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SÉRIE DE CASOS DE PLANEJAMENTO ECONôMICO REGIONAL. Introdução Geral

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Introdução Geral

O fenômeno do subdesenvolvimento nos países de á-rea continental, como o Brasil, apresenta-se com extraordi-nária variedade de aspectos. Se aplicássemos a classifica-ção de Wageman ~s várias regiões do Brasil, certamente see§ gotaria o famoso esquema: temos desde zonas

supercapitalis-tas, como São Paulo e o Distrito Federal, até zonas acapitg listas, como certas partes de Mato Grosso e Amazon~s. Essa diversidó', de graus de subdesenvolvimento, que chega a ex-tremos de sUQ-ocupação da própria terra, comunica ao plane-jamento regional importancia suprema. As providências que cumpre adotar, a fim de acelerar a marcha de umas regiões e regular a de outras, também variam quase de Estado para Es-tado. Está-se formando no Brasil, sob a pressão dêsse con-glomerado de problemas coletivos, uma consciência da neces-sidade do planejamento.

Por fôrca de mandamentos constitucionais, em cer-tos ~~sos, ou para levar a efeito iniciativas avulsas, emo~ tros, o govêrno federal tem em marcha, no momento, váriosp~ jetos de desenvolvimento econômico regional, alguns dêles, como o Plano de Valorização Econômica da Amazônia, com re-percussões sôbre vastas áreas do território nacional. Tra-~a-s~ em certos casos, de programas iniciados há mais de 30 anos e mantidos ininterruptamente desde então, como odas O-bras Contra a Sêca. Além do govêrno federal, os Estados do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais e de Santa Catarina,

en-tre outros, estão executando, ou em vias de iniciar, progra-mas de planejamento regional, com o objetivo de aumentar os meios de transporte e a produção de energia elétrica. Ou-tros Estados já lançaram ou estão em entendimentos para laQ çar, conjuntamente, projetos de desenvolvimento econômico de regiões que lhes são comuns, como o Vale da Paraíba e o Va-le do Paraná-Uruguai.

Cabe, entretanto, reconhecer que os resultados o~ tidos de nossas tentativas de desenvolvimento econômico re-gional nem sempre têm correspondido aos recursos empregados. O exame dos êxitos parciais. ou dos fracassos de certos

pro-jetos, provàvelmente indicaria a falta de planejamento deco~ junto como causa principal. Entende-se por planejamento de

(2)

conjunto aqu~le em cuja elaboração se levam em canta todos os fatôres essenciais a um programa de desenvolvimento eco-nomlCO: as mudanças técnicas, a modificação dos hábitos, pr~

ticas e ~étodos de trabalho das populações interessadas, os recursos técnicos e financeiros, o escalonamento das ativi-dades no tempo e sua distribuição no espaço etc.

No momento em que começam a surgir, no Brasil, e§ forços de planej amento regional de envergadura, é forçoso a'1 mentar o námero de técnicos brasileiros capazes de partici-par na elaboração dos planos já em curso, ou em véspera de lançamento. Cumpre, sobretudo, familiarizar os altos funci onários de órgãos páblicos com as técnicas de planejamento ~

provadas alhures, bem assim com as idéias emergentes no ca~

po da administração. Não será demais repetir: planejamento é uma tarefa eminentemente administrativa.

Um dos meios de consecuç ao de tal obj eti vo é, sem dávida, a realização de cursos especificas sôbre a matéria, cursos que incluam não apenas a teoria e a prática de planç jamento, senão também as disciplinas mais afins, como, por exemplo, antropologia cultural, geografia econômica etc. P~

ra maIor eficiência de tais cursos e perfeita conjunçãodatç oria com a prática, parece indicado que êles se ministrem no próprio meio em que se pretende operar,proporcionando assim aos estudantes uma oportunidade de ver como as noções e co-nhecimentos adquiridos se articulam, ou não, com a realida-de.

A Superintendência do Plano de Valorização Econô-mica da Amazônia (SPVEA) e a Fundação Getálio Vargas criaram, por meio de acôrdo celebrado em 1955, as condições necessá-rias para a realização de um curso dêsse tipo. Com efeito, sob os auspícios conjuntos dessas duas entidades, a Escola Brasileira de Administração Páblica organizou e iniciou, em setembro de 1955, o Curso de Planejamento Regional de Belém do Pará, o qual tem como centro de interêsse e fonte de exem pIos o programa de trabalho da SPVEA.

-o Curso foi franqueado a funcionários páblicos qU! lificados, tanto do órgão patrocInador, a SPVEA, comodas re partições federais, civis e militares, estaduais e munici: pais, que pudessem haurir benefícios dos respectivos ensina men tos. Dos 70 funcionários pertencen tes aos quadros da SPVEÃ,

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do Gov8rno do Estado do Pará, Pre fei tura Municipal de Belém, Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico, Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Goiás, Banco de Crédito da Amazônia, Serviço Especial de Saúde Pública (SESP), Territ6 rio do Amapá, Primeira Zona Aérea, Oitava Região Militar. Serviço de Navegação do Amazonas e Administração do Pôrto do Pará (SNAPP), submetidos ~s provas de seleção, 38 foram àprQ

vados e, em consequ8ncia, matriculados no Curso.

O primeiro dêsse tipo no Brasil e, ao que supomos, no mundo, o Curso visa, especlficamente, a transmitir as i-déias principais e informações recentes sôbre planejamento, administração e valorização dos recursos naturais, sociais,' econômicos e humanos de uma região. Os métodos de ensino ~

dotados no Curso incluem conferências, sem1nários, discus-sões em grupo, análises de casos, excurdiscus-sões, pesquisas 1ndi viduais e em equipes, pelo que se exigiu tempo integral de professôré$, estudantes e funcionários. O material de lei-tura e os casos para estudo, preparados pela EBAP e seleciQ nados de várias origens, destinam-se a proporcionar aos in-teressados as mais autorizadas fontes de consulta, exoneraQ do-os, assim, da necessidade de procurarem a documentação pertinente ~ matéria.

Dentre os projetos de desenvolvimento regional , nacionais e estrangeiros, que a Escola examinou para seleci onar os mais expressivos, cabe indicar os constantes da li~

ta abaixo. Sôbre cada um dêsses projetos, preparou-se umcª so, empregando-se a palavra "caso" no sentido moderno em que é usado nos programas de ensino e pesq~isa.

O plano inicial de monografias compreendia 25 prQ jetos. As dificuldades de execução, porém, fizeram que a Eê cola os reduzisse a 20: 1) Autoridad de Tierrasj 2) Ban-co de Crédi~o da Amazôniaj 3) Banco Nacional do Desenvolvi mento Econômicoj 4) Centrais Elétricas de Minas Geraisj 5) Comissão Estadual de Energia Elétrica do Rio Grande do Sulj 6) Comissão Vale do São Franciscoj 7) Companhia Siderúrgica Nacional; 8) Companhia Vale do Rio Docej 9) CongoBelga

-- Plano Decenalj 10) Departamento de Portos, Rios e C~riais; 11) Departamen to de Obras e Equipamen tOSj 12) Departamen to Nacional de Estradas de Rodagemj 13) Departamento Naciopal de Obras Contra as Sêcas; 14) Departamento Nacional de

(4)

0-bras de Saneamento; 15) Eletrobrás; 16) Hidro-Elétrica do São Francisco; 17) Plano Hidrelétrico de Brokopongo; 18) Pl! no do Carvão Nacional; 19) Superintendência do Plano de Va-lorização Econômica da Amazônia; 20) Tennessee Valley Authority.

