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LILIANE CAROLINE SERVAT

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Academic year: 2021

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CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM CONSERVAÇÃO E MANEJO DE RECURSOS NATURAIS – NÍVEL MESTRADO

LILIANE CAROLINE SERVAT

COMUNIDADE FITOPLANCTÔNICA EM AMBIENTES LÓTICOS SOB INFLUÊNCIA DO CORREDOR DE BIODIVERSIDADE SANTA MARIA, BACIA DO RIO IGUAÇU,

PARANÁ, BRASIL.

CASCAVEL-PR Fevereiro/2015

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LILIANE CAROLINE SERVAT

COMUNIDADE FITOPLANCTÔNICA EM AMBIENTES LÓTICOS SOB INFLUÊNCIA DO CORREDOR DE BIODIVERSIDADE SANTA MARIA, BACIA DO RIO IGUAÇU,

PARANÁ, BRASIL.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação

Stricto Sensu em Conservação e Manejo de Recursos

Naturais – Nível Mestrado, do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Conservação e Manejo de Recursos Naturais.

Área de Concentração: Conservação e Manejo de Recursos Naturais

CASCAVEL-PR Fevereiro/2015

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FOLHA DE APROVAÇÃO

LILIANE CAROLINE SERVAT

Comunidade fitoplanctônica em ambientes lóticos sob influência do Corredor de Biodiversidade Santa Maria, Bacia do Rio Iguaçu, Paraná, Brasil.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação stricto sensu em Conservação e Manejo de Recursos Naturais - Nível Mestrado, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Conservação e Manejo de Recursos Naturais, pela comissão Examinadora composta pelos membros:

____________________________________ Prof. Drª. Norma Catarina Bueno

Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Presidente)

____________________________________ Prof. Drª. Ana Tereza Bittencourt Guimarães Universidade Estadual do Oeste do Paraná

____________________________________ Prof. Drª. Fernanda Ferrari

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Aprovada em: 23 de fevereiro de 2015

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O conhecimento nos faz responsáveis

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DEDICATÓRIA

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AGRADECIMENTOS

Minha eterna gratidão à Deus, pois o seu amor me alcançou e em Ti sei que tudo posso Senhor. Que a minha vida seja para a glória do Seu nome, meu Pai!

À minha mestra Dra. Norma C. Bueno pelo exemplo de garra, amor e dedicação com o trabalho; pelas exigências que me fizeram buscar melhorar e acima de tudo, por acreditar em mim e possibilitar minha inserção no mundo da pesquisa. Muito obrigada.

Ao meu amigo, companheiro, confidente e eterno amor, Renato. Obrigada pela paciência, pelo amor e pelo carinho; pela ajuda com a minha pesquisa, pela compreensão dos momentos de minha ausência para que este trabalho pudesse ser realizado, e por tornar a minha vida tão bonita Você é tudo de melhor e mais lindo.

A minha amada mãe, por dedicar toda a sua vida a criação de seus ‘sobrinhos’ e abrir mão de seus sonhos para pudéssemos realizar os nossos. Pelo seu ensinamento, seu cuidado e seu amor incondicional. Amo a senhora.

À gentil e atenciosa prof . Dra. Sandra Maria Alves da Silva por ter me recebido em seu laboratório para a identificação das Euglenophyceaes, e pela sua imensa paciência e

generosidade.

A querida prof. Dra. Ana Tereza Bittencourt Guimarães pelo suporte com a estatística, pelo carinho, pela alegria e por sempre estar de braços abertos, disposta a ajudar. Que a sua generosidade com os outros lhe retorne na forma de muitas alegrias, você merece o melhor. Muito obrigada.

A querida Dra Fernanda Ferrari, por sempre aceitar contribuir com leituras e orientações nos trabalhos, mesmo estando mega atarefada. Suas contribuições são sempre muito valiosas e eu agradeço imensamente o seu carinho.

Ao prof. Dr. Nyamien Sebastien por abrir as portas do seu laboratório para que as análises fossem realizadas e nos receber sempre muito bem.

Às queridas colegas do GERPEL, pelos dias tão alegres que passamos: Adriana Tronco, Ligiany, Juliana, João e demais colegas.

Às queridas Elaine e Jascieli pelos tantos socorros prestados. Obrigada pela disponibilidade e paciência em ajudar.

Aos colegas do laboratório, Wiviane, Viviane, Margareth, Felipe, Camila e em especial a Daya, pela linda amizade que nasceu.

Ao querido Prof. Dr. Bartolomeu Tavares, que tantas vezes nos trouxe incentivos

culinários e alegrou nossos dias. Seus bolos são fabulosos e os dias foram muito melhores com a sua presença.

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As queridas prof. Shirley e prof. Lívia, por terem aceitado compor a banca da

qualificação e contribuído com tantas sugestões preciosas. Mais um obrigado a prof Shirley que acompanhou meu estágio de docência, contribuindo muito para a minha formação e confiança em sala de aula.

Aos queridos técnicos e amigos Ivone Wichoki e Assis Echer, pelos dias tão alegres nas coletas, lanches e por toda a dedicação de vocês. Vocês são parte muito importante da realização deste trabalho. Serei sempre muito grata.

Aos meus amados familiares, que com muita compreensão entenderam os momentos em que não pude estar presente e mesmo assim sempre estiveram apoiando e motivando. Vocês são parte de mim, assim como sou de vocês.

A Fundação Araucária pela conceção da bolsa de estudos.

Ao programa de Pós Graduação em Conservação e Manejo de Recursos Naturais, pela dedicação em conseguir melhores recursos para seus alunos.

A querida Marcia Cruz, secretária do programa, por ser tão alegre e sempre tão disposta a ajudar; obrigada também pelas palavras de carinho e incentivo que tanta diferença fizeram nos meus dias.

As minhas queridas e queridos amigos, que por tantas vezes ouviram “eu não posso, tenho que estudar”: Ana, Verônica, Paula, Tallita, Pâmela, Arthur, Camile. Obrigada pela compreensão.

À equipe de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaçu, pela elaboração do mapa da área de estudo.

À todos que por ventura não tenham sido citados, farei questão de agradecê-los pessoalmente.

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1: Comunidade fitoplanctônica em ambientes lóticos sob influência do Corredor de Biodiversidade Santa Maria, Bacia do Rio Iguaçu, Paraná, Brasil

LISTA DE ILUSTRAÇÕES ... 9 LISTA DE TABELAS ... 10 RESUMO ... 11 ABSTRACT ... 12 1. INTRODUÇÃO ... 13 2. MATERIAIS E MÉTODOS ... 14 2.1. Área de estudo ... 14 2.2. Metodologia de campo ... 15 2.3. Metodologia de laboratório ... 16

2.4. Tratamento estatístico dos dados ... 17

3. RESULTADOS ... 18

4. DISCUSSÃO ... 34

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 40

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Localização das estações de coleta ... 15

Figura 2. Variação acumulada da precipitação semanal registrada no município de Foz do Iguaçu, de setembro de 2012 a agosto de 2013. ... 18

Figura 3. Vazão registrada nas estações amostradas ... 18

Figura 4. Ordenação dos meses e estações de coleta em relação às variáveis abióticas ao longo dos dois primeiros eixos da Análise de Componentes Principais (PCA) ... 20

Figura 5. Variação mensal da densidade fitoplanctônica ... 30

Figura 6. Variação mensal da diversidade de Shannon (A) , equitabilidade (B) e riqueza (C) fitoplanctônica ... 31

Figura 7. Dendrograma resultante da análise de agrupamento baseado na dissimilaridade de Manhattan. ... 33

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Valores mínimo, máximo, média, desvio padrão (DP) e coeficiente de variação (CV) para a estação 1 (riacho Apepu) e estação 2 (riacho Tenente João Gualberto) no período entre setembro de 2012 e agosto de 2013 ... 19

Tabela 2. Relação das espécies fitoplanctônicas registradas nos riachos amostrados, no período de setembro de 2012 a agosto de 2013 ... 21

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Comunidade fitoplanctônica em ambientes lóticos sob influência do Corredor de Biodiversidade Santa Maria, Bacia do Rio Iguaçu, Paraná, Brasil

Liliane Caroline Servat1,3, Norma Catarina Bueno1 e Nyamien Yahault Sebastien2

Resumo

Este trabalho objetivou avaliar a influência da vegetação ciliar do Corredor de Biodiversidade Santa Maria na composição e estrutura da comunidade fitoplanctônica, comparando-se dois riachos com diferentes níveis de preservação ciliar: riacho Apepu (25º30'40.5"S 54º20'31.9"W), e Tenente João Gualberto (25º28'36.3"S 54º19'40.9"W). Amostras foram coletadas mensalmente, entre setembro de 2012 e agosto de 2013. Um total de 371 táxons foi identificado, destacando-se especialmente táxons bentônicos e perifíticos das classes Bacillariophyceae e Euglenophyceae. A riqueza e equitabilidade foram média e elevada, respectivamente, mas a densidade e diversidade de Shannon foram baixas em ambos os riachos. As análises das variáveis ambientais e bióticas indicaram que o fitoplâncton respondeu às condições ambientais, no entanto, seus atributos não foram significativamente influcienciados pelos diferentes graus de vegetação ciliar. Apesar disso, foi verificada uma tendência, embora não significativa, de aumento nos valores de densidade, riqueza, diversidade de espécies, temperatura, fósforo total dissolvido e ortofosfato no riacho com vegetação ciliar comprometida, deixando indícios que a degradação da vegetação ciliar possivelmente pode estar influenciando a qualidade da água dos e a estrutura da comunidade fitoplanctônica nos riachos estudados.

