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LEGISLAÇÃO ADUANEIRA RFB/2013 PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ AULA DEMONSTRATIVA

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Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 1 AULA DEMONSTRATIVA APRESENTAÇÃO PESSOAL ... 1 PROPOSTA DO CURSO ... 4 1. JURISDIÇÃO ADUANEIRA ... 10 1.1. TERRITÓRIO ADUANEIRO ... 12

1.2. PORTOS, AEROPORTOS E PONTOS DE FRONTEIRA ALFANDEGADOS ... 13

1.2.1. ALFANDEGAMENTO ... 18

1.3. RECINTOS ALFANDEGADOS ... 20

1.3.1. PORTOS SECOS ... 21

1.3.2. CENTRO LOGÍSTICO E INDUSTRIAL ADUANEIRO (CLIA) ... 23

1.4. ADMINISTRAÇÃO ADUANEIRA ... 27

2. CONTROLE ADUANEIRO DE VEÍCULOS ... 37

RESUMINHO ... 58

QUESTÕES ANALISADAS NESTA AULA ... 60

Olá, pessoal.

Vamos começar a estudar Legislação Aduaneira para o próximo concurso de seleção de novos Auditores Fiscais e Analistas Tributários da Receita Federal do Brasil (AFRFB e ATRFB)? Será que vale a pena, já que não há data definida para o próximo concurso e nem a certeza das matérias que serão cobradas nas provas? Antes de tentarmos responder às questões, vamos nos apresentar. Apresentação Pessoal

Somos Luiz Roberto Missagia e Rodrigo Luz, Auditores-Fiscais da Receita Federal.

Eu, Luiz Missagia, fui aprovado no concurso de 1996. Comecei a trabalhar na DRF Rio Grande (RS), em dezembro de 1997. Lá atuei no despacho aduaneiro (veremos aqui o que é), fiz visita aduaneira a navios e atuei no setor de processos aduaneiros gerais, onde chegava tudo aquilo que foge da rotina. Nestes casos, você tem que se virar para dar uma solução, seja autuando seja liberando. Foi um grande aprendizado na área aduaneira.

Em 1999 fui para Vitória, mais especificamente na Alfândega da RFB do Porto de Vitória (ES), onde estou até hoje. Já atuei no porto seco, onde se faz despacho de importação, de exportação e trânsito aduaneiro. Lá trabalhei com regimes especiais, bagagem desacompanhada e, principalmente, aplicação de

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Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 2 penalidades. Fui supervisor por lá, e depois chefiei o Serviço de Despacho Aduaneiro (SEDAD). Já participei de algumas dessas “operações especiais”, em conjunto com a Polícia Federal, que às vezes saem na mídia, onde buscamos documentos que comprovem fraudes tributárias nos estabelecimentos das empresas importadoras ou até mesmo nas residências dos sócios.

Como professor de cursos preparatórios para concursos, atuo desde 1999, nas disciplinas de contabilidade e aduana. Além do Manual de Contabilidade, escrevi, em conjunto com o também auditor e professor Francisco Velter livros de Contabilidade Avançada, Auditoria e Matemática Financeira, todos pela Editora Elsevier, atualizados conforme o edital da Receita de 2012. No Ponto dos Concursos estou desde a sua formação. Em conjunto com o Rodrigo Luz, escrevo cursos on-line no Ponto na área aduaneira desde 2005. Na área aduaneira, além de ministrar alguns cursos internos na Receita Federal, participei, desde 2004, como instrutor da Esaf dos cursos de formação (2ª Etapa) e treinamento no local de trabalho (3ª etapa).

Por fim, também tenho participado de outros trabalhos interessantes na Receita Federal, como Revisão Final do texto do Regulamento Aduaneiro de 2009 (Decreto 6.759/2009, base para a Legislação Aduaneira), Projeto Manuais de Despacho Aduaneiro, e “Operação Especial Rio +20”, esta última bem interessante, para receber as Delegações Oficiais com os Chefes de Estado na Base Aérea do Galeão, e desembaraçar os equipamentos, bagagem da comitiva e armas dos seguranças oficiais.

Eu, Rodrigo Luz, fui aprovado no concurso de setembro de 1994. Assim que entrei na RFB, fui trabalhar no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Por pouco mais de dois anos, vivi a experiência do trabalho de fiscalização na zona primária (você vai aqui aprender que a zona primária engloba os portos, aeroportos e pontos de fronteiras alfandegados, ao passo que a zona secundária engloba o resto do território brasileiro).

Desde 1997, trabalho na Inspetoria da Receita Federal no Rio de Janeiro (IRF/RJ) cobrindo todo o município do Rio, fiscalizando não diretamente as importações e exportações realizadas a cada dia, mas os importadores e exportadores em seus respectivos estabelecimentos. Fui Chefe do Serviço de Controle Aduaneiro e do Serviço de Tecnologia, Chefe-Substituto do Serviço de Fiscalização e do Serviço de Programação e Seleção para Fiscalização. Atualmente, atuo “na rua”, fiscalizando as empresas em seus estabelecimentos. Na zona secundária, além de termos que conhecer a fundo a Legislação Aduaneira, temos que estar sempre afiados com as novas normas de Contabilidade.

Na fiscalização de zona secundária, o AFRFB revisa (ou pode revisar) o conjunto de todas as importações e exportações realizadas nos últimos cinco anos, assim como fiscaliza se os produtos importados com isenção tributária continuam na mão do importador (isto evita a fraude de uma isenção ser obtida por uma pessoa para uso de outra que não teria tal benefício). Entre muitas outras coisas, também fiscalizamos se os regimes aduaneiros especiais

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Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 3 concedidos ao importador/exportador, como o drawback ou a admissão temporária, estão sendo cumpridos à risca (vamos estudar tais regimes aqui).

Depois de ter entrado na RFB, resolvi realizar um outro sonho, levantar as mangas e pegar o giz (naquele tempo, os quadros das salas de aula ainda eram negros. rsrs). Comecei em 1998 a dar aulas de Comércio Internacional, Legislação Aduaneira e Relações Econômicas Internacionais para o concurso da RFB daquele ano. Já são quinze anos de aulas, incluindo as ministradas nos cursos de formação da Esaf para os candidatos classificados nos concursos para AFRFB e para ATRFB em 2003, 2005 e 2009.

Por fim, depois de alguns anos em sala de aula, vi que era importante (talvez essencial) cursar a graduação em Direito, que foi concluída em 2004. Em 2005, comecei a lecionar também Direito Internacional Público e lancei meus dois primeiros livros: “Comércio Internacional e Legislação Aduaneira” e “Relações Econômicas Internacionais”. Em 2009, escrevi “Comércio Internacional – Questões Comentadas”, sempre pela Editora Elsevier.

Por que novos concursos da RFB não podem demorar a acontecer?

Nos últimos cinco anos, aposentaram-se uns 30% da mão de obra da Receita Federal. E já há estudos de que outros 40% têm as condições necessárias para seguirem pelo mesmo caminho. Nas unidades aduaneiras em que trabalhamos (Porto de Vitória e IRF/RJ), aquilo que antes era realizado por, digamos, 100 pessoas agora o está sendo por 70 e, como disse, já já o trabalho vai acumular nas mãos de apenas 30 ou 40. O déficit de AFRFB é enorme e o de ATRFB, absurdamente enorme (rsrs). Quando chega um novo Auditor ou Analista na nossa unidade, ele é quase disputado a tapa.

Com tamanho déficit, há movimentação na RFB para que volte a haver regularidade na realização dos concursos. De 1989 a 2005, foram realizados 11 concursos para AFRFB e ATRFB (1989, 1991, 1994/1, 1994/2, 1996, 1998, 2000, 2002/1, 2002/2, 2003, 2005). Depois, com a intensa negociação para a criação da “Super Receita”, agregando a fiscalização e cobrança das contribuições previdenciárias, aliada ao prazo necessário para a acomodação da nova estrutura, às negociações acerca da criação da previdência complementar para o servidor público e à crise econômica mundial, os concursos ficaram espaçados, o que provocou a atual escassez de mão de obra. Nos últimos sete anos, houve apenas três concursos (2005, 2009 e 2012). E esse último foi muito aquém das necessidades da administração.

