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Sugerida para crianças de 10 anos.

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Academic year: 2021

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Peça de Ruth Salles

Esta peça começa com os padres Nunes e Manuel da Nóbrega subindo de São Vicente para o planalto, guiados por André, filho de João Ramalho. Fala da atividade de cada um e também dos indígenas, terminando com a fundação de São Paulo. Uma das músicas consta da outra peça “Em Nossa Terra”. No fim, pode ser cantado o hino “Pelo Sinal da Cruz”, de F. de Chiara,

com letra em tupi de José da Anchieta. Consta do livro 3 da coleção Teatro na Escola. Lei

a as orientações pedagógicas.

Sugerida para crianças de 10 anos.

Personagens: Coro 

Índios

Padre Manuel da Nóbrega, superior dos jesuítas Padre Leonardo Nunes, o primeiro a subir a serra. João Ramalho, Guarda-mor do Campo de Piratininga. André Ramalho, seu filho.

Bartira, mulher de João Ramalho e filha de Tibiriçá. Tibiriçá e Caiubi, caciques.

Padre Manuel Chaves, que ia buscar velas rasgadas das caravelas em São         Vicente, para fazer roupas.

Irmão José de Anchieta, que aprendeu a fazer sapatos e foi poeta e professor. Padre Mateus Nogueira, que trabalhava de ferreiro.

Padre Diogo Jácome, que trabalhava de marceneiro.

Padre Aspicuelta Navarro, que aprendeu depressa o tupi e escrevia nessa        língua, pois sendo de origem basca, encontrou        semelhanças entre a língua basca e o tupi, o que        aconteceu também com Anchieta, neto de bascos. CORO (enquanto Nóbrega e Nunes andam como se estivessem conversando): – O padre Manuel da Nóbrega,

superior dos jesuítas que vieram para o Brasil, conversa com o padre Nunes, que foi o primeiro padre a sair de São Vicente subindo a pé serra acima até chegar ao planalto, alcançando o Campo alto de Piratininga.

Padre Nóbrega, velhinho, quer ir no mesmo caminho.

(2)

Vem então o moço André,  (André sai do Coro e se inclina diante dos dois)              

que é filho de João Ramalho e guia os dois nos atalhos de serra acima.

PADRE NÓBREGA (anda apoiado num bordão): – Que serra é essa que nunca se acaba?

PADRE NUNES: – Paranapiacaba. PADRE NÓBREGA:

– E há boas terras lá no alto dela? PADRE NUNES:

– Uma terra tão bela...

Chama-se Campo de Piratininga, onde sempre respinga

uma garoa de manhã bem cedo. E, no denso arvoredo,

cantam alegres muitos passarinhos, quando voam dos ninhos.

PADRE NÓBREGA:

– Pois eu também quero subir a serra e chegar a essa terra.

Lá um colégio podemos fundar, para nele ensinar.

Toda criança que ali for chegando, iremos educando.

(Os três começam a subida. Vão inclinados, para dar a impressão da ladeira.)

CORO (canta enquanto os três sobem; se o texto for apenas falado, o tamanho curto dos versos é para dar a idéia do fôlego curto e dos passos lentos):

“Quem sobe a serra vai devagar, às vezes tendo de engatinhar; agarra o mato assim na mão, firma joelhos e pés no chão. Os animais podem cair. Demoram mais para subir. O mato é sempre bastante alto

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e sobe, sobe para o planalto.”

ANDRÉ RAMALHO (tendo os três chegado, aponta para um homem): – Padre Nunes, padre Nóbrega,

o homem que ali se vê é meu pai à sua espera, é João Ramalho, o senhor do vale do Tietê.

JOÃO RAMALHO (já destacado do Coro): – Eu sou Guarda-mor do Campo,

conheço o chão onde piso. Vou ajudar os senhores

em tudo que for preciso. (aponta uma mulher que também se aproxima) Bartira, minha mulher,

tem cuidado deste chão. BARTIRA:

– Preparei roças plantadas que bons frutos sempre dão. JOÃO RAMALHO:

– Construam a sua vila entre os rios que aí estão: entre o Anhangabaú e o Tamanduateí.

Dois índios com suas tribos

vão protegê-los ali: (aponta para eles) cacique Tibiriçá

e cacique Caiubi.

(Destacam-se do Coro outros jesuítas de um lado e outros índios de outro.) PADRE NÓBREGA (como se falasse para o público):

– Muitos, muitos vêm chegando, uns aos outros se ajudando, ensinando, aprendendo,

todos juntos convivendo. (cumprimentando Anchieta e Manuel Chaves): – É o Irmão José de Anchieta!

– Olá, Padre Manuel Chaves! PADRE MANUEL CHAVES: – Olá! Eu trouxe estas velas. São velas muito rasgadas que os marinheiros me dão.

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Com elas todos terão boa roupa agasalhada. ÍNDIO 1:

– Se quiserem roupa preta, eu tiro tinta da planta que vou buscar lá no mato. ÍNDIO 2:

– Da planta caraguatá, eu vou ensinar os brancos a fazer um bom sapato.

IRMÃO JOSÉ DE ANCHIETA: – E eu vou ser o sapateiro.

Vou ser também professor. (dirigindo-se a Aspicuelta Navarro) E você, Aspicuelta?

PADRE ASPICUELTA NAVARRO: – Para os índios desta terra,

vou escrever em tupi a história da Criação, que está no texto sagrado. Pois com a língua que falam eu já estou acostumado. PADRE DIOGO JÁCOME: – E você, Mateus Nogueira, pode ser nosso ferreiro.

PADRE MATEUS NOGUEIRA (concordando e batendo nas costas do outro): – De muito boa vontade!

E então você, Diogo Jácome, que sabe talhar madeira,

faça as contas dos rosários. (dirigindo-se a Aspicuelta Navarro): ÍNDIO 3:

– Vamos trazer alimento, ou da roça ou da caçada.

PADRE MANUEL DA NÓBREGA: – Pois façamos um colégio,

que nos sirva de morada! IRMÃO JOSÉ DE ANCHIETA: – Em cabana pequenina

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todos nós vamos caber. Num lugar menor ainda Jesus Cristo quis nascer.

CORO (canta com todos, enquanto a construção é simulada): “Façamos, amigos, de caniço e barro, uma barraquinha para nós morarmos. Seja a medida de seu comprimento só quatorze pés; de largura, dez. Mais do que escola, nossa barraquinha seja enfermaria, despensa e cozinha. Seja refeitório, seja dormitório, tudo do tamanho de uma barraquinha.” CORO (fala, com todos):

– A cama é rede. A porta é esteira. A mesa é folha de bananeira. Nosso alimento é muito farto: peixe, mandioca, milho e abóbora, carne de corça ou de lagarto. PADRES:

– E assim ergueu-se este Colégio... JOÃO RAMALHO, ANDRÉ, BARTIRA: – Mas, em que dia foi isto?

PADRES:

– No dia em que Paulo de Tarso tornou-se apóstolo de Cristo. ÍNDIOS:

– E assim ao Colégio e à vila tão linda foi dado este nome:

São Paulo do Campo de Piratininga! CORO (enquanto se prepara a missa): – Vai o padre Paiva

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a missa rezar. É o Irmão Anchieta quem vai ajudar. O altar é de varas, a cruz é singela. No meio da mata, que missa tão bela! TODOS (cantam):

“Santa Curuçá, raangaba recê, orê pycy rõiepê. Tupã orê iar, orê amotareymbára çuí. Tuba taýra. Espírito Santo rêra pupê.

Amém, amém.”

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Referências

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