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Avaliação do fluxo sazonal de preços e quantidades de jiló comercializado nos CEASAs-MG, no período de 1995 a 2011.

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Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 712

Avaliação do fluxo sazonal de preços e quantidades de jiló comercializado nos

CEASAs-MG, no período de 1995 a 2011.

Darlon Macedo Rogério1; Franciele Morlin Carneiro1; Carlos Augusto Campos da Cruz1; João Guilherme Campos da Cruz1;Hamilton César de Oliveira Charlo2

1 Graduando de Engenharia Agronômica do IFTM – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro, Campus Uberaba. Rua João Batista Ribeiro, 4000, 38064-790, Uberaba - MG, darlonmacedo@hotmail.com, franmorlin@hotmail.com, guto.ccruz@gmail.com, j.guilherme707@hotmail.com.

2 Professor Doutor do IFTM – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro, Campus Uberaba. Rua João Batista Ribeiro, 4000, 38064-790, Uberaba - MG, hamiltoncharlo@iftm.edu.br

RESUMO

Este trabalho objetivou-se avaliar o fluxo sazonal de preços e quantidade de jiló comercializada, nas seis unidades do Ceasa de Minas Gerais, no período de 1995 a 2011. Para a realização deste trabalho foram amostrados dados dos seis Ceasas de Minas Gerais: Belo Horizonte (CEAMG), Juiz de Fora (CEARM), Caratinga (CECAT), Uberlândia (CEART), Governador Valadares (CEARD) e Barbacena (CEARB). Os dados foram levantados mensalmente, no período de 1995 a 2011, exceto Barbacena quando os dados utilizados foram de 2007/2011. Os preços foram deflacionados pelo IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) para a base de março de 2011. Verificou-se que os preços mais elevados ocorrem nos meVerificou-ses de Janeiro a março. Enquanto os menores preços ocorrem entre os meses de julho a setembro, sendo a unidade de Belo Horizonte e a que comercializa a maior quantidade de jiló (74%) no estado de Minas Gerais. De acordo com os resultados obtidos, sugere-se aos produtores brasileiros investir em novas estratégias de plantio de jiló para oferta o produto no período de entressafra.

PALAVRAS-CHAVE: Solanum gilo, demanda, oferta, comercialização. ABSTRACT

Evaluation of the seasonal flow of prices and quantities commercialized of jiló in CEASAs-MG, in the period 1995 to 2011.

This work aimed to evaluate the seasonal flow of prices and quantity of jiló commercialized in six Ceasa of Minas Gerais, in the period of 1995 to 2011. To do this work the data were sampled from six Ceasas of Minas Gerais, Belo Horizonte (CEAMG), Juiz de Fora (CEARM) Caratinga (CECAT), Uberlândia (CEART), Governador Valadares (CEARD) and Barbacena (CEARB). The data were collected monthly from 1995 to 2011, except Barbacena where the data used were from 2007/2011. Prices were deflated by the IGP-DI (General Price Index - Internal Availability) for the base in March 2011. It was found that the highest prices occur in the months of January to March. While the lowest prices occur in the months of July to September, being Belo Horizonte the unit that commercialized the highest amount of jiló (74%) in the state of Minas Gerais. According to the results obtained, it is suggested to Brazilian producers to invest in new strategies to planting jiló to offer the product in the off-season.

Keywords:Solanum gilo, demand, offers, commercialization.

INTRODUÇÃO

A planta de jiló (Solanum gilo) é semelhante à da berinjela, bem como muitos aspectos da cultura. Os frutos, bem menores, apresentam sabor amargo característico. É cultura desconhecida na Europa e nos Estados Unidos. O jiloeiro é uma planta pertencente à família das Solanáceas com origem