Para um órgão estratégico como a RFB, não se pode deixar que uma geração se aposente sem transmitir seus conhecimentos para aqueles que ingressam. Um lapso de tempo grande pode gerar perdas significativas para o funcionamento da administração tributária e aduaneira federal. Isso responde à primeira pergunta feita no início do texto. A realização de novos concursos não é apenas desejada, mas “quase” obrigatória.

Não posso deixar de mencionar também a iminente criação de vários Centros Logísticos e Industriais Aduaneiros (CLIA) e o projeto “Porto 24

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Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 4 horas”, que estudaremos na aula de hoje. Estas duas novidades surgidas na legislação em 2013 vão também pressionar a realização de concursos.

Em relação à segunda pergunta: vale a pena estudar Legislação Aduaneira sem termos certeza se será cobrada no próximo concurso? Bem, o fato é que a Legislação Aduaneira é a principal disciplina para aqueles que entram na RFB. Isso porque a maioria absoluta das vagas costuma ser em fronteiras, em decorrência da remoção dos servidores que entraram na RFB nos concursos anteriores. Como as fronteiras não costumam ser locais de trabalho muito desejados, o normal é que os que lá estão façam o movimento de se mudarem para suas cidades de origem, seja nas capitais, seja nas cidades do interior. Por isso, a chance de você trabalhar com a legislação aduaneira, pelo menos no seu início de carreira, é enooooooorme.

Há ainda um segundo motivo para termos a “quase” certeza de que a Legislação Aduaneira estará no próximo edital: no concurso mais recente (2012) não houve o curso de formação, algo que existiu desde sempre. Logo, se a chance de você trabalhar com a legislação aduaneira é enorme e se você não vai ter a chance de estudá-la em um curso de formação, então vão ter que te exigir o conhecimento da matéria já na primeira fase do concurso. Enfim, espero ter te convencido da importância da matéria... rsrs

Proposta do Curso

Em 2012, aconteceu aquilo que ninguém esperava: a volta da Legislação Aduaneira. Mas, na verdade, não foi bem uma volta já que entrou muito mais coisa do que se pedia no passado. Vamos ver inicialmente o conteúdo sobre o qual nós vamos nos debruçar neste curso.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DE LEGISLAÇÃO ADUANEIRA - AFRFB

1. Jurisdição Aduaneira. 1.1. Território Aduaneiro. 1.2. Portos, Aeroportos e Pontos de Fronteira Alfandegados. 1.2.1. Alfandegamento. 1.3. Recintos Alfandegados. 1.4. Administração Aduaneira.

2. Controle Aduaneiro de Veículos.

3. Tributos Incidentes sobre o Comércio Exterior. 3.1. Regramento Constitucional e Legislação Específica. 3.2. Produtos, Bens e Mercadorias. 3.3. Produtos Estrangeiros, Produtos Nacionais, Nacionalizados e Desnacionalizados.

4. Imposto de Importação. 4.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 4.2. Incidência. 4.3. Fato Gerador. 4.4. Base de Cálculo. 4.5. Alíquotas. 4.6. Tributação de Mercadorias não Identificadas. 4.7. Regime de Tributação Simplificada. 4.8. Regime de Tributação Especial. 4.9. Regime de Tributação Unificada. 4.10. Pagamento do Imposto. 4.11. Isenções e Reduções do Imposto de Importação. 4.12. Imunidades do Imposto de Importação e Controle exercido pela

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Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 5 Secretaria da Receita Federal do Brasil. 4.13. Reimportação. 4.14. Similaridade.

5. Imposto de Exportação. 5.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 5.2. Incidência. 5.3. Fato Gerador. 5.4. Base de Cálculo. 5.5. Alíquotas. 5.6. Pagamento.

6. Imposto Sobre Produtos Industrializados vinculado à Importação. 6.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 6.2. Incidência e Fato Gerador. 6.3. Base de Cálculo. 6.4. Isenções. 6.5. Imunidades. 6.6. Suspensão do Pagamento do Imposto. 7. Contribuição para o PIS/PASEP Importação e COFINS Importação. 7.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 7.2. Incidência e Fato Gerador. 7.3. Base de Cálculo. 7.4. Isenções. 7.5. Suspensão do Pagamento. 7.6. Redução de Alíquotas (Programas Específicos e seu Regramento).

8. Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação vinculado à Importação. 8.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 8.2. Fato Gerador. 8.3 Alíquotas. 8.4. Isenções e Imunidades. 8.5. Pagamento do Imposto e Controle pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.

9. Procedimentos Gerais de Importação e de Exportação. 9.1. Atividades Relacionadas aos Serviços Aduaneiros. 9.2. Despacho Aduaneiro de Importação e Despacho Aduaneiro de Exportação. 9.2.1. Disposições Gerais. 9.2.2. Modalidades. 9.2.3. Documentos que os Instruem. 9.2.4. Casos Especiais de Importação e de Exportação Previstos na Legislação. 9.3. Espécies de Declaração de Importação e de Declaração de Exportação. 9.4. Declaração de Importação. 9.5. Conferência e Desembaraço na Importação e na Exportação. 9.6. Cancelamento da Declaração de Importação e da Declaração de Exportação. 9.7. Lançamento dos Impostos Incidentes sobre a Importação. 10. Regimes Aduaneiros Especiais e Regimes Aduaneiros aplicados em Áreas Especiais. 10.1. Disposições Gerais e Específicas de cada Regime e de cada Área.

11. Bagagem e Regime Aduaneiro de Bagagem no MERCOSUL. 12. Mercadoria Abandonada.

13. Mercadoria Avariada e Extraviada. 13.1. Definição. 13.2. Vistoria Aduaneira.

14. Termo de Responsabilidade.

15. Infrações e Penalidades previstas na Legislação Aduaneira.

16. Pena de Perdimento. 16.1. Natureza Jurídica. 16.2. Hipóteses de Aplicação. 16.3. Limites. 16.4. Processo/Procedimento de Perdimento. 16.5. Processo de Aplicação de Penalidades pelo Transporte Rodoviário de Mercadoria Sujeita a Pena de Perdimento.

17. Aplicação de Multas na Importação e na Exportação. 18. Intervenientes nas Operações de Comércio Exterior.

19. Sanções Administrativas a que estão sujeitos os Intervenientes nas Operações de Comércio Exterior e o Processo de sua Aplicação.

20. Representação Fiscal para Fins Penais.

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Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 6 22. Destinação de Mercadorias.

23. Subfaturamento e Retenção de Mercadorias.

24. Valoração Aduaneira. Legislação Aduaneira aplicável ao MERCOSUL. 25. Internalização da Legislação Aduaneira Aplicável ao MERCOSUL.

26. Disposições Constitucionais Relativas à Administração e Controle sobre Comércio Exterior.

27. Contrabando, Descaminho e Princípio da Insignificância.

28. SISCOSERV (Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011, e Legislação Infralegal).

Observação 1: para ATRFB, o conteúdo programático é praticamente igual, tirando-se alguns pontos muito específicos. Não constam para ATRFB os tópicos 20, 25 e 27 do edital de AFRFB. Além disso, também não constam os seguintes subtópicos: 4.6, 4.11, 4.13, 4.14, 6.4, 6.6, 7.4, 7.5, 7.6 (substituído por “Alíquotas”) e 9.7 (substituído por “Siscomex”). Como são coisas bem pequenas, resolvemos deixar tudo no curso, apenas chamando a atenção quando o item servir apenas para AFRFB. Observação 2: incluímos no curso também os tópicos 10 e 11 do edital de Comércio Internacional para AFRFB (“Exportações” e “Importações”).

