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Bíblia? Divisão da Bíblia

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Academic year: 2022

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Bíblia?

Por que a Bíblia se chama Bíblia? Havia um junco que crescia nas terras alagadiças do Egito que era chamado de papiro (papyrus do grego antigo πάπυρος). Esta planta, tinha seu caule cortado em tiras finas, as quais eram dispostas uma ao lado da outra e prensadas contra outra camada de tiras dispostas em sentido perpendicular às primeiras, e quando este conjunto de fibras secavam prensadas, surgia o papiro. Naquele tempo todos os livros produzidos utilizando o papiro eram chamados de BIBLOS (βίβλος).

O diminutivo de BIBLOS é BIBLION (βιβλίον), mas com o tempo este último termo perdeu a força de diminutivo, outros termos foram usados para designar um livro pequeno de forma que BIBLION passou a significar livro, sem o sentido de diminutivo. O plural de BIBLION é BIBLIA (βιβλία), que significa, em grego, "livros". A Bíblia chegou à língua portuguesa por volta do Século XIV, a palavra cujo sentido original era de” livros” passou a designar um “Livro”, que na verdade é um conjunto de obras.

Divisão da Bíblia

É uma biblioteca inteira que compõe 39 livros no velho testamento ou velha aliança e 27 livros no novo testamento ou nova aliança. O antigo testamento foi escrito no Hebraico com exceção de alguns textos em Aramaico, e o novo testamento foi inteiramente escrito em grego.

Escrita por mais de 1600 anos em 3 continentes diferentes (África, Europa e Ásia), contendo mais de 40 autores em 3 idiomas diferentes (Hebraico, Aramaico e Grego), contudo tendo um único tema central, Jesus Cristo.A Bíblia antigamente não tinha divisões com relação a capítulos e versículos, somente no ano de 1227 quando o professor Stephen Langton (Arcebispo da Cantuária) realizou a divisão em capítulos, e entre o ano 1552-1553 o professor Robert Estienne ou Stephanus adicionou a divisão de versículos publicando ela completa pela primeira vez com as divisões em francês.

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Uma questão também pode surgir, e quem não tem fé? Como acreditar que a Bíblia que temos hoje contém realmente o que foi escrito no passado?

Primeiramente vamos falar da confiabilidade do novo e do velho testamento, será que o que temos hoje é realmente o que os escritos originais continham? Bom, hoje em dia existe um método muito interessante para avaliar isso, chama-se teste bibliográfico.

O teste bibliográfico é um exame de transmissão textual pela qual os documentos chegam até nós. Em outras palavras, uma vez que não dispomos dos documentos originais, qual a confiabilidade das cópias que temos em relação ao número de manuscritos e ao intervalo de tempo transcorrido entre o original e as cópias existentes? (Montgomery, HC, p.26).

Além disso, podemos contar hoje com uma boa quantidade de cópias em diversas línguas do novo testamento, sendo que só em grego contabiliza-se 5.656 manuscritos, parciais e completos escritos à mão entre o século II e XV d.C. Considerando outros idiomas é possível observar mais de 10 mil manuscritos da Vulgata Latina, e pelo menos 9.300 de outras versões antigas, tendo assim por volta de 25 mil cópias de porções do novo testamento. Apesar de não possuir nenhum documento original hoje, podemos a partir da abundância de cópias reconstruir o texto original quase que com precisão completa (Geisler, GIB, p.385-386).

Nenhum outro documento histórico possui tamanha quantidade de cópias dos manuscritos originais, só podemos mencionar em comparação a obra Ilíada de Homero que contém 643 manuscritos preservados até hoje, datados do século XIII (Leach, OB, p.145).

Vamos ver agora o que alguns autores pensam sobre o Novo Testamento...

“Ter atitude cética em relação ao texto disponível dos livros do Novo Testamento é permitir que toda a antiguidade clássica caia na obscuridade, pois nenhum documento da história antiga é tão bem confirmado bibliograficamente quanto o Novo Testamento”

(Montgomery, HC, p.29).

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“... o número de manuscritos neotestamentários disponíveis é surpreendentemente maior do que os de qualquer outra obra da literatura clássica [...] os mais antigos manuscritos existentes do Novo Testamento foram escritos em data muito mais próxima da composição do texto original do que no caso de qualquer outra obra da literatura antiga” (Greenlee, INTTC, p.25).