Ao ewpreender a taJefa, aparentemente simples, de preparar os históricos (casos) dos projetos de desenvolvimeº to econômico e regional, escolhidos para constituir a docu-mentação viva do Curso, longe estava a EBAP de antever as di

ficuldades, quase invencíveis, com que teve de se defrontar. O principal obstáculo, e que em certas ocasiões assumiu

agu-deza desesperadora, foi a escassez de pessoal com capacidade para fazer o levantamento àos fatos, digerir a documentação levantada, analisá-la e concatená-la de forma lógica. As pe§ soas capazes de semelhante tarefa encontram-se, em sua maio-rIa, completamente absorvidas pelas funções que já exercem. Em 90% dos casos, houve necessidade de transferir a mesma tª refa a um segundo, a um terceiro, a um quarto, a um quinto e até mesmo a um sexto colaborador, ou porque o prazo para en-trega dos trabalhos não pudera ser cumprido, ou porque o pa-drio técnico desejado pela Escola não fõra atingido. A des-peito de tais esforços, a Escola reconhece que nem sempre atingiu o ambicionado grau de excelência técnica. Uutra di-ficuldade consistIu na ausência de informações e na resistêº cia de alguns dos órgãos pertinentes em fornecer ou criticar tais informações. Salvo em três casos, entendimentos pessQ ais, cartas, telegramas e telefonemas ou não bastaram para vencer essa dificuldade, ou produziram efeitos medíocres.

A despeIto de tudo, perseverou a Escola na tarefa de elaborar esta série de casos, a fim de não frustrar o ob-jetivo de proporcionàr, aos alunos, informações reais sôbre planejamento regional, colhidas na intimidade de experiênci-as concretexperiênci-as. Parecia-nos que as diferentes situações estu-dadas nesta série de históricos permitiriam ans alunos diag-nosticar as inst~ncias de planejamento patológico, os err o s de origem, a ausêncIa de coordenação entre planejamento e ex~ cuçao, a descontinuidade administrativa, assim como também identificar as situações institucionalmente sãs, em que ao lado de planejamento ortodoxo existe execução ordenada.

Numerosos colaboradores participaram na preparação

(5)

in-./

clui os nomes dos que participaram mais ativameur.e. Seriad!; f{cil determinar o grau de participação de cada colabora-dor. O concurso de alguns limitou-se às primeiras tentati-vas de reunião dos fatos, tentatitentati-vas que, pelas dificulda-des já apontadas, nem sempre foram levadas a bom têrmo. O~ tros, além do levantamento dos fatos, aceitaram a responsa-bilidade de rascunhar os anteproJetos; outros participaram na crítica e revisão; outros, na revisão de revisões. Dois

nomes merecem destaque especial: o de Marialice Moura Pes-soa, professôra de Antropologia Cultural (EBAP), que chefi-ou o grupo de pesquisadores; e o de Arnaldo Pessoa, profes-sor de Introdução à Administração Pública (EBAP), que levaI} do a dedicação ao extremo acumulou, com as obrigações de sua cadeira, a tarefa de rever a maioria dos trabalhos.

A EBAP contraiu uma dívida de gratidão com os prg fessôres e técnicos de seu quadro e de outras organizações, os quais concorreram, uns mais, outros menos, todos certa-mente de boa vontade, para a realização da tarefa, que cus-tou longos meses de labor, muitas canseiras e exigiu devo~~ mento sem igual por parte de alguns.

Rio de Janeiro, novembro de 1955

(6)

Lista dos participantes na elaboração desta série de monografias:

Pes4uisadores e Redatores: Antônio Guimarães, Ary Guerra Quintella, Cléa M. D'Albuquer-que, Dulce A. Gallo, Florindo Villa-Álvarez, Iberê de Souza Cardoso, Jayme Cunha, José Rodrigues Senna, Juvenal Osório Gomes, Lucy Marques de Souza, Luiz Fernando Fontenelle,

Ma-rietta Campos, Pierre Van der Meiren, S;rgio Queiroz Duar-fe, Sophia Lachs, J. Timotheo da Costa e Zilah V. Teixeira.

Criticos: Alfred Davidson, Antônio Guimarães, Arnaldo Pes-soa, Benedicto Silva, Carlos Castelo Branco, Ce~­ rio de Oliveira, Florindo Villa-Álvarez, Geraldo Wilson Nu-nan, Jayme Cunha, Jesus Soares Pereira, Joao Guilherme Ara·

gão, Marialice Moura Pessoa, Noé de Freitas e Ottolmy Strauch e a Companhia Siderúrgica Nacional e o Departamen

-to Nacional de Obras de Saneamento.

Revisores: Aédo de Carvoliva, Anna Bote.lho Benjamim, Antô-nio Gutmarães, l1rnaldo Pessoa, Augusto Martins Bahiense, Benedicto Silva, DlOgO Lordello de Mello, José Mg

rta Arante..s, Jesus Soares Pereira, Juvenal Osório Gomes, Pe-dro Maia Filho e Sophia Lachs .

•••

(7)

de forma breve, as informações que foi possível coligir, analisar e sistematizar sôbre o

BANCO NACIONAL DO DESENVOLVll'ilitv'TO ECONÔlvíICO

Participaram na sua elaboração as seguintes pessoas: Pesquisa - Juvenal Osório Gomes

Sophia Iachs

Redação - Juvenal Osório Gomes Critica - Arnaldo Pessoa

Benedicto Silva

}!~rialice l-1oura Pessoa

ot tolmy Strauch Revisão - Aédo de Carvoliva

Arnaldo Pessoa

(8)
(9)

í

N D I C E

pág •

1. ORI GENS ""...." .... CI . . . lIt . . . ,. . . . " " " .. • .. " • " " .. " " " " • " 1

2 o FINALIDADE ... " o. " " • o Q " " o " • • o " " " o " " o .... ct " .. " o " (I " " " " " • ,o .3 3 CI REClJR.SOS """"" .... """""" .. o " " " " C'I • " .. o " • " ., " " " " " jJ " " " " " li " 6

4.

MÉTODOS DE OPERAçÃO • • • • • • • • • • • • 0 0 • • • • • • • • • • • • • • • • 10

5.

ORGANIZAÇÃO A) Administração • • • • • • • • • • • • " . o o . o o o o o o o . o o o • • OOtlÓ 12 B) Organização Interna •.••• < • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 0 14 C) Pessoal ."". Cl o o .. CI " o • " CI . . . . ('I • o • " " • • " " • " lO " o o • • " o • o c. 17 6 o REAUZAÇOE3 A) Financiamentos • • • • • " • " . . . " • • • li " " . . . . " .. " . . . " " 19 I - Anteriores a 54 ... "... 2.3 11 - Concedidos em 54 .• o • • • o • • • • • • • • • • • • • • • • • • 25 B) Pesqui sas e Estudos Diversos •••.•••.•••.••..•• 29 C) Conclusão .... "" .. """" .. "." .. "."""""""""" .. """""""""" 30

ANEXOS

I - Regimento Interno do B.N.D.E. .•.... ..•.••• 31 11 - Art. 3º da Lei nº 1.474, de 26/XI/1951 •...• 43 111 - Lei nº 1.518, de 24/XII/1951 ..••••.•... 46 IV - Lei nº 1.623, de 20/VI/1952 •.••..••...••..• 47 V - Lei nº 2.973, de 26/XI/1956 •••••••••.•..••• 68

(10)

L ORIGENS

As origens do Banco Nacional do Desenvolvi-mento Econônico confundem-se com as da Co~tssão Mista Brasil Estados Unidos para o Desenvolvimento Econômico~ a idéia da

organização do Banco surgiu quando se cogitava de uma entida de que executasse o programa elaborado pela Comissão.

