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A apropriação eclesiástica do Ordo Fratrum Minorum e Ordo Praedicatorum na propagação do Breviarium Romanum no século XIII.

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A apropriação eclesiástica do Ordo Fratrum Minorum e Ordo Praedicatorum na propagação do Breviarium Romanum no século XIII.

Wagner Ap. Stefani1 O Concílio de Latrão IV,de 1215,no cânone XIII2, impossibilitou o surgimento da fundação de outros Ordinescom seu próprio carisma. Ao colocar a obrigação, caso surgisse uma nova comunidade religiosa, esta deveria ter como base a regra beneditina ou a regra agostiniana; dependendo do carisma do fundador, deveriam se adequar a esta normativa do Concílio. Esta decisão deu força a duas formas mendicantes3 que tinham como característica principal, na sua origem, a pobreza e a vida itinerante. Os frades dominicanos, guiados por Domenico de Gusmão (1170-1221)4, e os franciscanos, seguindo o exemplo de Frei Francisco de Assis (1182-1226),iniciaram a tarefa de realizar a pregação, conseguindo chegar a muitos lugares em que a Igreja não conseguia chegar. Esta itinerância levou os frades não somente à pregação do evangelho através do testemunho da pobreza, mas também à difusão litúrgica através do Breviarium

Romanum,a modo da Cúria da Igreja.

Naquele período, não havia uma única forma de realizar o Officium

Divinum,nem somente um livro único. Tanto as dioceses e abadias, quanto as catedrais

de cônegos e outros movimentos, cada qual seguia um modo particular dependendo das conveniências da autoridade eclesiástica de cada região. Desta forma, criou-se uma diversidade de Breviaria que,com o passar dos anos, os papas tentaram homogeneizar em um único livro de oração. No presente trabalho, permaneceremos somente nesta contribuição que as ordens mendicantes deram para Igreja naquele período5.

1Doutorando História Social – USP.

2Conciliorum Oecumenicorum Decreta, curantibus J. Alberigo, J.A. Dossetti, P.P. Joannou, C. Leonardi, P. Prodi, consultante H. Jedin, 1973. Disponível em http://www.internetsv.info/Lateranense4.html texto latim e italiano. Acesso 15/07/2014.

3 As Ordens Mendicantes definiram-se, acima de tudo, pela sua atitude apostólica, ou seja, pelo seu desejo de dedicar-se à salvação das almas em perigo, sejam elas apenas de fiéis, hereges ou pagãos. Assim, ao contrário de ordens religiosas anteriores, elas provaram - se extremamente familiarizadas com o mundo que propuseram converter incluindo, eventualmente, os mundos do judaísmo e do islamismo. Cf. VAUCHEZ, André. Ordini mendicanti e società italiana (XIII-XIV secolo). Milano: Il Saggiatore, 1990, p.238.

4 Para uma biografia e bibliografia seguiremos: MARTÍNEZ, Felicísimo. Domenigo di Guzma, Evangelio

viviente, Salamanca, ed. San Estebam, 2006, pp. 13-18.

5 Este artigo faz parte de uma análise que realizamos dentro da pesquisa no nível de doutorado, que estamos concluindo. Para uma bibliografia inicial sobre o problema temos estas três obras do mesmo autor: VAN DIJK, Stephen J.P, Hazelden, Joan. Sources of the Modern Roman Liturgy I: The Ordinals of

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Enquanto o Ordo Fratrum Minorum, nas suas origens,colocara os clérigos e os irmãos leigos em igualdade de direitos, algo totalmente novo para o período, o Ordo

Fratrum Praedicatorum pôde parecer à primeira vista menos original, uma vez que

reunira seus religiosos, como os cânones regulares, que viviam sob a Regra de Santo Agostinho.

Por isso, por meio de suas constituições e estruturas, oOrdo Fratrum

Praedicatorum e o Ordo Fratrum Minorumencontravam-se em contato direto com a

sociedade de seu tempo. Como Frei Francisco de Assis, Frei Domenico de Gusmão, com efeito, entendiaa importância fundamental da palavra falada através do testemunho de vida. O fato de adotar a Regra de Santo Agostinho, e uma grande maioria de seus seguidores possuidores de ordens sacras, permitiu aos dominicanos uma pregação mais persuasiva e a possibilidade, daqueles que entravam no Ordo, de irem para a universitas estudar,a fim de possuir um ministério mais eficiente. No entanto, no início da

fraternitas, como sabemos, Frei Francisco receava que seus frades frequentassem a universitas, temendo que a educação pudesse introduzir novas fendas no interior de

seuOrdo e prejudicar a inspiração originária. Era o preço a se pagar pela erudição dominicana, em um mundo onde o conhecimento teológico gozava de muito prestígio.