Palavras-chave: ambiente lótico, Corredor de Biodiversidade Santa Maria, vegetação ciliar.

1

Programa de Pós-Graduação em Conservação e Manejo de Recursos Naturais, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Rua Universitária, 2019, Jardim Universitário, 85819-110, Cascavel, Paraná, Brasil.

2

Programa de Pós-Graduação em Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Rua da Faculdade, 645, Jardim Santa Maria, Cx. P. 320, Toledo, Paraná, Brasil.

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Phytoplankton community in lotic environments under the influence of Corredor de Biodiversidade Santa Maria, Iguaçu River Basin, Parana, Brazil

Liliane Caroline Servat1,3, Norma Catarina Bueno1 e Nyamien Yahault Sebastien2

Abstract

This work aimed evaluate the influence of riparian vegetation of Corredor de Biodiversidade Santa Maria, in composition and structure of the phytoplankton community, comparing two streams with different levels of riparian conservation: Apepu (25º30'40.5"S 54º20'31.9"W), and Tenente João Gualberto streams (25º28'36.3"S 54º19'40.9"W). Samples were collected monthly, between September 2012 and August 2013. A total of 371 taxa were identified, with, highlighting especially benthic and perifitic taxa of Bacillariophyceae and Euglenophyceae groups. The richness and evness value was medium and high, respectively, but density and Shannon diversity indexm was low in both streams. The analysis of environmental and biotic variables indicated wich phytoplankton community responded to environmental conditions, however, their attributes were not significantly influenced by ifferent levels of riparian vegetation. Despite this, although not significant, was observed slight increase in density values, richness, diversity of species, temperature, total phosphorus and dissolved orthophosphate in the creek with impaired riparian vegetation, leaving evidence that degradation of riparian vegetation possibly, may influence the water quality and the phytoplankton community structure of the streams studied.

Keywords: lotic environment, Corredor de Biodiversidade Santa Maria, riparian vegetation.

1

Programa de Pós-Graduação em Conservação e Manejo de Recursos Naturais, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Rua Universitária, 2019, Jardim Universitário, 85819-110, Cascavel, Paraná, Brasil.

2

Programa de Pós-Graduação em Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Rua da Faculdade, 645, Jardim Santa Maria, Cx. P. 320, Toledo, Paraná, Brasil.

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1 Introdução

A degradação da vegetação ciliar tem impactado diversos ecossistemas aquáticos em todo o mundo (Dosskey et al., 2011) e, juntamente com a crescente fragmentação das florestas naturais, são os principais fatores responsáveis pela redução da qualidade ambiental. Por este motivo, a extensa hidrografia do Bioma Mata Atlântica tem sua vegetação ciliar eleita pelo Código Florestal Brasileiro como área prioritária para a formação de corredores ecológicos (Loch et al., 2013). A implantação de corredores ecológicos em áreas de vegetação ciliar busca aumentar a proteção dos habitats de espécies que dependem do ambiente aquático para sua sobrevivência (Neiff et al., 2005), bem como interligar fragmentos florestais, permitindo o movimento da biota entre eles e a recolonização de áreas degradadas (ICMBIO, 2014).

A integridade da vegetação ciliar é indispensável para a recuperação da qualidade ambiental. Nos ecossistemas aquáticos, a vegetação atua como filtro na retenção de componentes orgânicos, sedimentos e contaminantes que frequentemente são carreados para dentro dos ecossistemas (Dosskey et al., 2011), provenientes de atividades naturais ou antrópicas, influenciando a estrutura e dinâmica das comunidades biológicas associadas (Perry et al., 1999). Estudos recentes têm avaliado a influência da vegetação ciliar na qualidade da água e a consequente resposta da comunidade fitoplanctônica à estes fatores (Naiman, 2005 et al.; Dudgeon, 2008), sendo observado que o desmatamento das matas ciliares estão relacionados com aumento da eutrofização e frequência das florações de algas e cianobactérias (Perry et al., 1999).

Historicamente, o fitoplâncton de ecossistemas lóticos tem recebido menos atenção em estudos ecológicos, pois a grande maioria dos trabalhos aborda algas perifíticas (Rodrigues et al., 2007), provavelmente devido à complexidade e instabilidade destes ambientes, que dificulta o estabelecimento da comunidade fitoplanctônica (Borges et al., 2008), embora muitos estudos já tenham demonstrado que ambas as comunidades sejam bons bioindicadores (Kireta et al., 2012).

Entre os trabalhos abordando a comunidade fitoplanctônica em ambientes lóticos no Brasil, destacam-se os de Bittencourt-Oliveira (1993a, 1993b), Bittencourt-Oliveira e Castro (1993), Mendes-Câmara et al. (2002) com abordagem taxonômica e Train e Rodrigues (1998; 2001), Silva et al. (2001), Bittencourt-Oliveira (2002), Borges et al. (2003), Soares et al. (2007), Bortolini and Bueno (2013) e Menezes et al. (2013) que apresentaram uma abordagem ecológica, enfocando diversidade, estrutura e dinâmica da comunidade. No entanto, estudos abordando as relações entre os níveis de preservação ciliar e suas influências sobre a estrutura fitoplanctônica são raros na ecologia brasileira: Peresin et al. (2014).

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Neste contexto, o objetivo do presente estudo foi avaliar a influência da vegetação ciliar do Corredor de Biodiversidade Santa Maria quanto a composição e estrutura da comunidade fitoplanctônica, em dois riachos com diferentes níveis de preservação ciliar.

Levando em conta que ambientes lóticos são ecossistemas abertos, sujeitos às constantes influências do seu entorno, têm-se como hipótese que a vegetação ciliar do Corredor de Biodiversidade Santa Maria influencia diretamente a composição e estrutura da comunidade fitoplanctônica, diminuindo os atributos densidade, riqueza e diversidade de espécies no riacho influenciado pelo Corredor, em consequência do menor aporte de nutrientes e sedimentos, além do maior sombreamento proporcionado pela vegetação. Por outro lado, o oposto é esperado no riacho com menor margem ripária, pois áreas com pouca ou nenhuma vegetação em seu entorno tendem a apresentar maior densidade, riqueza e diversidade fitoplanctônica, devido ao maior aporte de nutrientes, turbidez e luminosidade.

2 Materiais e Métodos

2.1. Área de estudo

O Corredor de Biodiversidade Santa Maria - situado no município de Santa Terezinha de Itaipu-PR - visa promover a conectividade entre o Parque Nacional do Iguaçu e a Faixa de Proteção do Reservatório da hidrelétrica de Itaipu (Tossulino et al., 2007). Tal ambiente é formado pela Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Santa Maria, fragmentos de mata ciliares remanescentes e uma faixa de mata reflorestada de 4 quilômetros de comprimento por 60 metros de largura (Toscan et al.,2014). A RPPN Santa Maria é o maior fragmento vegetacional do Corredor de Biodiversidade Santa Maria (Nascimento, 2009) e é considerada área prioritária de preservação ambiental devido à elevada quantidade de ambientes aquáticos inseridos nesta região, que deságuam no Parque Nacional do Iguaçu (Tossulino et al., 2007)

O clima regional, segundo a classificação de Köppen é subtropical úmido mesotérmico, com períodos de verão e inverno bem definidos e chuvas distribuídas durante o ano (IAPAR, 2011).

O estudo foi realizado em dois riachos: Apepu, localizado no interior do Corredor de Biodiversidade Santa Maria, município de Santa Terezinha de Itaipu (25º30'40.5"S 54º20'31.9"W) e riacho Tenente João Gualberto, localizado em área adjacente à Unidade de Conservação, no município de São Miguel do Iguaçu (25º28'36.3"S 54º19'40.9"W). O riacho Apepu, protegido pelo corredor, é margeado por vegetação ripária com diferentes graus de conservação, enquanto o riacho Tenente João Gualberto está inserido em áreas destinadas à

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práticas agrícolas e pecuárias (Fig. 1). Ambos os riachos são classificados como primeira ordem, segundo os critérios de Horton-Strahler (Horton, 1945; Strahler, 1952).

