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Perfil de Casos Notificados de Sífilis Congênita no Estado de Goiás entre 2015 a 2018 / Profile of Notified Cases of Congenital Syphilis in the State of Goiás among 2015 to 2018

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 48715-48725 jul. 2020. ISSN 2525-8761

Perfil de Casos Notificados de Sífilis Congênita no Estado de Goiás entre 2015 a

2018

Profile of Notified Cases of Congenital Syphilis in the State of Goiás among 2015

to 2018

DOI:10.34117/bjdv6n7-497

Recebimento dos originais: 03/06/2020 Aceitação para publicação: 20/07/2020

Roberta Rosa de Souza

Farmacêutica especialista em Infectologia pelo Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT) e Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (LACEN-GO) –

Secretaria de Estado da Saúde de Goiás – Centro Universitário de Anápolis.

Endereço: 74.853-070, Rua 26, 521 - Jardim Santo Antônio, Goiânia – GO E-mail: robertarosa.1@hotmail.com

Pedro Ivo da Silva

Farmacêutico especialista em Infectologia pelo Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT) e Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (LACEN-GO) –

Secretaria de Estado da Saúde de Goiás – Centro Universitário de Anápolis.

Endereço: 74.853-070, Rua 26, 521 - Jardim Santo Antônio, Goiânia – GO E-mail: ivopedro07@gmail.com

Dayane de Lima Oliveira

Biomédica especialista em Infectologia pelo Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT) e Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (LACEN-GO) –

Secretaria de Estado da Saúde de Goiás – Centro Universitário de Anápolis.

Endereço: 74.853-070, Rua 26, 521 - Jardim Santo Antônio, Goiânia – GO E-mail: dayane.lima.oliveira@hotmail.com

Maikiane Aparecida Nascimento

Biomédica Residente em Infectologia no Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT) e Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (LACEN-GO) – Secretaria

de Estado da Saúde de Goiás – Centro Universitário de Anápolis.

Endereço: Alameda do Contorno, 3556 - Jardim Bela Vista, Goiânia - GO, 74850-400 E-mail: maikiane.nascimento@hotmail.com

Valéria Moura de Carvalho

Biomédica Residente em Infectologia no Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT) e Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (LACEN-GO) – Secretaria

de Estado da Saúde de Goiás – Centro Universitário de Anápolis.

Endereço: Alameda do Contorno, 3556 - Jardim Bela Vista, Goiânia - GO, 74850-400 E-mail: valeriamouracarvalho@hotmail.com

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 48715-48725 jul. 2020. ISSN 2525-8761 Camila Aparecida Nunes de Albuquerque

Biomédica Residente em Infectologia no Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT) e Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (LACEN-GO) – Secretaria

de Estado da Saúde de Goiás – Centro Universitário de Anápolis.

Endereço: Alameda do Contorno, 3556 - Jardim Bela Vista, Goiânia - GO, 74850-400 E-mail: camillaalbuquerque99@gmail.com

João Pedro Brambilla Ederli

Biomédico habilitado em patologia clínica e diagnóstico por imagem pela Universidade do Oeste Paulista

Endereço: Rua Rui Barbosa, 375, Residencial Ivanira, Álvares Machado-SP E-mail: jpbrambilla@outlook.com.br

Marielly Sousa Borges

Biomédica especialista em Infectologia pelo Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT) e Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (LACEN-GO) –

Secretaria de Estado da Saúde de Goiás – Centro Universitário de Anápolis.

Endereço: 74.853-070, Rua 26, 521 - Jardim Santo Antônio, Goiânia – GO E-mail: marielly.s.borges@hotmail.com

