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Academic year: 2022

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Instituto Politécnico de Beja

Escola Superior de Tecnologia e Gestão

Curso de Pós-Graduação

Técnico Superior de Higiene e Segurança no Trabalho

Prática em Contexto de Trabalho

“Controlo de Documentação e Registo de não Conformidades aplicado à obra do Bloco de Rega Serpa-Pias”

Tiago Miguel Agostinho Ramos 5564

Orientador: Dr. Paulo Lima

Projecto individual, realizado na EDIA, SA., apresentado na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Beja , como parte integrante dos requisitos para a conclusão do curso de Pós Graduação – Técnico Superior em Higiene e Segurança no Trabalho

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A dimensão e complexidade das infraestruturas de rega necessárias à distribuição da água armazenada na albufeira de Alqueva cria a necessidade de organizar os serviços de SHT no que respeita à coordenação de segurança afim de se cumprirem os requisitos legais em matéria de prevenção de riscos profissionais.

Neste sentido foi criada uma checklist de controlo de documentação relativa às exigências impostas pelo DL – 273/3003 de 29 de Outubro e proposto um modelo de Registo e Controlo de não Conformidades.

A sua aplicação no decorrer do estágio revela o bom funcionamento da coordenação de segurança e da equipa de fiscalização.

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Agradecimentos

A realização do estágio bem como a elaboração do presente trabalho não poderiam ter ocorrido sem a disponibilidade, dedicação e boa vontade de algumas pessoas às quais se pretende deixar os mais sinceros agradecimentos.

Da parte da EDIA um especial agradecimento à Eng.ª Isabel Grazina e ao Eng.º Duarte Janeiro na qualidade de orientador externo;

Da parte da AQUALOGUS / PROMAN um especial agradecimento ao Eng.º António Henriques e aos fiscais de obra Hugo e Nuno.

Ao Dr. Paulo Lima na qualidade de Orientador.

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INDICE GERAL

Introdução ... 1

Objectivo ... 2

Metodologia ... 2

1. Caracterização Geral da Obra ... 3

1.1. Localização e Acesso ao Estaleiro ... 3

1.2. Caracterização Técnica ... 3

2. Modelo/Proposta para Registo e Controlo de Documentação ... 4

2.1. Dono de Obra ... 5

2.1.1. Nomeação do Coordenador de Segurança ... 5

2.1.2. Elaboração do Plano de Segurança e Saúde ... 9

2.1.3. Aprovação e Divulgação do PSS ... 10

2.1.4. Comunicação Prévia de Abertura do Estaleiro ... 11

2.1.5. Compilação Técnica ... 12

2.1.6. Acesso ao Estaleiro ... 13

2.2. Entidade Executante ... 13

2.2.1. Desenvolvimento do Plano de Segurança e Saúde (DPSS) ... 15

2.2.2. Divulgação e Distribuição do DPSS ... 22

2.2.3. Fichas de Procedimentos de Segurança ... 22

2.2.4. Organização da Emergência ... 23

2.2.5. Registo de Subempreiteiros e Trabalhadores Independentes ... 24

2.2.6. Obrigações dos Empregadores e Trabalhadores Independentes ... 25

2.3. Fiscalização ... 26

3. Registo de Inspecção, Relatório de não Conformidades e pedido de Acções Preventivas/Correctivas ... 26

3.1. Registo de Inspecções ... 26

3.1.1. Método de Avaliação do Risco ... 28

3.2. Relatório mensal de Inspecção e Controlo de não Conformidades ... 31

Considerações Finais ... 33

Bibliografia ... 35

Apêndices ... 36

Anexos... 36

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INDICE DE QUADROS

Quadro 3.1 – Estimativa dos níveis da Probabilidade e Gravidade ... 29 Quadro 3.2 – Estimativa do nível do Risco ... 29 Quadro 3.3 – Descrição do Nível do Risco e Critérios de aceitabilidade e prazos de

resolução ... 30 Quadro 3.4 – Principais Riscos em Estaleiros de Construção Civil ... 32

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LISTA DE ABREVIATURAS

ACT – Autoridade para as Condições do Trabalho CAP – Certificado de Aptidão Profissional

CSO – Coordenador de Segurança em Obra CSP – Coordenador de Segurança em Projecto DPSS – Desenvolvimento do Plano de Saúde

EDIA, SA – Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva, SA HST – Higiene e Segurança no Trabalho

PSS – Plano de Segurança e Saúde

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Introdução

A EDIA, SA. - Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas de Alqueva, SA foi criada em 1995 com o objectivo de retomar as obras de construção da Barragem de Alqueva iniciadas na década de 70.

Concluída a construção da Barragem de Alqueva em 2002 tornou-se necessário criar toda uma estrutura que permitisse a distribuição da água armazenada na albufeira desta barragem às zonas mais desfavorecidas de forma a permitir uma maior competitividade no sector da agricultura e consequentemente um eficaz desenvolvimento económico da região.

Neste sentido encontram-se actualmente em andamento várias obras de execução de infraestruturas de rega, concessionadas por concurso público pela EDIA, SA. de entre as quais se destaca a Obra de Execução do Adutor de Brinches-Enxoé e respectiva Rede de Rega.

As infraestruturas necessárias à distribuição da água consistem na execução de grandes obras de construção civil que devido à sua especificidade e complexidade implicam a concentração de um elevado número de recursos materiais e humanos que, por sua vez, desenvolvem todo um conjunto de actividades consideradas de risco elevado como sejam escavações, aterro, trabalhos em altura, trabalhos perto de linhas de alta tensão e trabalhos que envolvem a utilização de explosivos.

De uma forma geral em todas as obras que actualmente decorrem implicam riscos aos quais grande número de trabalhadores se encontram sujeitos nomeadamente, soterramento, quedas em altura e esmagamentos.

Tendo em conta tal situação verifica-se a obrigatoriedade de aplicar um conjunto de medidas de prevenção de riscos profissionais afim de garantir aos trabalhadores boas condições em matéria de Higiene, Segurança e Saúde no trabalho nomeadamente as definidas pela Directiva Estaleiro – Decreto-Lei 273/2003 de 29 de Outubro.

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Neste sentido procedeu-se à elaboração do presente documento que materializa o trabalho desenvolvido em contexto de estágio no âmbito do curso de Pós-graduação de Técnico Superior de Higiene e Segurança Nível V da ESTIG – Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Beja, no projecto de Execução do Adutor Brinches-Enxoé e respectiva Rede de Rega projecto a cargo da EDIA.

Objectivo

É objectivo deste trabalho proceder ao levantamento de toda a documentação necessária em obra no que respeita às exigências impostas pelo Decreto-Lei 273/2003 de 29 de Outubro – Directiva Estaleiro, com vista à criação de um Modelo/Proposta para Registo e Controlo de Documentação e sua posterior aplicação à obra de Execução do Adutor Brinches-Enxoé e Respectivo Bloco de Rega.

Pretende-se também criar um modelo de Registo de Inspecção, Controlo de não Conformidades e Pedido de Acções Preventivas/Correctivas e sua posterior aplicação à obra em questão.

Metodologia

A metodologia adoptada divide-se em duas fases distintas.

A Primeira fase baseia-se numa pesquisa bibliográfica e compilação documental:

o Análise ao Decreto-lei 273/2003 de 29 de Outubro;

o Elaboração de checklist de controlo de documentação;

o Elaboração dos Modelos de Registo de Inspecção, não Conformidades e Pedido de Acções Preventivas/Correctivas e Relatório Mensal de não Conformidades.

A Segunda fase consiste na observação participativa:

o Aplicação da checklist de Controlo de Documentação;

o Aplicação dos modelos de Registo e Relatório Mensal de não Conformidades.

