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Aula 05 Tributação Aduaneira parte II. Legislação Aduaneira p/ Analista- Tributário da Receita Federal Professor Rodrigo Mineiro

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Aula 05 – Tributação Aduaneira – parte II

Legislação Aduaneira p/ Analista- Tributário da Receita Federal

Professor Rodrigo Mineiro

(2)

Sumário

TRIBUTAÇÃO ADUANEIRA – PARTE II 3

1. IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO 4

2. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS VINCULADO À IMPORTAÇÃO 12 3.CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEPIMPORTAÇÃO E COFINSIMPORTAÇÃO 18

4. ICMS 25

QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR 30

LISTA DE QUESTÕES 40

GABARITO 46

RESUMO DIRECIONADO 47

(3)

Tributação Aduaneira – parte II

Olá pessoal! Tudo certo?

Dando sequência em nossos estudos nessa importante matéria, veremos, na aula de hoje, o Imposto de Exportação, o IPI vinculado à importação, o PIS/importação e a COFINS/importação, e o ICMS vinculado à importação.

Veremos os seguintes pontos do Edital anterior:

TÓPICOS DO EDITAL ANTERIOR

5. Imposto de Exportação. 5.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 5.2. Incidência. 5.3. Fato Gerador. 5.4. Base de Cálculo. 5.5. Alíquotas. 5.6. Pagamento. 6. Imposto Sobre Produtos Industrializados vinculado à Importação. 6.1.

Sujeitos Ativo e Passivo. 6.2. Incidência e Fato Gerador. 6.3. Base de Cálculo. 6.4. Imunidades. 7. Contribuição para o PIS/PASEP Importação e COFINS Importação. 7.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 7.2. Incidência e Fato Gerador. 7.3.

Base de Cálculo. 7.4. Alíquotas. 8. Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação vinculado à Importação.

8.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 8.2. Fato Gerador. 8.3 Alíquotas. 8.4. Isenções e Imunidades. 8.5. Pagamento do Imposto e Controle pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.

Vamos lá?

Bons estudos!

Rodrigo Mineiro

E-mail: prof.rodrigomineiro@gmail.com Instagram: @professor_rodrigomineiro LinkedIn: linkedin.com/in/rodrigomineiro

(4)

1. Imposto de Exportação

Regramento Constitucional e Legislação Específica

O Imposto de Exportação é considerado como o imposto aduaneiro por excelência e tem sua previsão no artigo 153 da Constituição Federal de 1988.

Relembramos que a Constituição Federal não cria tributos, mas delimita a competência legislativa para sua instituição!

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

[...]

II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;

Também encontramos na Constituição Federal a autorização para o Poder Executivo estabelecer as alíquotas do imposto de exportação:

Art. 153.

[...]

§ 1º - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.

No artigo 150, III, “b” e “c”, § 1º, da Constituição Federal, temos a exceção da observância dos princípios da anterioridade geral e da espera nonagesimal, ou seja, é permitido ao legislador, para o imposto de exportação, exigir o imposto majorado no mesmo exercício financeiro e mesmo antes de decorridos noventa dias da data de sua majoração.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

[...]

III - cobrar tributos:

[...]

b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;

c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;

(5)

§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.

Em resumo, o Imposto de Exportação também não obedece aos seguintes princípios:

Tais previsões permitem a realização do caráter extrafiscal do imposto, servindo como instrumento de política econômica, na regulação da economia, na proteção da indústria nacional, à saúde pública, na proteção à concorrência e ao consumidor brasileiro, sem o viés arrecadatório.

Também encontramos no Código Tributário Nacional e no Decreto-Lei nº 1.578/1977 elementos que apontam a natureza extrafiscal do imposto de exportação, na referência aos objetivos da política cambial e do comércio exterior na alteração das alíquotas e bases de cálculo pelo poder executivo, e na destinação da receita líquida do imposto:

CTN

SEÇÃO II - Imposto sobre a Exportação.

Art. 26. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-los aos objetivos da política cambial e do comércio exterior.

[...]

Art. 28. A receita líquida do imposto destina-se à formação de reservas monetárias, na forma da lei.

Decreto-Lei nº 1.578/1977

Anterioridade Noventena

Legalidade (quanto à alteração de alíquotas)

(6)

Art.1º - O Imposto sobre a Exportação, para o estrangeiro, de produto nacional ou nacionalizado tem como fato gerador a saída deste do território nacional.

[...]

§ 3o O Poder Executivo relacionará os produtos sujeitos ao imposto.

Regulamento Aduaneiro

Art. 212. O imposto de exportação incide sobre mercadoria nacional ou nacionalizada destinada ao exterior.

§ 1o Considera-se nacionalizada a mercadoria estrangeira importada a título definitivo.

§ 2o A Câmara de Comércio Exterior, observada a legislação específica, relacionará as mercadorias sujeitas ao imposto .

Portanto, com base na previsão constitucional, que excetua a observância do princípio da legalidade para alteração na alíquota do imposto de exportação, e na previsão legal (Decreto-Lei nº 1.578/1977 reproduzido no artigo 212 do Regulamento Aduaneiro), o poder executivo poderá alterar as alíquotas do imposto, e a Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) definirá as mercadorias que são sujeitas ao imposto.

Atenção

!! Este tema já caiu em prova!

ESAF - ATRFB - 2012

A câmara de comércio exterior, observada a legislação específica, relacionará as mercadorias sujeitas ao imposto de exportação, mas de acordo com o art. 153, § 1º da Constituição Federal, a alteração das alíquotas do imposto é de competência privativa do chefe do poder executivo.

Comentário:

Afirmativa errada. O art. 153, § 1º da CF traz a faculdade para alteração de alíquota d imposto de exportação ao Poder Executivo. Entretanto, o dispositivo constitucional não determina que tal competência é privativa do chefe do Poder Executivo.

O Supremo Tribunal Federal, em julgamento do pleno realizado em 28 de outubro de 2009, com repercussão geral reconhecida, decidiu pela constitucionalidade da norma infraconstitucional que atribui a órgão integrante do Poder Executivo da União a faculdade de estabelecer as alíquotas do Imposto de Exportação.

(7)

TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO. ALTERAÇÃO DE ALÍQUOTA. ART. 153, § 1º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. COMPETÊNCIA PRIVATIVA DO PRESIDENTRE DA REPÚBLICA NÃO CONFIGURADA.

ATRIBUIÇÃO DEFERIDA À CAMEX. CONSTITUCIONALIDADE. FACULDADE DISCRICIONÁRIA CUJOS LIMITES ENCONTRAM-SE ESTABELECIDOS EM LEI. RECURSO EXTRAORDINÁRIO DESPROVIDO.

I - É compatível com a Carta Magna a norma infraconstitucional que atribui a órgão integrante do Poder Executivo da União a faculdade de estabelecer as alíquotas do Imposto de Exportação.