Podemos ver que o conteúdo é bem grande. No entanto, como temos feito há muito tempo, daremos a matéria “maceteada” para você.

Talvez você saiba que a Legislação Aduaneira foi pedida desde o início dos concursos para a RFB. Quando nós começamos a estudar para o concurso da RFB, lá em 1993, pegávamos as provas mais antigas (1985, 1989 e 1991) e víamos tão somente questões de Legislação Aduaneira, não de Comércio Internacional. Além da Legislação, estudávamos IPI, Imposto de Renda, os vários ramos do Direito e muitas outras matérias.

A partir de 2005, a Legislação Aduaneira deixou de cair (na verdade, restou apenas a cobrança de valoração e classificação aduaneiras). E agora entrou muito mais do que era cobrado antes. Por quê?

Muito provavelmente porque, como disse, o edital não previu um curso de formação. Como a legislação que os futuros AFRFB e ATRFB irão aplicar no seu dia a dia não seria mais ensinada no curso de formação, resolveram trazer as matérias para a 1ª etapa do concurso. Veja que até os casos de “cancelamento de declaração de importação e de exportação”, coisas totalmente operacionais, foram incluídos no conteúdo programático.

Este nosso curso estará totalmente atualizado com o Decreto 8.010, de 16 de maio de 2013, que deu uma supermexida no Regulamento Aduaneiro (Decreto 6.759/2009). Foram mais de 120 (cento e vinte) artigos alterados, revogados ou incluídos.

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Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 7 Também vão entrar neste curso as alterações promovidas pelas Medidas Provisórias (MP) 595, de 6 de dezembro de 2012 (já aprovada pelo Congresso Nacional, mas ainda não sancionada até este dia em que escrevo) e 612, de 2 de abril de 2013 (ainda sob análise do Congresso). Como o prazo para a aprovação da MP 612/2013 termina antes do fim do nosso curso, traremos para cá todas as alterações que porventura venham a ser feitas pelo Congresso Nacional.

A programação

O curso está programado para 14 (doze) aulas, contando com esta. Algumas serão escritas por mim, Rodrigo Luz, outras, pelo Missagia. O candidato terá ainda o fórum para solução de dúvidas. Cada professor vai responder às questões de suas próprias aulas.

Como sempre fazemos em nossos cursos, em cada aula apresentaremos exercícios de provas anteriores. Também apresentaremos questões inéditas, todas no estilo Esaf, com cinco assertivas, e com semelhança na forma de cobrança. Serão no total cerca de 400 questões comentadas, um pouco mais ou um pouco menos.

Aula Tópicos do Edital Prof.

00 1. Jurisdição Aduaneira.

2. Controle Aduaneiro de Veículos.

Rodrigo Luz 01 3. Tributos Incidentes sobre o Comércio Exterior.

4. Imposto de Importação.

Rodrigo Luz 02 5. Imposto de Exportação.

6. Imposto Sobre Produtos Industrializados vinculado à Importação.

7. Contribuição para o PIS/PASEP Importação e COFINS Importação.

8. Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação vinculado à Importação.

Do edital de Comércio Internacional (somente AFRFB) 10. Exportações.

11. Importações.

Rodrigo Luz

03 24. Valoração Aduaneira. Legislação Aduaneira aplicável ao Mercosul.

25. Internalização da Legislação Aduaneira aplicável ao Mercosul.

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Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 8 04 9. Procedimentos Gerais de Importação e de

Exportação

(PARTE I – Importação)

13. Mercadoria Avariada e Extraviada.

Missagia

05 9. Procedimentos Gerais de Importação e de Exportação.

(PARTE II – Exportação)

Missagia

06 10. Regimes Aduaneiros Especiais e Regimes Aduaneiros aplicados em Áreas Especiais.

(PARTE I)

Missagia

07 10. Regimes Aduaneiros Especiais e Regimes Aduaneiros aplicados em Áreas Especiais.

(PARTE II)

Missagia

08 10. Regimes Aduaneiros Especiais e Regimes Aduaneiros aplicados em Áreas Especiais.

(PARTE III)

14. Termo de Responsabilidade.

Rodrigo Luz

09 11. Bagagem e Regime Aduaneiro de Bagagem no MERCOSUL.

Rodrigo Luz

10 26. Disposições Constitucionais Relativas à Administração e Controle sobre Comércio Exterior. 12. Mercadoria Abandonada.

15. Infrações e Penalidades previstas na Legislação Aduaneira.

17. Aplicação de Multas na Importação e na Exportação.

16. Pena de Perdimento.

16.1. Natureza Jurídica. 16.2. Hipóteses de Aplicação. 16.3. Limites. 16.4. Processo/Procedimento de Perdimento. 16.5. Processo de Aplicação de Penalidades pelo Transporte Rodoviário de Mercadoria Sujeita a Pena de Perdimento.

18. Intervenientes nas Operações de Comércio Exterior. 9.1. Atividades Relacionadas aos Serviços Aduaneiros.

19. Sanções Administrativas a que estão sujeitos os Intervenientes nas Operações de Comércio Exterior e o Processo de sua Aplicação.

(9)

Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 9 21. Procedimentos Especiais de Controle Aduaneiro.

23. Subfaturamento e Retenção de Mercadorias. 22. Destinação de Mercadorias.

27. Contrabando, Descaminho e Princípio da Insignificância. (somente AFRFB)

20. Representação Fiscal para Fins Penais. (somente AFRFB)

11 28. SISCOSERV Rodrigo Luz

12 Resumão Ambos

13 Simulado Ambos

Sobre livros

Mesmo com o nosso compromisso de cuidar de toda a matéria nos cursos online que ministramos, alguns alunos sempre nos pedem para indicar livros. Então eu vou logo me antecipar às perguntas e sugerir meu livro “Comércio Internacional e Legislação Aduaneira”. Cerca de 80%-85% do conteúdo de Legislação Aduaneira são nele tratados (para a 6ª edição, que está sendo trabalhada, pretendo que a cobertura do livro seja de 100% da matéria). Se alguém quiser pegar um Regulamento anotado, o melhor livro que há no mercado é “Anotações ao Regulamento Aduaneiro”, organizado por Rosaldo Trevisan.

Vamos combinar uma coisa? No curso online de Direito Constitucional você fica com a Constituição a tiracolo, né? Então, em Legislação Aduaneira, se você estiver lendo esta aula no computador, seria legal acompanhar com o Regulamento Aduaneiro aberto na outra janela. Pode ser?

Meu caro, perceba uma coisa: o edital trouxe os títulos dos capítulos e seções do Regulamento Aduaneiro. Logo, em tese, qualquer um dos artigos do Regulamento poderá cair na sua prova. Não há condições humanas para nós fazermos comentários sobre todos os artigos do Regulamento, assim como não haveria condições para você ler tudo que nós teríamos escrito. Por isso, neste curso tentaremos apenas pontuar aquilo que consideramos mais importante da legislação aduaneira, cuja base é o Regulamento Aduaneiro. Eu sugiro que você dê uma lida em todos os artigos relativos aos tópicos do edital. Por isso, para cada tópico, indicaremos precisamente os artigos abrangidos pelo tópico do edital, mas só vamos explicar os mais prováveis de cair.

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Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 10 1. JURISDIÇÃO ADUANEIRA

A jurisdição aduaneira é o “Título 1” do Regulamento Aduaneiro (RA). Todo este primeiro tópico é tratado nos artigos 2º a 25 do RA.

Lá no Direito, a gente vê que a definição de jurisdição é: “poder de alguém conhecer os conflitos e os resolver”. No entanto, quando se trata de jurisdição aduaneira, não se faz uso deste conceito, que é mais voltado à matéria judicial, pois implica “resolver conflitos”. A aduana não resolve, mas autua.

