Participações nos últimos 5 anos:
– Investigador de estudos patrocinados pelas empresas Novartis e Boehringer Ingelheim;
– Palestrante de eventos patrocinados pelas empresas Roche, GSK, Novartis e Abbvie;
– Consultor de reuniões das empresas Novartis, Abbvie, Roche, Jansen, Glenmark e Vertex;
– Participante de eventos científicos nacionais e internacionais com auxílio financeiro das empresas Roche, Novartis, Vertex e Abbvie.
Pneumonias complicadas:
como e quando intervir?
Luiz Vicente Ribeiro F. da Silva Filho
COMPLICAÇÕES DAS PNEUMONIAS
Derrames parapneumônicos Pneumatoceles
Pneumonias necrosantes - fístula broncopleural Abscessos pulmonares
Morbidade:
- Necessidade de procedimentos adicionais
- Tempo de internação
- Tempo de antibioticoterapia
Seqüelas (?)
Etiologia de pneumonias complicadas?
Streptococcus pneumoniae
Streptococcus grupo A
Staphylococcus aureus (MRSA)
Mycoplasma pneumoniae (geralmente pequena efusão)
Gram-negativos – pacientes com doenças de base, quadros
abdominais
FASE EXSUDATIVA FASE FIBRINO-PURULENTA (EMPIEMA) FASE DE ORGANIZAÇÃO Ph> 7,30 glicose normal DHL< 500U/L Ph< 7,1 ↑ DHL ↓ glicose Secreção de colágeno Espessamento pleural
Avaliação por imagem das pneumonias complicadas
Avaliação por imagem das pneumonias complicadas
Ecografia (USG) do tórax – constatação do derrame, volume,
características (definição da fase), pode ver liquefação do
parenquima.
Tomografia computadorizada do tórax – constatação do
derrame, avaliação do parênquima (liquefação/necrose)
→ Não serve para definir a fase do empiema
Thorax 2005 60: i1-i21
Todos os aspectos abordados:
- classificados em nível de evidência C ou D
(exceção às indicações de fibrinolíticos)
Existem muitas evidências sobre o manejo ”ideal” dos
derrames parapneumônicos?
Princípios básicos devem ser observados
• O tratamento deve ser hospitalar e intravenoso
• O tempo de tratamento costuma ser mais longo
• O tempo de febre mais prolongado
Fundamental antecipar estas questões à família Garantir acesso venoso precocemente (PICC)
POR QUE E QUANDO É PRECISO ABORDAR O DERRAME PLEURAL
PARAPNEUMÔNICO?
• Volume x impacto na mecânica pulmonar
Punção ou Drenagem?
Volume ou critérios de Light?
• Pesquisa de agente etiológico
• Reservatório de patógenos – princípio do esvaziamento
de coleções purulentas em processos infecciosos
DERRAMES PARAPNEUMÔNICOS:
Abordagem terapêutica deve ser baseda nos critérios de Light?
PUNÇÃO PLEURAL LÍQUIDOPURULENTO ATB +
DRENAGEM pH < 7.1 GLICOSE < 40mg/dl DHL > 1000 U/l bacterioscopia e/ou cultura e/ou CIE ou látex + ATB + DRENAGEM
Light RW. N Engl J Med 2002; 24:1971
pH > 7.3
GLICOSE > 60mg/dl DHL < 1000 U/ l
LÍQUIDO SEROSO
POR QUE E QUANDO É PRECISO ABORDAR O DERRAME PLEURAL
PARAPNEUMÔNICO?
Empiema NÃO DRENADO: Evolução com múltiplas cavitações Tempo de internação: 30 dias (febre por mais de 20 dias)
Quando drenar?
Nesse estágio costuma ter boa eficácia
Nesse estágio drenagem isolada pode fracassar
Pig-tail
DRENAGEM TORÁCICA:
SERÁ QUE O TIPO DE DRENO FAZ DIFERENÇA?SERÁ QUE O TIPO DE DRENO FAZ DIFERENÇA?
HSG, masc, 5 anos – hipoplasia pulmonar Dir
• Febre há 2 dias, 39o C, dor abdominal. Pneumonia com derrame,
internado com cefuroxima IV
SERÁ QUE O TIPO DE DRENO FAZ DIFERENÇA?
HSG, masc, 5 anos
• No 10º DI continua febril... Estranho? Médicos pediram uma CT...
