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Católicos vão às ruas em defesa da vida de gestantes e nascituros

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Academic year: 2021

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Semanário da arquidioceSe de São Paulo

ano 66 | Edição 3366 | 6 a 13 de outubro de 2021 www.osaopaulo.org.br | R$ 3,00 www.arquisp.org.br |

Editorial

Encontro com o Pastor

Opinião Espiritualidade

Liturgia e Vida

Comportamento Na paróquia missionária,

os leigos são atuantes e se valoriza a liturgia

A comunhão eclesial é um dos segredos da força do testemunho da Igreja

Deus se fez Palavra, veio viver entre nós e trouxe a vida e a luz Não existe verdadeira

missão sem se conformar à pessoa de Jesus Cristo

Um jovem apegado aos bens, à vaidade ou ao prazer é sempre triste

Registro de nascimento:

ainda que feito tardiamente, assegura direitos

Página 4

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Página 4 Página 5

Página 23

Página 7

Católicos vão às ruas em defesa da vida de gestantes e nascituros

Cardeal Scherer participará da missa de abertura do Sínodo dos Bispos

Nossa Senhora Aparecida:

Mãe de Deus e nossa, Padroeira do Brasil

Papa se une a líderes religiosos no alerta sobre mudanças climáticas Após se vacinar, há testes

que assegurem a proteção contra a COVID-19?

Bispo há 2 anos, Dom Jorge Pierozan está esperançoso com o pós-pandemia

A missão evangelizadora da Igreja é feita com todos os batizados

Em 2021, completam-se 90 anos da oficialização de Nossa Senhora Aparecida como Pa- droeira do Brasil. Em diferentes partes do País, muitos devotos consagram a própria vida à Vir- gem Maria, a fim de imitar as vir- tudes daquela que em tudo cum- priu a vontade de Deus. O SÃO PAULO apresenta detalhes da consagração, o histórico dessa devoção mariana no Brasil e fala de algumas das padroeiras de países latino-americanos.

Páginas 16 e 17

Quase 40 líderes, represen- tantes das maiores religiões, se reuniram na segunda-feira, 4, com cientistas no Vaticano para apresentar um apelo comum:

que o mundo leve a sério o com- promisso de zerar as emissões globais de carbono que provo- cam o aquecimento global. Li- derado pelo Papa Francisco, o encontro “Fé e Ciência: Rumo à COP26” foi organizado pelas embaixadas do Reino Unido e da Itália na Santa Sé.

Página 15

Para celebrar a Semana Nacional da Vida, que acontece entre os dias 1º e 8, a Arqui- diocese de São Paulo programou uma série de iniciativas voltadas à conscientização dos católicos e de toda a sociedade acerca da inviolabilidade da vida humana, desde a con- cepção até o fim natural.

No domingo, 3, a Marcha pela Vida percor- reu ruas do centro da capital paulista, para en- fatizar o compromisso da Igreja com a proteção da vida das mães e dos filhos gerados em seus ventres. Na sexta-feira, 1º, as pastorais Familiar e da Criança se uniram para uma live a fim de assinalar sua atuação na defesa da vida.

Nesta edição, O SÃO PAULO destaca os ensinamentos dos últimos papas sobre a gravidade do aborto, aponta o que postula a legislação brasileira sobre o tema e apresenta os países em que mais se defende e mais se ameaça a vida do nascituro.

Páginas 11 a 14

Página 3 Página 18 Página 9 Página 19

Participantes da Marcha pela Vida se reúnem nas escadarias da Catedral da Sé, no centro da capital paulista antes de missa presidida pelo Cardeal Odilo Scherer, no domingo, dia 3

Luciney Martins/O SÃO PAULO

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2 | encontro com o Pastor |6 a 13 de outubro de 2021 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br

N

o domingo, 10 de outu- bro, o Papa Francisco abre em Roma o pro- cesso de preparação da próxima assembleia ordinária do Sínodo dos Bispos. É a primeira vez que o Papa convoca a Igreja inteira a participar da preparação de uma assembleia do Sínodo, que vai ser realizada só daqui a dois anos, em outubro de 2023.

O tema, já definido para aque- la assembleia, é a própria sinoda- lidade da Igreja, ou seja, um jeito de ser da Igreja e de interagir e se relacionar internamente. Muitas vezes, o Papa Francisco tem criti- cado o clericalismo, como sendo um grande mal na Igreja. Num certo tipo de clericalismo, toda a vida da Igreja fica concentrada no clero, e a própria Igreja é identi- ficada com o clero. Outra forma de clericalismo é quando o povo fica passivo na Igreja e se consi- dera apenas como beneficiado da Igreja. Ambas as formas de cleri- calismo tiram a vitalidade e o di-

namismo da Igreja. Com a sino- dalidade, o Papa está propondo o contrário do clericalismo.

A sinodalidade é uma maneira de ser e de agir da Igreja, na qual se entende que somos todos, antes de tudo, o povo que Deus Pai reúne me- diante o envio do Filho ao mundo e a ação do Espírito Santo. Na Igreja, todos são imensamente agraciados pelo amor misericordioso de Deus.

A Igreja, povo de Deus e comunida- de de discípulos de Jesus, é chamada a viver a alegria do Evangelho, tes- temunhando a vida nova que o Es- pírito Santo suscita na comunidade dos fiéis. Também o clero é parte do povo de Deus, ao qual é chamado a servir em nome de Jesus Cristo.

E cada membro da Igreja contribui para a vida e a missão dela com seu próprio dom. Não têm todos o mes- mo dom, nem fazem todos a mes- ma coisa. O dom e a participação de cada um na Igreja são importantes, e ninguém deve ficar simplesmente passivo e desinteressado.

Deseja o Papa que a preparação da próxima assembleia do Sínodo conte com a participação de toda a Igreja. O tema completo do Sínodo – “Por uma Igreja sinodal: comu-

nhão, participação e missão” – traz três dimensões importantes de uma Igreja sinodal. A comunhão é marca irrenunciável da Igreja, que precisa ser cultivada e promovida entre seus membros e, também, com os que não fazem plenamente parte dela.

Sem a comunhão, a Igreja não se- ria aquela que Jesus Cristo desejou.

Ninguém está na Igreja apenas para se autopromover, ou para assegurar vantagens individuais para si. Na comunhão eclesial está um dos se- gredos da força e da eficácia do tes- temunho da Igreja.