A jurisdição aduaneira significa então o poder conferido à aduana para que realize a fiscalização relativa às operações de comércio exterior. Tal fiscalização acontece em todo o território nacional. Afinal, as mercadorias importadas não devem ser objeto de atenção apenas no porto ou no aeroporto, por exemplo, mas em todo o território nacional. Imagine você se o controle da aduana fosse apenas nos portos, aeroportos e pontos de fronteira. O que aconteceria com as mercadorias contrabandeadas? Como não passariam por aquelas unidades, elas não se sujeitariam a nenhuma fiscalização? Quer dizer: entrou, está liberada? rsrs Claro que não, né?

Por isso, o artigo 3o do Regulamento Aduaneiro dispõe:

“A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se por todo o território aduaneiro e abrange: (...)”

“Mas, Rodrigo, eu estudei 'território nacional', não 'território aduaneiro'. Que negócio é esse aí?”

Meu caro, concorda comigo que o controle da aduana (controle aduaneiro) nos portos e aeroportos deve ser muito mais intenso do que no interior do país? Por isso, resolveram dividir o território em duas “partes”: a zona primária e a zona secundária. Só que aí pensaram: “antes de quebrarmos o território em dois, será bom fazer um copiar-colar nele e depois quebrar a cópia.”

“O quê???? Copiar-colar?????”

Ora, você não acha que dá para mexer num conceito constitucional, né? Então para particionar o território em dois, não dava para o decreto presidencial dispor: “o território nacional é dividido em zona primária e secundária.” Quem é esse tal de decreto, querendo mexer numa definição constitucional?

Por isso, criaram um novo conceito: território aduaneiro. E só depois, no artigo 3º, é que fizeram a divisão do território, não do território nacional (definido na CF/1988), mas do novíssimo “território aduaneiro”.

Art. 2o O território aduaneiro compreende todo o território nacional.

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Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 11 Antes, porém, de olharmos o artigo 3º e vermos como ficou particionado o território aduaneiro, note que a jurisdição dos serviços aduaneiros pode passar do nosso território!

Art. 3º (...)

§ 5o A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se ainda às Áreas de Controle Integrado criadas em regiões limítrofes dos países integrantes do Mercosul com o Brasil.

O que é isso?

No Mercosul, foi celebrado o Acordo de Recife, sendo sua redação dada pela Decisão do Conselho do Mercado Comum (CMC) 4/2000. Por meio desta norma, ficou acordado que os países do bloco criariam as chamadas Áreas de Controle Integrado (ACI). São áreas em que trabalham juntas as autoridades fiscais, sanitárias, de imigração e de transporte dos dois países vizinhos, o que facilita a vida de quem está passando para lá ou para cá. Para cada ACI, define-se se a fiscalização será simultânea por parte das autoridades dos dois países. Em caso negativo, primeiro atuam as autoridades do país de saída e, depois, as autoridades do país de entrada.

Se você consultar o link abaixo, vai ver que o Brasil participa de um monte de ACI, inclusive com a Bolívia, que foi incluída posteriormente nessa sistemática.

http://www4.receita.fazenda.gov.br/acipub/

Dependendo da ACI, ela estará instalada do lado de cá ou do lado de lá da fronteira. Será um único local físico. Se a ACI estiver do lado de lá da fronteira, o AFRFB e as demais autoridades brasileiras estarão atuando em território estrangeiro. Por este motivo, o § 5º dispôs que a jurisdição fica estendida para tal local no exterior.

Guarde isso! Em função das Áreas de Controle Integrado, pode-se dizer que a aduana

brasileira possui jurisdição mesmo fora do nosso território!

Não confunda! A instalação de uma ACI em solo paraguaio não implica a extensão do nosso território aduaneiro. O território

aduaneiro brasileiro continua sendo somente o território nacional. Nós

não anexamos nenhuma porção do território paraguaio. Foi aumentada

apenas a jurisdição aduaneira, isto é, o nosso poder de fiscalização passou a alcançar um local dentro do território estrangeiro.

(12)

Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 12 1.1. Território Aduaneiro

Depois de copiar-colar, puderam escrever no artigo 3o:

“A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se por todo o território aduaneiro e abrange:

I - a zona primária, constituída pelas seguintes áreas demarcadas pela autoridade aduaneira local:

a) a área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, nos portos alfandegados;

b) a área terrestre, nos aeroportos alfandegados; e

c) a área terrestre, que compreende os pontos de fronteira alfandegados; e

II - a zona secundária, que compreende a parte restante do território aduaneiro, nela incluídas as águas territoriais e o espaço aéreo.”

Guarde isso! É básico!

1) O território aduaneiro compreende todo o território nacional e se divide em

zona primária e zona secundária.

2) A zona primária engloba os portos,

aeroportos e pontos de fronteira alfandegados.

Ora, por que particionar o território em duas partes? Para criar regras específicas para cada uma delas. Óbvio que as regras na zona primária são muito mais rigorosas do que as regras da zona secundária.

A zona primária engloba os portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados. Ela tem esse nome porque é o primeiro ponto do território aduaneiro “tocado” pelas mercadorias, pessoas e veículos, como vemos no artigo 8o do RA:

Art. 8o Somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá efetuar-se a entrada ou a saída de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas. (nova redação dada pelo Decreto 8.010/2013)

Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:

I - à importação e à exportação de mercadorias conduzidas por linhas de transmissão ou por dutos, ligados ao exterior, observadas as regras de controle estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil; e

II - a outros casos estabelecidos em ato normativo da Secretaria da Receita Federal do Brasil.

(13)

Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 13 Observação: a zona primária também tem a característica de ser o ponto de saída do país.

A única exceção expressamente prevista no Regulamento em relação à entrada e à saída de bens pela zona primária se refere, por exemplo, ao gás boliviano trazido pelo gasoduto Brasil-Bolívia e à energia elétrica produzida do lado paraguaio da usina de Itaipu. Tais bens entram no Brasil, respectivamente, por meio de dutos e linhas de transmissão, não sendo descarregados na zona primária para fins de conferência. Isso não quer dizer que tais bens não sejam conferidos, mas o são por meio de controles específicos definidos pela Receita Federal e que não nos interessam aqui neste curso. Tal exceção de entrada é coberta pelo inciso I anterior. Além dela, há duas outras aberturas genéricas previstas no Regulamento.

Em primeiro lugar, por meio do Decreto 8.010/2013, que incluiu o inciso II no artigo 8º transcrito, o Secretário da Receita Federal passou a ter o direito de publicar atos normativos para indicar outras situações em que a entrada poderá ser por zona secundária.

Em segundo lugar, pelo artigo 26, § 2º (que veremos adiante), permite-se que o titular da unidade aduaneira jurisdicionante autorize, em casos justificados, que a entrada de veículos se dê pela zona secundária. Por exemplo, se houver necessidade de um avião procedente do exterior fazer um pouso de emergência no estado do Rio de Janeiro, o titular da Inspetoria da Receita Federal no Rio de Janeiro poderá autorizar tal pouso no aeroporto mais acessível, independentemente de ser alfandegado ou não. É uma permissão óbvia. E claro que, se o veículo está entrando pela zona secundária, as mercadorias trazidas por ele também o estarão.

Podemos afirmar que todos os aeroportos, portos e fronteiras fazem parte da zona primária? De jeito nenhum. Por exemplo, o Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, não é alfandegado, pois opera apenas com voos domésticos.

Uma assertiva da Esaf poderia ser, por exemplo: “Os aeroportos fazem parte da zona primária.” Isto está INCORRETO. Nem todo aeroporto faz parte da zona primária, mas só os alfandegados.

Da mesma forma, existem portos e pontos de fronteira não alfandegados.

1.2. Portos, Aeroportos e Pontos de Fronteira Alfandegados

Esse Word é bem bobão mesmo. Eu escrevo “alfandegado” e ele fica dizendo que desconhece a palavra... rs

Quem decide que aeroportos, portos e pontos de fronteiras serão alfandegados?

