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NEOPLASIA DE ESÔFAGO ESOPHAGEAL NEOPLASM

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Academic year: 2021

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NEOPLASIA DE ESÔFAGO

ESOPHAGEAL NEOPLASM

CAMILA EVELISE GLASER¹, CAROLINE KIRSCHEN BRISTOT¹, MARIANA BONATTO DO AMAR ANTE¹, SOPHIA WILDNER BONA¹; MARIA TERESA RUIZ TSUKAZAN².

¹Acadêmica da Associação de Turma Médica 2017 da Escola de Medicina da PUCRS. ²Médica Cirurgiã Torácica do Hospital São Lucas da PUCRS.

RESUMO

Objetivos: Apresentar uma atualização na epidemiologia, apresentação clínica, diagnóstico e conduta terapêutica do paciente com neoplasia esofágica. Métodos: Revisão da literatura referente à neoplasia de esôfago por meio de pesquisa no PubMed, de artigos publicados durante o período de 2013 a 2017,e no site do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

Resultados: O câncer de esôfago vem aumentando sua incidência nos últimos anos. O tipo histológico mais comum no mundo é o carcinoma de células escamosas (CCE), seguido pelo adenocarcinoma. Os principais fatores de risco são tabagismo e alcoolismo para o CCE; e doença do refluxo gastro-esofágico e obesidade para adenocarcinoma. A apresentação clínica inclui disfagia progressiva, perda de peso e astenia; sendo mais característicos de estágios avançados. O diagnóstico é feito por endoscopia digestiva alta e biópsia. O estadiamento, com base no TNM, compreende ultrassonografia endoscópica (EUS), tomografia (TC) de tórax e abdome com contraste e tomo-grafia por emissão de pósitrons (PET-CT). A escolha do tratamento depende do estágio da doença.

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Palavras-chave: Esôfago de Barrett; Neoplasias Esofágicas; Endoscopia; Refluxo Gastroesofágico; Esofagectomia.

ABSTRACT

Aims: Esophageal cancer update on epidemiology, clinical presentation, diagnosis and therapy.

Methods: Esophageal cancer literature review on PubMed and on the website of the National Cancer Institute (INCA).

Results: Esophageal cancer has increased its incidence in recent years. The most common histological type worldwide is squamous cell carcinoma (SCC), followed by adenocarcinoma. The main risk factors are: smoking and alcoholism for SCC; and gastroesophageal reflux disease and obesity for adenocarcinoma. Clinical presentation includes progressive dysphagia, weight loss, and asthenia; however, they are more characteristic in advanced stages. Diagnosis is made through a esophagogastroduodenoscopy (EGD) and biopsy. Staging, based on TNM, includes endoscopic ultrasonography, thorax and abdominal CT-Scan and PET-CT. The choice of treatment depends on the stage of the disease.

Conclusions: The advance in diagnosis accuracy, newly oncologic drugs, radiotherapy and surgical techniques was responsible for survival impro-vement in recent decades. However, more studies are needed in this area, especially with an emphasis on tumor markers.

Keywords: Barrett Esophagus; Esophageal Neoplasms; Endoscopy; Gastroesophageal Reflux; Esophagectomy.

INTRODUÇÃO

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pobre em sintomatologia. Outros tipos histológicos representam 1-2% das neoplasias de esôfago.

Carcinoma de células escamosas (CCE): é o tipo histológico predominan-te - 80% dos casos -, com maior incidência na Ásia, na África e na América do Sul, porém sua incidência vem diminuindo em todo o mundo. Este tipo histológico acomete mais pessoas na 7ª e 8ªdécadas de vida e ocorre três vezes mais em negros do que em brancos. Observou-se, também, que o CCE é dez vezes mais prevalente em portadores de acalásia. A patogênese do CCE parece estar ligada a uma inflamação epitelial que progride para displasia e, então, torna-se uma neoplasia maligna.

Os fatores de risco mais importantes são álcool e tabaco. Estudos sugerem uma sinergia entre estes dois componentes e, assim, uma maior prevalência desta patologia em pacientes adeptos a ambos os hábitos. Outros fatores de risco são alimentos ultraprocessados e alimentos ricos em gordura. Em contrapartida, o consumode frutas, vegetais e produtos ricos em fibras está associado a um baixo risco de desenvolver CCE.

Adenocarcinoma: é mais comum no mundo ocidental, que inclui América do Norte, Europa Ocidental e Austrália. Acomete mais homens e caucasianos e, ao contrário do CCE, vem aumentando sua incidência. Este dado está rela-cionado aos fatores de risco e à patogênese da doença. A lesão precursora é a metaplasia intestinal - chamada de Esôfago de Barrett (EB) -, que é a troca do epitélio escamoso esofágico para epitélio colunar. Logo após, aparece uma displasia e, por fim, desenvolve-se a neoplasia maligna. O paciente com EB apresenta um risco anual de desenvolver câncer de 0,12%, e de 3 a 6% em dez anos.