II - Competência que não é privativa do Presidente da República.

III - Inocorrência de ofensa aos arts. 84, caput, IV e parágrafo único, e 153, § 1º, da Constituição Federal ou ao princípio de reserva legal. Precedentes.

IV - Faculdade discricionária atribuída à Câmara de Comércio Exterior - CAMEX, que se circunscreve ao disposto no Decreto-Lei 1.578/1977 e às demais normas regulamentares.

V - Recurso extraordinário conhecido e desprovido.

(RE 570.680/RS, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe 04/12/2009).

Atenção

!! Este tema já caiu em prova!

ESAF – ATRFB – 2012

Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, é incompatível com a constituição federal a norma infraconstitucional que atribui a órgão integrante do poder executivo da união a faculdade de estabelecer as alíquotas do imposto de exportação.

Comentário:

Afirmativa errada. Segundo entendimento do STF, é compatível com a Carta Magna a norma infraconstitucional que atribui a órgão integrante do Poder Executivo da União a faculdade de estabelecer as alíquotas do Imposto de Exportação

Incidência

Conforme disposto no artigo 1º do Decreto-Lei no 1.578, de 11 de outubro de 1977, o imposto de exportação incide sobre mercadoria nacional ou nacionalizada destinada ao exterior.

Lembremos que a mercadoria nacionalizada é a mercadoria estrangeira que foi importada a título definitivo.

Efetivamente, a incidência do imposto de exportação é tratada na Portaria Secex nº 23, de 2011:

(8)

Art. 196. Os produtos sujeitos a procedimentos especiais, a normas específicas de padronização e classificação, a imposto de exportação ou que tenham a exportação contingenciada ou suspensa, em virtude da legislação ou em decorrência de compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, estão relacionados no Anexo XVII desta Portaria.

[...]

ANEXO XVII - EXPORTAÇÃO DE PRODUTOS SUJEITOS A PROCEDIMENTOS ESPECIAIS [...]

2402.20.00 Cigarros contendo fumo-tabaco

Art. 10. A exportação está sujeita ao pagamento de 150% (cento e cinquenta por cento) de imposto de exportação, quando destinada à América do Sul e América Central, inclusive Caribe, ressalvadas as hipóteses de isenção previstas em lei.

[...]

Capítulo 93 – Armas e Munições; suas Partes e Acessórios

Art. 18. As exportações estão sujeitas ao pagamento de 150% (cento e cinquenta por cento) de imposto de exportação, quando destinadas a América do Sul, inclusive Caribe.

[...]

Atualmente, os seguintes produtos estão sujeitos à incidência do imposto de exportação no Brasil, conforme determinado pela lista da CAMEX:

Atenção

!! Este tema já caiu em prova!

Cigarros contendo fumo (tabaco)

• Exportados para América do Sul e América Central, inclusive ao Caribe

Armas e munições; suas partes e acessórios

• Exportados para América do Sul e América Central, inclusive ao Caribe, exceto

quando destinados à Argentina, Chile, e Equador

(9)

ESAF – ATRFB - 2012

O imposto de exportação incide sobre mercadoria nacional ou nacionalizada destinada ao exterior.

Comentário:

Afirmativa certa. O imposto de exportação incide sobre mercadoria nacional ou nacionalizada destinada ao exterior.

Fato Gerador

O fato gerador do imposto de exportação é delimitado pelo artigo 1º do Decreto-lei nº 1.578/77:

O Imposto sobre a Exportação, para o estrangeiro, de produto nacional ou nacionalizado tem como fato gerador a saída deste do território nacional.

O parágrafo único do art. 213 do Regulamento Aduaneiro (com base no §1º, art. 1º do Decreto-lei nº 1.578, de 1977) determina que, para efeito de cálculo do imposto de exportação, considera-se ocorrido o fato gerador na data de registro do RE no Sistema Integrado de Comércio Exterior – Siscomex. Entretanto, já aprendemos em nossa aula 03 que o RE não existe mais e foi substituído pela DU-E. Nesse caso, considera-se ocorrido o fato gerador na data de registro da DU-E, visto que a nova declaração de exportação produz efeitos equivalentes aos do registro de exportação para fins de cumprimento da legislação tributária e aduaneira, conforme disposto no artigo 110 da IN RFB 1.702/2017.

Art. 110. Para fins de cumprimento da legislação tributária e aduaneira, a DU-E produz efeitos equivalentes aos do registro de exportação.

Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto de exportação na data de registro da DU-E.

Saída da mercadoria do território nacional: fato gerador do imposto de exportação

Entrada da mercadoria no

território nacional: fato

gerador do imposto de

importação

(10)

Sujeitos Ativo e Passivo

O sujeito ativo do imposto de exportação é a União, detentora da competência constitucional para a instituição e cobrança do tributo.

O sujeito passivo do imposto de importação, conforme definido pelo artigo 5º do Decreto-lei nº 1.578/77, que considera como contribuinte do imposto o exportador, assim considerado qualquer pessoa que promova a saída da mercadoria do território aduaneiro (art. 217 do Regulamento Aduaneiro).

Base de Cálculo

A base de cálculo do imposto de exportação é o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência no mercado internacional, observadas as normas expedidas pelo Poder Executivo, mediante ato da CAMEX - Câmara de Comércio Exterior. O preço à vista do produto, FOB ou posto na fronteira, é indicativo do preço normal.

Importante destacar que se trata de uma diferença relevante para o tratamento dado na importação:

enquanto na importação a base de cálculo é o valor aduaneiro, segundo as regras do AVA-GATT, na exportação é o preço normal do produto.

Atenção: a base de cálculo é o preço normal da mercadoria

Não é o valor aduaneiro!

Não aplicação do AVA-GATT

Se o preço da mercadoria for de difícil apuração ou for suscetível de oscilações bruscas no mercado internacional, a CAMEX fixará critérios específicos ou estabelecerá pauta de valor mínimo, para apuração da base de cálculo.

Também há uma importante ressalva na legislação que determina que o preço de venda das mercadorias exportadas, para fins de cálculo do imposto, não poderá ser inferior ao seu custo de aquisição ou de produção, acrescido dos impostos e das contribuições incidentes e da margem de lucro de quinze por cento sobre a soma dos custos, mais impostos e contribuições.

Alíquotas

A alíquota do imposto de exportação é prevista no artigo 3º do Decreto-lei nº 1.578, de 1977, que estabelece o percentual de 30%, autorizando o Poder Executivo a majorá-la até o seu quíntuplo, para atender aos objetivos da política cambial e do comércio exterior.

(11)

Art. 215. O imposto será calculado pela aplicação da alíquota de trinta por cento sobre a base de cálculo (Decreto-Lei no 1.578, de 1977, art. 3o, caput, com a redação dada pela Lei no 9.716, de 1998, art. 1o).