Acertou. O seu futuro órgão: a Receita Federal. Como é ela que realiza as atividades de administração aduaneira, ela define as unidades que serão

(14)

Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 14 contempladas com todo o aparato alfandegário. Às vezes, o alfandegamento é apenas temporário. Veja o caso, por exemplo, da Rio+20, em 2012, em que trabalhamos até quase tirarem o nosso couro (rs). Aqui no Rio, a Base Aérea de Santa Cruz foi alfandegada temporariamente para a chegada das cerca de 150 delegações estrangeiras. Nós, da IRF-RJ, fomos convocados a ir para Santa Cruz receber autoridades do mundo inteiro, enquanto o pessoal do Galeão recebia outro tantão de gente.

Veja aqui o alfandegamento a título precário:

www.lex.com.br/legis_23451102_ATO_DECLARATORIO_EXECUTIVO_N_1 43_DE_13_DE_JUNHO_DE_2012.aspx

Era necessário alfandegar por quê? Para que fosse permitida a entrada de bens, veículos e pessoas procedentes do exterior ou a ele destinadas. Veja o artigo 5º. É literal: somente a zona primária está autorizada a receber “coisas” que vêm do exterior ou que estão indo para lá (é certo que há exceções, vistas na página anterior).

Art. 5º Os portos, aeroportos e pontos de fronteira serão alfandegados por ato declaratório da autoridade aduaneira competente, para que neles possam, sob controle aduaneiro: I – estacionar ou transitar veículos procedentes do exterior ou a ele destinados;

II – ser efetuadas operações de carga, descarga, armazenagem ou passagem de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas;

III – embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior ou a ele destinados.

Veja só o seguinte: a entrada tem que ser pela zona primária (com exceções), mas a fiscalização pode ocorrer em outro local, até mesmo no estabelecimento do importador. Já perdi a conta de quantas vezes eu conferi carga no estabelecimento do importador. Para que fosse confirmada a classificação do bem, permitíamos a saída, sob controle aduaneiro, e a montagem do bem pelo importador (imagine a quantidade de peças e partes de uma turbina e de um gerador importados para a instalação de uma usina termelétrica). Nestes casos, permitimos que a mercadoria saia e, depois, acompanhamos a montagem, não pessoalmente, mas por meio de perito credenciada por nós. Ao final da montagem, o laudo emitido pelo perito contém as fotos de tudo que você possa imaginar, evidenciando todo o processo de montagem. A partir dele, podemos concluir se a classificação utilizada pelo importador foi a correta. Enfim, pode-se verificar o bem no estabelecimento do importador, mas ele deverá ter entrado no país pela zona primária.

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Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 15 Na parte inicial do Regulamento Aduaneiro, constam ainda informações acerca de duas outras “zonas” (ô nome feio rs): a “zona de processamento de exportações” e a “zona de vigilância aduaneira”:

Art. 3º (...)

§ 1o Para efeito de controle aduaneiro, as zonas de processamento de exportação, referidas no art. 534, constituem zona primária.

Art. 4o O Ministro de Estado da Fazenda poderá demarcar, na orla marítima ou na faixa de fronteira, zonas de vigilância aduaneira, nas quais a permanência de mercadorias ou a sua circulação e a de veículos, pessoas ou animais ficarão sujeitas às exigências fiscais, proibições e restrições que forem estabelecidas.

§ 3o Compreende-se na zona de vigilância aduaneira a totalidade do Município atravessado pela linha de demarcação, ainda que parte dele fique fora da área demarcada.

Pelo amor de Deus, a zona de processamento de exportações (ZPE) e a zona de vigilância NÃO são zona primária.

Pense na ZPE como uma grande área geográfica delimitada e controlada pela aduana em que se instalam empresas que se disponham a exportar muuuito. Conforme a Lei 11.508/2007, as ZPE são criadas em regiões menos desenvolvidas, “com a finalidade de reduzir desequilíbrios regionais, bem como fortalecer o balanço de pagamentos e promover a difusão tecnológica e o desenvolvimento econômico e social do país.”

Observação: O estudo da ZPE será aprofundado na aula 8, pois é um dos regimes aduaneiros aplicados em áreas especiais. Vemos aqui apenas a noção geral sobre o regime para que entendamos o artigo 3, § 1º.

Para o governo, é interessante criar tais polos de exportação, pois sua política de comércio exterior pode ser mais efetiva ao concentrar muitos exportadores numa mesma região geográfica. É muito melhor para as decisões de governo em relação, por exemplo, aos investimentos em estradas, portos e aeroportos. Além disso, a concentração gera benefícios às próprias empresas em virtude de poderem concentrar na região mão de obra especializada. Isto gera externalidades positivas, como, por exemplo, a troca de conhecimento técnico entre as empresas e até entre os funcionários das diferentes empresas. Para uma empresa ser autorizada a se instalar numa ZPE e ganhar um monte de benefícios previstos na lei, é necessário que ela assuma o compromisso de que suas receitas de exportações sejam de, no mínimo, 80% da receita total. Já que ela ganha um monte de benefícios tributários, o governo exige tal contrapartida.

(16)

Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 16 Veja só: isso aí pode ser chamado de zona primária? Claro que não. Aí não pousará avião vindo do exterior. Nem aeroporto existe aí dentro. A ZPE é um distrito industrial, controlado sim pela aduana, pois as indústrias têm que cumprir seus compromissos.

Se uma assertiva da prova for: “a zona de processamento de exportações faz parte da zona primária”, já sabemos o que considerar, né?

Afirmativa INCORRETA. Ela só é considerada zona primária “para efeito de controle aduaneiro” e não para todos os efeitos. O controle aduaneiro será muito mais rigoroso, mas não se trata de uma unidade de zona primária, nem podendo entrar ali veículos do exterior.

E a zona de vigilância aduaneira (ZVA)?

Bem, essa aí é criada em orla marítima ou na faixa de fronteira, pois são locais muito propícios à entrada clandestina de mercadorias. Para aumentar a vigilância sobre as mercadorias aí encontradas, o Ministro da Fazenda cria a ZVA e impõe mil e uma restrições para tais bens. Assim é mais fácil evitar a entrada clandestina. Note que a ZVA pode ser criada com restrições não só para mercadorias, mas também para pessoas, animais e veículos.

Ela é zona primária? NÃO. Muito pelo contrário, né? A ZVA é para evitar a entrada de bens. Se fosse zona primária, seria para permitir a entrada.

Como consta no § 3º, a ZVA inclui a totalidade do município onde se encontra a linha de demarcação, ainda que a ZVA ocupe, por exemplo, apenas 1% do território municipal.

Guarde isso!

1) A zona primária é composta apenas por portos, aeroportos e pontos de fronteira

alfandegados.

2) As Zonas de Vigilância Aduaneira não fazem parte da zona primária.

3) Apesar de as Zonas de Processamento de Exportações não serem zona primária, elas são assim consideradas exclusivamente “para

efeito de controle aduaneiro”.

4) Como as Áreas de Controle Integrado (ACI) instaladas em país vizinho não fazem parte do nosso território aduaneiro, também não cabe falar que elas são zona primária.

(17)

Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 17 QUESTÕES

01 – (AFTN/1991) Define-se como zona primária a área (adaptada) a) ocupada pelas zonas de vigilância aduaneira e pelos portos, aeroportos e

pontos de fronteira alfandegados

b) terrestre ou aquática, ocupada pelos portos e aeroportos alfandegados, ou a eles adjacentes, bem como a área ocupada por pontos de fronteira alfandegados, por depósitos alfandegados, por entrepostos aduaneiros ou industriais e pelas zonas francas

c) terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, ocupada pelos portos alfandegados, a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados e a área terrestre que compreende os pontos de fronteira alfandegados

d) terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, ocupada pelos portos alfandegados, a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados e espaço aéreo adjacente, bem como a área adjacente aos pontos de fronteira alfandegados

e) ocupada pelos portos, aeroportos, pontos de fronteira alfandegados, depósitos alfandegados, entrepostos aduaneiros, entrepostos industriais, zonas francas e áreas de trânsito aduaneiro

Comentários

Zonas de vigilância aduaneira, depósitos alfandegados, entrepostos aduaneiros, industriais, zonas francas, espaço aéreo, áreas de trânsito aduaneiro, nada disso faz parte da zona primária.