A Comissão Mista Brasil-Estados Unidos f o i institu1<i3. por meio de nota5 diplomáticas entre os governo s dos dois pa{ses em fins de 1950~ enquadrando-se dentro

w

pr~ grama de ajuda do govêrno americano aos países subdesenvolv! doso O objetivo central da sua criação foi o de estudar ou e laborar projetos de investimentos capazes de dar solução a algumas deficiências básicas do aparelhamento econômico do

pais~ as quais se estavam tornando sério empecilho ao desen=

volvimento coordenado da economia brasileira. Essas deficiên cias se faziam sentir mais agudamente no campo da energia e dos transportes, setores que demandam vultosos capitais e im plicam a importação de equipamento e, por conseguinte~ desp~ sas de vulto em moeda estrangeira o

Uma vez aprovados os investimentos pela C~

são Mista.9 esta recomendaria a conveniência de sua execuç ã o concomitantemente ao Govêrno dos Estadós Unidos e ao Govêrno do BrasiL O primeiro recomendaria o projeto ao Export IlI!JOIt Bank of Washington~ entidade financeira do govêrno american~ ou ao International Bank for Reconstruction and Development9

(11)

instituição financeira internacional, para o financiamento cà

parte que implicasse despesas em moeda estrangeirao Ao Govê! no brasileiro caberia, por sua vez, fornecer os recursos ~

ra o financiamento das despesas em moeda nacional decorren = tes da execução dos projetos o

A

a:;oo rerurso

A primeira providência no sentido de reunir

Em JlDEI:la. nacial9lfai. a i.nst:;í:tuição, pela lei 1.474, de 260

XIo1951, de um empréstimo compulsório, sob a forma. de adicio nal ao impôsto de renda o Conforme o texto legal, o montan te do adicional "constituirá fundo especial, com personalida d e

f ' P _ .

jur1dica e contabil, e sera aplicado na execuçao do programa de reaparelhaIOOnto de portos e ferrovias, aumento da capaci~

dade de armazenamento~ frigor1ficos e matadouros, elevaçãodo potencial de energia elétrica e desenvolvimento de

indústri-,

as basicas e da agricultura" o

Visando ao mesmo objetivo, a lei 1518, de 24oXllo195l, autorizou o Tesouro Naciónal a contratar

crédi-p

tos ou dar garantia a creditosobtidos no exterior com a fi= nalidade de financiar o referido programa de reaparelhamen~

Estavam, assim, estabelecidas as bases fun~

mentais do programa de reaparelhaIOOnto o O.s recursos em moeda nacional seriam propordonadoo peJo érlkioml ao impôsto de renda e,

quanto aos recursos em moeda estrangeira, destinados a fina~

ciar a aquisiçãO de equipamentos no exterior, o Tesouro esta va autorizado a garantir os empréstimOS a serem obtidos con forme convencionado com o Govêrno Amaricano:; por ocasião dos entendimentos para a organização da Comissão Mista Brasil-Es

(12)

tados Unidos para. o Desenvolvimento Econômico o Faltava ~

po-. r~m~ um organismo que pudesse encarregar-se da execução do

progran:a~ que~ pelo vulto e caracter1sticas especiais~ nao

poderia ficar a cargo de nenhum dos organismos existentes ~

, f

sob pena de serios prejuu:os para a sta boa narcha.

Decidiu-se~ então ~ que a solução seria criar

um organismo especial~ cuja incumbência precipua seria a ad ministração da aplicação dos recurso s do programa., o que foi

,

feito pela lei nR

1.628,

de

20.VI.1952,

que alem de estabele

cer outras medidas com relação ao programa criou o Banco Na-cional do Desenvolvimento Econômico.

2. FTIfALIMIE

A finalidade do Banco Nacional do Desenvolvi mento Econômi 00 ~ já entrevista no capitulo anterior, s e ri a

"dar exerução aos Objetivos desta lei (Lei NR

1.628)

~ bem co mo da Lei n~

1.518,

de 24oXII.1951~ e do art.

3

Q da Lei nQ

1.474~ de

16oXI.1951" ••.•

Como essas leis estabeleceram o

"programa· de reaparelhamento de portos:J sist enas de transpor tes', aumento da capacidade de arm3-zenamento:J frigorificos e natadouros, elevação do potencial de energia eiétrica e de

-" ,

senvolvimento de ~ndustrias basicas e agricultura 11 , esta cl~

ro que executar êste programa

é

a principal finalidade à:> Ban co.

Para melhor esclarecimento, convém tecer al-gumas considerações em tôrno de tais objetivos~ em compleme!l to as definições da lei. É necessário ter uma idéia clara do

(13)

que s e entende por desenvolvimento econômico:; para compreen-der bem a que se propõe o Banco. Os economistas têm uma

for-ma. simplificada para definir "desenvolvimento econômico", a~ sociando~o com o seu efeito. Definem-no como o aum:mto dl ren da nacional per capita oUj o que vem a dar pràticamente no mesmo j o aumento da produção per capita. para·o economista. es

ta definição satisfazj porque êle conhece tôdas as transfor= ms.çóes pelas quais a economia tem de passar para que se tor ne possivel um aumeno de renda per capita.

,. R

Em termos menos tecnicos e, conseqt1entement~ menos precisos:; o desenvolvimento econômico pode ser defini-do como o fenômeno pelo qual a capacidàde produtiva da econ~ mia aumenta a um ritmo rmis rápido do que o do crescimento dl população. A finalidade ~ltima do Banco ~, pois~ promover o aumento de capacidade produtiva da economia nacionalj o que

pode ser feito diretamente ou atrav~s da criação das condi =

ções necessárias para que a atividade privada o faça sem em~ pecilhos.

As atividades econômicas são interdependen =

teso Existem:; por~j algumas que desempenham papel f'undamen= tal no processo econômico. Estão neste caso os serviços bás!

cos-energia elétrica·e transportes - e a in~stria básica~ dutora de matérias-primas industriais9 das quais tôdas as o~ tras atividades produtoras dependem em maior ou menor grau o

No caso do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico:; a as ação dever~ ser exercida principalmente nesses setores bási= oos da atividade econômica o Isto porque~ entre nó~a inicia=

(14)

,"

, ,

tiva privada ja e suficientemente diligente para proporcio -nar o aumento da capacidade produtiva nos outros setores. O Brasil já saiu daquele estado de subdesenvolvimento~ em que~ não havendo uma pressão da demanda sôbre a oferta e inexis -tindo uma classe empresária ativa~ a economia tende a estag-nar-se por falta de elementos dinâmicos espontâneos para pr~ puls ioná-la o

p

Existe no Brasil atual um ambiente propi cio

ao desenvolvimento~ onde os elementos dinâmicos tendem a

fa-zer a economia expandir-se naturalmente; a ação do govêrro re.

promoção do desenvolvimento deve~

é

evidente~ orientar-se p! ra aproveitar ao máximo a ação dessas fôrças espontâneas, cri ando as condições necessárias para que a sua ação se faça sem a criação dos pontos de estrangularrento ~ que constituem uma caracteristica de desenvolvimento econômico quando êste se faz por si mesmo. tsses pontos de estrangulamento manifest~ -se, em geral ~ por deficiências do setor de transportes,

for-, , , ~

necimento publico de energia eletrica e de materias-pr~ ~

sicas, em relação ao resto da economia.

! À vista disto~

é

fácil concluir que os pon tos de estrangulamento, que resultam do crescimento despro -porcional de uns setores (em geral produtores de bens fIDais) em relação a outros (produtores de bens intermediários), con.:!, titueDl sério obstáculo ao desenvolvimento coordenado da eco-nomia, resultando numa menor eficiência dos investimentos.

O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico tem precisamente por objetivo evitar o aparecimento dês

(15)

-ses pontos de estrangulamento através de investimentos estra tégicos; cumpre-lhe aplicar os recursos à sua disposição sentido de fomentar o desenvolvimento dos setores básicos

no

consoante as necessidades oriundas do desenvolvimento da eco no mia como um todo. Uma outra atribuição sua, que não consta dos textos legais ~ mas que o Banco tem sido chamado a

desem-penhar~

é

a de consultor do govêrno em matéria de pol:Íticadg

desenvolvimento econômicoo

-Cabe-lhe , assim~ fazer com que a açao das fôrças espontâneas que agem no sentido do desenvolvimento e= conômico não seja tolhida pela insuficiência dos setores bá= sicos da economia o E ainda~ por meio de investimentos estra= tégicos ou aconselhando ao govêrno uma politica econômica ~

se sentido~ intensificar o dinámismo dessas fôrças~ á fim de

aumentar o ritmo de desenvolvimento da economia.