§ 1o Para atender aos objetivos da política cambial e do comércio exterior, a Câmara de Comércio Exterior poderá reduzir ou aumentar a alíquota do imposto (Decreto-Lei no 1.578, de 1977, art. 3o, caput, com a redação dada pela Lei no 9.716, de 1998, art. 1o).

§ 2o Em caso de elevação, a alíquota do imposto não poderá ser superior a cento e cinqüenta por cento (Decreto-Lei no 1.578, de 1977, art. 3o, parágrafo único, com a redação dada pela Lei no 9.716, de 1998, art. 1o).

Como se trata de um tributo extrafiscal, com a possibilidade de elevação e redução das alíquotas pelo Poder Executivo, atualmente as alíquotas incidentes são bem diferentes do percentual de 30%.

PRODUTO NCM (POSIÇÃO/CAPÍTULO) ALÍQUOTA

Cigarros contendo fumo (tabaco) 2402.20.00 150%

Armas e munições; suas partes e acessórios Capítulo 93 150%

Atenção

!! Este tema já caiu em prova!

ESAF – TRF - 2003

A alíquota do imposto de exportação é de 30%, podendo ser elevada, pela CAMEX, para até 150%.

Comentário:

Afirmativa correta. Como regra geral, a alíquota do imposto de exportação é de 30%, mas ela pode ser elevada pela CAMEX para até 150% ou reduzida.

O pagamento do imposto será realizado na forma e no prazo fixados pelo Ministro de Estado da Economia, que poderá determinar sua exigibilidade antes da efetiva saída do território aduaneiro da mercadoria a ser exportada. Em caso de não efetivação da exportação da mercadoria ou ocorrendo o seu retorno em determinadas condições, o imposto pago será compensado ou restituído, mediante requerimento do interessado, acompanhado da respectiva documentação comprobatória.

(12)

2. Imposto Sobre Produtos Industrializados Vinculado à Importação

Regramento Constitucional e Legislação Específica

Dentre os tributos internos que incidem sobre a importação tem-se o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), com previsão constitucional no artigo 153, a seguir reproduzido:

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

[...]

IV - produtos industrializados;

[...]

§ 1º - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.

[...]

§ 3º - O imposto previsto no inciso IV:

I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;

II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores;

III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.

IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Destaca-se que a Constituição não tratou especificamente do IPI incidente na importação, mas da competência para que a União instituísse imposto sobre produtos industrializados. O Código Tributário Nacional (CTN) tratou do IPI em seus artigos 46 a 511, sendo a instituição do IPI/Importação veiculada, mais especificamente, no artigo 46, I:

1 Art. 47. A base de cálculo do imposto é: I - no caso do inciso I do artigo anterior, o preço normal, como definido no inciso II do artigo 20, acrescido do montante: a) do imposto sobre a importação; b) das taxas exigidas para entrada do produto no País;

(13)

Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados tem como fato gerador:

I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira;

II - a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do artigo 51;

III - a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão.

Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo.

A base legal para a incidência do IPI vinculado à importação é a Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964. O Regulamento do IPI atualmente em vigor foi aprovado pelo Decreto nº 7.212, de 15 de junho de 2010.

Nos subitens subsequentes analisaremos os aspectos da incidência do IPI vinculado à importação, previstos nas normas tributárias.

Incidência e Fato gerador

A Constituição Federal recepcionou o antigo imposto de consumo, instituído pela Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, como sendo o Imposto sobre Produtos Industrializados previsto no inciso IV do artigo 153.

Assim dispõe a referida lei acerca da incidência do imposto:

Art. 1º O Impôsto de Consumo incide sobre os produtos industrializados compreendidos na Tabela anexa.

c) dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis; II - no caso do inciso II do artigo anterior: a) o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria; b) na falta do valor a que se refere a alínea anterior, o preço corrente da mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da praça do remetente; III - no caso do inciso III do artigo anterior, o preço da arrematação.

Art. 48. O imposto é seletivo em função da essencialidade dos produtos.

Art. 49. O imposto é não-cumulativo, dispondo a lei de forma que o montante devido resulte da diferença a maior, em determinado período, entre o imposto referente aos produtos saídos do estabelecimento e o pago relativamente aos produtos nele entrados.

Parágrafo único. O saldo verificado, em determinado período, em favor do contribuinte transfere-se para o período ou períodos seguintes.

Art. 50. Os produtos sujeitos ao imposto, quando remetidos de um para outro Estado, ou do ou para o Distrito Federal, serão acompanhados de nota fiscal de modelo especial, emitida em séries próprias e contendo, além dos elementos necessários ao controle fiscal, os dados indispensáveis à elaboração da estatística do comércio por cabotagem e demais vias internas.

Art. 51. Contribuinte do imposto é: I - o importador ou quem a lei a ele equiparar; II - o industrial ou quem a lei a ele equiparar;

III - o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos contribuintes definidos no inciso anterior; IV - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão. Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se contribuinte autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante.

(14)

A tabela anexa a que se refere a lei é a Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI), aprovada pelo Decreto nº 7.660, de 23 de dezembro de 2011, que tem por base a Nomenclatura Comum do Mercosul – NCM.

O Regulamento do IPI atualmente em vigor, aprovado pelo Decreto nº 7.212/2010, assim dispõe sobre a incidência do imposto:

Art. 2o O imposto incide sobre produtos industrializados, nacionais e estrangeiros, obedecidas as especificações constantes da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados - TIPI.

Parágrafo único. O campo de incidência do imposto abrange todos os produtos com alíquota, ainda que zero, relacionados na TIPI, observadas as disposições contidas nas respectivas notas complementares, excluídos aqueles a que corresponde a notação “NT” (não tributado).

Importante a exceção prevista na parte final do parágrafo único do artigo 2º do Regulamento do IPI: ainda que relacionado na TIPI, alguns produtos estão fora do campo de incidência do IPI por não serem produtos industrializados.

De acordo com o previsto na Lei nº 4.502/1964, o fato gerador do IPI vinculado à importação é o desembaraço aduaneiro dos produtos estrangeiros, diferenciando da previsão legal do Imposto de Importação que considera o registro da declaração de importação.

Art. 2º Constitui fato gerador do impôsto:

I - quanto aos produtos de procedência estrangeira o respectivo desembaraço aduaneiro;

[...]

§ 2º O impôsto é devido sejam quais forem as finalidades a que se destine o produto ou o título jurídico a que se faça a importação ou de que decorra a saída do estabelecimento produtor.

§ 3o Para efeito do disposto no inciso I, considerar-se-á ocorrido o respectivo desembaraço aduaneiro da mercadoria que constar como tendo sido importada e cujo extravio ou avaria venham a ser apurados pela autoridade fiscal, inclusive na hipótese de mercadoria sob regime suspensivo de tributação.

Regulamento Aduaneiro

Art. 238. O fato gerador do imposto, na importação, é o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira (Lei nº 4.502, de 1964, art. 2º, inciso I).