A participação decorre da co- mum dignidade dos batizados, membros da Igreja, e da diversida- de dos dons e carismas recebidos no Batismo e na Crisma. Todos têm o direito de receber os benefícios da vida e ação da Igreja, e todos têm o dever de participar, cada um à sua maneira, da vida e missão dela. E a missão da Igreja envolve todos os batizados, e não apenas alguns. So- mos um povo de discípulos missio- nários de Jesus Cristo e testemunhas do seu Evangelho no mundo. A missão da Igreja pode ser assumida e desempenhada de múltiplas ma- neiras pelos batizados.

A missa do Papa Francisco, em Roma, contará com a participação de uma representação da Igreja de cada continente. Simbolicamente, esses participantes serão envia- dos “a todas as nações”, para que o processo sinodal seja feito em cada país, nas comunidades e múltiplas expressões da vida eclesial. Há um roteiro para essa participação, já disponibilizado para todas as dio- ceses, que deverão desencadear o processo sinodal em suas comuni- dades, que já começa no dia 17 de outubro: em cada diocese do mun- do, o bispo celebra com seu povo e dá expressão concreta a esse pro- cesso sinodal.

Das dioceses, o trabalho passa para as Conferências Episcopais a partir da Páscoa de 2022. Em se- guida, o processo sinodal passa às organizações continentais da Igre- ja. Ainda em 2022, a Secretaria do Sínodo dos Bispos, em Roma, rece- berá o fruto desse processo sinodal e o encaminhará à assembleia do Sínodo dos Bispos, de 2023. É uma experiência eclesial nova que, com certeza, trará bons frutos. O Espírito Santo continua a agir, “renovando a face da terra”.

caRdEal odilo pEdRo schERER

Arcebispo metropolitano

de São Paulo

Uma experiência de sinodalidade

Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação semanal impressa e online em www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Re- dator-chefe: Daniel Gomes • Revisão: Padre José Ferreira Filho e Sueli Dal Belo • Opinião e Fé e Cidadania: Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP • Administração e Assinaturas: Ma- ria das Graças Silva (Cássia) • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Impressão: S.A. O ESTADO DE S. PAULO • Redação: Rua Manuel de Arzão, 85 - Vila Albertina - 02730-030 • São Paulo - SP - Brasil • Fone: (11) 3932-3739 - ramal 222• Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • In- ternet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: redacao@osaopaulo.org.br • adm@osaopaulo.org.br (administração) • assinaturas@osaopaulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 3,00

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Semanário da arquidioceSe de São Paulo

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www.osaopaulo.org.br

www.arquisp.org.br | 6 a 13 de outubro de 2021| Geral/atos da cúria |3

Cardeal Scherer: ‘São Francisco atrai

as pessoas para o coração do Evangelho’

PASCOM DO SANTUÁRIO SÃO FRANCISCO Na memória litúrgica de São Francis- co de Assis, na segunda-feira, 4, o Car- deal Scherer presidiu missa na Igreja das Chagas do Seráfico Pai São Francisco, da Venerável Ordem Terceira de São Fran- cisco, na região central.

A missa teve como concelebrante o Frei Mário Luiz Tagliari, OFM, Pároco e Reitor do Santuário e Convento São Francisco, e contou com a participação da Ministra da Ordem Terceira Francis- cana, a Irmã Maria Aparecida Crepaldi.

Na homilia, o Arcebispo Metropoli- tano destacou que São Francisco “atrai as pessoas para o coração do Evangelho”, e lembrou que o Santo é admirado e se- guido não apenas pelos cristãos, mas por pessoas que professam outras religiões e mesmo por aqueles que não seguem reli- gião alguma, uma vez que sua vida é um exemplo de virtudes e valores.

O Cardeal Scherer lembrou, ainda, que São Francisco de Assis é padro- eiro dos animais e da natureza, mas seu testemunho de fé para a Igreja e a humanidade vai além, pois em sua

busca por Deus foi se desapegando de tudo aquilo que dá a falsa sensação de saciedade na vida. E assim, o Santo encontrou Deus na simplicidade, na humildade e na pobreza.

Dom Odilo comentou, ainda, que

São Francisco de Assis buscou viver a fraternidade. Ele reuniu muitos irmãos ao seu lado, fazendo que o seu carisma se espalhasse rapidamente por toda a Euro- pa, atraindo para a vida segundo o Evan- gelho desde as pessoas mais simples até

reis e rainhas. Disse, ainda, que o Santo é missionário e muito atual: é preciso es- palhar ao mundo essa forma de vida. O Arcebispo comentou, também, que São Francisco foi um homem santo na cari- dade, na fé e no amor.

Pascom do Santuário São Francisco

Em missa no dia de São Francisco de Assis, Cardeal Odilo Pedro Scherer ressalta que o Santo viveu a caridade, a fé e o amor ao próximo

Arquivo pessoal

Atos da Cúria

DECRETO DE NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ASSESSOR ECLESIÁSTICO:

Em 28/09/2021, foi nomeado e provi- sionado como Assessor Eclesiástico da Comunidade Laical e Associação Pri- vada de Fiéis “Voz dos Pobres, em São Paulo, o Reverendíssimo Padre Ernan- des Alves da Silva Júnior, pelo período de 03 (três) anos.

NOTA DE FALECIMENTO

A Arquidiocese de São Paulo comu- nica o falecimento do Padre Antônio Soares, na tarde da segunda-feira, 4, aos 62 anos. Ordenado sacerdote em 30 de janeiro de 1999, Padre Antônio exerceu o ministério nas regiões episcopais Sé e Lapa. Atualmente, residia na Casa de São Paulo. O velório ocorreu na terça-feira, 5, na capela do Cemitério do Santíssimo Sacramento, no Pacaembu, onde acon- teceu uma missa de corpo presente pre- sidida por Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Re- gião Lapa, seguida do sepultamento

Na quinta-feira, 30, o Cardeal Scherer visitou as dependências do Hospital Santa Joana, no bairro do Paraíso, na zona Sul. Na ocasião, conversou com o diretor da instituição, o médico Antonio Fernandes Moron, e conheceu as avançadas técnicas para cirurgias in- trauterinas que são realizadas nesta unidade hospitalar e também em hospitais públicos com os quais o Santa Joana mantém parceria. (por Redação)

REDAçÃO

osaopaulo@uol.com.br

O Cardeal Odilo Pedro Scherer via- jou a Roma na tarde da segunda-feira, 4. Nos próximos dias, o Arcebispo Me- tropolitano de São Paulo participará de uma série de reuniões e encontros do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), do qual é 1º Vice-Presidente, em diferentes dicastérios da Cúria Ro- mana, incluindo uma audiência com o Papa Francisco, no sábado, 9.