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Em termos práticos esta metodologia possibilita um correcto conhecimento de toda a documentação obrigatória em matéria de higiene e segurança no trabalho, de acordo com a legislação em vigor, que deve constar em obra permitindo em simultâneo saber quais os documentos necessários e indispensáveis para cumprir as regras de planeamento, organização e coordenação de segurança em estaleiros temporários ou moveis e um eficaz acompanhamento e actualização da informação disponível.

1. Caracterização Geral da Obra

1.1. Localização e Acesso ao Estaleiro

A obra de Execução do Adutor Brinches-Enxoé e Respectivo Bloco de Rega localiza-se no concelho de Serpa, freguesias de Serpa – Santa Maria, Serpa – Salvador e de Brinches, em ambas as margens da ribeira do Enxoé, entre a barragem com o mesmo nome e a futura albufeira de Serpa.

O aproveitamento é servido por um conjunto de estradas nacionais e municipais importantes, das quais se destacam o IP8, a EN 255, a EN 392 e a EN 517.

1.2. Caracterização Técnica

A Obra de Construção do Adutor Brinches-Enxoé e respectivo Bloco de Rega é composta por duas empreitadas (Adutor Brinches-Enxoé e Blocos de Rega Serpa-Pias) adjudicadas pela EDIA, SA por concurso público às várias entidades executantes.

Porém para a realização do estágio foi apenas considerada a empreitada respeitante ao Bloco de Rega Serpa-Pias cuja execução se encontra a cargo do consórcio SOMAGUE – NEOPUL – TEODORO ALHO.

Sumariamente em termos técnicos a Rede de Rega de Serpa-Pias comporta a construção das seguintes infraestruturas:

1 - Reservatório dos Montinhos – 10 ha 2 - Estação Elevatória da Lage;

3 - Redes Secundárias de Rega compostas por 3 blocos (Serpa-Pias 1, Serpa-

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4 - Rede Viária com uma extensão de cerca de 26 km;

5 - Rede de Drenagem com uma extensão de cerca de 16 km.

Tendo em consideração que a construção das infraestruturas anteriormente referidas acarretam riscos elevados, previstos na legislação, é fundamental fazer cumprir os princípios gerais mínimos de prevenção.

Afim de obedecer aos requisitos mínimos estabelecidos legalmente seguidamente será proposto um modelo para registo e controlo de documentação que deve constar em obra.

2. Modelo/Proposta para Registo e Controlo de Documentação

Tendo em conta que a prevenção de riscos profissionais é factor crucial para a redução dos acidentes de trabalho várias têm sido as medidas adoptadas a nível nacional e internacional com esse objectivo. De entre as medidas adoptadas destacam-se as normas e Directivas nacionais e internacionais e procedimentos de segurança.

A nível nacional existem já alguns diplomas cujo intuito visa regulamentar as actividades laborais na óptica da prevenção dos riscos profissionais e da melhoria contínua das condições de higiene, segurança e saúde dos trabalhadores. De entre a legislação vigente destaca-se pela sua importância a Directiva estaleiro, Decreto-Lei 273/2003 de 29 de Outubro. Este diploma regulamenta em matéria de Higiene e Segurança no Trabalho estaleiros temporários ou móveis.

Assim, no que respeita à implementação do diploma anteriormente referido importa proceder à identificação dos vários intervenientes em obra bem como das suas responsabilidades em matéria de Higiene e Segurança no Trabalho. A nível documental e de acordo como descrito seguidamente é apresentada no Apêndice 1 uma checklist que identifica os documentos que obrigatoriamente devem constar em obra.

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Por sua vez, no Apêndice 2 consta uma checklist preenchida de acordo com a informação e documentação disponível na obra em questão.

2.1. Dono de Obra

No âmbito da construção civil o dono de obra representa o primeiro nível de decisão. É a partir deste que os trabalhos inerentes, quer à concepção, quer à execução do projecto se desenvolvem estando condicionados às suas decisões. É ainda a partir do dono de obra que se cria a restante cadeia de subcontratação e responsabilidades.

Neste sentido e de acordo com o Artº 17º do Diploma anteriormente referido compete ao dono de obra:

o Nomear o(s) Coordenador(es) de Segurança em Projecto e em obra;

o Elaborar ou mandar elaborar um Plano de Segurança e Saúde;

o Aprovar o desenvolvimento e as alterações efectuadas ao Plano de Segurança e Saúde para a execução da Obra;

o Assegurar a divulgação o Plano de Segurança e Saúde;

o Comunicar previamente a abertura do estaleiro à Autoridade para as Condições do Trabalho;

o Entregar à Entidade Executante cópia da comunicação prévia de abertura do estaleiro bem como das respectivas alterações;

o Elaborar ou mandar elaborar a compilação técnica da obra;

o Se intervirem em simultâneo no estaleiro duas ou mais entidades executantes, tomar medidas necessárias para que o acesso ao estaleiro seja reservado a pessoas autorizadas;

o Assegurar o cumprimento das regras de gestão e organização geral do estaleiro a incluir no Plano de Segurança e Saúde definidas no Anexo I do Decreto-Lei 273/2003 de 29 de Outubro.

2.1.1. Nomeação do Coordenador de Segurança

A coordenação de segurança atribui aos coordenadores de segurança, quer em fase

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coordenadores de segurança cabe representar o dono de obra em matéria de higiene, segurança e saúde no trabalho, tendo estes a responsabilidade de contribuir para a melhoria dos níveis de prevenção de riscos profissionais.

A actividade de coordenação de segurança é obrigatória sempre que se verifique uma das seguintes situações:

o Se na execução da obra intervenham duas ou mais empresas, incluindo a entidade executante e subempreiteiros;

o Sempre que o projecto inicial for elaborado por mais de um sujeito e implique opções arquitectónicas de complexidade técnica para a integração dos princípios gerais de prevenção de riscos profissionais em matéria de SHT e que envolvam os seguintes trabalhos e/ou exponham os trabalhadores aos seguintes riscos:

o Soterramento, afundamento ou queda em altura, particularmente agravados pela natureza da actividade ou dos meios utilizados, ou do meio envolvente do posto, ou da situação do trabalho, ou do estaleiro;

o Químicos ou biológicos susceptíveis de causar doenças profissionais;

o Radiações ionizantes, quando for obrigatória a designação de zonas controladas ou vigiadas;

o Efectuados nas proximidades de linhas eléctricas de média e alta tensão;

o Efectuados em vias ferroviárias ou rodoviárias que se encontrem em utilização, ou na sua proximidade;

o De mergulho com aparelhagem ou que impliquem risco de afogamento;

o Em poços, túneis, galerias ou caixões de ar comprimido;

o Que envolvam a utilização de explosivos, ou susceptíveis de originarem riscos derivados de atmosferas explosivas;

o De montagem de elementos prefabricados ou outros, cuja forma, dimensão ou peso exponham os trabalhadores a risco grave;

o Que o dono de obra, o autor do projecto ou qualquer dos coordenadores de segurança fundamentadamente considere susceptíveis de constituir risco grave para a segurança e saúde dos trabalhadores.

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A nomeação do(s) coordenador(es) de segurança é objecto de declaração escrita pelo dono de obra, acompanhada de declaração de aceitação subscrita pelo(s) coordenador(es) de segurança, ou declaração conjunta, contendo os seguintes elementos:

o Identificação da obra, do coordenador de segurança em projecto e/ou do coordenador de segurança em obra;

o Se a coordenação couber a uma pessoa colectiva, deve ser identificado quem assegura o exercício da mesa;

o O objectivo da coordenação e as funções de cada um dos coordenadores;

o Os recursos a afectar ao exercício da coordenação;

o A referência à obrigatoriedade de todos os intervenientes cooperarem com os coordenadores durante a elaboração do projecto e a execução da obra.

o As declarações acima mencionadas deverão ser objecto de divulgação pelo dono de obra à entidade executante e a todos os membros da equipa de projecto e ao fiscal de obra.

