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As mulheres inventadas do ficcionista Pedro Wayne

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Academic year: 2022

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As mulheres inventadas do ficcionista Pedro Wayne

Cristina Maria ROSA1

Resumo: O texto trata das personagens mulheres que foram criadas por Pedro Wayne, poeta e ficcionista gaúcho que viveu ente 1904 e 1951. A escolha, entre tantos aspectos a serem abordados em sua biografia, se deu pela qualidade, diversidade e intensidade dessas figuras literárias, forjadas em um tempo em que as mulheres estavam sendo “inventadas”. Recorte de uma pesquisa maior cujo resultado foi a escrita de uma biografia de Wayne, as fontes, orais e documentais, possibilitam afirmar a posição inquestionável de Wayne na literatura do Rio Grande do Sul.

Palavras chave: Mulheres, Ficcionista Gaúcho, Memória.

Riassunto

L’articolo riguarda i personaggi femminili creati da Pedro Wayne, poeta e romanziere “gaucho”, vissuto tra il 1904 ed il 1951. La scelta fra i tanti aspetti da trattare nella sua biografia, è dovuta alla qualità, diversità e intensità di questi personaggi letterari, creati nel momento in cui le donne sono state

“inventate”. Parte di una ricerca più ampia il cui risultato è stato la scrittura di una biografia di Wayne, le fonti, orali e documentali, permettono di affermare la posizione indiscutibile di Wayne nella letteratura del Rio Grande del Sud.

Parole Chiave: Donne, Romanziere Gaucho, Memoria.

Apresentação

Pedro Wayne tem uma “posição inquestionável na literatura do Rio Grande do Sul e na trajetória do romance brasileiro” segundo Zilberman (2009). Sua produção, no entanto, estendeu-se para além de Xarqueada, publicado em 1937, considerado “um dos mais importantes romances brasileiros da década de 1930, do século XX”. Wayne foi, “igual e plenamente poeta e ficcionista” o que se pode conhecer ao ler Versos Meninósos e a Lua, seu primeiro livro de poemas, e, claro, o restante de sua obra.

O artigo trata das personagens mulheres que Wayne, ficcionista gaúcho que viveu ente 1904 e 1951, imortalizou em seus romances. A escolha, entre tantos aspectos a serem abordados, foi pela invenção de protagonistas mulheres, inexistentes no cenário da ficção gaúcha à época.

1Doutora em Educação, professora na Faculdade de Educação da UFPel.

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88 Para biografar Wayne parti do desejo de “prolongar o original” que já não é mais possível senão através dos que herdaram seu nome, sua história, seus feitos.

Assim, recorri à memória – faculdade épica por excelência (BOSI, 1994, p. 90) – dos que o conheceram e partilharam seus dias e noites. Como Bérgson (1999), acredito que o passado que remontamos é “escorregadio, sempre a ponto de nos escapar, como se essa memória regressiva fosse contrariada pela outra memória, mais natural, cujo movimento para diante nos leva a agir e a viver” (BÉRGSON, 1999, p.90).

Ao conhecer o legado de Wayne, cerquei-me de persone fidabili: familiares e amigos que rememoraram, ora com dor, quase sempre com bom humor, os hábitos, modos, costumes, jeitos, pensamentos e atitudes de Pedro, em família, no trabalho, no bar, na política, na escritura. E busquei também, em suas publicações e na fortuna crítica, ampliar meu olhar a respeito do ficcionista, ele também um personagem.

Assim, pude memorizar: “refazer, reconstruir, repensar, com imagens e idéias de hoje, as experiências do passado” (BOSI, 1994, p.55).

O ficcionista Pedro Wayne

Pedro Rubens de Freitas Wayne foi um homem doce e fraterno e, ao mesmo tempo, de temperamento instável, explosivo, com reações inesperadas segundo seu filho Ernesto, no prefácio da segunda edição de “Xarqueada” (1982).