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provável na África, e introduzida no Brasil pelos escravos. Nos dias de hoje, diversas cultivares de jiló são ainda bastante cultivadas na Nigéria, sendo empregadas na medicina caseira. Segundo ODETOLA et al. (2004), plantas de jiló contêm flavonóides, alcalóides e esteróides e seus frutos têm propriedades antioxidantes com habilidade de abaixar o nível de colesterol. Os frutos contêm aproximadamente 92,5% de água, 1% de proteína, 0,3% de gordura e 6% de carboidratos (ODETOLA et al., 2004). Segundo FILGUEIRA (2003), o jiló é uma hortaliça de grande aceitação principalmente na Região Sudeste do Brasil. Os frutos são de formas diversas, de redondo a ovóide, com casca fina e coloração variada (NAGAI, 1998). MORGADO e DIAS (1992) relatam que, em relação ao formato dos frutos, 61% são redondos, 20% achatados, 9,5% alongados e 9,5% ovais. A maioria dos frutos observados no mercado é de cor verde-clara ou escura quando imaturos, sendo apreciados por seu sabor amargo característico e suas propriedades digestivas (CARVALHO e RIBEIRO, 2002). Sua colheita, transporte e comercialização ocorrem quando os frutos ainda estão imaturos (NERES et al., 2004). No Brasil, há no mercado, poucas cultivares disponíveis e todas são nacionais (MORGADO e DIAS, 1992). No mercado brasileiro de sementes verificam-se dois tipos básicos de jiló: ‘Comprido Verde-Claro‘ e ‘Morro Grande‘, sendo o último de sabor mais amargo (WORLDCROPS, 2005). Há diferença no comportamento dos consumidores de jiló em função de região. No Rio de Janeiro, o mercado consumidor prefere frutos de coloração verde-clara e formato alongado, enquanto em São Paulo, a maior aceitação é por exemplares arredondados e verde-escuros (CARVALHO e RIBEIRO, 2002). Nos Estados Unidos, ambas as cultivares têm sido cultivadas e comercializadas com sucesso (MANGAN et al., sd). Embora o jiló seja uma planta pouco estudada, sabe-se de suas exigências por temperaturas elevadas, alta qualidade de água e baixa tolerância ao frio o que o caracteriza como cultura tipicamente tropical (PICANÇO et al., 1997). MINAMI e GONÇALVES (1986), considerando que o jiló é uma planta muito exigente em calor, indicam o período de agosto a fevereiro para plantio desta hortaliça no Estado de São Paulo. Porém, TORRES et al. (2003) consideraram que o jiló pode ser plantado o ano inteiro em localidades de inverno suave. NAGAI (1998) relata que o jiloeiro pode ser cultivado o ano todo no litoral paulista e de agosto a março no interior do Estado. Segundo FILGUEIRA (2003), o jiloeiro é muito exigente em temperatura e embora não mencionando as faixas ideais e críticas para esta hortaliça, relata que sob baixas temperaturas durante o inverno, pode ocorrer queda de flores e frutos novos. A colheita do jiló inicia-se 80 a 100 dias após a semeadura, prolongando-se por mais de cem dias. Há importância deste estudo de sazonalidade, é para ajudar aos produtores a conhecerem melhor o comportamento da variação sazonal do preço mensal e anual da comercialização do jiló no período avaliado. Este trabalho teve o objetivo de avaliar o fluxo sazonal

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de preços e quantidade de jiló comercializada, nas seis unidades do Ceasa de Minas Gerais, no período de 1995 a 2011, possibilitando aos produtores do estado de Minas Gerais que saibam a melhor época de venda e a demanda do produto por período, tendo assim, um melhor escalonamento de plantio para que esses períodos de baixo consumo não haja perda do produto e quando em alto consumo não haja falta do mesmo.

MATERIAL E MÉTODOS

Para a realização deste trabalho foram coletados dados dos seis CEASAs de Minas Gerais, sendo estes: CEAMG (Belo Horizonte), CEARM (Juiz de Fora), CECAT (Caratinga), CEART (Uberlândia), CEARD (Governador Valadares) e CEARB (Barbacena). Os dados foram levantados mensalmente, no período de 1995 a 2011, exceto os dados de Barbacena os quais foram computados durante o período de 2007 a 2011. Os preços foram deflacionados pelo IGP-DI (Índice Geral de Preço-Disponibilidade Interna) para a base de março de 2012.

Analisou-se no período de 16 anos (1995 a 2011), nas seis unidades nos CEASAs - Minas o fluxo sazonal de preço e a quantidade do jiló.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com os dados da Figura 1, verifica-se que os melhores meses para que os produtores possam fazer os investimentos na cultura do jiló é de outubro a dezembro. Já que os preços apresentam-se em contínuo aumento a partir do mês de janeiro tendo ocorrência de alta até o mês de março. Entre os meses de abril a setembro, há queda de preço do produto, demonstrando tratar-se de uma época não tão propícia a comercialização do jiló.

Do mês de março a setembro observou-se uma queda significativa de 27,12% no preço comercializado. Os meses de outubro a março verifica-se aumento de 8,47% no preço de comercialização do jiló. Devido a quantidade comercializada e o preço do produto, são inversamente proporcionais, ou seja, quanto maior for a quantidade ofertada, o preço tende a diminuir.

