• Nenhum resultado encontrado

Palavras-chave: Educação das relações étnico-raciais; educação básica; população negra. 2ª opção de Sessão Temática

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Palavras-chave: Educação das relações étnico-raciais; educação básica; população negra. 2ª opção de Sessão Temática"

Copied!
29
0
0

Texto

(1)

Código do trabalho: 7629761

A educação das relações étnico-raciais e a política educacional de um colégio religioso Agostiniano: seria um diálogo possível?

Resumo:

Este trabalho tem como objetivo apresentar uma pesquisa de mestrado que está em andamento, sobre a política educacional de um colégio Agostiniano que oferece educação gratuita para uma população majoritariamente negra. Pretendemos identificar tal política de educação oferecida pelo colégio e seu trabalho com a educação das relações étnico-raciais.

O interesse pela pesquisa no Colégio Agostiniano AIACOM se manifesta em razão da instituição oferecer educação gratuita (Educação Infantil, Ensino Fundamental, Educação de Jovens e Adultos) para uma população, majoritariamente constituída por pessoas negras que reside em comunidades do entorno do bairro Engenho Novo, Rio de Janeiro, que é excluída social e economicamente, em condições

vulneráveis. Como objeto de pesquisa temos a política educacional do colégio e seu trabalho com a educação das relações étnico-raciais.

O racismo é um problema de dimensão social porque é um conceito sistemático que possui estruturas profundas sistematizadas entre o final do século XVIII e o início do século XIX, baseado na construção de teorias científicas com a ideia da existência de raças entre os seres humanos para classificar e

hierarquizar pessoas a partir de características biológicas (cor da pele e cabelo, por exemplo) e étnico-culturais, trazendo consequências e produzindo desigualdades até os dias atuais (ALMEIDA, 2020). Uma das raízes do racismo é a naturalização da precarização da vida, da vulnerabilidade seja ela financeira, de moradia e a falta de acesso à educação. Observando a proposta do Colégio, se entende que tal iniciativa tem potencial para contribuir com mudanças significativas na vida dos estudantes e de suas famílias, possibilitando que estes tenham acesso à educação através do ensino, atividades culturais, projetos sociais e parcerias para entrada no mercado de trabalho.

A escola se caracteriza como um local onde compartilhamos saberes e conhecimentos, mas também um local que reproduz preconceitos, dentre eles os raciais. Se nesse espaço educador existe a perpetuação de racismo, há também a possibilidade de romper com ele (GOMES, 2003).

A metodologia adotada é a pesquisa qualitativa exploratória descritiva e analítica realizada através de um estudo de caso organizado para observar o colégio e sua comunidade escolar, com adoção de grupo focal como fonte de informações para coleta de dados; etnografia virtual, observação participante, trabalho de campo e análise documental.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo estrutural. São Paulo. Pólen, 2020, 3ª reimpressão.

GOMES, NILMA Lino. Educação, identidade negra e formação de professores/as: um olhar sobre o corpo negro e o cabelo crespo. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.29, n.1, p.167-182, jan/jun.2003. Palavras-chave:

Educação das relações étnico-raciais; educação básica;

população negra

1ª opção de Sessão Temática

ST 06. Docência Antirracista na Educação Básica

2ª opção de Sessão Temática

ST 02. A CRIANÇA E O AUTORRETRATO: Superando o racismo na escola.

3ª opção de Sessão Temática

ST 15. Práticas Pedagógicas para as Relações Etnicorraciais na Educação Básica/Área Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

Nome Filiação institucional

(2)

Código do trabalho: 2222248

A geração alpha e a sociedade digital: culturas infantis e territórios negros Resumo:

Este trabalho visa apresentar como a primeira geração a ser totalmente digital adentra as mídias sociais. Nascidos a partir de 2010, também é a primeira geração nascida apenas no século XXI, têm na internet sua maior percepção territorial: multiconectados. Neste ano também era lançado o primeiro iPad, por isso e pelos hábitos que a geração y (milennials) que, sendo progenitora da maior parte da geração alpha, passa aos filhos, primos, irmãos, etc costumasse dizer que esta ultima nasceu com um celular/tablet na cara”, haja vista o tempo e uso desta por aparelhos similares que possibilitam o acesso à internet. Assim, sua presença nas mídias sociais - ainda que as mesmas supostamente vedem perfis para menores de 16 anos-, é pública, notória e muitas vezes, viral. Considerando então sua afinidade com as redes, não deferiria em um perfil de um grupo de pesquisa que dispõe a pesquisas as culturas infantis e pedagogias descolonizadoras sob a égide da lógica exúlica (SOUZA, 2016), a qual se propõe a construir com as crianças, em parceria, e não como objeto de pesquisa, sendo então seu comportamento e sua produção de cultura condutoras de pesquisa para entendermos como o espaço das redes sociais se torna produtor de cultura infantil e um território negro, no locus dos perfis do Grupo de Pesquisa Laroyê, onde o mesmo conta com dois conselheiros, Abner de oito anos e Maria Laura de seis anos. Considerando aqui território nas concepções de Milton Santos (1999) e de Marcelo Lopes de Souza (2001) e na releitura de Ellen de Lima Souza (2021) que afirma que “territórios negros são aqueles que recolocam a África em nós, ou seja, nos reconecta a uma África mítica que nos fortalece enquanto seres históricos e sociais, produtores de cultura; corpos capazes de mudar os ambientes, inclusive virtuais. Assim, a geração alpha integra o grupo e engrandece a sua presença digital, ditando tendências e elaborando questões que movimentam o grupo na busca pelo conhecimento, comungando de uma África que se faz presente em todas as gerações, fazendo a ancestralidade crescer também nas mídias sociais, permeando a cultura digital, através de mídias diversas que conservam princípios como a oralidade, comunidade, circularidade, corporeidade e outros. Nesse sentindo, ao escolhermos trilhar esse caminho com as crianças, em nossas redes sociais, com as perspectivas de um território negro, caminhamos para uma sociedade digital de mais

complementariedade e menos conflito, onde buscamos nos desvencilhar do adultocentrismo, racismo, machismo e outras mazelas advindas do carrego colonial (RUFINO, 2019) aconselhados pela saberia ancestral advinda de Abner e Maria Laura.

Palavras-chave:

territórios negros; lógica exúlica; mídias sociais;

1ª opção de Sessão Temática

ST 20. Tecnologias, culturas, mídias e linguagens: formas de abordar as questões étnico-raciais e de enfrentar o racismo

2ª opção de Sessão Temática

ST 03. Ações pela negritude: tentativas de ações e movimentos sociais transformadores, e de pesquisas transformadoras e antirracistas

3ª opção de Sessão Temática

ST 17. Quilombos, Educação e Territorialidades no contexto de luta por Direitos

Nome Filiação institucional

Núbia Cristina Sulz Lyra Correa (Autor/a) Graduanda em Pedagogia na Universidade Federal de Lavras

(3)

Código do trabalho: 2811332

A Participação de mulheres negras no movimento Pan-Africano do início do século XX Resumo:

O Pan-Africanismo foi um movimento cultural, filosófico, social e político que visava unificar a população negra fora do continente Africano e propunha seu retorno a ele. W.E.B Du Bois, Marcus Garvey, George Padmore, entre outros são personalidades reconhecidas desse

movimento. No entanto, Addie W. Hunton, Ida A. Gibbs Hunt e Amy A. Garvey, mulheres negras que atuaram na sua concepção e organização, foram relegadas ao ostracismo da narrativa histórica do pan-africanismo. Sendo assim, o objetivo desta pesquisa é analisar a participação dessas mulheres no movimento pan-africanistas a partir de suas proposições para a educação. Partimos da hipótese que elas contribuíram para o movimento e

principalmente, para o campo da educação. Por meio, do conceito outsider within de Collins (2016),sobre a marginalização de mulheres negras na produção intelectual, as propostas para

a educação de Addie, Ida e Amy possibilitariam tal reflexão, a partir de suas trajetórias. Enfim, a partir dessas considerações iniciais, esta pesquisa tem em sua problemática Como a participação de mulheres negras dentro do movimento Pan-Africano do início do século XX, dentre elas: Addie W. Hunton, Ida. A.H. Gibbs Hunt e Amy A. Garvey contribuiriam para uma produção intelectual no campo da educação? Para isso, seu objetivo geral é analisar as propostas para educação dentro do campo de produção

intelectual de mulheres negras do movimento Pan-Africano do início do século

XX, considerando a trajetória de Addie W. Hunton. Ida A. Gibbs Hunt e Amy A. Garvey, atuantes do movimento. Assim, o primeiro objetivo específico dessa pesquisa consiste em compreender o

movimento Pan-Africano do início do século XX e a maneira pela qual a educação se constituiu dentro desse movimento. Delimitado esse primeiro objetivo, se procederá à elaboração de uma análise sobre a atuação dessas mulheres, a partir de suas trajetórias no movimento e fora dele, com foco na educação. Passaremos para o terceiro objetivo específico que será relacionar sobre se e de que forma a atuação e presença dessas mulheres no movimento conectaram com as orientações

gerais do Pan-Africanismo, com destaque para a educação. Para compor o que nos inspiraremos a partir de Pinto (2014) uma rede de sociabilidade por meio da trajetória dessas mulheres e suas vivências no movimento Pan-Africano, com foco nas propostas para a educação, considerando a ascensão dessas ideias. Em síntese, essa pesquisa em andamento, buscará relacionar a participação dessas mulheres negras no interior do movimento, com foco em suas propostas para a educação contribuindo assim, para o campo dos estudos étnico-raciais a partir da experiência intelectual e politica da diáspora.