Em 1934, então com 30 anos, Pedro publicou com os amigos intelectuais Fernando Borba, Paulo Thompson Flores e Pelayo Peres, um jornal que foi porta-voz da estética modernista em Bagé cujo nome foi “ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVXYZ”. Uma amostra de sua verve se encontra na publicação do terceiro número do jornal, no qual comunica aos leitores sua despedida “(...) forçado pela estúpida falta de compreensão daqueles que o apedrejam, em nome de uma falsa moral (...)”. A indignação pode ter sido um reflexo do Manifesto Antropofágico e do movimento de Arte Modernista que se espalhava pelo Brasil, convocando os intelectuais a se insurgirem contra um país catequizado, retrógrado e orientado pelos moldes europeus. No manifesto escrito em 1928, Oswald de Andrade vociferou contra “a realidade social, vestida e opressora, cadastrada por Freud – a realidade sem complexos, sem loucura, sem prostituições e sem penitenciárias do matriarcado de Pindorama” (ANDRADE, 1928).

O escritor que nasceu em 1904, no dia 26 de fevereiro em Salvador e veio para Pelotas três anos depois, surpreende pela precocidade, em parte explicada pela sua origem e herança cultural; de outra parte, pela profunda relação estabelecida com a

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89 leitura, fonte preponderante de conhecimento à época. Tendo publicizado seu primeiro poema com apenas dezesseis anos, a obra editada de Wayne não é extensa: uma conferência, três livros de poemas, dois romances, um livro de contos e uma peça de teatro. No entanto, é de qualidade ímpar.

Seus dois primeiros livros de poema – Versos Meninósos e a Lua e Dina – foram publicados em 1931 e 1935, respectivamente. Xarqueada, sua estréia no romance, é de 1937 e seu segundo e último romance, Almas Penadas, veio a público em 1942. Há também um manifesto político-cultural – À Absoluta Animadora – declamada na Biblioteca Pública em uma noite fria da Bagé no ano de 1943. O derradeiro livro de poemas – Tropel de Aflições – foi editado em 1947, em homenagem à filha Dolores, precocemente falecida. Artigos, opiniões e contos espalhados por jornais e revistas além de inéditos organizados pelo autor ainda não inventariados completam seu espólio.

Um escritor sobrevive pela obra publicada em vida e, em alguns casos, por escritos que deixa. Com Wayne não foi diferente. Postumamente publicou-se uma seleção de seus contos (Lagoa da Música, 1955), o conto Bagé, na antologia Bagé: A Cidade Sonho (TABORDA, 1958) e o conto Rio Negro que integrou Lagoa do Candal (CORREA, 1977). Além disso, Panorama Poético de Pedro Wayne, de Clóvis Assumpção (1975) é uma publicação respeitada por apresentar poemas inéditos.

A fortuna crítica de Pedro Wayne pode ser conhecida em Uma viagem pela Literatura do Rio Grande do Sul, de Manoelito de Ornellas (1948), Figuras e Ciclos da História rio-grandense, de Carlos Dante de Moraes (1959), A Literatura no Rio Grande do Sul, de Regina Zilberman (1980) e Pedro Wayne, de Ernesto Wayne (1989). Os autores se referem a sua ficção como resultado de “uma geração preparada para a grande renovação” (ORNELLAS, 1948, p. 14), ”obra de expressão rio-grandense”

(MORAES, 1959, p. 179); “novela de expressão rio-grandense” (ZILBERMAN, 1992, p. 8) e “poeta e romancista empolgado pela arrancada modernista” (WAYNE, 1989). Pode-se afirmar que, assim como sua obra não foi totalmente inventariada, Pedro Wayne não está suficientemente estudado ou compreendido.

Ao construir a genealogia literária do ficcionista pude perceber que se tornou um herdeiro através de práticas letradas partilhadas pelos familiares e preservadas mesmo longe dos seus. Na cidade em que viveu a adultez, além de partilhar diálogos, livros e impressões sobre política e cultura com os amigos – poetas, juristas, médicos, jornalistas, professores –, Wayne tornou-se um orientador para jovens artistas, os

“Novos de Bagé”. Seu espólio – correspondências, obras traduzidas e um diário com

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90 suas manifestações em jornais – informa e atesta sua fluência, seus interesses múltiplos, sua crítica. Pedro herdou e legou. Hábitos, livros, memórias.

As mulheres inventadas

A mulher é o objeto por excelência da poesia de Pedro Wayne. Em três obras – Versos Meninósos e a Lua, Dina e Tropel de Aflições, publicados respectivamente em 1931, 1935 e 1947 – a mulher aparece como desejo, realização do amor e desespero pela perda. Já nos romances Xarqueada e Almas Penadas, o ficcionista revela-se um cuidadoso observador do universo feminino e inventa mulheres frágeis e fragilizadas, mas também fúteis e desprendidas, companheiras e traidoras, amorosas e indiferentes, enfim, mulheres de todos os tipos permitidos ao Romance enquanto gênero.