As atividades do BNDE não colidem com a ini-ciativa privada~ nem dela prescindem~ tampouco. Elas se com

plementam~ pois o desenvolvimento econômico constitui um

ob-jetivo que deve congregar~ para ser aléançado com eficiênci~

os esforços do govêrno e do setor privadoo

3. RECURSOS

A quase totalidade dos recursos com que

con-- p

tam Os bancos para ~s suas aplicaçoes resulta~ de ordinario~

dos depósitos que recebemo Os depósitos~quando não são exi~ glveis

à

vista, o são num prazo relativamente curto de 3 ~ 6

.?

(16)

Os recursos com que contam os bancos comerciais ou de descon tos são, pois, de curto prazo, razãOpela qual êstes estabe-lecimentos não podem emprestar a longo prazoe

Um banco de inves timentos ou de desenvolvi -mento ~ cujas aplicações são feitas a longo prazo ~ não pode , por conseguinte, basear-se em recursos provenientes de depó-sitos o tle tem de contar com recursos a longo prazo ~ sejam

, ,

provenientes de seu proprio capital, ou de emprestimos a lon go prazoo

O Banco Nacional do Desenvolvimento

Econômi-..

co nao foge a regra; conquanto autorizado por lei a recebe r alguns tipos de depósitos, o grosso dos seus recursos pro~

, ,

como se vera, de emprestimos a 10hgo prazo. Os recursos de que dispõe para a realização de suas finalidades são aquêles previstos nas leis que estruturaram o Program de Reaparelh~

mento Econômico (1). tsses recursos adv~ das seguintes fon-. tes:

a) Adi cional de 15% sôbre as importâncias d~ vidas pelos contribuintes do impôsto de renda nos exerd.cios de 1952 a 1956~ inclusive; adicional de 3% sôbre as reservas e lucros em suspenso das pessoas jurfdicas, exclusive o fun-do de reserva legal e as reservas técnicas das companhias de seguro e de capitalização '.

b) Recolhimentos eventuais, por parte das

O!

xas Econômicas Fp.oerais, dos órgãos de previdência social e das companhias de seguros e capitalização. A obrigatoriedade (1) Leis ri! 1.474~ de 26/XI/951; 1. 518, de 24/XII/951 e ].62~

(17)

dêstes recolhimentos, bem como o seu montante, depende, de~

tro dos limites estabelecidos pela lei, de determinação do ~ nistro da Fazenda em cada exerclcio.

c) Recursos eventuais provenientes de

cr~di-, p

tos obtidOs no exterior, de depositos que o Banco esta

auto-ri zado a receber e de quaisquer impost os, taxas, sobretaxas, que se destinem a custear as inversões ou a atender às obri-gações de juros e amortizações decorrentes do Progranla. de~ paralhamento Econômico.

Os recursos constantes das letras (a) e (b) so se referem ao perlodo 1952-1956, inclusive. Por outro la-do, os recolhimentos previstos na letra. (b) só se tornam obt!,

, f

gatoriosj em cada exerclcio, se o Ministro da Fazenda deter~

,

minar, por portaria, o recolhimento. Ate o presente, as porr tarias ministeriais só têm estabelecido obrigatoriedade para os recolhimentos relativos às companhias de seguro e capita-lização, na importância de 25% sôbre o valor das reservas téo

'T nicas formadas no exercicio anterior.

"

E importante esclarecer que os recursos do Fundo de Reaparelhamento Econômico são provenientes de e~ times compulsórios, e, como tál, devem ser reembolsados nos prazos e condições previstas em lei. Efetivamente, a partir de 1956 deverão ser emitidas as "obrigações do reaparelhame~ to econômico 11, correspondentes às importâncias pagas pelos

contribuintes a titulo de adicional do lmpôsto de renda ou

,

de recolhimentos compulsorios 1 acrescidos de

25%0

Estas obri gações renderão juros de

5%

ao ano, sendo amortizadas a

(18)

par-tir de 1958,

Os recursos do Banco não sã09 poiss const~ t> '"

dos por simples verbas orçamentariaso Ao irrvesj resultam de

emprestimos que,9 embora compulsorj os.9 têm qu e s ar reembolsa= dos dentro de um prazo determinadoj juntamente com os juros respectivoso ~sse fato restringe o campo de operação do Ban co àqueles empreendimentos capazes de gerar Os recursos cessários

à

liquidação,9 dentro do prazo

máximo

de 20 anos das importâncias empr estadas o

ne=

Segundo estimativa feita pelo próprio Bancoj

se tôdas as fontes fôssem mobilizadas em sua capacidade

máx,!

na admitida em lei j os rerursos

à

sua disposição.9 no qtfinqtf~ nio

1952/56,9

montariam a Cr$

17 372

milhões~ assim distribui

a) Adicional ao impôsto de renda •.•••••••••• b) Recolhimentos das Cia~. de Seguros e Capita

~

-lizaçao o G • • • o • CI o o • • • o o o o ~ o Q o o o • o o o o o () o o o o c) Recolhimento 5 das Caixa.s EconÔmi09.s

Fede-ral.S o Q o o o o o o o o o (lO o o o o o o o o o o o o o o, o o o o o o o o I;) o o d) Recolhimentos dos órgãos de previdência so

cial o o o o • o o o • '" • o o o • o o o o o o o o o • • o o o o o o • o o

0:-'roTAL o o • • Cr$ Milhões Cr$ MIIHÕES 10

413

1 509 3 444 2 006

17 372

Quando forem examinadas as realizações do

, At> t "

(19)

decorridos~ foi bem inferior

à

prevista, em virtude de

não

tt:.: rem sido mobilizadas tôdas asfoDteso

Além dos recursos enumerados~ o BNDE recebe rá, em depósito~a partir de

1955,

o produto da arrecadação do

impôsto único sôbre energia elétrica, criado para financi a r a expansão da oã. pa cidade geradora do pais o Os recursos prov~ nientes dêsse impÔsto destinam-se

à

Eletrobrás, cabendo, en-t'retanto, ao BNIE, a sua aplicação enquanto não fôr estrutu-rada aquela entidade.

4. MÉTOIDS DE OPERAçÃO

'"

A grande diferença entre o metodo de opera -çao do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e o dos

~ancos comuns es

em que, enquanto êstes, ao' com iderar um

pedido de empréstimO, olham apenas a< idoneidade finance:ira do

,. .... p

mutuario, aquele examim em primeiro lugar o merito do empr~

endimento a ser financiado. Os Bancos comerciais emprestam a firmas, enquanto o Banco do Desenvolvimento empresta a prod~

tos especificos. A id~neidade financeira

é

condição necessá-ria, mas não suficiente para a obtenção de empréstimo no Ban co do Desenvolvimento.

Um projeto de investimento, para ser finan -ciável pelo BNDE, precisa satisfazer, inicialmenté, duas con dições, a saber:

a) enqua~se num dos setores básicos da

(20)

de ação do Banco;

b) apresentar rentabilidade capaz de propor-cionar, dentro de um prazo razoável~ os recursos necessários

#

para o serviço de emprestimo para com o Bancoo

Em principio, um projeto que satisfizesse a estas duas condições poderia ser financiado pelo Banco do De

" .,.

senvolvimento; na pratica~ entretanto~ como as solicitaço es

" . . . . ~

de emprestimo tem sido superiores as suas possibilidades fi nanceiras.9 tem-se apresentado o problems. de sele cionar ~ en-tre os pIOjetos que satisfazem àquelas condições, aquêles cu

ja execução possa redundar em beneficio real para a economia nacional.

Ao Banco Nacional do Desenvolvimento Econômi co se apresenta~ pois, o problema de distribuir os seus r~

sos~ que são pequenos em relação às necessidades do pais~ de

maneira. que s'e levem ao máximo os efeitos dos investiment o s por êle realizados sôbre o desenvolvimento da economia brasi

.