“Nenhuma outra obra da antiguidade greco-romana é tão bem comprovada por tradição manuscrítica quanto o Novo Testamento. Há mais manuscritos antigos do Novo Testamento do que os que existem de qualquer autor clássico, e os remanescentes mais antigos de porções mais extensas do Novo Testamento datam de apenas dois séculos depois da composição original” (Albright, AP, p.238).

“Uma vez que os estudiosos reconhecem que os escritos dos antigos clássicos são em geral fidedignos, embora os manuscritos mais antigos desses clássicos tenham sido produzidos tanto tempo depois da redação original e o número de manuscritos remanescentes seja em muitos casos tão pequeno, é claro que a credibilidade do texto do Novo Testamento também é garantida” (Greenlee, INTTC, p. 16).

Sir Frederic Kenyon, paleontólogo e presidente da Academia Britânica de 1917 a 1921, escreveu:

“O intervalo entre as datas da composição original e os mais antigos manuscritos torna-se tão pequeno que é, aliás, insignificante, e assim se elimina o último alicerce para a dúvida quanto às Escrituras terem chegado até nós substancialmente como foram escritas” (Frederic Kenyon, The Bible and archeology, Nova York: Harper and Row, 1940, p. 288-9).

Na tabela a seguir podemos ver uma comparação entre as mais diversas obras de autores clássicos e o Novo Testamento.

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Pode-se também alguém perguntar, e as variações encontradas nos manuscritos? De acordo com o Dr. Bart Ehrman de Chapel Hill existem entre 300 mil e 400 mil variantes dentro dos manuscritos do Novo Testamento, sendo que existem somente 138 mil palavras no NT grego, ou seja, existe no mínimo o dobro de variações e isso é algo que deve ser questionado (McDowell e McDowell, More Than a Carpenter, 76).

Se analisarmos as variações, o principal ponto é a diferença de escrita, ou seja, um nome como ‘John’ pode ser escrito com um ‘n’ ou dois, entretanto isso não acomete o significado do texto. E essas diferenças encontradas contam com aproximadamente 75% das variâncias, ou 225 mil e 300 mil das variantes (J. Ed. Komoszewski, M. James Sawyer, Daniel B. Wallace, Reinventing Jesus, 215).

Existe também outra variação encontrada, os sinônimos. Por exemplo, alguns manuscritos vão se referir a Jesus por seu próprio nome, outros vão utilizar ‘Senhor’ ou ‘Ele’, ou seja, variações que não interferem em nada na compreensão do texto (McDowell e McDowell, More Than a Carpenter, 76).

“Quando todas as variações são consideradas, apenas 1%

envolve o significado do texto. Um por cento! Mas até mesmo esse fato pode ser considerado exagerado. Por exemplo, existe uma discordância se 1 João 1.4 deveria ser traduzido como

‘Escrevemos estas coisas para que a nossa alegria seja completa’ ou ‘Escrevemos estas coisas para que a sua alegria seja completa’. Enquanto esse desentendimento envolve o significado da passagem, de maneira alguma ele compromete uma doutrina central da fé cristã. É por isso que os autores de Reinventing Jesus concluíram que ‘a resposta curta para a questão sobre quais verdades teológicas estão em jogo nessas variantes é — nenhuma’.” (Komoszewski, Sawyer e Wallace, Reinventing Jesus , 215).

Os bibliólogos Norman Geisler e William Nix estudaram as variantes dos manuscritos e concluíram:

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“Assim, o Novo Testamento não apenas sobreviveu em mais manuscritos que qualquer outro livro da Antiguidade , mas sobreviveu de forma mais pura que qualquer outro livro importante, uma pureza de 99,5%” (Michael Martin, The case against Christianity, Philadelphia: Temple University Press, 1991, p. 49).

Podemos então concluir sem sombra de dúvidas que os manuscritos do NT que temos hoje tem total credibilidade se em comparação com outros escritos de autores clássicos, sendo assim a Bíblia que temos hoje contém realmente o que foi escrito na antiguidade. Além disso as variações encontradas nos manuscritos não podem por si só alterar a doutrina central encontrada nos textos da Bíblia.

Referências

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