Quando se observa o cenário da ficção no Rio Grande do Sul nas primeiras três décadas do século XX, percebe-se o ineditismo de Wayne: não há personagens femininas na escrita literária e poucas escritoras mulheres no Rio Grande do Sul. Regina Zilberman (1985) credita essa não-presença à situação bastante secundária a que foi submetida a mulher na sociedade sulina, sobretudo enquanto durou o domínio da economia pastoril e do sistema patriarcal no campo. A estudiosa refere-se a relatos de estrangeiros sobre as mulheres definindo-as como “primeiras escravas da casa” além de afirmar que na literatura (...) a mulher não tinha nenhum aliado, não era personagem interessante, não se registrando, entre os ficcionistas do século XIX, qualquer figura feminina de destaque: ou são as pálidas amadas dos heróis, filhas ou irmãs de grandes ou médios proprietários rurais em época de casar ou são elementos colaterais da trama, de caracterização epidérmica e caráter ocasional (ZILBERMAN, 1985, p.77).

Ao analisar Xarqueada, “um dos mais importantes romances brasileiros da década de 1930”, Zilberman (2009, p. 13-14) considera que Wayne “não se limita a constatar as razões da decadência de certo sistema econômico, exilando o campeiro (...) e o modo autocrático e centralizador do exercício do poder”. Para a pesquisadora, ele “busca pensar a questão desde uma perspectiva política progressista, o que ainda não se instalara plenamente no imaginário da literatura do Rio Grande do Sul”.

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91 Guriazinha

A personagem mais importante de Xarqueada é Guriazinha. A escolha de seu nome indica sua origem: uma menina pobre, que cresce à margem, que vive com a mãe e o irmão nos arredores da charqueada. De “fisionomia serena, em que estava impresso um ar de doçura e bondade”, o escritor inventa uma “maneira de se portar”

para a personagem: nela não há “acanhamento ridículo” e sim demonstração de

“recato”. Apresenta-a com a “absoluta despreocupação de recorrer a artifícios para se mostrar, para se fazer cobiça” o que, afirma, “ressaltava-lhe a graciosa naturalidade”

(WAYNE, 1937, p.85). Apesar do nome no diminutivo, o ficcionista a situa no universo das mulheres:

Desde que se perdera julgavam que não tinha mais o direito de se etrair à vida honesta, compreendiam que, como estava para os olhos igorosos do mundo ‘desonrada’, devia rolar a ladeira da prostituição, com empurrões dados por cada um deles. (...) Como toda mulher recentemente deflorada e abandonada constitui novidade, que desperta a cobiça e atrai a horda dos “cavadores”, eles assediavam Guriazinha insistentemente. Ela, revoltada, quase nem saía de casa, para não sofrer encontros desagradáveis.

Surpreendiam-se de serem repelidos. Acostumados a fazê-las presas fáceis, acenando-lhes com dinheiro e compromisso de presenteá-las, mais empenho empregavam em vencer aquela que constitui exceção. (...) Mentalidades estreitas, não podiam divisar a série de fatores de origem social que se tornam responsáveis pela maioria dos casos de rapariguinhas que pecam. Para eles, meretriz nasce para aquilo (WAYNE, 1937, p.86-87).

É o personagem Luis – jovem, culto, de profissão contador, – que surge-lhe como um possível amigo, alento e solidariedade, revelando-se um grande companheiro. É ele, “um ser muito superior aos demais”, quem restaura, publicamente, a humanidade para Guriazinha. No romance, Luis casa-se e, com ela, inventa uma nova vida. Os atributos de Guriazinha, para além dos já mencionados, são de protagonista: encanta com as atitudes, convence como personalidade, rompe preconceitos e agrega doçura e erotismo, uma novidade na escrita da época:

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92 Naquele dia Guriazinha tinha uma surpresa para Luís. Não o deixou penetrar no rancho como de costume. Deteve-o, fazendo-se misteriosa. Tomou ar de quem prepara uma sensacional revelação.