Figura 1. Localização das estações de coleta: riacho Apepu (E1) e riacho Tenente João Gualberto (E2)

2.2. Metodologia de campo

As amostras de água para a análise das variáveis limnológicas e do material fitoplanctônico foram coletadas mensalmente, entre setembro de 2012 e agosto de 2013.

Para o estudo da estrutura da comunidade fitoplanctônica, amostras de água foram coletadas diretamente com frascos na subsuperfície da água e fixadas com solução de Lugol acético a 1%. Paralelamente, foram coletadas amostras concentradas de água com o objetivo de auxiliar no estudo taxonômico da comunidade fitoplanctônica. O material foi concentrado através do arrasto horizontal da rede de plâncton com malha de 25 µm de abertura à superfície da coluna d’água, preservado em solução Transeau na proporção de 1:1 (Bicudo e Menezes, 2006) e depositado no Herbário da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – (UNOP) Campus de Cascavel.

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2.3. Metodologia de laboratório

O estudo qualitativo do fitoplâncton foi realizado em fotomicroscópio Olympus CX41, acoplado de câmera fotográfica Olympus SC30, e a morfometria dos táxons realizada em aumento de 400 e 1000x. O sistema de classificação adotado em nível de classe foi o de Round (1965, 1971) proposto por Bicudo e Menezes (2006), com exceção da classe Cyanobactéria, onde adotou-se Komárek e Anagnostidis (1989, 1998, 2005).

Para a compreensão da estrutura da comunidade fitoplanctônica foram considerados os atributos: riqueza de espécies (número de táxons por amostra quantitativa), densidade (ind.mL-1), diversidade (bits.ind.-1) e equitabilidade (E).

Como riqueza de espécies foi considerado o número total de táxons por amostra quantitativa. A contagem do fitoplâncton foi estimada segundo a metodologia descrita por Utermöhl (1958), com análise das amostras em microscópio invertido Olympus, modelo CKX41. O volume sedimentado foi definido de acordo com a concentração de algas e/ou detritos presentes na amostra, sendo o tempo de sedimentação equivalente à altura da câmara utilizada (Margalef, 1983). A contagem foi realizada aleatoriamente, por campos, até a obtenção de 100 campos, sendo que os indivíduos foram contados na forma em que ocorrem na natureza: células, colônias, cenóbios ou filamentos. O cálculo da densidade fitoplanctônica foi realizado conforme a American Public Health Association (2005) e os resultados foram expressos em indivíduos por mililitros (ind.mL-1).

As medidas de oxigênio dissolvido (mg.L-1), pH, temperatura da água (ºC), condutividade elétrica (µS/cm) e turbidez (NTU) foram obtidas in situ com auxílio da sonda multiparâmetro Horiba U-50.

As análises químicas das amostras de água - nitrogênio orgânico – Norg (mg.L-1),

sólidos totais dissolvidos (STD), amônio – NH4+ (mg.L-1), nitrato – NO3¯ (mg.L-1), fósforo

total dissolvido – PDT (mg.L-1), e ortofosfato – PO4-3 (mg.L-1) e clorofila-a - foram realizados

no Laboratório de Limnologia do Grupo de Pesquisas em Recursos Pesqueiros e Limnologia (GERPEL), da UNIOESTE, Campus Toledo, conforme metodologia descrita no American Public Health Association (2005).

Os dados metereológicos referentes à precipitação foram fornecidos pelo Instituto Tecnológico SIMEPAR e utilizaram-se os registros da estação de Foz do Iguaçu. Para a análise da precipitação, foram considerados os valores dos sete dias que antecedem a data de amostragem, somados ao dia de coleta. Para a determinação da vazão foi empregado o cálculo: Vazão (m3/s) = Largura do riacho (m) x profundidade média (m) x velocidade média da correnteza (m/s).

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2.4. Tratamento estatístico dos dados

Os índices referentes à estrutura da comunidade fitoplanctônica foram calculados a partir dos dados obtidos na análise quantitativa. Para o cálculo da diversidade de espécies (H'), foi utilizado o índice de Shannon-Wienner (Shannon e Wienner, 1963) e a equitabilidade (J) foi avaliada de acordo com Pielou (1966). A riqueza específica foi representada como o número total de táxons encontrado por amostra quantitativa.

As variáveis abióticas foram sintetizadas utilizando-se a Análise de Componentes Principais (PCA), sendo os eixos significativos selecionados de acordo com o critério de Broken Stick (Jackson, 1993). Para sintetizar os dados de composição de espécies foram selecionados os táxons que contribuíram com no mínimo 3% da densidade total e comuns aos dois ambientes.

Para estudar as relações entre as variáveis abióticas selecionadas a partir dos eixos significativos da PCA (fosfato total dissolvido, temperatura da água, vazão, pH, saturação, amônio, nitrogênio orgânico e nitrato) e a flutuação da abundância das espécies fitoplanctônicas selecionadas pelo critério da densidade (Euglena polymorpha,

Trachelomonas volvocina, Ulnaria ulna, Navicula amphiceropsis e Gomphonema parvulum)

foi utilizada a Análise de Correspondência Canônica (CCA). A CCA possibilita uma análise de ordenação direta de gradientes, explicando a distribuição das espécies em relação a variáveis ambientais (Ter Braak, 1995).

A similaridade entre as estações de coleta e ao longo dos meses foi avaliada segundo a análise de Cluster Aglomerativa Hierárquica, utilizando o método de aglomeração Uneighted

pair-group average (UPGA) e medida de dissimilaridade de Manhattan. A explicabilidade

dos agrupamentos foi avaliada pelo cálculo do coeficiente de correlação cofenético.

Uma vez identificados os grupos, foi realizada a análise de similaridade (ANOSIM

one-way) com base na matriz de dissimilaridade de Manhattan, para testar a significância da

dissimilaridade nas associações de espécies entre os locais estudados. Posteriormente foi aplicada a ANOSIM two-way para testar a significância da dissimilaridade entre os pontos amostrados em relação a outros fatores: meses, estações do ano, períodos de chuva e seca, vazão, precipitação e temperatura. Essa análise é uma ferramenta não paramétrica proposta por Clarke (1993), que avalia a existência de diferença significativa na composição dos clusters encontrados pelo agrupamento, sendo adotado um nível de significância de 0,05.

Para estimar a diversidade específica e a equitabilidade foi utilizado o programa estatístico PC-Ord versão 5.31; para estimar o coeficiente de correlação cofenético e a análise de similaridade (ANOSIM one-way e two-way) foi utilizado o programa estatístico

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2.14; e para realizar a análise de Cluster Aglomerativa Hierárquica, PCA e CCA foi utilizado o XLSTAT versão 2012.1.01.

3 Resultados

Os menores valores de precipitação (Fig. 2) ocorreram em janeiro, julho e agosto de 2013 (0,0 mm) e os maiores valores em outubro de 2012 (77,60) e março de 2013 (84,40 mm).

Figura 2. Variação acumulada da precipitação semanal (7 dias anteriores a coleta) registrado no município de Foz do Iguaçu, de setembro de 2012 a agosto de 2013.

Aparentemente, os valores de vazão não foram influenciados pela precipitação (Fig. 3), com pico nos meses de julho e agosto.

Figura 3. Vazão registrada nas estações amostradas entre setembro de 2012 e agosto de 2013

A temperatura do ar durante o período de estudo variou de 9,2ºC em maio de 2013 a 33,9ºC em outubro de 2012. A temperatura da água variou entre 13,4ºC em agosto no riacho Tenente João Gualberto e 25,3ºC em dezembro, também no riacho Tenente João Gualberto.

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Os valores de pH se mantiveram próximos da neutralidade em ambas as estações de coleta, com valores tendendo à acidez (4,25) nos meses mais quentes e valores mais alcalinos (8,10) nos meses mais frios. Os maiores valores de OD foram registrados no inverno (22,89 mg/L-1 em junho na estação 2 e 16,1 mg/L-1 em maio na estação 1) e os menores valores no início do verão (0,17 mg/L-1 em outubro na estação 1 e 0,09 mg/L-1 em outubro na estação 2). Quanto à turbidez, o menor valor foi registrado na estação 2 (0,76) em maio de 2013 e o maior valor na estação 1 (16,5) em janeiro de 2013. Para o amônio, o menor valor foi registrado na estação 2 em maio de 2013 (0,02) e o maior valor na estação 1 no mês de fevereiro (1,15). Os valores de vazão, nitrogênio orgânico e clorofila-a foram similares entre as estações e períodos de amostragem (Tab.1).

