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Como as fake news prejudicam a população em tempos de Pandemia Covid-19?: Revisão narrativa / How do fake news harm the population in times of Covid-19 Pandemic?: Narrative review

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 54352-54363 aug. 2020. ISSN 2525-8761

Como as fake news prejudicam a população em tempos de Pandemia

Covid-19?: Revisão narrativa

How do fake news harm the population in times of Covid-19 Pandemic?:

Narrative review

DOI:10.34117/bjdv6n8-013

Recebimento dos originais: 08/07/2020 Aceitação para publicação: 05/08/2020

Alanny de Almeida

Discente do Curso de Enfermagem

Instituição: Centro Universitário de Juazeiro do Norte – UniJuazeiro

Endereço: Rua São Francisco, 1224 - São Miguel, Juazeiro do Norte - CE, 63010-475 E-mail: alannydealmeida@hotmail.com

Amanda de Almeida Discente do curso de Enfermagem

Instituição: Centro Universitário de Juazeiro do Norte – UniJuazeiro

Endereço: Rua São Francisco, 1224 - São Miguel, Juazeiro do Norte - CE, 63010-475 E-mail: amandaalmeida000@outlook.com

Maria Paloma Lima Sousa Discente do curso de Enfermagem

Instituição: Centro Universitário de Juazeiro do Norte – UniJuazeiro

Endereço: Rua São Francisco, 1224 - São Miguel, Juazeiro do Norte - CE, 63010-475 E-mail: paloma.lima2017@outlook.com

Maria Patrícia Vitorino de Sousa Discente do curso de Enfermagem

Instituição: Centro Universitário de Juazeiro do Norte – UniJuazeiro

Endereço: Rua São Francisco, 1224 - São Miguel, Juazeiro do Norte - CE, 63010-475 E-mail: mpatriciavitorinosousa@outlook.com

Ludmila Cavalcante Liberato Discente do Curso de Enfermagem

Instituição: Centro Universitário de Juazeiro do Norte – UniJuazeiro

Endereço: Rua São Francisco, 1224 - São Miguel, Juazeiro do Norte - CE, 63010-475 E-mail: ludmilaliberatto@gmail.com

Cicero Rafael Lopes da Silva

Especialista em Enfermagem Dermatológica. Docente do curso de Bacharelado em Enfermagem. Instituição: Centro Universitário de Juazeiro do Norte – UniJuazeiro

Endereço: Rua São Francisco, 1224 - São Miguel, Juazeiro do Norte - CE, 63010-475 E-mail: rafael.lopes@fjn.edu.br

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 54352-54363 aug. 2020. ISSN 2525-8761 José Adelmo da Silva Filho

Mestrando em Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem Instituição: Universidade Regional do Cariri

Endereço: Rua Coronel Antônio Luíz, 1161- Pimenta, Crato - CE, 63105-010 E-mail: adelmof12@gmail.com

Antônio Germane Alves Pinto

Doutor em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual do Ceará. Professor Adjunto K do Departamento de Enfermagem

Instituição: Universidade Regional do Cariri

Endereço: Rua Coronel Antônio Luíz, 1161- Pimenta, Crato - CE, 63105-010 E-mail: germanepinto@hotmail.com