ALTERNATIVAS À DRENAGEM SIMPLES:
TORACOSCOPIA
Praticamente abandonada com advento de antibióticos Descrita em 1910 (Jacobaeus):
- lise de adesões pleurais p/ tratamento de Tbc (pneumoTx)
Décadas de 80 e 90: uso da toracoscopia assistida por vídeo no manejo de empiemas
TORACOSCOPIA NO MANEJO DE EMPIEMAS
EMPIEMA: presença de traves fibróticas determinando lojas com
conteúdo purulento
Campos JRM, Chest 1997; 111: 494-97 Kern JA et al, J Pediatr Surg 1993; 28: 1128-32 Silen ML et al, Ann Thorac Surg 1995; 59:1166-68
Drenagem simples
• Instrumentos debridam as traves,
transformando a cavidade pleural num espaço único.
• Posicionamento adequado do
Idade 2 anos
IVAS há uma semana, uso de cefuroxima VO por uma “rinossinusite” Internado com ceftriaxone IV
Idade 2 anos
USG e avaliação do pneumopediatra no 2o dia de internação
Toracoscopia e dreno tubular no 2o DI
ALTA HOSPITALAR com medicação VO no 6o DI
Há consenso no uso de toracoscopia?
Pediatr Pulmonol. 2010; 45:71–77
E o tempo de internação, justifica?
Difícil resposta, frente à pouca disponibilidade de fibrinolíticos em nosso meio Maior parte das comparações da literatura:
Realizado drenagem após punção, 200 ml de liq. escuro
Pneumonia lobar LSD com empiema – 5 anos 9 m – tratamento com ceftriaxone IV
Após 3 dias – saída de 25ml nas últimas 24h
Pneumonia lobar LSD com empiema – 5 anos 9 m – tratamento com ceftriaxone IV Instilado Streptokinase – 50ml
Saída de 250 ml
Teve uma dor terrível
(morfina)
Fibrinolíticos: experiência pessoal
Indico o uso para derrames parapneumonicos com caracteristicas de fase 2 (traves / grumos) – por 1 a 2 dias pós-drenagem
Alteplase
• 0,1 mg/kg (máx. 6mg) em 1 ml/kg de soro fisiológico (máx. 50 ml) Para menores de 10 kg:
• 0,1 mg/kg em 10 ml de soro fisiológico
• Pode-se associar bupivacaína 0,25% (0,5-1 ml/kg) ou Xylocaína 2% (s/ vasocostritor 0,3 ml/kg) para minimizar dor/desconforto
NÃO DEVEM SER USADOS SE HÁ FÍSTULA BRONCOPLEURAL
Proteína C reativa, Pró-calcitonina
• Boa utilidade para seguimento evolutivo
0 100 200 300 400 500 600
dia 1 dia 3 dia 5
PCR
Pneumonias necrosante / abscessos – como reconhecer?
• Dreno borbulhou• Houve recaída da febre e/ou aumento da PCR
Pneumonias necrosante / abscessos – como reconhecer?
Na pneumonia necrosante: toracoscopia só para pulmão
colapsado… e com muito cuidado.
Suspeita de efusão parapneumônica
Falha de tratamento de pneumonia em 48h
Radiografia simples do tórax; considerar decúbito lateral com raios horizontais
DERRAME PLEURAL > 10mm ou
>1/4 hemitórax
Stevie Wonder no plantão?
Avaliação
ultrassonográfica USG sem sinais
de organização
Antibioticoterapia intravenosa
USG sem sinais deorganização USG com sinais de organização
Quais drogas utilizar?
Video-toracoscopia ou uso de fibrinolíticos
Antibioticoterapia intravenosa
Punção esvaziadora ou drenagem torácicaUSG sem sinais de organização
USG com sinais de organização Considerar novos exames de imagem Considerar abordagem / re-abordagem cirúrgica NÃO Melhora clínica? Remover o dreno
Continuar ATBs por via oral
Drenagem torácica simples
Antibioticoterapia intravenosa
USG com sinais de organização
Locais sem disponibilidade de fibrinolíticos / video-toracoscopia
• Abordagem precoce de complicações como empiema reduz tempo de internação;
• Antecipação de problemas, como acesso venoso (PICC) e analgesia são muito importantes;
• É preciso paciência quanto ao tempo de febre – o exame de proteína C reativa é bastante útil no seguimento;
• Toracoscopia depende de profissional experiente – quando indicada, seu uso deve ser precoce;
• O uso de fibrinolíticos é uma alternativa simples e muito interessante. • Casos com necrose / abscessos geralmente não demandam outras
intervenções – paciência é a chave do sucesso