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TÍTULO: PESQUISA DE INFECÇÃO POR HEPADNAVÍRUS EM GATOS DOMÉSTICOS, INDAIATUBA, SÃO PAULO, BRASIL

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Academic year: 2022

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Realização: IES parceiras:

TÍTULO: PESQUISA DE INFECÇÃO POR HEPADNAVÍRUS EM GATOS DOMÉSTICOS, INDAIATUBA, SÃO PAULO, BRASIL

CATEGORIA: EM ANDAMENTO

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: Medicina Veterinária

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO MAX PLANCK - AUTOR(ES): CAROLINE FERNANDES CARDOSO DE ARAUJO ORIENTADOR(ES): ALEX JUNIOR SOUZA DE SOUZA

COLABORADOR(ES): ELOÁ VIRGÍLIO GOTARDI, MARIANA CHIBANI REZENDE, LETÍCIA PINHEIRO LEITE DE OLIVEIRA, FELIPE FERNANDES PINHAL

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1. RESUMO

Hepatopatias são frequentemente diagnosticadas na clínica de felinos, entretanto como os sinais clínicos e achados laboratoriais das doenças hepáticas em gatos domésticos (Felis silvestres catus) podem ser inespecíficos, o diagnóstico etiológico destas enfermidades pode representar um desafio clínico. Isolados de hepadnavírus relacionados ao vírus da hepatite B (VHB), importante agente hepatotrópico causador de hepatite aguda e crônica em seres humanos, foram recentemente descritos entre gatos domésticos na Austrália e Itália. Estes primeiros isolados de hepadnavírus detectados entre carnívoros encontram-se atualmente classificados no gênero Orthohepadnavirus, espécie “Domestic cat hepatitis B virus”

(DCHBV). Apesar do significado clínico da infecção por DCHBV ainda não estar completamente compreendido, um estudo indicou que a infecção pelo vírus está associada à hepatite crônica e ocorrência de carcinoma hepatocelular em gatos. A pesquisa de infecção por DCHBV, associada à avaliação clínico-epidemiológica, pode auxiliar na caracterização deste agente recém-descoberto e potencialmente causador de doenças hepáticas em gatos. Neste sentido, o presente estudo objetiva avaliar a prevalência e perfil clínico de infecção por DCHBV entre gatos domésticos atendidos em um Hospital-Escola Veterinário, localizado no município de Indaiatuba, São Paulo, no período de setembro a dezembro de 2020, podendo, desta forma, além de detectar pela primeira vez o DCHBV na América do Sul, contribuir para futuras estratégias de diagnóstico diferencial, terapêutica, controle e profilaxia de hepatopatias na clínica de felinos.

2. INTRODUÇÃO

Gatos domésticos possuem particularidades anatômicas e fisiológicas no trato hepatobiliar que fazem com que estes animais possam desenvolver uma grande variedade de distúrbios metabólicos ou quadros de inflamação hepática aguda ou crônica (ANDRADE & VICTOR, 2016). Neste sentido, estudos para a caracterização da etiopatogenia de hepatopatias em gatos são relevantes para estabelecimento do diagnóstico diferencial e manejo clínico mais preciso de doenças hepáticas em felinos (NORSWORTHY, 2011; GRACE, 2011; ANDRADE & VICTOR, 2016;

TABOADA, 2016).

O vírus da hepatite B (HBV, do inglês Hepatitis B virus) é um vírus envelopado, com genoma parcialmente dsDNA, responsável pela infecção crônica

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de mais de 250 milhões de pessoas ao redor do mundo (WHO, 2017). A infecção pelo agente pode induzir a quadros de hepatite aguda ou crônica em seres humanos sendo, nesta última circunstância, responsável por disfunções hepáticas graves relacionadas à cirrose e carcinoma hepatocelular (WHO, 2017). O HBV está atualmente classificado na família Hepadnaviridae, gênero Orthohepadnavirus, composto por 12 espécies que incluem isolados de hepadnavírus que infectam mamíferos (ICTV, 2019; RASCHE et al., 2019).

Recentemente, um estudo molecular na Austrália identificou um novo isolado de hepadnavírus em um gato doméstico na Austrália, atualmente classificado no gênero Orthohepadnavirus e espécie “Domestic cat hepatitis B virus” (DCHBV) (AGHAZADEH et al., 2018; ICTV, 2019). O vírus foi detectado pela primeira vez em um gato doméstico com linfoma e, posteriormente, em uma casuística de gatos co- infectados com vírus da imunossupressão felina (FIV), achado que, além de ter representado a primeira detecção de hepadnavírus em carnívoros, sugeriu o DCHBV como um agente potencialmente patogênico para gatos domésticos, porém o significado clínico da infecção foi indeterminado aquele momento (AGHAZADEH et al., 2018).