Como sabemos, a universitas estava ainda nascendo, possibilitando uma evolução na busca do conhecimento. Esta evolução fez com que os dominicanos, com o passar dos anos,se tornassem um dosOrdinesmais influentes da época.Embora, na sua espiritualidade oriunda de uma concepção de pobreza evangélica, os dominicanos fossem aceitando a administração de igrejas e catedrais, assim como casas e propriedades, afastando-se do seu espírito originário6.

Em apenas algumas décadas,o Ordo Fratrum Minorum e o Ordo Fratrum

Praedicatorumexperimentaramuma expansão extremamente rápida dentro dos

territórios da Cristandade e mesmo fora dela, uma vez que houve missionários no mundo árabe, no território bizantino, e em outros lugares do Oriente, como a Pérsia e certas partes do império Mongol, a ponto de existir, no século XIV, um número de franciscanos de aproximadamente trinta mil frades, espalhados em mais de mil conventos e santuários, o que representava quarenta por cento do número total das

Modern Roman Liturgy, London, ed. Morrough Bernard, 1959. The ordinal of the Papal court Innocent III to Bonifacie and related Documents, Fribourg, 1975.

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ordens mendicantes deste período7. O Papa havia associado o Ordo Fratrum

Praedicatorum e o Ordo Fratrum Minorum na sua interpretação da sucessão da militia Christi e do grandioso plano divino em relação à história salutis, se empenhando ainda

mais na propagação e em sua doutrina administradora sob o julgo da Cúria Romana. Apesar disso, não se deve sobrestimar os fenômenos da acomodação entre as duas Ordens, pois noOrdo Fratrum Minorum estava sempre presente a exigência de se conservar a própria identidade, como é o caso dos espirituais franciscanos.

Desta maneira, este notável sucesso trouxe consigo não somente repercussões positivas, no sentindo de revigorar a vida religiosa e homogeneizar as liturgias em uma única forma, estilo e doutrina oriunda da Cúria Romana, mas aspectos negativos como os problemas graves de disciplina dentro do Ordo; uma má interpretação das leis eclesiásticas e falta de compreensão do sentido e propósito da espiritualidade do seu fundador8.

Este fenômeno de padronização da vida religiosa, pertencente a uma hierarquização eclesiástica, se confrontou com movimentos no cerne de cada instituição. Em referênciaao Ordo Fratrum Minorum, cujos membros,que em um período de menos de oitenta anos se confrontaram na disputa a todo custo,e deveriam permanecer fieis ao modelo de fraternidade evangélica de Frei Francisco, o grupo denominadoespirituais9, liderado pelos socii, fez um contraponto interessante dentro da história do Ordo. No entanto, é difícil precisar suas dimensões e determinar que se fundamentasse em valores considerados originais, como a recusa à cultura superior, à simplicidade evangélica, à mobilidade itinerante, à partilha da existência com os últimos, aos trabalhos humildes e irregulares; sem negligenciar a dedicação à oratio, os espirituais questionavam a posição eclesiástica neles imposta, assim como a hierarquização do Ordo. Após a morte de Frei Francisco de Assis, o grupo de frades se propôs a realizar diferentes perguntas em referência à forma de vida e à maneira de viver a pauper evangélica.

7 Cf. PETECH, Luciano, I francescani nell'Asia centrale e orientale nel XIII e XIV secolo, In. Espansione

del francescanesimo tra Occidente e Oriente nel secolo XIII, Atti dei Convegni della Società

internazionale di studi francescani e del Centro interuniversitario di studi francescani, Assisi, 1978, pp. 213-240.

8 Cf. MERLO, Grado G., Nel nome di San Francesco, Storia dei frati Minori e del francescanismo sin

agli inizi del XVI secolo, Padova, ed. Francescane, 2003, Em nome de São Francisco. História dos Frades Menores e do franciscanismo até inícios do século XVI trad. Ary E. Pintarelli, Petropólis: Vozes, 2005,

pp. 156-170.

9 Cf. FALBEL, Nachman, Os Espirituais Franciscanos. São Paulo: EDUSP: FAPESP: Perspectiva, 1995

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O Papa Gregório IX (1160- 1241) rapidamente pôs fim a estas desconcertantes indagações, assim como os seus sucessores - aumentaram seus esforços para remodelar oOrdo Fratrum Minorum ao longo das linhas hierárquicas da Igreja, mesmo que isso significasse erradicar suas características mais originais - que foram também os mais impressionantes aos olhos dos franciscanólogos atuais. Com a Bula Quo Elongati10 de 1230, o papa isentou os frades de observar o Testamentum e afirmou que o centro da vida mendicante franciscana estava em observar a Regula Bullata. Portanto, não era mais necessária a realização do trabalho manual para fornecer sustento diário: este deveria ser adquirido exclusivamente através da mendicância, ao contrário daquilo que Frei Francisco de Assis desejava. A entrada no Ordo hierarquicus deu alguns privilégios, entre eles a mendicância renumerada e a propriedade e permanência nos lugares. Isto causou problemas com os bispos diocesanos, que foram resolvidos com a

