•
O
cinema
realizado
nos
países
membros
da
comunidade
dos
países
de
língua
portuguesa
(CPLP)
é geralmente
pouco
conhecido
em
Portugal.
Exibido
quase
sempre fora dos grandes circuitos comerciais, constitui um desafio reflectir acerca
da
sua
importância
na
sociedade
e
na
memória
colectiva.
Assim,
o
principal
objectivo da mostra de cinema de Loulé
é
olhar o filme documentário como
uma
janela sobre o mundo.
•
Na sua primeira edição estarão representados o Brasil, Angola e Moçambique.
•
Com
esta
proposta
acreditamos
na
possibilidade
de
intercâmbios
e
estudos
que
serão incrementados através de debates teóricos empreendidos pelos convidados
e a posterior exibição de documentários.
CINE‐TEATRO LOULETANO
Calendarização
Quinta‐feira, dia 15 Sexta‐feira, dia 16 Sábado, dia 17 16h00 Painel 1: Brasil Mirian Tavares Liliana Sulzbach Painel2: Moçambique Sílvia Vieira Pedro Pimenta Painel 3: Angola Paulo Cunha Kiluanje Liberdade 18h00 A invenção da Infância (16’),2000, Liliana Sulzbach Salani (26´), 2010, Isabel Noronha e Vivian Altman OxaláCresçam Pitangas (60´), 2006, Kiluanje Liberdade e Ondjaki 21h30 O Cárcere e a Rua (80’),2004, Liliana Sulzbach Hóspedes da Noite (50´), 2010, Licínio Azevedo A Minha Banda e Eu (90´), 2011, Kiluanje Liberdade e Inês Gonçalves
A INVENÇÃO DA INFÂNCIA, 2000 ( 16´), LILIANA SULZBACH
•
Ser
Criança
não
significa
ter
Infância.Passados
vários
séculos
da
descoberta
do
conceito
de
infância
as
crianças
nunca
tiveram
sua
inocência
tão
ameaçada
quanto
no
mundo
contemporâneo. A Invenção da Infância propõe uma nova abordagem sobre um velho tema
e mostra que a vulgarização da informação através dos meios audiovisuais está
a acabar com
a infância de milhares de crianças tanto quanto as injustiças sociais causadas pela economia
predatória do mundo globalizado.
O CÁRCERE E A RUA, 2004 ( 80´), LILIANA SULZBACH
•
Cláudia
é a
presidiária
mais
antiga
e
respeitada
da
Penitenciária
Madre
Pelletier.
A
que
dá
ordens
e
protege.
Protege,
por
exemplo,
a
jovem
Daniela,
que
corre
risco
de
vida
por
ser
acusada
de
ter
matado
o
próprio
filho.
Mas
Cláudia,
assim
como
Betânia,
deve
deixar
a
penitenciária em breve. Daniela terá
que se defender sozinha. Cláudia sai em busca do filho.
Betânia
sente
a
tentação
de
deixar
de
lado
as
regras
do
regime
semi‐aberto
para
viver
a
liberdade em companhia de um novo amor.
SALANI
(26´), 2010, ISABEL NORONHA E VIVIAN ALTMAN
•
Salani
(Adeus),
retrata a
vivência
de
três
adolescentes
moçambicanos
de
11,
16
e
17
anos
que,
forçados
pela
família
ou
na
ilusão
de
encontrar
melhores
condições
de
vida
emigraram
para
a
África
do
Sul.
Numa
fluente
mistura
entre
o
documentário
e
a
animação,
este
filme
revela
os
contornos
da
utilização
da
“tradição”
por algumas famílias para encobrir a exploração das suas meninas, bem
como
os
meandros
do
tráfico,
exploração
sexual
e
laboral,
de
que
estes
adolescentes pobres, ilegais e desprotegidos, se vêm facilmente reféns.
OXALÁ
CRESÇAM PITANGAS
(60´), 2006, KILUANGUE LIBERDADE E ONDJAKI.
