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CL 71.366 1-(3-dimetilaminopropil)-4-(p. metoxifenil) dihidrocloridrato de piperazina no tratamento da doença de Chagas

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Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0037-86821975000500006&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 21 nov. 2017.

REFERÊNCIA

MACÊDO, Vanize et al. CL 71.366 1-(3-dimetilaminopropil)-4-(p. metoxifenil) dihidrocloridrato

de piperazina no tratamento da doença de Chagas. Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical, Uberaba, v. 9, n. 5, p. 263-266, out. 1975. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037-86821975000500006&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 21 nov. 2017. doi:

http://dx.doi.org/10.1590/S0037-86821975000500006.

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CL 71.366 1 -(3-DIMETILAMINOPROPIL) -4-(P.MET0XIFENIL) DIHIDRO

CLORIDRATO DE PIPERAZINA NO TRATAMENTO DA DOENÇA DE

CHAGAS.

Vanize Macêdo *, Aluizio Prata*, Iracema Santos** e Stella C osta***

Os autores trataram 13 indivíduos com a doença de Chagas, 4 na fase aguda e 9 na fase crônica, form a indeterm inada, com o CL 71.366 do Laboratório Le- derle, usando diferentes esquemas terapêuticos nos dois grupos.

Embora a droga fosse relativam ente bem suportada pela maioria dos indi­ víduos, todos os chagásicos, após o tratam ento, continuavam com parasitemia dem onstrável pelos xenodiagnósticos, apesar do controle de cura não ter sido rigoroso. Concluem os autores pela ineficácia do m edicam ento no tratam ento da doença de Chagas, nos esquemas utilizados.

A im portância da doença de Chagas justifica a continuação de ensaios clínicos com novas drogas, n a ten tativ a d a cura parasitológica. Com esta finalidade usamos o CL 71 366, tam bém cham ado composto anti-Chagas, do laboratório Lederle, no trata m e n to de um grupo de indivíduos com a doença de Chagas. Trata-se do composto 1(3 dim etilam inopropil)-4 (p.metoxifenil) di- hidrocloridrato de piperazina que m ostrou atividade terapêutica con tra as form as in ­ tracelulares do Trypanosoma cruzi, “in vi- tro ” e em várias espécies de anim al. Os estudos sobre absorção, toxicidade e outros efeitos clínicos e m etabólicos em voluntá­

rios m ostraram que a droga é relativam en­ te bem tolerada e p ortanto podia ser usada

em investigação clínica. MATERIAL E METÓDOS

Foram selecionados p ara o trata m e n to 13 indivíduos com a doença de Chagas,

sendo quatro da fase aguda e nove da fase crônica, form a indeterm inada. Todos ti­ nham T. cruzi no sangue periférico, de­ m onstrado ou pelo exame direto ou pelo xenodiagnóstico. A reação de Machado Guerreiro foi positiva em um e negativa em três doentes da fase aguda e positiva em seis, negativa em dois e não realizada em um paciente da fase crônica.

As idades dos indivíduos n a fass aguda eram respectivam ente 5, 18, 29 e 43 anos; três eram do sexo feminino e um do sexo m asculino e pesavam respectivam ente 18, 50, 51 e 62 quilos. Na fase crônica, as ida­ des variaram de 10 a 19 anos, sendo cinco do sexo feminino e quatro do sexo m as­ culino (Tabela 1). Todos os chagásicos perm aneceram internados durante o pe­ ríodo de uso da medicação, exceto um que fo ra acom panhado em am bulatório e que abandonou o tratam en to .

Cada indivíduo, antes de iniciar a m e­ dicação, submeteu-se a exame clínico

com-* U niversidade de B rasíli?. ** F u n d a ç ão G onçalo Moniz, B ahia. *** H ospital S a n ta Izabel (B ah ia).

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pleto, inclusive neurológico e oftalmológi- co. Foram realizados os seguintes exames: leucograma, dosagem de hemoglobina e de­ term inação do hem atócrito e da velocida­ de de sedim entação das hemácias, teste de Hanger, reação de floculação do timol, do­ sagem de uréia, determ inação da glicemia, das transam inases e exame de urina, re a­ ção de Guerreiro Machado, radiografia do tórax, tem po de esvaziam ento do esôfago e eletrocardiogram a.