O EB desenvolve-se principalmente por meio da doença do refluxo gas-troesofágico (DRGE). Assim, associam-se outros fatores de risco ao refluxo, como obesidade abdominal - que é grande causadora da DRGE. Estudos mostram que pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) maior que 30 têm cerca de dezesseis vezes mais chances de desenvolver adenocarcinoma do que aqueles com IMC menor que 22. Vale lembrar que 40% dos pacientes que possuem esta neoplasia não apresentaram sintomas da DRGE.

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neutraliza-ção e uma reduneutraliza-ção do suco gástrico devido à atrofia da mucosa gástricaque este patógeno provoca e, consequentemente, possuem menor chance de desenvolver esofagite, que, quando presente, é associada a um risco nove vezes maior de adenocarcinoma.

Esta neoplasia é notória pela sua agressividade: por invasão direta, lin-fática e hematogênica. A ausência de serosa é igual a ausência de barreira, permitindo esse rápido avanço da neoplasia adjacentemente em tórax e região cervical.

MÉTODOS

Realizada revisão da literatura de artigos da língua inglesa na Biblioteca Virtual em Saúde desenvolvido a partir do Medical SubjectHeadings da U.S. National Library of Medicina (PUBMED) com os unitermos “esophageal”, “cancer”, “esophagectomy”, “straging”, “Barrett” e “GERD” entre os anos de 2013 e 2017 e pesquisa no site do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Os critérios de inclusão para os estudos encontrados foram a epidemiologia, patogênese, fatores de risco, sintomatologia e modalidades de tratamento.

RESULTADOS Diagnóstico Anamnese

Pacientes em estágios iniciais da doença em geral são assintomáticos, di-ficultando o diagnóstico precoce. Muitas vezes o diagnóstico nestes pacientes é realizado durante endoscopia digestiva alta (EDA) e acompanhamento do EB. A sintomatologia é a mesma para as diferentes histologias e costuma se apresentar em fases mais avançadas da doença, quando a neoplasia passa a ocupar boa parte da luz esofágica.

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Exame Físico

O exame físico costuma ser pobre. Em casos mais avançados, pode-se observar emagrecimento, linfonodomegalia cervical; mucosas descoradas e palidez devido à anemia grave; ou então disfonia devido ao acometimento do nervo laríngeo recorrente.

Exames Complementares

O exame padrão-ouro para diagnóstico é a EDA com biópsia, porém não existe consenso sobre quando solicitar este exame. O screeningindis-criminado não está indicadoem áreas onde a incidência não é elevada. Endoscopicamente, os dois tipos de neoplasia são semelhantes, o que os diferencia é a localização: o adenocarcinoma se apresenta distalmente (terço distal junto à junção gastroesofágica), já o CCE é mais frequente no esôfago proximal e médio.

Depois de confirmada ahistologia, é necessáriaa realizaçãodo estadia-mento, que é feito por meio do TNM - desenvolvido pela American Joint CommitteeonCancer (AJCC). Esta classificação deve ser iniciada por ultras-sonografia endoscópica (EUS) para avaliar invasão local tumoral (profun-didade) e linfonodomegalias. Em seguida, a tomografia computadorizada (TC) e a tomografia por emissão de pósitrons (PET-CT) são utilizadas para detecção de linfonodos e metástases à distância. O estadiamento compreende do estágio 0 até IV. Cada grau engloba uma gama de combinações baseadas no TNM. No estágio 0, os tumores são intramucosos (in situ). A partir do estágio I até o III, a classificação depende da histologia. Isto significa que CCE e adenocarcinoma possuem classificações distintas. O TNM também é diferente para o clínico (pré-operatório), em que é realizada tomada de decisão clínica, patológico e pós neoadjuvância.

Cuidados pré-operatórios

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Tratamento

A escolha do tratamento mais adequado é individualizada e depende de fatores tais como localização e estágio do tumor, idade e estado geral do paciente. Os principais tratamentos são cirurgia, quimioterapia e radiotera-pia, além da terapia paliativa quando a doença não pode mais ser removida.

Tumores restritos à mucosa são tratados com ressecção endoscópica da mucosa como primeira escolha ou com esofagectomia com linfadenectomia. O tratamento para tumores localmente avançados é a esofagectomia prece-dida por quimioterapia neoadjuvante e também se recomenda fortemente radioterapia concomitante.

