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Análise do filme Na Roda da Fortuna: sob o ponto de vista da Teoria da Informação 1

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Academic year: 2021

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Graduação em Design

Disciplina: Semiótica aplicada ao Design

Análise do filme Na Roda da Fortuna:

sob o ponto de vista da Teoria da Informação

1

 

Descrição denotativa

 

Na Roda da Fortuna é passado na cidade de Nova Iorque e começa a poucos segundos do ano novo de 1958, no último andar do prédio da megacorporação Hudsucker. Na beira da janela do edifício, o executivo Norville Barnes se prepara para cometer suicídio.

A cena então é cortada e o filme retorna a um ano atrás para explicar toda a trajetória de Norville Barnes e seus motivos para cometer suicídio. Nesta cena, o atual presidente e dono da empresa Hudsucker se mata ao pular do 44º andar de sua empresa na frente de todos os seus acionistas. Entre esses acionistas está Sidney Mussburger, que propõe contratar um incapacitado para ser presidente da empresa, com o objetivo de fazer com que as ações da empresa caiam e assim eles possam comprá-las por baixo valor.

Na cena seguinte inicia-se a história de Norville, um recém-formado, sem experiência, em busca de emprego, até que aparece um anúncio de jornal circundado com uma marca de copo de café na sua frente com uma oportunidade para trabalhar como mensageiro nas Indústrias Hudsucker. Ele, então, começa a trabalhar na empresa no mesmo dia em que o presidente da indústria, Waring Hudsucker, se suicida.

Completamente perdido em seu primeiro dia, Norville acaba sendo encarregado de entregar uma assustadora “carta azul” ao acionista Mussburger. Porém, ao chegar em sua sala, fica nervoso, esquece de entregar a carta e mostra a ele sua idéia: um círculo desenhado em um papel e diz “para crianças”. Mussburger fica furioso por perder seu tempo com um idiota que, por sua vez põe o escritório de cabeça para baixo, fazendo-o parar no parapeito da janela. Norville o salva e, como Mussburger tivera a idéia de chamar um idiota para presidente, nomeia Norville.

 

Quando Norville assume a presidência, o plano começa a funcionar. Há uma grande queda nas ações da Hudsucker. Mas enquanto isso, surge uma jornalista, Amy Archer, que começa a perceber que tem algo de estranho na presidência da grande empresa. Para tentar descobrir algo e conseguir uma grande matéria para o jornal no qual trabalhava, se aproxima de Norville, dizendo que também veio de sua cidade natal. Norville a contrata como secretária.

Não leva muito tempo para Amy descobrir todo o plano da diretoria. Mas, enquanto publica suas matérias, se aproxima cada vez mais de Norville, apaixonando-se.

Enquanto as ações despencam sem freios, o “presidente idiota” apresenta para o conselho sua velha idéia do círculo “para crianças”. Era o bambolê! De início não fez sucesso, mas em algumas semanas conquistou toda a cidade, fazendo com que as ações subissem bruscamente e transformassem Norville em um importante e famoso milionário.

Mas, sem saber lidar com isso, ele se transforma num arrogante, rodeado de bajuladores e pára totalmente de ter idéias novas. Amy, já envolvida, tenta contar toda a verdade e alertá-lo sobre o perigo, mas ele não lhe dá ouvidos.

1 A Teoria da Informação foi formalizada nas primeiras décadas do século passado, com a finalidade de medir a quantidade de informação suportável por um canal em determinada circunstância, dentro de uma perspectiva matemática. Nos anos 60, percebeu-se que seu instrumental, sem a rigidez da matemática, poderia ser abordada por outros campos, inclusive o da Comunicação.

Distinguindo-se da significação, a análise informacional tem o objetivo de analisar quantas dúvidas uma mensagem elimina. “A informação surge como agente dissipador de incertezas e cujo objetivo é provocar uma alteração no comportamento das pessoas” (Coelho Netto, 2003, p.120). O instrumental conceitual da Teoria

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Sidney que, por sua vez, queria Norville como presidente, quer vê-lo longe o mais breve possível. Nesse sentido, cria intriga entre ele e Amy e sobre a invenção do bambolê para desestruturá-lo. Em plena noite de ano novo, enquanto está sendo caçado por insanidade, idéia lançada por Mussberger, Norville tenta se matar da mesma forma que Waring Hudsucker, voltando à cena inicial do filme. Norville, indeciso quanto ao suicídio, acaba caindo do parapeito. Mas o grande relógio do prédio Hudsucker é parado por um empregado (o narrador) e faz com que o tempo congele. Nisso, Norville ainda no ar, vê o espírito de Waring Hudsucker, que veio para lhe contar o misterioso motivo de sua morte e faz com que ele finalmente lesse a carta azul, que estava no bolso de seu avental.

Com isso Norville se livra do suicídio, volta para a presidência e quem é internado por insanidade é Mussberger. Final feliz.

(descrição composta pelos textos dos trabalhos dos grupos: Camila e Marcela, Fernanda e Juliana)

Ordem e estrutura do filme

O filme começa com uma das últimas cenas: a do suicídio de Norville Barnes que acontece às vésperas do ano novo. O resto do filme possui ordem cronológica, com ocasionais voltas ao passado por lembranças dos personagens.