Palavras-chave:

Pan-Africanismo, Mulheres Negras, Educação das relações étnico-raciais, Intelectuais negras

1ª opção de Sessão Temática

ST 05. Descolonizando o conhecimento a partir das (re)existências de intelectuais negras

2ª opção de Sessão Temática

ST 19. Rompendo com a invisibilidade: intelectuais e feministas negras

3ª opção de Sessão Temática

ST 11. Intelectuais, movimento negro e antirracismo no século XX

Nome Filiação institucional

(4)

Código do trabalho: 4521390

A preservação versus o silenciamento: lutas por educação e cidadania em Campinas pelo olhar do militante Benedito Evangelista (1902-1939)

Resumo:

Esta comunicação de pesquisa versa a luta antirracismo vivenciada na cidade de Campinas por entidades civis capitaneadas pelo militante Benedito Evangelista. Busquei entender as dinâmicas de vivências no período pós-abolição em lugares menores e/ou mais distantes dos grandes centros de tradição afro. Não que acreditasse que as tradições africanas e afro-brasileiras deixassem de existir em outros lugares, mas principalmente como seria estar, resistir e manter e recriar novas dinâmicas em lugares espacialmente mais delimitado diferentes das capitais. Benedito Evangelista nascido em Campinas e filho de

ex-escravizados, cresceu, estudou, trabalhou e militou pela cidadania de seu grupo. Participante ativo na luta contra o racismo foi um lutador árduo em defesa da instrução e construção da cidadania de negros

paulistas através de sua luta pelo Colégio São Benedito entidade particular criada para atender a educação dos filhos dos associados da irmandade de São Benedito. Entre a criação, os anos de sucesso e o término das atividades pode-se conhecer um pouco da luta do grupo de militantes e o empenho particularmente hercúleo de Benedito para a sobrevivência de sua instituição que tinha importância impar para a comunidade negra da cidade. Esta é uma questão importante porque nem sempre as concepções de identidade nacional abrangeram os não-brancos como cidadãos. Os anos se seguiram após o final da escravidão foram particularmente importantes para a reorganização das vidas dos libertos e seus

descendentes, em especial, porque ele foi seguido de uma mudança de na forma de governo do país com advento do governo republicano e o declínio da república. Novos cidadãos, novo regime político mas as mesmas formas econômicas e as velhas lideranças. A memória coletiva dos grupos afrodescendentes foi criada e mantida à revelia das narrativas da história oficial, abarcando diversos suportes, como a oralidade e as práticas culturais; portanto, construções dinâmicas e permeadas de embates. Podemos afirmar que a história do grupo de militantes de Benedito Evangelista faz parte de uma perspectiva maior que envolve o século XX. Ou seja, sua vida se passou contemporaneamente à criação de entidades supranacionais em prol dos direitos políticos e civis no mundo; à criação de uma imprensa negra, aqui e fora; e à conjugação de esforços para a libertação dos povos africanos do processo de colonialismo e contra o apartheid. Palavras-chave:

Benedito Evangelista; Colégio São Benedito; associativismo.

1ª opção de Sessão Temática

ST 04. Cultura Afro-Brasileira e patrimônio: memórias, lugares, tradições e preservação

2ª opção de Sessão Temática

ST 05. Descolonizando o conhecimento a partir das (re)existências de intelectuais negras

3ª opção de Sessão Temática

ST 11. Intelectuais, movimento negro e antirracismo no século XX

Nome Filiação institucional

(5)

Código do trabalho: 8831157

África com ciência e interculturalidade: fazendo valer a lei 10.639 na geografia. Resumo:

Com a sanção da lei 10.639/03, que assegura o ensino obrigatório da história e cultura-afro brasileira, abre-se um conjunto de questionamentos e reflexões sobre como essa lei pode ser garantida, de fato, no ensino de geografia. Partindo do referencial teórico da pedagogia decolonial, refletimos em que

momentos o currículo da geografia escolar permite tocar no espaço geográfico africano. Nosso particular interesse está na organização e distribuição dos temas presentes nos livros didáticos; e como podemos verificar indícios para a discussão antirracista. As características dos países africanos, principalmente aspectos políticos, econômicos e sociais são os temas que o presente trabalho objetiva, a partir da sequência didática proposta.

A obra aqui pesquisada é Expedições Geográficas , publicada pela editora Moderna. Direcionada aos estudantes do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, o material didático foi a segunda coleção com o maior número de escolha pelos professores da rede pública em todo o Brasil, segundo o edital do PNLD 2020. A metodologia utilizada para compor a presente investigação compreende a análise dos capítulos relacionados ao ensino de África a partir dos conteúdos e imagens de representatividade. Neste sentido, foram observados o Guia do PNLD 2020 e a Base Nacional Comum Curricular , na expectativa de que contemplassem a descolonização do currículo, articulados com a proposta da lei 10.639.

A partir da análise da sequência didática em tela, notamos que existem séries de escolaridade em que não há protagonismo do continente africano; e a organização curricular estereotipada e descontextualizada, como se as lutas étnico-raciais fossem distantes da atualidade. É restrito ou inexistente o conhecimento de resistências circulando entre os assuntos, organizados em um tripé: domínios naturais, economia em desenvolvimento e problemas sociais.

O livro do oitavo ano é o único que reserva uma seção para abordar o continente africano. Dizer que o livro compreende oito seções, sendo cinco deles reservados ao continente americano, totalizando vinte capítulos; e uma única seção – a última, nas páginas finais do livro - destinada ao continente africano, com quatro capítulos, já merece uma missa.

A pesquisa nos ajudou a perceber uma incongruência. O quadro em que o temário indica aos professores uma forma de organização curricular encontra-se em posição oposta e conflituosa com a implementação da lei 10.639.

Como professores, nosso esforço é perseguir formas de atribuir protagonismo ao ensino do continente africano e seus conteúdos, sublinhar potências, áreas de desenvolvimento socioeconômico, riquezas e diversidades (não apenas físico-naturais). Construir, enfim, um outro imaginário possível, uma outra visão de mundo alternativa à eurocêntrica.

Palavras-chave:

Palavra-chave: Geografia antirracista; África; Decolonialidade.

1ª opção de Sessão Temática

ST 07. Educação das Relações Étnico-Raciais e Ações Afirmativas no Ensino Básico, Técnico e Tecnológico

2ª opção de Sessão Temática

ST 06. Docência Antirracista na Educação Básica

3ª opção de Sessão Temática

ST 15. Práticas Pedagógicas para as Relações Etnicorraciais na Educação Básica/Área Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

Nome Filiação institucional

Marcus Vinicius Castro Faria (Autor/a) UFF - Universidade Federal Fluminense Vinícius de Luna Chagas Costa (Coautor/a) Prefeitura Municipal de Nova Iguaçu

(6)

Código do trabalho: 5258723

Arte Malunga é Revolucionária Resumo:

As Exposições de Arte Negra contemporânea já aconteceram em 3 atos na cidade de Presidente