Bulla Nimis iniqua11de 1231, que tratou de um privilégio de isenção, aqui novamente

contrária às palavras exatas de seu fundador, que queria que eles fossem “humildes e

obedientes a todos”. A Bula removeu os frades da jurisdição dos bispos, privilégio

consentido até os dias de hoje, salvo em algumas circunstâncias únicas; quando um bispo não tem mais a necessidade de ajuda dos frades no seu território, pode requererao convento ou santuário dos frades, mas jamais com o superior local, apenas com o provincial12. Desta forma, podemos afirmar que, a partir de 1231, o Ordo Fratrum

Minorum tornou-se quase totalmente dependente da Santa Sé, que posteriormente,

poderia intervir mais ativamente para defendê-los e recomendá-los aos prelados e príncipes.

Estas medidas não resultaram de um desejo de difamar a memória de Frei Francisco de Assis. Pelo contrário, foi neste exato momento que a Cúria Romana se utilizou do Ordo Fratrum Minorum com objetivo de defender seus interesses. Frei Francisco, em seu Testamentum, sempre desejou estar dentro da Igreja13. Por isso,

10Bula “Quo elongati” de Gregório IX, In.Fonti Francescane, 2003, p. 1722.

11Bula

Nimis iniqua, de Gregório IX. Texto disponível em

http://www.thelatinlibrary.com/gregdecretals5.html, acesso 24/03/2014.

12 FALBEL, Nachman, A luta dos Espirituais e sua contribuição para a reformulação da teoria

tradicional acerca do poder papal, Boletim (Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e

Ciências Humanas): Departamento de História (Series)Edição 1 de Curso de História Medieval, São Paulo, 1976, pp. 80-81.

13TESTAMENTO, in Fonti Francescane, Sriti e biografie di San Francesco d´Assisi, Cronache e altre

testimonianze del primo secolo francescano, Scriti e Biografie di santa Chiara d´Assisi, Teti normative dell´ordine Francescano Seculare, a cura di Ernesto Caroli, Padova, ed. Francescane, 2004,p. 189.

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utilizando deste artifício, o Papa Gregório IX garantiu a canonização do Santo de Assis, como forma de espalhar sua mensagem religiosa a toda cristandade. No episódio da construção da Basílica em Assis, é mencionada a querela entre um grupo de frades liderados pelo o ministro geral, Frei Elias de Cortona, e certo número de fradesespirituais. Frei Elias completou a enorme tarefa de construir a basílica de São Francisco de Assis como forma de garantir a memória do santo e, ao mesmo tempo, fortalecer a influência do Ordo no âmbito eclesiástico. Para isso, como já foi relatado, conseguiu uma política financeira diferente do espírito pauper, aumentou o número de províncias, arrecadando mais donativos para a construção, e se aproximou do imperador Frederico II, o que lhe valeu a hostilidade da Cúria Romana. Um fato, porém, que Frei Elias não imaginava, sendo ele um frade laico, era que seu poder dentro da hierarquia eclesiástica ficaria delimitado. O aumento das províncias e a entrada massiva de clérigos fez com que ele, em 1239, depois de forte pressão, renunciasse ao seu governo. Ano o qual, como já descrevemos, marcou a história do Ordo, pois a partir da eleição de Aimon de Faversham nenhum outro irmão leigo foi eleito como superior no Ordo;foram admitidos, nos anos seguintes, somente em pequenas quantidades para os trabalhos domésticos, diminuindo sua influência no governo do Ordo até os dias de hoje. Faversham favoreceu o desenvolvimento dos estudos acadêmicos dentro do Ordo. Após o fim da década de 1230, alguns frades, como Alexandre de Hales (1185-1245) e Jean de la Rochele (1190-1245), já lecionavam na Universidade de Paris, assim como os frades pregadores Alberto Magno (1193-1280) e Tomás de Aquino (1225-1274). Os

espirituais, fieis à doutrina minorítica, viveram nos eremitérios da Úmbria, Toscana e

do norte, como opositores de toda esta reforma, relatando e escrevendo contra este processo imposto por uma hierarquia implementada e fundamentada na legislação da Santa Sé.

Não podemos esquecer de que, quando houve a primeira eleição de um frade menor ao grau do episcopado, todas estas medidas normalizadoras que se processaram, se concretizaram. Em 1241,no capítulo da Catedral em Milão, não tendo entrado em acordo sobre o futuro do governo da metropolitana ambrosiana,o Legado pontifícioGregório de Montelongo (1200-1269), a “potestas plenária” escolheu Frei Leão Perego (? – 1257), que na ocasião era o ministro dos frades menores milaneses. Tratava-se de uma novidade absoluta: não poderia ocorrer sem a aprovação de Gregório IX, a quem necessariamente o Legado pontifício teve de dirigir-se para obter o

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consentimento, dada a sua dependência institucional do Papa e absoluta centralidade eclesiástica e política de Milão e de sua Igreja, no início dos anos quarenta do século XIII14, quando se desenvolvia uma fase de duríssimo conflito entre o papado e o imperador Frederico II.