(Cindy e Marina) 

 

O ano é 1958 e a cidade é Nova Iorque, tendo como cenário o prédio das Indústrias Hudsucker, a sala de reuniões, a sala do acionista Sidney Mussburger, a sala da presidência, o local de trabalho dos funcionários, o elevador, hall, ruas, bares e restaurantes de Nova Iorque.

A passagem de tempo inicial se passa por detalhar que a história começa às vésperas de ano novo com a neve caindo para mostrar uma determinada época do ano. Em algumas cenas há neve, outras não, algumas cenas aparece o sol, o dia, e outras a noite.

A forma mais incidente de passagem do tempo utilizado no filme é o relógio do prédio, que é também utilizado para subverter o tempo. No final do filme, o tempo para, deixando somente os personagens Norville e Hudsucker em movimento.

 

No entanto, o espaço-temporal é mostrado por meio de outros recursos:

 

• o painel de oportunidades de empregos;

 

• o relógio do presidente Waring Hudsucker antes de se jogar do prédio. O aparelho em que mostra como estão as ações da empresa; 

• o alto falante da empresa que dá notícias, significando algum acontecimento, e assim, uma passagem de tempo; 

• as edições dos jornais da cidade: a cada edição uma novidade, um dia novo que se passou;  • a vestimenta dos personagens: cada troca de roupa significa mudança de dia, pois além de

estarem com outras roupas, estão com diferentes acessórios, como por exemplo, cachecol, representando o frio, guarda-chuva, representando chuva;

 

• a pintura na porta que o encarregado da pintura faz, pois a cada vez que ele parece está escrevendo ou retocando o nome do presidente, representando mudança de presidente, mudança de tempo;

 

• a agenda de Norville, em que a repórter Jennifer folheia ao chegar em sua sala por mais de uma vez; 

• a cena em que aparecem as pessoas batendo o ponto, mostrando o começo ou o final de um dia;  • quando o bambolê está à venda, para mostrar que está passando o tempo, é colocando nas

vitrines os preços do momento, iniciando por 1,79, passando para 1,59 e diminuindo até ficar de graça.

 

• o sonho de Norville ao dormir;

 

• até mesmo mudanças na cena, como alguém digitando, o telefone tocando, pessoas caminhando, estabelecimentos que ficam cheios depois estão vazios etc.

• a festa de ano novo acontecendo no bar, sinal de que a história se passou em véspera de ano novo e que chegou o ano de 1959.

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Repertório x audiência

 

Podemos dizer, com base no repertório apresentado no filme, que o público-alvo é variável. Ao mesmo tempo em que fica fácil entender o argumento principal do filme, gerando grande audiência, existem signos mais complexos, que necessitam de um espectador com maior repertório para poder captar seus significados. Por exemplo, a presença constante do círculo tem um significado, fazendo o espectador buscar uma resposta para esse “mistério”, bem como o nome do filme ser A roda da fortuna, uma carta do tarô que representa mudança, uma constante na vida do protagonista do filme.

O repertório do filme é complexo, com valores éticos, estéticos, filosóficos e políticos, portanto o entendimento da mensagem depende do nível de conhecimento do espectador.

 

(Camila e Marcela) Originalidade x previsibilidade

É claro que um final feliz era previsível, mas, neste item destaco principalmente a originalidade do diretor de discorrer sobre alguns trechos do filme como o início deste com um flashback e a cena surreal de congelamento do tempo no final. Vale destacar também a originalidade do diretor em deixar o telespectador esperando chegar (cronologicamente) à cena inicial do filme. Essa expectativa foi garantida quando já se deixava claro o que ia acontecer, sem dizer quando nem como.  

(Victor) Apesar de ter vários elementos de previsibilidade, o filme conecta todos os seus fatos de uma forma original, mesmo quando alguém tenta prever o que vai acontecer no filme, sempre acontece algo diferente.

(Gabriela e Livia) Entropia x informação

 

A informação básica para se entender o filme é passada claramente. Já algumas partes por serem originais demais, dependendo do receptor, geram muito ruído e tornam-se entrópicas. Um exemplo é a história do maquinário do relógio do edifício.

(Camila e Marcela) Apesar de ser um filme com uma mensagem clara, pode-se perceber que há uma leve entropia. Por exemplo, o significado do círculo de Norville, que além do brinquedo, também faz uma referência ao ciclo da vida, ao mundo, não é facilmente entendido por parte dos espectadores do filme.

(Ana e Iriny) Assistindo ao filme, o que mantém a atenção do espectador é o projeto de Norville, o círculo “for kids”. A princípio, esse projeto não é compreendido por ninguém, nem pelos próprios personagens e nem pelas pessoas que estão assistindo ao filme, tornando a mensagem entrópica.

(Cindy e Marina) Redundância x inteligibilidade

Redundância é a prolixidade, algo falado em demasia, com a finalidade de assegurar a inteligibilidade da informação. A redundância mais aparente do filme é o círculo, que aparece de maneiras diferentes. Relógio, projeto do bambolê, projeto do canudinho, marca circular de café no anúncio de emprego.