(15)

O parágrafo 2º do artigo 2º da Lei nº 4.502/1964, que trata do fato gerador do imposto, prevê sua ocorrência em qualquer situação em que ocorra a importação, sejam quais foram o título jurídico a que se faça a importação, procurando, dessa forma, dar suporte legal à incidência mesmo na importação efetuada por pessoa física e sem destinação comercial ou industrial da mercadoria.

A incidência do IPI vinculado à importação é uma medida que visa dar tratamento isonômico ao bem importado quando comparado com o bem nacional, aplicando o princípio do tratamento nacional ao bem importado. Caso contrário, os bens estrangeiros concorreriam de forma desleal com os bens produtos no país, configurando-se em uma desnecessária medida protetiva reversa.

Para configurar a ocorrência do fato gerador do Imposto de Importação deve ocorrer o desembaraço aduaneiro dos produtos estrangeiros. Portanto, não basta que o produto seja importado, ela deve ser desembaraçada para incidir o IPI.

Já o § 2º do artigo 2º da Lei nº 4.502/1964, que trata do fato gerador do imposto, prevê sua ocorrência em qualquer situação em que ocorra a importação, seja qual for o título jurídico a que se faça a importação, procurando, dessa forma, dar suporte legal à incidência, mesmo na importação efetuada por pessoa física e sem destinação comercial ou industrial da mercadoria.

A questão foi pacificada pelo STF no julgamento do RE 723.651/PR de relatoria do Ministro Marco Aurélio, em repercussão geral, que fixou a seguinte tese: “Incide o imposto de produtos industrializados na importação de veículo automotor por pessoa natural, ainda que não desempenhe atividade empresarial e o faça para uso próprio”.

Segundo o entendimento do tribunal, a cobrança do IPI não afronta o princípio da não cumulatividade nem implica em bitributação, e preserva o princípio da isonomia, promovendo igualdade de condições tributárias entre o fabricante nacional e o fornecedor estrangeiro2.

Atenção

!! Este tema já caiu em prova!

ESAF - AFRFB – 2014

O fato gerador do imposto sobre produtos industrializados, na importação, é o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira.

Comentário:

e) Afirmativa certa. O fato gerador do IPI na importação é o desembaraço aduaneiro.

2 IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IMPORTAÇÃO DE BENS PARA USO PRÓPRIO – CONSUMIDOR FINAL. Incide, na importação de bens para uso próprio, o Imposto sobre Produtos Industrializados, sendo neutro o fato de tratar-se de consumidor final. (RE 723.651/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, Tribunal Pleno, Data de Julgamento 04/02/2016, DJe- 164 de 05/08/2016).

(16)

Atenção:

O fato gerador não é o registro da DI, como ocorre no Imposto de Importação, no PIS/importação e na COFINS/importação, mas o desembaraço aduaneiro

Em caso de extravio de mercadorias, considera-se ocorrido o desembaraço aduaneiro, ou seja, o fato gerador do IPI vinculado à importação, a mercadoria que constar como importada e cujo extravio tenha sido verificado pela autoridade aduaneira, inclusive na hipótese de mercadoria sob regime suspensivo de tributação.

Não constitui fato gerador do imposto o desembaraço aduaneiro de produtos nacionais que retornem ao País:

→ Nas hipóteses previstas nos incisos I a V do art. 70 do RA que tratam de mercadorias que não são consideradas estrangeiras3;

→ Retorno de mercadorias às quais tenha sido aplicado o regime aduaneiro especial de exportação temporária, ainda que descumprido o regime.

O IPI não incide nas seguintes situações:

→ produtos chegados ao País nas hipóteses previstas nos incisos I e II do art. 71, do RA, que tenham sido desembaraçados:

I - mercadoria estrangeira que, corretamente descrita nos documentos de transporte, chegar ao País por erro inequívoco ou comprovado de expedição, e que for redestinada ou devolvida para o exterior;

II - mercadoria estrangeira idêntica, em igual quantidade e valor, e que se destine a reposição de outra anteriormente importada que se tenha revelado, após o desembaraço aduaneiro, defeituosa ou imprestável para o fim a que se destinava, desde que observada a regulamentação editada pelo Ministério da Fazenda;

→ embarcações construídas no Brasil e transferidas por matriz de empresa brasileira de navegação para subsidiária integral no exterior, que retornem ao registro brasileiro, como propriedade da mesma empresa nacional de origem.

Atenção

!! Este tema já caiu em prova!

3I - enviada em consignação e não vendida no prazo autorizado; II - devolvida por motivo de defeito técnico, para reparo ou para substituição; III - por motivo de modificações na sistemática de importação por parte do país importador; IV - por motivo de guerra ou de calamidade pública; ou V - por outros fatores alheios à vontade do exportador.

(17)

ESAF – AFRFB – 2012

Não constitui fato gerador do IPI-Importação o desembaraço aduaneiro de produtos nacionais que retornem ao País aos quais tenha sido aplicado o regime aduaneiro especial de exportação temporária, salvo se descumprido o regime.

Comentário:

Afirmativa incorreta. Não constitui fato gerador do IPI-Importação o desembaraço aduaneiro de produtos nacionais que retornem ao País aos quais tenha sido aplicado o regime aduaneiro especial de exportação temporária, ainda que descumprido o regime.

Sujeitos Ativo e Passivo

O sujeito ativo do IPI é a União.

O artigo 4º da Lei nº 4.502/1964 determina que o sujeito passivo do IPI vinculado à importação é o importador e o arrematante de produtos de procedência estrangeira. Entretanto, a condição de sujeito passivo do arrematante de produto estrangeiro não consta mais dos regulamentos do IPI desde a edição do Decreto no 83.263, de 9 de março de 1979, e foi assim confirmado pela RFB através do Parecer Normativo 63/79 e ADN 10/81.

Portanto, vale o disposto no artigo 241 do RA:

Art. 241. É contribuinte do imposto, na importação, o importador, em relação ao fato gerador decorrente do desembaraço aduaneiro (Lei nº 4.502, de 1964, art. 35, inciso I, alínea “b”).

Base de Cálculo e Alíquotas

A base de cálculo do IPI vinculado à importação, conforme disposto no inciso I, alínea “a”, do artigo 14 da Lei nº 4.502/1964, é o valor que serve de base para o cálculo dos tributos aduaneiros, ou seja, o valor aduaneiro, acrescido do valor do Imposto de Importação e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador.

As alíquotas aplicáveis estão dispostas na TIPI, seguindo a mesma sistemática prevista na incidência do Imposto de Importação, com a observância das regras de classificação fiscal de mercadorias.

Regulamento Aduaneiro

Art. 239. A base de cálculo do imposto, na importação, é o valor que servir ou que serviria de base para cálculo do imposto de importação, por ocasião do despacho aduaneiro, acrescido do montante desse imposto e dos

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encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis (Lei no 4.502, de 1964, art. 14, inciso I, alínea “b”).