Tumores avançados podem ser tratadosde forma paliativa mediante cirurgia endoscópica com uso de stent, associado ou não à braquiterapia. Tumores avançados ou recorrentes devem ser tratados com duas ou três drogas quimioterápicas combinadas - sendo mais comumente utilizadas Fluoracil mais Oxaliplatina ou Capecitabina mais Oxaliplatina - ou ainda com quimioterapia mais radioterapia.

Técnica cirúrgica

A técnicade ressecção endoscópica é indicada para neoplasias em está-gio inicial. Para pacientes em que a esofagectomia está indicada, a técnica minimamente invasiva (por vídeo ou robótica) está se difundindo como padrão-ouro por apresentar menor morbimortalidade e por possibilitar melhor ressecção linfonodal se comparada às técnicas tradicionais.

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Cuidados no pós-operatório

Essa cirurgia está entre as que mais requerem cuidados no pós-opera-tório. Isto se deve à alta complexidade da técnica cirúrgica (acesso abdo-minal e torácico) e à elevada ocorrência de complicaçõese demortalidade. Geralmente o paciente permanece em unidade de cuidados intensivos nos primeiros dias de pós-operatório.

Cerca de 80% das complicações estão associadas a duas áreas: deiscência de anastomose e complicações pulmonares. A fístula anastomótica geralmente ocorre entre o6º e 7º dias de pós-operatório. A atenção no pós-operatório imediato deve ser redobrada, focando, principalmente, na mobilização pre-coce do paciente, em medidas que visam o manejo de via aérea - evitando aspiração de conteúdo gástrico-, na analgesia, na administração de fluidos e no manejo hemodinâmico.

Seguimento

O acompanhamento regular após conclusão do tratamento é um com-ponente importante do tratamento do câncer de esôfago, pois permite a detecção precoce e uma melhor gestão das recorrências. Entretanto, há pouca evidência quanto ao melhor regime e intervalo de seguimento e qual o seu impacto. A maior parte das recidivas ocorrem nos primeiros dois anos após o término do tratamento, por esse motivo acredita-se que o seguimento deve ser mais frequente neste período, de 4 a 6 meses, seguido por rastreio anual. A TC de tórax e de abdômen mostrou-se eficaz na detecção de recor-rências subclínicas e, por isto, é o exame de escolha para seguimento; já a vigilância endoscópica não tem recomendação rotineira. Após o sexto ano, o rendimento dos exames diminui significativamente, sendo desnecessários após este período de tempo.

CONCLUSÃO

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ta-bagismo e alcoolismo para o carcinoma epidermóide e obesidade e doença do refluxo gastroesofágico para o adenocarcinoma. O diagnóstico é clínico e endoscópico. O estadiamento é realizado de acordo com o TNM, por meio de tomografia computadorizada, ultrassonografia endoscópica e PET-CT. O tratamento, em geral, combina quimioterapia e radioterapia neoadjuvante e cirurgia. Ainda há muito a ser estudado na patologia desta doença, sobre-tudo no que diz respeito a marcadores tumorais, os quais podem levar a avanços no diagnóstico precoce e no tratamento.

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REFERÊNCIAS

1. Abbas G, Krasna M. Overview of esophageal cancer. Ann Cardiothorac Surg. 2017 Mar;6(2):131-6.

2. Ajani JA, D’amico TA. Esophageal and Esophagogastric Junction Cancers. Washington: NCCN Clinical Practice Guidelines in Oncology; 2017.

3. Bartels K, Fiegel M, Stevens Q, Ahlgren B, Weitzel N. Approaches to perioperati-ve care for esophagectomy. J Cardiothorac Vasc Anesth. 2015 Apr;29(2):472-80. 4. INCA - Instituto Nacional de Câncer - Estimativa 2016 [Internet]. Inca.gov.br. 2017

[cited 21 June 2017]. Available from: http://www.inca.gov.br/estimativa/2016/ tabelaestados.asp?UF=BR.

5. Lou F, Sima CS, Adusumilli PS, Bains MS, Sarkaria IS, Rusch VW, Rizk NP. Esophageal cancer recurrence patterns and implications for surveillance. J Thorac Oncol. 2013 Dec;8(12):1558-62.

6. Napier KJ, Scheerer M1, Misra S. Esophageal cancer: A Review of epidemiology, pathogenesis, staging workup and treatment modalities. World J Gastrointest Oncol. 2014 May 15;6(5):112-20.

7. Rice TW, Ishwaran H, Blackstone EH, Hofstetter WL, Kelsen DP, Apperson-Hansen C; Worldwide Esophageal Cancer Collaboration Investigators. Recommendations for clinical staging (cTNM) of cancer of the esophagus and esophagogastric junction for the 8th edition AJCC/UICC staging manuals. Dis Esophagus. 2016 Nov;29(8):913-9.

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