Manejo de água e solo na produção da palma
forrageira irrigada e adensada no semiárido brasileiro
Guilherme Ferreira da Costa Lima – Pesquisador Embrapa/EMPARN Coordenador de Pesquisa e Produção Animal da EMPARN
Equipe EMPARN e Parceiros
• Dr. José Geraldo Medeiros da Silva - EMPARN • Dr. Emerson Moreira de Aguiar - UFRN
• Dra. Margareth Maria Teles Rêgo – CAPES/EMPARN • Dr. Florisvaldo Xavier Guedes – EMPARN
• Dr. Alexandre Wanderley - EMPARN
• Dr. Francisco Canindé Maciel – Embrapa/EMPARN
• Dra. Fernanda Daniele Gonçalves Dantas – EMPARN/UFRN • Dr. Raimundo Nonato Braga Lobo – Embrapa Caprinos e
Ovinos
• Dra. Liz Caroline – UFERSA
• Dr. Genildo Fonseca Pereira – IFRN/Apodi
• Consultorias – Prof. e pesquisadores do IPA/PE e UFRPE
(Djalma Santos, Mário Lira, Mércia Ferreira, Marcelo Andrade, José Carlos Dubeux, Alexandre Melo)
Seria a seca uma novidade no semiárido nordestino ?
• 1583/1585 – Primeiro relato da seca nordestina pelo
Padre Fernão Cardin;
• 1692/1693 – Grande seca Capitania Pernambuco; • 1709/1711 - Grande Seca Capitania do Maranhão;
• 1777/1778 - Arrojado Lisboa aponta dizimação de 7/8
rebanho RN;
• 1877/1879 – Grande seca, 500 mil mortos Ceará;
• 1888/1880 - D. Pedro II criou Comissão Seca (Depois
Comissão de Açudes e Irrigação” – Famosa frase “ Não restará uma única jóia na Coroa, mas nenhum nordestino morrerá de fome”;
• 1909 – Governo de Nilo Peçanha cria o Instituto de Obras
Contra as Secas (IOCS)
• 1915 – Seca dizimou 1,5 milhão de rezes no Ceará;
• 1919 – Governo Epitácio Pessoa transforma o IOCS em
Guimarães Duque: ensinamentos pouco aplicados
1949 1964
Nos anos secos o mês mais chovido representa cerca de ½ da precipitação do ano e o dia mais chuvoso em geral concorre com quase metade da água
Como explicar a fragilidade da pecuária frente a
uma seca de apenas um ano
• Inexistem tecnologias disponíveis de formação de reservas forrageiras e convivência com a seca ?
• Os produtores têm acesso a assistência técnica e programas de extensão rural de boa qualidade e contínuos ?
• Que outros problemas além da tecnologia podem ser apontados ?
• Existem linhas de crédito disponíveis e acessíveis para os produtores?
• Seria o ambiente semiárido nordestino inadequado para a exploração pecuária ?
• Como construir sistemas mais independentes dos insumos externos?
• Seriam os produtores da região “resistentes” às inovações tecnológicas?
• Como superar as barreiras que impedem a apropriação de novas tecnologias?
Estrutura Regional
• Embrapa: Embrapa Semiárido (PE), Embrapa Mandioca e
Fruticultura (BA), Embrapa Tabuleiros Costeiros (SE), Embrapa Solos (PE), Embrapa Algodão (PB), Embrapa Caprinos e Ovinos
(CE), Embrapa Agroindústria Tropical (CE), Embrapa Meio Norte (PI) e Embrapa Cocais (MA);
• Empresas Estaduais de Pesquisa Agropecuária: RN, PB, PE, BA;
• Universidades Federais e Estaduais em todos os estados com cursos de agronomia, zootecnia, veterinária, engenharia florestal, engenharia de pesca, meio ambiente, etc.;
• Institutos Federais de Educação, Ciência, Tecnologia; (incremento)
• Instituto Nacional do Semiárido (INSA);
• CONAB;
• DNOCS;
Estrutura Estadual
• EMATER-RN + 150 escritórios e regionais;
• EMPARN + 10 Estações Experimentais;
• UFERSA e UFRN + Novos Campi;
• SEBRAE-RN e SENAR-RN e seus escritórios;
• Agências do Banco do Nordeste e Banco do Brasil;
• IFRN + 15 Campi;
• DNOCS e perímetros irrigados,
• Delegacias do MAPA e MDA; SEARA (estadual)
• SAPE/IDIARN;
• Colégio Agrícola de Jundiaí;
• CONAB;
• Empresas de Assistência Técnica ligadas ao MDA;
• Projetos Dom Helder, Diaconia, SEAPAC,
• ANORC/ANCOC/ACOSC/ Associações e Cooperativas;
Renda agrícola vs. tecnologia
• 500 mil estabelecimentos com acesso a tecnologias
modernas são responsáveis por 86,65% de toda renda agrícola nacional;
• 3,9 milhões de propriedades à margem da
modernização respondem por apenas 13% da produção;
• Desses estabelecimentos 57% estão no Nordeste; • Esses fatos reforçam a importância do impacto da
tecnologia e da necessidade de incrementar os processos para sua transferência e apropriação;
• Necessidade da transferência da inovação e da
integração entre PESQUISA, TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA, ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL, para formação de uma grande rede capaz de oferecer soluções para a agropecuária brasileira.