•
As pequenas e garridas pitangas, vermelhas cor de sangue, cor de
vida. Fruto
tão
popular
nas
ruas
e
nos
quintais
de
Luanda
e
que,
no
filme
são
a
imagem
de
uma
nova
capital
e
de
um
novo
país
que
se
constrói
e
reinventa;
das
novas
gerações;
de
uma
nova
esperança.
Angola:
30
anos
de
independência,
3
anos
de
paz.
Capital:
Luanda.
Cidade
construída
para
600.000
habitantes.
Actualmente
com
cerca
de
4
milhões.
Cruzamento
de
várias
realidades
e
gente
de
todas
as
províncias.
A
vida
desta
cidade
são
as
pessoas.
Que
pessoas?
10
vozes
vão
expondo
com
ritmo,
dignidade
e
coerência,
um
espaço
ocupado
por
várias
gerações
e
dinâmicas
sociais
complexas.
Luanda
não
havia
sido
filmada
sob
esta
perspectiva
realista
e
humana:
conflitos
entre
a
população
e
a
esfera
política,
a
proliferação
do
sector
informal,
as
desilusões
e
as
aspirações,
o
questionamento
do
espaço
urbano
e
do
futuro
de
uma
Angola
em
acelerado
crescimento.
Dez
personagens falam também das suas vidas, do seu modo de agir sobre a realidade,
da
música
que
não
pode
parar.
Aparece
uma
Luanda
onde
a
imaginação
e
a
felicidade defrontam as manobras de sobrevivência. Onde a língua é mexida para
se adaptar às necessidades criativas de tantas pessoas e linguagens.
A MINHA BANDA E EU (90´), 2011, KILUANGE LIBERDADE
E INÊS GONÇALVES
•
Depois de anos de uma integração falhada geradora de revolta e frustração, surge
nos
bairros
suburbanos
das
grandes
cidades
europeias,
e
junto
das
comunidades
africanas um movimento de jovens que querem afirmar de forma descomplexada
o
seu
africanismo.
Esse
movimento
de
afirmação
do
orgulho
em
ser
africano
expressa‐se num novo estilo musical : a Kizomba.
MIRIAN NOGUEIRA TAVARES
É Professora Associada da Universidade do Algarve possui formação académica nas Ciências da Comunicação, Semiótica e Estudos Culturais (doutorou‐se em Comunicação e Cultura Contemporâneas, na Universidade Federal da Bahia), tem desenvolvido o seu trabalho de investigação e de produção teórica, em domínios relacionados com o Cinema, a Literatura e outras Artes, bem como nas áreas de estética fílmica e artística. Como professora da Universidade do Algarve, participou na elaboração do projecto de licenciatura em Artes Visuais, dirigindo, presentemente, o mestrado em Comunicação, Cultura e Artes e a licenciatura em Artes Visuais. É Coordenadora do CIAC (Centro de Investigação em Artes e Comunicação), financiado pela FCT.
Palestrantes
LILIANA SULZBACH
Realizadora, produtora e guionista gaúcha (Rio Grande do Sul, Brasil) Jornalista e mestre em Ciência Política pela UFRGS. Estudou Ciência da Comunicação na Freie Universität Berlin. Sócia‐directora da Tempo Porto Alegre, foi coordenadora deproduções e do Núcleo de Cinema e Televisão da Zeppelin Filmes, de 1996 a 2008. Coordenadora Nacional do INPUT (International Public Television Conference) de 2001a 2004. Trabalhou como produtora independente para a Hamburger Kino Kompanie/Hamburgo, M.Schmiedt Produções, Spiegel TV Alemanha, onde trabalhou em diversaslongas‐metragens e realizou vários filmes documentários entre os quais A Cidade (2012), Sonho de Guri(2012) e O Branco (2009). Realizadora: 2005 ‐O Cárcere e a Rua (documentary) 2001 ‐O Branco (short) 2000 ‐A Invenção da Infância (documentaryshort) 1992 ‐Batalha Naval (short) FILMOGRAFIA Produtora:
2012 ‐DaluaDownhill(documentary) (co‐producer, executiveproducer) 2010 ‐Amigos Bizarros do Ricardinho (short) (executiveproducer, producer) 2008 ‐Mittenim Leben! (TV series documentary) (co‐producer)
2005 ‐O Cárcere e a Rua (documentary) (executiveproducer)
2000 ‐A Invenção da Infância (documentaryshort) (executiveproducer) 2000 ‐Sul Sem Fronteiras (TV documentary) (executiveproducer)
SÍLVIA DESTERRO TAVARES DA SILVA VIEIRA
Licenciada em História da Arte pela Universidade de Coimbra e mestre em Comunicação, Cultura e Artes pela Universidade do Algarve. Tem desenvolvido o seu trabalho de investigação e produção teórica nos domínios da fotografia e do cinema em Moçambique. Realizou o documentário Assim Estamos Livres: Cinema Moçambicano 1975‐2010 (Bruno Silva/Sílvia Vieira, 2010). Membro do colectivo videoarte Inner Project, é actualmente investigadora do Centro de Investigação em Artes e Comunicação (CIAC) do Algarve.