Dava essas deliciosas demonstrações de encobrir algo grato, próprio das enamoradas que guardam para o bem amado um imprevisto e querem aguçar-lhe a curiosidade. Passara a manhã saboreando a sensação que provocaria ao revelar a Luís seu segredo. Quis vendar-lhe os olhos atando um lenço em volta. Luís, vendo o prazer que lhe daria com isso, consentiu (WAYNE, 1937, p.174).

Há outras mulheres em “Xarqueada”. Elas são contrapontos à personagem Guriazinha, indicam caminhos, condições de existência e o demasiado humano de cada um e de todos. Essas personagens são Vera (mulher fútil, casada com o dono da charqueada), Daniela (mulher que se submete à prostituição para sustentar a casa) e Tia Antonia (a mãe que abnega de si pelo filho doente).

Vera, Daniela e Tia Antonia

A personagem Vera agrega todos os atributos pejorativos da ficção de Wayne:

ela é egoísta, não ama o marido, maltrata os empregados, gosta mais de seu animal de estimação do que de gente, é falsa e cultua o desejo de ir embora da charqueada.

Sonha em migrar para a cidade e usufruir dos seus atrativos. Ao apresentá-la ao leitor, o escritor refere-se ao pensamento de uma época:

Vera se unira a Dionisio por interêsse, para satisfazer suas vaidades. Filha duma família pobre, mas gente para quem todas as aspirações consistiam em aparentar grandezas. Fora aconselhada desde pequena a procurar um “bom partido”. O amor viria depois (WAYNE, 1937, p.21).

Atrelada a um casamento que realizou por interesse, é construída com sentimentos urbanos. Odeia a pequenez da vida na campanha ao mesmo tempo em que tem certeza de que nunca sairá de lá. Vera pensa desesperadamente nos anos que está perdendo, em sua juventude e beleza que estão se esvaindo naquela vidinha repleta de pobreza, sangue e morte. Em um trecho em que o narrador descreve seus sentimentos mais íntimos, afirma a perversidade de Vera, desejosa de ficar viúva:

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93 Desde os primeiros mezes do matrimonio, que alimentava o desejo de morte dele. Morte na qual ela não fôsse responsável, está claro.

Morte por doença ou mesmo um assassinio. Aspirava que pelos maus tratos que dava aos trabalhadores, provocasse nalgum, tal ódio que viesse a eliminá-lo criminosamente. Qualquer indisposição de que o esposo se queixasse, pequena dôr de cabeça, mal estar banal de estomago, vinha fazer nela nascer a esperança de que se convertesse numa enfermidade que o vitimasse. (...) Via amargurada passarem-se os dias de sua magnífica e exuberante mocidade sem podê-la gozar francamente no amor dum bem amado. Enquanto Dionisio vivesse teria de suportá-lo, a viver ligada a ele. Só o desaparecimento do esposo a libertaria. Uma decepção sem nome a invadia quando ele começava a melhorar (WAYNE, 1937, p.148-149).

A personagem Daniela, por sua vez, é apresentada pelo narrador como um modelo de esposa. Apaixonada pelo marido – que vive no romance o ocaso: sem emprego, sem auto-estima, sem esperança – e digna a ponto de não mais “deitar” com ele quando se entrega, por dinheiro, ao dono da charqueada, a integridade moral da personagem é mantida, apesar de sua atitude desesperada:

Com repugnância se sujeitaria ao sacrifício de aceitar os carinhos, o contato com Dionisio, para não perder o homem que amava. (...) Matar-se-ia, mas não o exporia ao ridiculo dos companheiros. Não o poderia mais afagar, deitar-se a seu lado, receber seus beijos, se tivesse a desgraça de, uma vêz que fosse, pertencer a outro (WAYNE, 1937, p.91),

Observar a condição de vida que leva Daniela a prostituir-se, oferecer os argumentos que a mantém íntegra apesar dos ataques dos homens que a rodeiam e do desprezo do próprio marido, ignorante de seus pensamentos e ações, produz um “tipo”

não encontrado em romances da época. Essa construção literária – personagens mulheres com conflitos da ordem do feminino – faz com que se atribua a Wayne o protagonismo na criação de uma trama feminista. Ao descrever o primeiro encontro de Daniela com Dionisio o autor escreve:

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94 Tomando-a pela cintura, excitado por sentir-lhe os seios moles, soltos na roupa, a carne ainda quente do leito que deixara há pouco, a beijava guloso. Ela procurava reagir, desvencilhar-se, pedia que a deixasse, não fizesse assim. Mas Dionisio não a atendia, animalizado, provocado pelo cheiro de fumaça de carvão de pedra que lhe impregnava o corpo (...). Daniela foi se conformando com o irremediável, (...) e se abandonou completamente. Dionisio percebendo a vitória, foi tratando logo de aproveitar (...) e foi arrastando-a com mansidão, vagarosamente, para o quarto. Ela ia abandonada, sem vontade como quem sofreu um ataque, e é carregado por outro, deixando-se levar, entregue ao que conduz (WAYNE, 1937, p.98-99).