Potencial forrageiro das Caatingas
Diversidade de tipos de Caatinga
• Caatinga do Seridó – 1,4 t MS/ha (abril) e 0,4 t MS/ha (dezembro). (Lima et al., 1998);
• Caatinga Arbustiva Ouricuri/PE – 0,5 t MS/ha (abril) – novembro 95% folhas secas no chão (Lima, 1985);
• Produção média Semiárido – 4,0 t MS/ha (Cândido et al., 2005);
• Lotações 5 a 15 ha/animal/ano e ganhos 5 a 50 kg/ha/ano (Albuquerque, 2001);
• Lotação caprinos/ovinos – 0,5 a 1,0 ha/cab./ano (Araújo, 1999);
“PRODUÇÃO DE FITOMASSA FORRAGEIRA DAS CAATINGAS SOZINHA É INSUFICIENTE PARA GARANTIR ALIMENTOS E ESCALA
Reservas Forrageiras Estratégicas
• Alternativa: Produção e armazenamento de
forrageiras com alto rendimento/área;
• Reservas forrageiras favorecem a preservação das
caatingas;
• Garantia da continuidade de produção mesmo nos
períodos de seca;
Pesquisa aplicada e adaptação de tecnologias; Ênfase no processo de transferência de tecnologias.
10 Anos do Programa de Semanas de
Ensilagem e Fenação
Disponibilizando as informações existentes;
Dias de campo, publicações simples, cursos, exposições; Tecnologias até seculares;
Treinamento de extensionistas e formação de instrutores multiplicadores;
Inovando com tecnologias simples.
Diagnósticos mostram baixo incremento na apropriação das tecnologias pela falta de continuidade das ações nas fazendas.
Oito anos do Circuito de Tecnologias Adaptadas
para a Agricultura Familiar
Ampliação da experiência das “Semanas de ensilagem”
> 3.000 produtores capacitados por ano; 1ª Etapa
sensibilização;
Distribuição de > 20 mil cartilhas por ano;
Atuação em diversas regiões do estado.
Reservas estratégicas de forragem:
Uma prioridade na história da EMPARN
1995 2004 2006 2007
Seria a pecuária uma alternativa sustentável
para o semiárido nordestino ?
• 88,3% dos estabelecimentos agropecuários do NE são agricultores familiares com área média de 17 ha (Guanziroli et al., 2001);
• Seria a pecuária bovina compatível com a agricultura familiar do semiárido ?
• Como viabilizar escala de produção numa área tão pequena ?
• Suporte forrageiro e a estacionalidade de produção das pastagens nativas são compatíveis com a exploração de bovinos ?
• Existem alternativas regionais para produção ou substituição do farelo de soja e milho a preços competitivos ?
• Como competir com as demais regiões produtoras ?
• Existe espaço e argumentação para a defesa de subsídios ?
• Importância social e econômica da pecuária para o semiárido nordestino: Poupança, Pronaf, menos susceptível que a agricultura.
