitimidade ativa é privativa do marido (art.1601, CC). Réu será o filho.

Se o marido não ajuizou esta ação, o filho pode impugnar a paternidade com base no art.1604, CC = erro ou falsidade. Art.1604 = erro ou falsidade.

Art.1608 = falsidade do termo: pode ser atribuída: Ao oficial do registro civil

À declaração do pai ou da mãe (induzidos por erro por falta de cuidado dos hospitais (troca de bebês).

Pelo pai: Ação negatória = para negar o status de filho ¹ AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE PATERNIDADE (registro) =

art.1604, CC = ação de anulação de registro.

Pode ser que os irmãos, ascendentes possam ter interesse, principalmente por razões patrimoniais = AÇÃO DE NULIDADE DE REGISTRO.

AÇÃO ANULATÓRIA DE RECONHECIMENTO (art.1604, CC) = sempre que se verificar a desconformidade. Art.113, LRP.

O PLC 16/2013, recém aprovado pelo Senado, atribui também à mãe a obrigação de proceder ao registro.

Legitimidade para a anulatória = todos aqueles que tenham justo interesse em contestar a ação de investigação = todas as  pessoas afetadas (direta ou indiretamente) = filho reconhecido, mãe, os filhos e pretensos irmãos, aquele que e diz

verdadeiro pai, outros herdeiros.

Art.1608, CC = AÇÃO NEGATÓRIA DE MATERNIDADE. A falsidade do termo de nascimento pode ser atribuída ao oficial do registro civil, à declaração do pai ou da mãe, induzidos a erro por falta de cuidado do hospital e maternidade (troca de bebês).

Multiparentalidade – duplo registro da criança em nome do pai biológico e do socioafetivo. Enunciado 108 Jornada.

Prova da filiação: art.1603, CC. O registro torna público o nascimento e estabelece presunção de veracidade das declarações efetuadas.

Referências

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