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DESIGN DE COMUNICAÇÃO IV

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Academic year: 2021

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Programa Curricular

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ESIGN DE COMUNICAÇÃO IV

Docente Responsável | Prof. Auxiliar Victor Almeida

Docentes | Assistente Sofia Gonçalves e Assistente convidada Sónia Rafael

Ano Lectivo 2013-2014

Ciclo de Estudos Licenciatura Período Lectivo 1º Semestre Horas semanais de

aulas 9h

ECTS 9 ECTS

1. > CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS

O programa de DC4 rege-se por um conjunto de tópicos temáticos integrados. O primeiro, motor dos restantes, é a Escola. Numa época em que as academias e universidades são amplamente questionadas por valores políticos e ideológicos que valorizam conceitos como especialização, empreendedorismo, meritocracia, gestão, pragmatismo, funcionalismo, eficiência, em prol de noções como democracia, estado social, educação, ética, humanismo, cidadania, crítica, debate, investigação, experimentação,

consideramos urgente concentrarmo-nos na educação enquanto conteúdo e tema, e contribuirmos para este debate através da produção, processos e métodos do design de comunicação. Por que valores se rege o ensino em design? Qual o seu futuro? O que se exige da relação professor/aluno? Qual a

importância das instituições de ensino na análise, no exame e na crítica profunda das disciplinas? Qual o papel da escola face à crise de valores sociais e culturais instaurada?

Para Foucault (em A ordem do discurso, 1970), a produção do discurso em sociedade “é ao mesmo tempo controlada, selecionada, organizada e redistribuída por um certo número de procedimentos que têm por função esconjurar os seus poderes e perigos, dominar o seu acontecimento aleatório, esquivar a sua temível materialidade”. Trata-se de uma visão em que o conhecimento é entendido como instrumento de poder e que atribui poder a quem o detém. Para Foucault, poder e saber são mutuamente dependentes.

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Não existe saber que não seja a expressão de uma vontade de poder. Foucault afirma também a vontade de verdade que se foi constituindo historicamente nas sociedades humanas, verificando-se que essa mesma “vontade de verdade (…) sustenta-se num suporte institucional: ela é ao mesmo tempo reforçada e reconduzida por uma espessura de práticas como a pedagogia, como o sistema dos livros, o da edição, o das bibliotecas, ou como as sociedades de sábios de outrora, os laboratórios hoje”. Deste modo, Foucault ajuda-nos a entender o poder transformador da instituição Escola.

À escola exige-se igualmente atualidade, no sentido de Agamben que vê o contemporâneo como aquele que “dividindo e interpolando o tempo, está à altura de transformá-lo e de colocá-lo em relação com os outros tempos, de nele ler de modo inédito a história, de ʻcitá-laʼ”.

Em DC4, olharemos a atualidade do design de comunicação a partir de um conjunto de referências críticas e históricas. Chegamos, deste modo, aos dois restantes tópicos: o design de comunicação perante a atualidade, os limites contemporâneos do design enquanto discurso e campo de conhecimento. Propomos uma reflexão sobre o papel do design de comunicação na contemporaneidade, analisando criticamente um conjunto de fatores que, direta e indiretamente, moldam a condição atual do design e do designer (em particular do “jovem designer”). Indagaremos quais as responsabilidades do design nos planos social, ético, cultural, económico, ambiental e tecnológico.

Como culminar da licenciatura em Design de Comunicação, a disciplina cultiva a autonomia do aluno no desenvolvimento de um percurso de trabalho, procurando encontrar as formas e meios para manifestar a pertinência da sua ação perante um enquadramento cultural e social, intra e extra académico.

CONTEÚDOS

3.1) Escola e o ensino em design

— a instituição Escola como lugar privilegiado para a colaboração e produção criativa; — a Escola como espaço da ordem do político;

— Escola e vanguarda: a escola como espaço de produção experimental (o caso Visible Language

Workshop de Muriel Cooper);

— o ensino em design: das práticas oficinais às académicas, a relação mestre/discípulo e professor/aluno; — especialização e educação profissionalizante vs. ensino liberal;

3.2) Os limites do design de comunicação

— campo e contracampo: do design como resolução de problema ao design como problema; — o designer como autor e o autor como produtor (ou o designer como produtor);

— design e investigação: o valor da palavra; — teoria e prática: da dialética à simbiose; — autonomia crítica do design.