Prudente/São Paulo com obras da artista plástica Ivonete Alves, com a produção e curadoria de Fabiana dos Santos. As exposições geraram um acervo de arte negra que estão compondo o Museu Afroperiférico, onde o acervo visual se destaca em meio de outros acervos, como as ervas da tradição, a comida,

artesanato étnico, livros, audiovisuais, narrativas através de imagens e poéticas. A base de inspiração dos Atos 1, 2 e 3 de Arte Malunga foram artistas africanos (as) e da Diáspora Negra como Mama Esther Mahlangu, El Anatsui, Bispo do Rosário, Sônia Gomes, Kifouli Dossou e Tchif. Esta inspiração veio principalmente do Antigo Egito, com obras do Reinado de Tiy (Décima Oitava Dinastia) e da renovação filosófica do Reinado de Amenhotep IV – o faraó herético. Estas exposições tiveram como desafio integrar na arte contemporânea inspirada na arte da tradição afro-brasileira, 4 mil bonecas Abayomis nas obras, produzidas primeiro em Oficinas Coletivas, depois da Pandemia do Covid 19, cada mulher em sua casa. A base filosófica deste trabalho está no Mulherismo Africana discutida por Clenora Hudson Weems atualizada no Brasil por Aza Njri , Katiuscha Ribeiro e Bast’llele Malomalo. As Exposições foram

realizadas na periferia, permitindo acesso livre através dos meios digitais e nos muros das casas. O financiamento do trabalho inicialmente foi cotizado pela artista, produtora e ações entre amigues, no segundo ato através da Lei Aldyr Blanc e o terceiro Ato está sendo financiado por sobras dos anteriores e com a bolsa de Doutorado da CAPES via Faculdade de Educação da Unicamp. As mulheres que

produziram bonecas Abayomis são o público das ações do Doutorado intitulado EDUCANDO A NEGRITUDE EM TRÊS OU MAIS GERAÇÕES NAS FAMÍLIAS NEGRAS EM UM MOCAMBO - As mulheres negras e seu protagonismo na educação familiar e social, proposto por Ivonete Aparecida Alves sob orientação da Prof. Drª Angela Fátima Soligo no DIS – Grupo de Pesquisa Diferenças e

Subjetividades em Educação (Estudos Surdos, das Questões Raciais, de Gênero e da Infância), na linha de Pesquisa 09_ Psicologia e Educação. Assim, Arte Malunga discute no seu bojo a psicologia africana posta em prática na vida vivida através da afrocentricidade, contribuindo no financiamento de mulheres

enquanto valoriza seu trabalho e suas aprendizagens, à partir de demandas familiares de imediato, e no curto prazo almejando a alteração de suas subjetividades em mais de uma geração.

Palavras-chave:

Arte negra; Mulherismo Africana; Psicologia Africana.

1ª opção de Sessão Temática

ST 04. Cultura Afro-Brasileira e patrimônio: memórias, lugares, tradições e preservação

2ª opção de Sessão Temática

ST 09. Educação, relações raciais e o estudo da história e cultura da África e afro-brasileira

3ª opção de Sessão Temática

ST 10. Filosofia Africana, Filosofia Afro-brasileira e Saberes Ancestrais

Nome Filiação institucional

Ivonete Aparecida Alves

(Autor/a)

Agbá do Mocambo APNs Nzinga Afrobrasil - Arte - Educação - Cultura

(7)

Código do trabalho: 9731458

As mestras-lavadeiras e suas netas insurgentes : porque as nossas ESCREVIVÊNCIAS importam Resumo:

O presente trabalho nasce de uma experiência desenvolvida numa sala de Educação de Jovens e Adultos dentro do projeto social Semeando Sorrisos (em Queimados/ RJ), mediados pela intervenção pedagógica da neta de uma lavadeira da comunidade formada em pedagogia, que promove uma ação insurgente no território. Mesmo na pandemia, o trabalho prosseguiu e gerou dois livros: Mulheres do Ler 1 e 2 que, construindo conversas virtuais e assessorias remotas, trazem narrativas de mulheres negras da Baixada Fluminense e outras aguerridas. É relevante destacar que emergem variadas ações a partir desse trabalho: teses, dissertações, inserções como lideranças em cargos públicos ou seja são inserção em vários campos. Tendo tais pressupostos e acreditando no processo de formação que transcende o campo do formal, buscamos compreender e interligar o conceito de escrevivência em Conceição Evaristo com as interfaces deste trabalho na modalidade EJA e seus sujeitos, entendem se que há muitas histórias silenciadas e que precisam ser contadas. Freire (1997) já nos dizia que a leitura de mundo precede a leitura da palavra. Nesta perspectiva de ler o mundo, vamos observando nas escritas destas mulheres pretas, agora como escritoras da/na Educação de Jovens e Adultos, buscando aprender como se dá o processo de

autoafirmação a partir da escrita e as reverberações deste processo na construção da pedagogia da teia no território. Do ponto de vista teórico, autoras/es como Conceição Evaristo (2009), Beel Hooks (2017) e Paulo Freire (1996), apoiam a construção desse estudo porque nos convocam a discutir a leitura e a escrita numa perspectiva contra hegemônica. A escrevivência, como afirma Conceição Evaristo (2014), é mais que escrever sobre si. É a escrita de nós. É um chamamento para que todas e todos tenham as suas escritas-vida marcadas na sociedade e com elas possam reescrever suas histórias. Ela conclama outros e outras ao protagonismo. O que Freire (1996) já chamou de pronunciamento e Hooks (2017) chama de insurgência, buscamos chamar de pedagogia da teia, pois já percebemos preliminarmente que os sujeitos da pesquisa dialogam com a mesma, constroem um caminho teórico-metodológico que vislumbra a organização de uma pedagogia que muda realidades na Baixada Fluminense - Rio de Janeiro. Palavras-chave:

EJA;ESCREVIVÊNCIAS;INSURGÊNCIAS

1ª opção de Sessão Temática

ST 07. Educação das Relações Étnico-Raciais e Ações Afirmativas no Ensino Básico, Técnico e Tecnológico

2ª opção de Sessão Temática

ST 14. Por uma educação emancipatória: confluências entre educação indígena, educação das relações étnico-raciais e educação quilombola.

3ª opção de Sessão Temática

ST 15. Práticas Pedagógicas para as Relações Etnicorraciais na Educação Básica/Área Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

Nome Filiação institucional

(8)

Código do trabalho: 824166

Cidadanias mutiladas e Educação Matemática: uma reflexão sobre as relações étnico-raciais na educação

Resumo:

Com a promulgação da lei 10.639/2003 as discussões acerca da Educação para as Relações Étnico-raciais (ERER) se intensificaram no Brasil. No entanto, muito ainda precisa ser feito para que a lei seja efetivada e seus resultados sejam percebidos nos mais diversos meandros da sociedade. Na presente pesquisa almejamos refletir sobre a implementação da lei 10.639/2003 na Educação Matemática e seu potencial para a corroborar na construção da cidadania da população negra brasileira. Nossos referenciais teóricos são: a teoria decolonial, em particular os eixos de colonialidade do poder, colonialidade do saber e colonialidade do ser, a etnomatemática e o conceito de cidadanias mutiladas de Milton Santos. A

metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica e documental, uma vez que investigamos marcos legais que sustentam a ERER, assim como fizemos interlocução com uma bibliografia especializada cujas investigações abordam a implementação da lei na Educação Matemática. A partir disso, procedemos com análises qualitativas no que tange ao conteúdo da lei, suas consequências e possíveis impactos na

Educação Matemática, assim como sua importância para a manutenção da cidadania da população negra brasileira. Milton Santos utiliza o conceito de cidadanias mutiladas para se remeter à parcela da

população brasileira que tem seus direitos negados em diferentes esferas como moradia, trabalho, saúde, educação e locomoção, sendo que a população negra, segundo o autor, é a mais afetada no que diz

respeito a essas mutilações que estruturam nossa sociedade. Nesse sentido, entendemos que as cidadanias mutiladas são efeitos da colonialidade do poder, saber e ser, uma vez que estão intimamente ligadas ao processo histórico-cultural da formação do país. Desse modo, vislumbramos a Educação Matemática como uma área de potencial para tensionar epistemologias dominantes no discurso científico e senso comum. Contudo, percebemos que a área ainda tem se dedicado pouco aos estudos sociopolíticos que permeiam a esfera educacional, em particular para as relações étnico-raciais e implementação da lei 10.639/2003. De acordo com nossas análises, entendemos que a matemática ainda precisa ser repensada em relação ao seu papel social, uma vez que historicamente ela tem se ancorado numa perspectiva eurocêntrica e colonizadora, de modo que essa visão tem influenciado na atuação de educadores(as) matemáticos(as) e redes educacionais, dificultando assim a implementação da lei 10.639/2003 e sua corroboração para reverter o quadro de mutilação da cidadania do povo negro no Brasil. Portando, se faz necessário um maior número de pesquisas e discussões na área para que se faça o enfrentamento dos empecilhos que persistem em fazer a manutenção dos moldes da colonialidade.

Palavras-chave:

Educação Matemática; Cidadania; Lei 10.639/2003.