No domingo, 10, Dom Odilo conce- lebrará a missa de abertura do Sínodo dos Bispos sobre a sinodalidade, presidi- da pelo Santo Padre, na Basílica de São Pedro. Essa celebração marca o início da primeira fase do caminho sinodal pro- posto pelo Pontífice, que culminará com a Assembleia Ordinária em outubro de 2023, no Vaticano.

No dia anterior, haverá um momen- to de reflexão sobre o Sínodo, com tra- balhos em sessão plenária e em grupos linguísticos. Participam desse encontro representantes do povo de Deus, entre delegados das reuniões internacionais das conferências episcopais e organis- mos assimilados, membros da Cúria Romana, delegados fraternos, membros da vida consagrada e dos movimentos leigos eclesiais, do Conselho de Jovens e outros. Francisco participará da primei- ra parte desses trabalhos.

SíNODO DE 2023 NA

ARqUIDIOCESE DE SÃO PAULO

A primeira fase do Sínodo dos Bis-

Dom Odilo participa da abertura do Sínodo dos Bispos

pos de 2023, cujo tema é “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e mis- são”, será aberta oficialmente em todas as dioceses do mundo no próximo dia 17.

Na Arquidiocese de São Paulo, a abertura acontecerá nas regiões episco- pais, conforme indicou o Cardeal Sche- rer, em carta enviada ao clero e aos fiéis no dia 29 de setembro, com orientações sobre os trabalhos a serem realizados nas paróquias.

O Arcebispo explicou que, após a celebração de abertura, inicia-se o pro- cesso de escuta do povo nas paróquias, seguindo as orientações do Documen- to Preparatório e do vademécum ela-

borados pela Secretaria Geral do Sí- nodo dos Bispos. Esses documentos estão disponíveis para acesso na área especial do Sínodo no portal ArquiSP (https://cutt.ly/jEXJLxD).

“Uma Comissão do Secretariado de Pastoral está preparando orientações práticas sobre o processo de escuta, que também serão colocadas no portal da Arquidiocese e repassadas às paróquias por e-mail pelo Secretariado de Pastoral”, explicou Dom Odilo, encorajando os pa- dres a envolverem todas as comunidades no caminho sinodal. “A Igreja só tem a ganhar se esta recomendação for bem acolhida e levada a efeito”, completou.

Assessoria de Imprensa do Hospital Santa Joana

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Paróquias missionáriasEditorial

As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.

Em um encontro de jovens, no fim dos anos 1960, conversava com um dos participantes e lhe disse que esta- va pensando em ler toda a Bíblia, de forma sistemática. Ele me ouviu com atenção e concordou ser uma boa ex- periência, mas me falou também que, vivendo a Palavra e colocando em prá- tica cada frase dos Evangelhos, a gente marcaria de forma indelével, nas nos- sas mentes, nos nossos corações e nas nossas vidas, toda a mensagem cristã, que jamais seria esquecida.

Depois de outros encontros, per- cebi que esta era uma das caracterís- ticas daquele grupo e que fazia parte da própria espiritualidade que difun- diam: a vivência da Palavra. Desde então, procuro me manter nesta sin- tonia, de um Deus que se fez Palavra, veio viver entre nós e trouxe a Vida e a Luz (cf. Jo 1,1-4). Esta é a realidade cristã que se traduz numa proposta muito concreta e completa. O novo mandamento nos convida a viver uma vida intensa e focada em Deus e no próximo – o amor recíproco, amando uns aos outros, com a mes- ma intensidade com que fomos e so- mos amados por Deus (cf. Jo 13,34).

Nestes tempos de pandemia, ex- perimentamos o quanto é necessário e fundamental viver o amor recíproco em meio a tantas dores de despedidas e sofrimentos. A solidariedade vivida

A Palavra

A realidade pela qual estamos pas- sando na saúde, na política, na econo- mia nos leva a buscar a paz, a concór- dia, a unidade. Não é sonho buscar o entendimento para uma vida mais jus- ta para todos os brasileiros, pois a Pala- vra vivida nos indica que, para Deus, é possível até mesmo a unidade de todos (cf. Jo 17,21). Na comunidade cristã, temos, pela fé, a certeza da vida após a morte, pois Deus entregou seu Filho à morte para que, quem crê, tenha a vida eterna (cf. Jo 3,16).

Passar da morte para a vida, em cada situação do cotidiano, quando nos sentimos fracos, é uma realidade a ser vivida com a prática da Palavra.

Sendo eterna a vida, já estamos na eternidade, aguardando a passagem definitiva. Então, Deus que é amor (cf.

1Jo 4,8), amor por excelência, amor maior, sem limites, nos conduz, com sua Palavra, a viver voltados para o próximo, para o irmão, sempre na bus- ca de um mundo melhor, mais justo e solidário, ensinando desde já a nos prepararmos para aquele momento:

“Pois eu estava com fome, e me destes de comer; estava com sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me recebes- tes em casa; estava nu e me vestistes;

doente, e cuidastes de mim; na prisão, e fostes visitar-me” (Mt 25,35-36).

Arte: Sergio Ricciuto Conte

neste momento de crise sanitária nos remete à vivência da Palavra, que afir- ma que tudo o que for feito aos peque- nos, aos necessitados, é como se fosse feito ao próprio Jesus (cf. Mt 25,40).

As pessoas que procuram assim caminhar formam a comunidade cristã, na qual os discípulos são reco- nhecidos se tiverem entre si o amor recíproco (cf. Jo 13,35). Este é o modo de existir da comunidade e não há outro. Não se reconhece um membro da comunidade cristã por indicação, pelo cargo, função ou “tempo de casa”.

A condição essencial e indispensável para ser reconhecido como discípulo é o amor recíproco.