Tabela 1. Valores mínimo, máximo, média, desvio padrão (DP) e coeficiente de variação (CV) para a estação 1 (riacho Apepu) e estação 2 (riacho Tenente João Gualberto) no período entre setembro de 2012 e agosto de 2013.

Estação 1 Estação 2

Parâmetros Mín Máx Média DP CV (%) Mín Máx Média DP CV (%) Vazão (m³/s) 0,12 0,45 0,26 0,11 44,03 0,16 0,57 0,30 0,13 44,90 TºC água 14,70 23,7 20,1 3,29 16,38 13,46 25,38 20,54 3,93 19,11 K25 (μS.cm–1) 0,02 0,04 0,03 0,01 26,58 0,01 0,03 0,02 0,01 25,38 pH 4,25 6,73 5,85 0,70 11,92 5,08 8,10 6,34 0,88 13,91 NTU 1,17 16,5 7,18 3,79 52,75 0,76 14,50 4,56 4,15 90,95 OD (mg/L-1) 0,17 16,1 6,85 4,99 72,91 0,09 22,89 7,61 6,99 91,82 Sat. (%) 2,00 166,0 75,6 53,8 71,20 1,10 234,60 82,63 72,13 87,28 Norg (mg/L-1) 0,04 0,76 0,23 0,23 102,07 0,02 0,57 0,21 0,18 85,96 NH4+ (mg.L-1) 0,03 1,15 0,29 0,31 107,49 0,02 0,45 0,20 0,13 64,59 NO3-(mg.L-1) 0,08 0,40 0,17 0,09 53,73 0,06 0,38 0,16 0,11 68,24 PDT (mg.L-1) 0,01 0,01 0,01 0,00 28,88 0,00 0,05 0,01 0,01 88,78 PO4- (mg.L-1) 0,00 0,01 0,01 0,00 43,24 0,00 0,05 0,01 0,01 130,66 Cl-a (μg/L-1) 0,00 0,99 1,10 1,64 149,03 0,00 1,09 0,32 0,35 106,62 Vazão (m³/s); temperatura da água (TºC água); condutividade elétrica - Cond (μS.cm–1); potencial hidrogênico (pH); Turbidez (NTU); oxigênio dissolvido - OD (mg.L-1); saturação - Sat. (%); nitrogênio orgânico- Norg (mg/L-1); amônio - NH4+ (mg.L-1); nitrato - NO3- (mg.L-1);

fósforo total dissolvido - PDT (mg.L-1); ortofosfato - PO4- (mg.L-1); clorofila-a - Clo-a (μg/L -1

(20)

Os dois primeiros eixos produzidos pela PCA foram significativos, com autovalores iguais a 3,44 e 1,60 para o eixo 1 e 2 respectivamente e, juntos, explicaram 63,13% da variabilidade dos dados nos riachos amostrados (Fig. 4). O eixo 1 foi influenciado positivamente pelo fosfato total dissolvido –FTD (0,65) e temperatura da água (0,83) e negativamente pela vazão (-0,63), pH (-0,70), saturação (-0,64) e amônio (-0,68). Já o eixo 2 da PCA esteve associado positivamente aos valores de Norg (0,72) e nitrato (0,65).

Figura 4. Ordenação dos meses (Jan=janeiro; Feb=fevereiro; Mar=março; Apr=abril; May=maio; Jun=junho; Jul=julho; Aug=agosto; Sep=setembro; Oct=outubro; Nov=novembro; Dec=dezembro) e estações de coleta (S1 – estação 1; S2 – estação 2) em relação às variáveis abióticas [S.%=Saturação O2; pH=potencial hidrogênico;

T.ºC=temperatura da água; NH4+=amônio (mg.L-1); m³/s =vazão(m³/s); Norg=nitrogênio

orgânico (mg/L-1); NO3-= nitrato (mg.L-1); PDT= fósforo total dissolvido (mg.L-1)] ao longo

dos dois primeiros eixos da Análise de Componentes Principais (PCA).

A análise qualitativa da comunidade fitoplanctônica nos riachos amostrados foi caracterizada por elevada diversidade, sendo registrado um total de 371 táxons, distribuídos em 11 classes taxonômicas (Tab. 2). Dentre os grupos inventariados, Zygnemaphyceae (45,0%), Bacillariophyceae (18,1%), Euglenophyceae (15,4%), e Chlorophyceae (13,2%), contribuíram com o maior número de táxons. Os demais grupos, Cyanophyceae (3,5%), Crysophyceae (1,3%), Dinophyceae (1,1%), Chlamydophyceae (0,8%), Oedogoniophyceae

(21)

(0,8%), Rodophyceae (0,5%) e Criptophyceae (0,3%), juntos representaram 8,4% do total de táxons identificados. Os gêneros Cosmarium, Closterium, (Zygnemaphyceae) e

Trachelomonas (Euglenophyceae) foram os mais representativos em relação ao número de

táxons, com 43, 32 e 32 táxons respectivamente.

A comunidade fitoplanctônica esteve constituída por 236 táxons na estação 1 e por 303 táxons na estação 2. Deste total, 168 táxons foram comuns às duas estações amostradas, 68 foram exclusivos da estação 1 e 135 foram exclusivos da estação 2.

Tabela 2. Relação das espécies fitoplanctônicas registradas nos riachos amostrados, no período de setembro de 2012 a agosto de 2013.

ZYGNEMAPHYCEAE Estação 1 Estação 2

Actinotaenium cucurbitinum (Bisset) Teiling - x

A. cucurbitinum (Bisset) Teiling f. minutum (Prescott) Teiling - x

A. globosum (Bulnheim) Förster ex Compère f. minus (Boldt) Förster ex Compère x -

A. perminutum (West) Teiling - x

A. wollei (West e West) Teiling x x

Bambusina brebissonii Kützing ex Kützing x x

Closterium acutum Brébisson x x

C. archerianum Cleve x -

C. baillyanum (Brébisson ex Ralfs) Brébisson x x

C. closteroides (Ralfs) Louis e Peeters var. closteroides x x

C. closteroides (Ralfs) Louis e Peeters var. intermedium (Roy e Bisset) West x x

C. cynthia De Notaris x x

C. dianae Ehrenberg x x

C. ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x x

C. gracile Brébisson ex Ralfs var. gracile - x

C. jenneri Ralfs x x

C. kuetzingii Brébisson x x

C. lineatum Ehrenberg ex Ralfs - x

C. lunula Ehrenberg e Hemprich ex Ralfs var. lunula x x

C. macilentum Brébisson - x

C. malmei Borge var. semicirculare Borge - x

C. moniliferum (Bory) Ehrenberg var. concavum Klebs x x

C. moniliferum (Bory) Ehrenberg var. moniliferum x x

C. navicula (Brébisson) Lütkem var. crassum (West e West) Grönblad - x

C. navicula (Brébisson) Lütkem var. navicula x x

C. porrectum Nordstedt - x C. pseudolunula Borge x - C. rostratum Ehrenberg x x C. setaceum Ehrenberg x x Closterium sp. 1 - x Closterium sp. 2 - x Closterium sp. 3 x -

(22)

Closterium toxon West x -

C. tumidum johnson x x

C. turgidum Ehrenberg ex Ralfs var. giganteum Nordstedt x -

C. turgidum Ehrenberg ex Ralfs var. turgidum - x

C. ralfsii Brébisson x x

Cosmarium binum Nordstedt x x

C. bioculatum Brébisson - x C. contractum Kirchner - x C. denticulatum Borge x x C. formosulum Hoffmann x x C. granatum Brébisson x x C. isthmochondrum Nordstedt x x

C. lagoense (Nordstedt) Nordstedt var. amoebum Förster e Eckert - x

C. longicylindricum Scott e Grönblad - x

C. margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x x

C. moniliforme (Turpin) Ralfs x x

C. ordinatum (Börgesen) West e West var. borgei Scott e Grönblad x -

C. ordinatum (Börgesen) West e West var. depressum West e West - x

C. ordinatum (Börgesen) West e West var. ordinatum x x

C. ornatum Ralfs ex Ralfs x x

C. pachydermum Lundell var. pachydermum x x

C. pachydermum Lundell var. pachydermum f. parvum Croasdale x -

C. pachydermum Lundell var. pusillum Irénée-Marie x x

C. protractum (Nägeli) De Bary x x

C. pseudoconatum Nordstedt x x

C. pseudopyramidatum Lundell var. pseudopyramidatum - x

C. pseudopyramidatum Lundell var. lentiferum Taylor - x

C. pseudoretusum Ducellier var. africanum (Fritsch) Willi Krieger e Gerloff - x

C. punctulatum Brébisson x x

C. quadrum Lundell var. minus Nordstedt x x

C. quadrum Lundell var. sublatum (Nordstedt) West e West x -

C. regnellii Wille var. minimum Eichler e Gutwinski - x

C. regnellii Wille var. regnellii - x

C. regnesii Reinsch - x

C. reniforme (Ralfs) Archer var. alaskanum Croasdale - x

C. reniforme (Ralfs) Archer var. compressum Nordstedt x -

C. reniforme (Ralfs) Archer var. reniforme f. reniforme x x

C. securiforme Borge var. brasiliense Gröenblad - x

Cosmarium sp. 1 - x

Cosmarium sp. 2 - x

Cosmarium sp. 3 - x

Cosmarium sp. 4 - x

C. speciosum Lundell var. simplex Nordstedt x -

C. speciosum Lundell var. speciosum x -

C. subhammeri Rich x x

C. subspeciosum Nordstedt x x

C. subtumidum var. groenbladii Croasdale x -

(23)