1ª opção de Sessão Temática

ST 08. Educação para as Relações Étnico-raciais no Ensino de Ciências e Matemática

2ª opção de Sessão Temática

ST 07. Educação das Relações Étnico-Raciais e Ações Afirmativas no Ensino Básico, Técnico e Tecnológico

3ª opção de Sessão Temática

ST 06. Docência Antirracista na Educação Básica

Nome Filiação institucional

(9)

Código do trabalho: 7883412

Cosmogonia Afrodiaspórica: mulheres negras contam sua história Resumo:

O livro “Mulheres negras contam sua história” é uma produção resultante de uma política da Secretaria de Políticas Para as Mulheres com o apoio da Secretaria de Promoção e Igualdade Racial, no ano de 2013 na qual foi lançado um edital público para estimular a escrita e divulgação das experiências das autoras que viveram no anonimato, as implicações do racismo e as lutas no combate a discriminação. Essa iniciativa decorreu do compromisso das políticas públicas brasileiras naquele período histórico com o

enfrentamento ao racismo e ao sexismo, no sentido de resgatar memórias de mulheres negras, seus antepassados e descendentes.

Inscreveram-se na chamada mulheres autodeclaradas negras que concorreram em duas categorias: na categoria redação houveram 421 inscritas e na categoria ensaio houveram 100 inscrições. A Comissão julgadora foi formada também por mulheres negras: Aparecida Sueli Carneiro, Maria Aparecida da Silva, Maria da Conceição Evaristo de Brito, Maria de Lourdes Teodoro, Matilde Ribeiro, Tânia Regina Santos Silva e Valdice Gomes da Silva. Foram duas menções honrosas em cada categoria que compuseram, juntamente com outros 10 textos selecionados, a obra literária.

A escolha por trabalhar com esta obra, e fazer a partir dela uma análise dos entrelaçamentos entre as narrativas das histórias contadas, decorre da pesquisa em andamento junto ao Programa de Mestrado Acadêmico em Ensino cuja temática em foco é Mulheres Negras e Religiosidades de Matriz Africana. Por meio desta escrita, pretendemos trazer à tona os estudos que temos feito em relação aos conceitos de Corporeidade, Afetividade e Ancestralidade como elementos da produção de uma filosofia de matriz africana que assinalam processos de resistência ao epistemicídio do padrão cultural, social e civilizatório eurocêntrico. Para isso, recorremos, principalmente, a autores e autoras negros/as como: Muniz Sodré, Franz Fanon, Chimamanda Ngozi Adichie, Djamila Ribeiro.

Com base nas narrativas apresentadas pelas autoras que compuseram a obra, selecionamos três textos por entender que nelas esses elementos estão presentes. A história de Marisol kadiegi, “Do luto à luta: a história de três continentes marcados pelo racismo”, a história contada por Dóris Regina Barros da Silva, “Teias da Memória e Fios da História: laços e entrelaços” e a história escrita por Tássia do Nascimento, “Vozes -Mulheres”. Nelas percebemos traços marcantes de modos de existir e resistir de mulheres negras que criaram suas estratégias para subverter as interdições dos corpos e das vidas que experimentam, onde uma cosmogonia afrodiaspórica é por elas vividas em intensidades com saberes ancestrais que reforçam as tradições e laços afetivos de uma africanidade.

Palavras-chave:

Mulheres Negras; Corporeidade; Ancestralidade 1ª opção de Sessão Temática

ST 10. Filosofia Africana, Filosofia Afro-brasileira e Saberes Ancestrais

2ª opção de Sessão Temática

ST 05. Descolonizando o conhecimento a partir das (re)existências de intelectuais negras

3ª opção de Sessão Temática

ST 11. Intelectuais, movimento negro e antirracismo no século XX

Nome Filiação institucional

(10)

Código do trabalho: 4887271

Denegrindo o Pensamento Social e Político Brasileiro: uma aproximação entre a "amefricanidade" de Lélia Gonzales e a "cordialidade" de Sérgio Buarque de Holanda

Resumo:

Introdução

Vários campos das ciências humanas e sociais vêm sofrendo a chamada abertura epistêmica para as chamadas teorias insurgentes, o que se dá de forma ainda muito tímida no Pensamento Social e Político Brasileiro. Em consonância com este contexto, a presente proposta promove um debate entre Lélia Gonzales e Sérgio Buarque de Holanda, em torno do clássico buarqueano “Raízes do Brasil”, para não só abrir o campo para as/os intelectuais negras/os e suas ideias, mas para denegrir as interpretações do Brasil.

Objeto de pesquisa

O objeto da pesquisa é o pensamento de Lélia Gonzales, com sua noção de amefricanidade articulado ao pensamento de Sérgio Buarque, com sua ideia de cordialidade. A questão central é: que inovações teórico-epistemológicas decorreriam da aproximação entre o pensamento de Sérgio Buarque e de Lélia Gonzales? A hipótese é de que essa aproximação contribui para a revisão e reelaboração crítica da cordialidade buarqueana. A relevância deste trabalho está em contribuir para o processo de constituição de novas epistemologias, como elementos centrais na construção de um projeto de nação antirracista. Referencial teórico-metodológico

Sérgio Buarque de Holanda afirma que o iberismo português, conformado à realidade dos domínios rurais patriarcais brasileiros, é o que constitui uma estrutura sui generis, a civilização de raízes rurais. Minha leitura dessa formulação é de que Holanda nos apresenta a fórmula iberismo + domínios rurais =

civilização de raízes rurais + cordialidade. Nesse ponto, concentrarei meu argumento, mas não somente, nas formulações de Lélia Gonzales sobre a categoria político-cultural de amefricanidade para resolver essa tensão entre colonização, civilização e cultura.

Etapas de desenvolvimento e resultados alcançados

[1] alguns pressupostos e determinadas pistas de que Sérgio Buarque dialoga com a atual discussão sobre (des)colonialidade; [2] com base nos pressupostos e pistas encontrados, percepção de que o autor

negligencia o protagonismo de americanos na formação do Brasil; [3] da aproximação de seu pensamento com o de Lélia Gonzales, esboço de um potencial debate sobre intelectuais, movimentos sociais e cultura amefricana, centrado nas classes populares; [4] formulação da questão: a cordialidade de Sérgio Buarque é colonialidade à brasileira?, o que levanta a necessidade de releitura de “Raízes do Brasil”, em especial a narrativa buarqueana da formação do Brasil; e [5] confirmação de que a categoria político-cultural de amefricanidade de Lélia Gonzales ajuda a revisar e reelaborar a categoria político-cultural de cordialidade de Sérgio Buarque.

Palavras-chave:

Lélia Gonzales; Sérgio Buarque de Holanda; Pensamento Social e Político Brasileiro; 1ª opção de Sessão Temática

ST 05. Descolonizando o conhecimento a partir das (re)existências de intelectuais negras

2ª opção de Sessão Temática

ST 19. Rompendo com a invisibilidade: intelectuais e feministas negras

3ª opção de Sessão Temática

ST 13. Pensamento social, movimentos sociais e cultura negra na diáspora

Nome Filiação institucional

(11)

Código do trabalho: 6945775

Educação Antirracista: uma perspectiva de implementação institucional em curso no município do Rio de Janeiro

Resumo:

Um dos grandes desafios da sociedade atual é a discussão sobre a diversidade étnico-racial nos diferentes cenários em que vivemos: em casa, na escola, no trabalho, dentre outros círculos sociais. Tendo em vista que a sociedade brasileira se utilizou de mecanismos históricos para criar, ampliar e perpetuar

desigualdades sócio raciais, à medida que houve uma tomada de consciência, de acesso e de luta dos indivíduos em situação de desigualdade, tais reivindicações passaram a figurar em espaços de visibilidade política, cuja legitimidade das pautas levaram a sociedade civil e o governo a atenderem também via legislação os direitos das populações afro-indígenas. Nesse sentido, as leis 10.639/03 e 11.645/08, ao alterarem o artigo 26-A da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, e instituírem o ensino das Histórias e Culturas Africanas, Afro-brasileira e Indígenas no currículo da educação básica, tensionam o campo do currículo e ampliam a discussão para as redes público-privadas de ensino, a fim de que se atualizem e promovam políticas de ação afirmativa para a equidade. Na rede municipal do Rio de Janeiro, a partir de um mapeamento de ações desenvolvidas, percebeu-se que desde 2008 já despontavam ações que aludiam ao trato da diversidade numa perspectiva de fomento aos projetos pedagógicos. No entanto, através das análises de pesquisas (GUIMARÃES, 2012; PINTO, 2017; OSCAR, 2018) reconheceu-se que as ações institucionais eram pouco sentidas pelos profissionais, entendidas como inexistentes e/ou

pontuais. Por outro lado, professores se mobilizavam a partir da tríade formação continuada,

desenvolvimento de prática pedagógica afro-referenciada e criação de uma rede de apoio (SILVA, 2019), fortalecendo internamente essa pauta. No presente ano, a nova gestão municipal, alinha a perspectiva institucional ao movimento forjado pelos professores, criando a Gerência de Relações Étnico-Raciais. A gerência, como órgão institucional, configura-se como um avanço no reconhecimento do debate e no compromisso de implementar de forma gradativa e transversal as leis, por meio dos eixos do currículo, da formação e dos projetos intersetoriais. Desta forma, a rede municipal do Rio de Janeiro apresenta um caminhar que tem buscado a implementação dessas leis e a ressignificação do currículo junto à

comunidade escolar, partindo desde um amadurecimento das ações em nível institucional à valorização e reconhecimento das práticas pedagógicas que emergem do chão da escola.