Gabarito: C.

02 - (TTN/1997) A zona primária aduaneira compreende: (adaptada) a) a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados, incluindo o espaço aéreo correspondente, a área terrestre ocupada pelos portos alfandegados e a área contígua aos pontos de fronteira alfandegados

b) a área terrestre e aquática ocupada pelos portos alfandegados, as ilhas fluviais ou lacustres de domínio da União, a área interna dos aeroportos alfandegados e a faixa de fronteira demarcada pela União

c) a área terrestre ou aquática ocupada pelos portos alfandegados, a área descontínua ocupada pelas ilhas marítimas, fluviais ou lacustres, a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados e a área adjacente aos pontos de fronteira alfandegados

d) a área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, ocupada pelos portos alfandegados, a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados e a área terrestre que compreende os pontos de fronteira alfandegados

e) as faixas internas e externas ocupadas pelos portos e aeroportos alfandegados, terrestres ou aquáticas, os armazéns alfandegados situados na hinterlândia de portos e aeroportos e a área contígua aos pontos de fronteira alfandegados desde que situada na faixa de fronteira

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Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 18 Comentários

Questão direta. Gabarito: d.

1.2.1. Alfandegamento

Comentei antes que o alfandegamento é realizado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, como dispõe o art. 13, § 6º. Quando se diz “pela Receita”, está-se dizendo “pelo Secretário da Receita ou por quem dele receber expressa delegação”.

Atualmente, o alfandegamento está delegado aos Superintendentes Regionais da Receita Federal. Veja a Portaria SRF nº 602/2002:

www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Portarias/2002/portsrf602.htm

Guarde isso!

1) Autoridade aduaneira nacional:

Secretário da RFB

2) Autoridade aduaneira regional:

Superintendentes Regionais da Receita Federal

3) Autoridade aduaneira local:

Inspetores-Chefes das Alfândegas e das Inspetorias

Para o alfandegamento, é exigido um monte de coisas pelo Regulamento Aduaneiro:

Art. 13. O alfandegamento de portos, aeroportos e pontos de fronteira somente poderá ser efetivado:

I - depois de atendidas as condições de instalação do órgão de fiscalização aduaneira e de infraestrutura indispensável à segurança fiscal;

II - se atestada a regularidade fiscal do interessado;

III - se houver disponibilidade de recursos humanos e materiais; e IV - se o interessado assumir a condição de fiel depositário da mercadoria sob sua guarda.

Uma vez eu participei de uma vistoria em um local que se pretendia fosse alfandegado como um “porto seco”. Se não fosse a enorme floresta atrás do terreno do prédio, talvez o recinto tivesse sido alfandegado. Eu, hein, sai um bicho (humano) lá do meio...

(19)

Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 19 “Rodrigo, que negócio é esse aí de porto seco?”

A gente vai ver isso já já.

Se te afirmarem “somente porto, aeroporto e ponto de fronteira são alfandegados”, o que você diz?

“Mentira.” Existem várias “coisas alfandegáveis” (êta palavra) na zona secundária. Uma delas são os portos secos, analisados adiante; outra, os silos e tanques citados a seguir:

Art. 13. (...)

§ 4o Poderão, ainda, ser alfandegados silos ou tanques, para armazenamento de produtos a granel, localizados em áreas contíguas a porto organizado ou instalações portuárias, ligados a estes por tubulações, esteiras rolantes ou similares, instaladas em caráter permanente.

Observação: “área contígua” não é “área dentro”, mas fora dos portos alfandegados, “tocando” o muro externo do porto.

Uma última disposição acerca de alfandegamento é trazida no artigo 14: Art. 14. Nas cidades fronteiriças, poderão ser alfandegados pontos de fronteira para o tráfego local e exclusivo de veículos matriculados nessas cidades.

§ 1o Os pontos de fronteira de que trata o caput serão alfandegados pela autoridade aduaneira regional, que poderá fixar as restrições que julgar convenientes.

§ 2o As autoridades aduaneiras locais com jurisdição sobre as cidades fronteiriças poderão instituir, no interesse do controle aduaneiro, cadastros de pessoas que habitualmente cruzam a fronteira.

Note bem: o alfandegamento é realizado pelo Secretário da Receita Federal, podendo ser delegado (vimos inclusive que isso foi feito). Porém, no caso das citadas cidades fronteiriças do art. 14, o Regulamento Aduaneiro já dá “de cara” o direito de as autoridades regionais alfandegarem aquelas, com a condição de que somente os veículos da região cruzem a fronteira. Isso é para evitar ou, pelo menos, diminuir a utilização da fronteira por “sacoleiros”. Afastam-se aqueles ônibus que vêm lá do “interiorzão”, apinhado de gente com mala vazia, prontinha para gastar tudo no Paraguai, comprando muita bugiganga da China e vizinhos. Que alegria me dá quando eu vejo no jornal um ônibus de muambeiros sendo apreendido. rs

Lembre-se disso!

Alfandegar prá quê?

Para permitir a entrada de pessoas, veículos e

mercadorias vindas do exterior ou a ele

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Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 20 1.3. Recintos Alfandegados

O alfandegamento de recintos também é de competência do Secretário da Receita Federal e foi delegado aos Superintendentes Regionais da RFB (SRRFB). Tal delegação e as regras do alfandegamento estão previstas na Portaria RFB 3.518/2011:

www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/Portarias/2011/portrfb35182011.htm

Que recintos alfandegados existem?

Bem, o artigo 9º do Regulamento menciona recintos em zona primária e em zona secundária. No caso da zona primária, não basta, por exemplo, o alfandegamento do porto. Tem que mencionar quais recintos dentro do porto serão autorizados a receber carga para fins de movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro:

Art. 9o Os recintos alfandegados serão assim declarados pela autoridade aduaneira competente, na zona primária ou na zona secundária, a fim de que neles possam ocorrer, sob controle aduaneiro, movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de:

I - mercadorias procedentes do exterior, ou a ele destinadas, inclusive sob regime aduaneiro especial;

II - bagagem de viajantes procedentes do exterior, ou a ele destinados; e

III - remessas postais internacionais.

Parágrafo único. Poderão ainda ser alfandegados, em zona primária, recintos destinados à instalação de lojas francas.

Pode-se dizer que o porto é alfandegado no sentido lato, mas somente alguns recintos são alfandegados no sentido estrito. Afinal, um aeroporto possui vários recintos: de bagagem de voos internacionais, de bagagem de voos domésticos, de carga, de remessas postais, de controle de pessoal, de processos, os estacionamentos, os banheiros... Nem todos são alfandegados.

Não há necessidade, por exemplo, de se alfandegar o setor de voos domésticos. Afinal, por ali não haverá entrada de mercadoria procedente diretamente do exterior ou a ele destinada. Uma mercadoria estrangeira até poderá entrar naquele local, mas ela já terá sido previamente fiscalizada em um recinto alfandegado pelo qual tenha passado. Da mesma forma, não há necessidade de se alfandegar o estacionamento do aeroporto nem os banheiros externos, pois, para que uma mercadoria procedente do exterior chegue a esses locais, ela já terá passado pelos recintos alfandegados de bagagem, de carga ou de remessas postais. O setor da Receita Federal no aeroporto que trata apenas do controle de pessoal, incluindo folha de ponto, não é alfandegado. O setor que trata da análise de processos de solicitação de benefícios fiscais também não é alfandegado. O que entra e sai dali são tão somente processos e não as mercadorias vindas diretamente do exterior.