Cylindrocystis brebissonii (Ralfs) De Bary - x

C. crassa De Bary x -

Desmidium Baileyi (Ralfs) Nordstedt x x

D. cylindricum Greville - x

D. grevillei (Kützing ex Ralfs) De Bary x x

D. swartzii Agardh ex Ralfs x x

Euastrum abruptum Nordstedt var. abruptum x -

E. abruptum Nordstedt var. retangulare Prescott x -

E. ansatum Ehrenberg ex Ralfs x x

E. binale (Turpin) Ehrenberg ex Ralfs var. gutwinskii (Schmidle) Krieger - x

E. denticulatum Gay var. angusticeps Grönblad x x

E. denticulatum Gay var. denticulatum - x

E. didelta Turpin ex Ralfs var. quadriceps (Nordstedt) Willi Krieger - x

E. dubium Nägeli var. scorbiculatum (Luetkemueller) Krieger x x

E. elegans (Brébisson) Kützing ex Ralfs var. brasiliense Grönblad - x

E. evolutum (Nordstedt) West e West - x

E. fissum West e West var. brasiliense (Borge) Willi Krieger - x

E. insulare (Wittrock) Roy var. silesiacum(Gröenblad) f. minus Precott e Scott x x

E. insulare (Wittrock) Roy var. insulare - x

E. insulare (Wittrock) Roy var. silecicacum (Gröenblad) - x

E. laponicum Schmidle var. laponicum f. laeve prescott - x

E. mononcylum (Nordstedt) Raciborski var. borgei Gröenblad x -

Euastrum sp. 1 - x

E. sublobatum Brébisson ex Ralfs var. obtusatum (Gutwinski) Willi Krieger - x

E. turneri West f. poriferum Scott e Prescott - x

E. umbonatum West - x

E. validum West e West - x

Gonatozygon aculeatum Hasting var. aculeatum - x

G.aculeatum Hasting var. gracile Gröenblad - x

G.brebissonii De Bary - x

G.kinahani (Archer) Rabenhorst x x

G. pilosum Wolle - x

Haplotenium minutum (Ralfs) Delponte var. cylindricum (Borge) Willi Krieger - x

Hyalotheca dissiliens Brébisson ex Ralfs - x

H. mucosa Ralfs x x

Micrasterias abrupta West e West x x

M. borgei Krieger var. multidentata Willi Krieger - x

M. furcata Agardh ex Ralfs x x

M. laticeps Nordstedt var. acuminada Willi krieger x -

M. laticeps Nordstedt var. laticeps x -

M. mahabuleshwarensis Hobson - x

M. radiosa Ralfs var. ornata Nordstedt f. aculeata (Willi Krieger) Croasdale - x

M. radiosa Ralfs var. ornata Nordstedt f. ornata - x

M. rotata Ralfs x -

Octacanthium mucronulatum (Nordstedt) Compère - x

Onychonema laeve Nordstedt var. laeve - x

O. laeve Nordstedt var. latum West e West - x

(24)

Pleurotaenium nodosum (Bailey) Lundell var. borgei (Gröenblad) Willi Krieger - x

P. trabecula (Ehrenberg) ex Nägeli var. trabecula x x

Spirotaenia condensata Brébisson - x

Spondylosium planum (Wolle) West e West x x

S. pulchrum (Bailey) Archer x x

Spyrogira sp. - x

Staurastrum astroideum West e West - x

S. brasiliense Nordestedt var. porrectum Borge - x

S. denticulatum (Nägelli) Archer x -

S. dilatatum (Ehrenberg) Ralfs x x

S. gladiosum Turner x x

S. gracile Ralfs ex Ralfs - x

S. hantzchii Reinsch x -

S. inaequale Nordstedt - x

S. laeve Ralfs var. latidivergens Scott e Gröenblad x x

S. leptocladum Johnson var. elegans West x -

S. margaritaceum (Ehrenberg) Ralfs x x

S. minesotense Wolle - x

S. orbiculare (Ehrnberg) Ralfs x x

S. orbiculare (Ehrnberg) Ralfs var. denticulatum Nordstedt - x

S. punctulatum (Brébisson) Ralfs var. punctulatum - x

S. quadrangulare Brébisson ex Ralfs var. attenuatum Nordstedt - x

S. quadrangulare Brébisson ex Ralfs var. longispinum Börgesen - x

S. rotula Nordstedt x x

Staurastrum sp. 1 x x

Staurastrum sp. 2 - x

Staurastrum sp. 3 - x

S. trifidum Nordstedt - x

Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald - x

Staurodesmus connatus (Lundell) Thomasson x x

S. convergens (Ehrenberg) Teiling var. pumilus (Nordstedt) Teiling - x

S. cuspidatus (Brébisson) Teiling - x

S. lobatus (Börgesen) Bourrelly var. ellipticus (Rich) Teiling - x

S. mucronatus (Ralfs) Croasdale var. groenbladii Teiling - x

S. pachyrhynchus (Nordstedt) Teiling - x

Teilingia granulata (Roy e Bisset) Bourrelly x x

Tetmemorus brebissonii Ralfs - x

Xanthidium trilobum Nordsted - x

BACILLARIOPHYTA Estação 1 Estação 2

Amphipleura lindheimeri Grunow x -

Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x -

A. herzogii (Lemmermann) Simonsen x x

A. pusilla (Meister) Tuji e Houk - x

Brachysira brebissonii Ross - x

Cocconeis placentula var. lineata (Ehrenberg) Van Heurck x -

Craticula acidoclinata Lange-Bertalot e Metzeltin x -

(25)

Desmogonium ossiculum Metzeltin e Lange-Bertalot x x

Diploneis ovalis (Hilse) Cleve x x

Encyonema neomesianum Krammer x x

E. silesiacum (Bleisch) Mann x -

Eunotia bidens Ehrenberg - x

E. bilunaris (Ehrenberg) Mills x x

E. camelus Ehrenberg x x

E. incisa Smith ex Gregory x -

E. metamonodom Lange-Bertalot x x

E. zygodon Ehrenberg - x

Frustulia crassinervia (Brébisson) Lange-Bertalot e Krammer x x

F. saxonica Rabenhorst x x

F.vulgaris (Thwaites) De Toni x x

Gomphonema gracilis Ehrenberg x x

G. guaraniarum Metzeltin e Lange-Bertalot x -

G. lagenula Kützing x x

G. parvulum (Kützing) Kützing x x

G. rochense Metzeltin, Lange-Bertalot e García-Rodríguez x -

G. subtile Ehrenberg - x

G. turris Ehrenberg x -

Gyrosigma nodiferum (Grunow) Reimer x -

G. obtusatum (Sullivant e Wormley) Boyer x x

Luticola dismutica (Hustedt) Mann x -

Melosira varians Agardh x -

Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x -

N. cryptotenella Lange-Bertalot - x

Neidium affine (Ehrenberg) Pfitzer x -

N. amphigomphus (Ehrenberg) Pfitzer x -

Nitzschia lorenziana Grunow x x

N. palea (Kützing) Smith x x

N. linearis Smith - x

N. sigma (Kützing) Smith - x

Orthoseira roseana (Rabenhorst) O'Meara x -

O. dendroteres (Ehrenberg) Crawford, Haw. e Kelly x -

Pinnularia acrosphaeria Smith x -

P. divergens Smith var. undulata Peragallo e Héribaud-Joseph x x

P. divergens Smith var. ignorata Krammer x -

P. divergens Smith var. malayensis Hustedt x -

P. divergens Smith var. media Krammer x -

P. divergens Smith var. sublinearis Cleve x -

P. flamma (Schmidt) Cleve x -

P. gibba Ehrenberg var. subundulata (Mayer) Frenguelli x -

P. gracilioides Hustedt var. triundulata (Fontell) Krammer x -

P. hudsonii Metzeltin, Lange-Bertalot e García-Rodríguez x -

P. roland-schimidtii Metzeltin e Lange-Bertalot x x

P. subcapitata Gregory var. subcapitata - x

P. subcapitata Gregory var. semicruciata Metzeltin e Krammer - x

(26)