A personagem “Tia Antônia” é mencionada por Wayne como um bastião da maternidade. Acossada pela pobreza, dá exemplo de desprendimento e de perseverança ao se envolver em uma cruzada inimaginável, “louca por se ver junta dos recursos, por encontrar duma vez a cidade” (WAYNE, 1937, p.152) para salvar o filho da raiva, contraída pelo ataque de um animal na charqueada. Ela atravessa os campos a pé, alimenta-se de quase nada, vai ao limite das forças físicas para chegar à cidade onde supostamente está a cura para a hidrofobia. Seu caminhar é descrito peculiarmente por Wayne:

Tia Antonia caminhava. Ora com a criança carregada, ora com ele pela mão, quasi de arrasto, choramingando, aborrecida, negando-se a acompanha-la. Moídos pelo cansaço. Um sol tórrido, queimando- lhes as carnes e penetrando-lhes até as entranhas, secando-as. (...) Dum lado e doutro do caminho a vegetação amarelecida, sugada, a sôrvos lentos e cáusticos pelo calôr. (...) Nem um arzinho batia asas pelo espaço refrescando-os. (...) Pedras em que procurassem se sentar para descansar, ardiam dando a impressão de estarem invisivelmente acesas. Assim Tia Antonia e o filho venceram as quatro léguas e chegaram á cidade (WAYNE, 1937, p.169-170).

Pelo desconhecimento do tempo necessário para o atendimento, informação só disponível perto da morte do filho, o narrador apresenta a inutilidade dos esforços empreendidos pela personagem Tia Antonia e oportuniza um sentimento de revolta pelo tratamento delegado aos que não têm meios econômicos

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95 Sôbre uns pelegos estendidos no chão, a criança, atacada de hidrofobia, sofria os sintomas terríveis da doença. Tanto sacrifício e privações, agüentadas para submetê-lo ao tratamento, de nada a havia recompensado. As injeções feitas tardiamente, quando a moléstia já estava incubada, em pleno período de desenvolvimento, por estes a se manifestar, não haviam surtido efeito. Enquanto Tia Antonia perdia dias e dias de aflições nas caminhadas torturantes pelas estradas, o vírus implacável multiplicava-se minando o organismo da pequena vítima. Tão satisfeita e descansada estava a mãe, depois de tê-lo visto tratar-se, ignorante de que havia um período certo, dentro do qual ficava limitada a eficiência do sôro. (...) Tia Antonia olhava dementemente para o filho a quem ia faltando as forças, dilatando-se as pupilas, enrijando-se os membros, entregando-se á paralisia, e repetias empre: pobre do meu filho!

(WAYNE, 1937, p.211-214).

As mulheres de “Xarqueada” são protagonistas, de mesma envergadura que os personagens homens. Diferentemente deles, no entanto, ainda não haviam sido inventadas na ficção regional. São elas que costuram a trama, que promovem e financiam sua existência. “Xarqueada” prescinde das mulheres que a habitam; a trama não sobreviveria sem elas. O herói Luis, o vilão Dionísio, a expropriação e a exploração humana e as relações do sistema de produção na charqueada não seriam tão plausíveis sem as mulheres que as sofrem. E é isso que torna a ficção de Wayne inusitada e moderna.

Mulheres em Almas Penadas

Três são as mulheres envolvidas com o personagem central de Almas Penadas, o poeta Hélio: Tona, Neusa e Joaninha Pepé.

Tona é uma mulher jovem, livre, que escolhe seus amores entre os homens da pequena localidade onde habita. Interessada afetivamente por Hélio logo que este ali se estabelece, inicia um processo de sedução. O poeta, atormentado pela falta de inspiração, pela improdutividade poética, buscou o lugar para viver intensamente seu sofrimento, causado por um amor não correspondido.