Importância da palma como reserva forrageira
• Elevada produtividade;
• Qualidade como fonte de energia para a pecuária leiteira; • Fonte de água de qualidade para os rebanhos;
• Adaptação ao ambiente semiárido; • Boa palatabilidade e alto consumo;
• Permite oferta conjunta com volumosos grosseiros; • Opção para recuperação de áreas degradadas;
Eficiência da palma forrageira
•
Três vezes mais eficiente na conversão d’água em matéria
seca, que as plantas C
4e cinco vezes mais eficiente que as
plantas C
3(Snyman, 2005);
•
Para Cock (2008) um dos gêneros mais eficientes na
transformação de água em MS requerendo 267 kg H
2O/kg MS,
quando o milheto e o sorgo requerem respectivamente, 400 e
666 kg H
2O/kg MS;
•
Segundo Nobel (2010) Opuntia ficus indica pode sequestrar o
equivalente a 30 t CO
2/ha/ano sob condições de crescimento
sub ótimas. E no mercado mundial de Carbono, 1 t CO
2está
custando de 3-4 euros, que poderia proporcionar aos
Eficiência do uso da chuva (EUC)
•
EUC é calculada pela biomassa produzida acima do solo
dividida pela chuva ocorrida durante o período de
crescimento – kg de MS / mm chuva (Turner, 2004);
•
Adensamento da palma melhora a EUC (Dubeux et al., 2006):
•
40.000 plantas/ha 26,6 kg MS/mm chuva;
•
5.000 plantas/ha 10,9 kg MS/mm chuva;
•
Palma três mecanismos relacionados à seca:
•
Resistência - Pela natureza xerófila;
•
Tolerância – Metabolismo CAM/Nível bioquímico;
•
Escape – Sistema radicular superficial e ramificado.
Metabolismo
• Plantas CAM – Metabolismo Ácido das Crassuláceas;
• Comum nas plantas suculentas do deserto ou habitats
sujeitos a secas periódicas;
• Distribuição temporal no processo fotossintético;
• Processo invertido – fecha os estômatos durante o dia e
abre durante à noite; menor perda de água para
absorverem CO2, que é transformado em ácidos
orgânicos;
• Ácidos orgânicos formados durante a noite se decompõem no dia seguinte liberando CO2 para o ciclo do carbono;
• Mesmo com essa eficiência a perda de vapor d’água pelos estômatos pode prejudicar desempenho.
Sistema radicular das palmas forrageiras
• Superficial com grande concentração até 20 cm;
• México - 96% ( 0 a 18 cm) e 4% (19-36 cm) - Zuniga et al. (1999);
• Cariri Paraibano – 76% até 20 cm (Pinto, 2002); • Patos – PB - 70% até 10 cm (Oliveira, 2008);
• Raízes compõem apenas 12% da biomassa total de plantas de Opuntia ficus indica (Snyman, 2004).
Solos
• Indicação de solos planos, leves e profundos,
preferencialmente; areno-argilosos ou argilo-arenosos;
• Evitar solos rasos, duros e pedregosos e áreas sujeitas a encharcamento;
• Maior ocorrência em Podzólicos, Litólicos, Planossolos e Solonetz solidizados;
• Segundo Oliveira et al. (2000) solos com mais de 20% de argila contribuem para a putrefação das raízes;
• Limitações: horizonte subsuperficial bastante duro, impede penetração raízes, no período chuvoso provoca excesso de umidade;
• Saturação de sódio superior a 15-20%, riscos para irrigação; • Descompactação + matéria orgânica viabilizam a utilização
de outros solos;
• Gleba próxima ao local de alimentação para reduzir os custos de transporte pós-colheita.
Adubação orgânica e química
• Evidências de superioridade do adubo orgânico sobre o químico, embora ambos tenham efeito sobre a produtividade (Soares et al, 2004);
• Aplicação de 1 kg de adubo orgânico por metro quadrado foi capaz de duplicar a produtividade da palma (Santos et al, 1996);
• São necessários 66, 17 e 100 kg de esterco para repor o N, P e K retirados por cada tonelada de palma produzida. Aplicar 100 kg de esterco para cada tonelada de MV colhida. 250 t MV/ha/ano 25 t esterco/ha/ano. (Menezes et al, 2005);
• Santos et al. (1996) registraram efeito aditivo para a associação de adubação orgânica e química ; Sem adubo ( 5,8 t MS/ha); 10 t esterco ( 10,5 t MS/ha) e Esterco + químico ( 12,5 t MS/ha).