(21)

Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 21 Portanto, pode-se dizer que o alfandegamento de um aeroporto ocorre no sentido amplo, mas apenas alguns recintos neste aeroporto sofrem alfandegamento no sentido estrito. Este pode ser ilustrado como a fiscalização ostensiva da aduana na “porta do recinto”.

Lembre-se disso! O alfandegamento do recinto impõe

uma fiscalização ostensiva da

aduana na “porta” dele.

Pela redação do artigo 9º, você pode notar que existem recintos alfandegados também na zona secundária.

“Ué, professor, o alfandegamento não é só na zona primária?”

Não. A entrada de mercadorias é apenas pela zona primária (vimos que há exceções), mas as mercadorias podem ficar sob controle aduaneiro no interior do país, nos chamados “portos secos” ou nos recém-criados Centros Logísticos e Industriais Aduaneiros (CLIA). Há ainda outros lugares alfandegados no interior do país, como, por exemplo, os Depósitos Alfandegados Certificados e os locais de realização das feiras de produtos estrangeiros (Feira da Providência e Salão do Automóvel, entre outros). Todos estes casos especiais serão analisados neste curso.

1.3.1. Portos Secos

Neste tópico, pedido expressamente no edital, vamos olhar os detalhes referentes a portos secos. No entanto, é importante saber que a Medida Provisória (MP) 612, de 4 de abril de 2013 (ainda pendente de aprovação pelo Congresso Nacional) revogou, pelo artigo 29, o inciso VI do artigo 1º da Lei 9.074/1995.

“Traduz, Rodrigo, ...”

Bem, a exploração de portos secos por parte da iniciativa privada era permitida com base no inciso ora revogado. Desde a entrada em vigor da MP, não podem ser instalados novos portos secos, mas os atuais têm seus direitos resguardados até o fim do prazo de permissão ou de concessão. Para o futuro, não serão mais criados portos secos, mas sim Centros Logísticos e Industriais Aduaneiros (CLIA), conceituados como “recintos de estabelecimento empresarial licenciados pelas pessoas jurídicas habilitadas nos termos desta MP [612/2013]” (art. 2º da MP).

Neste tópico, tratamos dos portos secos, pois eles não vão sumir de repente. Vão continuar existindo até que vençam os prazos de concessão ou de permissão. No tópico seguinte, trataremos dos CLIA e dos motivos que levaram à “substituição” dos portos secos pelos CLIA.

(22)

Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 22 Para tratar dos portos secos, a primeira pergunta é “quais são as motivações para sua instalação?”

Quando criado, o porto no Rio de Janeiro certamente foi dimensionado para operar até um determinado volume de comércio. Com o passar do tempo, ficou pequeno diante do incremento do fluxo comercial. As limitações são físicas. Não há espaço infinito para operação. A criação dos portos secos veio, entre outras coisas, atender este problema de infraestrutura.

O que são os portos secos? São recintos alfandegados instalados no interior do país, fora de portos e aeroportos, cujos objetivos são desafogar estas unidades de zona primária e interiorizar o despacho aduaneiro, levando-o para locais mais próximos aos estabelecimentos dos importadores e exportadores brasileiros.

Considere que uma das afirmativas da Esaf na prova seja: “Podem existir portos secos na zona primária.” A afirmativa está certa ou errada? CERTA. O porto seco pode estar instalado em zona primária, desde que seja em ponto de fronteira.

A instalação de um porto seco se dava por meio de licitação. As pessoas jurídicas que concorriam nesta ofereciam serviço análogo ao que é oferecido pela Infraero nos aeroportos alfandegados, ou seja, armazenar e oferecer a estrutura necessária para a conferência das mercadorias pelos órgãos públicos, dos quais o principal é a Receita Federal, responsável pelo despacho aduaneiro. Com a escolha do vencedor, este passava a prestar os serviços sob o regime de permissão ou o de concessão precedida da execução de obra pública.

Podemos ver outra motivação para a criação de portos secos.

Imagine uma mercadoria importada por uma empresa do estado de Goiás, mas que entra no Brasil pelo porto do Rio de Janeiro. Se não houvesse um porto seco no seu estado, o importador teria de se deslocar ao Rio de Janeiro, ou contratar um despachante aduaneiro, para apresentar os documentos à Receita Federal e assistir à verificação da mercadoria por parte desta. Estas possibilidades poderiam ser inadequadas ao importador, que perderia tempo e/ou dinheiro que talvez não possuísse. Como a mercadoria já irá mesmo viajar para Goiás, por que não proceder ao despacho aduaneiro naquele estado? A criação dos portos secos também veio para atender a esse interesse dos importadores e exportadores do interior do país.

A definição de portos secos consta no art. 11 do Regulamento Aduaneiro: Art. 11. Portos Secos são recintos alfandegados de uso público nos quais são executadas operações de movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias e de bagagem, sob controle aduaneiro.

§ 1º – Os portos secos não poderão ser instalados na zona primária de portos e aeroportos alfandegados.

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Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 23 Antigamente, o porto seco era chamado “estação aduaneira interior”. Nas provas da ESAF anteriores a 2002, você irá encontrar esta expressão. Saiba que ela não existe mais.

Quer mais um motivo para a criação de portos secos?

Ao perceber a concentração de importação ou exportação de mercadorias em uma determinada área geográfica, sem que houvesse uma unidade aduaneira em que pudessem essas mercadorias ser armazenadas e conferidas, um porto seco poderia ter sido criado para incentivar o comércio exterior, especializando aquela região em tal atividade.

Que tal mais um motivo?

Outro fator que pode levar à criação de porto seco é a necessidade de se tratarem cargas especiais. Por exemplo, pode ser percebida a necessidade de se criar uma estrutura especial para cargas frigorificadas ou carga viva. Como nos portos e aeroportos não há flexibilidade para os vários tipos de cargas especiais, o porto seco pode ser uma boa solução.

Com tantos motivos, o governo criou muitos portos secos no nosso Brasilzão. Ficou curioso em conhecer? Leia então a lista aqui:

www.receita.fazenda.gov.br/aduana/LocaisRecintosAduaneiros/PortosSecos/PS ecos.htm

Meu estado do Rio de Janeiro tem três portos secos. Já o estado de São Paulo (SP) possui 25. Entre outros motivos, é por isso que sempre há pelo menos algumas vaguinhas para ATRFB e AFRFB para SP nos concursos de ingresso na Receita.

Voltando aos portos secos: eles podem ser autorizados a operar com carga de exportação, de importação ou ambas.

Guarde isso! Existem portos secos na zona

primária (só em ponto de fronteira) e na zona secundária.

1.3.2. Centro Logístico e Industrial Aduaneiro (CLIA)

Como vimos, a Medida Provisória (MP) 612/2013 não permite mais a criação de portos secos. Em seu lugar, serão criados os CLIA, regulamentados na MP, artigos 5º ao 17.

Os CLIA são definidos como “recintos de estabelecimento empresarial licenciados pelas pessoas jurídicas habilitadas nos termos desta Medida Provisória”.

(24)

Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 24 Ao contrário do que ocorria com a instalação de portos secos, não haverá necessidade de licitação para a instalação de um CLIA. Em síntese, bastará que a empresa “que explore serviços de armazéns gerais” apresente um projeto e possua imóvel disponível para o Centro e patrimônio líquido igual ou superior a R$ 2 milhões:

Art. 5º A licença para exploração de Centro Logístico e Industrial Aduaneiro será concedida a estabelecimento de pessoa jurídica constituída no País, que explore serviços de armazéns gerais, demonstre regularidade fiscal e atenda aos requisitos técnicos e operacionais para alfandegamento estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda, na forma da Lei nº 12.350, de 20 de dezembro de 2010, e satisfaça também às seguintes condições:

I - seja proprietária, titular do domínio útil ou, comprovadamente, detenha a posse direta do imóvel onde funcionará o Centro Logístico e Industrial Aduaneiro;

II - possua patrimônio líquido igual ou superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais); e

III - apresente anteprojeto ou projeto do Centro Logístico e Industrial Aduaneiro previamente aprovado pela autoridade municipal, quando situado em área urbana, e pelo órgão responsável pelo meio ambiente, na forma das legislações específicas.