§ 1o O disposto no caput não se aplica para o cálculo do imposto incidente na importação de:

I - produtos sujeitos ao regime de tributação especial previsto na Lei no 7.798, de 10 de julho de 1989, cuja base de cálculo será apurada em conformidade com as regras estabelecidas para o produto nacional; e

II - cigarros classificados no código 2402.20.00 da Nomenclatura Comum do Mercosul, cuja base de cálculo será apurada em conformidade com as regras estabelecidas para o produto nacional (Lei no 9.532, de 1997, art. 52, caput, com a redação dada pela Lei no 10.637, de 2002, art. 51).

§ 2o Os produtos referidos nos incisos I e II do § 1o estão sujeitos ao pagamento do imposto somente por ocasião do registro da declaração de importação (Lei no 7.798, de 1989, art. 4o, alínea “b”; e Lei no 9.532, de 1997, art.

52, parágrafo único ).

Art. 240. O imposto será calculado mediante aplicação das alíquotas, constantes da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados, sobre a base de cálculo de que trata o art. 239 (Lei nº 4.502, de 1964, art. 13).

Parágrafo único. Na hipótese do art. 98, a alíquota para o cálculo do imposto será de cinqüenta por cento (Lei no 10.833, de 2003, art. 67, caput).

Imunidades

Assim como no imposto de importação, são imunes do imposto as importações de livros, jornais e periódicos e do papel destinado a sua impressão.

3. Contribuição para o PIS/PASEP Importação e COFINS Importação

Regramento Constitucional e Legislação Específica

Os dispositivos constitucionais que possibilitaram a criação de contribuições sobre a importação foram frutos de duas emendas constitucionais:

• primeiramente, a Emenda Constitucional nº 33/2001, que introduziu o § 2º ao artigo 149 da Constituição Federal, definindo a base de cálculo das contribuições, no caso de importação;

• posteriormente, a Emenda Constitucional nº 42/2003, que não apenas conferiu nova redação a tal dispositivo, incluindo a importação de produtos estrangeiros ou serviços como hipótese de

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incidência das contribuições, mas também incluiu o inciso IV no artigo 195 da Constituição Federal, indicando como fonte de financiamento da seguridade social as contribuições sociais incidentes sobre o importador de bens ou serviços do exterior, ou quem a lei a ele equiparar.

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.

[...]

§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

[...]

II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

III - poderão ter alíquotas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada.

[...]

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

[...]

IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

A Medida Provisória nº 164, editada em 29 de janeiro 2004, instituiu a Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público Incidentes na Importação de Produtos Estrangeiros ou Serviços (PIS-importação) e a Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social devida pelo Importador de Bens Estrangeiros ou Serviços do Exterior (COFINS-importação), com base nos artigos 149, § 2o, inciso II, e 195, inciso IV, da Constituição Federal.

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A Exposição de Motivos que acompanhou a referida Medida Provisória (EM nº 00008/2004 – MF, de 27 de janeiro de 2004) assim justificou sua edição:

2. As contribuições sociais ora instituídas dão tratamento isonômico entre a tributação dos bens produzidos e serviços prestados no País, que sofrem a incidência da Contribuição para o PIS-PASEP e da Contribuição para o Financiamento Seguridade Social (COFINS), e os bens e serviços importados de residentes ou domiciliados no exterior, que passam a ser tributados às mesmas alíquotas dessas contribuições.

A justificativa apresentada na Exposição de Motivos tem como base o princípio da isonomia e também o princípio do tratamento nacional de que trata o Artigo III do GATT, que prevê a equivalência de tratamento entre o produto importado, quando este ingressa no território nacional, e o produto similar. Uma vez ingressado em território nacional, o produto estrangeiro deverá receber o mesmo tratamento no que diz respeito às leis, regulamento e exigências relacionadas com a venda, oferta para venda, compra, transporte, distribuição e utilização no mercado interno, que o similar nacional. É uma regra de não discriminação.

A referida Medida Provisória foi convertida na Lei nº 10.865/2004.

Incidência e Fato Gerador

A Lei 10.865/2004 instituiu a Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público incidente na Importação de Produtos Estrangeiros ou Serviços - PIS/PASEP- Importação e a Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social devida pelo Importador de Bens Estrangeiros ou Serviços do Exterior - COFINS-Importação, com base nos arts. 149, § 2o, inciso II, e 195, inciso IV, da Constituição Federal, observado o disposto no seu art. 195, § 6o.

Os serviços passíveis de incidência são aqueles provenientes do exterior prestados por pessoa física ou pessoa jurídica residente ou domiciliada no exterior, executados no País ou executados no exterior, cujo resultado se verifique no País.

Seu fato gerador é a entrada de bens estrangeiros no território nacional, ou o pagamento, o crédito, a entrega, o emprego ou a remessa de valores a residentes ou domiciliados no exterior como contraprestação por serviço prestado.

Na importação de bens, o fato gerador é similar ao Imposto de Importação, ou seja, a entrada de bens estrangeiros no território aduaneiro.

Para efeito de cálculo, considera-se ocorrido o fato gerador:(i) na data de registro da declaração de importação = regra geral As demais hipóteses são as mesmas do Imposto de Importação: (ii) no dia do lançamento do correspondente crédito tributário, quando se tratar de bens constantes de manifesto ou de outras declarações de efeito equivalente, cujo extravio tenha sido verificado pela autoridade aduaneira; e (iii) na data do vencimento do prazo de permanência dos bens em recinto alfandegado, se iniciado o respectivo despacho aduaneiro antes de aplicada a pena de perdimento.

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Da mesma forma como prevista para o imposto de importação, consideram-se entrados no território aduaneiro os bens que constem como tendo sido importados e cujo extravio tenha sido verificado pela autoridade aduaneira, exceto quanto às malas e às remessas postais internacionais, e à mercadoria importada a granel que, por sua natureza ou condições de manuseio na descarga, esteja sujeita a quebra ou a decréscimo, desde que o extravio não seja superior a um por cento.

Na importação de serviços, considera-se ocorrido o fato gerador na data do pagamento, do crédito, da entrega, do emprego ou da remessa de valores.

Em resumo:

Sujeitos Ativo e Passivo

O sujeito ativo das contribuições é a União.

De forma similar àquela prevista nas normas de regência do Imposto de Importação, a Lei nº 10.865/2004 definiu como sujeitos passivos das contribuições o importador, assim considerada a pessoa física ou jurídica que promova a entrada de bens estrangeiros no território nacional. No caso de importação de serviços, são contribuintes a pessoa física ou jurídica contratante de serviços e o beneficiário do serviço, na hipótese em que o contratante também seja residente ou domiciliado no exterior.