JOSÉ
PEDRO PIMENTA
José Pedro Pimenta possui formação na área de produção de cinema na EICTV (Escuela Internacional de Cine e TV), em Cuba (Havana) e formação em Arquivos de Cinema em Stockholm. É ainda formador em Produção de Cinema no Programa de Formação para produtores na Africa Ocidental (FOCAL/Senegal). É membro da Comissão Fonds Images d´Afrique – Ministére des Affaire Étrangéres – França. Foi presidente do júri da competição oficial do Fespaco – Ouagadougou em 2009. É actualmente membro do júri de festivais internacionais como o FESPACO, o FilmRio, o Festival Cinéma du Réel e DocsLisboa.É membro da direcção das seguintes organizações; African Script DevelopmentFund(ASDF), Audiovisual Enterpreneursof África (AVEA) e do Zimbabwe Film Festival.Foi o primeiro produtor do Instituto Nacional de Cinema em Moçambique. Éfundador e produtor da Ébano Multimédia, uma das mais sólidas e prestigiadas produtoras independentes em Moçambique. Produziu várias ficções e documentários tais como MuedaMemória e Massacre de Ruy Guerra,
Tempestade na Terra de Fernando Silva, Zulu Love Letter de Ramadan Suleman, Teza de Haile Guerima, A Ilha dos Espíritos e A Virgem Margaridade Licínio Azevedo entre outros. É o fundador e director do Dockanema (Festival do Filme Documentário) em Maputo, tendo sido um dos grandes responsáveis pela divulgação de vários documentários nacionais e internacionais.
PAULO CUNHA
É Membro do CEIS20 – Centro de Estudos Interdisciplinares do Séc. XX da Universidade de Coimbra. Licenciado e mestre em Historia. Doutorando em história Contemporânea na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Bolseiro da FCT. Investigador da área da programação de Cinema e Audiovisual da Capital Europeia da Cultura 2012. Membro da direcção da Associação de Investigadores da imagem em movimento (AIM).
KILUANJE LIBERDADE
Nasceu em Angola em 1976.Licenciado em Ciências da Comunicação e Cultura na Universidade de Lisboa. Pós graduação em Estudos Africanos (ISCTE, Lisboa).Realizador de Televisão na TV Zimbo (Luanda), assistente de realização em "A Favor da Claridade", de Teresa Villaverde e assistente de produção na "Exposição de Fotografias com Banda Sonora", Cabo Verde, de Inês Gonçalves e Vasco Pimentel.
Filmografia como realizador:
2009, Co‐realizador de “Tchiloli, Masks and Myths” juntamente com Inês Gonçalves;
2009, Co‐realizador de “Luanda, Fábrica da Música” juntamente com Inês Gonçalves;
2005/6, Co‐realizador e co‐produtor com o escritor angolano Ondjaki do documentário “Oxalá Cresçam Pitangas”;
1998, Co‐realizador de "Outros Bairros" com Inês Gonçalves e Vasco Pimentel;
1996, Realizador do documentário "O Rap é uma Arma".