RESUMO

A sífilis congênita (SC) é doença infectocontagiosa causada pela bactéria Treponema pallidum, e ocorre pela disseminação hematogênica da bactéria de uma gestante infectada para o feto, por via transplacentária. A transmissão vertical chega a variar de 70 a 100% em gestantes não tratadas. O objetivo foi analisar registros de casos notificados de sífilis congênita no estado de Goiás no ano de 2015 a 2018. Trata-se de um estudo transversal com análise de dados secundários de informações coletadas no DATASUS. Variáveis como número de casos, escolaridade, raça e custos e número de internações foram investigados de forma descritiva. Foram notificados 1782 casos de sífilis congênita no estado de Goiás de 2015 a 2018. Goiânia foi o município com maior notificação de casos, seguida de Aparecida de Goiânia e Anápolis. 96,6% dos pacientes foram diagnosticados nos 6 primeiros dias de vida. A informação de escolaridade das mães esteve disponível em apenas 327 casos, destas a maioria possuía somente 5 a 8ª serie incompleta do ensino fundamental. O custo médio das internações por sífilis congênita foi de 474,29 reais. Os resultados obtidos expõem deficiências nas medidas de controle e reforçam a importância da captação precoce de gestantes para a assistência pré-natal, a oferta nas unidades de saúde de teste rápido para diagnóstico da doença, disponibilidade de preservativos e da penicilina benzatina para tratamento da SC.

Palavras-chave: Sífilis congênita, Gestantes, Transmissão vertical. ABSTRACT

Congenital syphilis (SC) is an infectious disease caused by the bacterium Treponema pallidum. It occurs by the hematogenous spread of the bacteria from an infected pregnant woman to the fetus via the transplacental route. Vertical transmission can vary from 70 to 100% in untreated pregnant women. The objective was to analyze records of notified cases of congenital syphilis in the state of Goiás from 2015 to 2018. This is a cross-sectional study with an analysis of secondary data from information collected in DATASUS. Variables such as the number of cases, education, race, and costs, and the number of hospitalizations were investigated descriptively. 1782 cases of congenital syphilis were reported in the state of Goiás from 2015 to 2018. Goiânia was the municipality with the highest notification of cases, followed by Aparecida de Goiânia and Anápolis. 96.6% of patients were diagnosed in the first six days of life. Information on the mothers' schooling was available in only 327

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cases, of which the majority had only 5 to 8 incomplete grades of elementary school. The average cost of hospitalizations for congenital syphilis was R $ 474.29. The results obtained expose deficiencies in control measures and reinforce the importance of early capture of pregnant women for prenatal care, the provision in health units of a rapid test for diagnosis of the disease, availability of condoms, and benzathine penicillin for the treatment of CS.

Keywords: Congenital syphilis, Pregnant women, Vertical transmission.

1 INTRODUÇÃO

A sífilis congênita (SC) é uma doença infecciosa causada pelo Treponema pallidum, uma bactéria gram-negativa que pertence ao grupo das espiroquetas. É considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST) de abrangência mundial que possui o homem como único reservatório, hospedeiro e transmissor (SOUZA et al., 2018; RIBEIRO et al., 2020).

A SC é uma das principais causas de resultados adversos na gravidez, incluindo natimortos e morte neonatal (TRIVEDI et al., 2020). A Sífilis de origem congênita ocorre por transmissão vertical, da mãe para o feto através da via placentária ocorrendo disseminação hematogênica do T. pallidum na gestante que atravessa a barreira placentária após 16 semanas de gestação e penetra na corrente sanguínea do feto. Eventualmente pode ocorrer a transmissão mediante o contato direto do neonato com as lesões genitais maternas no momento do parto. A transmissão vertical pode ocorrer em qualquer fase da gestação ou estágio clínico da sífilis materna, sendo que quanto mais recente for a infecção da mãe, maior a probabilidade de transmissão para o feto (BRITO, 2014; DELBEN; VIANA, 2018).

A SC é uma doença de notificação compulsória e a sua incidência representa um importante indicador da qualidade da atenção materno-infantil. Apesar desta doença ter prevenção e possuir diagnóstico e tratamento simples, a sífilis ainda apresenta altas taxas de transmissão vertical, podendo chegar a 100% nas duas primeiras fases da doença materna (NETO et al., 2019).

A notificação compulsória de SC em todo o território nacional foi instituída por meio da Portaria nº 542, de 22 de dezembro de 1986. Atualmente, a portaria vigente é a Portaria de Consolidação nº 4, de 28 de setembro de 2017. De 1998 a junho de 2019, foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) 214.891 casos de SC em menores de um ano de idade, dos quais 95.353 (44,4%) eram residentes na Região Sudeste, 64.991 (30,2%) no Nordeste, 24.343 (11,3%) no Sul, 18.119 (8,5%) no Norte e 11.979 (5,6%) no Centro-Oeste. Nos últimos dez anos, principalmente a partir de 2010, houve um progressivo aumento na taxa de incidência de SC. Nos últimos dez anos, no Brasil, o coeficiente de mortalidade infantil por sífilis passou de 1,9/100.000 nascidos vivos em 2008 para 8,2 /100.000 nascidos vivos em 2018. (MINISTÉRIO DA SAÚDE).