RESUMO

Atrelada à concentração mundial de contenção aos avanços da COVID-19, causada pelo SARS-COV-2, órgãos de saúde em consonância com a imprensa mundial, buscam estratégias para conscientização da população quanto aos agravos da pandemia, com o intuito de traçar melhores estratégias de controle da infodemia e consequentemente prolongamento da desinformação advinda da dificuldade de identificação de fontes idôneas e orientações confiáveis. Objetiva-se apresentar os impactos das fake news para população diante da pandemia do novo coronavírus. Trata-se de uma revisão narrativa, realizada nas plataformas de pesquisa: LILACS, SciELO, MEDLINE e Google Acadêmico. Foram usados os descritores coronavírus, desinformação e pandemias com o operador booleano AND. Foram inclusos estudos disponíveis na íntegra, entre os anos 2019 e 2020 em português, inglês e espanhol, sendo excluídos estudos repetidos e inconclusivos. A busca gerou um total de 476 artigos, que após a aplicação dos critérios, 10 destes vieram a compor esta revisão. No cenário atual, inúmeras informações foram publicadas em redes sociais e consumidas pela população, sendo a maioria dessas de caráter inverídico. Com isso, o compartilhamento de fake news associado à infodemia dificulta a identificação de fontes fidedignas, sobrecarrega emocionalmente as pessoas. A partir do exposto, pode-se perceber que as fake news apresentam papel de desserviço à sociedade, e elimina-las seria imprescindível para manter o bem-estar da população.

Palavras-chave: Coronavírus, Pandemia, Informação. ABSTRACT

Linked to the worldwide concentration of containment to the advances of COVID-19, caused by SARS-COV-2, health agencies in line with the world press, they seek strategies to make the population aware of the aggravations of the pandemic, in order to outline better strategies control of infodemia and consequently prolonged disinformation arising from the difficulty of identifying suitable sources and reliable guidance. The objective is to present the impacts of fake news to the population in the face of the pandemic of the new coronavirus. This is an narrative review, carried out on the databases: LILACS, SCIELO, MEDLINE and Google Scholar. Coronavirus, disinformation, Fake News and pandemics were used with the Boolean operator AND. Studies available in full between the years 2019 and 2020 in Portuguese, English and Spanish were included, excluding repeated and inconclusive studies. The search generated a total of 476 articles, which after applying the criteria, 10 of these came to compose this review. In the current scenario, a lot of information has been published on social networks and consumed by the population, most of which are untrue. As a result, the sharing of fake news associated with infodemia makes it difficult to

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identify reliable sources, emotionally burdens people. From the above, it can be seen that the fake news play a disservice role to society, and eliminating them would be essential to maintain the population's well-being.

Keywords: Coronavirus, Pandemic, Information. 1 INTRODUÇÃO

Os coronavírus sazonais geralmente estão associados a síndromes gripais. Nas últimas décadas, dois deles foram responsáveis por epidemias virulentas de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Em 2003 e 2012, na China e na Arábia Saudita, respectivamente, apresentaram importantes síndromes com alta letalidade. O recente surto do novo coronavírus (SARS-CoV-2), detectado inicialmente na China em dezembro de 2019, gerou uma pandemia mundial, causa aos infectados a doença denominada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de COVID-19 (LANA, et al., 2020).

No dia 11 de março de 2020 a OMS declarou a epidemia causada pela COVID-19, uma pandemia. O primeiro caso de COVID-19 foi confirmado no dia 26 de fevereiro de 2020, onde a inserção da doença no país se deu por meio de casos importados, com isso, o Ministério da Saúde (MS) em consonância com vários setores governamentais atuaram através da elaboração de um plano de contingência, com ênfase na busca ativa e isolamento de casos e contatos (OLIVEIRA, et al., 2020).

Vários aspectos podem influenciar na velocidade de implementação das ações destinadas ao controle de doenças, onde podemos destacar as práticas locais de saúde, campanhas de informação, o comportamento da sociedade e o sistema de crenças. Vale ressaltar que a transmissão da COVID-19 se dá por meio do contato direto de pessoa a pessoa ou por gotículas expelidas pela fala, tosse ou espirro de um indivíduo infectado. Logo, as medidas de enfrentamento da doença são preconizadas em higienização das mãos, ambiente e de objetos/superfícies com frequência, evitar apertos de mão, abraços e beijos (LIMA, et al., 2020).