,

leira. Trata-se de tarefa dif1cil~ uma vez que implica o es= tabelecimento de critérios de prioridade para a seleção de i!!

yestimentos~ o qúe pode 'ser feito fàcilmente num nível subj~

tivO~ mas que~ na prática~ ainda desafia a habilidade dos e

co nomi st as •

Na execução de suas finalidades ~ êle opera tanto ~om entidades de direito público~ como de direito

pri-... "

vado. Sua açao)l ate o momento)l tem sido mais passiva que ati va, isto ~, tem-se limitado a considerar as sol~citações de

(21)

cr~dito que lhe são apresentadas. É provável~ por~m~ que no futuro passe a assumir uma atitude mais ativa~ tomando a ini ciativa de promover a execução de empreendimentos-chave ~ ra ~ desenvolvimento econômico do país. A atitude passiva~ tem tido explicac~se, em grande parte~ pelo fato de ter recebi do da Comissão Mista Brasil~Estados Unidos um volumoso acer~

YO de projetos em cuja execução está empenhadoo

As operações de tinanciamento do Banco estão

'"

sujeitas ao referendum do Presidente da Republica, por pr~

ta do Ministro da Fazendao

...

Caracteriza-se ainda o BNDE pelo fato de nao possuir uma rêde de agências. Conquanto opere em todo o ter= ritório nacional~ seus serviços estão centralizados na Capi-tal Federal. Isso se explica~ primeiro, por serem seus recur sos independentes de depósitos do público e, em segundo lu= gar, por trabalhar êle, dadas as suas finalidades~ exclusi~ mente com projetos de certo vulto, o que compensa aos seus

clientes de outras praças o custo de locomoção para o Rio de

Janeiro.

5. ORGANIZAÇÃO

A) Administração

O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômi-co ~ uma autarquia federal subordirada ao Minist~rio da -Fa-zenda9 sendo administrado por uma diretoria e um conselho de

(22)

-A diretoria, de livre nomeaçao do Presidente da Reptiblica, compõe-se dos seguintes IIl3mbros:

a) Presidente, demissível ad nutum;

b) Diretor-superintendente, com mandato de cinco anos;

c) I»is Diretores, oom mandato de 4 anos.

o

primeiro preside tamb~m ao Conselho de A.9. ministração, que se compõe,ainda,de seis oonselheiros, de li

- p

vre nomeaçao do Presidente da Republica, com mandato de 3 a nos. O presidente do Conselho de Administração só tem voto de

... p

qualidade. Um terço do Conselho e renovado anualmente. Reun~ -se o Conselho ordinàriamente um vez por senana e, extraor-dinàriamente, sempre que fôr convocado pelo Presidente do

Ba.!!

co.

As atribuições do Conselho de administração

' . . ~ " , .

bem como da Diretoria e dos orgaos tecnicos estao discrimin~

,

das j de um modo geral, na lei que o criou e, com minucia, no

seu regimento interno.

Ao presidente compet e representar a entidade em suas relações com terceiros, em juizo e fora dêle, enviar ao Tribunal de Contas, at~ 31 de janeiro de cada ano, as con tas gerais do Banco e de seus administradores relativas ao ~

xercicio anterior.9 presidir às reuniões da diretoria e do (hn selho de Administração etc. .

(23)

administrar os negócios ordinários do Banco, substituir o Pr~ sidente em seus impedimentos ocasionais~ outorgar e aceitar escrituras~ assinando com o Presidente ou outro diretorJ su perintender e coordenar Os trabalhos dos diversos setores do

Banco. Todos os atos relacionados com o pessoal, como

nomea-ções~ demissões, promoções etc., sãO de competência

exclusi-va do Diretor-SuperintEfldente, exceto no que se refere

à

Che fia de Departamentos ~ caso em que deverá submeter suas indi-cações ao Conselho de Administração.

..

O Diretor-Superintendente e o ho~m-chave na administração do Banco, pois enfeixa em suas mãos a naior so

..

-ma de poderes. Os outros dois diretores, alem da execuçao de tarefas específicas a êles atribuídas pelo Conselho de Admi-nistração, estão encarregados de dirigir~ sob a supervisãog~

,

-ral do ntretor-Superintendente, Os departamentos e orgaos cu ja direção lhes fôr atribuída pelo Conselho.

A decisão quanto a pedidos de empr~stimos de até Cr$ 5.000.000,00 compete ao Diretor-Superintendentej de

Cr$ 50000.000~00 a Cr$ 50.000.000,00,

à

Diretoria; e, para

importâncias superiores a Cr$ 50.000.000,00, ao Conselho de Administração.

B) Organização Interna

O regi~nto interno dotou o Banco Nacionaloo Desenvolvimento Econômico de seis Departamentos, deixando a cargo do Conselho de'Administração a organização interna de cada Departamento. Ao encerrar-se o exerc!cio de 1954. o Ran

(24)

co estava assim 9rganizadoo

Departamento Econômico Chefia

Divisão de Planejamento e Coordenação Setor de Renda Nacional

Setor de Balanço de Pagamentos

" "

Setor de Politica Monetaria e Fiscal Divisão de Projetamento

Setor de Análise de Mercados

setor de Análise Financeiro-Contábil Setor de Análise de Custos e

Produtivi-dade SerViço de Estatistica e Ibcumentação

Departamento Técnico Chefia

Divisão de Estudos e Projetos

Divisão de Levantamentos e Pesquisas Divisão de Orçamento Departamento Financeiro Chefia serviço de Cadastro Divisão de Contabilidade

-

" Seçao de Depositos

(25)

seção de Empréstimos

seção de Contas em Moeda Estrangeira seção de Contrôles Legais

Divisão de valores e Tesouraria seção de Tesouraria

Seção de Custódia e Caução

~artamento Juridico Chefia Divisão de pareceres Divisão de Contratos Divisão de Pesquisas Departamento de Contrôle Chefia

Divisão de Fiscalização Técnica

Divisão de Fiscalização Administrativa e Fi nanceira

De~rtamento Administrativo Chefia

seção de Pessoal seção do Material

seção de Organização e Métodos

(26)

Seção de ComunicaçÕes e Arquivo seção de Traduções

seção de Produção de Projetos seção de Biblioteca e Ibcumentação Portaria

As atribuições dce diyersos Departamentos e

, R _

videnciam-se atraves da propria denominaçao dada a cada um dêleso Ao Depal~amento Econômico cabe realizar estudos ger~ sôbre a economia nacionalll tendo em vista o seu desenvolvi

-mento~ como também analisar li sob o ponto de vista econômico1

os pro jetos de investirrentos e pedidos de empréstimos, a fim de determinar a conveniência ou não do fin9.nciamento o

Ao Departamento Técnico compete examinar a

,

viabilidade tecnica dos projetos de investimentos e manter o Banco em dia com as inovações tecnológicas nos campos de seu interêsse. O Depa.rtamento Financeiro cuida. da parte bancária propriamente dita e o Depart.amento de Contrôle se encarre g a da fiscalização das obras e verificação das contas dos em -preiteiros e mutuários.

A experiência de :3 anos de funcionamento já indicou ao BNIE a necessidade de fazer al.gu.nBs modificaçõ es

em sua organização interna, dando naior presteza e flexibili dade aos serviços,

(27)

,

O provimento em carater efetivo dos cargos de

carreira do Banco ~ feito mediante concurso público de pro-vas ru de propro-vas e t:Ítulos. CS oargre de ctefíe

são

senpre exercidos em

comissão. A requisição de funcionários públicos ou autárqu! cos e de Bancos pertencentes ou sob o contrôle do Estado só

é

permitida para. o exercicioj em comissão, de Chefia especi~

lizada.

,

Os funcionarios do Banco foram admitidos em caráter interino$ procedendo-se agora

à

seleção, por

concur-so p~blico, do seu quadro efetivo.

Em

31

de dezembro de

1954

o pessoal do Banco estava assim distribuído:

I

-

Cargos em Comissão:

Chefes de Departamento ObOOO~O.

Chefes de Gabinete 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 . 0 0 Chefes de Divisão 0 ' * ' 0 0 0 0 0 0 0 0 ( 1 0 0 Chefes de Setor O 0 e , o O o o a o c t o o o o o . Chefes de Serviço 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 9 0 0 Chefes de Seção 0 0 8 0 0 • • • 0 0 0 0 0 0 0 Assessôres Secretário Chefe de Expediente 0 0 0 0 0 0 0 . 0 0 0 6 2 12 18 2

14

6 1 1 11 - Cargos de Carreira!