Pinnularia subgibba Krammer x x

P. viridis (Nitzsch) Ehrenberg x x

Sellaphora laevissima (Kützing) Mann - x

Stauroneis anceps Ehrenberg x x

S. phoenicenteron (Nitzsch) Ehrenberg x x

Stenopterobia delicatissima (Lewis) Brébisson ex Van Heurck x x

Stenopterobia sp. x -

Surirella guatemalensis Ehrenberg x -

S. linearis Smith var. constricta Grunow x x

S. tenera Gregory x x

Ulnaria ulna (Nitzsch) Compère x x

EUGLENOPHYCEAE Estação 1 Estação 2

Euglena acus Ehrenberg x x

E. allorgei Deflandre x - E. oxyuris Schmarda x x E. polymorpha Dangeard x x Euglena sp. 1 x x Euglena sp. 2 x - Euglena sp. 3 x x E. spirogyra Ehrenberg x -

Lepocinclis fusiformis (Carter) Lemmermann emend. Conrad var. fusiformis x x

L. ovum (Ehrenberg) Lemmerman var. ovum - x

L. ovum (Ehrenberg) Lemmermann var. dimidio-minor Deflandre x x

L. salina Fritsch var. salina x x

Phacus horridus Pochmann x x

P. lefevrei Bourrelly x x

P. longicauda (Ehrenberg) Dujardin var. tortus Lemmermann x x

P. longicauda (Ehrenberg) Dujardin var. longicauda x x

P. longicauda (Ehrenberg) Dujardin var. insecta Koczwara x x

P. onyx Pochmann - x Phacus sp. 1 x x Phacus sp. 2 - x Phacus sp. 3 x x Phacus sp. 4 x - P. suecicus Lemmerman x x Strombomonas sp. 1 x - Strombomonas sp. 2 x -

Trachelomonas abrupta (Swirenko) Deflandre var. arcuata (Playfair) Deflrandre - x

T. canthophora Stokes var. speciosa Balech e Dastuguei - x

T. armata (Ehrrenberg) Stein var. armata f. inevoluta Deflrandre x x

T. armata (Ehrrenberg) Stein var. longispina Playfair emend. Deflrandre x x

T. armata (Ehrrenberg) Stein var. steinii Lemmermann emend. Deflrandre emend. C.

Bicudo e De-Lamonica-Freire x x

T. cervicula Stokes x x

T. conica Playfair x x

T. curta Cunha emend. Deflandre var. curta x -

(27)

Trachelomonas cylindrica (Ehrrenberg) Playfair - x

T. dangeardi var. glabra (Playfair) Deflrandre - x

T. decora Deflrandre - x

T. gracillima Balech e Dastuguei - x

T. hexangulata Swirenko - x

T. hispida (Perty) Stein emend. Deflrandre var. coronata Lemmermann - x

T. hispida (Perty) Stein emend. Deflrandre var. duplex Deflrandre - x

T. hispida (Perty) Stein emend. Deflrandre var. hispida x x

T. hispida (Perty) Stein emend. Deflrandre var. hispida f. minor x x

T. intermedia Dangeard var. intermedia x x

T. intermedia Dangeard var. minor Tell - x

T. kellogii Skvortzov emend. Deflrandre x x

T. lacustris Drezepolski x x

T. oblonga Lemmermann var. truncata Lemmermann - x

T. pulcherrima Playfair var. minor Playfair x x

T. pulcherrima Playfair var. pulcherrima - x

T. recticollis (Playfair) Deflrandre x x

T. robusta Swirenko emend. Deflrandre x x

T. sculpta Balech x x

T. stokesi Drezepolski emend. Deflrandre - x

T. varians Deflrandre x x

T. volvocina Ehrrenberg x x

T. volvocinopsis Swirenko x x

CHLOROPHYCEAE Estação 1 Estação 2

Ankistrodesmus bernardii Komárek x x

A. bibraianus (Reinsch) Korshikov x x

A. falcatus (Corda) Ralfs x x

A. gracilis (Reisch) Korsikov x x

A. spiralis (Turner) Lemmermann - x

Binuclearia tectorum (Kützing) Beger x x

Botryococcus braunii Kützing x x

Coelastrum astroideum De Notaris - x

C. indicum Turner x x

C. polychordum (Korshikov) Hindák x -

C. proboscideum Bohlin x -

C. pulchrum Schmidle var. pulchrum x x

C. reticulatum (Dangeard) Senn x x

C. pulchrum Schmidle var. cruciatum (Kammerer) Komárek - x

Coenochloris sp. 1 x x

Crucigeniella pulchra (West e West) Komárek x -

Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald var. bicaudatus (Guglielmetti) Hegewald x x

D. communis (Hegewald) Hegewald x x

D.denticulatus (Lagerheim) - x

D.maximus (West e West) Hegewald x x

D.opoliensis (Richter) Hegewald x x

Dictiosphaerium sp. 1 x x

(28)

Eutetramorus fottii (Hindák) Komárek x x

Golenkinia radiata Chodat - x

Kirchneriella contorta (Schmidle) Bohlin var. elongata (Smith) Komárek x -

K. dianae (Bohlin) Comas x x

K. lunaris (Kirchner) Möbius x x

K. obesa (West) West e West - x

Mougeotia sp. 1 - x

Nephrocytium lunatum West x x

Oocystis borgei Snow - x

Pediastrum argentinense Bourrelly e Tell x x

P. duplex Meyen var. gracillimum West e West x -

P. obtusum Lucks - x

Physolinum monilia (De Wildeman) Printz x -

Planktosphaeria gelatinosa Smith - x

Radiococcus planctonicus (W. e West) Lund x x

Radiococcus sp. 1 x x

Roya obtusa (Brébisson) West e West - x

Scenedesmus acunae Comas - x

S. arcuatus (Lemmermann) Lemmermann var. platydiscus Smith x -

S. disciformis (Chodat) Fott e Komárek x -

S. obliquus (Turpin) Kützing var. dimorphus (Turpin) Hansgirg - x

S. ovalternus Chodat - x

S. serratus (Corda) Bohlin x x

Sorastrum americanum (Bohlin) Schmidle var. americanum x x

Sphaerocystis schroeteri Chodat x x

Westella botryoides (West) De Wildeman x x

CYANOPHYCEAE Estação 1 Estação 2

Baccularia sp. - x Chroococcus sp. 1 - x Chroococcus sp. 2 - x Coelomorom sp. - x Lyngbya sp. 1 x x Lyngbya sp. 2 x x Lyngbya sp. 3 - x

Microcystis aeruginosa (Kützing) Kützing - x

M. elachista (West e West) Starmach x x

Phormidium sp. x x

Pseudanabaena limnetica (Lemmermann) Komárek - x

P. mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Bourrelly - x

Spirulina sp. x x

CHRYSOPHYCEAE Estação 1 Estação 2

Chrysodidymus synuroides Prowse x -

Kephryon sp. x -

Mallomonas sp. 1 x x

Mallomonas sp. 2 x x

(29)

DINOPHYCEAE Estação 1 Estação 2

Gymnodinium sp. 1 x x

Gymnodinium sp. 2 x x

Peridinium sp. 1 x x

Peridinium sp. 2 x x

CHLAMYDOPHYCEAE Estação 1 Estação 2

Eudorina elegans Ehrenberg x x

Pandorina morum (Müller) Bory x x

Chlamydomonas sp. x x

OEDOGONIOPHYCEAE Estação 1 Estação 2

Oedogonium sp. 1 - x

Oedogonium sp. 2 x x

Oedogonium sp. 3 - x

RODOPHYCEAE Estação 1 Estação 2

Batracospermum sp. x x

Sirodotia delicatula Skuja x x

CRYPTOPHYCEAE Estação 1 Estação 2

Cryptomonas sp. x x

Os valores de densidade fitoplanctônica foram relativamente baixos em ambas as estações amostradas (Fig. 5), com média de 16 ind.mL-1 na estação 1 e 46 ind.mL-1 na estação 2.

O menor valor de densidade fitoplanctônica foi registrado no inverno, em junho de 2013 (5 ind.mL-1) na estação 1 e o maior valor no início da primavera, em setembro de 2012 (91 ind.mL-1) na estação 2, com destaque para as diatomáceas Ulnaria ulna e Desmogonium

ossiculum.

Tanto na estação 1 quanto na 2, a densidade esteve representada principalmente por Bacillariophyceae (42% e 46%, respectivamente) e Euglenophyceae (18% e 30%, respectivamente), sendo que Bacillariophyceae foi a classe mais significativa para o período de menor precipitação (maio a setembro) e as espécies Eunotia metamonodom, Navícula

(30)

Figura 5. Variação mensal da densidade fitoplanctônica do riacho Apepu (S1) e riacho Tenente João Gualberto (S2), no período de setembro de 2012 a agosto de 2013 (Sep-Setembro; Oct-Outubro; Nov-Novembro; Dec-Dezembro; Jan-Janeiro; Feb-Fevereiro; Mar-Março; Apr-Abril; May-Maio; Jun-Junho; Jul-Julho; Aug-Agosto).