Por sua vez, a entidade executante deverá afixa tais declarações no estaleiro em local bem visível e transmiti-las a todos os subempreiteiros e trabalhadores independentes por si contratados.

Nos termos previstos, Decreto-Lei 110/2000 de 30 de Junho, a actividade de Coordenação de Segurança deve ser exercida por pessoa qualificada e detentora de um Certificado de Aptidão Profissional (CAP) válido, contudo o coordenador de segurança não pode intervir na execução da obra como entidade executante, subempreiteiro ou trabalhador independente, ou trabalhador por conta doutrem podendo no entanto acumular com a função de fiscal de obra.

Coordenador de Segurança em Projecto (CSP) e Coordenador de Segurança em Obra (CSO)

Os coordenadores de segurança em projecto e em obra desempenham um papel fundamental de aconselhamento e apoio técnico ao dono de obra e aos vários

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intervenientes no que respeita aos princípios gerais de prevenção nas diversas fases do projecto.

Assim os coordenadores de segurança em projecto e em obra devem desenvolver, respectivamente, as seguintes actividades:

Coordenador de segurança em fase de projecto:

o Assegurar que os autores do projecto tenham em atenção os princípios gerais de prevenção de riscos profissionais do projecto da obra;

o Colaborar com o dono de obra na preparação do processo de negociação da empreitada e de outros actos preparatórios da execução da obra, na parte respeitante à segurança e saúde no trabalho;

o Elaborar o plano de segurança e saúde em projecto ou, se o mesmo elaborado por outra pessoa designada pelo dono de obra, proceder à sua validação técnica;

o Iniciar a organização da compilação técnica da obra e completá-la nas situações em que não haja coordenador de segurança em obra;

o Informar o dono de obra sobre as responsabilidades deste em matéria de higiene, segurança e saúde no trabalho.

Coordenador de segurança em fase de obra:

o Apoiar o dono de obra na elaboração e actualização da comunicação prévia;

o Apreciar o desenvolvimento e as alterações do plano de segurança e saúde para a execução da obra e sendo caso disso, propor à entidade executante as alterações adequadas com vista à sua validação técnica;

o Analisar a adequabilidade das fichas de procedimentos de segurança e, sendo caso disso, propor à entidade executante a s alterações adequadas;

o Promover e verificar o cumprimento do plano de segurança e saúde, bem como das outras obrigações da entidade executante, dos subempreiteiros e dos trabalhadores independentes nomeadamente no que se refere à organização do estaleiro, ao sistema de emergência, às condicionantes existentes no estaleiro e na área envolvente, aos trabalhos que envolvam riscos especiais, aos processos construtivos especiais, às actividades que

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possam ser incompatíveis no tempo ou no espaço e ao sistema de comunicação entre os intervenientes na obra;

o Coordenar o controlo da correcta aplicação dos métodos de trabalho, na medida em que tenham influência na segurança e saúde no trabalho;

o Promover a divulgação recíproca entre todos os intervenientes no estaleiro de informações sobre riscos profissionais e a sua prevenção;

o Registar as actividades de coordenação em matéria de segurança e saúde no livro de obra, nos termos do regime jurídico aplicável ou, na sua falta, de acordo com um sistema de registos apropriado que deve ser estabelecido para a obra;

o Assegurar que a entidade executante tome as medidas necessárias para que o acesso ao estaleiro seja reservado a pessoas autorizadas;

o Informar regularmente o dono de obra sobre o resultado da avaliação da segurança e saúde existente no estaleiro;

o Informar o dono de obra sobre as responsabilidades deste em matéria de higiene, segurança e saúde no trabalho;

o Analisar as causas de acidentes graves que ocorram no estaleiro;

o Integrar na compilação técnica da obra os elementos decorrentes da execução dos trabalhos que nela não constem.

2.1.2. Elaboração do Plano de Segurança e Saúde

O Plano de Segurança e Saúde em projecto trata-se de um documento que deve ter como suporte as definições do projecto da obra e as demais condições estabelecidas para a execução da obra que sejam relevantes para o planeamento da prevenção dos riscos profissionais.

É obrigatória a sua elaboração sempre que estejamos perante uma obra que implique riscos previstos no Artº 7º do Decreto-Lei 273/2003 de 29 de Outubro, ou quando seja obrigatória a nomeação do coordenador de segurança.

Quanto à sua estrutura, o Plano de Segurança e Saúde deve fazer referência aos

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o O tipo de edificação, o uso previsto, as opções arquitectónicas, as definições estruturais e das demais especialidades, as soluções técnicas preconizadas, os produtos e materiais a utilizar, devendo ainda incluir as peças escritas e desenhadas dos projectos, relevantes para a prevenção de riscos profissionais;

o As características geológicas, hidrológicas e geotécnicas do terreno, as redes técnicas aéreas ou subterrâneas, as actividades que eventualmente decorram no local ou na sua proximidade e outros elementos envolventes que possam ter implicações na execução dos trabalhos;

o As especificações sobre a organização e programação da execução da obra a incluir no concurso da empreitada;

o As especificações sobre o desenvolvimento do plano de segurança e saúde quando varias entidades executantes realizam partes da obra.

2.1.3. Aprovação e Divulgação do PSS

Nos termos previstos, Decreto-Lei 273/2003 de 29 de Outubro, a abertura do estaleiro não poderá ocorrer sem que tenha sido previamente elaborado o respectivo plano de segurança e saúde. Cabe assim ao dono de obra elaborar ou mandar elaborar o plano de segurança e saúde ainda na fase de projecto e fazer cumprir as directrizes em matéria de prevenção nele estabelecidas.

Por sua vez, cabe à entidade executante proceder ao seu desenvolvimento para execução da obra, sendo as propostas submetidas à aprovação do dono de obra com base em parecer técnico do coordenador de segurança em obra.

Na eventualidade de não estarem disponíveis todas as informações necessárias nomeadamente no que respeita à avaliação de riscos e respectivas medidas preventivas, pode ser o plano de segurança objecto de aprovação parcial, devendo no entanto estar completo antes do início dos trabalhos.

No que respeita à sua divulgação cabe ao dono de obra dar conhecimento por escrito à entidade executante.

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2.1.4. Comunicação Prévia de Abertura do Estaleiro

A Comunicação Prévia é uma obrigação legal de responsabilidade imputada ao dono de obra e tem por objectivo dar conhecimento às autoridades competentes, nomeadamente à ACT – Autoridade para as Condições de Trabalho e à população em geral, a concentração de recursos no espaço e no tempo para execução de uma obra.

A comunicação Prévia de abertura do estaleiro é obrigatória sempre que a execução da obra implique pelo menos uma das seguintes situações:

o Um prazo total superior a 30 dias e, em qualquer momento, a utilização simultânea de mais de 20 trabalhadores;

o Um total de mais de 500 dias de trabalho, correspondente ao somatório dos dias de trabalho prestado por cada um dos trabalhadores.

o Sempre que obrigatória esta deve fazer menção aos seguintes pontos:

O endereço completo do estaleiro;

A natureza e a utilização previstas para a obra;

O dono de obra, o autor ou os autores do projecto e a entidade executante, bem como os respectivos domicílios ou sedes;

O fiscal ou fiscais de obra, o coordenador de segurança em obra bem como os respectivos domicílios;

O director técnico da empreitada e o representante da entidade executante, se for nomeado para permanecer no estaleiro durante a execução da obra, bem como os respectivos domicílios, no caso de empreitada de obra pública;

O responsável pela direcção técnica da obra e respectivo domicílio, no caso de obra particular;

As datas previstas para inicio e termo dos trabalhos no estaleiro;

A estimativa do numero máximo de trabalhadores por conta doutrem e independentes que estarão presentes em simultâneo no estaleiro ou o somatório dos dias de trabalho prestado por cada um dos trabalhadores;

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A estimativa do número de empresas e trabalhadores independentes a operar no estaleiro;

A identificação dos subempreiteiros já seleccionados.