Em nenhum paciente havia aum ento da área cardíaca ou alteração no tem po de esvaziamento do esôfago. Na fase aguda o eletrocardiogram a m ostrou taquicardia si- nusal em três doentes e bloqueio completo do ram o direito em um. Na fase crônica, dos oito pacientes que fizeram eletrocardio- gram as não h av ia alterações dos tra ç a ­ dos, exceto distúrbio d a repolarização ven- tricular em um deles. E sta avaliação clí­ nica e laboratorial foi repetida no curso do trata m e n to e no final do mesmo. Dia­ riam ente eram observadas as queixas clí­ nicas.

Foram instituídos esquemas tera p êu ti­ cos diversos p ara a fase aguda e p ara a fase crônica da doença de Chagas, todos com longa duração, como sugere B rener (2).

Na fase aguda, três pacientes usaram 5mg/ /k g /d ia em dose única, d u ran te 30 dias em dois doentes e d u ran te 60 dias em um p a­ ciente. Um doente tom ou 12m g/kg/dia di­ vididos em três doses diárias, no período de 82 dias. Na fase crônica, experim entaram - -se esquemas terapêuticos de 10-15mg/kg/ /dia, d u ran te 62 dias, exceto um que tomou a droga som ente em 35 dias (Tabela 1). A dosagem foi subdividida em três to m a­ das diárias.

O controle foi realizado atrav és de xe- nodiagnóstocos sem anais d u ran te o t r a ta ­ m ento e m ensais após o mesmo. Foram fei­ tos em m édia sete xenos por paciente, du­ ra n te um período de 10 meses. Cada xeno- diagnóstico foi realizado com dez n infas do 4.° estádio de Rhodnius prolixus sendo os triatom íneos exam inados aos 30 e 60 dias após a picada.

RESULTADOS

Os chagásicos n a fase aguda suporta­ ram bem a medicação exceto um, que apre­ sentou dores abdom inais e trem ores invo­ luntários no final do trata m e n to . Este in­ divíduo fez uso da droga por 82 dias. Os

TABELA 1 — Identificação dos pacientes e esquema do trata m e n to da fase crônica de doença de Chagas com o CL 71.366.

CASO IDADE SEXO PESO

(m g/kg) DOSE DIÁRIA (m g/kg) DURAÇÃO (dias) I 14 F 35 12 62 II 10 F 28 12 62 III 13 F 40 10 62 IV 15 F 42 15 62 V 14 F 37 10 62 VI 12 M 33 12 62 VII 16 M 53 15 62 VIII 16 M 51 15 62 IX 17 M 50 12 35

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Set.-Out., 1975

TABELA 2 — M anifestações tóxicas e efei­ tos colaterais do trata m e n to da fase crônica da doença de Chagas com CL 71.366. REAÇÕES COLATERAIS N.° pacientes % Insônia 9 100,0 Cefaléia 9 100,0 T onturas 9 100,0 Náuseas 8 88,8

Dores abdom inais 6 66,6

Vômitos 6 66,6

Anorexia 5 55,5

D iarréia 4 44,4

Tremores 3 33,3

P erda de Peso 1 11,1

exames com plem entares ou eram com patí­ veis com a fase da doença ou eram norm ais.

Na fase crônica, os efeitos colaterais fo­ ram : insônia, cefaléia e to n tu ras em todos os pacientes; náuseas, exceto em um, do­ res abdom inais e vômitos em dois terços e perda de pego, em um doente. (Tabela 2). Os vômitos foram queixas dos dois prim ei­ ros dias de m edicação cedendo com anti- -eméticos. Apenas um chagásico teve ne­ cessidade de sedação e hidratação. Neste caso a dose foi suspensa por dois dias e em seguida dim inuída de 12 p ara 10 mg até o 62.° dia. Nos demais, as doses foram dimi­ nuídas por dois dias e a seguir reto rn aram à dose inicial.