Pro cllradores o • • • • O> o • • • • • • • • • • Co 6

Economistas •••.•••• C Q • • (I • • • (I • • 10 Engenheiros ••••• o • • • o • • • • • • • • • 25

(28)

r, Assistentes Técnicos ()

...

31

Assistentes Administrativos o o • 58 Auxiliares Administrativos • " o o 94 Oreradores O O O O O O O O e & O I l l O o O l l t o . o o 7 Serv-entes o. o o o o o o e o o • CIO • o o o • o o o 45 Mensageiros o o o • o o o • o o o o e o o o o o o 3 6. REALIZAǧES A) Financiamentos

Dissemos que o fim essencial do Banco Nacio

nal do Desenvolvimento Econômico

é

o financiamento de

proje-tos de investimenproje-tos relacionados com o prograna de Reaparelhamento Econômico, o que depende, obviamente, da arrecada -ção dos recursos previstos em lei e da parcela dêsses

recur-sos que

é

posta

à

disposição do Banco.

Ao encerrar suas atividades, em fins de ~53,

depois de cêrca de três anos de trabalhos, a Comissão Mista

Brasil-Estados Unidos havia aprovado e recomendado

41

proje-tos de investimenproje-tos, cuja execução estava estinada em 14 019

milhões de cruzeircs para as despesas em moeda nacional e 3'õ1

milhões de dólares para as despesas em moeda estrangeira. ts ses projetos se distribuiam pelos seguintes setores:

Em moeda estrangeira (US$ 1,000000) Estrada de ferro... 146,0

"

de rodagem •.• Em moeda nacional (Cr$ 1. 000 ,00) 7 671

(29)

20

-Portos

...

37,8

730

Navegação Costeira

..

29,1

417

Energia elétrica o • • to

129,7

4 603

Diversos • • • • • • • • o • lIlI •

38,0

598

'IDTAL

...

387,3

14 019

Ao iniciar suas atividades, em

1952,

o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico tomou a seu cargo o fi

nanciamento da parcela em moe da nacional do programa de :inve~

timentos elaborado pela Comissão Mista Brasil~Estados Unido~ bem como a terminação dos entendimentos necess~rios

à

obten-ção de financiamento do exterior para a parte das despe s as em moeda estrangeira. O programa da Comissão Mista Brasil-~ tados Unidos estava previsto para ser executado em 5 anos, e a disponibilidade

máxima

de recursos do Banco, montando a

17

bilhões de cruzeiros durante o ~in~enio

1952/56,

seria su~ ficiente para cobrir, com certa margem de segurança, os seus gastos em moeda nacional, os quais se elevariam a pouco mais de

14

bilhões de cruzeiros.

Nos 3 primeiros per10dos de vigência do Pro-grama de Reaparelhamento Econômico tanto os recursos arreca-dados, como aquêles postos efetivamente

à

disposição do BN~ ficaram muito abaixo das previsões. Isto por dois motivos:a) não foram mobilizadas tôdas as fontes de recursos, que se ~ tringiram aos adicionaiS de impô3to de renda e aos depósitos compulsórios das Cias.de Seguros e Capitalização, ficando i-sentas as caixas Econômicas e os Institutos de Previdência; b) O Tesouro Nacional se viu impossibilitado;/ por premente s

(30)

r, .

dificuldades financeiras, de colocar à sua disposição o

mog

tante total da arrecadação do adicional do impôsto de renda, enquanto, por seu lado, as Cias< de Seguros e Capitalizaç ão

relutam em recolher as importâncias que lhes ccrrespondem.

Desta n:aneira., Em dado s efetivos:.> as font e S

de recursos renderam, nos 3 primeiros exercicios:,> apenas cê~

ca de cinco e meio bilhÕes de cruzeirosjl contra os 8,8

bi-lhões previs tos. E da renda obt ida ~ apenas 2.333 milhões fo

ram efetivamente colocados à disposição do Banco:.>

correspon-dendo 2oCJ75 milhões ao adicional do impôsto de renda e 258

milhões aos recolhimentos das Clas. de Seguro, e

Capitaliza-Os recursos totais do BNDE em 31 de desembro

de 1954 estavam assim discriminados~

a) Capital 6 • • • • • • • • • • o o • • • o • • • • e e o • o Q • O • • • • o

b) Reservas ou fundos o • • • • • • • • • • o • • • • • • • • • • •

c) Fundo de Reaparelhamento Econômico (adido

nal do impôsto de renda) •• oo • • , • • • • • • • • • ~

d) Idem:.> d~ósitos de Cias. de Seguros e Cap!,

talizaçao •.••••••••.•••••••••••••••••••••

e) Depósitos diversos e outros cr~ditos ••.••

'IDTAL •••••• Em milhões de cruzeiros 20,0

74,6

25890 49:.>5 2

477,1

A ação fimnciadora do BNDE teve assim que

(31)

do ou recusado o financiamento de projetos da maior urgência

Em 31 de dezembro de 1954 o Banco já havia desembolsado~ em

financiamentos às a t i vi dades bás icas do

pais

~ a importân c i a

de 2,2 bilhões de cruzeirosj aproximadamente, total que se

distribuia, pelos diversos setores, da seguinte maneira~

Cr$ milhões

Ferrovias •.•..••••••• 832

Frigoríficos •...•..•• 48

Portos o . c o o • o o • • o o o (lo o· 414

Energia elétrica •.•.• 7CJ7 IndÚstrias básicas ••• 134 Diversos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 'IDTAL • '108 2 243

Quanto aos compromis sOs assumidos,

verifica-I'

-se que o Banco ja figurava, em 31 de dezembro de 1954,

de-pois de trinta meses de existência e pràticamente 18 de fun=

~ionamento normal, como credor~ avalista ou agente do

Tesou-ro Na cional em financiamentos no valor de mais de 6 li 7 bilhões

ce

cruzeiros e 185 milhões de dólares ~ confonne a seguinte

dis-criminação: Agricultura o o • o o o o o o o o o o o o " o o • o o o o ArI'1l9.zeIl.B.gem. o . c o o o • Q o • o o o o • o " o o o • • o " Energia Eletrica ... o • • • • • • o o • • • o Ferrovias o . o . I) • o o • o o o " o o o o o o o o o e o o IndÚstrias bas1.cas "

.

o o o o o o o o o o o " o o o o 1 000 Cruzeiros 73 000 1 091 082 4 907 532 463 315 1 000 Ik>lares 23 000 102 230 40 600

16

~60

(32)

Portos e Navegações Rodovias o o o o • • o • o • o ~ o • • I) o o o I) () o & o o o Transportes Diversos 'IDTAL o o o o • o

128 835

76 000

6 739 764

3

000

185 690

o

quadro acina. mostra que aproxinadamente c:pf,

.

"

dos f1n9.nciamentos em que o Banco esta empenhado se destina-ram às ferrovias ou a empreendimentos relacionados com a pr~ dução e distribuição de energia el~tricao Esta concentraç ão de recursos em apenas dois setores explica-se por dois movi-vos: o primeiro se refere à necessidade urgente de se proce-der ao reaparelhamento das· ferrovias nacionais e de expandir a capacidade geradora de energia; e o segundo ao fato de a quase totalidade dos pro jetos aprovados pela Comissão Mista Brasil-Estados Unidos, aos quais o Banco dedicou atenção pr~

ferencial~ pertencerem aos dois setores referidos.

As solicitações de financiamento que o Banco tem recebido situam-s e nru.ito acina. das suas possibilidades • Até

31

de dezembro de 1954~ essas solicitações montavam a

26~ 7 bilhões de cruzeiros, dos quais só pôde atender a 6~ 7

bilhões~ conforme se viu anteriormente.