Observa-se através da Figura 2, o fluxo sazonal anual do preço do jiló. No período de 1995 a 2011 detecta-se um decréscimo de 36,67 % no preço pago pelo produto, enquanto que de 1995 (ano em que o preço apresentou-se melhor para os produtores) a 2003 houve queda de preços de 46,00 %. Dê 2003 a 2011 teve-se um aumento no preço de 13,58%. O jiló foi comercializado com preços mais satisfatórios para os produtores nos anos de 1995 a 1996, 1997 e 1998. A uma grande

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variação no comportamento do gráfico em relação ao preço, pois obteve-se grandes variações de 1995 a 2011 com 38,66 %.

O volume comercializado atingiu a maior média no ano de 2009, apresentando aumento de 6,03% em relação ao ano de 2003. O período com maior aumento no volume comercializado, bem como, a melhor época para investimento por parte dos produtores na cultura, foi entre 2003 e 2009. O fluxo sazonal de comercialização de jiló de 1995 a 2011 foi de 25,67 % na quantidade produzida.

Na figura 3 verifica-se a quantidade total comercializada nos CEASAs de MG, sendo que, Belo Horizonte – MG foi a unidade onde comercializou-se a maior quantidade de jiló do estado (74,00%) e os demais com 26% da comercialização desse produto.

REFERÊNCIAS

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FILGUEIRA FAR. 2003. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e

comercialização de hortaliças. 2ª. ed., rev., ampl.. Viçosa: UFV. 412p.

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MANGAN F; MOREIRA M; MARTUSCELLI T. Sd. Produção e comercialização de sementes à

população de falantes de português em Massachusets. University of Massachusets. Amherst.

Disponível em: http://www.umassvegetable.org/growers_services/pdf_files/portuguese_crops_ portuguese.pdf. Acessado em 20 de abril de 2012. 3p.

MINAMI K; GONÇALVES AL.1986. Instruções práticas das principais hortaliças e condimentos. Piracicaba: Centro Acadêmico “Luiz de Queiróz”. 176p.

MORGADO HS; DIAS MJV. 1992. Caracterização da coleção de germoplasma de jiló no

CNPH/Embrapa. Horticultura Brasileira, Brasília, v.10, n.2, p.86-88.

NAGAI H. 1998. Jiló: Solanum gilo Radd. In: FAHL JI; CAMARGO MBP; PIZZINATTO MA; BETTI JA; MELO AMT; DE MARIA IC; FURLANI AMC.1998. Instruções agrícolas para as

principais culturas econômicas. 6.ed., rev., atual. Campinas: IAC. 213 p. (Boletim, 200)

NERES CRL; VIEIRA G; DINIZ ER; MOTA WF; PUIATTI M. 2004. Conservação do jiló em

função da temperatura de armazenamento e do filme de polietileno de baixa densidade. Bragantia,

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ODETOLA AA; IRANLOYE YO; AKINLOYE O. 2004. Hypolipidaemic potentials of Solanum

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PICANÇO M; CASALI VWD; OLIVEIRA IVR; LEITE GLD. 1997. Homópteros associados ao

jiloeiro. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.32, n.4, p.451-456.

TORRES JLR; FABIAN AJ; POCAY VG. 2003. Níveis de adubação nitrogenada nas

características morfológicas e produtividade do jiló. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 21, n.2,

p.166-169.

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Figura 1. Variação sazonal de preços e volume comercializado de jiló nos CEASAs-MG e média

mensal no período de 1995 a 2011. Valores deflacionados pelo IGP-DI para base de março de 2012 [Seasonal variation of prices and trade volume of jiló in CEASAs-MG and monthly average, in 1995 to 2011. Values deflated by IGP-DI for base of March 2012].

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Figura 2. Variação sazonal de preços e volume comercializado de jiló nos CEASAs-MG entre os

anos de 1995 a 2011. Valores deflacionados pelo IGP-DI para base de março de 2012 [Seasonal variation of prices and trade volume of jiló in CEASAs-MG, between 1995 to 2011. Values deflated by IGP-DI for base of March 2012].

Figura 3. Análise feita no período de 1995 a 2011, com as quantidades totais (Kg) de jiló em cada

Ceasa de Minas Gerais.[Analysis in the period 1995 to 2011, with the total amounts (kg) of jiló on each CEASAs of Minas Gerais].

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