Palavras-chave:

LEIS 10.639/03 E 11.645-08; EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA; POLÍTICA INSTITUCIONAL. 1ª opção de Sessão Temática

ST 06. Docência Antirracista na Educação Básica

2ª opção de Sessão Temática

ST 07. Educação das Relações Étnico-Raciais e Ações Afirmativas no Ensino Básico, Técnico e Tecnológico

3ª opção de Sessão Temática

ST 15. Práticas Pedagógicas para as Relações Etnicorraciais na Educação Básica/Área Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

Nome Filiação institucional

Luciana Nascimento

(Autor/a) Professora da Educação Básica

Joana Elisa Costa Oscar

(Coautor/a) PCRJ - Secretaria Municipal de Educação

Pedro Vitor Guimarães Rodrigues Vieira

(Coautor/a)

(12)

Código do trabalho: 3529347

Ensino De Filosofia e a Prática Antirracista em Sala de Aula Resumo:

O presente resumo justifica-se pela percepção de que a educação, enquanto fenômeno social, está inscrita em uma construção ideológica, ou seja, os processos educativos são produtos e produtores de escolhas políticas. A partir disso, o argumento central deste texto é que essa escolha pode – e deve – ser feita com base na mobilização e troca de afetos entre educadores, educandos e toda rede de ensino, tendo como objetivo a formação para o antirracismo. Diante desta ideia inicial do que é educação, é necessário

evidenciar dentro deste processo a importância do ensino de filosofia nas escolas brasileiras, explicitando esta disciplina como uma fonte de saberes para a formação discente, para a formação do sujeito pensante detentor de todos os mecanismos cognitivos, para a formulação de um processo dialético de formação de pensamento e principalmente para o entendimento da representatividade discente com a História da Filosofia ensinada nos colégios brasileiros. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, a disciplina de Filosofia ministrada no Ensino Médio, compõe a chamada área das Ciências Humanas, juntamente com as disciplinas Sociologia, História e Geografia e, não podemos ministrar uma ciência humana que não exalta a representatividade discente, não estimula o sujeito a refletir sobre o seu

cotidiano, que não abrace as mazelas sofridas pelos educandos e educadores, que não estimule a formação de um sujeito pensante capaz de utilizar a filosofia como base para seus questionamentos. Ao falar do estudo da filosofia como uma ciência que pensa as relações do sujeito inserido num determinado meio social, não podemos deixar de lado toda uma bagagem cultural vinda do corpo discente. Com o amparo da Lei 10.639/03, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de conteúdos de História da África e dos negros no Brasil em todo currículo de sistemas de ensino, disto isto, propomos caminhos para o ensino de filosofia pautado numa educação antirracista promovendo um giro epistêmico na construção dos saberes já postos em sala de aula, utilizando metodologias diferenciadas, inserindo no currículo pensadores e pensadoras de raças e etnias diversas, compreendendo os anseios de busca de conhecimento de cada educando, estas seriam formas de tornar o ensino de filosofia mais acessível a todos e todas. Nos momentos de grande exclusão social, como os tempos atuais, é importante perceber que a educação antirracista precisa ser ainda mais uma orientadora das práticas pedagógicas, e as aulas de filosofia não podem se distanciar desta perspectiva. Isso porque, sem a preocupação com as desigualdades, a escola passa a servir como espaço de reprodução de todas as formas de dominação.

Palavras-chave:

Ensino de Filosofia; Educação Antirracista; Lei 10.639/03 1ª opção de Sessão Temática

ST 07. Educação das Relações Étnico-Raciais e Ações Afirmativas no Ensino Básico, Técnico e Tecnológico

2ª opção de Sessão Temática

ST 15. Práticas Pedagógicas para as Relações Etnicorraciais na Educação Básica/Área Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

3ª opção de Sessão Temática

ST 06. Docência Antirracista na Educação Básica

Nome Filiação institucional

(13)

Código do trabalho: 8287856

Fissuras Epistêmicas na Antropologia: Ilustrações e os Pensamentos Feministas Negros Resumo:

Ilustrar é um caminho que desperta muitos sentidos, dois deles são, tanto tornar compreensível certo assunto, quanto transmitir conhecimentos sobre determinada área. Tendo esses dois aspectos como sustentação, a ilustração neste artigo assume um caráter metodológico, em que se explora as

potencialidades das narrativas gráficas com o objetivo de proporcionar maior detalhamento sobre o tema abordado, neste caso específico, os conceitos criativos e críticos dos pensamentos feministas negros. Tais epistemologias singulares trazem para a superfície o debate sobre as intersecções entre gênero e raça e como eles alicerçam as relações de poder de maneira desigual. Para compreender as subjetividades latentes de alguns processos de construção hierarquizadas sobre os corpos negros e o aprisionamento do outro mediante conceitos biológicos, as imagens, nesta produção acadêmica, assumem o lugar de um recurso criativo de diálogo com feministas negras a exemplo de Neusa Santos, Lélia Gonzalez e Sueli Carneiro que promovem uma relação dialógica entre os conjuntos de pensamentos científicos e histórias silenciadas originando fissuras nas abordagens hegemônicas brancas, europeias e masculinas da produção do conhecimento. Ilustrar as tensões que os pensamentos feministas negros apresentam como os espaços e linguagens de resistência, a não polarização entre teoria e prática e a construção coletiva de saberes é assumir o desafio de romper com os limites das palavras que, muitas vezes, não são ditas pela dor, pelo epistemicídio ou pela disputa por narrativas universalizantes. A imagem, a partir de uma leitura inicial, que seria um exercício de identificação, admite a interpretação que resulta de um esforço analítico, dedutivo e comparativo. Logo, ela como documento, como fonte, revela aspectos da vida material que, algumas vezes, a compreensão de fontes escritas não revela. As narrativas gráficas conjuntamente com os pensamentos feministas negros contribuem para a promoção das fissuras disciplinares, da visibilidade de teorias sociais engajadas e da ampliação dos horizontes epistêmicos. Expressar a força visceral que as mulheres negras precisam ter para serem ouvidas e lidas na produção científica hegemônica seria antirracista se eu também ousasse, como elas, rompendo com as definições do cânone da Antropologia, ou seja, a sua suposta objetividade, os rigores das técnicas, dos métodos e do refinamento das palavras. Enfim, salientar que as alternativas epistemológicas são possíveis e a natureza experimental da

Antropologia deve ser comemorada e jamais encoberta, como algumas vezes nos deparamos diante de cenários frustrantes no debate acadêmico. Não podemos nos esquivar de assumirmos riscos, porque ao final não é possível controlar os imponderáveis da vida cotidiana.

Palavras-chave:

Epistemologias; Narrativas Gráficas; Pensamentos Feministas Negros. 1ª opção de Sessão Temática

ST 05. Descolonizando o conhecimento a partir das (re)existências de intelectuais negras

2ª opção de Sessão Temática

ST 19. Rompendo com a invisibilidade: intelectuais e feministas negras

3ª opção de Sessão Temática

ST 12. Linguagem e relações étnico-raciais numa perspectiva transgressora e afirmativa

Nome Filiação institucional

(14)

Código do trabalho: 6222684

John Edmonstone o alforriado que influenciou Charles Darwin, seu apagamento histórico e a importância de proporcionalidade de referenciais negros e negras no ensino de ciências Resumo:

O presente estudo tem por objetivo apresentar para a comunidade científica brasileira o cientista John Edmonstone, ex-escravizado latino americano da Guiana, que no século XIX, após ser alforriado deu aulas na Universidade de Edimburgo para o jovem Charles Darwin. Assim como mostrar suas

contribuições para o pensamento científico pós-moderno no âmbito biológico, naturalista, taxidermista, ornitológico, evolutivo darwiniano e seus sucessores neodarwinistas. Estabelecer as relações e

contribuições com o pensamento de Charles Darwin, um dos intelectuais mais influentes para a ciência moderna e para o entendimento da vida, assim como discutir os motivos que levaram o seu apagamento histórico além de trazer a importância de referenciais negros e negras no ensino de ciências e biologia em escolas no Brasil afim de uma construção antirracista na educação e na área científica, melhora na

autoestima e autoimagem dos alunos negros e negras e para que mais jovens negros almejem uma carreira de cientista. John, cruzou fronteiras saindo da Guiana se mudando para a Escócia e se tornando um

professor universitário, coisa muito incomum no século XIX para um homem preto ex-escravizado, este trabalho será o primeiro publicado em língua portuguesa sobre essa ilustre figura, sendo de quase ou total desconhecimento para os biólogos e ativistas do movimento negro brasileiro, portanto o objetivo é iniciar uma discussão de novo referenciais que foram esquecidos, também criando ponte de um olhar latino americano, uma visão defasada no Brasil. A ciência exatas/naturais também pode ser um lugar para discussão étnico-racial, as ciências humanas tem um papel fundamental neste local ao produzir dados, estudos profundos sobre figuras mas uma sociedade antirracista necessita que todos os campus trabalhem pela inclusão, diversidade e pluralidade, começando pelo resgate de figuras para estimular crianças e adolescentes no ensino formal. A taxidermia é uma técnica de preservação de preparados de pele, esqueletos e outros artefatos biológicos de animais, popularmente conhecido como empalhar, o domínio dessa técnica no século XIX era de total importância para o estudo anato-fisiológico dos animais. Palavras-chave:

John Edmonstone; cientista negro; referências negras na ciência 1ª opção de Sessão Temática

ST 05. Descolonizando o conhecimento a partir das (re)existências de intelectuais negras

2ª opção de Sessão Temática

ST 14. Por uma educação emancipatória: confluências entre educação indígena, educação das relações étnico-raciais e educação quilombola.

3ª opção de Sessão Temática

ST 08. Educação para as Relações Étnico-raciais no Ensino de Ciências e Matemática

Nome Filiação institucional

(15)

Código do trabalho: 2629976

Mar vermelho e branco: o percurso de encantaria das mulheres do Ilú Obá De Min Resumo:

Com episódios ainda constantes de racismo, cada vez mais difundidos nas mídias, a violência desta ferida ainda aberta em nossa sociedade e que estrutura todas as nossas relações precisa ser tratada de forma urgente. Cada vez mais políticas públicas estão sendo criadas para combater o racismo em nosso país. Uma delas foi a lei 10.539/2003 que trouxe alguma mudança na educação racial do Brasil.

Ter um espaço para construção do saber onde a identidade negra é vista não apenas como algo positivo, mas também realizador de algumas mudanças que vemos acontecendo hoje em nosso país, é um

verdadeiro ‘paraíso’, como diz a escritora nigeriana Chimamanda Adichie quando nos alerta sobre os perigos da história única, com a criação e manutenção de estereótipos que limitam a nossa existência, nos encaixando em um só lugar.

O Ilú Obá De Min - Educação, Cultura e Arte Negra é uma associação paulistana que tem como base o trabalho com as culturas de matriz africana e afro-brasileira. Foi fundado com objetivo de preservar e divulgar a cultura negra no Brasil, além de destacar a participação e o protagonismo das mulheres através da arte.

A associação hoje promove diversos projetos educativos, como o ‘Ilú na mesa’, um ciclo de palestras anual que promove debate e reflexão em torno do combate ao racismo a partir das experiências trazidas por suas convidadas, e também o curso ‘Diálogos Negros - Luta política e resistência através da memória do Ilú’, que a cada encontro levou junto as pesquisas de suas formadoras a história do próprio bloco, assim como de suas homenageadas.

Apesar de muitos projetos, é com o bloco afro carnavalesco que a associação se faz mais conhecida. Há 16 anos o bloco Ilú Obá De Min leva às ruas seu cortejo, sua ópera negra. Resultado de oficinas criativas oferecidas ao longo do processo de construção do carnaval, que abrange aulas de percussão, dança, canto e perna de pau que são ministradas na rua, para as integrantes e os curiosos que param para admirar os ensaios.

Este trabalho é construído coletivamente a cada encontro, sob intempéries do tempo, de disponibilidade de espaço para os ensaios, e do próprio fluxo do grupo - atualmente composto por mais de 400 mulheres que a cada ano trazem seus saberes e experiências pessoais para o coletivo.

Meu projeto de pesquisa tem como principal característica a investigação e mapeamento das mudanças emocionais e sociais de mulheres que não tiveram uma educação racial de qualidade e encontraram no Ilú Obá De Min, este quilombo urbano no coração de São Paulo, outras referências para se reinventarem e alargarem suas possibilidades de mulheres-sujeito. Através das pistas do método cartográfico pretendo visualizar este percurso de busca por identidade das integrantes através de um mapa afetivo.

Palavras-chave:

Relações étnico-raciais; pedagoginga; arte 1ª opção de Sessão Temática

ST 03. Ações pela negritude: tentativas de ações e movimentos sociais transformadores, e de pesquisas transformadoras e antirracistas

2ª opção de Sessão Temática

ST 13. Pensamento social, movimentos sociais e cultura negra na diáspora

3ª opção de Sessão Temática

ST 20. Tecnologias, culturas, mídias e linguagens: formas de abordar as questões étnico-raciais e de enfrentar o racismo

Nome Filiação institucional

(16)

Código do trabalho: 6156550

Metafísica yorùbá para uma epistemologia da dança negro-brasileira Resumo:

Pesquisamos as possibilidades de pensar a estética de uma dança negro-brasileira a partir da filosofia africana com base na epistemologia do mito, corpo e ancestralidade, somado as contribuições dos autores Inaicyra Falcão (2015) e Ligiéro (2011) no que se refere a cosmopercepção afro-brasileira e o processo de encenação de danças negras. Um estudo de caso ancorado na observação da apresentação do espetáculo de dança contemporânea Cruz Credo , entrelaçado pelo método cartográfico de Deleuze e Guattari (1995), na cartografia da encruzilhada do filósofo Luis Carlos Santos (2014) e nos estudos das práticas performativas do povo negro-brasileiro. A metodologia cartografia da encruzilhada aborda a cartografia social, neste caso mais especificamente da cultura africano-brasileira. Deste modo, apresentamos fotografias e sinalizamos os possíveis percursos adotados pelo artista, no processo de montagem, que estão aliançados ao habitus do povo negro-brasileiro à luz das discussões entre corpo, cena, vida,

performance e a metafísica yorùbá. Na filosofia ocidental encontramos pensadores que se referenciam em signos míticos como dispositivos para suas epistemologias: Nietzsche e as perspectivas dionisíacas, Camus e o mito de Sísifo, o Leviatã de Thomas Hobbes, as citações de Aristóteles em sua obra Poética sobre a tragédia de Édipo, o mito da caverna de Platão. Epistemologias da tradição europeia que são apropriadas no ensino de filosofia no Brasil para a compreensão de questões éticas, políticas e estéticas. E Èsù? Encontramos pensadores que apresentam a mitologia de Iara, Voduns, Caboclos e òrìsà como signos míticos de produção de conhecimento filosófico?

A visão filosófica de Soyinka possui o ritual trágico yorùbá como princípio da metafísica yorùbá. A questão central de seu pensamento está na perspectiva de valorização do corpo enquanto sede de produção do conhecimento e na sua relação com o simbolismo dos òrìsà, apresentando novas leituras sobre a metafísica africana e sua concepção de mundo que engloba o mundo dos ancestrais, dos vivos e dos não nascidos. Cruz Credo parte de algumas práticas no ritual de Èsù e dos Òrìsà, um espetáculo solo de dança afro-contemporânea que aborda a interseccionalidade entre o racismo e homofobia. A

gestualidade negro-brasileira é dinâmica, nasce da cultura africana e é reinventada no Brasil -

desterritorialização -, uma manifestação horizontal, com dobras, gingas, o baixo corporal, uma reinvenção – filosofia como ancestral. Em sua essência Cruz Credo é uma dança com dispositivo na gestualidade negro-brasileira, uma linguagem de pertencimento e fortalecimento das artes negras ancestrais

reconceptualizadas pelo cantar-dançar-batucar. Palavras-chave:

Arte negra; Estética; Filosofia africana. 1ª opção de Sessão Temática

ST 10. Filosofia Africana, Filosofia Afro-brasileira e Saberes Ancestrais

2ª opção de Sessão Temática

ST 20. Tecnologias, culturas, mídias e linguagens: formas de abordar as questões étnico-raciais e de enfrentar o racismo

3ª opção de Sessão Temática

ST 11. Intelectuais, movimento negro e antirracismo no século XX

Nome Filiação institucional

(17)

Código do trabalho: 8916241

Multiletramentos e ação social: implicações político-pedagógicas decorrentes do atendimento à Lei Federal 10.639/2003

Resumo:

Este estudo, embasado no modo como a perspectiva dos multiletramentos tem sido mobilizada por pesquisadoras(es) e educadoras(es) brasileiras(os) (SIGNORINI, 2012; ROJO; 2013, FERREIRA; FERREIRA, 2015) para repensar o ensino de língua, teve como principal objetivo refletir sobre certas implicações político-pedagógicas geradas pela necessidade de atendimento à Lei Federal 10.639/2003, a qual torna obrigatório, nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, bem como a Educação das Relações Étnico-Raciais. Ao tomar como enfoque teórico básico o referencial informado pelo texto fundador “A Pedagogy of Multiliteracies: Designing Social Futures”, produzido pelo grupo de pesquisadores autodenominado “The New London Group” (CAZDEN et al., 1996), bem como trabalhos derivados deste documento (COPE; KALANTZIS, 2000, 2009) e buscando dialogar com os estudos sobre relações raciais no Brasil (GOMES, 2005, 2007) e identidade cultural (HALL, 2000), articulação, por sua vez, remissiva ao que Rawls (2008) denomina de bens primários sociais, a intenção foi não somente apresentar pontos considerados social e politicamente controversos (ou tensivos), mas, sobretudo, apontar, a partir dessas epistemologias, possibilidades para um ensino crítico de língua materna. Com esse intuito, as reflexões teóricas foram complementadas, a título de ilustração, pela análise de alguns aspectos relativos ao multiculturalismo e à multimodalidade, que foram vislumbrados em uma mobilização social antirracista noticiada pelo provedor Universo Online (UOL), em setembro de 2015; bem como pela análise dos mesmos aspectos, que foram percebidos em certos desdobramentos da referida mobilização social, dentre os quais se destaca uma ação institucional realizada por meio do site www.change.org. Este trabalho, que integrou um projeto de pesquisa e um projeto editorial mais amplos de reflexão sobre ensino e linguagem, visou contribuir para o esclarecimento acerca de como a Pedagogia dos Multiletramentos, implícita em certas práticas educativas decorrentes de mudanças curriculares histórica e socialmente demandadas, pode favorecer o empoderamento de indivíduos, instituições de ensino e comunidades. Nesse sentido, foi possível explicitar as dimensões dessa pedagogia que estavam subjacentes às atividades antirracistas realizadas pelas(os) educadoras(es), estudantes e familiares envolvidos na ação social analisada, assim como reconhecer os ganhos didático-pedagógicos, comunitários e políticos proporcionados pela presença (intencional ou não) de tais dimensões.

Palavras-chave:

Pedagogia dos multiletramentos; Lei Federal 10.639/2003; Mobilização social antirracista. 1ª opção de Sessão Temática

ST 12. Linguagem e relações étnico-raciais numa perspectiva transgressora e afirmativa

2ª opção de Sessão Temática

ST 06. Docência Antirracista na Educação Básica

3ª opção de Sessão Temática

ST 09. Educação, relações raciais e o estudo da história e cultura da África e afro-brasileira

Nome Filiação institucional

(18)

Código do trabalho: 2825279

Narrativas do cotidiano docente : Formação Afrosaberes na educação básica da rede de ensino de Maricá

Resumo:

O presente texto traz o relato de experiência educacional na rede de ensino da Cidade de Maricá (região Metropolitana, do Estado do Rio de Janeiro). A através de um núcleo, criado na Secretaria Municipal de Educação, busca-se o estabelecimento de uma política de formação continuada para os professores da rede municipal de ensino na educação básica, voltada para a discussão das relações raciais com o propósito de enfrentamento do racismo estrutural escolar. O Núcleo Diversas Linguagens Artísticas (NDLA) traz como um dos objetivos centrais: orientar, estabelecer e acompanhar as leis federais 10.639/2003 e 11.645/2008, que tratam do ensino de História e culturas Afro-brasileiras e indígenas no estabelecimento do currículo em todas as áreas do conhecimento e modalidades de ensino, ao longo de ano letivo. O caminho percorrido da equipe, passou pela produção de documento orientador para basilar as ações e práticas pedagógicas antirracistas nas Unidades Escolares. Através do Projeto “Sacola de Ananse”, a literatura afro-indígena, foi um dos instrumentos para levar acervo, literários de

fortalecimento cultural, ancestral, identitário aos estudantes e docentes. As visitas, as escolas, narrativas e mostra de trabalhos, produziram dados alarmantes e outros encantadores sobre as práticas cotidianas nas unidades escolares. Assim nasceu o “Projeto de Formação Continuada Afrosaberes I”, cujo tema foi: “Educação para as Relações Raciais. Desafios, perspectiva e poesias em tempos difíceis”, já atravessados pela pandemia do Covid 19, que promoveu uma ruptura nos fluxos de trabalhos planejados. O que

estabeleceu outras prioridades, em defesa da vida. Foram construídas atividades remotas com a utilização de autores/as negros/as e “indígenas, e seu protagonismo em diferentes áreas e referências negras na história, que chegariam à casa das crianças e jovens através do ensino virtual. A formação “Afrosaberes I”, aconteceu de forma virtual, trazendo narrativas desafiadoras, principalmente quando o tema passa mesmo que subjetivamente pela cultura religiosa de matrizes afro-indígena. As narrativas e do cotidiano (Benjamin, 2004) e a urgência de discussão sobre como os aspectos das relações raciais impactam a prática das educadoras, atravessam (Munanga, 2005) e outros autores que fundamentam mudanças epistêmicas na formação continuada da educação básica. A melhoria do desempenho escolar passa obrigatoriamente pela valorização do pertencimento e identidade para a superação das desigualdades educacionais históricas, fincadas no recorte racial, para superação dos entraves nem sempre

silenciosamente impostos pelo racismo. Ressalto que para o estabelecimento das políticas públicas educacionais antirracistas é preciso investir em recursos humanos, financeiros e vontade política. Palavras-chave:

Docência Antirracista; Religiosidade; Educação básica

1ª opção de Sessão Temática

ST 06. Docência Antirracista na Educação Básica

2ª opção de Sessão Temática

ST 12. Linguagem e relações étnico-raciais numa perspectiva transgressora e afirmativa

3ª opção de Sessão Temática

ST 15. Práticas Pedagógicas para as Relações Etnicorraciais na Educação Básica/Área Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

Nome Filiação institucional

(19)

Código do trabalho: 8653518

Narrativas Negras: O papel dos coletivos negros nas universidades brasileiras Resumo:

O objetivo deste trabalho é de analisar por meio das narrativas de estudantes negros/as integrantes de Coletivos de Estudantes Negros sobre suas ações políticas, estéticas e identitárias. Nossa finalidade é de compreender o papel político desempenhado por esses atores políticos nas instituições universitárias brasileiras. Nesta pesquisa compreendo que os coletivos negros universitários fazem parte de uma nova ‘’expressão’’ do movimento social negro. Por fim ressalto que este trabalho, também visa investigar as novas tecnologias de superação do racismo, intervenções e estratégias elaboradas no interior das

universidades públicas brasileiras, por meio dos Coletivos Negros para a construção de uma identidade, corporeidade e permanência negra positiva e política.

O Movimento negro brasileiro foi o principal ator e articulador político que trouxe à cena pública o debate acerca da construção de políticas públicas, com o objetivo da superação das desigualdades raciais presentes no Brasil (JACCOUD, 2009). Por intermédio de uma nova configuração do conceito de raça, como ferramenta política e analítica, passamos a questionar o mito da democracia racial e organizamos novas tecnologias políticas para expor como o racismo está presente nas estruturas do estado, e como ele atua no controle da vida dos corpos negros e, por meio delas, conseguimos criar alguns mecanismos institucionais e estratégicos para a inserção da população negra no ensino superior.

Inicialmente a construção do trabalho terá três momentos norteadores que poderão ser revistos, reavaliados e reconfigurados de acordo com a pesquisa. O primeiro momento será marcado pelo eixo bibliográfico e pelo levantamento de produções acerca da temática do trabalho, o seguinte momento consiste no mapeamento dos coletivos negros universitários e no terceiro e ultimo serão realizadas entrevistas semi-estruturadas.

A universidade está relacionada a um contexto social, sendo assim reproduz as estruturas e processos organizados em uma sociedade. Portanto o racismo também é um dos seus eixos estruturantes, assim como seu ambiente é predominantemente branco, do ponto de vista simbólico como na produção de conhecimentos alojados na lógica da branquitude, e essas relações influenciam as narrativas e trajetórias de estudantes negros/as. É nesse contexto que os/as estudantes negros/as ao ingressarem nas

universidades e institutos de ensino superior, se veêm deslocados e invisibilizados tanto na grade curricular como no corpo docente. E começam um processo de conexão principalmente na tentativa de tornar o espaço da universidade mais ‘’acolhedor’’ para futuros ingressantes negros, assim como para construir políticas institucionais para a superação do racismo através das ações dos coletivos negros universitários.