Temos que mencionar que, já em 1237, os milaneses sofreram uma derrota contra o exército do imperador Frederico II, e que Frei Leão Perego surgiu como um personagem empenhado ativamente na vida pública urbana e na ação política, confiada pelo Pontífice a seu Legado Gregório de Montelongo. Numa palavra, Grado Merlo escreve:

Frei Leão representou um minorismo não umbro, não estritamente “franciscano”: um minorismo que crescera em direta ligação com a Cúria Romana e com os planos hegemônicos do papado, com os ambientes de estudo e com as Igrejas e sociedades locais e que assumira encargos de orientação e formação dos fieis15.

Em menos de vinte anos, um frade menor ser elevado a Arcebispo, em um lugar tão importante como a catedral ambrosiana, não poderia passar despercebido. A crise interna no Ordo se instaurou de forma objetiva, enfatizada pela entrada de um grande número de sacerdotes. Entre os biógrafos de São Francisco de Assis, Frei Tomás de Celano, em seu Memoriale in desiderio animae16

, composto em 1246-1247, reelaborou

uma “nova” vida do santo de Assis. Esta compilação atendeu a decisão do Capítulo Geral de Gênova, como uma reação a favor dosespirituais que defenderam o Ordo laico. Frei Tomás de Celano recolhe materiais não contidos na sua Vita beati

Francisci,e possui caráter mais eclesiástico. Dentre eles,o grande episódio do encontro

de Frei Francisco de Assis com Frei Domingos de Gusmão (1170-1221), norteados ainda pelo bispo de Óstia, o Cardeal Hugolino, futuro papa Gregório IX,no qual o bispo de Óstia faz aos dois interlocutores uma pergunta comprometedora.

Neste episódio, rejeitado pela maioria dos franciscanólogos17,tido como fato que não acontecera, o Cardeal Hugolino faz uma pergunta argilosa aos dois reformadores da

14GIULINI, Giorgio, Memorie spettanti alla storia, al governo ed alla descrizione della città e della

campagna di Milano ne' secoli bassi, raccolte ed esaminate dal conte Giorgio Giulini... Parte I [-IX]. - Continuazione delle Memorie spettanti alla storia... di Milano ne' s, ed. G. B. Bianchi, 1760, pp. 551-552.

Disponível em http://books.google.com.br/books?id=k0e-TXj0OX8C& acesso 17/03/14.

15 MERLO, Op. Cit., p. 108.

16CELANO,Tommaso da Celano, Memoriale nel Desiderio dell`Anima, vita seconda, in Fonti

Francescane, a cura di Ernesto Caroli, Padova, 2004.

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vida eclesiástica, no intuito de perceber se poderia contar com a fidelidade de ambos, e consequentemente do Ordo. Eis a pergunta:

Na igreja primitiva, os pastores da igreja eram pobres e homens cheios de caridade e não de cobiça. Por que entre vossos irmãos não fazemos bispos e prelados aqueles que pela doutrina e pelo exemplo sobressaem a todos os outros?18

Em coerência regular, São Domingos reivindica a dignidade do próprio estado em relação a episcopal. Mas,articulado e rico de conteúdos,é também revelador de uma posição bastante contrária à inserção dos Minorum nas hierarquias eclesiásticas que perduravam no Ordo. O texto segue com a resposta de Frei Francisco.

“Senhor, meus irmãos são chamados Menores exatamente para que queiram tornam-se maiores. O próprio nome ensina a ficarem embaixo e a seguir as pegadas da humildade de Cristo, para no fim serem elevados mais do que os outros à presença dos santos. Se quiseres que produzam fruto na Igreja de Deus, mantende-os e conservai-os no estado de sua vocação, e puxai-os para baixo, mesmo contra a sua vontade. Pai, peço por isso que não sejam mais soberbos do que forem pobres, nem sejam insolentes com os outros; de forma alguma permitais que assumam a prelatura”19.

O texto nos relata um conflito já instaurado entre os dois Ordines,já nos primeiros anos da década de quarenta do século XIII. Conflito iniciado dentro daUniversitas,pelo privilégio da pregação e itinerância, e soberania na aquisição da cátedra acadêmica nos anos posteriores. Acreditamos que Frei Tomás de Celano tentava educar buscando um fato oriundo na passagem da Fraternitas para o Ordo,no intuito de estabelecer uma espécie de controle sobre aqueles que almejavam os cargos eclesiásticos daquele momento.