Os exames eletrocardiográficos feitos du­ ra n te o tra ta m e n to foram norm ais. Nos exames laboratoriais as anorm alidades ve­ rificadas foram : eosinofilia e granulações tóxicas nos neutrófilos em sete indivíduos voltando à norm alidade no final do tr a ta ­ m ento. O teste de H anger passou de + ou + + em quatro chagásicos e de + + + a + em um. O resultado do teste voltou ao nor­ m al no final do tratam en to . Os outros exa­ mes não revelaram anorm alidades.

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Todos os quatro chagásicos da fase agu­ da tin h am xenodiagnóstico positivo após o trata m e n to . Dos noves chagásicos da fase crônica, sete apresen taram xenodiagnósti- cos positivos no fin al do uso da droga. Três destes ap resen taram todos os xenodiagnós- ticos positivos d u ran te o tratam ento . Ape­ nas dois indivíduos ap resentaram todos os xenodiagnósticos controle negativos duran­ te o trata m e n to . Apenas dois indivíduos ap resentaram todos os xenodiagnósticos controle negativos d u ran te o seguimento (Tabela 3). Posteriorm ente, ambos os pa­ cientes vieram a apresentar, também, re­ sultados positivos no xenodiagnóstico. DISCUSSÃO

O “composto anti-O hagas”-CL 71.366 do laboratório Lederle, usado no tratam ento d a doença de Chagas, em bora relativam en­ te bem tolerado, m ostrou ser ineficaz n a cura parasitológica d a infecção. Na fase aguda pareceu-nos de ação supressiva, di­ m inuindo a parasitem ia n a fase inicial e atenuando a sintomatologia. Na fase crô­ nica som ente dois pacientes tiveram todos os xenodiagnósticos negativos após o tr a ­ tam ento, tornando-se positivos posterior-TABELA 3 — Resultados dos Xenodiagnós­ ticos após o trata m e n to com o CL 71.366 n a fase crônica da doença de Chagas. XENODIAGNÓSTICO CASO Positivo Negativo I 8 0 II 2 7 III 3 4 IV 3 4 V 8 0 VI 0 6 VII 0 7 VIII 2 6 IX 1 1

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mente. Tais resultados foram obtidos m es­ mo com núm ero de triatom íneos muito aquém dos usados nos critérios de cura ul­ tim am ente aceitos como bons.

Vale a penas relem brar que Andrade e cols d) m ostraram , experim entalm ente, que o CL 71.366 tem ação supressiva em doses

altas m as n ã o ' apresentou n enhum a ação sobre os am astigotos intracelulares.

Em resumo, o CL 71.366 não produz a cura parasitológica da doença de Chagas, nos esquemas que usamos. Tudo indica que se tr a t a de m ais um a droga ineficiente no trata m e n to da parasitose.

SUMMARY

The authors treated 13 individuais w ith Chagas disease, 4 in th e acute phase and 9 in the indeterm inate form of th e chronic phase w ith a compound C'L 71.366 of Lederle Laboratory. D ifferent dosage schemes for th e two groups were used.

While th e drug was relatively well tolerated by th e m ajority o f individuais all the chagasic patients after trea tm en t continued w ith parasitaemia demon- strable by xenodiagnosis, although th e control of cure was n o t th e best. I t is concluded th a t this drug is ineffective in th e trea tm en t of Chagas disease in the dosages utilised.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ANRADE, S., FIGUEIRA, MRC. & CAR­

VALHO, N. L. — T ratam en to da doen­ ça de Chagas experim ental (Estudos com a droga CL 71.366) Rev. Inst.

Med. trop. S. Paula. 14: 135-145, 1972.

2. BRENER, Z. — Atividade terapêutica

de 5-nitre-2-furaldin-sem icarbazom a (ni- trofurazona) em esquemas de duração prolongada n a infecção experim ental de cam undongo pelo Trypanosoma cru­

zi. Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo. 3:

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TABELA  1  —  Identificação  dos  pacientes  e  esquema  do  trata m e n to   da  fase  crônica  de  doença  de  Chagas  com  o  CL  71.366.
TABELA  2  —  M anifestações  tóxicas  e  efei­

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