Na comunidade, a Palavra vivi- da traz a presença de Jesus entre nós, sempre que dois ou mais estiverem reunidos em Seu nome. Esta presença de Jesus entre nós é também possível, na família, no trabalho, em qualquer lugar, por meio de pessoas comuns reunidas em Seu nome, não sendo ne- cessária outra condição (cf. Mt 18,20).

A presença de Jesus entre nós traz ale- gria, mas não uma alegria fugaz. Traz, sim, uma alegria especial, que se en- contra no amor igual àquele com que o Pai nos ama. Se ficarmos neste amor, amando quem está ao nosso lado no dia a dia, a nossa alegria será perene e completa (cf. Jo 15,9-11).

LUIz ANTONIO ARAUJO PIERRE

Opinião

Luiz Antonio Araujo Pierre é membro do Movimento dos Focolares, professor e advogado. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, pós-graduado em Gestão de Pessoas e especialista em Direito do Trabalho.

4 | Ponto de Vista |6 a 13 de outubro de 2021 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br

P

or ocasião deste Mês das Mis- sões, dedicamos o editorial passado ao tema do apostola- do leigo: da exortação que lhes dirige a Igreja para que vivam as realida- des do mundo orientados pelo espírito cristão, oferecendo a Deus sacrifícios espirituais.

Nesta edição, desejamos falar da missionariedade do ponto de vista das paróquias: como podem nossas comu- nidades paroquiais aumentar sua força evangelizadora e atrair de volta as ove- lhas desgarradas do rebanho? Não é no- vidade que, de maneira geral, nossa so- ciedade vem se tornando, já há algumas décadas, cada vez menos religiosa, em- bora ainda existam muitas conversões à Igreja – inclusive muitos jovens, de fa- mílias não católicas, têm abraçado a fé –, porém, tal situação está longe do ideal.

Em 2014, os bispos do Brasil discu- tiram o tema da conversão pastoral da Paróquia, reconhecendo a urgência de

“passar de uma pastoral de mera conser- vação para uma pastoral decididamente missionária” (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, Documento 100, 51). O documento é bastante abran- gente, mas gostaríamos de destacar dois de seus principais pontos: a importância de capacitar bem e dar mais responsabili- dades aos leigos, em primeiro lugar, e de- pois, a valorização adequada da liturgia.

De fato, o modelo típico de paróquia brasileira ainda centraliza nos padres não apenas a celebração dos sacramen- tos (que é o papel próprio do sacerdote,

“constituído a favor dos homens como mediador nas coisas que dizem respei- to a Deus, para oferecer dons e sacrifí- cios pelos pecados” – cf. Hb 5,1), mas, também, todo o resto da vida paroquial:

formação catequética, administração de bens, evangelização... A esse respeito, adverte a CNBB que “o laicato precisa assumir maior espaço” (Idem, nº 32).

Seria importante que houvesse em

nossas paróquias um bom número de leigos com sólida formação católica.

Pessoas imersas nas Sagradas Escrituras e nas riquezas da tradição da Igreja: a leitura orante (lectio divina) da Palavra, os tesouros de nossos mestres espirituais (a “Imitação de Cristo”; a “Pequena Via”, de Santa Teresinha; a “Indiferença”, de Santo Inácio; o “Caminho de Perfeição”, de Santa Teresa d’Ávila...). E mais ainda:

leigos com profundo conhecimento da doutrina católica, que pudessem respon- der aos questionamentos das pessoas de boa vontade: “Por que há tanto sofri- mento no mundo? Por que é importante ser católico, e não apenas acreditar em Cristo? Para que precisamos dos sacra- mentos? Como fica a fé diante das des- cobertas científicas? Como fica minha liberdade e minha felicidade diante dos mandamentos de Deus?”

Por outro lado, a revitalização mis- sionária da paróquia só será possível com uma nova tomada de consciência

do valor e da importância da liturgia – pois a Eucaristia é “fonte e centro de toda a vida cristã” (Lumen gentium, 11). As missas, porém, não devem ser confun- didas com shows ou espetáculos: o Con- cílio Vaticano II já pedira que ritos “bri- lhem pela sua nobre simplicidade, sejam claros na brevidade e evitem repetições inúteis” (Sacrosanctum concilium, 34).

Nesse sentido, a CNBB nos urge a evi- tar, entre outras coisas, os “comentários infindáveis, cânticos desalinhados com a Palavra, homilias longas e a ausência de momentos de silêncio” (Documento 100, 274). Ninguém, afinal, é “dono” da missa – quem deveria nela ficar em evi- dência não são os fiéis, os músicos, nem mesmo a pessoa do sacerdote, mas, sim, o próprio Cristo.

Busquemos, então, cooperar sempre mais com a graça, para que em nossos corações e paróquias habite sempre mais a vida de Cristo. Deus o quer – e espe- ram-no as almas.

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Estamos celebrando o mês mis- sionário, que neste ano tem por tema “Jesus Cristo é missão”, e por lema e inspiração bíblica

“Não podemos deixar de falar sobre o que vimos e ouvimos” (At 4,20). Sabe- mos que o contexto da pandemia, que se prolonga, tem causado grande sofrimen- to, com o aumento da pobreza e exclusão social, o que exige de nós um testemunho de compaixão e fraternidade, na espe- rança. É o que diz o Papa Francisco na sua mensagem para o Dia Mundial das

Missões: “Neste tempo de pandemia, pe- rante a tentação de mascarar e justificar a indiferença e a apatia em nome de um distanciamento social saudável, a missão da compaixão é urgentemente necessária por sua capacidade de fazer desse distan- ciamento recomendável uma oportuni- dade de encontro, cuidado e promoção”.

Não podemos, como cristãos, ser indife- rentes e omissos.

Se Jesus Cristo é missão, somos cha- mados a proclamar o que vimos e ouvi- mos, o que experienciamos, e testemu- nhar a imensa misericórdia divina. O Filho de Deus vem ao encontro das “mul- tidões cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor” (Mt 9,36). Para cumprir a vontade do Pai, Jesus entrega a sua vida pela salvação da humanidade, chama os Doze apóstolos e os envia para

“expulsar os espíritos impuros e curar todo tipo de doença e enfermidade” (Mt 10,1-4). Com a expressão “Igreja em sa-

ída”, o Papa Francisco conclama todos a cumprir o mandato de anunciar o Evan- gelho ao mundo (cf. Mc 16,15). Somen- te uma espiritualidade verdadeiramente missionária pode nos levar ao encontro, cuidado e promoção de toda a vida hu- mana, com misericórdia.