Sempre que se verifique uma alteração a qualquer um dos pontos anteriores, deve o dono de obra comunica-las, num prazo máximo de 48 horas, à Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) dando conhecimento ao coordenador de segurança em obra e à entidade executante.

Para além da obrigatoriedade de dar a conhecer a Abertura Prévia às entidades competentes deve ainda a entidade executante afixá-la no estaleiro em local bem visível.

2.1.5. Compilação Técnica

A Compilação Técnica trata-se de um documento que reúne toda a informação técnica da obra onde constam todos os elementos úteis a ter em conta na sua utilização futura bem como em trabalhos posteriores à sua conclusão, para preservar a segurança e a saúde de quem os executar.

Pode o dono de obra recusar a recepção da obra enquanto a entidade executante não prestar os elementos necessários à elaboração deste documento.

Este documento deve incluir obrigatoriamente os elementos que a seguir se apresentam:

o Identificação completa do dono de obra, do autor dos projecto, dos coordenadores de segurança em projecto e em obra, da entidade executante, bem como de subempreiteiros ou trabalhadores independentes cujas intervenções sejam relevantes nas características da mesma;

o Informações técnicas relativas ao projecto geral e aos projectos das diversas especialidades, incluindo as memórias descritivas, projecto de execução e telas finais, que refiram os aspectos estruturais, as redes técnicas e os sistemas e materiais utilizados que sejam relevantes para a prevenção de riscos profissionais;

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o Informações técnicas respeitantes aos equipamentos instalados que sejam relevantes para a prevenção dos riscos da sua utilização, conservação e manutenção;

o Informações úteis para a planificação da segurança e saúde na realização de trabalhados em locais da obra edificada cujo acesso e circulação apresentem riscos.

É ainda importante referir que em intervenções posteriores que não consistam na conservação, reparação, limpeza da obra ou outras que afectem as suas características e as condições de execução de trabalhos, o dono de obra deve assegurar que a compilação técnica seja actualizada com elementos relevantes.

2.1.6. Acesso ao Estaleiro

Sempre que intervirem em simultâneo no estaleiro duas ou mais entidades, incluindo a entidade executante, deverão ser tomadas as medidas necessárias para que o aceso ao estaleiro seja reservado apenas a pessoal autorizado.

2.2. Entidade Executante

A entidade executante é o responsável pela execução da totalidade ou parte da obra dependendo da relação contratual que detém com o dono de obra. Cabe à entidade executante fornecer os equipamentos de trabalho, seleccionar métodos de trabalho mais adequados à execução da obra, decidir sobre a organização do trabalho no estaleiro e definir equipas de trabalho. É ainda responsabilidade da entidade executante planear e promover o desenvolvimento de mecanismos de prevenção de riscos profissionais à fase de projecto.

No que respeita às exigências legais impostas pelo Decreto-Lei 273/2003 de 29 de Outubro é responsabilidade da entidade executante:

o Avaliar os riscos associados à execução da obra e definir medidas de prevenção adequadas e, se o plano de segurança e saúde for obrigatório propor ao dono de obra o desenvolvimento e as adaptações do mesmo;

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o Dar a conhecer o plano de segurança e saúde para a execução da obra e as suas alterações aos subempreiteiros e trabalhadores independentes, ou pelo menos a parte que os mesmos necessitam de conhecer por razões de prevenção;

o Elaborar fichas de procedimentos de segurança para os trabalhos que impliquem riscos especiais e assegurar que os subempreiteiros e trabalhadores independentes e os representantes dos trabalhadores para a segurança, higiene e saúde no trabalho que trabalhem no estaleiro tenham conhecimento das mesmas;

o Assegurar a aplicação do plano de segurança e saúde e das fichas de procedimentos de segurança por parte dos seus trabalhadores, de subempreiteiros e trabalhadores independentes;

o Assegurar que os subempreiteiros cumpram as obrigações previstas e que constam do ponto correspondente às Obrigações dos Empregadores;

o Assegurar que os trabalhadores independentes cumprem as obrigações previstas e que constam do ponto correspondente às Obrigações dos trabalhadores independentes;

o Colaborar com o coordenador de segurança em obra, bem como cumprir e fazer respeitar por parte de subempreiteiros e trabalhadores independentes as directivas daquele;

o Tomar as medidas necessárias a uma adequada organização e gestão do estaleiro, incluindo a organização do sistema de emergência;

o Tomas as medidas necessárias para que o acesso ao estaleiro seja reservado a pessoas autorizadas;

o Organizar um registo actualizado dos subempreiteiros e trabalhadores independentes por si contratados com actividade no estaleiro com o ponto correspondente ao Registo de Subempreiteiros e Trabalhadores Independentes;

o Fornecer ao dono de obra as informações necessárias à elaboração e actualização da comunicação prévia;

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o Fornecer ao autor do projecto, ao coordenador de segurança em obra ou, na falta destes, ao dono de obra os elementos necessários à elaboração da compilação técnica.

2.2.1. Desenvolvimento do Plano de Segurança e Saúde (DPSS)

O Desenvolvimento do Plano de Segurança e Saúde ou DPSS trata-se de um documento complementar ao Plano de Segurança e Saúde apresentado pelo Dono da Obra na fase de projecto e que será desenvolvido pela entidade executante de modo a complementar as medidas aí previstas tendo em consideração a legislação de segurança, higiene e saúde no trabalho em vigor, nomeadamente o Decreto-Lei n.º 273/2003, de 29 de Outubro, o Decreto-Lei n.º 133/1999, de 21 de Abril e o Decreto-Lei n.º 441/1991, de 14 de Novembro.

Assim, o desenvolvimento do Plano de Segurança e Saúde deve assentar nos pontos que fazem parte do Anexo II do Decreto-Lei 273/2003 de 29 de Outubro e que a seguir se enunciam:

o Avaliação e hierarquização dos Riscos reportados ao processo construtivo, abordado operação a operação de acordo com o cronograma, com a previsão dos riscos correspondentes a cada uma por referência à sua origem, e das adequadas técnicas de prevenção que devem ser objecto de representação gráfica;

o Projecto do estaleiro e a memória descritiva, contendo informações sobre sinalização, circulação, utilização e controlo dos equipamentos, movimentação de cargas, apoios à produção, redes técnicas, recolha e evacuação dos resíduos, armazenagem e controlo de acesso ao estaleiro;

o Requisitos de segurança e saúde segundo os quais devem decorrer os trabalhos;

o Cronograma detalhado dos trabalhos;

o Condicionantes à selecção de subempreiteiros, trabalhadores independentes, fornecedores de materiais e equipamentos de trabalho;

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o Directrizes da entidade executante relativamente aos subempreiteiros e trabalhadores independentes com actividade no estaleiro em matéria de prevenção de riscos profissionais;

o Meios para assegurar a cooperação entre os vários intervenientes na obra, tendo presentes os requisitos de segurança e saúde estabelecidos;

o Sistemas de gestão informação e comunicação entre todos os intervenientes no estaleiro em matéria de prevenção de riscos profissionais;

o Sistemas de informação e de formação a todos os trabalhadores presentes no estaleiro, em matéria de prevenção de riscos profissionais;

o Procedimentos de emergência, incluindo medidas de socorro e evacuação;

o Sistema de comunicação de ocorrência de acidentes e incidentes no estaleiro;

o Sistema de transmissão de informação ao coordenador de segurança em obra para a elaboração da compilação técnica da obra;

o Instalações sociais para o pessoal empregado na obra, de acordo com as exigências legais, nomeadamente dormitórios, balneários, vestiários, instalações sanitárias e refeitórios.