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A susceptibilidade à SC aumenta quando ocorre falha na atenção pré-natal e na assistência à gestante e pressupõe que não houve tratamento adequado à gestante, além disso, o parceiro deve ser tratado concomitantemente (SOARES et al., 2017). Dentre os fatores de ricos destaca-se também as baixas condições socioeconômicas e de escolaridade.

Mulheres co-infectadas pela sífilis e pelo HIV demonstram o maior risco de transmissão vertical. Entre os fatores de risco para a prematuridade, destacam-se a maior proporção de partos prematuros anteriores, que podem ter sido determinados pela própria sífilis, e a maior prevalência de fumo na gravidez atual, que afeta a barreira placentária e pode aumentar a transmissão vertical da doença (DOMINGUES e LEAL, 2016)

A sífilis não tratada em mulheres grávidas pode causar (40% dos casos) aborto, morte fetal, morte neonatal e, quando as crianças sobrevivem, cerca de 20% são sintomáticas e apresentam manifestações precoces em menores de dois anos e tardias acima de dois anos (CAVALCANTE et al., 2019). Os bebês infectados podem experimentar problemas físicos e neurológicos ao longo da vida (KIMBALL et al., 2020).

A SC pode ser difícil de diagnosticar, portanto, em indivíduos sintomáticos; é necessária uma história clínica e um exame minuciosos para distinguir entre infecções treponêmicas tardias, latentes, previamente tratadas. O diagnóstico laboratorial é feito através da detecção de T. pallidum usando microscopia de campo escuro, técnicas moleculares como a reação em cadeia da polimerase (PCR), e testes não treponêmicas, como por exemplo, o Venereal Disease Research Laboratory (VDRL) e o teste da Reaginina Plasmática Rápida (RPR). Qualquer teste não-treponêmico positivo deve ser confirmado com um teste treponêmico específico para excluir resultados falso-positivos (HOPKINS et al., 2020).

O teste indireto de fluorescência (IFI) também pode ser realizado em amostras das lesões usando anticorpos marcados com fluoresceína, que se ligam a proteínas específicas da sífilis. O principal teste empregado é o FTA-ABS Ag. No caso da SC uma importante ferramenta para o diagnóstico é a identificação de anticorpos IgM na criança cuja mãe foi infectada pela doença. A titulação é realizada pelo método imoenzimatico (ELISA) (TRINH et al., 2020).

A interpretação diagnóstica baseada na sorologia neonatal pode ser complicada pela transferência placentária dos anticorpos IgG maternos, o que pode levar a um teste falso-positivo mesmo na ausência de infecção. A detecção de anticorpos IgM de 6 meses a 1 ano após o nascimento, confirma o diagnóstico de transmissão vertical. (LEAL et al., 2020). Deve-se avaliar o VDRL ou a RPR, a cada 2 a 3 meses, de todos os lactentes soropositivos e daqueles cuja as mães foram soropositivas, até que os testes se tornem não reagentes ou os títulos diminuam 4 vezes. Nos neonatos tratados com sucesso e não infectados, os títulos dos anticorpos não-treponêmicos geralmente se

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tornam não-reagentes até os 6 meses. O anticorpo adquirido passivamente pode estar presente por mais tempo, aproximadamente 15 meses (DOBSON e SANCHEZ, 2019).

Os exames complementes incluem ainda coleta de punças lombar, análise do LCR para a contagem de células, VDRL e proteínas, bem como hemograma com contagem de plaquetas, testes de função hepática; radiografia dos ossos longos; e outros testes clínicos como indicados (avaliação oftalmológica, radiografias de tórax, neuroimagens e resposta auditiva do tronco cerebral) (STOREY et al., 2020).