Fonte de uma espiritualidade missio- nária é a Santíssima Trindade, pois mis- são é, antes de tudo, autocomunicação de Deus, ou seja, do “amor fontal do Pai se origina a missão do Filho e a missão do Espírito Santo” (cf. decreto Ad gentes, 2).

Esta referência à Trindade, que é expres- são plena de unidade e comunhão, leva ao diálogo e ao acolhimento e propor- ciona um horizonte à evangelização, seja existencial, seja geográfico, até os confins da terra. Protagonista da missão é o Es- pírito Santo (cf. Lc 4,14) e sua força e luz dirigem os passos dos missionários, pois Jesus veio para a libertação dos pobres e oprimidos (Lc 4,18-19).

Não existe missão sem se conformar à pessoa de Jesus Cristo. Uma espiri- tualidade missionária exige o mesmo despojamento do Filho de Deus que “es- vaziou-se a si mesmo, assumindo a con- dição de servo” (Fl 2,7). Ele se fez pobre e serviu aos pequenos do Reino de Deus (cf. Lc 7,18-23), e cumpriu sua missão como o verdadeiro servo sofredor (cf.

Lc 23,1-46), e, por sua morte e ressur- reição, a todos salvou. A credibilidade missionária está na experiência profunda de Deus no serviço aos irmãos. Somos chamados a testemunhar o que vimos, ouvimos, contemplamos, tocamos com nossas mãos (cf. 1Jo 1,1-3), e, como sal da terra e luz do mundo (cf. Mt 5,13-16), evangelizar atraindo todos a Cristo Jesus.

Somos todos discípulos e missionários e, com coragem e alegria, vamos anunciar e testemunhar aquilo que acreditamos e vivemos de acordo com nossa específica vocação e ministério.

www.osaopaulo.org.br

www.arquisp.org.br | 6 a 13 de outubro de 2021| regiões episcopais/Fé e Vida |5

DOM ÂNgELO ADEMIR MEzzARI, RCJ

BISPO AUxILIAR DA ARqUIDIOCESE NA REgIÃO IPIRANgA

Espiritualidade A espiritualidade da missão

Dom Carlos preside missa no dia de São Vicente de Paulo

EUNICE VILLELLA

COLABORAçÃO ESPECIAL PARA A REgIÃO

Em 27 de setembro, Dom Carlos Lema Garcia presidiu missa na Capela de São Vicente de Paulo, por ocasião da memória litúrgica do padroeiro. A “Casa Pia”, como é mais conhecida, é mantida pela Associação Internacional das Da- mas da Caridade de São Paulo (AIC São Paulo).

Concelebraram os Padres Gilson Fe- liciano Ferreira, SV, Assistente Eclesiásti- co da Associação das Damas da Carida- de; José Wilson, MI; e Carlos Toselli, MI.

Na homilia, Dom Carlos Lema des- tacou que São Vicente de Paulo sempre buscou aproximar os ricos dos pobres.

Para tal, criou a “Confraria de Caridade”, pela qual, com a ajuda de senhoras pie- dosas, angariava e dava os socorros aos pobres. O Bispo Auxiliar da Arquidioce-

se na Região Sé recordou, ainda, as cinco virtudes fundamentais do Santo: simpli- cidade, mansidão em relação ao próxi- mo, humildade, mortificação e zelo.

Estiveram presentes também nos fes- tejos o Padre Tito Marega, Provincial dos Religiosos de São Vicente, e a senhora Aeglé Takeuchi de Lourdes Souza, presi- dente da Associação das Damas da Cari- dades, que no final da celebração fez um agradecimento a Dom Carlos.

Na manhã do domingo, 3, na Igre- ja Nossa Senhora do Rosário dos Ho- mens Pretos, no Largo do Paissandu, Setor Catedral, Dom Carlos Lema Gar- cia presidiu a missa no terceiro dia da novena e festejos da padroeira e tam- bém pelo Jubileu de 310 anos de fun- dação da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de São Paulo (INSR). Concelebrou o Padre

Luiz Fernando de Oliveira, Capelão.

No começo da missa, o Bispo Auxi- liar da Arquidiocese na Região Sé lem- brou que a Irmandade é parte da história da cidade. Falou ainda sobre sua alegria em celebrar a missa no Mês do Rosário.

Dom Carlos Lema, na homilia, recor- dou que o Rosário significa um conjunto de orações como se fosse um ramalhete de flores, de rosas espirituais que são ofereci- das a Nossa Senhora, acompanhado dos Santos Mistérios do Rosário que, ao lon-

go da semana, ajudam a rememorar ce- nas da vida de Jesus, nas quais Maria está presente. Lembrou, ainda, que, em várias aparições ao longo da história, a Virgem Maria pede aos fiéis que rezem o Rosário.

“Eu muito me alegrei ao chegar à igreja e encontrar a Irmandade rezando o Terço”, afirmou o Bispo, pedindo que tal prática de fé seja mantida no templo e nas casas.

Os festejos da padroeira prosseguem até o dia 10. Os detalhes podem ser vistos nas redes sociais em @Nsadorosariod.

Irmandade de Nossa Senhora do

Rosário dos Homens Pretos completa 310 anos

CENTRO PASTORAL DA REgIÃO SÉ

[BELÉM] Integrantes da Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas de São Paulo (ADCE-SP), acompanhados do diretor espiritual da instituição, o Padre Valdeir Goulart, doaram no sábado, 2, 350 cestas de alimentos ao Centro Pastoral São José, na Região Belém. As cestas fo- ram montadas no Centro de Distribuição do Supermercado Hirota e foram obtidas por meio de arrecadações do programa ADCE Põe na Mesa.

(por comunicação do Centro Pastoral São José)

[BRASILÂNDIA] Em 25 de setembro, o Conselho Pastoral da Paróquia Nossa Senhora das Graças, na Vila Carolina, se reuniu de forma presencial, a fim de rea- tivar as atividades paroquiais, resgatar os compromissos assumidos pela comunida- de no caminho sinodal da Arquidiocese e repensar novas formas de evangelização no contexto da pandemia e dos desafios por ela impostos. A comunidade paro- quial também já se planeja para celebrar o jubileu de ouro.