De acordo com a OMS, as respostas apresentadas em decorrência do surto de COVID-19 foram acompanhadas por um alto índice de infodemia, ou seja, uma enorme quantidade de informações, em sua maioria falsas, as quais causam uma maior dificuldade para identificar fontes idôneas e confiáveis (ZAROCOSTAS, 2020). As informações falsas, também chamadas de fake news, se propagam principalmente por meio das redes sociais. São informações compostas por textos afirmativos, onde o leitor não averigua a veracidade da mensagem e muitas vezes compartilha com outras pessoas, disseminando a notícia falsa (SOUSA JÚNIOR, et al., 2020).

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Ao observar o cenário brasileiro diante da pandemia e reconhecendo as vulnerabilidades populacionais, é possível entender que a COVID-19 pode acometer qualquer tipo de pessoa e em qualquer classe social, desenvolvendo-se de forma indiscriminada. As fake news ocorrem em paralelo e consequentemente resulta em impactos na saúde pública, devido à transmissão de desinformação associada ao medo, o que interfere nas ações dos órgãos envolvidos no controle do vírus (NETO, et al., 2020).

Em suma, destaca-se que a pandemia da COVID-19, pode ocasionar impactos variados, e seus efeitos vêm atingindo de forma direta e indireta os diversos aspectos populacionais como: sociais, econômicos, escolares, psicológicos. Com isso, percebeu-se que o processo de infodemia atrapalha diretamente na comunicação entre a ciência e a população, levando ao seguinte questionamento: Diante a infodemia, quais os impactos das fake news no processo de informação da sociedade?

Neste sentido, o presente trabalho objetivou analisar as evidências sobre os impactos das fake news para população diante da pandemia do novo coronavírus.

2 MÉTODO

Trata-se de uma revisão narrativa de literatura, que possui um caráter amplo e descreve o desenvolvimento de determinado assunto. É considerada a revisão tradicional ou exploratória, os artigos permitem ao leitor adquirir e atualizar conhecimentos obre temáticas específicas em curto espaço de tempo (FERENHOF, FERNANDES, 2016)

A busca dos artigos foi realizada nas seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) e Google Acadêmico. Foram utilizados como critérios de inclusão: artigos publicados na íntegra de forma gratuita, disponíveis em português, inglês e/ou espanhol, publicados entre os anos 2019 e 2020, sendo exclusos estudos repetidos, inconclusivos, relato de experiências, estudos reflexivos, revisão de literatura e artigos não pertinentes à temática.

A preparação desta pesquisa originou-se com a consulta aos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e no Medical Subject Headings (MeSH). Foram, portanto, utilizados os seguintes descritores em português e inglês, respectivamente: “Coronavírus” / “Coronavírus”, “Desinformação” / “Misinformation” e/ou “Pandemias” / “Pandemics”. Sendo utilizado também o operador booleano AND para cruzamento dos termos.

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Na primeira junção foram encontrados 476 artigos, referindo-se a 86 na MEDLINE, 61 na LILACS, 200 na SciELO e 129 no Google Acadêmico. Na segunda junção após a escolha dos filtros artigos entre os anos 2019 e 2020, no idioma português, inglês e espanhol, nas temáticas Ciências da Saúde e Humanas totalizaram 68 artigos para análise e seleção final, desses apenas 32 estavam disponíveis, 07 não eram originais, 04 eram repetidos e 09 não contemplavam o objetivo do estudo, restando 10 artigos para compor o estudo.

Para maior compreensão da estratégia de busca foi construído um fluxograma (FIGURA 1) que ilustra como se sucedeu a escolha dos estudos que compuseram a amostra desta revisão integrativa.

Figura 1: Processo de seleção e inclusão dos artigos. 3 RESULTADOS

Os artigos incluídos nesta revisão foram publicados na língua portuguesa, inglesa e/ou espanhol entre os anos 2019 e 2020. Os estudos foram publicados nos periódicos: Lancet Respir Med, Pharmaceutical interventions (NPIs), Revista Mídia e Cotidiano, Cadernos de Prospecção, Ahead of Print, ResearchGate, ResearchGate, UninCor, Associated with the COVID-19, The Lancet e International Sociology.