Como afirmamos, seria simplesmente improvável que o encontro entre os três ilustres personagens, tendo realmente acontecido, tratasse desse tema. Sabemos que Frei Domingos faleceu em 1221, ano dos grandes conflitos internos do Ordo, pelo fato da elaboração da Regula. Desta forma, não há duvidas que Frei Tomás de Celano se refiraaos problemas internos do Ordo,tanto no passado como também naquele momento presente. Exemplificado pelo que se dá depois, sobre o fato que, após a narração do encontro romano de Frei Francisco com o Cardeal Hugolino e com São Domingos, foi

18 CELANO, Ibidem, p.393.

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seguido de duras e amargas reflexões do hagiógrafo sobre a divergência entre os frades: conflitos e divergências que se referiam, também,à inserção do Ordo Minorum nas hierarquias episcopais, fato que também Frei Tomás de Celano parecia considerar motivo de desvirtuação da vocação característica dos Menores, mesmo quando o agente de tal inserção fosse um personagem como Cardeal Hugolino, futuro Gregório IX20. Seria totalmente fora de propósito pensar que o inteligente e maduro hagiógrafo, na aparentemente neutra narração do impossível episódio do encontro romano, se referisse também à eleição arquiepiscopal de Frei Leão de Perego, feita por um Legado pontifício, quase declaradamente, em nome do papa Gregório IX? Acreditamos que sim, pois no decorrer do texto há indícios prováveis de tais inserções.

As transformações ocorridas dentro do Ordo e da forma vitae franciscana, mesmo sancionadas pela Cúria Romana e aplicadas pela cúpula franciscana do período, não são aceitas de modo acrítico, embora, no fim, em nome da santa obediência, impusessem-se de modo irreversível. Uma das formas de colocar em questão as normativas institucionais provindas da cúpula romana denominou-se como dubitalia

Regule, ou dúvidas sobre a interpretação da Regra Bulada de 1223 e outros documentos

pontifícios que tratavam sobre a forme vitae. Houve muitos frades que, por serem iletrados e ou por defenderem o espírito primitivo do Ordo, interpretavam os escritos curiais de forma errada ou eram enganados pelas sutilezas legislativas, sobretudo nas questões de apropriação de bens materiais, no uso destes bens, venda, habitação e inclusive na oratio.

Sabemos que o Ministro geral Frei Haymo de Faversham procurou eliminar muitas dúvidas e incertezas que as metamorfoses do franciscanismo, sobre o que era expresso na Regula, geravam nos frades. O Ministro Geral envolveu as províncias num grande esforço de solução das dubitalia Regule. É provável que as Províncias localizadas acima dos Alpes, como a de Paris, Oxford e Baviera,tivessem mestres de

studia em grandes universitates e pudessem comentar a Regula para estas localidades;

porém, como forma de questionar esta autoridade provinda dos masgistri e principalmente dos cânones curiais, temos algumas passagens nas fontes franciscanas que retratam esta tensão. Na crônica de Frei Tomás de Eclleston,há um episódio que retrata esta forma de dubitalia. O cronista narra o sonho de um frade, ao qual Frei

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Francisco teria aparecido, mostrando-lhe um poço profundo (símbolo de uma possível queda do Ordo num fosso escuro e sem saída, exatamente no momento em que ocorria o problema de esclarecimento das dúvidas sobre a Regula). Então, o frade teria dirigido ao santo o seguinte convite urgente: “Pai, eis que os padres querem explicar a Regula;

melhor seria se tu mesmo nos explicasses a regra”. A resposta do santo, embora dada

num contexto onírico, possui um elevado grau de concretude: “Filho, dirige-se aos

frades leigos, que eles te exporão tua Regula”21. Esta resposta parece valorizar,

indiretamente,as posições de Frei Elias. Aliás, os frades mestres ingleses tinham bem presente que, chegar à exposição da Regulamediante técnicas escolásticas de análise e de interpretação, poderia levar longe da intentio de Frei Francisco de Assis; por isso, enviaram ao Ministro geral suas observações, subordinando-as a um princípio superior e absoluto: era preciso “observar” a Regula.

Com a entrada de clérigos no Ordo, houve a preocupação de acompanhar os moldes eclesiais da época. Depois de 1212, a fraternitas inicia-se num processo de itinerância mais aguda, indo cada vez mais longe dos arredores de Assis. Com o passar dos anos e com a chegada do Concílio de Latrão IV, houve dentro doOrdo uma espécie de independência litúrgica. Isso porque, ao se tornarem itinerantes, os frades em maior número iniciaram o contato com diversas dioceses e mosteiros espalhados por todo território conhecido atualmente como Europa, como também o Oriente.