A aplicação prática do Desenvolvimento do Plano de Segurança e Saúde consiste assim essencialmente na preparação e integração de projectos, planos e procedimentos referidos no PSS e na realização de registos das acções implementadas que no seu conjunto são incluídas nos Anexos e que fazem parte integrante do Plano de Segurança e Saúde.

Avaliação de Riscos e Definição de Medidas de Segurança

Antes de dar inicio aos trabalhos no estaleiro deve a entidade executante proceder à identificação dos vários perigos e respectiva avaliação de riscos definindo as medidas preventivas que considere mais adequadas ao controlo dos ricos identificados. As medidas preventivas equacionadas são objecto de aprovação pelo dono de obra por intermédio do coordenador de segurança em obra que as valida tecnicamente.

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Projecto de Estaleiro

O projecto de estaleiro trata-se de um documento que dá cumprimento ao n.º 2 do Anexo II do Decreto-Lei 273/2003 de 29 de Outubro. Este documento é entregue pela entidade executante aquando do Desenvolvimento do Plano de Segurança e Saúde e deverá conter a memória descritiva do projecto, plano de circulação e sinalização, plano de controlo de equipamentos, movimentação de cargas, redes técnicas, plano de recolha de resíduos, armazenamento e controlo de acessos.

Memória descritiva

Aquando do desenvolvimento do plano de segurança e saúde deverá a entidade executante anexar o projecto de estaleiro e respectiva memória descritiva de acordo com o n.º 2 do anexo II do Decreto-Lei 273/2003 de 29 de Outubro.

A memória descritiva deverá conter informações suficientes para permitir a sua análise em matéria de Higiene e Segurança no Trabalho.

Plano de Sinalização e Circulação

De forma a garantir boas condições de acessos e de circulação no estaleiro, nos termos do nº1 do Art.º. 22 do Decreto-Lei n.º 273/2003 de 29 de Outubro, deverá a Entidade Executante elaborar e entregar para apreciação do CSO o Plano de Acessos, Circulação e Sinalização no Estaleiro na fase de preparação do arranque de obra.

O Plano de Sinalização e Circulação deverá fazer referência aos acessos, à circulação no estaleiro, à sinalização de segurança e saúde e à sinalização rodoviária tendo por base a planta de estaleiro. No que respeita à circulação o plano de Circulação deverá definir zonas específicas de passagem de peões e máquinas/equipamentos

Plano de Controlo de Equipamentos

Ao abrigo da Directiva Maquinas, Decreto-Lei 50/2005 de 25 de Fevereiro, a entrada e permanência de qualquer Máquina/equipamento no estaleiro só é autorizada se

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O Plano de Controlo de Equipamentos tem por objectivo coligir num documento único, a informação relevante de todos os equipamentos a utilizar em obra, permitindo verificar de uma forma simples e eficaz, a cada momento, se as inspecções e manutenções periódicas têm sido efectuadas e se encontram em dia.

Sempre que a o plano de manutenção não esteja em dia ou sempre que se verifique qualquer dano/anomalia que possa por em risco o bom funcionamento do equipamento e/ou a segurança dos trabalhadores deverá o mesmo ser afastado do estaleiro até reunir novamente as condições necessárias à sua utilização.

Afim de garantir o bom estado de funcionamento dos vários equipamentos deverá a entidade executante assegurar, no momento da entrada dos equipamentos no estaleiro, que os mesmos cumprem os requisitos anteriormente referidos e nomear um responsável pelo seu controlo ao longo da sua utilização no estaleiro.

Movimentação de Cargas

No que respeita à movimentação manual de cargas deve a entidade executante proceder à determinação do limite máximo de carga a transportar pelos trabalhadores afim de prevenir quaisquer riscos que possam advir do exercício da actividade.

Relativamente à movimentação mecânica de cargas deverão ser respeitadas as cargas máximas admissíveis em máquinas e equipamentos entre outras, os dumpers e as gruas fixas ou móveis. No caso especifico das gruas-torre e camiões-grua devem tomar-se em atenção os respectivos diagramas de elevação/carga.

Apoios à Produção

No projecto de estaleiro deverão constar os meios de apoio à produção que irão ser utilizados durante a execução da obra, bem como os recursos a afectar tendo em conta o planeamento e a organização do trabalho. Dentro dos meios de apoio à produção destacam-se:

o Parqueamento o Estaleiro de ferro

o Estaleiro de preparação de cofragens

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o Ferramentaria e Armazém o Instalações administrativas Redes Técnicas

Ainda antes da instalação do estaleiro cabe à entidade executante definir as redes técnicas a utilizar em obra como sejam a rede eléctrica, rede de água, rede de esgotos e rede de gás. Neste sentido deverá a entidade executante desenvolver as diligências necessárias à sua instalação e utilização junto das entidades competentes.

Plano de Evacuação de Resíduos

Cabe à entidade executante elaborar e implementar um sistema de recolha e transporte de resíduos afim de garantir uma permanente limpeza do estaleiro. Os resíduos deverão ser encaminhados para o destino mais adequado ao seu tratamento tendo em atenção especial os resíduos tóxicos, eco-tóxicos e outros cujo tratamento esteja devidamente regulamentado.

Armazenagem e Controlo de Acesso ao Estaleiro

A entidade executante, aquando do desenvolvimento do plano de segurança e saúde, deverá definir um sistema que permita o controlo de acesso ao estaleiro e delimitação do mesmo em todo o seu perímetro afim de evitar a entrada acidental de pessoas estranhas e a diminuir o impacte que obras deste género criam na envolvente próxima.

Deve ainda a entidade executante garantir um local (armazém) que permita o acondicionamento de materiais e outros produtos por categorias e de acordo com as normas e regras de armazenamento.

Cronograma de Trabalhos

Cabe à entidade executante incluir no Desenvolvimento do Plano de Segurança e Saúde o cronograma de trabalhos detalhado tendo em conta os recursos humanos,

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análise do cronograma de trabalhos no sentido de identificar possíveis situações que ponham em causa a segurança dos trabalhadores derivadas de sobreposições ou sucessões no espaço e no tempo de trabalhos incompatíveis, apresentando as respectivas e mais adequadas medidas de controlo.

Durante a execução da obra serão efectuados os reajustes necessários sendo necessária nova análise ao Desenvolvimento do Plano e Segurança e Saúde.

Cabe no entanto ao Coordenador de Segurança em Obra analisar tecnicamente o cronograma de trabalhos e caso seja necessário, solicitar a sua alteração.

Condicionantes à Selecção de subempreiteiros e trabalhadores independentes

No que respeita à selecção de subempreiteiros e trabalhadores independentes deverá a entidade executante indicar quais as exigências que considera necessárias, em matéria de higiene e segurança no trabalho, para a sua contratação.

Directrizes em matéria de prevenção de riscos profissionais

No que respeita às directrizes em matéria de prevenção de riscos profissionais deverá a entidade executante elaborar os planos de controlo de Equipamentos de Protecção Colectiva (EPC) e Equipamentos de Protecção Individual (EPI) incluindo a forma e em que situações deverão ser utilizados.