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ARTIGO AUTOR / ANO OBJETIVO AMOSTRA PERIÓDICO

01 HUANG et al., 2019. Avaliar os aspectos comportamentais e as crenças da população cearense frente à pandemia de COVID-19. 2.259 participantes entre o gênero feminino e masculino para se perceber o risco de contaminação com a não realização da quarentena.

Lancet Respir Med.

02 PEERI,et al., 2020. Sistematizar conhecimentos sobre implicações na saúde mental e intervenções psicológicas diante da pandemia do novo coronavírus. Composta por 740 participantes, envolvendo enfermeiros e população geral. Pharmaceutical interventions (NPIs).

03 NETO, et al., 2020. Discutir as Fake News no cenário brasileiro de COVID-19.

Foram identificados 70 registros de compartilhamento de Fake News sobre o COVID19.

Revista Mídia e Cotidiano.

04 SOUSA JÚNIOR, et

al., 2020. O interesse da população brasileira por informações acerca do tema e analisar a propagação de Fake News.

Um grupo de pessoas com pneumonia, sem causas conhecidas.

Cadernos de Prospecção.

05 MATOS,2020. Avaliar as fake News sobre o coronavírus divulgadas no programa “Saúde sem fake News” do Ministério da Saúde e traçar o perfil dessas notícias.

Foram obtidas 79 notícias falsas divulgadas na página “Saúde sem fake News” do Ministério da Saúde entre os meses de Janeiro e Abril de 2020. Ahead of Print. 06 SANTOS, et al.,

2020. Reunir e apresentar alguns pontos relevantes que podem colaborar para responder a seguinte pergunta: “Qual o papel da Divulgação

Científica nos tempos de pandemia causada pela Covid-19? Coletado documentos a partir de buscas em sites de revistas na área de ensino e educação e através da plataforma google scholar, com o objetivo de delimitar as produções acerca da Divulgação Científica e sobre a disseminação de notícias falsas no âmbito nacional e internacional. ResearchGate.

07 SOUZA, 2020. Compreender como as fake news, que nos chega em mãos por meio dos ambientes midiáticos digitais produzem sentido. Coletadas 23 notícias falsas publicadas no site do Ministério da Saúde, dedicada a identificar o tipo de notícia que circulam no ambiente midiático.

UninCor.

08 ZHANG, 2020. Avaliar a qualidade e a legibilidade das informações on-line sobre a doença de coronavírus (COVID-19), um tópico de tendência na internet.

110 sites obtidos com informações

relacionadas ao COVID-19.

Associated with the COVID-19.

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09 ZARACOSTAS,

2020. Oferecer a todos acessos a recomendações e informações atuais, precisas, fáceis de entender e provenientes de fontes confiáveis. 1375 participantes de

um webinário. The Lancet.

10 PATEL, 2020. Lançar uma nova luz sobre o tipo de tweets que circularam no Twitter em torno do surto de COVID-19 por dois dias, a fim de analisar como as informações falsas e verdadeiras foram compartilhadas. Foram selecionados 1000 tweets publicados em 6 e 7 de fevereiro de 2020 em todos os idiomas disponíveis para analisar como são disseminadas as informações falsas e verdadeiras.

International Sociology

Observa-se que muitas informações e notícias foram postadas nas mídias sociais, como sites, jornais, televisão e rádio, o que conduziu a diversos compartilhamentos, criando uma rede com conteúdo e pseudo-informações, conhecidas como Fake News. Em tempos de avanços tecnológicos, estas notícias falsas são veiculadas nas redes, de forma muito rápida e multiplicada entre a população, que, em linguagem metafórica, pode-se entender como um vírus que contamina a comunicação e promove ações e comportamentos contrários às orientações das autoridades técnicas no campo da saúde.