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3.3) O design perante a atualidade

— design e democracia, design e cidadania, design e política;

— revolução digital e novas economias culturais (culturas da rede e da participação, autoria e inteligência coletiva, redes sociais, economias da imagem);

— cartografias da crise;

— o valor da juventude: de agitadores da consciência social e da produção cultural, a target preferencial do marketing, a alvo (in)consciente da crise;

— o mercado e a urgência dos projetos próprios: da Emigré à Dot Dot Dot.

2. > OBJECTIVOS DA UNIDADE CURRICULAR E COMPETÊNCIAS A ADQUIRIR

A disciplina de DC4 tem como objetivo geral a aquisição de competências que estruturem o pensamento e a atividade do aluno-designer e que estimulem a sua autonomia criativa. Para tal considera os seguintes objetivos adjacentes:

— evolução das capacidades de investigação que conduzem a uma produção prática como a síntese dos processos de reconhecimento, questionamento e aprofundamento de um contexto ou temática;

— aprofundamento das capacidades de experimentação dos princípios, convenções, processos, metodologias, linguagens, meios e suportes do design;

— exploração de contextos históricos, críticos e conceptuais que estimulem um pensamento e uma prática projetual;

— consciencialização sobre a ação e atuação do designer na dimensão cultural, social, ambiental e económica;

— orientação das vocações individuais de forma a encontrar e explorar um modo de ser designer, considerando a diversidade de planos que a disciplina integra;

— valorização da colaboração e integração em equipa;

— gestão de todas as implicações do projeto, orientando-o para campos e domínios de atuação compatíveis com as capacidades e recursos disponíveis;

— reconhecimento da evolução tecnológica, tanto a nível operativo como pela análise das suas implicações artísticas, culturais, sociais e económicas;

— abordagem a diversas formas de estruturação narrativa, nomeadamente não linearidade e hiperligação; — abordagem a noções fundamentais de informação e comunicação, mediação, produção e autoria; — exploração dos cruzamentos entre disciplinas e campos de conhecimento.

3. > BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL

BLAUVELT, Andrew e LUPTON, Ellen (eds.) (2011), Graphic Design: Now in Production, Minneapolis: Walker Art Centre, 2011

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HOLLIS, Richard (2012), Writings about Graphic Design, Londres, Occasional Papers

LUPTON, Ellen e MILLER, Abbott (1996), Design Writing Research: Writing on Graphic Design, Londres, Nova Iorque: Phaidon (DG6/55)

MEGGS, Philip B. e PURVIS, Alston W. (2011), Meggsʼ History of Graphic Design, Nova Iorque: John Wiley & Sons

POYNOR, Rick (2003), No More Rules: Graphic Design and Postmodernism, Londres: Laurence King (DG6/186)

REINFURT, David (2007), “This stands as a Sketch for the Future: Muriel Cooper and the Visible Language Worksop”, in Bailey, Stuart (ed.), Dot dot dot #15, Geneva: Centre dʼArt Contemporain Genève, disponível em <http://www.dextersinister.org/MEDIA/PDF/Thisstandsasasketchforthefuture.pdf> [último acesso: 20-11-2013]

4. > METODOLOGIA DE ENSINO (AVALIAÇÃO INCLUÍDA)

A produção em DC4 rege-se por princípios da descoberta através da experiência (intuitiva e/ou científica/metódica). Partindo do conceito de laboratório, propomos a apropriação dos seus processos: circunscrição das hipóteses, teste, exame dos resultados, construção de modelos. Como espaço de “teste”, a disciplina aponta para um domínio definido, circunscrito por uma temática específica.