Meios para assegurar a cooperação entre os vários intervenientes

A gestão eficaz e atempada da informação entre os vários intervenientes em obra é fundamental na prevenção em matéria de Higiene e Segurança no Trabalho. Cabe assim à entidade executante desenvolver um sistema de gestão e difusão de informação à cadeia de subcontratação propondo a sua análise e validação ao Coordenador de Segurança em Obra.

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Formação e Informação aos trabalhadores no estaleiro

A entidade executante deve assegurar, à data de entrada no estaleiro, que todos os trabalhadores têm formação básica em Higiene e Segurança no trabalho afim de desempenharem as suas funções em segurança.

Deve ainda a entidade executante estabelecer um plano de formação e informação contínua aos trabalhadores por si contratados e outros independentes.

No que se refere a trabalhadores que desempenham funções específicas tais como soldadores, gruístas, condutores e manobradores deve a entidade executante verificar e assegurar que são detentores de CAP válido para as funções que desempenham.

Registo e Comunicação de acidentes de trabalho

Em matéria de registo e comunicação de acidentes de trabalho È competência da entidade executante desenvolver um sistema de registo para potenciais acidentes/incidentes de trabalho que possam vir a ocorrer durante a execução da obra e que causem lesão corporal, perturbação funcional ou doença.

Sempre que ocorra um acidente/incidente de trabalho deverá o empregador comunicar a sua ocorrência ao coordenador de segurança em obra, ao dono de obra e à Autoridade para as Condições do Trabalho no mais curto espaço de tempo possível não podendo exceder as 24 horas.

Sempre que um acidente envolva um trabalhador independente deverá ser a comunicação feita pela entidade que o tenha contratado.

Na eventualidade de não ser comunicado o acidente à Autoridade para as Condições do Trabalho no prazo estabelecido deve a entidade executante assegurar a sua comunicação não podendo no entanto exceder as 24 horas subsequentes.

A entidade executante e todos os intervenientes no estaleiro devem suspender

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ainda a entidade executante impedir, de imediato e até à recolha dos elementos necessários para a realização do inquérito, o acesso a pessoas, máquinas e materiais ao local do acidente, com excepção dos meios de socorro e assistência às vítimas.

2.2.2. Divulgação e Distribuição do DPSS

A divulgação e distribuição do DPSS é responsabilidade da entidade executante.

Assim deverá a entidade executante distribuir na integra ou parcialmente o DPSS aos subempreiteiros e/ou trabalhadores independentes por si contratadas afim destes desenvolverem o seu trabalho de acordo com as directrizes em matéria de prevenção de segurança nele definidas.

2.2.3. Fichas de Procedimentos de Segurança

Nos casos em que não seja obrigatória a elaboração do Plano de Segurança e Saúde e sempre que se esteja na presença de trabalhos de risco elevado previstos no Art.º 7º do Decreto-Lei 273/2003 de 29 de Outubro é obrigatória a elaboração de fichas de procedimentos de segurança.

A entidade executante só pode dar início à implementação do estaleiro quando dispuser das fichas de procedimentos de segurança, devendo o dono de obra assegurar o respeito desta prescrição.

As fichas de procedimentos de segurança são elaboradas pela entidade executante e entregues ao CSO que procede à análise da sua adequabilidade e que propõe se necessário as respectivas alterações.

As fichas de procedimentos de segurança devem conter os seguintes elementos:

Identificação, caracterização e duração da obra;

o A identificação dos intervenientes no estaleiro que sejam relevantes para os trabalhos em causa;

o As medidas de prevenção a adoptar tendo em conta os trabalhos a realizar e os respectivos riscos;

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o As informações sobre as condicionantes existente no estaleiro e na área envolvente, nomeadamente as características geológicas, hidrológicas e geotécnicas do terreno, as redes técnicas aéreas ou subterrâneas e as actividades que eventualmente decorram no local que possam ter implicações na prevenção de riscos profissionais associados à execução dos trabalhos;

o Os procedimentos a adoptar em situações de emergência.

Estes documentos deverão estar acessíveis no estaleiro a todos os subempreiteiros e trabalhadores independentes e aos representantes dos trabalhadores para a segurança, higiene e saúde que nele trabalhem.

A Autoridade para as Condições de Trabalho pode determinar à entidade executante a apresentação das fichas de procedimentos de segurança.

2.2.4. Organização da Emergência

Nos termos previstos é obrigação da entidade executante elaborar, implementar e ajustar sempre que necessário um sistema que permita dar resposta a possíveis situações de emergência que possam vir a suceder.

Assim deverá a entidade executante plano de emergência que preveja no mínimo:

o As principais vias de acesso e evacuação às zonas de laboração;

o Um sistema de comunicação operacional entre os locais de trabalho e a equipa de emergência;

o Uma lista de contactos de emergência a afixar em especial junto de equipamentos de socorro, combate a incêndios;

o Procedimentos de evacuação e minimização de impacto de sinistro;

o Organigrama representativo dos vários intervenientes no sistema de emergência e suas responsabilidades.

À semelhança de outros documentos deverá o Plano de Emergência ser objecto de divulgação atempada às várias entidades presentes no estaleiro e sujeito a simulações e revisões periódicas de forma a testar a sua operacionalidade e eficácia.

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o Um extintor;

o Uma caixa de primeiros socorros;

o Um trabalhador com conhecimentos em primeiros socorros.

2.2.5. Registo de Subempreiteiros e Trabalhadores Independentes

A entidade executante deve organizar um registo que inclua, em relação a cada subempreiteiro ou trabalhador independente por si contratado e que trabalhe no estaleiro por um período superior a 24 horas:

o A identificação completa, residência ou sede e número fiscal de contribuinte;

o O numero do registo ou da autorização para o exercício da actividade de empreiteiro de obras publicas ou de industrial da construção civil, bem como de certificação exigida por lei para o exercício de outra actividade realizada no estaleiro;

o A actividade a efectuar no estaleiro e a sua calendarização;

o A cópia do contrato de execução do qual conste que exerce actividade no estaleiro, quando for celebrado por escrito;

o O responsável do subempreiteiro no estaleiro.

Por sua vez, cada empregador deve organizar um registo que inclua, em relação aos seus trabalhadores e trabalhadores independentes por si contratados que trabalhem no estaleiro durante um prazo superior a 24 horas:

o A identificação completa e a residência habitual;

o O numero fiscal de contribuinte;

o O numero de beneficiário da segurança social;

o A categoria profissional ou profissão;

o As datas de inicio e termo previsível do trabalho no estaleiro;

o As apólices de seguros de acidentes de trabalho relativos a todos os trabalhadores respectivos que trabalhem no estaleiro e a trabalhadores independentes por si contratados, bem como os recibos correspondentes.

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A entidade executante deverá assegurar um fácil e eficaz acesso ao registo de trabalhadores e deverá conservar o registo pelo período de 1 ano após o termo da actividade no estaleiro.