Relacionamse, a seguir, os projetos finan -ciados ou garantidos pelo BNDE até

31

de dezembro de

1954:

FINANCIAMEN'IDS Cr$ MILHÔES

I - A}:TERIORES A

1954

1) Estrada de Ferro Central do Brasil. "llIOTE""

(33)

Reaparelhamento das linhas de são Paulo e de Minas Gerais 00 ••• 0000 ••

2) eia Nacional de Álcalis. Construção de fábrica de barrilha e soda cáus-tica no Estado do Rio de Janeiro 0 0

3) Superintendência das Emprêsas Inco! poradas ao Patrimônio Nacional. Am pliação da capacidade dos armazé ns frigorificos na zom. portuária d o

'Rio de Janeiro o o o o • " o o o (l • G • • o o • o " •

4) Aquisição de Máquinas Agrícolaso I~ portação e revenda a prazo a agri -cultores nacionais de cêrca de 4000

tratores~ al~ de outros implemenIDs

agrícolas leves e pesados; esta op~ ração foi financiada pelo Export ~

port Bank of l'lashington, que pa ra isso concedeu ao BNDE um empréstimo de 18 milhões de d~lares 0 ••• 000.00

5) Cia. Metallirgica Barbará Garanti a ao empréstimo de US$l 860 000000

concedido pelo Banco Internacion a 1 de Reconstrução e Desenvolvimento~ ra a importação do equipamento des-tinado à amplicação da fábrica da ~

...

presaj localizada em Barra Mansa,E~

1 181~6

(34)

tado do Rio~ e que pIOduz tubos cen

trifugados o o o o o o O' c c o O' • CI O' (l O' O' g. O' (l • o • O'

6) IndÚstrias Reunidas de Ferro e Aço Ltdao Financiamento da montagem e fornecimento de locomotivas destina das a diversas ferrovias nacionaiso 7) J)3partamento de Estradas de Rodagem do Estado do Rioo Financiamento da importação de equipamento pa:ra c0Y1!

trução e conservação de rodovias rom o empréstimo de 3 milhões de dôla res obtidos no BIRD para êsse fimo

-

,

8) Viaçao Ferrea do Rio Grande do Sulo Financiamento do reaparelhamento e const rução de variantes dos princ!, pais trechos da ferrovia 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

I I - FINANCIAMEN'IDS OONCEDIOOS EM 1954

9) Govêrno do Estado do Esp1rito

San-~ o Financiamento para a construção da us ira hidrelétrica Rio Bonito ~ tinada a servir o sistema de Vitó =

ria o ç O' O' O' O' O' O' O' Q O' O' o o Q O' O' O' C' C O' O' O' o " O' O' O' o O' O' 10) Fábrica Nacional de Motoreso Finan=

ciamento dest inado a possibilitar a fábrica a executar o programa de ~

743~0

(35)

dução traçado em estudo com as

téc-nicas do Banco o o o O' • " o o • C o o o I) c O' o o o "

p - ,

li) eia. Hidreletrica Sao patrici09 Fi nanciamento para a conclusão das o-bras da usina em construção no rio das Almas ~ munic:Í.pio de Jaraguá, E~

tado de Goiás o o o o c O' O' C O' o o o o a c " o O' o • o 12) Estrada de Ferro Santos-JundiaL Em

préstimos para financiar as despe-sas em moeda nacional decorre~ da execução do projeto de substituição de freios e engates e remoção de ~

terial rodante. Para êste projeto o BNDE figura também como intermediá-rio no empréstimo de US$'\,6 milhões

no EXI!mANK ti o o " o O' G o o o o Q O' O' O' O' o o O' o " o o

13) Govêrno do Estado da Bahia. Finan~ ciamento para a execução das obras da usina hidrelétrica do Funil, que está sendo construída na zona cacau

e ira do Es tado o o o o o O' o Q O' o " O' O' ~ o o o Q o o

14) Estrada de Ferro Goiás. Emprésti mo destinado

à

execução do projeto de reaparelhamento e renovação do nat~

rial rodante da ferrovia ..••••...• 15) Estrada de Ferro santos-JundiaL Em

(36)

préstimo destinado a financiar a construção do oleoduto Cubatão-Ca-pua ~ o • • o o o o o • o o, o o o o o o o o • o o o • o o • o e

16) Cla. de Eletricidade Alto Rio Doce. Empréstimo destinado ao financiamen to da Us im de Sal to Grande, no Rio Santo Antônio, Estado de Minas

Ge-rais o • • o o o o o o o o o o o o o o o o CI o o o o o o o o o o

17) Estrada de Ferro Central do BrasiL

~

Emprestimo para fina. nciar as desp e-sas em moeda na. cional com a execu

-""

çao do pIO jeto de reaparelhamento e renovação do serviço de trens subur banos da ferrovia no Distrito Fede raL O Banco figura também como in-termediário do empr~stimo de US$~5 milhões concedido pelo Bmn para a importação de trens-unidades 0 0 0 0 0 . 18) Cia. Indm trial Luz e Fôrça de So= bral. Empréstimo destinado a fimn= ciar a ampliação das ins talações ~

"

dutoras de energia em Sobral, Ceara 19) Armazéns Gerais Frigorlficos AR ~

S.Ao Financiamento da construçãode um armazém frigorlfico na cidade de

(37)

20) Prefeitura Municipal de Lagoa Santa." Financiamento para a construção de

rede de transmissão e de distribuiçao de energia elétrica no munici -pio de Lagoa Santa s Minas Gerais o o

21) Ciao Luz e Fôrça Cata~azes-Leopol= dina o Empr~stimo destinado ao finan ciamento da construção da Nova Usi~

na Mauricio~ na Zona da Mata~ Esta~

do de Minas Gerais 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 . 0 0 0 0 0

22) Fábrica Nacional de Vagõeso Emprés= timo destinado a financiar a insta= lação da nova fábrica da Cia o em Cru

zeiro~ no Estado de são Paulo~ para

a construção de vagões e chassis 0 0

I'

23) Ciao Prada de Eletricidadeo Empres~ timo para financiar a ampliação da

capacidade instalada da emprêsa no

Triângulo Mineiro " O ~ o () o o o t' o o ~ o c • • o

2h) Caixa Econômica Federal da paraiba o

Empr~8timo destinado a financiar a

aquisição de conjunto gerador de e-nergia elétrica para Alagoa Grande~

pa r-a.lba () c o c o o o ~ o o o o o c o o o o • o o (I o o o ~ o 25) Viação Férrea Paraná-santa Catarina.

(38)

programa de primeira urgência cb Pl'2.

jeto de reaparelhamento da ferrovia 166,0

,...

,

Alem destes emprestimos, cujos contratos já haviam sido firmados, hav:ia, em 31.XIlo1954, 12 empréstimo s

, ..,.

ja aprovados pela administraçao, dependendo a lavratura dos respectivos contratos seja do cumprimento de exigências com

..,.

plementares por parte dos postulantes, seja da aprovaçao do Presidente da. República. O va l.or global dêsses emprést imos é!.

cendia a 2»6 Qilhões de cruzeiros.

B) Pesguis4s e Estudos Diversos

A concretização dos objetivos do Banco depe~ de de um conhecimento profundo da economia brasileira, de suas tendências e dos fatôres que afetam o seu desenvolvime~ to. Urgia, pois, um estudo que pudesse proporcionar as infor

..,.

,

maçoes necessarias ao seu conhecimento.

,.

-

,

Ja possuindo a Fundaçao Getulio Vargas un in,!

tituto dedicado a pesquisas econômicas, prl ncipalmente sôbre a renda nacional, julgou-se conveniente assegurar a colabor! ção do Instituto Brasileiro de Economia, daquela entidad~ P! ra o fornecimefto das estatísticas e informações necessárias ao estudo das tendências da economia brasileira, para o que foi firmado um acôrdoo E para a realização da investig~~ priamente di ta o Banco conseguiu a colaboração da Comissão!

. . . "

-conomica para a !merica Latina, com a conseqf1ente forlI8çao cb Grupo Misto BNIE-CEPAL, que funciona na sede do BNlE. Após 2

(39)

anos de trabalhos intensivos~ concluiu-se o estudo, intitu~

do: ''Esbôço de Programação do Desenvolvimento da Economia B:a

sileira"; que

foi publicado em edição mimeografadao

Êsse estud09 que polarizou os esforços doBm

p p

-co neste campo, -contem analis e acurada da evoluçao

mia brasileira desde 1939, com a identificação dos

da flJoono=

fatôres

que influenciaram seu d~senvolvimento o Além do exame dá.s te!!

dências passadaSll o Grupo Misto estudou detidamente as

pers-péctivas de desenvolvimento econômico do pais, indicando os principais problemas que surgirão e os pontos que a pol1tica econômica deve atacar }era qtB o desenvolvimento possa fazer -se num ritmo satisfatório e sem tropeços.