A intenção de Tona é seduzir Hélio, partilhar com o poeta atormentado pela incapacidade de criar, a cama e, quem sabe, a vida toda. Para tal, Wayne a descreve como conhecedora do poder do corpo feminino e de seus efeitos sobre os homens. Na

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96 presença do poeta deprimido, a jovem sedutora busca tornar-se cativante, enrijece músculos, mostra partes do corpo, age “como se ensinasse maneiras de uma mulher tornar-se cativante” (WAYNE, 1942, p.56).

A personagem Tona – desejada por todos, dona de sua sexualidade – vive com Hélio o drama de ser ignorada. O comportamento do poeta urbano, um amante das mulheres, um cantador de suas belezas, um boêmio, é arredio. Não tem olhos e nem mesmo desejo por outra mulher que não seja aquela que restaure sua condição de poeta, de escritor. Essa condição – ser e escrever – imagina Hélio, só se realiza na presença de Neusa. É ela a mulher amada. É a ela que Hélio deseja impressionar. É com ela que deseja estar. E é por ela que deseja ser admirado.

Repleta de qualificações culturais – é professora, escreve poesia, publica, é culta – Neusa despreza Hélio desde o início da trama, ou ele assim imagina. Amor impossível para o poeta decadente, Neusa é uma personagem que vive apenas na memória do personagem. No entanto, é onipresente, tornando-se a personagem do livro. É uma mulher vigorosa, distante, intelectualmente grandiosa, livre, inatingível. É Neusa quem define os diálogos de Hélio consigo mesmo e com a humanidade e sua irremediável condição de infelicidade. Em uma de suas lembranças, Hélio refere-se à Neusa como autora de uma máxima que lhe atormenta: “a felicidade é um prêmio que não se deve aspirar, porque só os medíocres a conseguem”. Para ela, a felicidade é uma

“ficha de consolação” que a natureza dá aos que não são dotados, por ela mesma, de

“talento”, “visão ampla da vida” e um “sentimento vivo e exaltado” (WAYNE, 1942, p.45).

A terceira mulher a figurar em Almas Penadas é Joaninha Pepé, uma mulher perturbada psicologicamente, uma mendiga que vive de restos do lugar, que perambula e tem uma aparência repulsiva. Na trama, no auge das bebedeiras, Hélio relaciona-se sexualmente com Joaninha Pepé e a mendiga engravida. Joaninha se aproxima de Hélio por acaso, em busca de restos. É acolhida pelo poeta embriagado que passa a se considerar um degenerado, “um monstro tão repugnante que se prevalecera da demência de uma aleijada para deflorá-la e dar-lhe um filho” (WAYNE, 1947, p.177).

Em Almas Penadas Wayne oferece, em três personagens mulheres, um panorama do universo feminino: a sedução, a capacidade intelectual e a fragilidade.

Mais que isso, oferece aos leitores as consequências de gravitar em torno delas.

Através dos embates vividos pelo personagem com essas mulheres possíveis, o ficcionista cria a complexidade das relações, inexistente na ficção gaúcha até então.

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97 Mulheres profundamente diferentes, de comportamentos complexos e adultos, Guriazinha, Vera, Daniela, Tia Antonia, Tona, Neusa e Joaninha Pepé são uma amostra do feminino na ficção de Pedro Wayne, um feminino impossível de ser ignorado, tanto pela qualidade literária quanto pela integridade psicológica. Se Wayne conseguiu

“pensar a questão desde uma perspectiva política progressista, o que ainda não se instalara plenamente no imaginário da literatura do Rio Grande do Sul”, inequivocamente inaugura o rol de personagens femininas.

Considerações finais

Recompor o universo literário de Pedro Wayne, a partir da memória dos seus e de suas publicações, foi, com certeza, um trabalho prazeroso. Dentre as pessoas entrevistadas, priorizei as que conviveram com ele. Isso tornou a pesquisa mais interessante do que a princípio parecia, uma vez que, se vivo, Pedro teria, à época, mais de cem anos.

Quando entrevistei o poeta Poty Reis, conheci parte das publicações de Pedro Wayne, entre elas, Versos Meninósos e a Lua, um pequeno livro com 32 “ensaios”

distribuídos em 62 páginas. Um deles, Conversão, tornou-se meu predileto:

Aos domingos ia a missa.