(por Cléber Assunção)

[BRASILÂNDIA] No sábado, 2, acon- teceu a assembleia da Paróquia São José, Setor Perus, com a participação de 35 pessoas, entre membros das comunida- des eclesiais de base e das pastorais. O objetivo foi identificar as prioridades da Paróquia, no contexto da sinodalidade (caminho de unidade) e do retorno das atividades no pós-pandemia. O Padre Cilto José Rosembach, Pároco, ressaltou a oportunidade de se construir juntos as prioridades para colocá-las em prática no dia a dia. A assembleia foi assessorada pelo Cônego Antonio Manzatto, Vigário Paroquial, que apresentou os quatro pas- sos para ir ao encontro da proposta de uma Igreja em saída: ouvir, dialogar, deci- dir e fazer.

(por Djevani Antonio Alves de Jesus)

[LAPA] Dom José Benedito Cardoso tem presidido missas para os jovens nos seto- res pastorais. No sábado, 2, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa celebrou na Paróquia São Patrício, para os jovens do Setor Rio Pequeno. Concelebrou o Padre Eduardo Augusto de Andrade, Assistente Eclesiástico do Setor Juventude da Região Lapa, assistido pelo Diácono Permanen- te Paulo José de Oliveira. Em 16 de outu- bro, na Paróquia São João Batista, o Bispo presidirá missa com a participação dos jovens de paróquias do Setor Lapa; e, no dia 30, na Paróquia São José do Jaguaré, no Setor Butantã. (por Benigno Naveira)

Lucimar Rodrigues dos Santos

Centro Pastoral São José do Belém

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[SÉ] Na tarde de 29 de setembro, a Comissão Arquidiocesana de Liturgia (CAL) reuniu-se presencialmente pela primeira vez desde o início da pandemia de COVID-19. O encontro foi na Catedral da Sé. Na ocasião, houve um momento de estudos sobre os Lecionários e o Evangeliário, conduzido pelo Padre Helmo Cesar Faciolli, Assistente Eclesiástico da CAL, uma breve avaliação das atividades da comissão em 2020 e neste ano, e foi tratada a programação para 2022. Também se mencionou o sucesso alcançado com as lives das formações litúrgicas musicais sobre Quaresma, Tríduo Pascal e Pentecostes promovidas pela CAL e conduzidas por Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese e Referencial para a Liturgia, e pelo Maestro Delphin Porto e Regiane Martinez, com média de 6 mil visualizações por live no canal do YouTube da Catedral. As próximas reuniões serão em 4 de novembro e 9 de dezembro. (por Ruy Halasz)

[BELÉM] No sábado, 2, a Pastoral Fami- liar da Região Episcopal Belém recebeu o médico Leandro Junior Lucca, PHD em Nefrologia, para uma palestra na Paróquia Santa Adélia, com o tema da abertura à vida. Ao final da palestra, Padre Jônatas Mariotto, Pároco, abençoou os kits de hi- giene que foram preparados pela Pasto- ral Familiar e distribuídos na Marcha pela Vida, que aconteceu no domingo, 3.

(por Fernando Arthur)

No dia do padroeiro da Paróquia São Miguel Arcanjo, na Mooca, em 29 de se- tembro, Dom Luiz Carlos Dias presidiu uma das cinco missas da festa patronal, tendo como concelebrante o Padre Júlio Lancellotti, Pároco.

Na homilia, o Bispo Auxiliar da Ar- quidiocese na Região Belém lembrou que ao olhar para os Santos Arcanjos – Miguel, Gabriel e Rafael – é possível perceber como Deus ajuda e salva a hu- manidade e que os anjos são seres espiri- tuais enviados pelo Senhor para colabo- rar com ela.

Dom Luiz ressaltou que o cristão deve sempre buscar a sintonia com Deus e que é possível aprender com cada um

dos arcanjos. “Junto com São Miguel, devemos gritar: ‘Quem como Deus?’”.

São Gabriel trouxe o grande anúncio e é exemplo a todos para propagar boas notícias, que dão esperança: “Você tam- bém pode ser um arcanjo Gabriel, e ser portador de boas notícias, de não colocar as pessoas para baixo, mas levantá-las”.

E, neste tempo de pandemia, pode-se recorrer a São Rafael, pedindo que in- terceda pela cura: “É um tempo oportu- no para procurar ajudar as pessoas a se curar das diversas situações”.

“Não podemos nos afastar uns dos outros, mas cooperar. Devemos coope- rar para que tenhamos uma sociedade mais justa e fraterna”, exortou Dom Luiz, recordando que Deus sempre está ao lado da humanidade e que todos devem estar a serviço do próximo. Nesse senti-

BELÉM

Dom Luiz: ‘Devemos cooperar para que

tenhamos uma sociedade mais justa e fraterna’

FERNANDO ARTHUR

COLABORADOR DE COMUNICAçÃO NA REgIÃO

do, o Bispo cumprimentou o Padre Júlio pelo permanente trabalho de acolhida durante a pandemia e por nunca estar longe das pessoas em situação de rua.

Ainda no dia 29, houve missas às 10h, 12h, 15h e às 20h, esta última antecedida de uma procissão com a imagem de São Miguel Arcanjo pelas ruas do bairro.

Na manhã da quinta-feira, 30, no Dia dos Secretários e das Secretárias, esses profissionais que atuam nas paróquiais da Região Episcopal Belém se reuniram no Centro Pastoral São José para parti- cipar da missa presidida por Dom Luiz Carlos Dias e concelebrada pelos Cô- negos Marcelo Monge e José Miguel e o Padre Aroldo.

Os secretários e secretárias da Região foram cumprimentados pelo Cônego Marcelo Monge, Ecônomo regional, bem como por Dom Luiz Carlos, que destacou o papel desses profissionais para a boa acolhida das pessoas nas paróquias.

Na homilia, o Bispo Auxiliar da Ar- quidiocese na Região Belém exortou as secretárias e secretários a sempre se apega-

rem à leitura da Palavra de Deus no dia a dia, pediu que também evangelizassem no ambiente de trabalho e destacou a impor- tância do bom atendimento na secretaria.

Pediu, ainda, que estivessem sempre dis- poníveis e imbuídos no Espírito de Deus, colocando Jesus sempre no centro do tra- balho. Por fim, fez menção aos secretários e secretárias e seus familiares que falece- ram com a COVID-19.