Adubação química
• Experimento evidenciou interação significativa de N e P com a densidade de plantio em palma Gigante e Miúda. Em ambas espécies a adubação nitrogenada propiciou grandes incrementos de produtividade com 40.000 plantas/ha e pequenos ou nulos para 5.000 plantas/há (Dubeux Jr. e Santos, 2005);
• Resposta ao fósforo também aumentou com a densidade de plantio (Opuntia) e a Miúda (Nopalea) pouco respondeu a adubação fosfatada;
• Altas produtividades, altos níveis de extração e necessidade de reposição com vistas à sustentabilidade do palmal.
Irrigação de cultura xerófita:
uma contradição ?
• Pressupostos que justificam a utilização de irrigação
em cultura xerófita com longa tradição de resistência
a seca;
• Guimarães Duque em seu histórico “Solo e água no
polígono das secas” já ressaltava os diferentes
desempenhos da palma forrageira nas regiões
Agreste, serras altas, sertões e Carrasco;
• Quais as mais extremas condições de calor e seca
que as Opuntias podem produzir sem irrigação ?
(Felker e Inglese, 2003);
• Se o Nordeste semiárido dispõe de menos de 5% de
sua área com condições adequadas a irrigação, como
justificar essa opção tecnológica ?
Indicações de fraco desempenho
No Rio Grande do Norte
• Em contraste com o bom desempenho da palma no
Agreste pernambucano (noite frias, ↑ umidade e orvalho),
no Sertão (noites quentes, ↓ umidade) resultam em
cladódios murchos (Lira et al., 2006);
• No Seridó e Sertão Central do RN, ocorrem murchas
severas que chegam a inviabilizar a utilização da palma
como reserva forrageira estratégica para o período seco
(Lima et al., 2010).
Fatores que influenciam a captação de CO
2• Para Nobel (2001), os quatro principais fatores que influenciam a captação de CO2 e o acúmulo de biomassa nas Opuntias são: o teor de água no solo, a temperatura do ar, a luz e vários
elementos do solo.
• Para o autor como a captação ocorre principalmente à noite, um fator importante é a temperatura noturna;
• Captação diária máxima: médias de temperatura diurna e noturna de 25º C e 15º C, respectivamente.
• Redução de 60% da captação em relação ao valor máximo, quando essas médias se elevam para 35º C e 25º C,
temperaturas diurnas e noturnas muito comuns no período seco de várias regiões do sertão nordestino;
• Reforça ainda o autor que após três semanas de seca, a captação torna-se igual à metade da registrada sob boa condição hídrica.
Exemplos de Apodi e Cruzeta no RN
Municípios Temperatura Máxima º C Temperatura Mínima º C Insolação Mensal Horas Evaporação Mensal mm Umidade Relativa do ar % Precipitação Acumulada Mensal mm Apodi 35,3 22,2 288,2 249,6 60,0 4,35 Cruzeta 33,9 21,7 277,2 285,0 57,0 5,85Tabela 1. Normais climatológicas de dois municípios do Rio Grande do Norte no período de 1961-1990, médias dos meses de agosto a novembro
Ramos et al., 2009 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 10/0 15/5 20/10 25/15 30/20 35/25 40/30 45/35 C a p ta ç ã o a tm o s fé ri c a d iá ri a d e C O 2 p o r u n id a d e d e á re a d e c la d o d io (fr a ç ã o d o m á x im o ) Temperatura do ar dia/noite (º C)
Influência da temperatura do ar dia/noite sobre a captação atmosférica do CO2 por período de 24 horas na O.
Rendimentos da palma forrageira
SEQUEIRO• 300 t MV/ha/ a cada dois anos em cultivo adensado de sequeiro (Santos et al., 2007);
• Levantamento 50 propriedades de PE – de 1,8 t MS/ha/ano até 17,0 t MS/ha/ano (Menezes et al., 2005);
• 10 t MS/ha/ano em zonas áridas, 10-20 t MS/ha/ano em zonas semiáridas e 20 a 30 t MS/ha/ano em regiões subúmidas (Cock, 2008);
• 22,7 e 20,2 t MS/ha/dois anos – 600 kg N/ha, densidade 40 mil plantas,
respectivamente para palmas Gigante e Miúda (Dubeux Júnior e Santos, 2005); • 40, 80 e 160 mil plantas/ha 90, 117, 139 t MS/ha/dois anos (Silva, 2012);
IRRIGADA
• 250 t MV/ha/ano ou 25 t MS/ha/ano (Lima et al, 2012);
• 600 t MV/ha/ 1º ano – adensada e irrigada (Sebrae - RN ,2010);
• 226,9 t MV/ha e 13,8 t MS/ha – 125 mil plantas/ha – irrigação gotejamento - 90 kg N/ha – com apenas 75 dias de crescimento (Pinos-Rodriguez et al., 2010).