O filme também tem várias cenas que são parecidas, como por exemplo, os suicídios dos presidentes da empresa e a perda de uma amada. A morte do Waring Hudsucker, também acaba virando redundância por ser enfatizado o tempo todo.

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O filme mostra bastante alguns elementos: o relógio do prédio da empresa, charutos e o círculo, por exemplo. E também sempre mostra aquele homem misterioso sempre na mesma posição, tirando o nome de um executivo da porta para substituir por outro. Outra redundância é quando Norville apresenta a sua idéia para Amy, ele mostra o círculo e diz “You know, for kids”, quando ele apresenta a idéia para Sidney, ele diz a mesma coisa, quando ele se apresenta perante a diretoria ele também diz isso (a frase depois se torna o slogan do bambolê), e finalmente, o ascensorista do elevador também diz algo parecido com isso quando ele apresenta a idéia dele, “You know, for drinks”.

(Gabriela e Livia)

 

Para facilitar a compreensão da mensagem, é utilizada a redundância. Ela pode ser percebida no nome do filme, nos momentos em que o mesmo papel é mostrado várias vezes, a frase “you know, for kids” ser repetidamente falada, entre outros. Podemos até ver o suicídio do presidente e depois da tentativa de Norville como uma redundância no filme para enfatizar o ciclo da vida. Esse tipo de recurso garante a inteligibilidade da mensagem do filme.

(Ana e Iriny) Ruídos sintáticos e semânticos

Alguns ruídos semânticos se apresentam, como o desenho do círculo, o narrador/responsável pelo relógio e o funcionário/responsável pelos nomes nas portas. Mas ao longo do filme, entende-se os seus significados. Quase no final do filme, quando o homem do relógio salva Norville de sua queda, deu a entender que esse homem é Deus, já que, como foi dito antes, ele via tudo e sabia de tudo e impediu milagrosamente uma morte. Já o homem misterioso que tira as placas dos executivos das portas, deu a entender que ele é o diabo, já que ele “lucra” com o suicídio dos outros, tanto é que ele sempre é contratado para mudar os nomes toda a vez que alguém morre (quando Waring Hudsucker morreu e também quando Norville quase morreu). Tanto o homem misterioso quanto o homem que parece ser Deus, eles não param no tempo, eles são imunes a isso e ainda eles começam um duelo onde Deus vence como se fosse aquela famosa frase “o bem sempre vence o mal”

(Gabriela e Livia)

 

Informação (argumento) 

O filme “A Roda da Fortuna” passa uma mensagem de medos e receios da vida, de seguir em frente. Passa também a mensagem da ambição de fazer uma idéia dar certo, sem desistir. A moral final do filme é exatamente de cumprir com as obrigações e sempre tentar de novo, mesmo que dê errado muitas vezes, tudo tem uma segunda chance.

(Audrey e Mariana) Às vezes uma idéia que parece pequena, que parece não vingar, acaba sendo uma grande idéia, no filme o bambolê, é um sucesso, uma febre. E isso só aconteceu por Norville confiar e persistir na sua idéia, com força e determinação.

Além de tudo isso, o círculo é algo de destaque no filme, o círculo representa infinito, o que pode significar a persistência de Norville em sua caminhada, para que seu produto fosse reconhecido, ou até mesmo a sua vida. Em alguns momentos você está por baixo, mas logo você pode subir, se tornando um ciclo vicioso, um círculo.

 

(Camila e Marcela) Não podemos parar o tempo, mas podemos parar nele e refletir um pouco sobre nosso passado, sobre nosso presente, e programar o futuro.

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A moral do filme tem muito a ver com “roda da fortuna”, que esotericamente falando tem a ver com dinheiro e poder. Norville ascendeu na empresa muito rápido, o poder lhe subiu à cabeça e ele despencou quando tentou se suicidar, porém “Deus” não deixou que ele morresse, dando a ele outra chance de subir na vida.

(Gabriela e Livia) No caso do filme nota-se que existe uma alusão aos anos 50, trazendo uma situação que pode ser vivida em qualquer época, uma situação de ganância que acaba sendo vencida por uma atitude muito mais nobre e sem maldade alguma. Podemos dizer que o filme carrega uma mensagem de que se você produz o bem, você acaba se dando bem de uma maneira ou de outra.

(Thiago e Vinicius) Bibliografia

COELHO NETTO, J. Teixeira. Semiótica, Informação e Comunicação. 6ª ed. São Paulo: Editora Perspectiva, 2003.

Estudantes DSG5A | 2009_1 Ana Carolina Augusto e Iriny Amerssonis

Audrey Trotra e Mariana de Moraes

Camila Costa e Marcela Peloso

Caroline Vapsys e Sylvia Junqueira Celso Sgarbi e Gabriel Semedo

Cindy Honda e Marina Ferreira

Fernanda Barcellini e Juliana Albuquerque Gabriela Thobias e Livia Uezato

Rafaela Paoli

Victor Maluhy

Thiago Medici e Vinicius Pimenta Professora

Referências

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