Além dêsse estudo, o BNDE

promoveu outros

sôbre: problemas agro-pecuários, reorganização da mar inha Ill!:

cantell possibilidades de substituição de importações de

pro-dutos especificos, além dos estudos econômicos rotineiros II

destinados a orientar a análise da prioridade dos projetos de

... p

investimentos e a permitir a formulaçao da politica do Banco com relaç ã o a problemas esped.f:icos.

c) Conclusão

~ , f

~ evidente, do exposto, que nao sera pOSSl

-vel realizar todos os pro jetos do Prograna de

Reaparelhamen-to Econômico dentro do qt1inqttenio 1952/56. Isso em virtude ,

principalmente, da insuficiência dos recursos efetivamen~~

bilizados, tanto em moeda nacional como estrangeira. Tendu

(40)

tores da economia nacional independentes do referido progra=

P p - ~

ma~ ja esta em discussao no Congresso Nacional a prorrogaçao

dos dispositivos fundamentais do Programa.

O Banco Nacional do Desenvolvimento

Econômi-co jl sendo uma insti. tuição financeira do Govêrno Federaljl te,!!

p

-dera a assumir um papel cada vez mais relevante na aplicaçao

dos fundes de investimento da União. Se assim acontecerjl a ~

conomia do Brasil será grandemente beneficiada, porquejl dada a importante participação governamental nos investim:mtos t2

tais realizados no palsjl a aplicação racionaljl segundo crit~

rios econômicos, das verbas de investi.nentos federais pOderá exercer efeites profundos sôbre a economia nacional; mormen=

te quando se considera ql.e essas verbas têm .sido distribui ~

~ f .

das acompanhando os interesses pOllticos i.nediatosjl as mai s das vêzes sem se levarem em conta as repercussÕe s do investi mento'sôbre a economia regional e nacional.

REGIMEN'ro INTERNO do BANOO NACIONAL

ro

IESEN, VOLVIMEN'ID EOONÔMIOO aprovado pelo Ministro

da Fazenda em 1 de novembro de 1952.

CAPÍTULO I

NATURE7.Ã E FINALIDAIE

ro

BANOO

Art. 1§ - O Banco Nacional do Desenvo1vimen~

(41)

do pela Lei n2 1628, de 20 de junho de 1952, sob a jurisdi

-~ ç , ~

çao do Ministerio da Fazenda,e uma entidade autarquica fede-ralj com personalidade jur:Ídica prÓpria e autonomía admini s

trativa no exerci cio de suas finalidades.

Art. 20 - O Banco tem por finalidade:

a) - financiar a realização de obras, proje-tos ou programas que visem ao reapar~

mento de portos, sistemas de transpor-tes' serviços pÚblicos em geral, aumen-to da capacidade de armazenamenaumen-to, fri-goríficos e matadouros, elevação dQ p~ tencial de energia elétrica e

desenvol-, p

v1rnento de industrias basicas e agricu! tura - mediante aprovação do Poder Exe cutivoo

b) - atuar, como agente do Govêrno Federal , governos estaduais e municipais, enti~

des autárquicas, sociedades de economia mista e organizações privadas, em oper~ ções financeiras relativas ao reapare -lhamento e ao fomento da economia nacio nal;

-c) = realizar outras operaçoes tendo por fim

o des envolvimento da economia nacional, com as restrições do artigo 32 dêste R~

(42)

Art. 3Cl - Para alcançar seus objetivos, o Banco poderá exercer tôdas as atividades bancárias, na forma

da legisla~ão em vigor, dentro dos seguintes limites e condi

-çoes:

I - Receber depÓsitos:

a) - de entidades governamentais ou autárqu! cas;

b) - de sociedades de economia mista em que

-

,

preponderem as açoes do Poder Publico; c) - de bancos, quando e nas cOndições que f2,

rem estabelecidas pela Superintendên

-,

cia da Moeda e do Credito;

d) - de scx:iedades de seguro e de capitaliz~

~ão, at~ 25% das reservas t~cnicas que

as mesmas devam cons tituir cada ano, e na percentagem determinada pelo Poder

!

xecutivo, por interm~dio do Ministro da Fazenda;

e) - judiciais;

-f) - que resultarem de opera~oes realizadas pelo Banco ou que a elas estejam diret! mente vinculadas.

,

11 - Efetuar emprest imos ou financiamentos qre

(43)

lização das obras~ projetos ou programas a que se refere o artigo 22~ item ~~ dês te Reg1mentoo

" "

Paragrafo unico ~ Salvo casos excepcionais j

a juizo do Conselho de Administraçãoj o Banco não poderá

fi-nanciar qualquer empreendimento~ aquisição de bens ou paga -menta de serviçosj feitos ou a serem feitos em virtude decon corrência públicaj a não ser que o respectivo edital tenha

incluído, com o assentimento do Banco, cláusula expressa re-lativa

à

concessão do financiamento por parte do Banco e as respectivas condições.

Art.

4

Q =

são

também atribuições do Banco:

a) - receber os recursos provenientes da co= brança$ pelo Teso~ro Nacionalj dos adi= cionais de que trata o art o 3~ da Lei n~

1.474, de 26 de novembro de 1951j e ou~

tros tributos criados por lei;

p

b) - movimentar creditos obtidos no exterior para financiamento ·do programa de reap~ relhamento e fomento da economia

nacio-nal~ a que se refere o art. 2Q dêste Re

gimento;

c) - promover~ mediante instruções do Minis-tro da Fazenda, e nas condições que c Conselho de Administração estabelecer j o atendimento ou efetivação

(44)

de.compro-missos, diretos ou indiretos, assumidos pelo Govêrno na execução do referido ~ grama ou de outros em cujo financiamen-to participar por fôrça da leij

d) - receber o pro duto da cobrança de impos-tos, taxas, sobretaxas~ rendas ou con-tribuições de quaisquer espécies, que se destinem a custear as iINersões ou despesas com o reaparelhamento econômi-co a cargo da união, dos Estados, dos Munic1pios ou das sociedades de econo

-mia mista em que preponderem ações do Poder Público, ou que tenham por ob jet,! vo atender ao serviço de juros,

amortie)

-zaçoes e resgates de encargos assumidos para o mesmo fim;

,

satisfazer, diretamente ou por interme-dio de outros órgãos, as obrigações de correntes do serviço de juros, amortiz!!,

-çoes e resgate dos encargos assumidos rP

Pais ou no exterior, em virtude da exe-cução do programa de reaparelhamento e fomento , inclusive as re ferentes às ''O brlgações do Reaparelhamento Econômico" emitidas de acôrdo com o art. lQ da Lei nQ 10628, de 20 de junho de 1952;

(45)

recursos de qualquer procedência destinados a obras, serviços ou investimen -tos para cujo financiamento ~ total ou

parcial~ venha o Tesouro Nacional a dar a sua garantia ou fornecer os recursos; g) - contratar no exterior j mediante prév i a

autorização do Ministro da Fazenda j por si ou como agente de governosj enti dades autárquicasj sociedades de

econo-mia mista e organizações prl vadas j a a~

bertura de cr~ditos destinados

à

execu-ção de pro gramas de reaparelhaménto do Pais e fomento da economia nacional; h) - realizar outras operações tendo por fim

o desenvolvimento da economia nacionalj

desde que autorizado por lei, median te aprovação do Govêrno o

,p

Arto 52 - Como serviço publico federal, goza o Banco de tôdas as vantagens e regalias respectivas, inclu= sive quanto a impostos, taxas, direitos aduaneiros, juros m~

ratórios, impenhorabilidade de bens~ fôro e tratamento nos pleitos judiciaiso

CAPÍTUlO 11

00 CAPITAL

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