Um estudo subsequente desenvolvido na Itália investigou a circulação do vírus em amostras de soro de 390 gatos domésticos e identificou uma prevalência de 10,8% (42/390) entre os animais, sugerindo que o DCHBV é um agente frequente em gatos (LANAVE et al., 2019). Lanave et al (2019) observaram que a carga viral média do DCHBV em amostras de soro de gatos com suspeita clínica de doença hepática foi superior à de animais sem suspeita de hepatopatia. Adicionalmente, os autores ainda observaram que o vírus foi detectado em animais sem disfunções clínicas, sugerindo que, assim como o HBV, o DCHBV pode ser detectado em indivíduos assintomáticos (LANAVE et al., 2019).

A associação do DCHBV com hepatite crônica e carcinoma hepatocelular foi estabelecida por um estudo recente que avaliou, por métodos moleculares e anatomopatológicos, a detecção de DCHBV em amostras de fígado de 71 gatos, provenientes de quatro países (Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia e Reino Unido), com diferentes lesões hepáticas e, de acordo com os resultados da pesquisa, o DCHBV foi detectado em 43% de animais com hepatite crônica e 28%

de animais com carcinoma hepatocelular, enquanto o vírus não foi detectado em amostras de fígado de gatos com colangite, hiperplasia nodular, hepatopatia tóxica,

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cistos biliares colangiocarcinoma e fígados de felinos normais (PESAVENTO et al., 2019).

3. OBJETIVOS

Avaliar a prevalência e características clínico-epidemiológicas de infecção por hepadnavirus em gatos domésticos atendidos em um Hospital-Escola Veterinário, localizado no município de Indaiatuba, São Paulo, no período de setembro a dezembro de 2020. O estudo também apresenta os objetivos específicos de descrever o perfil clínico, epidemiológico, laboratorial e as características filogenéticas dos isolados de DCHBV detectados.

4. METODOLOGIA

Amostras de soro obtidas de gatos domésticos atendidos por demanda no Hospital-Escola Veterinário do Centro Universitário Max Planck, em Indaiatuba, São Paulo, Brasil, serão testadas para pesquisa molecular de infecção por DCHBV e os dados clínicos e epidemiológicos serão avaliados para verificação do perfil clínico associado à infecção.

O estudo está sendo desenvolvido em caráter transversal e prospectivo.

Durante o atendimento clínico, os tutores dos animais estão sendo orientados sobre as finalidades da pesquisa e, ao concordarem participar, após aplicação e assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido, os dados clínicos, epidemiológicos e amostras biológicas de sangue são coletadas dos animais participantes do estudo.

A coleta dos dados dos animais incluídos no estudo está sendo desenvolvida por meio de questionário, de acordo com os sinais e quadros clínicos, os animais estão sendo divididos em grupos, obedecendo à suspeita diagnóstica de disfunções do(s) sistema(s) orgânicos predominantemente acometidos. Os resultados serão apresentados sob forma de estatística descritiva, descrevendo valores absolutos e relativos de frequência de ocorrência da infecção por DCHBV para posterior análise estatística.

Os animais estão sendo submetidos à coleta de um volume de 2 a 5 mL de sangue, que será armazenado em tubos tipo Vacutainer® contendo gel ativador. As amostras são imediatamente centrifugadas para obtenção de soro e armazenadas sob congelamento (-20º C) até análise molecular.

Alíquotas de 200 µL das amostras de soro serão individualmente submetidas à purificação para obtenção de DNA viral com auxílio o kit comercial QIAamp® DNA Mini (QIAGEN) e, posteriormente, testadas para pesquisa de DCHBV por método de

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nested reação em cadeia da polimerase (nested PCR), segundo metodologia descrita (AGHAZADEH et al., 2018). Os produtos de amplificação de segunda PCR serão detectados por eletroforese em gel de agarose e amostras que apresentarem bandas com tamanho aproximado a 230 pares de base (pb) serão considerados como positivos.