Art. 5o São contribuintes:

I - o importador, assim considerada a pessoa física ou jurídica que promova a entrada de bens estrangeiros no território nacional;

II - a pessoa física ou jurídica contratante de serviços de residente ou domiciliado no exterior; e

III - o beneficiário do serviço, na hipótese em que o contratante também seja residente ou domiciliado no exterior.

Parágrafo único. Equiparam-se ao importador o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo remetente e o adquirente de mercadoria entrepostada.

Art. 6o São responsáveis solidários:

Fato

Gerador Mercadorias

Entrada de bens estrangeiros no território nacional

Serviços

Pagamento, crédito, entrega, emprego ou remessa de valores a residentes ou domiciliados no exterior como contraprestação por serviço prestado

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I - o adquirente de bens estrangeiros, no caso de importação realizada por sua conta e ordem, por intermédio de pessoa jurídica importadora;

II - o transportador, quando transportar bens procedentes do exterior ou sob controle aduaneiro, inclusive em percurso interno;

III - o representante, no País, do transportador estrangeiro;

IV - o depositário, assim considerado qualquer pessoa incumbida da custódia de bem sob controle aduaneiro;

e

V - o expedidor, o operador de transporte multimodal ou qualquer subcontratado para a realização do transporte multimodal.

Base de Cálculo

O artigo 7o da Lei nº 10.865/2004, com a redação dada pela Lei nº 12.865/2013, determinou que a base de cálculo das contribuições, no caso de importação de bens, será o valor aduaneiro, ou seja, idêntico ao definido para o Imposto de Importação.

A Lei nº 12.865/2013, que alterou a redação do inciso I do artigo 7º da Lei nº 10.865/2004, foi editada para resolver a questão da inconstitucionalidade da redação original4 do referido artigo, que incluía o ICMS, bem como o próprio valor da contribuição ao PIS e da COFINS, na base de cálculo de tais contribuições sociais incidentes sobre a importação de bens.

A antiga redação do dispositivo legal que tratava da base de cálculo na importação de bens foi objeto de contestação judicial, que culminou com a declaração de inconstitucionalidade da seguinte parte do art. 7º, inciso I, da Lei 10.865/04: “acrescido do valor do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS incidente no desembaraço aduaneiro e do valor das próprias contribuições , por violação do art. 149, § 2º, III, a, da CF, acrescido pela EC 33/01 (RE 559.937/RS, Rel.Min. Ellen Gracie, Redator do Acórdão Min. Dias Toffoli, DJe 17/10/2013).

A Corte considerou, na análise do conceito de valor aduaneiro, que a Constituição utilizara a expressão “valor aduaneiro” com sentido técnico inequívoco, já empregado pela legislação tributária ao Imposto de Importação. A dimensão do que seja valor aduaneiro decorreria de acordo internacional (Artigo VII do Acordo Geral de Tarifas

4 Art. 7o A base de cálculo será: I - o valor aduaneiro, assim entendido, para os efeitos desta Lei, o valor que servir ou que serviria de base para o cálculo do imposto de importação, acrescido do valor do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS incidente no desembaraço aduaneiro e do valor das próprias contribuições, na hipótese do inciso I do caput do art.

3o desta Lei; [...]

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Aduaneiras e Comércio - GATT 1994), e teria sido largamente utilizado pelo legislador nacional, tanto na definição da base de cálculo do Imposto de Importação, quanto nos procedimentos de controle de valor aduaneiro da Instrução Normativa SRF nº 327/2003, além da previsão no Regulamento Aduaneiro, segundo o voto da Ministra.

Para a Ministra Relatora Ellen Gracie, a Lei nº 10.865/2004 não alargou o conceito de valor aduaneiro, mas desconsiderou a imposição constitucional de incidência sobre o valor aduaneiro, acrescentando o valor do ICMS- importação e das próprias contribuições para o PIS e a COFINS. Houve, tanto na determinação do acréscimo do ICMS-importação, quanto da incidência das próprias contribuições, uma expressa extrapolação da base de cálculo permitida pela Constituição, que condicionava o exercício da competência legislativa.

Segundo a decisão, “o gravame das operações de importação se dá não como concretização do princípio da isonomia, mas como medida de política tributária tendente a evitar que a entrada de produtos desonerados tenha efeitos predatórios relativamente às empresas sediadas no País, visando, assim, ao equilíbrio da balança comercial.”

Para tanto, a Constituição Federal, ao tratar da competência legislativa para a instituição das contribuições sociais, baseou-se em um conceito técnico com definição semântica específica, já existente no ordenamento jurídico brasileiro, plenamente em vigor e perfeitamente aplicável à realidade do comércio internacional e de controles aduaneiros, qual seja, de valor aduaneiro.

Aceitar a modificação do conceito de valor aduaneiro, mesmo considerando a previsão do artigo 146-A da Constituição Federal acerca do estabelecimento de critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, afrontaria a Segurança Jurídica e a construção de um sistema dotado de unidade e coerência, pois o mesmo fato (importação) resultaria em duas formas diferentes de interpretação do mesmo conceito (valor aduaneiro), na incidência do Imposto de Importação e na incidência do PIS-importação e COFINS- importação.

Conclui-se, então, que a decisão do STF foi acertada, visto que o conceito de valor aduaneiro, para fins de determinação da base de cálculo da COFINS-importação e do PIS-importação, há de ser aquele indicado no artigo 1, item 1 da Parte I do “Acordo sobre a Implementação do Artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio 1994”, ou seja, o valor de transação.

❖ Atenção: a redação que consta do Regulamento Aduaneiro ainda tem por base a redação anterior do art. 7º, inciso I, da Lei 10.865/04, já alterada:

Base de cálculo na importação de serviços

Na importação de serviços, as contribuições devem ser calculadas sobre o valor pago, creditado, entregue, empregado ou remetido para o exterior, antes da retenção do Imposto de Renda, acrescido do ISS e do valor das próprias contribuições.

Alíquota

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A redação original do artigo 8o da Lei nº 10.865/2004 determinava, como regra geral, que as alíquotas das contribuições, aplicadas sobre a base de cálculo, seriam de 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento), para o PIS-importação e de 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento), para a COFINS-importação, tanto para importação de mercadorias, quanto para importação de serviços. 5

Para dar ainda mais complexidade à apuração das contribuições, a Lei nº 12.844/2013 trouxe a previsão de acréscimo de um ponto percentual na alíquota da COFINS-importação de mercadorias relacionadas no Anexo I da Lei nº 12.546/2011.