De 1216 a 1223, ocorrem vários conflitos dentro do Ordo,devido a sua constituição, e divergências em meio às regiões eclesiásticas em que os frades estavam. Nas Fontes Franciscanas,encontramos vários exemplos destas desavenças. Faremos somente um levantamento sobre o processo litúrgico e as recomendações da Cúria Romanasobre este aspecto.

O primeiro documento papal escrito para Frei Francisco de Assis e seus companheiros foi a Carta Cum dilecti filii22

, de 11 de junho de 1218. Nela,o Papa

Honório III faz a apresentação do movimento que surgiu em Assis a toda Igreja. Não encontramos nenhum vestígio litúrgico, sabendo somente que os frades ainda praticavam aquilo que era recomendado por Frei Francisco e pela Fraternitas.

21ECCLESTON, Thomas de, De adventu fratrum Minorum in Angliam, in Fontes Franciscanas e

Clarianas, 2004, p.1339.

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Com a Bula “Pio dilectiis”23de 19 de maio de 1220, novamente o papa Honório, a pedido dos frades, apresenta a fraternitas já como Ordo devido aos esforços para a compilação de uma Regra. Em 22 de setembro de 1220, Honório III emitiu a Carta Cum

secundum consilium, que impõe o ano de noviciado ao Ordo. Sabemos que, na

estruturação de uma vida religiosa, o início de um noviciado significa o Officium

Divinum próprio, com as horas canônicas respeitadas e demais obrigações litúrgicas.

De um ano mais tarde, temos o primeiro documento que trata sobre a forma de celebrar o Divinum Officium. Na realidade, com a Bula “Quia Populares24

”, Honório

III concedeu ao Ordo o indulto de celebrar, observadas certas cautelas,em decorrência da variedade de Breviaria contidos nas regiões em que se encontravam. Esta licença dada faz presumir que era costume entre os frades realizar o Officium Divinum. O documento citado ainda foi outorgado a igrejas, das quais se diz que: “... se acontecer

de você ter oratórios nos lugares e com as disposições a propósito do seu altar pode ser capaz de celebrar a Missa e alguma outra função sagrada...”25.

Neste documento, entende-se claramente que os Frades procuravam eliminar todos os empecilhos externos para a recitação em comum das horas canônicas. Esse modo de oração é para eles natural, pois têm a consciência de ser uma Ordem; apenas procuram a proteção necessária para a execução sem entraves.

Os Escritos de Frei Francisco de Assis informam pormenorizadamente sobre esse ponto. Recordando-se dos primeiros tempos da Fraternitas, Francisco escreve no Testamento: “E nós clérigos rezávamos o ofício como outros clérigos”26. Segundo o contexto, em primeiro lugar deve-se constatar aqui que Francisco coloca a recitação das horas canônicas entre os principais sinais de vida da sua comunidade de frades, porque mesmo nesse momento não se esquece de mencioná-la. Inicialmente, os frades rezavam as horas “como os clérigos”; isso quer dizer, simplesmente, como era o costume no lugar (ou na localidade) em que estavam. Isto pode ser identificado com a expressão

23 IDEM, Ibidem.

24 IDEM, Ibidem.

25“...si quas vobis habere contigerit in locis et oratoriis vestris cum Viatico Altari possitis Missarum

sollemnia et alia divina Officia celebrate” Cf. Expositio Quatuor Magistrorum super Regulam Fratrum

Minorum, ed. L. Oliger. Rome, 1950,cap. III; Disponível em:

http://www.franciscanos.net/document/bulas.htm,acesso em 16/07/14..

26“Officium dicebamus clerici secundum alios clericos”, Cf. ESSER, Kajetan, Die opuscula des bl

Franziskus von Assisi,, New textkritische, Roma, Ed. Collegii S. Bonaventurae ad Claras Aquas, 1976,

trad. Italiano Alfredo Bizzotto e Sérigo Cattazzo, Gli Scritti di S. francesco d`Assisi, Padova, Messaggero Padova, 1995, p 574. Tradução própria.

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“como os outros clérigos” ou “segundo outros clérigos”, e significa que não havia uma

homogeneidade dentro do aparato litúrgico regional. Os frades adotavam e apropriavam-se dos vários Officia Divina,de forma a acatar aquilo que era aprovado pela autoridade eclesial local.

Com efeito, a Regra Bulada aprovada em 1223 no capítulo III institui a obrigação doOrdo Fratrum Minorum em realizar o Officium Divinum segundo os moldes da Cúria Romana. No texto: “Os clérigos rezem o Oficio Divinum, conforme o

diretório da santa Igreja Romana, com exceção do saltério, por isso, poderão ter Breviários” 27. A obrigação dada pela Regra oficializa um processo de homogeneização

que se iniciou antes, em 1215, com o Papa Inocêncio III. Isto é possível, pois, como vimos, em 1221, os frades rezavam o Officium secundum consuetudinem clericorum e os mesmos já tinham libros necessários para tal feito. Sabemos que houve a compilação do Ordinal de Inocêncio III, provavelmente em 1214 e 1215, e que havia já um

Breviarium prescrevendo as orationes abreviadas em um só volume. Frei Francisco de

Assis possuía um volume que foi paulatinamente compilado por Frei Leão de Viterbo e outros frades que conheciam o latim. Porém, faltava a submissão oficial da Cúria de Roma.