Palma adensada e irrigada no Rio Grande
do Norte
• Experiências conduzidas pelo Eng. Agron. Alexandre
Wanderley, inicialmente na região de Lajes;
• Altas densidades de plantio – 50 mil plantas/ha (2,0 m x
0,10m); (Alto custo das raquetes sementes);
• Irrigação por gotejamento de pequena intensidade – ( 5
litros/m a cada 15 dias – 50 mil litros por mês);
• Adubação, orgânica – cerca de 50 t/ha/ano – 25 t no
plantio e 25t em cobertura;
• Fósforo na fundação – 50 a 150g/m (500 kg SS);
• Adubação nitrogenada – cobertura – 1 a 4 adubações
Palma adensada e irrigada no Rio Grande
do Norte
• Rendimentos divulgados - 600 a 1.200 t/ha no 1º ano;
• Custos de implantação - R$ 11 a 12 mil/ha;
• Resultados empíricos causaram grande demanda pela
nova tecnologia e procura por financiamentos;
• Por essa razão o Banco do Nordeste “encomendou” a
EMPARN pesquisas para referendar ou não tais
Adensamento
• 2,0 x 0,10 m = 50.000 plantas/ha;
• 1,0 x 0,10 m = 100.000 plantas/ha ;
• 1,0 x 0,25 m = 40.000 plantas/ha;
• 1,6 x 0,20 m = 31.000 plantas/ha;
• Variações de 1,0 a 2,0 m entre linhas e 0,10 a 0,25 m entre
raquetes na linha;
Lâminas de irrigação
• 400 mm distribuídos todo o ano, valor ótimo para o
desenvolvimento da palma (Fábregas, 1968);
• Pesquisas em desenvolvimento EMPARN (Pedro Avelino),
UFERSA/Reuso (Apodi), IPA (Serra Talhada);
• Culturas tradicionais 75 mil litros/dia; Palma 75 mil
litros/mês;
• 5 L/ 2 m²/ 15 dias - 2,5 mm ou 5,0 mm/mês;
• 7,5 L/ 2 m²/ 7 dias - 3,75 mm ou 15 mm/mês;
• Sistema calçadão cisterna - 5 L/ 2 m²/ 10 dias – 2,5 mm ou
7,5 mm/mês ou 75 mil litros/ha ( 15 mil litros/mês/0,2 ha);
• Lâmina para área útil ou área de bulbo ? (x 4);
Potencial do sistema para recuperação de áreas
degradadas (Região do Seridó – Cruzeta/RN)
Resultados ensaio densidade Cruzeta
Tabela 1. Número total de cladódios/planta (Nº cladódios/planta), comprimento, largura, perímetro, espessura, e produção de matéria verde (PMV t/ha) da palma forrageira gigante aos 24 meses de idade em diferentes densidades de plantio.
Espaçamentos m Densidade Plantas/ha Nº cladódios/ planta Comprimento (cm) Largura (cm) Perímetro (cm) Espessura (mm) PMV (t/ha) T 1 2,0 x 0,10 50.000 27,33 40,00 21,42 91,67 10,00 137,01ab T 2 2,0 x 0,25 20.000 33,17 34,17 19,17 82,17 8,33 97,91b T 3 1,0 x 0,10 100.000 23,17 34,08 18,17 79,83 9,50 214,57a T 4 1,0 x 0,25 40.000 18,17 41,25 20,83 92,33 10,50 157,55ab T 5 1,5 x 0,10 66.666 18,00 37,00 18,67 85,17 8,33 178,92ab T 6 1,5 x 0,25 26.666 32,00 37,92 21,50 87,33 8,33 158,96ab T 7 2 x 0,4 x 0,2 50.000 25,00 38,17 20,67 87,67 10,17 152,90ab T 8 2 x 0,4 x 0,1 100.000 18,33 36,50 19,25 82,33 10,00 151,25ab
Resultados ensaio densidade Cruzeta
Tabela 1. Número total de cladódios/planta (Nº cladódios/planta), comprimento, largura, perímetro, espessura, e produção de matéria verde (PMV t/ha) da palma forrageira miúda aos 24 meses de idade em diferentes densidades de plantio.