Ia à missa por diletantismo, Ia à missa apenas por ser chic E lá ficava até o fim, de pé...

Desde que te vi, porém, na missa, Eu vou a igreja só por devoção

Me ajoelho e rezo-te (WAYNE, 1931, p.62).

Conheci também, na sala de Poty Reis, cartas que ele trocara com o poeta e ficcionista, em especial, “felicitações pelo contrato de casamento” dirigidas por “Pedro R. Wayne e senhora” ao “presado amigo Poty e digníssima noiva” além dos “votos de um 1.950 que venha transformar em realidade os maiores e melhores sonhos de seus corações” (WAYNE, 1949). A respeito dessas cartas, Poty disse: “Se a gente escrevia, Pedro respondia, e quase tudo à mão, com aquela letra dele...”. Poty Reis reconheceu a importância de Pedro no cenário literário de então e uma de suas declarações deixa isso bastante explícito:

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98 Pedro foi amigo do Mário de Andrade, do Monteiro Lobato, Oswald de Andrade, Jorge Amado, Menocci Del Pichia, ele tinha um elenco de amigos muito bom que o estimulavam... O Erico Verissimo era amigo e admirador... Mas ficou ali naquela vidinha de Bagé, e depois a família e a falta de recursos, e numa cidade como Bagé... O Pedro foi uma jóia de alta grandeza que se perdeu em uma cidade que não comportava ele, foi uma pena, mas o que ele deixou, deixou bem e merece ser reeditado.

Outra interessante pessoa que conheci, no período da pesquisa, de memória fértil e documentos muitos, foi o Gravurista Danúbio Gonçalves. Artista competo, ciente de seu lugar no mundo, Danúbio, nas várias horas que com ele estive, ofereceu- me mais que memória: fotos, documentos, matérias em jornais e diálogo. No calor de seu atelier, em pleno inverno de 2008, pude me aproximar do universo em que a arte, defendida por Pedro, resultou em uma vida plena de esperiências estéticas. Suas palavras lembraram os dias em Bagé:

Nós tínhamos um atelier na Rua Sete, perto da Matriz e bem pertinho da casa do Pedro Wayne, ele até ajudou a pagar o aluguel.

Lá morava o Ernesto Costa, artista de teatro, o resto era atelier.

Eu, o Glauco Rodrigues e o Glenio Bianchetti e mais outros, a gente trabalhou lá e ele estava sempre em contato... Nesse atelier nós tínhamos o contato com o Pedro Wayne, ele sempre coordenou o grupo, ele era uma pessoa muito culta... (GONÇALVES, 2008).

Em 1943 Wayne havia se posicionado em relação à arte através de um documento que, inicialmente foi proferido na Biblioteca Pública da cidade e, logo depois, publicado pelas Oficinas Gráficas da Livraria do Globo. Denominado “Arte pela Arte e a Questão Social”, em uma noite de inverno (28/07/1943) Pedro discursou as 51 laudas datilografadas. O documento expressa a posição política de Pedro Wayne: a arte, não era um requinte. Confirmando todos os seus memorialistas, Wayne escreve que a arte é essencial ao ser humano, pois está “ligada a razões de sua íntima, sua estreita junção com a humanidade” (WAYNE, 1943, p.17). Além disso, defende a necessidade de o artista ser poupado de graves problemas humanos para poder criar, fazer “arte pela arte”. Em uma das cartas que Danúbio Gonçalves manteve entre seus guardados se pode ler:

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99 Prezado amigo Danubio. Já era para ter respondido tua carta de 23 de janeiro. Mas como bem compreendes, minha vida anda de tal maneira cheia de pesadelos que justamente daquilo que mais penso fazer é do que menos posso me ocupar. Aliás, parece que o tal de senhor meu destino tem um especial e doentio prazer de me impor a necessidade de atender em primeiro lugar o que menos prazer me dá...” (WAYNE, 1946).

Uma memória, no entanto, não poderia deixar de registrar a voz – aqui em palavras escritas – de uma das mulheres que recebeu de Wayne palavras, atitudes e a imortalidade. Assim como suas personagens, Dina Wayne, o grande amor de Pedro Wayne, viveu por muitos anos além do poeta e romancista. Suas palavras, em um de nossos encontros de pesquisa, rememoraram o homem pelo qual se apaixonou:

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100 Eu estou muito esquecida, nem gosto de me lembrar também...