Apesar de não ser um assunto novo, o novo coronavírus associado às fake News pode resultar em impactos negativos diante de todo o cenário populacional, como pode ser observado a seguir:

Quadro 2 – Impactos das fake News IMPACTOS DAS FAKE NEWS

01 As Fake News, direta e/ou indiretamente, influenciam na credibilidade do Sistema Único de Saúde (SUS).

02 A desinformação pode prejudicar a saúde humana. Muitas histórias falsas ou enganosas são inventadas e compartilhadas sem que se verifique a fonte nem a qualidade.

03 A desinformação pode circular e ser absorvida muito rapidamente, mudando o comportamento das pessoas e possivelmente levando-as a correr riscos maiores de sofrimentos psicológicos.

04 As mensagens falsas relacionadas ao novo Coronavírus estão espalhando desinformação e medo, o que acaba atrapalhando o trabalho dos órgãos envolvidos na contenção desse novo vírus.

05 Caracterizada como informação de baixo cunho racional, as fake News ocorrem muitas vezes de forma desfreada. É estruturada em formato jornalístico e o compartilhamento virtual em massa se transforma em um contexto de propagação da desinformação que vem se tornando um problema de saúde pública.

06 Fake News circulam diariamente contribuindo para a desinformação que leva ao descuido, fazendo mal à saúde da população quanto a doença em si.

07 O compartilhamento das notícias como verdadeiras ocasionam um cenário de incertezas. Diante disso, é difícil saber em quem ou o que confiar.

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08 Medo e pânico associados à epidemia à medida que circulavam notícias falsas, o suprimento de máscaras se tornava inadequado e as prateleiras dos supermercados eram esvaziadas.

09 A população acaba seguindo receitas indevidas proposta por Fake News para ter ou não pegar COVID-19.

10 O aumento de informações falsas está promovendo a negação de evidências científicas e pode potencialmente ser uma ameaça para a democracia e para os cidadãos, pois a disseminação de tal conteúdo foi demonstrada para promover o cinismo, apatia e extremismo, possivelmente decisões enganosas que afetam as políticas públicas e a vida das pessoas.

Analisando o quadro 2, é possível identificar que a propagação de notícias falsas em relação ao Sistema Único de Saúde (SUS) e o Ministério da Saúde (MS), pode causar incompreensões acerca das ações diretivas e consequentemente impactar diretamente no futuro da população. 4 DISCUSSÃO

No que se refere ao novo Coronavírus, à velocidade de transmissão das Fake News tem crescido a cada dia nas redes, podendo considerar essa velocidade maior que a disseminação do próprio vírus. Como umas das grandes impulsionadoras dessas notícias falsas, podemos citar as mídias sociais, o que contribui para a disseminação excessiva de falseamentos. (SOUSA JÚNIOR, et al., 2020).

A infodemia pode ser considerada umas das consequências do impulsionamento da interação social no ciberespaço decorrente do isolamento. Uma de suas características é a divulgação e compartilhamento de informações que afeta diretamente no combate a pandemia, entre elas a tentativa desenfreada por medicamentos e alimentos que teoricamente são capazes de curar ou prevenir a COVID-19. Além da não existência de produtos capazes de curar ou prevenir, a infodemia eleva o risco de contaminação entre as pessoas, ao impulsionar que as mesmas procurem pela cura ou proteção (MEDEIROS, ROCHA, GOLDONI, 2020).

Diante da rápida disseminação do novo coronavírus por todo o mundo, surgem as hesitações de como controlar a doença e incertezas do tempo de duração e suas complicações, destacando-se como fatores de risco à saúde mental da população. Nessas circunstancias, o surgimento de mitos e informações equivocadas sobre a infecção e as medidas de prevenção dificultam a compreensão de orientações das autoridades sanitárias pela população geral (SCHMIDT, et al., 2020).