Espaçamentos m Densidade Plantas/ha Nº cladódios/ planta Comprimento (cm) Largura (cm) Perímetro (cm) Espessura (mm) PMV (t/ha) T 1 2,0 x 0,10 50.000 64,50ab 25,83 11,75 58,83 10,83 136,32 T 2 2,0 x 0,25 20.000 100,33a 20,67 10,08 48,33 6,83 124,38 T 3 1,0 x 0,10 100.000 50,67ab 21,00 9,67 48,50 8,83 162,61 T 4 1,0 x 0,25 40.000 79,83ab 23,67 11,70 54,67 8,50 192,31 T 5 1,5 x 0,10 66.666 49,83ab 21,00 9,92 48,08 9,33 109,67 T 6 1,5 x 0,25 26.666 56,00ab 20,75 10,08 48,08 7,50 136,99 T 7 2 x 0,4 x 0,2 50.000 57,83ab 23,67 10,17 54,17 10,00 188,93 T 8 2 x 0,4 x 0,1 100.000 29,50b 23,25 10,42 52,17 8,17 137,02
Intensidade de Corte (Pedro Avelino – RN)
MÃE PRIMÁRIAS
Tabela 1. Características morfológicas da palma Gigante e produção de matéria verde de acordo com a intensidade de corte (Terras Secas) com idade de 12 meses. IAC (índice de área de cladódio), PMV (produção de matéria verde)
IAC (índice de área de cladódio), PMV (produção de matéria verde), PMS ( produção de matéria seca)
Variáveis 40 toneladas de esterco/ha/ano
Deixando somente a raquete mãe Primária Secundária
Altura (cm) 81,56 118,58 145,91 Nº de raquetes 7,44 12,22 17,24 Perímetro (cm) 76,68 83,56 90,74 Comprimento (cm) 33,38 36,72 39,91 Largura (cm) 16,41 18,97 21,26 Espessura (mm) 14,68 15,97 16,94 Área de Cladódio (cm2) 468,22 529,20 592,85 IAC 0,22 0,26 0,30 PMV (t/ha) 76,00 128,19 180,71 PMS (t/ha) 8,6 14,8 19,6
Intensidade de Corte
Tabela 2. Características morfológicas da palma Miúda e produção de matéria verde de acordo com a intensidade de corte (Terras Secas) com idade de 12 meses.
Variáveis 40 toneladas de esterco/ha/ano
Deixando somente a raquete mãe Primária Secundária
Altura (cm) 71,09 97,92 117,19 Nº de raquetes 16,41 22,44 37,14 Perímetro (cm) 51,32 52,11 52,42 Comprimento (cm) 22,59 23,50 23,53 Largura (cm) 10,68 11,61 12,39 Espessura (mm) 10,35 11,86 13,36 Área de Cladódio (cm2) 243,47 250,45 253,16 IAC 0,12 0,13 0,13 PMV (t/ha) 95,09 173,11 227,67 PMS (t/ha) 11,0 17,7 23,0
IAC (índice de área de cladódio), PMV (produção de matéria verde), PMS (produção de matéria seca)
Cortes aos 6, 12, 18 e 24 meses
Palma Gigante – Apodi - RN
Frequência de Corte (meses) PMV (t/ha) Média PMS (t/ha) Média 6 102,5 7,6 12 196,8 15,1 18 289,6 20,3 24 494,9 37,3
Cortes aos 24 meses
Palma Gigante/Apodi RN
Produtividade de Matéria Verde (t) Palma Gigante –
Apodi – RN - 24 meses Médias Frequência Irrigação dias Toneladas de MV/ha 7 465,52 a 14 510,06 a 21 509,10 a
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem pelo teste Tukey (P>0,05)
Corte aos 24 meses
Palma Miúda – Apodi - RN
Produtividade de Matéria verde Palma Miúda –
Apodi – RN - 24 meses Médias Frequência Irrigação dias Toneladas de MV/ha 7 382,85 a 14 408,10 a 21 422,92 a
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem pelo teste Tukey (P>0,05)
Como viabilizar a irrigação da palma para a
agricultura familiar ?