Ao final, Dom Luiz voltou a manifestar sua alegria pela realização deste encontro presencial, que não pôde ser realizado em 2020 em razão de se viver naquele mo- mento o auge da pandemia de COVID-19.

A missa foi concluída com a Oração da(o) Secretária(o), pedindo a intercessão de Nossa Senhora pelo trabalho. (FA)

Secretários paroquiais participam de encontro no Centro Pastoral São José

Pascom do Santuário São Francisco Pastoal Familiar

Fernando Arthur

[SÉ] No Mês da Bíblia, o Arsenal da Esperança realizou a 11ª Leitura Con- tinuada da Palavra. Na noite de 28 de setembro, por meio do canal do YouTu- be do Arsenal, houve a leitura da Carta aos Gálatas. No total, 16 pessoas, a partir de diferentes pontos da casa, realiza- ram a leitura, de forma ritmada e com intercalação de momentos musicais e de silêncio. (por Arsenal da Esperança)

[IPIRANGA] A festa da padroeira da Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus foi celebrada na sexta-feira, dia 1º, com a realização de cinco missas e a distribuição de rosas. Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Re- gião Ipiranga, participou da procissão e presidiu a última celebração do dia.

(por Karen Eufrosino)

[BRASILÂNDIA] Em 27 de setembro, os fiéis da Comunidade São Vicente de Paulo da Paróquia Nossa Senhora Apareci- da, na Vila Souza, celebraram o dia do pa- droeiro, participando da missa presidida pelo Padre Aldo de Lima, Pároco. Na oca- sião, refletiu-se sobre toda a caminhada do grupo que se estabeleceu no bairro da Vila Rica há mais de 40 anos e se engajou para angariar fundos para a compra do tão sonhado terreno para a construção do centro de acolhida e da capela para a comunidade. Ao fim da missa, aconteceu uma pequena carreata que se direcionou aos doentes e enfermos do entorno, assis- tidos pela Paróquia.

(por Pascom Nossa Senhora Aparecida)

[BRASILÂNDIA] No domingo, 3, véspera da memória litúrgica de São Francisco de Assis, a Paróquia São Luís Gonzaga, Setor Pereira Barreto, orga- nizou um momento de bênção dos animais. Foi realizada também uma campanha de arrecadação de ração destinada a ONGs que amparam ani- mais abandonados.

(por Pascom da Paróquia São Luís Gonzaga)

[SÉ] Na manhã do domingo, 3, na Paró- quia Santo Antônio, na Barra Funda, Setor Bom Retiro, o Padre José Donizeti Coelho, Pároco, conferiu a primeira Eucaristia a nove crianças e jovens, que se prepararam por três anos para receber o sacramento.

Ao final, houve agradecimentos aos pais, ao Padre e aos coordenadores paroquiais da Catequese: Cristina M. Bellinazzi e Moi- sés J. Bellinazzi. (por Jessica Tapia)

[LAPA] A comunidade de fiéis da Paró- quia Santa Terezinha, no Jardim Regina, Setor Pirituba, comemorou na sexta-feira, dia 1º, a memória litúrgica da padroeira.

(por Benigno Naveira))

[SÉ] A 4ª edição da doação e entrega de marmitex para as famílias em situação de rua pela Pastoral do Menor da Paróquia Divino Espírito Santo, Setor Santa Cecília, aconteceu no sábado, 2, das 8h às 14h.

(por Pastoral do Menor paroquial)

Arquivo paroquial

Ruy Halasz

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Fé e Cidadania

PADRE REUBERSON FERREIRA, MSC Da aparição às margens do Rio Paraíba até a consagração como padroeira do Brasil, a devoção a Nossa Senhora Aparecida percorreu um longo caminho histórico. Nessa grande caminhada de consolidação de devoção à Virgem de cor more- na, a Igreja particular de São Paulo também aufe- riu sua própria contribuição. Ela consagrou todos os seus habitantes à Senhora de Aparecida.

No ano de 1945, o Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, à época Arcebispo de São Paulo, que mais tarde se tornaria o primeiro Ar- cebispo de Aparecida, quis consagrar a cidade de São Paulo e localidades circunvizinhas à Vir- gem que apareceu no Rio Paraíba. Decidiu, por isso, fazer com que a imagem de Nossa Senhora Aparecida peregrinasse, desde o atual Santuário Nacional até a capital paulista. Tratava-se da se- gunda vez que a imagem original saía do Santu- ário – a primeira foi à capital federal de então, Rio de Janeiro.

O evento foi previamente preparado em todas as paróquias da Arquidiocese. Paradas e cantatas marianas foram promovidas. Bispos de diocese sufragâneas tomaram parte de tão insigne mo- mento. Na noite do dia 14 de julho, uma verda- deira onda de fiéis peregrinando de diversos pon- tos da cidade marchou em direção à Catedral da Sé, que ficou aberta a noite inteira para vigília e visitação da imagem. Esse ato adentrou a história com o título de “A noite de Nossa Senhora”.

No dia seguinte, domingo, foram realizadas missas. O Cardeal, logo nas primeiras horas do dia, pontificou solene liturgia eucarística para os fiéis, grande parte membros de organizações de operários, como Marcha Operária do Belém, Fe- deração dos Círculos Operários e Federação das Ligas Católicas. Ao final, fez uma solene consa- gração de todos os habitantes da capital paulista e redondezas a Nossa Senhora Aparecida, bem como fez com que todos fizessem um juramento de fidelidade à Virgem Maria, no qual prometiam constância à Igreja e oposição aos inimigos da fé, aos males do mundo.

Passados mais de 75 anos dessa consagração, ela ainda é emblemática. Esse fato porque, se naquele contexto o ideal da consagração era se opor aos males que afligiam o povo, hoje numa sociedade ainda marcada por grandes tragédias convém pedir à Virgem Maria, fiel discípula de Jesus, que interceda pela humanidade para que se empenhe num legítimo combate às misérias que saltam aos nossos olhos.

Uma metrópole como São Paulo, atendendo ao seu chamado de consagrada à Virgem Maria, aquela mesma que surgiu em tons negros nas águas do Paraíba, não pode compactuar, desse modo, com uma cidade frígida, indiferente e ra- cista. Igualmente, uma capital em que a popula- ção foi confiada à intercessão da Virgem Maria, que abençoou a população com fartura de ali- mentos naquela pesca milagrosa em Aparecida, não pode dormir tranquilamente sabendo que muitos dos seus ainda passam fome e frio. Enfim, consagrados à Virgem Maria, empenhemo-nos lealmente na construção de um mundo novo, uma São Paulo nova.