Com a Regra de 1223, os frades estavam obrigados de uma vez por todas ao

Ordo da Igreja de Roma e a usarem Breviaria para realizar as horas canônicas que

denominamos de Officium Divinum. Aos leigos entre os frades, foi prescrito um

Officium,que para as diversas horas previa, a cada vez, um determinado número de Pater noster. Nessa oração devia-se exprimir a unidade interna de todos os irmãos na

Ordem, assim como a sua união com a Igreja.

Essa união, Frei Francisco de Assis queria ver conservada acima de tudo. Em seu Testamento, novamente escreve contra aqueles que não seguem a prescrição da Regra de rezar segundo a Cúria Romana, introduzindo outra modalidade diferente daquela que foi recomendada. E, para tal obrigação, fixou inclusive um proceder punitivo e bem determinado, no qual o culpado deveria “ser vigiado rigorosamente

como um preso de dia e noite” 28. Tais exortações atestam vigorosamente com quanta

27“Clerici faciant Divinum Officium secundum ordinem sanctae Romanae Ecclesiae excepto psalterio, ex

quo habere poterunt breviaria”. Cf.ESSER, Op.cit., 1972, p.464.

28 “Et minister firmiter teneatur per obdientiam mittendi ipsum per tales fratres, quod die noctuque

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seriedade Francisco encarava essa obrigação, e como queria ver seus frades especialmente unidos a ela.

Na Regula pro Eremitoriis29

,mostra-se que Francisco desejava que, ao menos

aqueles irmãos que se achassem em ermidas, rezassem o Officium Divinum “hora qua

conveit”. Logo, a oração das horas deveria determinar decisivamente o decurso do dia.

Nesse pequeno opúsculo, aparece pela primeira vez a espécie de horário para convivência dos irmãos. Desse horário, se deve dizer que, em toda a sua simplicidade, mostra indícios claros de uma vida claustral; essa é determinada essencialmente pelas horas canônicas, que são rezadas em comum pelos irmãos que lá viveram.

Nas legendas, como a de Frei Tomás de Celano, há algumas indicações importantes para o conhecimento do modo como o Officium se desenvolveu na Ordem; no começo da sua vida comum, os irmãos pediram ao santo que os ensinasse a rezar30, por isso Frei Francisco lhes ensinou a oração do Pater Noster, e o Adoramus te. Os irmãos rezavam a oração do Senhor, conforme o texto: “... não só nas horas

estabelecidas, mas também em qualquer hora...” 31, e sob o impulso do Espírito Santo

até a teriam cantado. Disto segue que a oração das horas, em forma de Pater

Noster,reforça nosso argumento sobre a origem da oratio fraternitatis. Quando, em

1223, os Frades foram convocados de todas as partes para celebração do presépio de Greccio, narrado por Frei Tomás de Celano, lemos: “Os Frades cantam rendendo os

devidos louvores ao Senhor,....celebravam a missa solene sobre o presépio...transbordante de admirável alegria” 32. Nessas simples palavras está

descrito claramente o Officium do Natal. Que a celebração solene da oração das horas não era estranha aos irmãos, também o mostra a conclusão daquela carta circular em que Frei Elias comunica a morte de São Francisco e ordena Clerici dicant solemniter

vigiliam in commni.

Os cronistas do Ordo também acentuam esse ponto de modo que, para várias particularidades, resulta em uma explicação clara. Frei Jordano de Jano (1221-1262) refere, na sua crônica, que Frei Cesário, em 1222,celebrou o primeiro capítulo em

29 Cf. REGULA PRO EREMITORIS DATA, Idem, Op. cit., p. 539.

30“quoniam....adhuc ecclesiasticum Officium ignorambat”. Cf. CELANO, Vita prima, texto bilíngue, pp. 88-89. Disponível em http://archive.org/stream/vitaprimadisfra00thom#page/n5/mode/2up,acesso em 16/07/2014.

31“non solum constituis horis verum atian qualibet hora”, Ibidem, pp. 91.