•A agricultura de sequeiro no semiárido apresenta
alto risco, devido à instabilidade climática, enquanto
a agricultura irrigada não é uma opção para a maioria
das áreas, visto que, apenas 2 – 3% do semiárido
nordestino
poderiam
ser
contemplados
com
a
Captação e armazenamento no Sistema
Calçadão Cisterna
•Pesquisa procurou avaliar a utilização da irrigação em cultivos adensados de palma forrageira, com utilização mínima de água em sistema de gotejamento, objetivando testar a viabilidade da utilização da água de chuva captada em calçadões e armazenada em cisternas, em cultivos de pequenas áreas (0,2 ha) para a agricultura familiar;
•Necessidade de ampliar a cisterna pelo menos
para 75 mil litros (15 mil litros x 5 meses);
•Potencial de produção de 100 toneladas/0,2 ha;
•Possibilidade de fechar o ciclo;
•Área de captação/ secador solar (300 m²) para
produção de fenos triturados para fornecimento com a palma.
•350 mm x 300 m² = 105.000 L - 25% perdas =
Reserva Forrageira Estratégica de dois hectares para a agricultura familiar
Forrageira Manejo Produção de matéria verde toneladas/ha Produção de matéria seca Toneladas/ha Palma Forrageira Irrigada (10% MS) Corte anual 250 t 25 t Sorgo Forrageiro (30% MS) Corte + rebrota 40 t + 30 t = 70 t 21 t Fenos Triturados (90%MS) 15 vezes Por ano 9 t 8 t Total – 54 toneladas de Matéria Seca
Reserva de 57 toneladas de MS
• Potencial da reserva para alimentação de ruminantes
por um período de seis meses de seca (180 dias);
• Vacas leiteiras ( 450 kg de peso vivo/ 3,5% do PV em
MS por dia;
• 20 vacas x 15,7 kg de MS x 180 dias = 56,5 t MS;
• Cabras Leiteiras ou Ovelhas de Corte ( 45 kg PV/
3,5% do PV em MS/dia);
Valor alimentar da palma forrageira
• Um dos grandes problemas para viabilização dos sistemas pecuários no semiárido é o alto custo dos concentrados comerciais, principalmente das fontes energéticas;
• Características da palma – elevada digestibilidade (75%) e bom valor energético (NDT - 65%) (Mendes Neto et al., 2003); Plantada no
adensamento de 40 mil plantas/ha pode superar o milho na produção de energia por hectare;
• Ferreira (2005) aponta que essa cactácea produz mais energia por unidade de área que o milho e o sorgo, com 6,43 t NDT/ha/ano e, respectivamente, 4,32 t e 5,16 t para essas duas gramíneas;
• Essas características tornam possível a associação da palma com alimentos de baixo custo, permitindo a produção de leite em níveis próximos aos obtidos com alimentos de maior valor comercial;
• Farta disponibilidade de resultados de utilização na alimentação de ruminantes: MELO (2006) – Palma na alimentação de vacas leiteiras e FERREIRA (2005) – Palma forrageira na alimentação de vacas leiteiras.
Controle biológico de pragas
Chonilha escama.MP4 Acaro cochonilha.MP4 Cochonilha adulta.MP4
Utilização de óleo mineral e vegetal associado ao detergente neutro no controle da Cochonilha de escama (Diaspis echinocacti)
Materiais tolerantes a Cochonilha do carmim
4 meses 5 meses 6 meses
Palma Miuda ou Doce
Nopalea cochenillifera
Palma Orelha de Elefante Mexicana Opuntia stricta
Pontos positivos dos sistemas de produção
da palma adensada e irrigada
• Viabilizar o plantio de palma em áreas com baixa adaptação à
cultura;
• Permitir o plantio em diferentes épocas do ano;
• Possibilitar cortes mais precoces e frequentes;
• Cultivo ecologicamente correto em termos de sequestro de
carbono;
• Baixa necessidade de água comparado a outras culturas
irrigadas;
• Produto final de alto valor nutricional com potencial de
substituição do milho;
• Ferramenta para recuperação de áreas degradadas no
semiárido;
Conclusões
Os resultados, embora preliminares, comprovam a eficácia da irrigação como tecnologia viabilizadora da produção da palma forrageira em regiões do semiárido potiguar, onde
tradicionalmente não eram obtidas produções em sistemas de cultivo em sequeiro.
Espera-se com a conclusão da pesquisa a definição das
frequências e intensidades de corte, frequências e lâminas de irrigação, assim como dos níveis de adubação orgânica e