Nossa casa era aqui na esquina, dobrando aqui na esquina era a nossa casa e aonde ele veio trabalhar, era há duas quadras daqui, no Banco Pelotense, onde hoje é o Bradesco. E ali ele trabalhava. E aqui, praça! E sabe como é... Quando as telhas estão caminhando, procuram a praça... Eu estou na janela, nem sei se tinha passado outros dias, eu estou na janela certo dia e ele vinha com um amigo nosso que morava aqui nos fundos, Fernando Borba, que era poeta também. Eu cheguei na janela e já ia sair, mas como vi o Fernando, eu esperei para cumprimentá-lo, para não ver e entrar... E ele passou com o Fernando e o Fernando cumprimentou, ele também, eu também. Ele chegou nesse trecho, não seguiu, ficou parado. E eu:

- Ué, o que é que ele quer... Depois ele me contava que eu quando o vi, já não saí da janela! E aí começou, foi um domingo de manhã, quando foi de tarde ele já passou, de noite choveu e a nossa sala era bem na esquina e a venesiana estava assim, entreaberta, tinha aquela cara olhando, olhando... Estava eu e outras amigas, e aquela cara olhando, e era ele... Aí eu me levantei e fui ali, mas ele seguiu, foi embora, não me deu boa noite, foi embora, chovia muito.

Naquele tempo não era como hoje, a gente namorava na janela, no meu tempo era assim, conversava na janela. Se os pais viam que continuava, tratavam de saber quem era o rapaz, aquela coisa, para dar certa liberdade, não é... No meu tempo, quando eu estava na sala com o namorado, a minha mãe ou a minha irmã sentavam ali, uma lendo um romance ou a outra fazendo um crochê. Era assim, até dentro de casa a gente era acompanhada. Um ano durou o namoro.

Depois de certo tempo papai já permitiu que ele entrasse, eu o convidei para entrar, eu o convidei, não foi meu pai... Meu pai teve que me dar licença, era assim... Com a minha irmã lendo ou então a mãe fazendo o tricozinho dela... Ele foi muito bom, muito bom, só deixou saudades. Eu casei com vinte anos e ele com vinte e quatro.

Deixou saudades, pobre do meu marido, morreu sem tempo de...

Nem pensava em morrer tão cedo, morreu com 47 anos, muito cedo o pobre... E é assim, é a vida... (Leopoldina Wayne, 12/11/2007).

Pedro Wayne foi um inventador. Competente, apaixonado e à frente de seu tempo. Imagino-o rindo, criando suas personagens entre um gole e outro, com os amigos no “Antro dos Imortais”, taverna onde se encontravam para “discutir o último livro, o último poema, a última tela”. Segundo Reis (2008), era nessa “Academia”

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101 informal que “reuniam-se condoreiros e modernistas, em torno de Pedro Wayne, numa bonhomia fraternal”. Fora dali, “onde a vista do mestre não nos alcançava, nos alfinetávamos mutuamente, implacavelmente” (REIS, 2008).

As personagens mulheres que invadem seus dois romances, inventadas por Wayne e inventasriadas neste artigo, são repletas de poesia e verossimilhança. A qualidade, diversidade e intensidade dessas figuras literárias, forjadas em um tempo em que as mulheres – enquanto gênero e também na ficção – estavam sendo

“inventadas”, é que produz o bom e o novo em sua obra.

Acredito que nenhum autor pode ser lido sem que se leia, ao mesmo tempo, seu tempo, seu espaço. Em um Rio Grande profundo – repleto de contradições, pleno de invenções – produzir o novo, o belo, o revolucionário na literatura e/ou fora dela, foi tarefa para poucos. Um dos que se tornou capaz disso foi Pedro Wayne. Sua obra é testemunho. A posição inquestionável de Wayne na literatura do Rio Grande do Sul advém de seu protagonismo – no tempo e no espaço –, de sua coragem ao desafiar a ordem vigente – os produtores ruais e sua economia decadente – e, com certeza, de sua condição de homem culto, terno, familiar, trabalhador, amigo. Mas, acredito, vem, sobretudo, por apresentar um feminino inexistente na ficção. Teria existido nas ruas da Bagé de Pedro Wayne?

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