Ao assumir metodologias laboratoriais, a motivação da produção faz-se através de princípios e processos de experimentação, conduzidos a partir da observação, análise e crítica. Adotaremos modelos de

ensino/aprendizagem, sendo que a cada exercício/projeto corresponderá uma oficina ou workshop. Esta posição implica que o aluno considere a sala de aula como espaço de discussão e trabalho (entre colegas e entre docentes/alunos) e o horário da disciplina como baliza temporal da oficina. A metodologia de cada exercício/projeto definirá as regras e passos para que esta dinâmica se imponha.

Como disciplina teórico-prática, propõe-se ainda um conjunto de módulos teóricos, que estimulem o desenvolvimento da análise e discussão dos contextos propostos e a sua consequente aplicação aos trabalhos desenvolvidos. Sempre que se considere pertinente, propõe-se a articulação com atividades paralelas que podem incluir visitas de estudo, visionamento de filmes, exposições, conferências, entre outras.

Considera-se essencial a correspondência às metodologias, prazos e objetivos propostos em cada projeto e aos critérios transversais de fundamentação, pesquisa e investigação, metodologia, articulação entre teoria e prática, experimentação e desenvolvimento, linguagem e expressão, e por último, pertinência das propostas num contexto cultural e social.

Estar numa escola é entender que nos encontramos num espaço privilegiado de colaboração e produção. Em DC4, instigamos os alunos a que reconheçam o espaço e a natureza específica da escola em que se encontram – a Faculdade de Belas-Artes da UL — tirando partido da natural comunicação que se estabelece entre as artes e o design, a teoria e a prática, as técnicas e tecnologias e o pensamento poético/filosófico e científico.

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AVALIAÇÃO

A avaliação da disciplina de DC4 é contínua, periódica e final. Estão previstas duas avaliações periódicas e uma final. A avaliação contínua, incide sobre a assiduidade, cumprimento dos prazos de entrega,

participação, colaboração, competências críticas e de comunicação, empenho, autonomia/iniciativa e evolução de cada aluno ao longo do semestre. As avaliações periódicas, de caráter individual, incidem sobre as componentes teórico-práticas dos exercícios/projetos propostos para a disciplina.

Nos momentos de avaliação, cada aluno deverá apresentar, o desenvolvimento e/ou conclusão dos projetos em curso. A escala utilizada nas avaliações periódicas é qualitativa e será a seguinte: A (EXCELENTE): desempenho excecional, apenas com algumas insuficiências de caráter menor. B (BOM): trabalho em geral sólido, com algumas insuficiências.

C (SATISFAZ): trabalho razoável, mas com lacunas importantes.

D (SUFICIENTE): o desempenho limita-se a cumprir os critérios mínimos. N (NEGATIVO): é necessário um trabalho suplementar considerável. A (18/20); B (15/17); C (12/14); D (10/11); N (Negativo)

A avaliação final é o resultado da apreciação dos exercícios e do desempenho do aluno, no contexto da turma, e resulta da seguinte ponderação:

Av. Contínua: 10%

Exercícios (por ordem de lançamento): 15%, 55%, 20%

Só serão admitidos à avaliação final alunos que tenham obtido uma classificação positiva como resultado da avaliação contínua e de ambas as avaliações periódicas. A segunda avaliação periódica corresponde ao momento de admissão à avaliação final.

As faltas às avaliações obrigam à justificação das mesmas na secretaria da faculdade e da entrega da respetiva cópia às docentes da disciplina. Em caso contrário, as docentes reservam-se o direito de atribuir a classificação de “Ø” na pauta correspondente.

As docentes reservam-se o direito de recusar avaliar e classificar trabalhos que não tenham sido acompanhados no decurso das aulas, sendo atribuída a classificação “Ø”. Todos os trabalhos apresentados fora dos prazos estabelecidos serão penalizados na classificação em 20%.

Os projetos desenvolvidos são propriedade da Faculdade; após a avaliação final da disciplina, os exemplares apresentados ou outros registos de representação, deverão ser entregues para efeitos de arquivo documental da FBAUL.

CALENDÁRIO DE AVALIAÇÕES

1ª avaliação periódica: 04.11 a 06.11.2013 2ª avaliação periódica: 16.12 a 18.12.2013

avaliação final (de acordo com calendário da FBAUL, a definir): 06.01 a 31.01.2014

Referências

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