§ 1º A licença referida no caput será concedida somente a estabelecimento localizado em Município ou Região Metropolitana onde haja unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda.

(...)

Essa desburocratização que dispensa a realização de licitação tem a ver com a mudança na natureza jurídica do serviço de armazenagem de mercadorias. Revogado o inciso VI do artigo 1º da Lei 9.074/1995 pela MP 612/2013, o serviço de armazenagem saiu do rol dos serviços públicos, concedidos sob o regime de permissão ou de concessão. Dois foram os motivos para tal mudança. Em primeiro lugar, havia o desejo de se resolverem alguns problemas jurídicos que vínhamos enfrentando na RFB com as permissionárias e concessionárias de portos secos. Em segundo lugar, decidiu-se desburocratizar e estimular a proliferação de pontos de armazenagem, visando à concorrência maior e à consequente redução de custos na logística brasileira, a chamada redução do “custo Brasil”. É claro que isso gerará como consequência a necessidade de mais mão de obra para atender o esperado crescimento do número de recintos alfandegados (art. 8º da MP). É mais um fator a pressionar a realização de concursos de Auditor Fiscal e de Analista Tributário para a RFB.

Por fim, podemos ver que os artigos 15 e 16 da MP permitem que uma administradora de porto seco seja, mediante solicitação, transferida para o

(25)

Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 25 regime de CLIA, sem interrupção de suas atividades e sem qualquer punição pelo pretenso descumprimento do contrato de exploração do porto seco.

QUESTÕES

03 - (Inédita) Considerando o tema jurisdição aduaneira, avalie as afirmações abaixo. Atribua V para a verdadeira e F para a falsa. Em seguida, marque a opção que contenha a sequência correta.

( ) A denominada zona secundária equivale a todo o território aduaneiro, excluídos a zona primária e o mar territorial.

( ) Para todos os efeitos, as zonas de processamento de exportação constituem zona primária.

( ) O território aduaneiro inclui as Áreas de Controle Integrado. a) V, V, V b) F, F, F c) V, F, V d) V, V, F e) F, F, V Comentários

A primeira afirmativa está errada, tendo em vista que o território aduaneiro compreende todo o território nacional. Este, por sua vez, inclui o espaço aéreo e as águas territoriais (artigo 3º, inciso II do RA).

A segunda afirmativa está errada, pois as zonas de processamento de exportações somente são tratadas como zona primária “para fins de controle aduaneiro”. (parágrafo 1º do artigo 3º do RA).

A terceira está errada, uma vez que o território aduaneiro somente inclui o território nacional. Não confundir jurisdição aduaneira com território aduaneiro. A jurisdição aduaneira se estende para fora do território aduaneiro. A jurisdição aduaneira inclui as Áreas de Controle Integrado que estiverem em solo estrangeiro, mas estas não fazem parte do território aduaneiro. Não fosse este o entendimento, o artigo 3º, § 5º, do RA seria desnecessário, tendo em vista o caput do art. 3o.

Art. 3o A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se por todo o território aduaneiro e abrange: (...)

§ 5o A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se ainda às Áreas de Controle Integrado criadas em regiões limítrofes dos países integrantes do Mercosul com o Brasil.

Gabarito: Letra b.

04 – (Inédita) Considerando o tema território aduaneiro, avalie as afirmações abaixo. Atribua V para a verdadeira e F para a falsa. Em seguida, marque a opção que contenha a sequência correta.

( ) A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se às Áreas de Controle Integrado criadas em regiões limítrofes dos países integrantes do Mercosul com o Brasil.

(26)

Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 26 ( ) O Ministro de Estado da Fazenda poderá demarcar, na orla marítima ou na fronteira alfandegada, zonas de vigilância aduaneira.

( ) Nas zonas de vigilância aduaneira, a permanência de mercadorias ou a sua circulação e a de veículos, pessoas ou animais ficarão sujeitas às exigências fiscais, proibições e restrições que forem estabelecidas.

a) V, V, V b) F, V, F c) V, F, V d) V, V, F e) V, F, F Comentários

A primeira afirmativa está correta, como vimos na questão anterior. A segunda afirmativa está errada, pois as zonas de vigilância aduaneira não são criadas em fronteira alfandegada, mas em local não alfandegado para se aumentar a vigilância daquela região “deserta” (art. 4º, RA).

A terceira afirmativa está correta (art. 4º, RA). Solução: Letra c.

05 – (Inédita) Avalie as afirmações abaixo. Atribua V para a verdadeira e F para a falsa. Em seguida, marque a opção que contenha a sequência correta.

( ) Ao se declarar que “o aeroporto X está alfandegado a partir desta data”, diz-se que todo o aeroporto está alfandegado ainda que apenas alguns de seus recintos sejam alfandegados.

( ) Existem recintos alfandegados na zona secundária.

( ) Somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá efetuar-se a entrada ou a saída de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas, excepcionando-se, por exemplo, a importação e a exportação de mercadorias conduzidas por linhas de transmissão ou por dutos, ligados ao exterior, observadas as regras de controle estabelecidas pelo Ministério dos Transportes.

a) V, V, V b) F, F, F c) V, F, V d) V, V, F e) V, F, F Comentários

A primeira afirmativa está correta, tendo em vista que um aeroporto alfandegado pode ter recintos alfandegados e não alfandegados. O aeroporto é alfandegado no sentido amplo, enquanto os recintos são alfandegados no sentido estrito. (art. 13, caput e § 1º, do RA).

A segunda afirmativa está correta, como vimos no artigo 9º do Regulamento Aduaneiro.

A terceira está errada, pois é a RFB quem cria as regras de controle (parágrafo único do artigo 8º do RA). Pegadinha...

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Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 27 1.4. Administração Aduaneira

A administração aduaneira é tratada nos artigos 15 a 25 do Regulamento Aduaneiro.

Você tem ouvido nos jornais a história de que gostariam que a aduana saísse das mãos da Receita Federal e passasse para o Ministério do Desenvolvimento ou para um hipotético “Ministério do Comércio Exterior”?

Bem, sem entrar no mérito, pois isso não é discussão que interesse para o concurso, podemos dizer que, no mínimo, terá que ser feita uma emenda constitucional. Afinal, o artigo 237 da Constituição Federal (CF/1988) é categórico:

Art. 237. A fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais, serão exercidos pelo Ministério da Fazenda.

Para completar, o artigo 15 do RA dispõe:

Art. 15. O exercício da administração aduaneira compreende a fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais, em todo o território aduaneiro.

É interessante ver que o conteúdo programático de Legislação Aduaneira inclui o tópico 26: “Disposições Constitucionais Relativas à Administração e Controle sobre Comércio Exterior.”

Quais são tais disposições constitucionais? No seu Word, dê um “Localizar” na CF/1988, procurando “comércio exterior”. Quantas vezes você vai encontrar a expressão? Duas. Uma aparece no artigo 22 sobre as competências da União; outra, no artigo 237. Pronto! Acabamos de estudar o tópico 26 do edital. Uau! Maravilha. Ah, se todos os tópicos fossem simples assim... rsrs

A legislação também é categórica em outro ponto. A fiscalização dos tributos incidentes sobre as operações de comércio exterior são “supervisionadas e executadas por Auditor Fiscal da Receita Federal”, conforme o art. 15, par. único, do RA.

É fato que algumas normas da RFB, tal como a Instrução Normativa (IN) 680/2006 (art. 21, § 2º), tentaram driblar tal imposição, deixando aberta a possibilidade de outros servidores da RFB realizarem, por exemplo, a conferência aduaneira. Isso, porém, caiu com a edição da IN RFB 957/2009.

Referências

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