Padre Reuberson Ferreira, MSC, é Pároco da Paróquia Nossa Senhora do Sagrado Coração e mestre e doutorando em Teologia pela PUC-SP.

São Paulo: cidade consagrada à

Virgem Aparecida!

CRISLEINE YAMAJI Nas regiões da periferia da cida- de, é comum encontrar mães cujos filhos não foram registrados no pra- zo legal. E essa situação parece ter aumentado durante a pandemia.

O registro de nascimento é fundamental para atestar a vida da criança e atribuir direitos.

Deve ser feito na maternidade ou, quando tardio, no Cartório de Re- gistro Civil de Pessoas Naturais mais próximo da residência da família. Esse registro é feito em li- vro próprio (o livro “A”) e dele se extrai a certidão de nascimento.

Ambos, registro e primeira certi- dão, são gratuitos.

A declaração de nascimento é dever dos pais e direito dos filhos;

em regra, é feita na maternidade, por meio do funcionário do cartó- rio presente, mas também deve ser feita em até 15 dias do nascimento, ampliado para 45 dias, na falta de um deles, ou para até 3 meses para lugares distantes mais de 30 quilô- metros da sede do cartório. Na fal- ta dos pais, parentes maiores mais próximos devem levar esse nasci- mento a registro.

Muito se questiona sobre esse registro, mas as dificuldades, mais do que jurídicas, são burocráticas.

Desde 2008, uma alteração legislati- va na Lei de Registros Públicos per- mitiu ao Oficial de Registro analisar o requerimento do registro tardio e os documentos sem exigir a prévia autorização do juiz da Vara de Re- gistros Públicos, exceto em caso de suspeita de falsidade da declaração.

O primeiro entrave são os docu- mentos. Para o registro tardio, são necessários:

I) Requerimento escrito dirigi-

do ao Oficial de Registro Civil das Pessoas Naturais do lugar de residência do interessado ou formulário fornecido pelo mesmo Oficial, assinado por duas testemunhas na presença do Oficial, devidamente quali- ficadas (nome completo, data de nascimento, nacionalidade, estado civil, profissão, resi- dência, RG e CPF), contendo indicação de dia, mês, ano, lo- cal de nascimento e hora cer- ta, se possível, sexo, prenome e sobrenome, naturalidade, profissão dos pais e residência atual e indicação de prenome e sobrenome de avós paternos e maternos, lançados no regis- tro, se o parentesco decorrer da paternidade e maternidade reconhecidas, ou preposto ex- pressamente autorizado, devi- damente qualificadas;

II) Declaração de Nascido Vivo (DNV): fornecida pela ma- ternidade aos pais do recém- nascido;

III) Cédula de identidade dos pais, quando ambos comparecerem ao cartório, ou quando compa- recer somente o pai ou a mãe, a comprovação de casamento ou união estável;

IV) Comparecimento em conjunto com duas testemunhas;

V) Comparecimento de responsá- vel ou representante legal, em caso de mãe menor de 16 anos;

VI) Fotografia e impressão digital, quando possível.

O segundo entrave é a compre- ensão de exceções ou exigências adicionais à regra geral. Entre ou- tras, pode-se citar:

I) Em caso do nascimento de al- guém sem moradia ou residên-

cia fixa, como, por exemplo, pessoas em situação de rua, o registro deve ser realizado no Oficial de Registro Civil das Pessoas Naturais do local onde se encontrar;

II) Sendo o registrando menor de 12 anos, dispensa-se o reque- rimento escrito e o compareci- mento das testemunhas desde que seja apresentada a DNV;

III) Sendo menor de 3 anos, nasci- do de parto sem assistência de profissional da saúde ou partei- ra tradicional, a DNV será pre- enchida pelo Oficial de Regis- tro e assinada pelo declarante, com comunicação ao Ministé- rio Público;

IV) A filiação poderá ser feita por meio de reconhecimento es- pontâneo dos genitores, inde- pendentemente do estado civil dos pais;

V) Não havendo elementos para estabelecer a filiação de um ou outro genitor, o registro deverá ser lavrado, para esse genitor, sem a indicação de filiação;

VI) Exigência de provas adicionais e suficientes, em caso de sus- peita de falsidade da declara- ção, inclusas identidade, nacio- nalidade, idade, veracidade da declaração de residência.

Caso conheça alguém sem o re- gistro de nascimento, oriente para que o registro tardio seja feito di- retamente no cartório. O registro é uma obrigação legal imposta aos pais e responsáveis. Além de indicar a existência, atribui o conjunto dos direitos decorrentes do nascimento com vida.

Crisleine Yamaji é advogada, doutora em Direito Civil e professora de Direito Privado.

E-mail: direitosedeveresosaopaulo@gmail.com

Registro de nascimento tardio

Em ação de graças à Padroeira das Missões

Comportamento

A festa da padroeira da Paró- quia Santa Teresinha, Setor Pasto- ral Santa Cecília, foi realizada entre 22 de setembro e 1º de outubro. A missa do 9º dia da novena, em 30 de setembro, foi presidida por Dom Carlos Lema Garcia e concelebrada pelos Frades Everaldo Abril Pontes, OCD, Pároco; e Edinaldo da Silva, OCD, Vigário Paroquial.

Na homilia, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé re- latou que Santa Teresinha tinha o desejo de viver todas as vocações e se encantava com os mártires e com os missionários que saíam pelo mundo para fazer o bem. En-

controu sua vocação, sua alegria e seu lugar na Igreja, a partir da percepção de que a via é tão so- mente “o amor”, o amor missio- nário, conduzindo as pessoas nos caminhos que levam a Deus. Por isso, foi instituída como a Padro-

eira das Missões, pois a essência das missões é o amor.

Ao fim da celebração, Dom Car- los abençoou todas as rosas levadas pelos fiéis. Na memória litúrgica de Santa Teresinha, no dia 1º, acontece- ram sete missas na Paróquia.

CENTRO PASTORAL DA REgIÃO SÉ

Luiz Felipe Tanko Gonçalves

Referências

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