• Nenhum resultado encontrado

pt 0100 3984 rb 47 01 X

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "pt 0100 3984 rb 47 01 X"

Copied!
1
0
0

Texto

(1)

X

Radiol Bras. 2014 Jan/Fev;47(1):X Complexo médio-intimal na investigação de aterosclerose

em pacientes infectados pelo HIV

Sr. Editor,

Os autores do artigo “Avaliação do complexo médio-intimal nas artérias carótidas, femorais e subclávia direita para investiga-ção precoce de aterosclerose em pacientes infectados pelo HIV”(1), publicado na edição de nov/dez 2013 deste periódico, realizaram uma comparação entre as medidas parietais das artérias caróti-das comuns, femorais comuns e subclávia direita em pacientes infectados com o HIV e em grupo controle, utilizando o método de mensuração ultrassonográfica manual e automático, e concluí-ram, baseados no valor das medidas encontradas, que os indivíduos infectados pelo HIV não demonstraram risco aumentado de ate-rosclerose em relação ao grupo controle. Extensas evidências na literatura especializada que avaliam o risco de aterosclerose em indivíduos HIV positivos ou negativos não utilizam a simples medida do complexo médio-intimal para definir o diagnóstico de doença vascular. Portanto, a afirmação dos autores, de que os indivíduos com medidas normais ou alteradas em ambos os grupos, quer pelo método automático ou manual, não afasta a presença de ateros-clerose deve ser vista com cautela. A sensibilidade deste método é muito baixa, pois considera apenas a medida da parede vascu-lar, que habitualmente manifesta espessamento do seu calibre em fases evolutivas avançadas da aterosclerose. Vários relatos na li-teratura têm evidenciado um processo de aterosclerose precoce em indivíduos HIV positivos com consequente doença arterial co-ronariana(2). A disfunção endotelial estudada em artérias braquial e carótida, com medidas parietais aparentemente normais, tem revelado uma resposta da dilatação mediada pelo fluxo sanguíneo significativamente diminuída em relação a indivíduos HIV negati-vos(3). Em trabalho realizado no Brasil por Andrade et al.(4), foi constatado que essa disfunção endotelial somente se revela com a resposta a isquemia induzida. Os valores basais do diâmetro da artéria braquial são semelhantes nos indivíduos HIV negativos e diferem significativamente nos indivíduos HIV positivos, sobretudo em uso de terapia antirretroviral. Achados similares foram revela-dos com estudo das artérias carótida e braquial por outros auto-res(5–7). A conclusão que se pode obter do estudo publicado por Godoi et al.(1) neste periódico é que a simples medida parietal não é útil para identificar precocemente doença vascular ateros-clerótica em indivíduos HIV positivos nem naqueles HIV negati-vos. As diferenças observadas entre as medidas manuais e auto-máticas não causam repercussão na sensibilidade da técnica.

0100-3984 © Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem

Referências

1. Godoi ETAM, Brandt CT, Godoi JTAM, et al. Avaliação do complexo médio-intimal nas artérias carótidas, femorais e subclávia direita para investigação precoce de aterosclerose em pacientes infectados pelo HIV. Radiol Bras. 2013;46:333–40.

2. DAD Study Group, Friis-Moller N, Reiss P, et al. Class of antiretroviral drugs and the risk of myocardial infarction. N Engl J Med. 2007;356:1723–35. 3. Longenecker CT, Hoit BD. Imaging atherosclerosis in HIV: carotid intima-media

thickness and beyond. Transl Res. 2012;159:127–39.

4. Andrade AC, Ladeia AM, Netto EM, et al. Cross-sectional study of endothelial function in HIV-infected patients in Brazil. AIDS Res Hum Retroviruses. 2008;24:27–33.

5. Cotter BR, Torriani FJ. Cardiovascular effects of antiretroviral therapy and noninvasive assessments of cardiovascular disease in HIV infection. Cardiovasc Toxicol. 2004;4:281.

6. Blanco JJ, García IS, Cerezo JG, et al. Endothelial function in HIV-infected patients with low or mild cardiovascular risk. J Antimicrob Chemother. 2006;58:133– 9.

7. Stein JH. Endothelial function in patients with HIV infection. Clin Infect Dis. 2006;43:540–1.

Cesar Augusto de Araújo Neto1, Ana Cristina Oliveira Andrade2, Roberto Badaró3

1. Doutor, Professor do Departamento de Medicina e Apoio Diagnóstico da Facul-dade de Medicina da Bahia – UniversiFacul-dade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, BA, Brasil.

2. Professora Adjunta da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, BA, Brasil.

3. Livre-docente, Professor do Departamento de Medicina e Apoio Diagnóstico da Faculdade de Medicina da Bahia – Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, BA, Brasil.

Resposta

A interpretação dos resultados foi adequada diante do que foi apresentado, mas a medida do complexo médio-intimal pelo ul-trassom Doppler, apesar de tecnicamente ser simples e de fácil realização, sobretudo por não ser invasiva, tem importante repre-sentatividade na triagem da aterosclerose sistêmica. É importante observar que a população estudada foi jovem, até 50 anos, exata-mente para evitar o viés da influência da idade. Também se teve o cuidado de estes pacientes terem ao menos cinco anos de trata-mento para o HIV, o que corresponde a, no mínimo, cinco anos de doença. Temos interesse em refazer estas medidas mais adiante, fazendo um seguimento na coorte, pois pode ser que a ateroscle-rose mais precoce nos pacientes com HIV necessite de mais tempo para ser então evidenciada na população livre de infecção.

Emmanuelle Tenório Albuquerque Madruga Godoi

Doutora, Professora Adjunta do Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil.

Referências

Documentos relacionados

Mesmo sendo um método diagnóstico mais recente em termos de imagem cardíaca, quando comparada à cintilo- grafia e à ecocardiografia, a RMC tem seu alto valor demons- trado como

Os principais objetivos dos exames de imagem para o estadiamento dos tumores de Wilms são: 1) identificar a origem do tumor; 2) avaliar a extensão do tumor; 3) avaliar o envolvimento

Nos dois casos o gama- probe demonstrou bem o foco epileptogênico quando com- parado à eletrocorticografia, bem como foi útil no controle da ressecção da área epileptogênica em um

Os achados mais comuns na TC são opacidades em vidro fosco, consolidação, nódulos peque- nos ou grandes, massas, escavação, espessamento dos sep- tos interlobulares, enfisema e

O Editor e a Diretoria do CBR contam e precisam da ajuda de todos para que consigamos tornar a revista não só adequada às normas necessárias para a indexação, mas, e muito mais

Contribuição da biópsia dirigida por ultrassonografia transretal no diagnóstico do câncer da próstata: olhando para os anos.. que passaram e para os anos

É mais comum em mulheres (66,7%) (14) , entre a quinta e sexta década de vida, sendo assintomático na maioria dos casos, mas quando seu tamanho ultrapassa 2 a 3 cm pode gerar

Mais importante do que a quantificação ou graduação de esteatose é a identificação de pacientes com DHGNA que evoluem ou que apresentam maior risco de desenvolver esteato-hepatite..