Por fim, a partir da decisão do STF que reconheceu a inconstitucionalidade de parcela da base de cálculo do PIS-importação e da COFINS-importação incidente na importação de mercadorias, reduzindo a base de cálculo das contribuições para o padrão estipulado pelo constituinte, e da edição da Lei nº 12.865/2013, que alterou a referida base de cálculo, o Poder Executivo procurou adequar o aspecto quantitativo da incidência para evitar a perda de arrecadação. Dessa forma, foi editada a Medida Provisória 668/2015, posteriormente convertida na Lei nº 13.137/2015, elevando as alíquotas das contribuições incidentes sobre a importação de mercadorias para 2,1%

(dois inteiros e um décimo por cento), para a Contribuição para o PIS-importação e 9,65% (nove inteiros e sessenta e cinco centésimos por cento), para a COFINS-importação.

5 O artigo 8º da Lei nº 10.865/2004 trouxe, também, diversas exceções de alíquotas aplicáveis para produtos específicos, configurando num verdadeiro caos o regime de apuração do PIS/importação e COFINS/importação:

Art. 8o [...] § 1o As alíquotas, no caso de importação de produtos farmacêuticos, classificados nas posições 30.01, 30.03, exceto no código 3003.90.56, 30.04, exceto no código 3004.90.46, nos itens 3002.10.1, 3002.10.2, 3002.10.3, 3002.20.1, 3002.20.2, 3006.30.1 e 3006.30.2 e nos códigos 3002.90.20, 3002.90.92, 3002.90.99, 3005.10.10, 3006.60.00, são de: I - 2,1% (dois inteiros e um décimo por cento), para o PIS/PASEP-Importação; e II - 9,9% (nove inteiros e nove décimos por cento), para a COFINS- Importação. § 2o As alíquotas, no caso de importação de produtos de perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal, classificados nas posições 3303.00 a 33.07 e nos códigos 3401.11.90, 3401.20.10 e 96.03.21.00, são de: I - 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), para o PIS/PASEP-Importação; e II - 10,3% (dez inteiros e três décimos por cento), para a COFINS- Importação. § 3o Na importação de máquinas e veículos, classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 8432.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da Nomenclatura Comum do Mercosul - NCM, as alíquotas são de: I - 2% (dois por cento), para o PIS/PASEP-Importação; e II - 9,6% (nove inteiros e seis décimos por cento), para a COFINS-Importação. [...] § 5o Na importação dos produtos classificados nas posições 40.11 (pneus novos de borracha) e 40.13 (câmaras-de-ar de borracha), da NCM, as alíquotas são de: I - 2% (dois por cento), para o PIS/PASEP-Importação; e II - 9,5% (nove inteiros e cinco décimos por cento), para a COFINS-Importação. [...] § 9o Na importação de autopeças, relacionadas nos Anexos I e II da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, exceto quando efetuada pela pessoa jurídica fabricante de máquinas e veículos relacionados no art. 1o da referida Lei, as alíquotas são de: I - 2,3% (dois inteiros e três décimos por cento), para o PIS/PASEP-Importação; e II - 10,8% (dez inteiros e oito décimos por cento), para a COFINS-Importação. § 10.

Na importação de papel imune a impostos de que trata o art. 150, inciso VI, alínea d, da Constituição Federal, ressalvados os referidos no inciso IV do § 12 deste artigo, quando destinado à impressão de periódicos, as alíquotas são de: I – 0,8% (oito décimos por cento), para a contribuição para o PIS/PASEP-Importação; e II – 3,2% (três inteiros e dois décimos por cento), para a COFINS-Importação. [...] § 15. Na importação de etano, propano e butano, destinados à produção de eteno e propeno, e de nafta petroquímica, quando efetuada por centrais petroquímicas, as alíquotas são de: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) I - 1,0% (um por cento), para a Contribuição para o Pis/Pasep-Importação; e (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) II - 4,6% (quatro inteiros e seis décimos por cento), para a Cofins-Importação." (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

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4. ICMS

Regramento Constitucional e Legislação Específica

A Constituição Federal, em seu artigo 155, determina a competência aos Estados e ao Distrito Federal para instituir impostos sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior.

O inciso IX do referido artigo determina a incidência também sobre a entrada de bem ou mercadoria importada do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço.

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

(...)

II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

(...)

§ 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal;

(...)

IX - incidirá também:

a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

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Na sessão plenária de 24/09/2003, o Supremo Tribunal Federal aprovou a Súmula 661, que tratou da legitimidade da cobrança do ICMS na importação:

Súmula 661

Na entrada de mercadoria importada do exterior, é legítima a cobrança do ICMS por ocasião do desembaraço aduaneiro.

Atenção

!! Este tema já caiu em prova!

ESAF – AFRFB – 2012

De acordo com a súmula n. 661 do supremo tribunal federal, na entrada de mercadoria importada do exterior, é legítima a cobrança do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação por ocasião do desembaraço aduaneiro.

Comentário:

Afirmativa certa. De acordo com a Súmula n. 661 do Supremo Tribunal Federal, na entrada de mercadoria importada do exterior, é legítima a cobrança do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação por ocasião do desembaraço aduaneiro.

A Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996, denominada Lei Kandir, dispôs sobre o imposto dos Estados e do Distrito Federal sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.

Incidência e Fato Gerador

A Lei Complementar nº 87/1996, em seu artigo 2°, determina a incidência do ICMS sobre as operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares, bem como sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade.

Portanto, a incidência do ICMS também ocorre na importação de mercadorias, independentemente de quem for o importador e da natureza da operação.

Lei Complementar nº 87/1996

Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento:

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(...)

IX – do desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens importados do exterior;

(...)

§ 2º Na hipótese do inciso IX, após o desembaraço aduaneiro, a entrega, pelo depositário, de mercadoria ou bem importados do exterior deverá ser autorizada pelo órgão responsável pelo seu desembaraço, que somente se fará mediante a exibição do comprovante de pagamento do imposto incidente no ato do despacho aduaneiro, salvo disposição em contrário.

§ 3o Na hipótese de entrega de mercadoria ou bem importados do exterior antes do desembaraço aduaneiro, considera-se ocorrido o fato gerador neste momento, devendo a autoridade responsável, salvo disposição em contrário, exigir a comprovação do pagamento do imposto

Para configurar a ocorrência do fato gerador do ICMS-importação, deve ocorrer o desembaraço aduaneiro dos produtos estrangeiros. Portanto, não basta que o produto seja importado, ela deve ser desembaraçada para incidir o ICMS.

Sujeitos Ativo e Passivo

O sujeito ativo do ICMS incidente na importação é o Estado ou Distrito Federal onde estiver localizado o estabelecimento em que ocorrer a entrada física da mercadoria importada do exterior, ou do domicílio do adquirente, quando não estabelecido.

O sujeito passivo, de acordo com o artigo 4º da Lei Complementar nº 87/1996, é “qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior”. O parágrafo único do referido artigo acrescenta que também é contribuinte a pessoa física ou jurídica que, mesmo sem habitualidade ou intuito comercial, importe mercadorias ou bens do exterior, qualquer que seja a sua finalidade.