Palavras-chave:

Coletivos Negros; Movimento Negro; Educação.

1ª opção de Sessão Temática

ST 03. Ações pela negritude: tentativas de ações e movimentos sociais transformadores, e de pesquisas transformadoras e antirracistas

2ª opção de Sessão Temática

ST 11. Intelectuais, movimento negro e antirracismo no século XX

3ª opção de Sessão Temática

ST 13. Pensamento social, movimentos sociais e cultura negra na diáspora

Nome Filiação institucional

Lucas Ferreira do Nascimento (Autor/a)

(20)

Código do trabalho: 1657356

No jogo da Capoeira com a Educação Física: as lutas por uma educação antirracista. Resumo:

INTRODUÇÃO

A Capoeira por vezes no âmbito escolar é invisibilizada, silenciada, negada ou na perspectiva de Mbembe (2018) fantasmagorizada. Ao mesmo tempo, a Capoeira enquanto cultura de movimento vincula-se ao se movimentar do homem que parafraseando Falcão (2001) tem história, tem contexto, tem vida, tem classe social, enfim, um homem com inerente necessidade de se movimentar na busca de sua emancipação e da sua liberdade.

METODOLOGIA: A partir de uma abordagem qualitativa pauto-me inicialmente na revisão de literatura, respaldando as discussões a partir das pesquisas com os cotidianos que propõe uma concepção ética, política, estética, teórica e epistemológica me sugerindo organizar o trabalho de forma horizontalizada, democratizada e dialogada (ALVES, 2009).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Ao trabalhar com a Capoeira em âmbito escolar fui percebendo algumas dificuldades quando tal proposta se tratou de “prática” – que na área de Educação Física conhecemos como a dimensão procedimental dos conteúdos (DARIDO, 2005). Penso que as atitudes e pensamentos racistas pelos quais passei são reflexos do que Tavares (2012, p. 25) chamou de

colonialismo cognitivo, pois, nele “[...] se processa a exclusão dos saberes marginais do projeto pedagógico oficial”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: Para o filósofo martinicano Frantz Fanon (2008, p.33) “falar é existir absolutamente para o outro”. Saímos para um lugar de VISIBILIDADE, pois de acordo com Passos (2014, p.228) “quem enuncia tem a possibilidade de escapar do lugar da invisibilidade pela/com a palavra, pelas/com as narrativas”. Professor e alunes anunciaram, renunciaram e denunciaram e acredito que assim insurgentemente abalamos as estruturas de um sistema posto.

REFERÊNCIAS

ALVES, Nilda. Apresentação – Cotidianos, imagens e narrativas. In: BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de educação a distância. Salto para o Futuro: Cotidianos, imagens e narrativas. ISSN 1982-0283 Ano XIX – Nº 8 – junho/2009.

DARIDO, Suraya Cristina. Educação física na escola: Implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.

FALCÃO, Jose Luiz Cirqueira. Capoeira. In: KUNZ, Eleonor (org). Didática da Educação Física. 2ª Ed. Rio grande do Sul: Unijui, 2001, p.55-94.

FANON. Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: EDUFBA, 2008 MBEMBE, Achille. Crítica da Razão Negra. Rio de janeiro: n-1 edições, 2018.

PASSOS, Mailsa Carla Pinto. Encontros cotidianos e a pesquisa em Educação: relações raciais,

experiência dialógica e processos de identificação. In: Educar em Revista. Curitiba: Editora UFPR, n. 51, jan./mar. 2014, p. 227-242.

TAVARES, Júlio Cesar de. Dança de guerra - arquivo e arma: elementos para uma Teoria da Capoeiragem e da Comunicação Corporal Afro-brasileira. Belo Horizonte: Nandyala, 2012. Palavras-chave:

Capoeira; Educação Física; Educação antirracista 1ª opção de Sessão Temática

ST 16. Práxis pedagógicas antirracistas na educação física escolar: precisamos enegrecer!

2ª opção de Sessão Temática

ST 06. Docência Antirracista na Educação Básica

3ª opção de Sessão Temática

ST 07. Educação das Relações Étnico-Raciais e Ações Afirmativas no Ensino Básico, Técnico e Tecnológico

Nome Filiação institucional

(21)

Código do trabalho: 1569791

Nós, Africanos, Somos o Pai da Filosofia Resumo:

O presente projeto de iniciação científica voluntária tem por objetivo geral pesquisar a influência da filosofia kemética no pensamento filosófico europeu, as estratégias de dominação utilizadas na produção do saber como uma racionalidade provida exclusivamente por homens brancos. Buscamos a partir desta pesquisa destacar a importância da filosofia africana, bem como o seu desvio histórico provocado pela predominância do pensamento filosófico europeu pela arma genocida da Maafa (ANI, 1994). Os filósofos tiveram contribuição direta no processo de colonização e escravidão, pois foi por meio dos seus saberes que se justificou “cientificamente” os processos de dominação e exploração entre povos. Afirmativa essa que se faz com a formulação da antropóloga Marimba Ani (1994), ao narrar que a origem embrionária do racismo retoma o pensamento de Platão, que segundo a autora funda as bases epistêmicas da colonização e da hierarquização da racionalidade. Como introdução para o conhecimento da filosofia kemética,

destacamos a obra O Legado Roubado (1954) do intelectual George James. O autor inaugura o seu debate nos colocando no caminho da obviedade: porque os gregos foram para Kemet (nome originário dado pelos africanos antes da invasão, que significa terra dos homens pretos. Renomeado pelos colonizadores por Egito) buscar conhecimento com um povo considerado selvagem? E no desenvolver da sua pesquisa, da sua denúncia, na busca por justiça nos apresenta a influência da filosofia kemética na construção do pensamento dos gregos. A partir disso, destacamos que, os africanos primam pelo princípio da

gemelaridade, que segundo a antropóloga Marimba Ani significa que o outro é a condição da minha existência e não meu escravo, e que, portanto, não há uma relação de superioridade entre os sujeitos/as. Ainda segundo a autora, nos completamos em todas as esferas da vida social, seja na espiritualidade, nas emoções e na potencialidade humana de uma razão que se funda na totalidade dos seres. Desse exposto, ao recorrermos à filosofia africana estabelecemos uma análise crítica ao pensamento filosófico

eurocentrado, monorracional. Segundo o filósofo queniano Disma Masolo (2010), pessoas

monorracionais aceitam apenas um modelo de racionalidade e pessoas polirracionais respeitam ou pensam outras racionalidades. Dos achados da pesquisa em curso, entendemos que o platonismo nesse sentido apreende os fundamentos da filosofia kemética. Todavia, a partir dela, estabelece uma relação hierarquizada, essa que busca radicalizar o controle, a disciplina e a inferioridade entre povos, nações e etnias.

Palavras-chave:

Filosofia Kemética; África; Eurocentrismo

1ª opção de Sessão Temática

ST 10. Filosofia Africana, Filosofia Afro-brasileira e Saberes Ancestrais

2ª opção de Sessão Temática

ST 03. Ações pela negritude: tentativas de ações e movimentos sociais transformadores, e de pesquisas transformadoras e antirracistas

3ª opção de Sessão Temática

ST 14. Por uma educação emancipatória: confluências entre educação indígena, educação das relações étnico-raciais e educação quilombola.

Nome Filiação institucional

Referências

Documentos relacionados

Com relação às práticas pedagógicas, estas foram realizadas por um grupo de docentes, de forma pontual. Na proposta pedagógica da instituição não visualizamos

Está inspirado no campo teórico dos estudos culturais, segundo o qual o racismo é resultado de uma articulação complexa, as identidades e diferenças são uma

Cavalleiro (2000) diz que o silêncio existente na sociedade em relação aos conflitos raciais é o mesmo que sustenta a discriminação na escola, consequentemente,

O curso “Contribuições para práticas antirracistas na educação: pesquisas em relações étnico-raciais” oportunizou um letramento literário para a literatura

O racismo, persistente ainda no Brasil, é fruto de uma sociedade escravocrata, que violentou, inferiorizou e subalternizou os povos africanos e afro-brasileiros

Pluralidade Cultural e Orientação Sexual. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Marcas de Africania no Português Brasileiro. Gênero e diversidade na

E, dentro desta mesma problemática poderíamos situar a história da África e da cultura dos afrodescendentes junto à história dos povos indígenas, tendo como pressuposto que

As culturas ou vozes dos grupos sociais minoritários e/ou marginalizados que não dispõem de estruturas importantes de poder continuam ser silenciadas, quando não