Para que sejam evitadas respostas inadequadas e o medo da população, torna-se necessário que os governos ampliem estratégias para ensinar a população averiguar a qualidade das informações que leem, principalmente em caso de informações em saúde. Conforme o avanço da

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pandemia foi criado sites pelo Ministério da Saúde para noticiar a população brasileira sobre o status do coronavírus (BATISTA JUNIOR, et al., 2020; BALTAZAR, et al., 2020).

Todos os dias, aumentam os números de usuários que procuram na internet seu diagnóstico e tratamento, tornando assim a internet, uma ferramenta de dois lados para o setor da saúde. Para controlar a disseminação de notícias falsas ou enganosas, as agências governamentais devem cogitar o uso de um mecanismo regulador, uma vez que informações falsas sobre a saúde podem causar danos sociais irreparáveis (BALTAZAR, et al., 2020).

Cabe destacar que, embora outros fatores auxiliem para o desenvolvimento de condutas inadequadas, é de fundamental importância refletir sobre aqueles que não possuem acesso à saúde de forma igualitária, equânime e integral, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse sentido, a disseminação de informações falsas desorienta a população na medida em que são compartilhadas, pondo em risco as intervenções diretivas (NETO, et al., 2020).

Dentre os estudos, devido as implicações do novo coronavírus no âmbito da saúde mental, podemos destacar o de Wang et al. (2020) realizado com a população geral da China, incluindo 1.210 participantes. Através do estudo pode identificar a presença de sintomas de estresse, ansiedade e depressão. Cerca de 72% dos participantes relataram medo de que seus familiares adquirissem o vírus, vários fatores como: ser mulher, estudar, trabalhar, apresentar sintomas prévios da COVID-19 foram associados a elevados níveis de comprometimento mental. No entanto, os participantes que receberam informações fidedignas sobre a doença, prevenção, transmissão e tratamento apresentaram menor comprometimento mental.

Como os gastos decorrentes dos transtornos mentais são elevados, a evolução de estratégias para o tratamento da saúde mental populacional pode resultar em benefícios tanto para o âmbito da saúde física como para o setor financeiro. Apesar do medo da morte, a pandemia do COVID-19 promove consequências em outras esferas: convívio familiar, alterações nas rotinas de trabalho, fechamento de escolas, empresas e ambientes públicos, isolamento social ocasionando o desenvolvimento de sentimentos negativos, além de ampliar as inseguranças devido os impactos econômicos e sociais (ORNELL, et al., 2020).

Nesse contexto, podemos perceber que o uso das redes sociais atua como suporte para a população, o que requer dos órgãos governamentais a disponibilidade de informações de saúde atualizadas, quanto o cenário pandêmico vivenciado. Onde manter a transparência no que diz respeito ao fluxo dos serviços, índice de pessoas infectadas, casos recuperados e o número de mortes têm apresentado resultado positivo quanto à redução dos transtornos mentais e menor incerteza sobre a pandemia.

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Concomitante aos impactos causados pela exposição midiática que a pandemia do novo coronavírus tem causado para a população por meio das fake news, surge à necessidade da associação dos os órgãos governamentais com os diversos meios de comunicação desenvolverem melhores estratégias para combater a disseminação desenfreada de conteúdos duvidosos, além de manter a população informada de forma segura, frente à implementação de ações de controle a propagação do vírus.

Para isso, é de fundamental importância que o receptor das informações certifique sua fonte, observe os discursos das autoridades governamentais, e se possível, verifique o site oficial do Ministério da Saúde, se há algum conteúdo que equivalha com as notícias recebidas. Entretanto, com o desenvolvimento da produção intelectual acerca da pandemia de COVID-19, espera-se que essa discussão possa contribuir com o desenvolvimento de outras pesquisas nessa área, já que as fake news não param diante do cenário de saúde vivenciado mundialmente.

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Figura 1: Processo de seleção e inclusão dos artigos.

Referências

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