Base de Cálculo e Alíquotas

(28)

De acordo com o disposto no artigo 13 da Lei Complementar nº 87/1996, a base de cálculo do ICMS incidente na importação é o valor da mercadoria, constante dos documentos de importação, acrescidos dos seguintes valores:

• Imposto de Importação;

• Imposto sobre Produtos Industrializados;

• Imposto sobre Operações de Câmbio;

• quaisquer outros impostos, taxas, contribuições e despesas aduaneiras.

Dessa forma, incluem-se na base de cálculo do ICMS incidente na importação, quaisquer despesas, inclusive aduaneiras, cobradas ou debitadas ao adquirente no controle e desembaraço da mercadoria, ainda que venham a ser conhecidas somente após o desembaraço, e quaisquer outros impostos, taxas ou contribuições, tais como o Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM).

As alíquotas de ICMS incidentes na importação são definidas por cada Estado da Federação e pelo Distrito Federal, em suas legislações próprias.

De acordo com a Resolução do Senado nº 13/2012, a alíquota do ICMS incidente nas operações interestaduais com produtos importados foi definida em 4%, a partir de 1º de janeiro de 2013.

RESOLUÇÃO nº 13, de 25 de abril de 2012

Art. 1º A alíquota do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), nas operações interestaduais com bens e mercadorias importados do exterior, será de 4% (quatro por cento).

§ 1º O disposto neste artigo aplica-se aos bens e mercadorias importados do exterior que, após seu desembaraço aduaneiro: I - não tenham sido submetidos a processo de industrialização; II - ainda que submetidos a qualquer processo de transformação, beneficiamento, montagem, acondicionamento, reacondicionamento, renovação ou recondicionamento, resultem em mercadorias ou bens com Conteúdo de Importação superior a 40% (quarenta por cento).

§ 2º O Conteúdo de Importação a que se refere o inciso II do § 1º é o percentual correspondente ao quociente entre o valor da parcela importada do exterior e o valor total da operação de saída interestadual da mercadoria ou bem.

§ 3º O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) poderá baixar normas para fins de definição dos critérios e procedimentos a serem observados no processo de Certificação de Conteúdo de Importação (CCI).

§ 4º O disposto nos §§ 1º e 2º não se aplica: I - aos bens e mercadorias importados do exterior que não tenham similar nacional, a serem definidos em lista a ser editada pelo Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex) para os fins desta Resolução; II - aos bens produzidos em conformidade com os processos produtivos básicos de que tratam o Decreto-Lei nº 288, de 28 de fevereiro de 1967, e as Leis nºs 8.248, de 23 de outubro de 1991, 8.387, de 30 de dezembro de 1991, 10.176, de 11 de janeiro de 2001, e 11.484, de 31 de maio de 2007.

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Art. 2º O disposto nesta Resolução não se aplica às operações que destinem gás natural importado do exterior a outros Estados.

Art. 3º Esta Resolução entra em vigor em 1º de janeiro de 2013.

Pagamento do Imposto e Controle pela RFB

Como vimos, a competência para cobrar e fiscalizar o ICMS, mesmo incidente na importação, é dos Estados e do Distrito Federal.

Dessa forma, não compete à RFB controlar tal tributo.

O que compete à Aduana é verificar o comprovante de pagamento do ICMS no ato do desembaraço aduaneiro, para autorizar a entrega da mercadoria ao importador, salvo disposição em contrário. A comprovação do pagamento do ICMS deve ser feita também na hipótese de entrega de mercadoria antes do desembaraço aduaneiro, comprovação que poderá ser feita eletronicamente.

Atenção

!! Este tema já caiu em prova!

ESAF – AFRFB – 2012

A verificação efetuada pela autoridade federal no desembaraço aduaneiro é formal e de mérito, consistindo em se aferir o cumprimento da obrigação tributária de pagamento do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação mediante a apresentação do comprovante de recolhimento ou juntada do comprovante de dispensa do tributo, expedido pela fazenda estadual.

Comentário:

Afirmativa incorreta. Não compete à RFB controlar o ICMS. O que compete à Aduana é verificar o comprovante de pagamento do ICMS no ato do desembaraço aduaneiro, para autorizar a entrega da mercadoria ao importador, salvo disposição em contrário.

Terminamos a parte teórica da aula. Agora vamos resolver algumas questões prova!

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Questões comentadas pelo professor

1.

ESAF – ADA – 2012

Sobre o imposto de exportação, é correto afirmar que:

a) são isentas do imposto de exportação as vendas de café para o exterior.

b) para efeito de cálculo do imposto, considera-se ocorrido o fato gerador na data da saída da mercadoria do território aduaneiro.

c) o imposto de exportação incide somente sobre mercadoria nacionalizada destinada ao exterior.

d) o imposto de exportação tem como fato gerador o desembaraço aduaneiro da mercadoria exportada.

e) em caso de elevação, a alíquota do imposto de exportação não poderá ser superior a cinquenta por cento.

RESOLUÇÃO:

a) Afirmativa certa. O Regulamento Aduaneiro relaciona as seguintes isenções do imposto de exportação:

Café, Setor Sucroalcooleiro, Bagagem e Comércio de Subsistência em Fronteira. Entretanto, como não há incidência efetiva do imposto de exportação nas exportações dos referidos produtos, tais incentivos fiscais perdem sua relevância.

b) Afirmativa incorreta. Para efeito de cálculo do imposto de exportação, considera-se ocorrido o fato gerador na data de registro do RE no Siscomex. Entretanto, já aprendemos em nossa aula 03 que o RE não existe mais e foi substituído pela DU-E. Nesse caso, considera-se ocorrido o fato gerador na data de registro da DU-E, visto que a nova declaração de exportação produz efeitos equivalentes aos do registro de exportação para fins de cumprimento da legislação tributária e aduaneira, conforme disposto no artigo 110 da IN RFB 1.702/2017.

c) Afirmativa incorreta. O imposto de exportação incide sobre mercadoria nacional ou nacionalizada destinada ao exterior.

d) Afirmativa incorreta. O fato gerador é a saída do produto nacional ou nacionalizado do território nacional.

e) Afirmativa incorreta. A alíquota poderá ser elevada até 150%.

Gabarito: A

2.

ESAF – SRFB – ADA – 2012 (adaptada)

Verifique nas afirmativas abaixo, referentes ao Imposto de Exportação (IE), se elas são Verdadeiras (V) ou Falsas (F). Em seguida, assinale a opção correspondente à sequência correta de Verdadeiro (V) e Falso (F):

( ) Em determinadas situações a Câmara de Comércio Exterior – CAMEX - pode definir pauta de valor mínimo para a apuração da base de cálculo do IE.

( ) A base de cálculo do imposto é o valor aduaneiro, segundo definição do art. VII do GATT.

( ) É contribuinte do IE qualquer pessoa que promova a saída de mercadoria do território aduaneiro.

( ) O comércio de subsistência em fronteira é isento de IE.

Referências

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