No início da sífilis, gestantes devem receber uma dose de penicilina G benzatina (2,4 milhões de unidades internacionais (UI) em uma única dose). O Centers for Disease Control and Prevention

(CDC) guidelines, recomendam penicilina G cristalina aquosa 50.000 unidades/kg IV a cada 12 h nos

primeiros 7 dias de vida e, a seguir, a cada 8 h, até o total de 10 dias ou penicilina G procaína 50.000 unidades/kg IM 1 vez/dia durante 10 dias (CDC, 2015).

Não existem vacinas disponíveis para profilaxia e prevenção da sífilis. Os métodos prevenção incluem uso de preservativos, rastreio e tratamento precoce de mães infectadas durante o pré-natal através do teste de VDRL que deve ser realizado o mais precoce possível, e depois deve ser repetido por volta da 28ª e da 38ª semana de gestação. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019).

A manifestação precoce da SC, é descrita pela presença de baixo peso, prematuridade, lesões cutâneas e problemas respiratórios. A SC é uma é doença infecto- contagiosa de impacto na saúde pública, o que determina a importância de estudos epidemiológicos. O objetivo foi analisar registros de casos notificados de SC no Estado de Goiás no ano de 2015 a 2018 e identificar o perfil dos pacientes.

2 MÉTODOS

Estudo observacional, transversal, descritivo baseada na análise retrospectiva de dados secundários por meio de informações coletadas no SINAN disponibilizados pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS).

Esses registros foram provenientes de casos notificados de 24 municípios do Estado de Goiás no período de 2015 a 2018. Variáveis como número de casos, escolaridade, raça e número de internações foram investigados de forma descritiva. Os dados foram tabulados e analisados no software Microsoft® Excel 2016. Foram calculadas médias, porcentagens, frequências e taxas. Por se tratar de pesquisa com dados de domínio público, não se enquadrando aos tipos de estudo preconizados na resolução n° 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, o estudo não necessitou de apreciação por Comitê de Ética em Pesquisa.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 48715-48725 jul. 2020. ISSN 2525-8761 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram notificados 1782 casos de SC no estado de Goiás de 2015 a 2018. Em 2018 foi registrado o maior número de casos de SC com 327 casos, notificados no sistema de informação de agravos de notificação do estado de Goiás, este aumento segue a média nacional segundo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde para 2018 (BRASIL, 2018).

Em todos os anos pesquisados Goiânia, apresentou o mais elevado número de casos, o que corresponde a cerca de 53% dos registros. Logo, tais índices expõe uma maior incidência de sífilis em regiões metropolitanas como também uma maior notificação dos casos. Goiânia foi o município com maior notificação de casos, seguida de Aparecida de Goiânia e Anápolis (Gráfico 1).

Gráfico 1: Casos confirmados por Ano Diagnóstico segundo Município de notificação

De 2015 a 2018 a maior parte dos diagnósticos de transmissão vertical da SC ocorreram nos primeiros 6 dias após o nascimento, com 1722 casos (96,6%). De forma semelhante, no estudo realizado por Leal et al. (2020) houve predomínio de casos em recém-nascidos com menos de 7 dias de vida. Ademais, Sousa et al. (2020) demonstrou alta incidência de SC em neonatos entre um e nove dias de vida.

Dos casos confirmados e notificados de SC a maioria das gestantes eram pardas cerca de 54,6% e 17,2% (307) A informação de escolaridade das mães esteve disponível em apenas 327 casos, destas a maioria possuía somente 5 a 8ª serie incompleta do ensino fundamental (Tabela 1).

53%

10% 11%

26%

Casos confirmados segundo Município 2015 - 2018

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 48715-48725 jul. 2020. ISSN 2525-8761 Tabela 1: Características dos casos diagnosticados por SC entre os anos de 2015 a 2018.