Foram observados baixos valores médios (Fig. 6a) para o índice da diversidade de Shannon (H’) na estação 1 (1.477 bits.ind) e na 2 (2.17 bits.ind). O maior valor deste atributo foi registrado em maio de 2013 (2,69 bits.ind3) na estação 2, enquanto os menores foram registrados em outubro, novembro e dezembro de 2012 e junho de 2013 (1,09 bits.ind)na estação 1. Quanto à equitabilidade (Fig. 6b), as duas estações apresentaram valores elevados, indicando que as densidades das espécies se distribuíram homogeneamente em quase todo o período amostrado. O menor valor foi registrado na estação 2 para o mês de dezembro de 2012 (0,88) e o maior valor, também para a estação 2, foi registrado no mês de novembro de 2012 (1,0).

A riqueza de espécies fitoplanctônicas nas estações 1 e 2 esteve constituída por 81 táxons, distribuídos em 9 classes taxonômicas (Fig. 6c). As diatomáceas foram as que mais contribuíram para a riqueza da estação 1 (37,5%) e as Euglenophyceae para a riqueza da estação 2 (36,10%). Os menores valores de riqueza foram encontrados na estação 1 em junho de 2013 (2 táxons), e os maiores valores na estação 2 em abril de 2013 (16 táxons). De forma geral, a estação 1 apresentou a menor riqueza (38 táxons) enquanto a estação 2 apresentou valores mais elevados de riqueza (63 táxons),

(31)

Figura 6. Variação mensal da diversidade de Shannon (A) , equitabilidade (B) e riqueza (C) fitoplanctônica do riacho Apepu (S1) e riacho Tenente João Gualberto (S2), no período de setembro de 2012 a agosto de 2013 (Sep-Setembro; Oct-Outubro; Nov-Novembro; Dec-Dezembro; Jan-Janeiro; Feb-Fevereiro; Mar-Março; Apr-Abril; May-Maio; Jun-Junho; Jul-Julho; Aug-Agosto).

O agrupamento pela análise de dissimilaridade de Manhattam entre as estações de coleta e a composição da comunidade fitoplanctônica resultou na formação de sete grupos com separação espaço-temporal (Fig. 7), e valor cofenético de 0,93.

O grupo 1 (G1) reuniu a estação 1 em quase todos os meses, com exceção apenas do mês de agosto de 2013. O agrupamento 2 (G2) separou o mês de agosto da estação 1, com os menores valores de precipitação, temperatura da água e sólidos totais dissolvidos. Mês caracterizado pela elevada densidade, com destaque para Bacillariophyceae, Crisophyceae e Euglenophyceae.

O grupo 3 (G3) isolou o mês de Janeiro de 2013 da estação 2, com elevados valores de temperatura da água (24,07ºC) . Este mês foi caracterizado por apresentar a maior densidade

(32)

de Euglenophyceae registrada (representada principalmente pelos gêneros Euglena e

Trachelomonas).

Também com elevada ocorrência de Euglenophyceae (principalmente do gênero

Lepocinclis e Trachelomonas), o quarto agrupamento (G4) separou o mês de Fevereiro de

2013 da estação 2. Mês caracterizado pelo maior valor de precipitação mensal, além de valores elevados de temperatura da água, condutividade, nitrogênio orgânico, amônio, e maior acidez no pH.

O grupo 5 (G5) isolou o mês de abril da estação 2, com elevados valores de amônio e saturação de OD, e baixos valores de nitrogênio orgânico. Este mês foi representado principalmente pelas classes Chlamydophyceae (Chlamydomonas) e Zygnemaphyceae (principalmente Cosmarium e Closterium).

O grupo 6 (G6) separou o mês de Julho da estação 2, mês que apresentou a maior vazão, além de valores elevados de pH, nitrogênio orgânico e baixas concentrações de amônio e fosfato total dissolvido. Foi marcado pela maior contribuição de Gomphonema parvulum.

O grupo 7 (G7) isolou o mês de agosto da estação 2, associado aos menores níveis de ortofosfato, temperatura da água, pH (ácido) e maiores valores da concentração de nitrogênio orgânico e vazão. Este mês foi caracterizado pela maior contribuição da classe Crisophyceae (representada por Crisodidymus synuroides).

O grupo 8 (G8) separou o mês de setembro da estação 2, com elevados valores de Fosfato Total Dissolvido, nitrato e nitrogênio orgânico, o que ocorreu concomitantemente ao período de menor vazão. Mês caracterizado pela elevada densidade de espécies, com destaque para a classe Bacillariophyceae (representada principalmente por Eunotia metamonodom e

Ulnaria ulna), juntamente com elevada contribuição de Euglenophyceae.

O grupo 9 (G9) isolou o mês de outubro da estação 2 e foi caracterizado por apresentar pH ácido, baixos valores de OD, elevados valores de precipitação mensal, nitrato, fosfato total dissolvido e ortofosfato. Apresentou baixa densidade de Bacillariophyceae e maior densidade de Euglenophyceae

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Figura 7. Dendrograma resultante da análise de agrupamento baseado na dissimilaridade de Manhattan pelas densidades das espécies das duas estações.

A análise ANOSIM aplicada aos dados de densidade fitoplanctônica das duas estações consideradas neste estudo permitiu verificar que ambas são muito semelhantes entre si (R=2 e p-valor=1), não existindo portanto, diferenças significativas de densidade e composição fitoplanctônica entre as estações amostradas, nem quando comparadas as estações de coleta com as variáveis ambientais estudadas: meses (R=1,015 e p-valor=1), estações do ano (R=0,035 e valor=0,21), vazão (R=0,004 e valor=0,41), precipitação (R=0,022 e p-valor=0,25), e temperatura (R=0,045 e p-valor=0,23).

A CCA (Fig. 8) realizada a partir dos eixos significativos da PCA e os dados de densidade fitoplanctônica explicou 72,21% da variabildade total dos dados (pseudo-F=0,908; p=0,034). O eixo 1 explicou 44,48% da variabilidade (autovalor = 0,542). Os escores negativos indicam maiores contribuições das variáveis saturação, nitrogênio orgânico e nitrato. Estas variáveis influenciaram na maior densidade da diatomácea Ulnaria ulna e estiveram correlacionadas com a menor ocorrência das espécies Navicula amphiceropsis,

Trachelomonas volvocina e Euglena polymorpha.

O eixo 2 explicou 27,73% da variabilidade dos dados das espécies fitoplanctônicas (autovalor = 0,338). Os escores positivos deste eixo estão relacionados com maiores valores de amônio, fosfato total dissolvido e temperatura da água e estão relacionados com a menor

G1 G2 G7 G6 G9 G4 G3 G8 G5

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abundância de Gomphonema parvulum, cujo aumento da densidade esteve influenciado pelos escores negativos do segundo eixo, que indicam maiores valores de vazão e pH.

Figura 8 . Diagrama de ordenação produzido pela análise de correspondência canônica. As espécies estão representadas por pontos quadrados (Ul. ulna=Ulnaria ulna; Nav. amph.=Navicula amphiceropsis; Trach. vol.=Trachelomonas volvocina; Eugl. pol.=Euglena

polymorpha; Gomph. parv.=Gomphonema parvulum), a localização temporal e espacial de

coleta por pontos arredondados (S1 – Estação 1; S2 – Estação 2; Jan=janeiro. Feb=fevereiro; Mar=março; Apr=Abril; May=maio; Jun=junho; Jul=julho; Aug=agosto; Sep=setembro; Oct=outubro; Nov=novembro; Dec=dezembro) e as variáveis ambientais por vetores [S.%=Saturação O2; pH=potencial hidrogênico; T.ºC=temperatura da água; NH4+=amônio

(mg.L-1); m³/s =vazão(m³/s); Norg=nitrogênio orgânico (mg/L-1); NO3-= nitrato (mg.L-1) e

PDT= fósforo total dissolvido (mg.L-1)].

4 Discussão

Em função da mata ciliar e sua eficácia na retenção de sedimentos, nutrientes e agrotóxicos (Naiman et al., 2005) esperava-se encontrar diferenças significativas nas

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concentrações dos parâmetros abióticos entre as estações dentro e fora do Corredor de Biodiversidade. No entanto, foi possível verificar apenas tendências, com valores não significativos, para as variáveis temperatura, fósforo e ortofosfato, que apresentaram concentração levemente superiores na estação de amostragem fora do Corredor. Embora os valores não tenham sido significativos, a maior parte da matéria orgânica de rios de primeira ordem tem origem alóctone e o ambiente em seu entorno tem grande influência (Brewer, 1994). De acordo com Reynolds e Davies (2001), a degradação das matas ciliares e sua substituição por áreas agrícolas pode aumentar a importação de fósforo em até 100 kg km-2 /ano-1 em uma massa de água.