2.2.6. Obrigações dos Empregadores e Trabalhadores Independentes

Aos empregadores e trabalhadores independentes cabe cumprir os requisitos definidos nos Artº 22º e 23º do Decreto-Lei 273/2003de 29 de Outubro nomeadamente:

o Comunicar, pela forma mais adequada aos respectivos trabalhadores e aos trabalhadores independentes por si contratados o plano de segurança e saúde ou as fichas de procedimentos de segurança, no que diz respeito aos trabalhadores por si executados, e fazer cumprir as suas especificações;

o Manter o estaleiro em boa ordem e em estado de salubridade adequado;

o Garantir as condições de acesso, deslocação e circulação necessária à segurança em todos os postos de trabalho;

o Garantir a correcta movimentação dos materiais e utilização dos equipamentos de trabalho antes da sua entrada no estaleiro;

o Efectuar manutenção e o controlo das instalações e dos equipamentos de trabalho antes da sua entrada em funcionamento e com intervalos regulares durante a laboração;

o Delimitar e organizar as zonas de armazenagem de materiais, em especial de substâncias, preparações e materiais perigosos;

o Recolher, em condições de segurança, os materiais perigosos utilizados;

o Armazenar, eliminar, reciclar ou evacuar resíduos e escombros;

o Determinar e adaptar, em função da evolução do estaleiro, o tempo efectivo a consagrar aos diferentes tipos de trabalho ou fases de trabalho;

o Cooperar na articulação dos trabalhos por si desenvolvidos com outras actividades desenvolvidas no local ou no meio envolvente;

o Cumprir as indicações do coordenador de segurança em obra e da entidade executante;

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o Adoptar as prescrições mínimas de segurança e saúde no trabalho revistas em regulamentação específica;

o Informar e consultar os trabalhadores e os seus representantes no que respeita a segurança, higiene e saúde no trabalho.

2.3. Fiscalização

A fiscalização tem como principais áreas de intervenção não só a construção da obra na sua génese mas também no que se refere a topografia, arqueologia e coordenação de segurança em obra.

É objectivo da fiscalização fazer cumprir o estabelecido no Desenvolvimento do Plano de Segurança e Saúde no Trabalho bem como o disposto na legislação em vigor.

No caso da Empreitada em questão, a coordenação de segurança em obra e a fiscalização são asseguradas por um consórcio entre a AQUALOGUS, Engenharia e Ambiente e a PROMAN.

A AQUALOGUS é uma empresa privada de consultadoria em Engenharia na área da hidráulica, dos recursos hídricos e ambiente certificada pelas normas NP EN ISSO 9001:2000, NP EN ISSO 14001:2004 e OHSAS 18001 / NP 4397.

A PROMAN é uma empresa especializada na gestão de empreendimentos especialmente nos domínios das obras marítimas, barragens e irrigação, infraestruturas, Engenharia industrial e de grandes empreendimentos incluindo a supervisão e fiscalização.

3. Registo de Inspecção, Relatório de não Conformidades e pedido de Acções Preventivas/Correctivas

3.1. Registo de Inspecções

No decorrer da execução da obra e afim de mater os níveis de risco devidamente controlados torna-se necessário proceder ao Registo de não Conformidades que potencialmente possam por em causa a eficácia da aplicação e controlo de riscos

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profissionais e consequentemente a segurança e a saúde dos trabalhadores presentes no estaleiro.

Neste sentido e com o objectivo de melhorar continuamente as condições de higiene, segurança e saúde no trabalho é fundamental realizar visitas sistemáticas às várias frentes de trabalho com o intuito de verificar se estão a ser cumpridos todos os procedimentos e normas de segurança.

As visitas podem consistir na simples observação ao comportamento dos trabalhadores ou, inspecções a equipamentos e materiais, instalações, ou a análise especifica de determinada actividade ou tarefa que implique riscos acrescidos.

O método da simples observação tem como principais vantagens evitar lesões e/ou perdas humanas, reforçar comportamentos positivos motivando os trabalhadores mostrando o resultado do seu esforço, promover a educação e consciência de segurança, estabelecer e verificar a compreensão e o cumprimento de normas, identificar pontos fracos nos sistemas de segurança e identificar e corrigir situações não seguras.

Será importante referir que a periodicidade das visitas depende do tipo de trabalho e do risco associado sendo este determinado através do cronograma de trabalhos. No entanto são efectuadas pelo menos 2 visitas diárias, uma no início e outra ao final do dia, a horas distintas afim de garantir que os trabalhadores não possam prever a hora da visita.

Sempre que seja identificada uma não Conformidade deverá proceder-se ao seu registo no Modelo de Registo de Inspecção, não Conformidades e pedido de Acções Preventivas/Correctivas apresentado no Apêndice 3.

O registo de Inspecção, não Conformidades e pedido de Acções Preventivas/Correctivas consiste num formulário onde é registado acontecimento a acontecimento tendo em consideração os seguintes aspectos:

o Data de ocorrência;

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o Descrição da não Conformidade encontrada;

o Nível do Risco;

o Medidas Preventivas;

o Data Limite para a Resolução;

o Data de Fecho;

o Observações.

O registo da não Conformidades permite avaliar simultaneamente o nível do risco associado tendo em conta a probabilidade da ocorrência do acontecimento e as possíveis consequências que dele possam advir. Determinado o nível do risco podemos determinar as medidas preventivas/correctivas mais adequadas ao seu controlo.

No Apêndice 4 consta um exemplo de preenchimento do registo de Inspecção, não Conformidades e pedido de Acções Preventivas/Correctivas

3.1.1. Método de Avaliação do Risco

No que respeita à avaliação dos riscos vários são os métodos que podemos utilizar na quantificação do nível do risco. Neste âmbito existem riscos que são regulamentados por legislação específica, no entanto foi utilizado o método simplificado das matrizes.

R=P x G

Esta metodologia é de fácil aplicação pois permite uma avaliação qualitativa dos riscos associados à quase totalidade dos trabalhos desenvolvidos na construção civil.

Considerando as actividades desenvolvidas procedeu-se à identificação de potenciais fontes de lesão (entre outros máquinas e equipamentos, escadas, andaimes, ferramentas, outros materiais e tarefas especificas) e determinaram-se quais as consequências que estas poderiam trazer para os trabalhadores.

Identificadas as fontes de potenciais lesões procedeu-se à estimativa dos níveis da Probabilidade e da Gravidade, Quadro 3.1.

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No que respeita à Probabilidade esta permite determinar a maior ou menor possibilidade de ocorrência do acontecimento. Por sua vez a Gravidade permite determinar as consequências que o acontecimento acarreta ao nível de lesão para os trabalhadores.

Quadro 3.1 – Estimativa dos níveis da Probabilidade e Gravidade

Baixa 1 Espera-se que possa ocorrer raramente

Média 2 Espera-se que venha a ocorrer com relativa frequência

Alta 3 Espera-se que ocorra com muita frequência

Ligeiramente Danoso 1

Lesões pequenas sem qualquer tipo de incapacidade para o trabalhador.

Danos insignificantes ou despreziveis para a Saúde, Património, Ambiente e Organização.

Danoso 2 Lesões graves com incapacidade temporária para o trabalhador. Danos graves para a Saúde, Património, Ambiente e Organização.

Extremamente Danoso 3 Morte ou lesão com incapacidade permanente para o trabalhador. Danos muito graves para a Saúde, Património, Ambiente e Organização.

Descrição ESTIMATIVA DOS NIVEIS DA PROBABILIDADE E GRAVIDADE

P = PROBABILIDADEG = GRAVIDADE

Nivel Quantificação

Estimados os níveis da Probabilidade e da Gravidade procedeu-se ao cálculo do nível do risco, Quadro 3.2.

Quadro 3.2 – Estimativa do nível do Risco

Ligeiramente Danoso = 1 Danoso = 2 Extremamente Danoso = 3

Insignificante Aceitável Moderado

Risco = 1 x 1 = 1 Risco = 1 x 2 = 2 Risco = 1 x 3 = 3

Aceitável Moderado Importante

Risco = 2 x 1 = 2 Risco = 2 x 2 = 4 Risco = 2 x 3 = 6

Moderado Importante Intolerável

Risco = 3 x 1 = 3 Risco = 3 x 2 = 6 Risco = 3 x 3 = 9 ESTIMATIVA DO NIVEL DO RISCO

C = Consequências

P = Probabilidade

Baixa = 1

Média = 2

Alta = 3 R = Risco

R = P x C

A estimativa do Risco permite assim definir critérios de aceitabilidade para os vários níveis de risco (Insignificante, aceitável, moderado, Importante e Intolerável) e

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estabelecer níveis de prioridades (Nível 1, Nível 2 e Nível 3) na tomada de medidas para controlo dos riscos, Quadro 3.3.