Variáveis N=1782 (%) Faixa etária casos, confirmadosa

Até 6 dias 1722 96,6 7 – 27 dias 32 1,8 28 dias - 1< ano 23 1,3 12 – 23 meses 4 0,2 2 – 4 anos 1 0,05 Cor Parda 973 54,6 Branca 246 13,8 Preta 37 2,1 Amarela 19 1,1 Ignorado 507 28,5 Escolaridadeb 5 a 8 série incompleta 307 17,2 Ensino médio incompleto 6 10,9 Ensino superior completo 14 0,8

aTempo de diagnóstico da Sífilis Congênita, após nascimento.

bPrincipais níveis de escolaridade apresentados por gestantes diagnosticadas com Sífilis

Observou-se maior prevalência de SC naquelas crianças cuja a mãe não chegou a concluir o ensino-fundamental (22,6%). Neto (2019), demonstrou no seu estudo, no estado de Goiás, o mesmo o perfil da doença, ensino-fundamental incompleto (20,10%). Também é preocupante o alto número de casos de SC em que as informações a respeito da escolaridade foram ignoradas, o que demonstra que o preenchimento incompleto das fichas de notificação pode favorecer a geração de dados deficientes (Gráfico 2).

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 48715-48725 jul. 2020. ISSN 2525-8761 Gráfico 2: Casos confirmados de SC segundo escolaridade materna notificados de 2015 a 2018.

*SC: Sífilis Congênita.

O custo médio das internações por SC foi de 474,29 reais. Há ainda custos elevados de complexa mensuração associadas as complicações da confirmados de SC em recém-nascidos, morbimortalidade, infecções oportunistas, problemas neurológicos e motores, limitações do desenvolvimento infantil (BRASIL, 2006)

Os resultados obtidos expõem deficiências nas medidas de controle para a SC. E reforça a importância da captação precoce de gestantes para a assistência pré-natal, a oferta nas unidades de saúde de teste rápido para diagnóstico da doença, disponibilidade de preservativos e da penicilina benzatina para tratamento da SC.

Instituído em 2011 pela portaria nº 1.459 de 24 de junho o programa do Ministério da Saúde,

Rede Cegonha tem a finalidade de estruturar e organizar a atenção à saúde materno-infantil no país

(BRASIL, 2019). E tem adotado estratégias relevantes como a disponibilidade do acesso da população nas Unidades Básicas de Saúde aos testes rápidos, capacitações dos profissionais de Atenção Básica e alimentação dos sistemas de informação (BRASIL, 2019)

O crescimento do número de casos SC em Goiás, pode sugerir uma ampliação das ações de vigilância, além de apontar para um aumento real do número de casos advindos da expansão das infecções sexualmente transmissíveis (IST), crescimento este observado em todo território nacional. As dificuldades encontradas na interrupção da cadeia de transmissão de SC estão relacionadas ao crescimento de práticas sexuais desprotegidas e deficiências na cobertura da Rede Cegonha nas diversas realidades dos municípios brasileiros. (BRASIL, 2017)

A maior ocorrência da sífilis adquirida nos estados brasileiros, nos últimos anos, sugere um crescimento de práticas sexuais desprotegidas, impactando no crescimento dos casos de SG e

698 9 403 142 280 196 18 14 22 1

SC SEGUNDO ESCOLARIDADE*

Ign/Branco Analfabeto

Ensino fundamental incompleto Ensino fundamental completo

Ensino médio incompleto Ensino médio completo

Educação superior incompleta Educação superior incompleta

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repercutindo na dificuldade de interrupção da cadeia de transmissão da sífilis, principalmente pela reinfecção da gestante via parcerias sexuais não tratadas. (BRASIL, 2015).

4 CONCLUSÃO

A manifestação precoce da confirmados de SC, é descrita pela presença de baixo peso, prematuridade, lesões cutâneas e problemas respiratórios. A confirmados de SC é uma é doença infectocontagiosa de impacto na saúde pública, o que determina a importância de estudos epidemiológicos. Os resultados obtidos demonstram haver deficiências nas medidas para controle efetivo da confirmados de SC.

Logo, o reforço da prevenção, a captação precoce de gestantes para a assistência pré-natal, a oferta de testes rápidos para diagnóstico e a disponibilidade da penicilina benzatina são estratégias que se bem aplicadas as unidades da atenção básica são relevantes para queda em taxas de transmissão vertical, dos custos de internação e desfechos negativos. Conclui-se, sobre a importância da reciclagem continuada das equipes e programas de saúde, para adoção de medidas efetivas na prevenção e controle da confirmados de SC.

REFERÊNCIAS

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Gráfico 1: Casos confirmados por Ano Diagnóstico segundo Município de notificação

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