Vásquez et al. (2011) verificaram diferenças nos valores de temperatura e atributos ecológicos das espécies em três riachos sob diferentes ocupações do solo (floresta, plantação de café e pastagens). O riacho sob influência da floresta apresentou menor temperatura da água (média de 13Cº), que esteve associada a menor riqueza e diversidade de espécies, enquanto os outros dois riachos apresentaram temperaturas mais elevadas (média de 17 e 19ºC) que estiveram associadas aos maiores valores de riquezas e diversidade.

É possível que a semelhança das variáveis físicas e químicas entre as estações de amostragem seja devido à largura da mata ciliar na estação 1 (60 metros), que pode não ter sido suficientemente larga para proporcionar resultados significativos entre elas, embora, em dados de literatura, tenha se verificado que a diferença de 25 metros na largura da mata ciliar seja suficiente para causar diferenças significativas na retenção de nutrientes (Mayer et al., 2005). Estes autores revisaram 66 trabalhos sobre a remoção de nitrogênio com diferentes tipos de vegetação e larguras e verificaram que faixas estreitas de proteção (entre 1-15m) são eficientes na remoção parcial do nitrogênio, no entanto, a remoção mais significativa deste nutriente ocorre em áreas com mais de 50m de vegetação. Segundo eles, a largura da vegetação ciliar deve ser entre 7 e 100 metros e ser estabelecida com base nos níveis de remoção de nitrogênio objetivados.

Assim como as variáveis físicas e químicas, a estrutura da comunidade fitoplanctônica foi semelhante entre os dois riachos. Isto pode estar relacionado com a exposição aos mesmos fatores ambientais, além da ausência de barreira geográfica entre eles, que permite a dispersão de inóculos de espécies por animais que se deslocam de um corpo de água para outro, como insetos e aves aquáticas, ou mesmo pelo vento (Brook, 1981).

Os resultados indicaram um aumento (embora não significativo) dos atributos densidade, riqueza e diversidade de espécies, a partir do ponto mais preservado (estação 1, dentro do Corredor de Biodiversidade) para o ponto menos preservado de mata ciliar (estação 2, fora do Corredor de Biodiversidade). Os baixos valores de riqueza e densidade encontrados

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na estação 1 podem ter sido influenciados, além de outros fatores, pelo sombreamento causado pela mata ciliar, conhecido como um dos principais fatores controladores do desenvolvimento fitoplanctônico (Hutchins et al., 2010) e elevados valores de turbidez, já que as concentrações de nutrientes não se monstraram limitantes ao desenvolvimento do fitoplâncton, como comumente registrado em ecossistemas lóticos (Salmaso e Zignin, 2010). Já os maiores valores de riqueza e densidade registrados na estação 2 provavelmente se devem a maior largura da calha, permitindo assim maior entrada de energia luminosa sobre a lâmina da água.

Quanto à amostragem qualitativa da comunidade fitoplanctônica, em ambos os riachos foi possível observar grande número de espécies (371), provavelmente devido às condições físicas e químicas favoráveis ao desenvolvimento do fitoplâncton. Um grande número de táxons fitoplânctonicos também foi registrado nos rios do Delta do Jacuí, Rio Grande do Sul, estudado por Rodrigues et al. (2007), com 229 no Rio Gravataí, 231 no Rio dos Sinos, 199 no Rio Caí e 199 no Rio Jacuí. Rodrigues et al. (2009) registrou 177 táxons em seu estudo sobre o Rio Paraná, 288 táxons no rio Baía e 227 táxons no rio Ivinhema. Perbiche-Neves et al. (2011) registrou 149 táxons no rio e afluentes Iguaçu, Bortolini e Bueno (2013) registraram 221 táxons no rio São João, Menezes et al. (2013) registraram 408 táxons no rio Iguaçu e Peresin et al. (2014) registraram 151 táxons em três arroios da bacia do rio dos Sinos, no Rio Grande do Sul.

Quanto à diversidade de Shannon, esta pode ser avaliada como muito baixa - quando inferior a 1,0 bits.ind.-1, baixa entre 2,0 e 1,0, média - entre 3,0 e 2,0 e alta – quando acima de 3,0 bits.ind.-1 (Cavalcanti e Larrazábal, 2004). Segundo estes critérios, a diversidade da comunidade fitoplanctônica registrada nos riachos estudados pode ser classificada como muito baixa a média. Os resultados encontrados diferem dos resultados obtidos por Devercelli (2010), onde a diversidade média observada no rio Paraná (Argentina) poderia ser classificada como alta (3,27-3,43) e por Descy et al. (2011), onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de muito baixa (0,34) a alta (5,78). Neste estudo, os resultados foram semelhantes aos observados por Soares et al. (2007) no Rio Paraibuna e no Rio Pomba em Minas Gerais, onde a diversidade observada foi muito baixa (0,94 a 1,07 bits), por Borges e Train (2009) na planície de inundação do alto rio Paraná, onde a diversidade média foi considerada baia (2,00) e no rio Iguaçu por Menezes et al. (2013) onde a diversidade foi classificada como muito baixa a média (média 1,56 a 1,58, antes e depois das quedas das cataratas, respectivamente).

Quanto à densidade, o maior valor registrado na estação 1 foi obtido no mês de agosto (inverno) e na estação 2 no mês de setembro (início da primavera), e esteve composto

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principalmente por espécies bentônicas e perifíticas, que podem estar relacionadas com a maior vazão neste período, pois com o aumento da correnteza, estes táxons se desprendem dos substratos, sendo então transportados pelo fluxo da água (Soares et al., 2007; Stevenson, 2009). Segundo Reynolds e Descy (1996), a composição fitoplanctônica de ecossistemas lóticos geralmente é representada por centenas de táxons, no entanto, a porcentagem de espécies potamoplanctônicas é muito reduzida, como observado no presente estudo, onde muitas das algas registradas são da comunidade perifítica e bentônica. Outros autores também citam a grande contribuição de táxons bentônicos e perifíticos nos sistemas lóticos: Descy et al. (2011) observaram que mais de 70% das espécies de diatomáceas identificadas no rio Loire eram bentônicas e não planctônicas, assim como no presente estudo. Em geral, os baixos valores de densidade fitoplântonica registrados nos riachos analisados estão de acordo com os valores médios observados em outros ecossistemas lóticos: (Borges et al., 2003; Menezes et al., 2013) e se devem às próprias características lóticas do ambiente, que dificultam a manutenção da comunidade (Reynolds e Descy, 1996).

A composição fitoplanctônica foi típica de riachos, com a predominância de algas bênticas e perífiticas, que devido à turbulência e baixa profundidade são suspensas na coluna de água. A elevada contribuição da classe Bacillariophyceae, como observado neste estudo, tem sido comumente registrada em ambientes lóticos (Descy, 1993; Wehr e Descy 1998; Train et al., 2000; O'Farrel et al., 2002; Borges et al., 2003; Soares et al., 2007; Rodrigues, et al., 2009; Stevenson, 2009; Devercelli, 2010; Twiss et al., 2010; e Descy et al., 2011), devido ao seu baixo requerimento em incidência luminosa e à sua adaptação à ambientes turbulentos (O’Farrell et al., 2002; Soares et al., 2007 e Rodrigues et al., 2009). A ocorrência de táxons perifíticos (epipelon e epifíton) no fitoplâncton, principalmente pertencentes aos gêneros

Pinnularia, Encyonema e Gomphonema, pode ser atribuída a pouca profundidade dos

ambientes amostrados, e à abundância de rochas no leito destes riachos, as quais servem de substrato para o epifíton, que ocasionalmente se desprende sendo arrastado pela correnteza (Train e Rodrigues, 2004). De acordo com Descy et al. (2012), a maioria dos táxons de Bacillariophyceae não são verdadeiramente planctônicos, mas táxons bentônicos em suspensão. Embora encontrado no plâncton dos córregos analisados, Gomphonema parvulum,

Encyonema e Ulnaria ulna são exemplos de espécies comumente encontradas nos bentos. Euglenophyceae foi o segundo grupo mais representativo, cujas maiores densidades estão relacionadas à períodos de elevada vazão, devido ao aporte de material orgânico das margens para o meio aquático e à lixiviação da vegetação circundante, promovendo condições favoráveis ao seu desenvolvimento. A presença de espécies deste grupo em ambas as estações indica uma possível contaminação por matéria orgânica (Safonova e Shaulo, 2009; Reynolds

Referências

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