32 “Cantant frates, Domino laudes debitas persolventes... celebrantur missarum solemnia supra

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Worms33. Mas o lugar onde os irmãos encontravam hospedagem era tão estreito, que não se prestava ad celebrandum et praedicandum proptermultitudinem. Por isso, os irmãos cantaram no coral com os cônegos divinum Officium cum magna solemnitate. A Missa, pelos frades não serem ordenados sacerdotes, também foi feita no mesmo local. Em geral, os irmãos neste ponto procuravam autonomia. Por isso, pelo fim do mesmo ano, Frei Cesário conseguiu que três irmãos fossem ordenados sacerdotes, para poderem celebrar a missa para seus irmãos e ouvi-los em confissão. Até foi abandonada uma residência, na qual só havia leigos, porque não se lhe podia dar a um sacerdote do

Ordo34. Finalmente, Frei Jordano de Jano ainda relata que, em 1230,foram enviados às

províncias Breviaria et antiphonaria,pelo capítulo geral35. Também isso, sem dúvida, insinua fortemente que se procurava a unidade na celebração do Officium Divinum. Além disto, Frei Jordano ainda se refere a Frei Juliano de Espira,“ que posteriormente

compôs a história do bem-aventurado Francisco e do bem aventurado Antônio com estilo nobre e bela melodia”36,e se torna claro que, desde cedo, o Ordo se empenhava

na celebração adequada das suas festas próprias e também, nesses dias, queria cantar o

Officium Divinum. Assim, o cronista nos fornece muitos aspectos esclarecedores para a

vida do então novo Ordo.

Finalizamos analisando a crônica do frade inglês Tomás de Eccleston. A Crônica, escrita por volta de 1226 a 1228, nos faz referência ao primeiro estabelecimento dos frades na Inglaterra. Segundo o cronista, os frades possuíam uma propriedade emprestada em Londres que servia como lugar de oração37. Eccleston conta do zelo dos frades pelo ofício: “Nas festas principais cantavam com tanto fervor, que as

vigílias por vezes três ou quatro, ou se eram muitos – seis irmãos cantavam segundo a melodia solene” 38.Isso tudo vale para os Frates illius temporaris, quando os irmãos na

Inglaterra e o cronista consideram admirável a dedicação à vida de oratio. Em Cambridge, habitavam somente três clérigos, porém, a fidelidade aoOfficium Divinum foi confirmada na festa de São Lourenço: Officium solemniter cum nota39

. Em

Northampton, havia um estande de leitura no coro; igualmente deve ter havido vários

33 Cf. JANO, Jordano, Crônica. Op. cit., 2004, n°26, p. 1276.

34 Cf. Ibidem, n° 28, p.1278. 35 Cf. Ibidem, n° 44, p.1282. 36 Cf. Ibidem, n° 53, p.1287.

37 Cf. ECCLESTON, Tomás, Crônica. In Fonti Francescane, c.VI, n°28 , pp. 1309-1310.

38Cf. Ibidem, c.VI, n°27 , p. 1310. 39 Cf. Ibidem, c.VI, n°24 , p. 1309.

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saltérios. É mencionado ainda o Officium de “cantor” 40. Quando se refere à Custódia de Londres, diz com elogio: “vigoram o fervor, a reverência e a devoção no Officium

Divinum41.Há exemplos, na crônica, de como os frades rezavam o Officium Divinum em

coro, e como eram admoestados aqueles que não seguiam as regras litúrgicas observadas devotamente42.

Podemos considerar, depois desta breve análise, que o Officium Divinum foi, neste período de instituição do Ordo, parte fundamental da vida apostólica. O

Ordo,recém-aprovado pela Regra de 1223, iniciou o processo de celebrar a oratio como

os primeiros cristãos, porém, de uma maneira nova e praticada pela Igreja que se estruturou neste período. Isso explicaria por que encontramos, em outros movimentos apostólicos, a mesma formação litúrgica em fase de concepção. Da Crônica de Eccleston se pode constatar, portanto, que a oração das horas era um elemento que favorecia a acomodação dos Frades Menores às formas claustrais de vida religiosa. Por outro lado, há o processo de consolidação do intuito de Frei Francisco de Assis, de levar os frades a uma vida conventual e fraterna no espírito de Cristo.

A Fraternitas, que se formou como que espontaneamente ao redor da figura arrebatadora de Frei Francisco de Assis, e que a princípio não era um agrupamento claustral, mas estava construída em medida sobre vínculos devocionais, se transforma em Ordo. Os Frades levavam, em toda parte,a mesma vida comum a todos, como uma

fraternitas, seguindo Cristo a exemplos de seus apóstolos. Depois de ter sido ligado à

Igreja Romana através das Regras numa relação de obediência e devoção, realizou-se um desdobramento, interno e externo, da vida comum de todos aqueles que seguiam aquela forma de vida. Externamente, a sua união se manifestava pela veste comum a todos, pelo comportamento; internamente, pela oração uniforme das horas, pela organização em coro. Desta maneira, o Ordo Fratrum Minorum torna-se um propagador do Officium Divinum Romanum.

Bibliografia

40 Cf. Ibidem, c.VI, n°26 , p. 1309. 41 Cf. Ibidem, c.VII, n°41 , p. 1317. 42 Cf. Ibidem, c.XIII, n°78 , p. 1337

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