Quadro 3.3 – Descrição do Nível do Risco e Critérios de aceitabilidade e prazos de resolução

Nivel Quantificação Descrição Nivel de

Prioridade

Prazo para Resolução

(dias)

Insignificante 1 Não são requeridas medidas especificas 3 10

Aceitavel 2

Risco que foi reduzido a um nível que pode ser aceite pela Organização, tomando em atenção as suas obrigações legais e a sua própria Política de Segurança e Saúde no Trabalho. É necessário recorrer a verificações periódicas, de modo a assegurar que se mantém a eficácia das medidas de controlo.

2 5

Moderado 3 e 4

Devem fazer-se esforços para reduzir o risco e devem ser tomadas medidas num período determinado. Quando o risco estiver associado a consequências extremamente danosas, é necessário uma acção posterior para estabelecer com mais precisão a probabilidade do dano como base para determinar a necessidade de medidas de contolo.

1 e 2 2

Importante 6

O trabalho não deve ser iniciado até que se tenha reduzido o risco.

Podem ser necessários recursos consideráveis para o controlo do risco.

Quando o risco corresponde a um trabalho que está a ser realizado devem tomar-se medidas para contornar o problema, num periodo de tempo inferior ao dos riscos moderados.

1 1

Intoleravel 9

Não se deve iniciar ou continuar o trabalho, até que se tenha reduzido o risco. Mesmo quando seja necessário a utilização de recursos

ilimitados, o trabalho deve ser interditado 1 0

CRITÉRIOS DE ACEITABILIDADE DO NIVEL DO RISCO E RESPECTIVO PRAZO DE RESOLUÇÃO

O nível de prioridade determina o numero de dias para a aplicação das medidas de controlo mais adequadas e divide-se em:

Nível 1 – Prioridade imediata. As actividades cujo nível do risco seja estimado com 6 ou 9 não deverão ser iniciadas sem que sejam eliminados os riscos ou que pelo menos sejam adoptadas as medidas mais adequadas ao seu controlo.

Caso a avaliação do risco seja estimada após o início dos trabalhos estes devem ser interrompidos imediatamente e só devem ser retomados após a implementação das respectivas medidas de controlo.

Nível 2 – Prioridade Elevada. As actividades cujo nível do risco seja estimado como 3 e 4 devem ser tomadas medidas de controlo num prazo máximo de 2 dias.

Nível 3 – Prioridade Média. As actividades cujo nível do risco seja estimado como 1 e 2 devem ser tomadas medidas de controlo no prazo máximo de 5 a 10 dias dependendo da dimensão da consequência.

(37)

3.2. Relatório mensal de Inspecção e Controlo de não Conformidades

O Relatório mensal de Inspecção e Controlo de não Conformidades consiste num documento elaborado mensalmente no qual são enunciados todas as situações identificadas pela equipa de inspecção como potenciais causadoras de acidentes/incidentes e apresentadas propostas de melhoria.

Sempre que seja detectada uma dessas situações é efectuado o seu registo e respectivo pedido de acções preventivas/correctivas afim de evitar a sua recorrência.

O Relatório mensal de Inspecção e Controlo de não Conformidades, Apêndice 5, deve ser um documento simples, directo e objectivo com linguagem acessível e deve conter na sua estrutura os seguintes elementos:

o Identificação da Fiscalização;

o Programa de visitas e reuniões;

o Avaliação do desempenho da Coordenação de Segurança em Obra;

o Registo de não Conformidades em obra;

o Registo de acidentes de trabalho e índices de sinistralidade;

o Registo fotográfico e, o Considerações finais

No Apêndice 6 consta um exemplo de preenchimento do relatório mensal.

Durante uma visita de inspecção podem ser identificadas entre outras as seguintes não Conformidades:

o Trabalhadores e visitantes sem EPI`s nomeadamente botas e capacete de protecção e colete reflector;

o Falta de controlo eficaz nos acessos ao estaleiro;

o Ausência de guarda corpos em andaimes e nos bordos das valas;

o Ausência de documentação nomeadamente a definida no Decreto-Lei 273/2003 de 29 de Outubro e,

o Maquinas e equipamentos sem os planos de manutenção em dia.

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Como forma de sistematização apresenta-se de seguida, Quadro 3.4, os principais riscos inerentes a Estaleiro de Construção Civil.

Quadro 3.4 – Principais Riscos em Estaleiros de Construção Civil

Plataformas de trabalho incompletas

Escadas de acesso em mau estado de conservação Inexistência de guarda corpos

Andaimes incompletos

Desarrumação em geral no estaleiro

Meios de elevação de cargas inadequados ou deficientes Movimentação de cargas suspensas de forma incorrecta

Circulação em locais onde se verifica Perigo de desprendimento de terras

Trabalho com máquinas perto de linhas de energia de média e alta tensão Cabos eléctricos em mau estado de conservação e em risco de corte Quadro eléctrico de distribuição de energia sem protecção ou aberto

Elevação e cargas com grua sem dispositivos adequados às características da carga

Não utilização de equipamentos de protecção individual pelos trabalhadores nomeadamente botas, capacete, colete reflector, luvas e óculos

PRINCIPAIS RISCOS EM ESTALEIROS DE CONSTRUÇÃO CIVIL

PROTECÇÃO COLECTIVAPROTECÇÂO INDIVIDUAL

RISCOS MULTIPLOS RISCOS DE QUEDA

RISCOS DE QUEDA DE OBJECTOS

RISCO DE ESMAGAMENTO

RISCO DE ELECTROCUSSÃO

Fonte: Adaptado de Lima, s.d. in Silva 2007

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Considerações Finais

Embora se verifique a existência de elevado número de acidentes em obras de construção civil as estatísticas mostram que nos últimos anos tem vindo a verificar-se uma redução significativa especialmente nos acidentes não mortais. Esta situação revela uma maior consciencialização de trabalhadores e empregadores no que respeita à Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho especialmente evidente no que se refere ao desenvolvimento, implementação e cumprimento de normas e procedimentos de segurança e outra legislação aplicável.

Mesmo assim ainda há um longo caminho a percorrer para nos aproximar-mos dos padrões comunitários ao nível da sinistralidade laboral.

A grande dificuldade manifesta-se ao nível dos empregadores, que ainda tomam a segurança como um custo e não como um benefício que no médio-longo prazo pode em muito reduzir custos directos e indirectos, além do estigma que envolve os próprios trabalhadores.

A aposta passará pela implementação do sistema integrado que inclua a Segurança à fase de concepção do projecto e respectivo acompanhamento, mesmo após a sua conclusão, no qual esteja incluída a formação e informação aos trabalhadores e a aquisição equipamentos com tecnologia actual e direccionada para a segurança.

No que se refere à obra na qual decorreu o estágio pode-se constatar que existe uma preocupação em torno da Higiene e Segurança pois o próprio dono de obra exige, à fase de concurso, a certificação quer do empreiteiro geral, quer de subempreiteiros e fiscalização que inclui neste caso a coordenação de segurança.

Durante o decorrer do estágio e de acordo com os objectivos propostos conclui-se que ao abrigo do Diploma analisado a documentação mínima nele prevista consta em obra pelo que se encontram reunidas as prescrições mínimas em matéria de prevenção de riscos profissionais nesta obra.

Referências

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