Para confirmação dos resultados de PCR os amplicons das amostras positivas serão sequenciados em sequenciador automatizado ABI 3500 DNA Sequencer (Applied Biosystems) e submetidos à análise filogenética com outras sequências de hepadnavírus disponíveis no banco de dados do GenBank (http://www.ncbi.nlm.nih.gov), por método maximum-likelihood.

As frequências de infecção por DCHBV serão comparadas entre os grupos de gatos incluídos no estudo, divididos segundo os critérios clínicos, para verificação de diferença estatística entre os perfis clínicos e a infecção pelo vírus. Os testes estatísticos serão executados pelos testes de qui-quadrado e teste exato de Fisher no software GraphPad Prism®.

5. DESENVOLVIMENTO

O presente projeto de pesquisa foi submetido para apreciação pela Comissão de Ética no Uso de Animais do Centro Universitário Max Planck (CEUS-UNIMAX) e obteve parecer favorável à execução emitido no dia 28 de abril de 2020 (n. P- 014/2020). Até o momento, foram realizadas aquisição de insumos de coleta, atividades de levantamento bibliográfico pertinente ao tema e iniciação da etapa de coleta de dados clínicos e epidemiológicos dos animais.

6. RESULTADOS PRELIMINARES

O DCHBV ainda não foi registrado em gatos na América Sul e apenas um número limitado de estudos relacionados à prevalência de infecção por DCHBV em gatos domésticos foram publicados, o que faz com que o e perfil clínico- epidemiológico da infecção ainda não esteja completamente compreendido (AGHAZADEH et al., 2018; LANAVE et al., 2019; PESAVENTO et al., 2019).

Neste sentido, a pesquisa de infecção por DCHBV em gatos no Brasil pode contribuir com dados sobre a circulação do vírus, ainda inédita no país, uma vez que a caracterização molecular de isolados de DCHBV pode também colaborar para o entendimento da evolução e dispersão viral e de hospedeiros de hepadnavírus entre animais domésticos e silvestres. No presente, foram coletados clínicos e epidemiológicos e amostras de soro de três gatos para posterior análise.

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7. FONTES CONSULTADAS

 ANDRADE, M.B.; VICTOR, R.M. Hepatopatias em felinos. Cadernos técnicos de Veterinária e Zootecnia. Minas Gerais, v. 2016, n. 82, p. 59-69, 2016.

 NORSWORTHY, G.D. Hepatic Lipidosis. In: NORSWORTHY, G. D. The feline patient. 5 ed. Iowa: Wiley-Blackwell, 2018. p. 220-222.

 GRACE, S.F. Hepatitis, inflammatory. 2011. In: NORSWORTHY, G.D. The feline patient. 5. ed. Iowa: Wiley-Blackwell, 2018. p. 222-224.

 WHO. World Health Organization. Global hepatitis report. Publisher: WHO, Geneva, 2017

 ICTV. International Committee on Taxonomy of Viruses. Virus Taxonomy:

2019 Release. EC 51, Berlin, Germany, 2019. Disponível em:

https://talk.ictvonline.org/taxonomy. Acesso em: 23 de setembro 2020.

 RASCHE, A. SANDER, A. L.; CORMAN, V. M.; DREXLER, J. F. Evolutionary biology of human hepatitis viruses. Journal of Hepatology, v. 70, n. 3, p.501-520, 2019.

 AGHAZADEH, M.; SHI, M.; BARRS, V. R.; McLUCKIE, A.J.; LINDSAY, S.A.;

JAMESON, B.; HAMPSON, B.; HOLMES, E.D.; BEATTY, J.A. A Novel Hepadnavirus Identified in an Immunocompromised Domestic Cat in Australia.

Viruses, Australia, v. 10, n. 269, p. 1-6, 2018.

 LANAVE, G.; CAPOZZA, P.; DIAKOUDI, G.; CATELLA, C.; CARTUCCI, L.;

GHERGO, P.; STASI, F.; BARRS, P.; BEATTY, J. DECARO, N.; BOUNAVOGLIA, C. MATELLA, V.; CAMERO, M. Identification of hepadnavirus in the sera of cats.

Scientific Reports, v. 9, n. 10668. p. 1-6, 2019.

 PESAVENTO, P. A.; JACKSON, K.; SCASE, T.; TSE, T.; HAMPSON, B.;

MUNDAY, J. S.; BARRS, V. R.; BEATTY, J. A. A Novel Hepadnavirus is Associated with Chronic Hepatitis and Hepatocellular Carcinoma in Cats. Viruses, v. 11, n.

969, p. 1-8, 2019.

Referências

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